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Ementa e Acórdão
06/10/2017 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 929.591 
PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) :ESTADO DO PARANÁ 
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ 
AGDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE 
PASSAGEIROS DOS ESTADOS DO PARANÁ E 
SANTA CATARINA - FEPASC 
ADV.(A/S) :SACHA BRECKENFELD RECK 
ADV.(A/S) :DANIELLE WARDOSWKI CINTRA MARTINS 
INTDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE CASCAVEL 
ADV.(A/S) :GENESIO FELIPE DE NATIVIDADE 
ADV.(A/S) :LUIZ ALBERTO GONÇALVES 
ADV.(A/S) :GUILHERME CYMBALISTA GONÇALVES 
ADV.(A/S) :MARIELLE MAZALOTTI NEJM TOSTA 
INTDO.(A/S) :CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAVEL 
ADV.(A/S) :PASCOAL MUZELI NETO 
EMENTA 
Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Ação 
Direta de Inconstitucionalidade. Lei nº 4.166/05 do Município de 
Cascavel/PR. Lei de iniciativa parlamentar que concede gratuidade no 
transporte coletivo urbano às pessoas maiores de 60 anos. Equilíbrio 
econômico-financeiro dos contratos. Reserva de Administração. 
Separação de Poderes. Violação. Precedentes. Recurso extraordinário 
parcialmente provido. 
1. O Supremo Tribunal Federal tem declarado a 
inconstitucionalidade de leis de iniciativa do poder legislativo que 
preveem determinado benefício tarifário no acesso a serviço público 
concedido, tendo em vista a interferência indevida na gestão do contrato 
administrativo de concessão, matéria reservada ao Poder Executivo, 
estando evidenciada a ofensa ao princípio da separação dos poderes. 
2. Não obstante o nobre escopo da referida norma de estender aos 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 13924076.
Supremo Tribunal FederalSupremo Tribunal Federal
Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 16
Ementa e Acórdão
ARE 929591 AGR / PR 
idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, independentemente 
do horário, a gratuidade nos transportes coletivos urbanos esteja prevista 
no art. 230, § 2º, da Constituição Federal, o diploma em referência, 
originado de projeto de iniciativa do poder legislativo, acaba por incidir 
em matéria sujeita à reserva de administração, por ser atinente aos 
contratos administrativos celebrados com as concessionárias de serviço 
de transporte coletivo urbano municipal (art. 30, inciso V, da Constituição 
Federal). 
3. Agravo regimental não provido. 
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 29/9 a 
5/10/2017, na conformidade da ata do julgamento, por unanimidade de 
votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do 
Relator.
Brasília, 6 de outubro de 2017.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
ARE 929591 AGR / PR 
idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, independentemente 
do horário, a gratuidade nos transportes coletivos urbanos esteja prevista 
no art. 230, § 2º, da Constituição Federal, o diploma em referência, 
originado de projeto de iniciativa do poder legislativo, acaba por incidir 
em matéria sujeita à reserva de administração, por ser atinente aos 
contratos administrativos celebrados com as concessionárias de serviço 
de transporte coletivo urbano municipal (art. 30, inciso V, da Constituição 
Federal). 
3. Agravo regimental não provido. 
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da 
Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, em sessão virtual de 29/9 a 
5/10/2017, na conformidade da ata do julgamento, por unanimidade de 
votos, em negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do 
Relator.
Brasília, 6 de outubro de 2017.
MINISTRO DIAS TOFFOLI
Relator
2 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 16
Relatório
06/10/2017 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 929.591 
PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) :ESTADO DO PARANÁ 
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ 
AGDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE 
PASSAGEIROS DOS ESTADOS DO PARANÁ E 
SANTA CATARINA - FEPASC 
ADV.(A/S) :SACHA BRECKENFELD RECK 
ADV.(A/S) :DANIELLE WARDOSWKI CINTRA MARTINS 
INTDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE CASCAVEL 
ADV.(A/S) :GENESIO FELIPE DE NATIVIDADE 
ADV.(A/S) :LUIZ ALBERTO GONÇALVES 
ADV.(A/S) :GUILHERME CYMBALISTA GONÇALVES 
ADV.(A/S) :MARIELLE MAZALOTTI NEJM TOSTA 
INTDO.(A/S) :CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAVEL 
ADV.(A/S) :PASCOAL MUZELI NETO 
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): 
Estado do Paraná interpõe tempestivo agravo regimental (29/5/17) 
contra decisão em que dei parcial provimento ao recurso extraordinário 
para declarar a inconstitucionalidade tão somente da Lei nº 4.166/2005 do 
Município de Cascavel/PR. Eis o teor da referida decisão:
“Vistos.
A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros 
dos Estados do Paraná e Santa Catarina - FEPASC interpõe 
recurso extraordinário, com fundamento na alínea ‘a’ do 
permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça 
do Estado do Paraná, que julgou improcedente o pedido de 
representação de inconstitucionalidade ajuizada contra as Leis 
nº 3.211/2001 e nº 4.166/2005 do Município de Cascavel/PR. A 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
06/10/2017 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 929.591 
PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) :ESTADO DO PARANÁ 
PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ 
AGDO.(A/S) :FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE 
PASSAGEIROS DOS ESTADOS DO PARANÁ E 
SANTA CATARINA - FEPASC 
ADV.(A/S) :SACHA BRECKENFELD RECK 
ADV.(A/S) :DANIELLE WARDOSWKI CINTRA MARTINS 
INTDO.(A/S) :MUNICÍPIO DE CASCAVEL 
ADV.(A/S) :GENESIO FELIPE DE NATIVIDADE 
ADV.(A/S) :LUIZ ALBERTO GONÇALVES 
ADV.(A/S) :GUILHERME CYMBALISTA GONÇALVES 
ADV.(A/S) :MARIELLE MAZALOTTI NEJM TOSTA 
INTDO.(A/S) :CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAVEL 
ADV.(A/S) :PASCOAL MUZELI NETO 
RELATÓRIO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): 
Estado do Paraná interpõe tempestivo agravo regimental (29/5/17) 
contra decisão em que dei parcial provimento ao recurso extraordinário 
para declarar a inconstitucionalidade tão somente da Lei nº 4.166/2005 do 
Município de Cascavel/PR. Eis o teor da referida decisão:
“Vistos.
A Federação das Empresas de Transporte de Passageiros 
dos Estados do Paraná e Santa Catarina - FEPASC interpõe 
recurso extraordinário, com fundamento na alínea ‘a’ do 
permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça 
do Estado do Paraná, que julgou improcedente o pedido de 
representação de inconstitucionalidade ajuizada contra as Leis 
nº 3.211/2001 e nº 4.166/2005 do Município de Cascavel/PR. A 
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 16
Relatório
ARE 929591 AGR / PR 
ementa do acórdão é a seguinte:
 
‘AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
PROPOSTA PELA FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE 
TRANSPORTE DE PASSAGEIROS DOS ESTADOS DO 
PARANÁ E SANTA CATARINA – FEPASC – OBJETO 
LEIS MUNICIPAIS N.º 3.211/2001 E Nº 4.166/2005 QUE 
CONCEDEM GRATUIDADE NO TRANPORTE 
COLETIVO URBANO DE CASCAVEL ÀS PESSOAS COM 
IDADE SUPERIOR A 60 ANOS – SERVIÇO PÚBLICO – 
MATÉRIA NÃO RESTRITA À INICIATIVA PRIVATIVA 
DO PREFEITO. EVENTUAL DESEQUILÍBRIO NO 
CONTRATO DE CONCESSÃO DEVE SER 
RECOMPOSTO NAS VIAS ORDINÁRIAS - NÃO 
OCORRÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA 
SEPARAÇÃO DOS PODERES. 
CONSTITUCIONALIDADE DAS NORMAS – PEDIDO 
IMPROCEDENTE’ (fl. 509).
Opostos embargos de declaração (fls. 526/534), foram 
rejeitados (fls. 540/547).
A recorrente alega ofensa aos artigos 2º, 61, § 1º, inc. II, ‘b’, 
e 84, VI, ‘a’, da Constituição Federal. Nesse sentido, sustenta 
que a Lei municipal nº 4.166/2005, oriunda de projeto de lei de 
iniciativa do poder legislativo, versa sobre prestação de serviço 
público, matéria de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. 
Sustenta, outrossim, violação do artigo 37, inc. XXI, da CF/88, 
sob a alegação de que o benefício tarifário criado pelas leis 
questionadas ‘alterou fatores que compõem a arrecadação 
tarifária (diminuindo a quantidade de passageiros pagantes), o 
que, por seguinte, afetará a remuneração das concessionárias, 
atitude essa que viola frontalmente o princípio constitucional 
do equilíbrio econômico-financeiro’ (fl. 585). Aduz também 
ofensa aos artigos 22, inc. XXVII, e 30, da Constituição Federal, 
ao argumento de que as leis municipais reputadas 
constitucionais pelo Tribunal de Justiça contrariam os artigos 9º, 
2 
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Supremo Tribunal Federal
ARE 929591 AGR / PR 
ementa do acórdão é a seguinte:
 
‘AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 
PROPOSTA PELA FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE 
TRANSPORTE DE PASSAGEIROS DOS ESTADOS DO 
PARANÁ E SANTA CATARINA – FEPASC – OBJETO 
LEIS MUNICIPAIS N.º 3.211/2001 E Nº 4.166/2005 QUE 
CONCEDEM GRATUIDADE NO TRANPORTE 
COLETIVO URBANO DE CASCAVEL ÀS PESSOAS COM 
IDADE SUPERIOR A 60 ANOS – SERVIÇO PÚBLICO – 
MATÉRIA NÃO RESTRITA À INICIATIVA PRIVATIVA 
DO PREFEITO. EVENTUAL DESEQUILÍBRIO NO 
CONTRATO DE CONCESSÃO DEVE SER 
RECOMPOSTO NAS VIAS ORDINÁRIAS - NÃO 
OCORRÊNCIA DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA 
SEPARAÇÃO DOS PODERES. 
CONSTITUCIONALIDADE DAS NORMAS – PEDIDO 
IMPROCEDENTE’ (fl. 509).
Opostos embargos de declaração (fls. 526/534), foram 
rejeitados (fls. 540/547).
A recorrente alega ofensa aos artigos 2º, 61, § 1º, inc. II, ‘b’, 
e 84, VI, ‘a’, da Constituição Federal. Nesse sentido, sustenta 
que a Lei municipal nº 4.166/2005, oriunda de projeto de lei de 
iniciativa do poder legislativo, versa sobre prestação de serviço 
público, matéria de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. 
Sustenta, outrossim, violação do artigo 37, inc. XXI, da CF/88, 
sob a alegação de que o benefício tarifário criado pelas leis 
questionadas ‘alterou fatores que compõem a arrecadação 
tarifária (diminuindo a quantidade de passageiros pagantes), o 
que, por seguinte, afetará a remuneração das concessionárias, 
atitude essa que viola frontalmente o princípio constitucional 
do equilíbrio econômico-financeiro’ (fl. 585). Aduz também 
ofensa aos artigos 22, inc. XXVII, e 30, da Constituição Federal, 
ao argumento de que as leis municipais reputadas 
constitucionais pelo Tribunal de Justiça contrariam os artigos 9º, 
2 
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 16
Relatório
ARE 929591 AGR / PR 
§ 4º, da Lei federal nº 8.987/95 e o art. 35, caput, da Lei federal 
nº 9.074/95, que estabelecem que nenhum benefício será criado 
ou majorado por lei que não apresente a respectiva fonte de 
custeio ou reveja a remuneração do concessionário. Por fim, 
aduz ofensa ao art. 195, § 5º, da Constituição Federal, visto que 
as leis questionadas teriam criado benefício de natureza 
assistencial sem a respectiva fonte de custeio.
O parecer da Procuradoria-Geral da República é pelo 
provimento do recurso extraordinário (fls. 747/772).
Decido.
O acórdão recorrido merece reforma tão somente no ponto 
em que julgou improcedente do pedido de declaração de 
inconstitucionalidade da Lei nº 4.166/2005 do Município de 
Cascavel/PR.
Com efeito, não obstante o nobre escopo da referida 
norma, de estender, aos idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta 
e cinco) anos, independentemente do horário, a gratuidade nos 
transportes coletivos urbanos, prevista no art. 230, § 2º, da 
Constituição Federal, nota-se que o diploma em referência, 
originado de projeto de iniciativa do poder legislativo, acaba 
por incidir em matéria sujeita à reserva de administração, por 
ser atinente aos contratos administrativos celebrados com as 
concessionárias de serviço de transporte coletivo urbano 
municipal (art. 30, inc. V, da Constituição Federal). 
Em mais de uma ocasião, este Supremo Tribunal Federal 
declarou a inconstitucionalidade de leis de iniciativa do poder 
legislativo que previam determinado benefício tarifário no 
acesso a serviço público concedido. Nestes casos, a Corte 
entendeu haver interferência indevida na gestão do contrato 
administrativo de concessão, matéria esta reservada ao Poder 
Executivo, restando evidenciada ofensa ao princípio da 
separação dos poderes. Nesse sentido, o seguinte julgado:
‘AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 
LEI N. 7.304/02 DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. 
EXCLUSÃO DAS MOTOCICLETAS DA RELAÇÃO DE 
3 
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documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 13924077.
Supremo Tribunal Federal
ARE 929591 AGR / PR 
§ 4º, da Lei federal nº 8.987/95 e o art. 35, caput, da Lei federal 
nº 9.074/95, que estabelecem que nenhum benefício será criado 
ou majorado por lei que não apresente a respectiva fonte de 
custeio ou reveja a remuneração do concessionário. Por fim, 
aduz ofensa ao art. 195, § 5º, da Constituição Federal, visto que 
as leis questionadas teriam criado benefício de natureza 
assistencial sem a respectiva fonte de custeio.
O parecer da Procuradoria-Geral da República é pelo 
provimento do recurso extraordinário (fls. 747/772).
Decido.
O acórdão recorrido merece reforma tão somente no ponto 
em que julgou improcedente do pedido de declaração de 
inconstitucionalidade da Lei nº 4.166/2005 do Município de 
Cascavel/PR.
Com efeito, não obstante o nobre escopo da referida 
norma, de estender, aos idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta 
e cinco) anos, independentemente do horário, a gratuidade nos 
transportes coletivos urbanos, prevista no art. 230, § 2º, da 
Constituição Federal, nota-se que o diploma em referência, 
originado de projeto de iniciativa do poder legislativo, acaba 
por incidir em matéria sujeita à reserva de administração, por 
ser atinente aos contratos administrativos celebrados com as 
concessionárias de serviço de transporte coletivo urbanomunicipal (art. 30, inc. V, da Constituição Federal). 
Em mais de uma ocasião, este Supremo Tribunal Federal 
declarou a inconstitucionalidade de leis de iniciativa do poder 
legislativo que previam determinado benefício tarifário no 
acesso a serviço público concedido. Nestes casos, a Corte 
entendeu haver interferência indevida na gestão do contrato 
administrativo de concessão, matéria esta reservada ao Poder 
Executivo, restando evidenciada ofensa ao princípio da 
separação dos poderes. Nesse sentido, o seguinte julgado:
‘AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 
LEI N. 7.304/02 DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. 
EXCLUSÃO DAS MOTOCICLETAS DA RELAÇÃO DE 
3 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 13924077.
Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 16
Relatório
ARE 929591 AGR / PR 
VEÍCULOS SUJEITOS AO PAGAMENTO DE PEDÁGIO. 
CONCESSÃO DE DESCONTO, AOS ESTUDANTES, DE 
CINQUENTA POR CENTO SOBRE O VALOR DO 
PEDÁGIO. LEI DE INICIATIVA PARLAMENTAR. 
EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DOS 
CONTRATROS CELEBRADOS PELA ADMINISTRAÇÃO. 
VIOLAÇÃO. PRINCÍPIO DA HARMONIA ENTRE OS 
PODERES. AFRONTA. 1. A lei estadual afeta o equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato de concessão de obra 
pública, celebrado pela Administração capixaba, ao 
conceder descontos e isenções sem qualquer forma de 
compensação. 2. Afronta evidente ao princípio da 
harmonia entre os poderes, harmonia e não separação, na 
medida em que o Poder Legislativo pretende substituir o 
Executivo na gestão dos contratos administrativos 
celebrados. 3. Pedido de declaração de 
inconstitucionalidade julgado procedente’ (ADI 2733, 
Relator o Ministro Eros Grau, Tribunal Pleno, DJ de 
3/2/06).
No mesmo sentido:
‘AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 
LEI Nº 3.449/04 DO DISTRITO FEDERAL. PROIBIÇÃO 
DE COBRANÇA DE ASSINATURA BÁSICA NOS 
SERVIÇOS DE ÁGUA, LUZ, GÁS, TV A CABO E 
TELEFONIA. INCONSTITUCIONALIDADE. 
COMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA LEGISLAR E 
PRESTAR OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE 
TELECOMUNICAÇÕES E ENERGIA ELÉTRICA (CF, 
ART. 21, XI E XII, ‘b’, E 22, IV). FIXAÇÃO DA POLÍTICA 
TARIFÁRIA COMO PRERROGATIVA INERENTE À 
TITULARIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO (CF, ART. 175, 
PARÁGRAFO ÚNICO, III). AFASTAMENTO DA 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE DO ESTADO-
MEMBRO PARA LEGISLAR SOBRE CONSUMO (CF, 
4 
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Supremo Tribunal Federal
ARE 929591 AGR / PR 
VEÍCULOS SUJEITOS AO PAGAMENTO DE PEDÁGIO. 
CONCESSÃO DE DESCONTO, AOS ESTUDANTES, DE 
CINQUENTA POR CENTO SOBRE O VALOR DO 
PEDÁGIO. LEI DE INICIATIVA PARLAMENTAR. 
EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO DOS 
CONTRATROS CELEBRADOS PELA ADMINISTRAÇÃO. 
VIOLAÇÃO. PRINCÍPIO DA HARMONIA ENTRE OS 
PODERES. AFRONTA. 1. A lei estadual afeta o equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato de concessão de obra 
pública, celebrado pela Administração capixaba, ao 
conceder descontos e isenções sem qualquer forma de 
compensação. 2. Afronta evidente ao princípio da 
harmonia entre os poderes, harmonia e não separação, na 
medida em que o Poder Legislativo pretende substituir o 
Executivo na gestão dos contratos administrativos 
celebrados. 3. Pedido de declaração de 
inconstitucionalidade julgado procedente’ (ADI 2733, 
Relator o Ministro Eros Grau, Tribunal Pleno, DJ de 
3/2/06).
No mesmo sentido:
‘AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 
LEI Nº 3.449/04 DO DISTRITO FEDERAL. PROIBIÇÃO 
DE COBRANÇA DE ASSINATURA BÁSICA NOS 
SERVIÇOS DE ÁGUA, LUZ, GÁS, TV A CABO E 
TELEFONIA. INCONSTITUCIONALIDADE. 
COMPETÊNCIA DA UNIÃO PARA LEGISLAR E 
PRESTAR OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE 
TELECOMUNICAÇÕES E ENERGIA ELÉTRICA (CF, 
ART. 21, XI E XII, ‘b’, E 22, IV). FIXAÇÃO DA POLÍTICA 
TARIFÁRIA COMO PRERROGATIVA INERENTE À 
TITULARIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO (CF, ART. 175, 
PARÁGRAFO ÚNICO, III). AFASTAMENTO DA 
COMPETÊNCIA CONCORRENTE DO ESTADO-
MEMBRO PARA LEGISLAR SOBRE CONSUMO (CF, 
4 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 16
Relatório
ARE 929591 AGR / PR 
ART. 24, V E VII). USUÁRIO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
CUJO REGIME GUARDA DISTINÇÃO COM A FIGURA 
DO CONSUMIDOR (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, 
II). PRECEDENTES. SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE 
ÁGUA E GÁS. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE 
PODERES. RESERVA DE ADMINISTRAÇÃO (CF, ART. 
2º). PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. (…) 4. Ofende a 
denominada reserva de administração, decorrência do 
conteúdo nuclear do princípio da Separação de Poderes 
(CF, art. 2º), a proibição de cobrança de tarifa de 
assinatura básica no que concerne aos serviços de água e 
gás, em grande medida submetidos também à incidência 
de leis federais (CF, art. 22, IV), mormente quando 
constante de ato normativo emanado do Poder 
Legislativo fruto de iniciativa parlamentar, porquanto 
supressora da margem de apreciação do Chefe do Poder 
Executivo Distrital na condução da Administração 
Pública, no que se inclui a formulação da política 
pública remuneratória do serviço público. 5. Ação Direta 
de Inconstitucionalidade julgada procedente’ (ADI 3343, 
Relator o Ministro Ayres Britto, Relator p/ Acórdão o 
Ministro Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe de 22/11/11, grifo 
nosso).
Na mesma linha, as seguintes decisões monocráticas, da 
minha relatoria: RE 492.125, DJe de 6/4/11, em que mantido 
acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo no qual fora 
declarada a inconstitucionalidade de lei que, tal como o 
diploma em questão, previa a gratuidade do transporte coletivo 
urbano às pessoas maiores de 60 (sessenta) anos; RE 472.025, 
DJe de 24/6/10, na qual mantive acórdão também do TJ/SP que 
declarara a inconstitucionalidade de lei municipal que instituía 
em favor das gestantes passe livre no uso do transporte coletivo 
urbano. 
No que tange à Lei municipal nº 3.211/2001 – alterada pela 
Lei municipal nº 4.166/2005 e que concedia a gratuidade no 
5 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
ARE 929591 AGR / PR 
ART. 24, V E VII). USUÁRIO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
CUJO REGIME GUARDA DISTINÇÃO COM A FIGURA 
DO CONSUMIDOR (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, 
II). PRECEDENTES. SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE 
ÁGUA E GÁS. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE 
PODERES. RESERVA DE ADMINISTRAÇÃO (CF, ART. 
2º). PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. (…) 4. Ofende a 
denominada reserva de administração, decorrência do 
conteúdo nuclear do princípio da Separação de Poderes 
(CF, art. 2º), a proibição de cobrança de tarifa de 
assinatura básica no que concerne aos serviços de água e 
gás, em grande medida submetidos também à incidência 
de leis federais (CF, art. 22, IV), mormente quando 
constante de ato normativo emanado do Poder 
Legislativo fruto de iniciativa parlamentar, porquanto 
supressora da margem de apreciação do Chefe do Poder 
Executivo Distrital na condução da Administração 
Pública, no que se inclui a formulaçãoda política 
pública remuneratória do serviço público. 5. Ação Direta 
de Inconstitucionalidade julgada procedente’ (ADI 3343, 
Relator o Ministro Ayres Britto, Relator p/ Acórdão o 
Ministro Luiz Fux, Tribunal Pleno, DJe de 22/11/11, grifo 
nosso).
Na mesma linha, as seguintes decisões monocráticas, da 
minha relatoria: RE 492.125, DJe de 6/4/11, em que mantido 
acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo no qual fora 
declarada a inconstitucionalidade de lei que, tal como o 
diploma em questão, previa a gratuidade do transporte coletivo 
urbano às pessoas maiores de 60 (sessenta) anos; RE 472.025, 
DJe de 24/6/10, na qual mantive acórdão também do TJ/SP que 
declarara a inconstitucionalidade de lei municipal que instituía 
em favor das gestantes passe livre no uso do transporte coletivo 
urbano. 
No que tange à Lei municipal nº 3.211/2001 – alterada pela 
Lei municipal nº 4.166/2005 e que concedia a gratuidade no 
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Relatório
ARE 929591 AGR / PR 
transporte coletivo aos maiores de 60 (sessenta) anos apenas em 
determinados horários – o acórdão recorrido não merece 
qualquer reparo.
Isso porque, conforme se depreende do relato constante 
da petição inicial da representação de inconstitucionalidade, a 
qual foi ajuizada, pela federação ora recorrente, a Lei municipal 
nº 3.211/2001 é oriunda de projeto de lei de iniciativa do Chefe 
do Poder Executivo municipal, não havendo que se falar, 
nesse caso, em invasão de matéria reservada à Administração 
Pública. 
No que tange à alegação de ofensa ao princípio 
constitucional do equilíbrio econômico-financeiro, cumpre 
rememorar a decisão desta Corte na ADI nº 3.768 (Rel. Min. 
Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, Dje de 26/10/07). A Associação 
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos alegava que a 
aplicação do benefício de gratuidade no transporte público 
coletivo conferido ao idoso pelo art. 39 da Lei nº 10.741/2003 
(Estatuto do Idoso) – norma que, inclusive, fundamenta as leis 
municipais ora examinadas – deveria ser precedida de 
legislação acerca da forma de compensação das perdas 
financeiras decorrentes dessa política. Sustentava-se que, 
enquanto não editada a referida legislação, a norma do estatuto 
seria inconstitucional.
Na assentada, a Corte afirmou, em síntese, que a garantia 
do art. 39 do Estatuto do Idoso decorre diretamente do art. 230, 
§ 2º, da Constituição Federal, o qual tem aplicabilidade 
imediata. Outrossim, a possibilidade de ruptura do equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato não é questão que se resolve 
com a declaração de inconstitucionalidade da norma 
garantidora. Eventual ruptura desse equilíbrio é circunstância a 
ser aferida concretamente e resolvida caso a caso, por meio dos 
necessários ajustes entre poder concedente e concessionária. A 
relatora, Ministra Cármen Lúcia, enfrentou a questão nos 
seguintes termos:
‘12. Imprópria juridicamente é a assertiva de que 
6 
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ARE 929591 AGR / PR 
transporte coletivo aos maiores de 60 (sessenta) anos apenas em 
determinados horários – o acórdão recorrido não merece 
qualquer reparo.
Isso porque, conforme se depreende do relato constante 
da petição inicial da representação de inconstitucionalidade, a 
qual foi ajuizada, pela federação ora recorrente, a Lei municipal 
nº 3.211/2001 é oriunda de projeto de lei de iniciativa do Chefe 
do Poder Executivo municipal, não havendo que se falar, 
nesse caso, em invasão de matéria reservada à Administração 
Pública. 
No que tange à alegação de ofensa ao princípio 
constitucional do equilíbrio econômico-financeiro, cumpre 
rememorar a decisão desta Corte na ADI nº 3.768 (Rel. Min. 
Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, Dje de 26/10/07). A Associação 
Nacional das Empresas de Transportes Urbanos alegava que a 
aplicação do benefício de gratuidade no transporte público 
coletivo conferido ao idoso pelo art. 39 da Lei nº 10.741/2003 
(Estatuto do Idoso) – norma que, inclusive, fundamenta as leis 
municipais ora examinadas – deveria ser precedida de 
legislação acerca da forma de compensação das perdas 
financeiras decorrentes dessa política. Sustentava-se que, 
enquanto não editada a referida legislação, a norma do estatuto 
seria inconstitucional.
Na assentada, a Corte afirmou, em síntese, que a garantia 
do art. 39 do Estatuto do Idoso decorre diretamente do art. 230, 
§ 2º, da Constituição Federal, o qual tem aplicabilidade 
imediata. Outrossim, a possibilidade de ruptura do equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato não é questão que se resolve 
com a declaração de inconstitucionalidade da norma 
garantidora. Eventual ruptura desse equilíbrio é circunstância a 
ser aferida concretamente e resolvida caso a caso, por meio dos 
necessários ajustes entre poder concedente e concessionária. A 
relatora, Ministra Cármen Lúcia, enfrentou a questão nos 
seguintes termos:
‘12. Imprópria juridicamente é a assertiva de que 
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Relatório
ARE 929591 AGR / PR 
não se poderia exercer aquele direito constitucional do 
idoso antes que se fixasse, contratualmente (entre o ente 
delegante e a empresa delegada), a forma de assunção 
dos ônus financeiros pelo ente público. 
Ao reconhecimento de que o Estado pode alterar, 
unilateralmente, as condições fixadas para os contratos de 
concessão e permissão, tem-se, de um lado, que o 
particular tem a garantia da preservação do equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato e, de outro, que as 
normas constitucionais devem ser cumpridas.
Compete ao contratado particular comprovar 
perante o ente contratante a ruptura do equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato, em quanto, como e 
porque para que seja refeito se for o caso e segundo dados 
específicos.
A constitucionalidade da garantia não ficará 
comprometida, em qualquer caso, pois o idoso tem, 
estampado na Constituição, o direito ao transporte 
coletivo urbano gratuito. Quem assume o ônus financeiro 
não é questão que se resolve pela inconstitucionalidade da 
norma que repete o quanto constitucionalmente garantido.
Isso bastaria para aniquilar o argumento da Autora, 
segundo o qual a exigência de cumprimento do direito 
dos idosos à gratuidade dos transportes estaria a romper 
com o equilíbrio econômico-financeiro. 
A argumentação da Autora, nesse ponto, há de ser 
tido como perverso. Os idosos não são em número 
suficiente para aniquilar os ganhos dos empresários. 
De outra parte, não há direito adquirido a se 
contrapor a direitos previstos constitucionalmente, como 
os que se referem aos idosos. Logo, mesmo nos contratos 
de concessão ou permissão assinados antes da 
promulgação da Constituição, em respeito à garantia de 
equilíbrio, o máximo que poderiam requerer os delegados 
dos serviços de transporte municipal e intermunicipal 
seria da alteração dos contratos para cobrir-se, 
7 
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não se poderia exercer aquele direito constitucional do 
idoso antes que se fixasse, contratualmente (entre o ente 
delegante e a empresa delegada), a forma de assunção 
dos ônus financeiros pelo ente público. 
Ao reconhecimento de que o Estado pode alterar, 
unilateralmente, as condições fixadas para os contratos de 
concessão e permissão, tem-se, de um lado, que o 
particular tem a garantia da preservação do equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato e, de outro, que as 
normas constitucionais devem ser cumpridas.
Compete ao contratado particular comprovar 
perante o ente contratante a ruptura do equilíbrio 
econômico-financeiro do contrato, em quanto, como e 
porque para que seja refeito se for o caso e segundo dados 
específicos.
A constitucionalidade da garantia não ficará 
comprometida, em qualquer caso, pois o idoso tem, 
estampado na Constituição, o direito ao transporte 
coletivo urbano gratuito. Quem assume o ônus financeiro 
não é questão que se resolve pela inconstitucionalidade da 
norma que repete o quanto constitucionalmente garantido.
Isso bastaria para aniquilar o argumento da Autora, 
segundo o qual a exigência de cumprimento do direito 
dos idosos à gratuidade dos transportes estaria a romper 
com o equilíbrio econômico-financeiro. 
A argumentação da Autora, nesse ponto, há de ser 
tido como perverso. Os idosos não são em número 
suficiente para aniquilar os ganhos dos empresários. 
De outra parte, não há direito adquirido a se 
contrapor a direitos previstos constitucionalmente, como 
os que se referem aos idosos. Logo, mesmo nos contratos 
de concessão ou permissão assinados antes da 
promulgação da Constituição, em respeito à garantia de 
equilíbrio, o máximo que poderiam requerer os delegados 
dos serviços de transporte municipal e intermunicipal 
seria da alteração dos contratos para cobrir-se, 
7 
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ARE 929591 AGR / PR 
financeiramente, com os ônus comprovados em planilha 
sobre o uso dos transportes delegados pelos idosos. 
Teriam, para tanto, de provar quantos e em que condições 
aqueles serviços onerariam os seus contratos.
De novo, a espécie não estaria a contemplar 
inconstitucionalidade do art. 39 da Lei n. 10.741/2003, 
senão que a forma de implementar o quanto nela posto.
Ademais, após a promulgação da Constituição da 
República, todos os concessionários e permissionários 
estão submetidos às suas normas, não podendo, desde 
então, alegar que não sabiam do direito dos idosos ao 
transporte coletivo gratuito. 
Mais ainda, os custos advindos da gratuidade 
fazem parte de estudos de viabilidade do negócio 
assumido pelo particular e estão incluídos entre os 
custos do serviço, os quais são tidos, como ponderado 
pelo Advogado-Geral da União, ‘como fator importante 
na fixação da política tarifária, os aspectos econômicos 
atinentes à efetivação de tal direito.’ (fl. 158)
Conforme lembrado no Parecer do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ‘qualquer 
cidadão sabe que, independentemente da quantidade de 
pessoas que utilizam o transporte público, ele deverá ser 
prestado em horários pré-determinados pela 
Administração. O custo desta operacionalização é estável. 
O que se quer demonstrar é que a empresa não tem um 
custo maior por estar transportando pessoas idosas. O 
transporte encontra-se ali, disponível, com o custo já 
estabelecido’.
Logo, a compensação pela gratuidade de transporte 
coletivo urbano aos idosos, pleiteada pela Autora, que 
não encontra previsão na Constituição da República, só é 
admitida quando ficar provado que houve ‘(...) prejuízo 
real para as empresas de transporte público em regime 
de concessão ou permissão, um desequilíbrio 
extraordinário e inesperado.’ (fl. 142)’ (fls. 6-7 do voto, 
8 
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financeiramente, com os ônus comprovados em planilha 
sobre o uso dos transportes delegados pelos idosos. 
Teriam, para tanto, de provar quantos e em que condições 
aqueles serviços onerariam os seus contratos.
De novo, a espécie não estaria a contemplar 
inconstitucionalidade do art. 39 da Lei n. 10.741/2003, 
senão que a forma de implementar o quanto nela posto.
Ademais, após a promulgação da Constituição da 
República, todos os concessionários e permissionários 
estão submetidos às suas normas, não podendo, desde 
então, alegar que não sabiam do direito dos idosos ao 
transporte coletivo gratuito. 
Mais ainda, os custos advindos da gratuidade 
fazem parte de estudos de viabilidade do negócio 
assumido pelo particular e estão incluídos entre os 
custos do serviço, os quais são tidos, como ponderado 
pelo Advogado-Geral da União, ‘como fator importante 
na fixação da política tarifária, os aspectos econômicos 
atinentes à efetivação de tal direito.’ (fl. 158)
Conforme lembrado no Parecer do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, ‘qualquer 
cidadão sabe que, independentemente da quantidade de 
pessoas que utilizam o transporte público, ele deverá ser 
prestado em horários pré-determinados pela 
Administração. O custo desta operacionalização é estável. 
O que se quer demonstrar é que a empresa não tem um 
custo maior por estar transportando pessoas idosas. O 
transporte encontra-se ali, disponível, com o custo já 
estabelecido’.
Logo, a compensação pela gratuidade de transporte 
coletivo urbano aos idosos, pleiteada pela Autora, que 
não encontra previsão na Constituição da República, só é 
admitida quando ficar provado que houve ‘(...) prejuízo 
real para as empresas de transporte público em regime 
de concessão ou permissão, um desequilíbrio 
extraordinário e inesperado.’ (fl. 142)’ (fls. 6-7 do voto, 
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ARE 929591 AGR / PR 
grifo nosso). 
Portanto, no ponto em que declarou a constitucionalidade 
da Lei municipal nº 3.211/2001, o acórdão recorrido não 
divergiu da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso para 
declarar a inconstitucionalidade tão somente da Lei nº 
4.166/2005 do Município de Cascavel/PR.”
Sustenta o agravante, in verbis, que
“[e]ventual invasão de competência do Poder Executivo a 
macular formalmente a lei inquinada só existiria se o 
Legislativo desse início a processo legislativo sobre matéria de 
iniciativa reservada ao Executivo, o que não é o caso, já que a 
matéria de transportes ou serviços públicos não se trata 
daquelas reservadas à iniciativa de lei privativa do Poder 
Executivo.
É dizer que a introdução da gratuidadeno que toca à 
tarifa no transporte público não se insere no contexto da 
‘organização e funcionamento da administração municipal’, 
nem mesmo pode ser visto como primordialmente atinente aos 
contratos administrativos celebrados com as concessionárias de 
serviço de transporte coletivo urbano municipal.
A Constituição Estadual não reserva a iniciativa de lei 
sobre transporte público, serviço público, ou sobre a 
suplementação à legislação federal atinente à garantia do idoso. 
E a Constituição da República também não trata o tema de 
forma diversa. (…) 
(…) 
Nesse diapasão, a Constituição Federal resguardou a 
competência privativa quanto à regulamentação do serviço 
público ao Presidente da República apenas em caráter 
excepcional quando se referir aos territórios (art. 61, §1°, inciso 
II, alínea b)”.
9 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
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grifo nosso). 
Portanto, no ponto em que declarou a constitucionalidade 
da Lei municipal nº 3.211/2001, o acórdão recorrido não 
divergiu da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.
Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso para 
declarar a inconstitucionalidade tão somente da Lei nº 
4.166/2005 do Município de Cascavel/PR.”
Sustenta o agravante, in verbis, que
“[e]ventual invasão de competência do Poder Executivo a 
macular formalmente a lei inquinada só existiria se o 
Legislativo desse início a processo legislativo sobre matéria de 
iniciativa reservada ao Executivo, o que não é o caso, já que a 
matéria de transportes ou serviços públicos não se trata 
daquelas reservadas à iniciativa de lei privativa do Poder 
Executivo.
É dizer que a introdução da gratuidade no que toca à 
tarifa no transporte público não se insere no contexto da 
‘organização e funcionamento da administração municipal’, 
nem mesmo pode ser visto como primordialmente atinente aos 
contratos administrativos celebrados com as concessionárias de 
serviço de transporte coletivo urbano municipal.
A Constituição Estadual não reserva a iniciativa de lei 
sobre transporte público, serviço público, ou sobre a 
suplementação à legislação federal atinente à garantia do idoso. 
E a Constituição da República também não trata o tema de 
forma diversa. (…) 
(…) 
Nesse diapasão, a Constituição Federal resguardou a 
competência privativa quanto à regulamentação do serviço 
público ao Presidente da República apenas em caráter 
excepcional quando se referir aos territórios (art. 61, §1°, inciso 
II, alínea b)”.
9 
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Relatório
ARE 929591 AGR / PR 
É o relatório.
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ARE 929591 AGR / PR 
É o relatório.
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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
06/10/2017 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 929.591 
PARANÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): 
A irresignação não prospera.
Conforme já consignado na decisão agravada, não obstante o nobre 
escopo da Lei nº 4.166/05 do Município de Cascavel/PR de estender aos 
idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, independentemente 
do horário, a gratuidade nos transportes coletivos urbanos esteja prevista 
no art. 230, § 2º, da Constituição Federal, nota-se que o diploma em 
referência, originado de projeto de iniciativa do poder legislativo, acaba 
por incidir em matéria sujeita à reserva de administração, por ser 
atinente aos contratos administrativos celebrados com as 
concessionárias de serviço de transporte coletivo urbano municipal (art. 
30, inciso V, da Constituição Federal). 
Em mais de uma ocasião, o Supremo Tribunal Federal declarou a 
inconstitucionalidade de leis de iniciativa do poder legislativo que 
previam determinado benefício tarifário no acesso a serviço público 
concedido. Nestes casos, a Corte entendeu haver interferência indevida 
na gestão do contrato administrativo de concessão, matéria reservada ao 
Poder Executivo, estando evidenciada a ofensa ao princípio da separação 
dos poderes. Sobre o tema, anote-se:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
N. 7.304/02 DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. EXCLUSÃO 
DAS MOTOCICLETAS DA RELAÇÃO DE VEÍCULOS 
SUJEITOS AO PAGAMENTO DE PEDÁGIO. CONCESSÃO 
DE DESCONTO, AOS ESTUDANTES, DE CINQUENTA 
POR CENTO SOBRE O VALOR DO PEDÁGIO. LEI DE 
INICIATIVA PARLAMENTAR. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO DOS CONTRATROS CELEBRADOS PELA 
ADMINISTRAÇÃO. VIOLAÇÃO. PRINCÍPIO DA 
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Supremo Tribunal Federal
06/10/2017 SEGUNDA TURMA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 929.591 
PARANÁ
VOTO
O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR): 
A irresignação não prospera.
Conforme já consignado na decisão agravada, não obstante o nobre 
escopo da Lei nº 4.166/05 do Município de Cascavel/PR de estender aos 
idosos entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta e cinco) anos, independentemente 
do horário, a gratuidade nos transportes coletivos urbanos esteja prevista 
no art. 230, § 2º, da Constituição Federal, nota-se que o diploma em 
referência, originado de projeto de iniciativa do poder legislativo, acaba 
por incidir em matéria sujeita à reserva de administração, por ser 
atinente aos contratos administrativos celebrados com as 
concessionárias de serviço de transporte coletivo urbano municipal (art. 
30, inciso V, da Constituição Federal). 
Em mais de uma ocasião, o Supremo Tribunal Federal declarou a 
inconstitucionalidade de leis de iniciativa do poder legislativo que 
previam determinado benefício tarifário no acesso a serviço público 
concedido. Nestes casos, a Corte entendeu haver interferência indevida 
na gestão do contrato administrativo de concessão, matéria reservada ao 
Poder Executivo, estando evidenciada a ofensa ao princípio da separação 
dos poderes. Sobre o tema, anote-se:
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
N. 7.304/02 DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. EXCLUSÃO 
DAS MOTOCICLETAS DA RELAÇÃO DE VEÍCULOS 
SUJEITOS AO PAGAMENTO DE PEDÁGIO. CONCESSÃO 
DE DESCONTO, AOS ESTUDANTES, DE CINQUENTA 
POR CENTO SOBRE O VALOR DO PEDÁGIO. LEI DE 
INICIATIVA PARLAMENTAR. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO DOS CONTRATROS CELEBRADOS PELA 
ADMINISTRAÇÃO. VIOLAÇÃO. PRINCÍPIO DA 
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 13 de 16
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
ARE 929591 AGR / PR 
HARMONIA ENTRE OS PODERES. AFRONTA. 1. A lei 
estadual afeta o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de 
concessão de obra pública, celebrado pela Administração 
capixaba, ao conceder descontos e isenções sem qualquer forma 
de compensação. 2. Afronta evidente ao princípio da harmonia 
entre os poderes, harmonia e não separação, na medida em que 
o Poder Legislativo pretende substituir o Executivo na gestão 
dos contratos administrativos celebrados. 3. Pedido de 
declaração de inconstitucionalidade julgado procedente” (ADI 
2733, Relator o Ministro Eros Grau, Tribunal Pleno, DJ de 
3/2/06). 
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
Nº 3.449/04 DO DISTRITO FEDERAL. PROIBIÇÃO DE 
COBRANÇA DE ASSINATURA BÁSICA NOS SERVIÇOS DE 
ÁGUA, LUZ, GÁS, TV A CABO E TELEFONIA. 
INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DA UNIÃO 
PARA LEGISLAR E PRESTAR OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE 
TELECOMUNICAÇÕES E ENERGIA ELÉTRICA (CF, ART. 21, 
XI E XII, b, E 22, IV). FIXAÇÃO DA POLÍTICA TARIFÁRIA 
COMO PRERROGATIVA INERENTE À TITULARIDADE DO 
SERVIÇO PÚBLICO (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, III). 
AFASTAMENTO DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE DO 
ESTADO-MEMBRO PARA LEGISLAR SOBRE CONSUMO (CF, 
ART. 24, V E VII). USUÁRIO DE SERVIÇOS PÚBLICOS CUJO 
REGIME GUARDA DISTINÇÃO COM A FIGURA DO 
CONSUMIDOR (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, II). 
PRECEDENTES. SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE ÁGUA 
E GÁS. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. 
RESERVA DE ADMINISTRAÇÃO (CF, ART. 2º). 
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. (…) 4. Ofende a denominada 
reserva de administração, decorrência do conteúdo nuclear do 
princípio da Separação de Poderes (CF, art. 2º), a proibição de 
cobrança de tarifa de assinatura básica no que concerne aos 
serviços de água e gás, em grande medida submetidos 
também à incidência de leis federais (CF, art. 22, IV), 
2 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 13924078.
Supremo Tribunal Federal
ARE 929591 AGR / PR 
HARMONIA ENTRE OS PODERES. AFRONTA. 1. A lei 
estadual afeta o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de 
concessão de obra pública, celebrado pela Administração 
capixaba, ao conceder descontos e isenções sem qualquer forma 
de compensação. 2. Afronta evidente ao princípio da harmonia 
entre os poderes, harmonia e não separação, na medida em que 
o Poder Legislativo pretende substituir o Executivo na gestão 
dos contratos administrativos celebrados. 3. Pedido de 
declaração de inconstitucionalidade julgado procedente” (ADI 
2733, Relator o Ministro Eros Grau, Tribunal Pleno, DJ de 
3/2/06). 
“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 
Nº 3.449/04 DO DISTRITO FEDERAL. PROIBIÇÃO DE 
COBRANÇA DE ASSINATURA BÁSICA NOS SERVIÇOS DE 
ÁGUA, LUZ, GÁS, TV A CABO E TELEFONIA. 
INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DA UNIÃO 
PARA LEGISLAR E PRESTAR OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE 
TELECOMUNICAÇÕES E ENERGIA ELÉTRICA (CF, ART. 21, 
XI E XII, b, E 22, IV). FIXAÇÃO DA POLÍTICA TARIFÁRIA 
COMO PRERROGATIVA INERENTE À TITULARIDADE DO 
SERVIÇO PÚBLICO (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, III). 
AFASTAMENTO DA COMPETÊNCIA CONCORRENTE DO 
ESTADO-MEMBRO PARA LEGISLAR SOBRE CONSUMO (CF, 
ART. 24, V E VII). USUÁRIO DE SERVIÇOS PÚBLICOS CUJO 
REGIME GUARDA DISTINÇÃO COM A FIGURA DO 
CONSUMIDOR (CF, ART. 175, PARÁGRAFO ÚNICO, II). 
PRECEDENTES. SERVIÇOS DE FORNECIMENTO DE ÁGUA 
E GÁS. PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. 
RESERVA DE ADMINISTRAÇÃO (CF, ART. 2º). 
PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. (…) 4. Ofende a denominada 
reserva de administração, decorrência do conteúdo nuclear do 
princípio da Separação de Poderes (CF, art. 2º), a proibição de 
cobrança de tarifa de assinatura básica no que concerne aos 
serviços de água e gás, em grande medida submetidos 
também à incidência de leis federais (CF, art. 22, IV), 
2 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Inteiro Teor do Acórdão - Página 14 de 16
Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
ARE 929591 AGR / PR 
mormente quando constante de ato normativo emanado do 
Poder Legislativo fruto de iniciativa parlamentar, porquanto 
supressora da margem de apreciação do Chefe do Poder 
Executivo Distrital na condução da Administração Pública, no 
que se inclui a formulação da política pública remuneratória 
do serviço público. 5. Ação Direta de Inconstitucionalidade 
julgada procedente” (ADI 3.343, Relator o Ministro Ayres 
Britto, Relator para o acórdão o Ministro Luiz Fux, Tribunal 
Pleno, DJe de 22/11/11, grifo nosso). 
Na mesma linha, as seguintes decisões monocráticas, da minha 
relatoria: i) RE 492.125, DJe de 6/4/11, em que mantido acórdão do 
Tribunal de Justiça de São Paulo no qual fora declarada a 
inconstitucionalidade de lei que, tal como o diploma em questão, previa a 
gratuidade do transporte coletivo urbano às pessoas maiores de 60 
(sessenta) anos; e ii) RE 472.025, DJe de 24/6/10, na qual mantive acórdão 
também do TJSP em que o Tribunal declarara a inconstitucionalidade de 
lei municipal que instituía, em favor das gestantes, passe livre no uso do 
transporte coletivo urbano. 
Ante o exposto, voto pelo não provimento do agravo regimental. 
3 
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Supremo Tribunal Federal
ARE 929591 AGR / PR 
mormente quando constante de ato normativo emanado do 
Poder Legislativo fruto de iniciativa parlamentar, porquanto 
supressora da margem de apreciação do Chefe do Poder 
Executivo Distrital na condução da Administração Pública, no 
que se inclui a formulação da política pública remuneratória 
do serviço público. 5. Ação Direta de Inconstitucionalidade 
julgada procedente” (ADI 3.343, Relator o Ministro Ayres 
Britto, Relator para o acórdão o Ministro Luiz Fux, Tribunal 
Pleno, DJe de 22/11/11, grifo nosso). 
Na mesma linha, as seguintes decisões monocráticas, da minha 
relatoria: i) RE 492.125, DJe de 6/4/11, em que mantido acórdão do 
Tribunal de Justiça de São Paulo no qual fora declarada a 
inconstitucionalidade de lei que, tal como o diploma em questão, previa a 
gratuidade do transporte coletivo urbano às pessoas maiores de 60 
(sessenta) anos; e ii) RE 472.025, DJe de 24/6/10, na qual mantive acórdão 
também do TJSP em que o Tribunal declarara a inconstitucionalidade de 
lei municipal que instituía, em favor das gestantes, passe livre no uso do 
transporte coletivo urbano. 
Ante o exposto, voto pelo não provimento do agravo regimental. 
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Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 13924078.
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Extrato de Ata - 06/10/2017
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 929.591
PROCED. : PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : ESTADO DO PARANÁ
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ
AGDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS 
DOS ESTADOS DO PARANÁ E SANTA CATARINA - FEPASCADV.(A/S) : SACHA BRECKENFELD RECK (38083/PR)
ADV.(A/S) : DANIELLE WARDOSWKI CINTRA MARTINS (57151/PR)
INTDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE CASCAVEL
ADV.(A/S) : GENESIO FELIPE DE NATIVIDADE (10747/PR)
ADV.(A/S) : LUIZ ALBERTO GONÇALVES (8146/PR)
ADV.(A/S) : GUILHERME CYMBALISTA GONÇALVES (0049229/PR)
ADV.(A/S) : MARIELLE MAZALOTTI NEJM TOSTA (44205/PR)
INTDO.(A/S) : CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAVEL
ADV.(A/S) : PASCOAL MUZELI NETO (32314/PR)
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo 
regimental, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, Sessão 
Virtual de 29.9 a 5.10.2017.
Composição: Ministros Edson Fachin (Presidente), Celso de 
Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. 
Disponibilizou processos para esta sessão o Ministro Alexandre 
de Moraes, não tendo participado do julgamento desses feitos o 
Ministro Edson Fachin por suceder, na Segunda Turma, o Ministro 
Teori Zavascki.
Ravena Siqueira
Secretária
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 13851847
Supremo Tribunal Federal
SEGUNDA TURMA
EXTRATO DE ATA
AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 929.591
PROCED. : PARANÁ
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : ESTADO DO PARANÁ
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ
AGDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS 
DOS ESTADOS DO PARANÁ E SANTA CATARINA - FEPASC
ADV.(A/S) : SACHA BRECKENFELD RECK (38083/PR)
ADV.(A/S) : DANIELLE WARDOSWKI CINTRA MARTINS (57151/PR)
INTDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE CASCAVEL
ADV.(A/S) : GENESIO FELIPE DE NATIVIDADE (10747/PR)
ADV.(A/S) : LUIZ ALBERTO GONÇALVES (8146/PR)
ADV.(A/S) : GUILHERME CYMBALISTA GONÇALVES (0049229/PR)
ADV.(A/S) : MARIELLE MAZALOTTI NEJM TOSTA (44205/PR)
INTDO.(A/S) : CÂMARA MUNICIPAL DE CASCAVEL
ADV.(A/S) : PASCOAL MUZELI NETO (32314/PR)
Decisão: A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo 
regimental, nos termos do voto do Relator. 2ª Turma, Sessão 
Virtual de 29.9 a 5.10.2017.
Composição: Ministros Edson Fachin (Presidente), Celso de 
Mello, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. 
Disponibilizou processos para esta sessão o Ministro Alexandre 
de Moraes, não tendo participado do julgamento desses feitos o 
Ministro Edson Fachin por suceder, na Segunda Turma, o Ministro 
Teori Zavascki.
Ravena Siqueira
Secretária
Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 13851847
Inteiro Teor do Acórdão - Página 16 de 16
	Ementa e Acórdão
	Relatório
	Voto - MIN. DIAS TOFFOLI
	Extrato de Ata - 06/10/2017

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