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RESUMOS DE DIREITO PENAL_EXERCÍCIOS COMENTADOS_FALSIDADE DOCUMENTAL

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RESUMOS DE DIREITO 
PENAL – EXERCÍCIOS 
COMENTADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quem Sou? 
Advogada, especialista em Direito Penal, Processo Penal e Direito Tributário. 
Apaixonada pela produção de conteúdo jurídico online. 
Entusiasta na confecção de materiais jurídicos práticos para estudantes e profissionais 
do Direito. 
 
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-cavalcante-g-figueiredo/ 
https://www.linkedin.com/in/anna-paula-cavalcante-g-figueiredo/
 
 
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FALSIDADE DOCUMENTAL 
 
CAPÍTULO III 
DA FALSIDADE DOCUMENTAL 
 
Falsificação do selo ou sinal público 
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de 
Município; 
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a 
autoridade, ou sinal público de tabelião: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§1º - Incorre nas mesmas penas: 
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; 
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de 
outrem ou em proveito próprio ou alheio. 
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou 
quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou 
entidades da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
Falsificação de documento público 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar 
documento público verdadeiro: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. 
§1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do 
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 
§2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de 
entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as 
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 
 
 
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§3º - Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja 
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a 
qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em 
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração 
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 
2000) 
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado 
com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa 
ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) 
§4º - Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados 
no §3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência 
do contrato de trabalho ou de prestação de serviços. (Incluído pela Lei nº 
9.983, de 2000) 
Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 
2012) Vigência 
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar 
documento particular verdadeiro: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência 
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento 
particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) 
Vigência 
Falsidade ideológica 
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele 
devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da 
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou 
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e 
reclusão de um a três anos, e multa, de quinhentos mil réis a cinco contos de 
réis, se o documento é particular. (Vide Lei nº 7.209, de 1984) 
 
 
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Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime 
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento 
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. 
Falso reconhecimento de firma ou letra 
Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma 
ou letra que o não seja: 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de 
um a três anos, e multa, se o documento é particular. 
Certidão ou atestado ideologicamente falso 
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou 
circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de 
serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: 
Pena - detenção, de dois meses a um ano. 
Falsidade material de atestado ou certidão 
§1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de 
certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que 
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de 
caráter público, ou qualquer outra vantagem: 
Pena - detenção, de três meses a dois anos. 
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena 
privativa de liberdade, a de multa. 
Falsidade de atestado médico 
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: 
Pena - detenção, de um mês a um ano. 
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também 
multa. 
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica 
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para 
coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada 
na face ou no verso do selo ou peça: 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 
 
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Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso 
do selo ou peça filatélica. 
Uso de documento falso 
Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se 
referem os arts. 297 a 302: 
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. 
Supressão de documento 
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou 
em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não 
podia dispor: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e 
reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 ANOTAÇÕES INICIAIS 
 
➢ Documento: 
o Definição: É todo escrito devido a um autor determinado, 
contendo exposição de fatos ou declaração de vontade, dotado de 
significação ou relevância jurídica e que pode, por si só, fazer 
prova de seu conteúdo. 
o Requisitos: 
▪ Forma escrita 
▪ Que tenha autor certo 
▪ O conteúdo deve ter relevância jurídica 
▪ Valor probatório 
➢ A fotocópia sem autenticação não tem valor probatório (art. 232, 
parágrafo único, do CPP), razão pela qual não é considerada documento. 
o Se autenticada, haverá valor probatório e a fotocópia será 
considerada um documento. 
➢ Art. 296, do CP - Falsificação de selo ou sinal público 
o O crime se consuma no momento da falsificação ou alteração do 
selo ou sinal. A consumação acontece independentemente de 
qualquer resultado. 
o A tentativa é possível. 
➢ Art. 297, do CP - Falsificação de documento público 
o É a falsidade material. 
o O documento público é elaborado por funcionário público, 
conforme formalidades legais, no desempenho de suas funções. 
o O crime pode ser praticado por particular ou por funcionário 
público. 
o Espécies de documento público: 
▪ Formal e substancialmente público – é elaborado por 
funcionário público, com conteúdo e relevância jurídica de 
direito público (atos legislativos, executivos e judiciários). 
▪ Formalmente público e substancialmenteprivado – é 
elaborado por funcionário público, mas com conteúdo de 
interesse predominantemente privado. Ex.: escritura de 
compra e venda de imóvel particular. 
o Não se exige qualquer finalidade especial por parte do agente, 
tampouco que se demonstre a que fim o documento falso se 
destinava. 
 
 
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o O crime se consuma com a falsificação ou alteração, sendo crime 
de perigo, que se aperfeiçoa independentemente do uso. 
o A tentativa é possível. 
o Atos preparatórios ao crime são impuníveis. 
o Se o documento foi ou devia ter sido emitido por autoridade 
federal, a competência é da Justiça Federal. Se foi ou devia ter 
sido emitido por funcionário público estadual ou municipal, a 
competência é da Justiça Estadual. 
▪ A falsificação de CNH é de competência da Justiça Estadual 
– a emissão é feita por autoridade estadual, embora válido 
em território nacional. 
o Súmula 62, STJ - Compete à Justiça Estadual processar e julgar o 
crime de falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência 
Social, atribuído à empresa privada. 
▪ Se a finalidade da falsificação for fraudar a previdência 
social, a competência será da Justiça Federal. 
➢ Art. 298, do CP - Falsificação de documento particular 
o O registro em cartório não altera a natureza do documento 
particular. Da mesma forma, a autenticação do documento 
privado não o torna público. 
o Consuma-se com a falsificação ou alteração, pois é crime de 
perigo, que se aperfeiçoa independentemente do uso. 
o É possível a tentativa. 
o Súmula 104, do STJ: Compete à Justiça Estadual o processo e 
julgamento dos crimes de falsificação e uso de documento falso 
relativo a estabelecimento particular de ensino. 
➢ Art. 299, do CP - Falsidade ideológica 
o É chamada de falsidade intelectual, ideal ou moral. 
o A falsidade está nas declarações contidas no documento. 
o Falsidade imediata – nas ações de omitir e inserir – a pessoa que 
confecciona o documento é a mesma que comete a falsidade. 
o Falsidade mediata – na ação de fazer inserir – a pessoa que 
comete a falsidade é diversa daquela que confecciona o 
documento. 
o Exige-se, como elemento subjetivo específico, a vontade do 
agente de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade 
sobre fato juridicamente relevante. 
o A falsa declaração de pobreza para a obtenção de gratuidade de 
justiça é conduta atípica. Somente haverá crime se declaração 
particular, por si só, puder criar obrigação, prejudicar direito ou 
 
 
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alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Não há 
crime se a declaração particular for sujeita a exame obrigatório 
por parte de funcionário público (exame oficial). 
o É crime formal, que se consuma quando o documento fica pronto 
com a efetiva omissão ou inserção de declaração, de forma a 
tornar falso o seu conteúdo, ainda que o agente não atinja a sua 
finalidade de prejudicar direito, criar obrigação etc. 
o A tentativa é possível nas formas comissivas (inserir ou fazer 
inserir) 
➢ Art. 300, do CP - Falso reconhecimento de firma ou letra 
o Para a configuração do crime não se exige um especial fim de agir. 
o Trata-se de crime próprio, que somente pode ser cometido por 
tabelião, escrevente do tabelionato, oficial do cartório de registro 
civil etc. 
▪ O particular que colabora com o delito poderá responder 
na condição de partícipe. 
o A tentativa é possível. 
➢ Art. 301, do CP - Certidão ou atestado ideologicamente falso 
o A conduta recai sobre atestado ou certidão feito por funcionário 
público acerca de fato ou circunstância. 
o Exige-se que o falso tenha a finalidade de: 
▪ habilitar alguém a obter cargo público; 
▪ isentar de ônus ou de serviço de caráter público; 
▪ levar à obtenção de qualquer outra vantagem. 
o É preciso que o funcionário saiba da falsidade da informação e da 
finalidade a que se destina o atestado ou certidão. 
o Prevalece que se trata de crime formal, que se consuma 
independentemente da obtenção do fim visado. 
o Em razão do tópico acima, prevalece a possibilidade de tentativa. 
o Trata-se de crime de menor potencial ofensivo (pena inferior a 2 
anos), portanto, de competência do Juizado Especial Criminal. 
➢ Art. 301, § 1º, do CP - Falsidade material de atestado ou certidão 
o Predomina que se trata de crime comum, que pode ser praticado 
por qualquer pessoa. 
o A consumação acontece quando o atestado ou certidão é 
falsificado ou alterado, independentemente da produção de 
qualquer resultado. 
o É possível a tentativa. 
o Também é crime de menor potencial ofensivo. 
➢ Art. 302, do CP - Falsidade de atestado médico 
 
 
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o Se o médico fornece o atestado falso no desempenho de função 
pública, comete o crime do art. 301, do CP (certidão ou atestado 
ideologicamente falso). Se obtém alguma vantagem para a 
emissão do atestado falso, haverá crime de corrupção passiva. 
o Sujeito passivo - o Estado e qualquer outra pessoa prejudicada 
pelo uso do atestado falso. 
o A tentativa é possível. 
➢ Art. 303, do CP - Reprodução ou alteração de selo ou peça filatélica 
o Revogado pelo art. 39, da Lei nº 6.538/1978. 
➢ Art. 304, do CP - Uso de documento falso 
o É crime acessório, pois a sua existência pressupõe a ocorrência de 
um crime anterior (falsificação do documento). 
o Para a configuração do crime exige-se que o documento falso seja 
efetivamente apresentado a alguém, tornando-o acessível à 
pessoa que se pretende iludir. 
▪ Essa apresentação precisa ter a finalidade de fazer prova 
de fato relevante. 
o A posse e o porte de documento falso são condutas atípicas. 
o Em caso de fotocópia, só haverá o crime se for autenticada. 
o Se o uso for feito por quem falsificou o documento haverá post 
factum impunível. 
o O crime se consuma com o uso do documento falso, sendo 
irrelevante que o agente obtenha qualquer vantagem e até 
mesmo que não engane o destinatário. 
o Não é possível a tentativa. 
➢ Art. 305, do CP - Supressão de documento 
o Para a configuração do crime se exige o elemento subjetivo 
específico: a intenção de obter vantagem em proveito próprio ou 
alheio ou causar prejuízo a terceiro. 
O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, inclusive o proprietário do 
documento. 
o Trata-se de crime formal, que se consuma quando o agente 
destrói, suprime ou oculta o documento, ainda que não atinja sua 
finalidade de obter vantagem ou causar prejuízo. 
o É possível a tentativa. 
 
 
 
 
 
 
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 QUESTÕES DE CONCURSOS 
 
1 - (Ano: 2021 / Banca: CESPE – CEBRASPE / Órgão: DEPEN / Prova: CESPE - 
CEBRASPE - 2021 - DEPEN - Cargo 8 - Agente Federal de Execução Penal) 
Com relação a direito penal, julgue o item a seguir. 
A realização de perícia em documento ideologicamente falso é desnecessária, 
haja vista a falsidade encontrar-se no conteúdo, e não na forma. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
GABARITO: CERTO. 
Na falsidade ideológica o documento é válido, mas lhe são inseridas 
informações falsas. Conforme jurisprudência predominante, para este crime, 
não é possível a realização de prova pericial, pois o falso não deixa vestígios 
materiais (art. 158, do CPP). 
Para a comprovação da fraude faz-se necessária a verificação das informações 
constantes no documento. 
 
 ATENÇÃO! 
IDEOLÓGICO vem de IDEA; portanto, relaciona-se ao CONTEÚDO e à 
INFORMAÇÃO 
Não se esqueça: na falsidade ideológica as informações do documento são 
falsas, apesar de o documento ser verdadeiro. A falsidade diz respeito 
unicamente ao conteúdo dos documentos. 
Na falsidade de documento público ou privado, o documento é 
materialmente falsificado. A falsidade material diz respeito aos elementos 
exteriores que compõem o documento. Portanto, trata-se de uma 
falsificação referente à forma. 
 
 
 
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2 - (Ano: 2021 / Banca: FUNDATEC / Órgão: GHC-RS / Prova: FUNDATEC - 2021 
- GHC-RS - Advogado) 
Conforme dicção do Código Penal e entendimento sumulado pelo SuperiorTribunal de Justiça, assinale a alternativa INCORRETA sobre os crimes contra a fé 
pública e contra a administração pública. 
(A) O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a 
administração pública. 
(B) Para efeitos penais, considera-se funcionário público quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função 
pública. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego 
ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa 
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de 
atividade típica da Administração Pública. 
(C) O crime de falsificação de documento público compreende o ato de 
falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar 
documento público verdadeiro, incorrendo nas mesmas penas quem 
insere ou faz inserir em documento contábil, ou qualquer outro 
documento relacionado com as obrigações da empresa perante a 
previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter 
constado. 
(D) A omissão, em documento público ou particular, de declaração que dele 
deveria constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa, diversa 
da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação 
ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, configura o 
crime de falsidade ideológica. 
(E) A competência para processar e julgar o crime de uso de documento 
falso é firmada em razão da qualificação do órgão expedidor. 
 
GABARITO: Letra (E). 
Letra (A) - CERTO - A Súmula 599, do STJ, determina que “não se aplica o 
princípio da insignificância quando é crime contra a administração pública”. 
Letra (B) - CERTO - O conceito de funcionário público para fins penais é dado 
pelo art. 327, do CP. Vejamos: “considera-se funcionário público, para os 
efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce 
cargo, emprego ou função pública”. E, no §1º, “equipara-se a funcionário 
público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e 
 
 
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quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada 
para a execução de atividade típica da Administração Pública”. 
Letra (C) - CERTO - A falsificação de documento público é crime previsto no art. 
297, do CP. A conduta tipificada é a de “falsificar, no todo ou em parte, 
documento público, ou alterar documento público verdadeiro”. E, no §3º, do 
mesmo dispositivo legal, determina-se, ainda, que “nas mesmas penas incorre 
quem insere ou faz inserir: (I) na folha de pagamento ou em documento de 
informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, 
pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; (II) na Carteira de 
Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva 
produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que 
deveria ter sido escrita; (III) em documento contábil ou em qualquer outro 
documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência 
social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado”. 
Letra (D) - CERTO - O crime de falsidade ideológica está previsto no art. 299, do 
CP, com a seguinte definição típica: “omitir, em documento público ou 
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir 
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente 
relevante”. 
Letra (E) - ERRADO - Nos termos da Súmula 546, do STJ, “a competência para 
processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da 
entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não 
importando a qualificação do órgão expedidor”. 
 
 ATENÇÃO! 
Em relação ao princípio da insignificância aos crimes contra a 
Administração Pública é preciso dizer que tanto no STJ quando no STF 
admitem a sua aplicação para o crime de descaminho, quando o montante 
não ultrapassar 20 mil reais. 
 
3 - (Ano: 2021 / Banca: CESPE - CEBRASPE / Órgão: Polícia Federal / Prova: 
CESPE - CEBRASPE - 2021 - Polícia Federal - Delegado de Polícia Federal) 
No que concerne aos crimes previstos na parte especial do Código Penal, julgue 
o item subsequente. 
 
 
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Em se tratando do crime de falsidade ideológica, o prazo prescricional se reinicia 
com a eventual reiteração de seus efeitos. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
GABARITO: ERRADO. 
Informativo nº 672, do STJ – Publicado em 19 de junho de 2020 
“TERCEIRA SEÇÃO 
Processo: RvCr 5.233-DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, Terceira 
Seção, por unanimidade, julgado em 13/05/2020, DJe 25/05/2020 
Ramo do Direito: DIREITO PENAL 
Tema: Falsidade ideológica. Crime instantâneo, cujos efeitos podem se 
protrair no tempo. Prescrição da pretensão punitiva. Termo inicial. 
Consumação do delito. 
DESTAQUE: Na falsidade ideológica, o termo inicial da contagem do 
prazo da prescrição da pretensão punitiva é o momento da consumação 
do delito e não o da eventual reiteração de seus efeitos. 
INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR 
A falsidade ideológica é crime formal e instantâneo, cujos efeitos podem 
se protrair no tempo. A despeito dos efeitos que possam, ou não, gerar, 
ela se consuma no momento em que é praticada a conduta. 
Diante desse contexto, o termo inicial da contagem do prazo da prescrição 
da pretensão punitiva é o momento da consumação do delito e não o da 
eventual reiteração de seus efeitos. 
No caso, os falsos foram praticados em 2003 e 2007, quando as sócias 
"laranja" foram incluídas, pela primeira vez, no contrato social da 
empresa. Erra-se ao afirmar que teriam sido reiterados quando, por 
ocasião das alterações contratuais ocorridas em 21/06/2010, 1°/06/2011 e 
26/07/2011, deixou-se de regularizar o nome dos sócios verdadeiramente 
titulares da empresa, mantendo-se o nome dos "laranjas". 
Isso porque não há como se entender que constitui novo crime a omissão 
em corrigir informação falsa por ele inserida em documento público, 
quando teve oportunidade para tanto. Tampouco há como se entender que 
 
 
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a lei pune um crime instantâneo porque ele continua produzindo efeitos 
depois de sua consumação”. 
 
4 - (Ano: 2020 / Banca: VUNESP / Órgão: Câmara Municipal de Pindorama - SP 
/ Prova: VUNESP - 2020 - Câmara Municipal de Pindorama - SP - Procurador 
Jurídico) 
Falsificar, no todo ou em parte, documento emanado de entidade paraestatal, 
as ações de sociedade comercial e o testamento particular configura o crime de 
(A) falsificação de documento público. 
(B) falsificação de documento particular. 
(C) falsidade ideológica. 
(D) falsidade material de atestado ou certidão. 
(E) falsificação do selo ou sinal público. 
 
GABARITO: Letra (A). 
Letra (A) - CERTO - Art. 297, do CP: “Falsificar, no todo ou em parte, documento 
público, ou alterar documento público verdadeiro”. No § 2º do dispositivo legal 
determina-se que “para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o 
emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por 
endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento 
particular”. 
Letra (B) - ERRADO - Art. 298, do CP: “Falsificar, no todo ou em parte, 
documento particular ou alterar documento particular verdadeiro”. No 
parágrafo único do dispositivo determina-se que “para fins do disposto no 
caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito”. 
Letra (C) - ERRADO - Art. 299, do CP: “Omitir, em documento público ou 
particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir 
declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar 
direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”. 
Letra (D) - ERRADO – Art. 301, §1º, do CP: “Falsificar, no todo ou em parte, 
atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestadoverdadeiro, 
para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, 
isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem”. 
Letra (E) - ERRADO - Art. 296, do CP: “Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: 
(I) selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de 
 
 
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Município; (II) selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a 
autoridade, ou sinal público de tabelião. 
 
5 - (Ano: 2020 / Banca: CESPE - CEBRASPE / Órgão: PRF / Prova: CESPE - 
CEBRASPE - 2020 - PRF - Policial Rodoviário Federal - Curso de Formação - 3ª 
Turma - 1ª Prova) 
Ainda com relação a aspectos legais que concernem aos procedimentos 
policiais, julgue o item seguinte. 
Para que o crime de falsidade ideológica se configure, é necessário que o objeto 
da conduta seja a inserção de declarações falsas em documentos públicos, não 
se configurando esse tipo penal no caso de documentos particulares. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
GABARITO: ERRADO. 
Nos termos do art. 299, do CP, o objeto material do crime de falsidade 
ideológica pode ser tanto o documento público, quanto o particular. 
 
 
6 - (Ano: 2013 / Banca: CESPE – CEBRASPE / Órgão: PGE-BA) 
Julgue o item que se segue, referentes aos diversos tipos penais. 
Considere que Paulo, servidor público lotado no INSS, tenha inserido nos bancos 
de dados dessa autarquia informações falsas a respeito de Carlos, o que 
possibilitou a este receber quantia indevida a título de aposentadoria. Nessa 
situação hipotética, Paulo cometeu o crime de falsidade ideológica. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
GABARITO: ERRADO. 
A conduta descrita na questão é equiparada ao crime de falsificação de 
documento público, nos termos do art. 297, §3º, II, do CP. Vejamos: 
 
 
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Falsificação de documento público 
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou 
alterar documento público verdadeiro: 
(...) 
§3º. Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído 
pela Lei nº 9.983, de 2000) 
(...) 
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em 
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, 
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
 
7 - (Ano: 2005 / Banca: ESAF / Órgão: TRT - 7ª Região (CE)) 
Dirceu (capaz e imputável) falsifica documento público, alterando o conteúdo 
do original. Fê-lo de modo grosseiro, perceptível à primeira vista. Consegue, 
entretanto, obter indevida vantagem econômica porque Breno, deficiente 
mental, não percebera o engodo. 
A hipótese caracteriza: 
(A) crime de falsificação de papéis públicos. 
(B) crime impossível. 
(C) estelionato. 
(D) falsificação ideológica. 
(E) fato atípico. 
 
GABARITO: Letra (C). 
A falsificação do documento deve ser apta a iludir. Se o falso for grosseiro, 
perceptível ictu oculi (a olho nu) por toda e qualquer pessoa que manuseie o 
documento, não haverá crime de falsidade de documento, embora possa 
subsistir o crime de estelionato. 
 
 ATENÇÃO! 
 
 
17 
Se o falso for perceptível por policiais acostumados ao manuseio de 
documentos, mas não é perceptível ao leigo, não se considera grosseira a 
falsificação. 
 
8 - (Ano: 2013 / Banca: CESPE - CEBRASPE / Órgão: MPU) 
Com base no direito penal brasileiro, julgue o item a seguir. 
A inserção, em assentamento de registro civil, de declaração falsa com vistas à 
alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante configura crime de 
falsidade ideológica, com aumento de pena em razão da natureza do 
documento 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
GABARITO: CERTO. 
É crime de falsidade ideológica “omitir, em documento público ou particular, 
declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração 
falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar 
obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante” (art. 299, 
caput, do CP). Ressalta-se que “se o agente é funcionário público, e comete o 
crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de 
assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte” (art. 299, 
parágrafo único, do CP). 
 
9 - (Ano: 2018 / Banca: VUNESP / Órgão: PC-BA / Prova: VUNESP - 2018 - PC-
BA - Escrivão de Polícia) 
Sobre os delitos de falsidade documental, é correto afirmar que 
(A) o cartão de crédito, embora possua natureza de documento particular, é 
equiparado, para tipificação penal, a documento público. 
(B) o crime de Uso de Documento Falso admite a modalidade culposa. 
(C) para os efeitos penais, equipara-se a documento público o testamento 
particular. 
(D) o crime de Falsidade de Atestado Médico pode ser praticado por 
qualquer pessoa, ainda que sem o concurso necessário de um médico. 
 
 
18 
(E) para os efeitos penais, as ações de sociedade comercial são consideradas 
documentos particulares. 
 
GABARITO: Letra (C). 
Letra (A) - ERRADO - Nos termos do parágrafo único do art. 298, do CP, o cartão 
de crédito ou débito equipara-se a documento particular para fins penais. 
Letra (B) - ERRADO – O crime de uso de documento falso tem previsão no art. 
304, do CP, e não admite a modalidade culposa. 
Letra (C) - CERTO - Nos termos do art. 297, §2º, do CP, o testamento particular 
equipara-se a documento público para fins penais. 
Letra (D) - ERRADO - O crime de falsidade de atestado médico é próprio, que 
somente pode ser praticado pelo médico. Vejamos o art. 302, do CP: “Dar o 
médico, no exercício da sua profissão, atestado falso. Pena - detenção, de um 
mês a um ano”. 
Letra (E) - ERRADO - Nos termos do art. 297, §2º, do CP, as ações de sociedade 
comercial são consideradas documentos públicos. 
 
 ATENÇÃO! 
Macete para a memorização dos documentos que são equiparados a 
documentos públicos para fins penais: 
O documento público ''LATTE'': 
• Livros mercantis 
• Ações de sociedade comercial 
• Título ao portador ou transmissível por endosso 
• Testamento particular 
• Emanado de entidade paraestatal 
 
10 - (Ano: 2015 / Banca: VUNESP / Órgão: Prefeitura de Arujá - SP / Prova: 
VUNESP - 2015 - Prefeitura de Arujá - SP - Assistente Jurídico) 
Incorre nas penas do crime de falsificação de documento público, tipificado no 
artigo 297 e parágrafos, do Código Penal, o funcionário público que insere, 
 
 
19 
(A) ou faz inserir, na folha de pagamento ou em documento de informações 
que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que 
não possua a qualidade de segurado obrigatório. 
(B) declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de 
prejudicar direito, ou omite, em documento público ou particular, 
declaração que dele devia constar. 
(C) ou falsifica talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento 
relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por 
que o poder público seja responsável. 
(D) ou altera selo, ou peça filatélica, que tenha valor para coleção, salvo 
quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face 
ou no verso do selo ou peça. 
(E) ou importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, 
fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle 
tributário. 
 
GABARITO: Letra (A). 
Letra (A) - CERTO - Falsificação de documento público - Art. 297, do CP: 
“Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento 
público verdadeiro” (...) §3º. Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz 
inserir: (I) na folha de pagamento ou em documento de informações que seja 
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a 
qualidade de segurado obrigatório”. 
Letra (B) - ERRADO - Falsidade ideológica - Art. 299, do CP: “Omitir, em 
documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele 
inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversada que devia ser escrita, com 
o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato 
juridicamente relevante”. 
Letra (C) - ERRADO - Falsificação de papéis públicos - Art. 293, do CP: “Falsificar, 
fabricando-os ou alterando-os: (...) (V) talão, recibo, guia, alvará ou qualquer 
outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou 
caução por que o poder público seja responsável”. 
Letra (D) - ERRADO - Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica - 
Art. 303, do CP: “Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor 
para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente 
anotada na face ou no verso do selo ou peça”. 
 
 
20 
Letra (E) - ERRADO - Falsificação de papéis públicos - Art. 293, do CP: “Falsificar, 
fabricando-os ou alterando-os: (...) §1º. Incorre na mesma pena quem: (...) (II) 
importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou 
restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário”. 
 
11 - (Ano: 2020 / Banca: CESPE - CEBRASPE / Órgão: TJ-PA / Prova: CESPE - 
2020 - TJ-PA - Oficial de Justiça – Avaliador) 
A conduta de quem faz declaração falsa de estado de pobreza para fins de 
obtenção dos benefícios da justiça gratuita em ação judicial é considerada 
(A) atípica. 
(B) crime de falsa identidade. 
(C) crime de falsidade ideológica. 
(D) crime de falsificação de documento público. 
(E) crime de falsificação de documento particular. 
 
GABARITO: Letra (A). 
A conduta de fazer falsa declaração de pobreza para conseguir o benefício da 
justiça gratuita é atípica. Referida declaração está sujeita à revisão por 
autoridade, o que impede que o crime chegue tenha qualquer potencialidade 
lesiva. 
 
12 - (Ano: 2019 / Banca: FCC / Órgão: TJ-AL / Prova: FCC - 2019 - TJ-AL - Juiz 
Substituto) 
Quanto aos crimes contra a fé pública, 
(A) compete à Justiça Estadual comum processar e julgar civil denunciado 
pelos crimes de falsificação e de uso de documento público falso quando 
se tratar de Carteira de Habilitação de Amador, ainda que expedida pela 
Marinha do Brasil. 
(B) há sempre concurso entre os crimes de falsificação de documento 
público e estelionato, segundo entendimento do sumulado do Superior 
Tribunal de Justiça. 
(C) configura crime de falsificação de documento particular o ato de 
falsificar, no todo ou em parte, testamento particular, duplicata e cartão 
bancário de crédito ou débito. 
 
 
21 
(D) atípica a conduta de, em situação de autodefesa, atribuir-se falsa 
identidade perante autoridade policial. 
(E) inadmissível proposta de suspensão condicional do processo no crime de 
falsidade ideológica de assentamento de registro civil. 
 
GABARITO: Letra (E). 
Letra (A) - ERRADO – De acordo com a Súmula Vinculante nª 36, “compete à 
Justiça Federal comum processar e julgar civil denunciado pelos crimes de 
falsificação e de uso de documento falso quando se tratar de falsificação da 
Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) ou de Carteira de Habilitação de Amador 
(CHA), ainda que expedidas pela Marinha do Brasil”. 
Letra (B) - ERRADO – A Súmula nº 17, do STJ, diz que “quando o falso se exaure 
no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido”. 
Letra (C) - ERRADO – Cartões de débito ou débito são considerados documentos 
particulares para os fins de crime de falsidade de documento público. Mas, a 
duplicata (título transmissível por endosso) e o testamento particular são 
equiparados a documentos públicos (art. 297, §2º, do CP) para fins do crime de 
falsidade de documento público. 
Letra (D) - ERRADO – Nos termos da Súmula nº 522, do STJ, “a conduta de 
atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em 
situação de alegada autodefesa”. 
Letra (E) - CERTO - O crime de falsidade ideológica tem pena mínima de 1 ano. 
Se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, a pena é 
aumentada da sexta parte (2 meses). 
A suspensão condicional do processo ou sursis processual é benefício processual 
constante no art. 89, da Lei nº 9.099/1995, sendo aplicável a crimes com pena 
mínima cominada igual ou inferior a 1 ano. 
Assim sendo, no caso de falsificação ou alteração de assentamento de registro 
civil, não será possível a aplicação do sursis processual. 
 
13 - (Ano: 2019 / Banca: CESPE - CEBRASPE / Órgão: Prefeitura de Boa Vista - 
RR / Prova: CESPE - 2019 - Prefeitura de Boa Vista - RR - Procurador Municipal) 
Juan González, estrangeiro, enfermeiro, residente havia dois anos em Boa 
Vista – RR, apresentava-se como médico no Brasil e atendia pacientes 
gratuitamente em um posto de saúde da rede pública municipal, embora 
 
 
22 
não fosse funcionário público. Seu verdadeiro objetivo com essa prática 
era retirar medicamentos do local e revendê-los para obter lucro. 
Em razão de denúncia anônima a respeito do desvio de medicamentos, 
Juan, portando caixas de remédios retiradas do local, foi abordado em seu 
automóvel por policiais logo após ter saído do posto e foi, então, 
conduzido à delegacia. Para que seu verdadeiro nome não fosse 
descoberto, Juan identificou-se à autoridade policial como Pedro 
Rodríguez, buscando, assim, evitar o cumprimento de mandado de prisão 
expedido por ter sido condenado pelo crime de moeda falsa no Brasil. 
Questionado sobre a propriedade do veículo no qual se encontrava no 
momento da abordagem, Juan informou tê-lo comprado de uma pessoa 
desconhecida, em Boa Vista. Durante a investigação policial, verificou-se 
que o veículo havia sido furtado por outra pessoa no Brasil e que a placa 
estava adulterada. Verificou-se, ainda, que a placa identificava um veículo 
registrado no país de origem de Juan e em seu nome, embora Juan tivesse 
alegado ter adquirido o veículo já com a referida placa. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o item que se segue. 
Por ter declarado chamar-se Pedro Rodríguez, Juan deverá responder pelo 
crime de uso de documento falso, cuja tipificação objetiva a tutela da fé pública. 
( ) Certo 
( ) Errado 
 
GABARITO: ERRADO. 
Para que fosse configurado o crime de uso de documento falso, Juan teria que 
ter apresentado um documento falso, com nome de Pedro Rodriguez, para as 
autoridades policiais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. 
Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del2848compilado.htm >. 
________. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo 
Penal. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
lei/del3689compilado.htm > 
________. Lei nº 6.538, de 22 de junho de 1978. Dispõe sobre os Serviços 
Postais. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6538.htm > 
________. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados 
Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Disponível em < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm > 
________. Superior Tribunal de Justiça. Informativo de jurisprudência nº 672. 
Publicado em 19/06/2020. Disponível em < 
https://processo.stj.jus.br/docs_internet/informativos/PDF/Inf0672.pdf > 
________. ________. Revisão Criminal nº 5.233-DF, Relatoria do Ministro 
Reynaldo Soares da Fonseca, Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 
13/05/2020, DJe 25/05/2020. Disponível em < 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=%27201903276816%2
7.REG. > 
________. ________. Súmula nº 17, Terceira Seção, julgada em 20/11/1990, DJ 
28/11/1990. Disponível em < 
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumstj/toc.jsp?livre=%28%40NUM+%3E%3D+%221
%22+E+%40NUM+%3C%3D+%22100%22%29+OU+%28%40SUB+%3E%3D+%221
%22+E+%40SUB+%3C%3D+%22100%22%29&tipo=%28SUMULA+OU+SU%29&l=
100&ordenacao=%40NUM > 
Súmula nº 62, Terceira Seção, julgada em 19/11/1992, DJ 26/11/1992. 
Disponívelem < 
https://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/sumstj/author/proofG
alleyFile/5256/5381 > 
________. ________. Súmula nº 104, Terceira Seção, julgada em 19/05/1994, 
DJ 26/05/1994. Disponível em < 
https://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
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https://www.stj.jus.br/publicacaoinstitucional/index.php/sumstj/author/proofGalleyFile/5256/5381
https://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2010_7_capSumula104.pdf
https://www.stj.jus.br/docs_internet/revista/eletronica/stj-revista-sumulas-2010_7_capSumula104.pdf
 
 
24 
________. ________. Súmula nº 522, Terceira Seção, julgada em 25/03/2015, 
DJe 06/04/2015. Disponível em < 
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumulas/toc.jsp?livre=522&&b=SUMU&thesaurus=
JURIDICO&p=true > 
________. ________. Súmula nº 546, Terceira Seção, julgada em 14/10/2015, 
DJe 19/10/2015. Disponível em < 
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumstj/toc.jsp?livre=%28%40NUM+%3E%3D+%225
01%22+E+%40NUM+%3C%3D+%22600%22%29+OU+%28%40SUB+%3E%3D+%2
2501%22+E+%40SUB+%3C%3D+%22600%22%29&tipo=%28SUMULA+OU+SU%2
9&l=100&ordenacao=%40NUM > 
________. ________. Súmula nº 599, Corte Especial, julgada em 20/11/2017, 
DJe 27/11/2017. Disponível em < 
https://scon.stj.jus.br/SCON/sumstj/toc.jsp?livre=%28%40NUM+%3E%3D+%225
01%22+E+%40NUM+%3C%3D+%22600%22%29+OU+%28%40SUB+%3E%3D+%2
2501%22+E+%40SUB+%3C%3D+%22600%22%29&tipo=%28SUMULA+OU+SU%2
9&l=100&ordenacao=%40NUM > 
________. Supremo Tribunal Federal. Súmula Vinculante nº 36. Disponível em < 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1957 > 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal: parte especial. Coord. Pedro 
Lenza. 11. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021. (Coleção Esquematizado®) 
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