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Jurisprudência STF e STJ 2020 - Ciclos

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1 
 
 
2 
 
Sumário 
 
1 – CONSTITUCIONAL .................................................................................................................................... 8 
• ADVOCACIA PÚBLICA ................................................................................................................. 8 
• DEFENSORIA PÚBLICA .............................................................................................................. 10 
• PODER JUDICIÁRIO ................................................................................................................... 11 
• CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE .................................................................................. 12 
• COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS ................................................................................................ 15 
• DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................................................................ 19 
• MINISTÉRIO PÚBLICO ............................................................................................................... 24 
• PODER LEGISLATIVO ................................................................................................................. 26 
• PROCESSO LEGISLATIVO ........................................................................................................... 26 
• TRIBUNAL DE CONTAS .............................................................................................................. 27 
• ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ..................................................................................................... 28 
• DIVERSOS .................................................................................................................................. 29 
2- ADMINISTRATIVO .................................................................................................................................... 31 
• PRINCÍPIOS ................................................................................................................................ 31 
• ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA ........................................................................................... 34 
• BENS PÚBLICOS ......................................................................................................................... 38 
• RESPONSABILIDADE CIVIL ........................................................................................................ 39 
• ATOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................... 40 
• INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ........................................................................ 40 
• LICITAÇÃO ................................................................................................................................. 41 
• CONCURSO PÚBLICO ................................................................................................................ 42 
• PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ............................................................................. 44 
• SERVIDORES PÚBLICOS ............................................................................................................. 45 
• IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................................................ 49 
• PODERES ADMINISTRATIVOS ................................................................................................... 49 
3 
 
• CONTRATOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................................. 50 
• SERVIÇOS PÚBLICOS ................................................................................................................. 51 
• DIVERSOS .................................................................................................................................. 51 
3- PENAL ...................................................................................................................................................... 52 
• PRINCÍPIOS ................................................................................................................................ 53 
• DOSIMETRIA DA PENA .............................................................................................................. 54 
• EFEITOS DA CONDENAÇÃO ...................................................................................................... 55 
• PRESCRIÇÃO .............................................................................................................................. 55 
• CRIMES CONTRA A PESSOA ...................................................................................................... 56 
• CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO ............................................................................................ 56 
• CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL .................................................................................. 58 
• CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA ................................................................................................ 59 
• CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................... 60 
• CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ............................................................ 61 
• CRIMES CONTRA A HONRA ...................................................................................................... 61 
• CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA ................................................................................. 62 
• LEI MARIA DA PENHA ............................................................................................................... 64 
• ECA ............................................................................................................................................ 64 
• ESTATUTO DO DESARMAMENTO ............................................................................................. 65 
• CRIMES AMBIENTAIS ................................................................................................................ 65 
• LEI DE DROGAS ......................................................................................................................... 66 
• CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO.......................................................................................... 68 
• DIVERSOS .................................................................................................................................. 69 
4 – PROCESSO PENAL ................................................................................................................................... 72 
• INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ........................................................................................................ 72 
• AÇÃO PENAL ............................................................................................................................. 74 
• COMPETÊNCIA .......................................................................................................................... 75 
4 
 
• PRISÃO E LIBERDADE ................................................................................................................ 77 
• PROCEDIMENTO ....................................................................................................................... 81 
• PROVAS ..................................................................................................................................... 81 
• INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA .................................................................................................. 83 
• TRIBUNAL DO JÚRI .................................................................................................................... 84 
• NULIDADES ...............................................................................................................................85 
• SENTENÇAS E OUTRAS DECISÕES ............................................................................................. 87 
• RECURSOS ................................................................................................................................. 87 
• HABEAS CORPUS E REVISÃO CRIMINAL ................................................................................... 88 
• EXECUÇÃO PENAL ..................................................................................................................... 89 
• DIVERSOS .................................................................................................................................. 91 
5 – CIVIL ...................................................................................................................................................... 95 
• DIREITOS DA PERSONALIDADE ................................................................................................ 95 
• PESSOAS JURÍDICAS .................................................................................................................. 97 
• BEM DE FAMÍLIA ....................................................................................................................... 97 
• OBRIGAÇÕES ............................................................................................................................. 98 
• RESPONSABILIDADE CIVIL ........................................................................................................ 98 
• CONTRATOS ............................................................................................................................ 100 
• ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA ................................................................................ 103 
• CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL ............................................................................................. 104 
• PARENTESCO ........................................................................................................................... 104 
• ALIMENTOS ............................................................................................................................. 105 
• SUCESSÕES .............................................................................................................................. 108 
• DIREITOS REAIS ....................................................................................................................... 110 
6 – PROCESSO CIVIL ................................................................................................................................... 112 
• COMPETÊNCIA ........................................................................................................................ 112 
• PROCEDIMENTO ..................................................................................................................... 113 
5 
 
• PROVAS ................................................................................................................................... 113 
• JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA .......................................................................................... 114 
• AÇÃO RESCISÓRIA ................................................................................................................... 114 
• RECURSOS ............................................................................................................................... 116 
• EXECUÇÃO ............................................................................................................................... 120 
• EXECUÇÃO FISCAL ................................................................................................................... 127 
• MANDADO DE SEGURANÇA ................................................................................................... 128 
• PROCESSO COLETIVO .............................................................................................................. 128 
• PROCEDIMENTOS ESPECIAIS .................................................................................................. 129 
• DIVERSOS ................................................................................................................................ 129 
7 – TRIBUTÁRIO ......................................................................................................................................... 130 
• IMUNIDADE ............................................................................................................................ 130 
• PRINCÍPIOS .............................................................................................................................. 131 
• TAXAS ...................................................................................................................................... 131 
• IMPOSTOS FEDERAIS .............................................................................................................. 132 
• IMPOSTOS ESTADUAIS ........................................................................................................... 134 
• IMPOSTOS MUNICIPAIS .......................................................................................................... 136 
• CONTRIBUIÇÕES ..................................................................................................................... 137 
• DIVERSOS ................................................................................................................................ 138 
8 – EMPRESARIAL ...................................................................................................................................... 139 
• PROPRIEDADE INDUSTRIAL .................................................................................................... 140 
• TÍTULOS DE CRÉDITO .............................................................................................................. 140 
• SOCIEDADES EMPRESÁRIAS ................................................................................................... 141 
• FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL .................................................................................... 141 
• CONTRATOS EMPRESARIAIS .................................................................................................. 146 
9- ECA ........................................................................................................................................................ 146 
• ADOÇÃO .................................................................................................................................. 146 
• ASPECTOS PROCESSUAIS ........................................................................................................ 147 
6 
 
• MEDIDAS PROTETIVAS E MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS ....................................................... 148 
• CUMPRIMENTO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS ................................................................ 148 
10- CONSUMIDOR ..................................................................................................................................... 149 
• CONCEITO DE CONSUMIDOR ................................................................................................. 149 
• FATO DO PRODUTO/SERVIÇO ................................................................................................ 150 
• PRÁTICAS COMERCIAIS........................................................................................................... 151 
• BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES ....................................................... 155 
• DIVERSOS ................................................................................................................................ 155 
11 – PREVIDENCIÁRIO ................................................................................................................................156 
• APOSENTADORIA .................................................................................................................... 156 
• PREVIDÊNCIA PRIVADA .......................................................................................................... 158 
• CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA .......................................................................................... 159 
• PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL PREVIDENCIÁRIO ................................................. 159 
• DIVERSOS ................................................................................................................................ 160 
12 – AMBIENTAL ........................................................................................................................................ 160 
• COMPETÊNCIA ........................................................................................................................ 160 
• RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL .............................................................. 161 
• DIVERSOS ................................................................................................................................ 161 
13- FINANCEIRO......................................................................................................................................... 161 
14 – INTERNACIONAL ................................................................................................................................ 164 
• EXPULSÃO ............................................................................................................................... 164 
15 – DIREITO ELEITORAL ............................................................................................................................ 164 
• INELEGIBILIDADES .................................................................................................................. 165 
• PARTIDOS POLÍTICOS .............................................................................................................. 165 
• DIVERSOS ................................................................................................................................ 165 
16 – DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL ........................................................................................................ 167 
17 – DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO .......................................................................... 167 
18 – PENAL E PROCESSUAL PENAL MILITAR ............................................................................................... 171 
 
7 
 
RETROSPECTIVA DE JURISPRUDÊNCIA – 20201 
 
Querido(a)s aluno(a)s da família Ciclos, mais um ano chegou ao fim. E, juntos, conseguimos dar grandes 
passos rumo a tão sonhada aprovação. 
 
Vivemos um 2020 muito diferente do planejado. E isso para todos! O mundo enfrenta ainda um inimigo 
comum, oculto, mortal, e que tem nos amedrontado. Muitos se perguntam o que podemos esperar de 2021. 
Aqui na Família Ciclos acreditamos que a vida não acontece em condições perfeitas de temperatura e pressão, 
mas cada momento pode ser enfrentado e superado com uma perspectiva diferente, um olhar de ESPERANÇA. 
E é isso que nós esperamos de 2021! 
 
E, claro, que, mais um ano, estamos disponibilizando para vocês a “Retrospectiva de Jurisprudência” (já 
sabemos que vocês estavam esperando, né?), compilando os julgados do STJ e do STF comentados pelo 
professor e Juiz Federal (ou seria, nosso amigo, ídolo, queridíssimo? #COMCERTEZA) Márcio André Lopes 
Cavalcante (para os mais íntimos, o Marcinho do Dizer o Direito). 
 
Aproveitamos essa oportunidade para agradecer o trabalho de qualidade impecável do Marcinho, que, 
com tanto zelo e responsabilidade, transforma o estudo da jurisprudência em algo de fácil compreensão e 
entendimento (quem aí concorda que ler informativo é a parte mais agradável do cronograma?). 
 
Desejamos um feliz 2021 a todos! Nossos votos é de que seja mais um ano de recomeços, lutas, 
alegrias, sonhos realizados e muita gratidão! 
 
Um abraço carinhoso de toda a equipe do Setor de Materiais. 
 
 
 
 
1 Obs1. Todas as informações foram extraídas do site Dizer o Direito (#SomosTodosMarcinho #AjudaMarcinho). Obs2. 
Todos os julgados foram devidamente adicionados nas FUCs (para achar no material as novas inserções basta procurar o * 
asterisco e data). 
8 
 
1 – CONSTITUCIONAL 
 
• ADVOCACIA PÚBLICA 
 
É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se, 
porém, o limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição. STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. 
Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020. É constitucional a percepção de honorários de sucumbência por 
procuradores de estados-membros, observado o teto previsto no art. 37, XI, da Constituição Federal no 
somatório total às demais verbas remuneratórias recebidas mensalmente. STF. Plenário. ADI 6135/GO, ADI 
6160/AP, ADI 6161/AC, ADI 6169/MS, ADI 6177/PR e ADI 6182/RO, Rel. Min. Rosa Weber, julgados em 
19/10/2020 (Info 995). 
 
Para que o Procurador do Estado possa propor ação civil pública (ex: ação civil pública de improbidade 
administrativa), não é necessária autorização do Govenador do Estado. No entanto, é indispensável a anuência 
do Procurador-Geral do Estado. STF. 1ª Turma. ARE 1165456 AgR/SE, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. 
Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/9/2020 (Info 989). 
 
A percepção de honorários de sucumbência pelos advogados públicos não representa ofensa à 
determinação constitucional de remuneração exclusiva mediante subsídio (arts. 39, § 4º, e 135 da CF/88). O art. 
39, § 4º, da Constituição Federal, não constitui vedação absoluta de pagamento de outras verbas além do 
subsídio. Os advogados públicos podem receber honorários sucumbenciais, mas, como eles recebem os valores 
em função do exercício do cargo, esse recebimento precisa se sujeitar ao regime jurídico de direito público. Por 
essa razão, mesmo sendo compatível com o regime de subsídio, sobretudo quando estruturado como um 
modelo de remuneração por performance, com vistas à eficiência do serviço público, a possibilidade de 
advogados públicos perceberem verbas honorárias sucumbenciais não afasta a incidência do teto remuneratório 
estabelecido pelo art. 37, XI, da Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 6053, Rel. Marco Aurélio, Rel. p/ 
Acórdão: Alexandre de Moraes, julgado em 22/06/2020 (Info 985 – clipping). O entendimento acima vale tanto 
para os advogados públicos federais como também para os Procuradores do Estado, do DF e do Município. Nesse 
sentido: É constitucional o pagamento de honorários sucumbenciais aos advogados públicos, observando-se, 
porém, o limite remuneratório previsto no art. 37, XI, da Constituição. STF. Plenário. ADI 6159 e ADI 6162, Rel. 
Min. Roberto Barroso, julgados em 25/08/2020. 
 
É inconstitucional lei estadual que preveja que servidor de autarquia (no caso, era Técnico Superior do 
DETRAN) será responsável por: • representar a entidade “em juízo ou fora dele nas ações em que haja interesse 
9 
 
da autarquia”. • praticar “todos os demais atos de natureza judicial ou contenciosa, devendo, para tanto, exercer 
as suas funções profissionais e de responsabilidade técnica regidas pela Ordem dos Advogados do Brasil OAB”. 
Tais previsões violam o “princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do Distrito Federal”, 
insculpido no art. 132 da CF/88. A legislação impugnada, apesar de não ter criado uma procuradoria paralela, 
atribuiu ao cargo de Técnico Superior do Detran/ES, com formação em Direito, diversas funções privativas de 
advogado. Ao assim agir, conferiu algumas atribuições de representação jurídica do DETRAN a pessoas estranhas 
aos quadros da Procuradoria-Geral do Estado, com violação do art. 132, caput, da CF/88. O STF decidiumodular 
os efeitos da decisão para: • manter os cargos em questão, excluídas as atribuições judiciais inerentes às 
procuradorias; • declarar a validade dos atos praticados (ex: contestações, recursos etc.) até a data do 
julgamento, com base na teoria do funcionário de fato. ATENÇÃO. Por outro lado, é válido que esses servidores 
façam a atuação jurídica no âmbito interno da autarquia, sobretudo em atividades de compliance, tais como 
conceber e formular medidas e soluções de otimização, fiscalização e auditoria (exs: interpretar textos e 
instrumentos legais, elaborar pareceres sobre questões jurídicas que envolvam as atividades da entidade, 
elaborar editais, contratos, convênios etc.). Essas atribuições podem sim ser exercidas* pelos Técnicos 
Superiores do DETRAN, sem que isso ofenda o princípio da unicidade da representação judicial. O STF entendeu 
que não se pode deslocar qualquer atuação técnico-jurídica da autarquia para a PGE, porque esta não conseguirá 
fazer frente a essa gama de trabalho, sob pena de ter suas atividades inviabilizadas. STF. Plenário. ADI 5109/ES, 
Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/12/2018 (Info 927). No dia 04/06/2020, o STF julgou embargos de declaração 
opostos neste processo e fez os seguintes acréscimos: • também são inconstitucionais os dispositivos da lei que 
preveem que o Técnico Superior do DETRAN possa “apresentar recursos em qualquer instância”, “comparecer 
às audiências e outros atos para defender os direitos do órgão” e “promover medidas administrativas e judiciais 
para proteção dos bens e patrimônio do DETRAN-ES”; • a declaração de inconstitucionalidade parcial do ato 
normativo abrange as atribuições jurídicas consultivas do cargo de Técnico Superior que sejam privativas de 
Procurador do Estado. Assim, as atribuições de “elaborar estudos de pareceres sobre questões jurídicas que 
envolvam as atividades do DETRAN-ES; elaborar editais, contratos, convênios, acordos e ajustes celebrados pela 
autarquia, com a emissão de parecer” devem ser exercidas sob supervisão de Procurador do Estado do Espírito 
Santo. * Com base no que foi completado no julgamento dos embargos, conclui-se que as atribuições jurídicas 
consultivas dos ocupantes do cargo de Técnico Superior devem ser obrigatoriamente exercidas sob a supervisão 
de Procurador do Estado, por ser esta a interpretação que melhor prestigia o art. 132 da CF/88 e a jurisprudência 
do STF. STF. Plenário. ADI 5109 ED-segundos/ES, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/6/2020 (Info 980). 
 
As Procuradorias de Estado, por integrarem os respectivos Poderes Executivos, não gozam de 
autonomia funcional, administrativa ou financeira, uma vez que a administração direta é una e não comporta a 
10 
 
criação de distinções entre órgãos em hipóteses não contempladas explícita ou implicitamente pela Constituição 
Federal. STF. Plenário. ADI 5029, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020. 
 
Os princípios institucionais e as prerrogativas funcionais do Ministério Público e da Defensoria Pública 
não podem ser estendidos às Procuradorias de Estado, porquanto as atribuições dos procuradores de estado – 
sujeitos que estão à hierarquia administrativa – não guardam pertinência com as funções conferidas aos 
membros daquelas outras instituições. STF. Plenário. ADI 5029, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020. 
 
A garantia da inamovibilidade conferida pela Constituição Federal aos magistrados, aos membros do 
Ministério Público e aos membros da Defensoria Pública (artigos 93, VIII; 95, II; 128, § 5º, b; e 134, parágrafo 
único) não pode ser estendida aos procuradores de estado. STF. Plenário. ADI 5029, Rel. Luiz Fux, julgado em 
15/04/2020. 
 
• DEFENSORIA PÚBLICA 
 
O Governador do Estado é obrigado a efetuar o repasse, sob a forma de duodécimos e até o dia 20 de 
cada mês, da integralidade dos recursos orçamentários destinados à Defensoria Pública estadual pela Lei de 
Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício financeiro, inclusive quanto às parcelas já vencidas, assim 
também em relação a eventuais créditos adicionais destinados à instituição. STF. Plenário. ADPF 384 Ref-
MC/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 6/8/2020 (Info 985). É dever constitucional do Poder Executivo o 
repasse, sob a forma de duodécimos e até o dia 20 de cada mês (art. 168 da CRFB/88), da integralidade dos 
recursos orçamentários destinados a outros Poderes e órgãos constitucionalmente autônomos, como o 
Ministério Público e a Defensoria Pública, conforme previsão da respectiva Lei Orçamentária Anual. STF. 
Plenário. ADPF 339/PI, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 18/5/2016 (Info 826). 
 
O art. 15 do ADCT da CE/SE ampliou o limite temporal de excepcionalidade previsto pelo art. 22 do 
ADCT da CF/88 e, por essa razão, feriu a regra do concurso público (art. 37, II, da Constituição Federal). O art. 22 
do ADCT criou, de modo excepcional, uma forma derivada de investidura em cargo público. Trata-se de uma 
exceção à regra geral do concurso público e, portanto, não pode ser ampliada pelo constituinte estadual. STF. 
Plenário. ADI 5011, Rel. Edson Fachin, julgado em 08/06/2020 (Info 984). 
 
Caso concreto: advogado atuou como defensor dativo em ação de alimentos. Esse advogado atuou 
porque na localidade não há Defensoria Pública e existe um convênio com a OAB para que esse serviço seja 
realizado por advogados que receberão honorários pagos pelo Estado. Na sentença, o magistrado arbitrou a 
11 
 
verba honorária conforme disposto na tabela do convênio. Porém, o Estado pagou só uma parte. Neste caso, o 
STJ afirmou que o advogado poderá executar (cobrar) os honorários do Estado, nos próprios autos, mesmo o 
Estado não tendo participado da ação de conhecimento. Se for exigido que os advogados promovam uma ação 
específica contra a Fazenda Pública para poderem receber seus honorários, isso fará com que eles sejam muito 
resistentes em aceitar a função de advogado dativo, porque terão de trabalhar não só na ação para a qual foram 
designados, mas também em outra ação que terão de propor contra a Fazenda Pública. O fato de o Estado não 
ter participado da lide na ação de conhecimento não impede que ele seja intimado a pagar os honorários, que 
são de sua responsabilidade em razão de convênio celebrado entre a Defensoria Pública e a Ordem dos 
Advogados do Brasil, em cumprimento de sentença. STJ. Corte Especial. EREsp 1698526-SP, Rel. Min. Benedito 
Gonçalves, Rel. Acd. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 05/02/2020 (Info 673). 
 
• PODER JUDICIÁRIO 
 
A promoção na magistratura por antiguidade precede a mediante remoção. STF. Plenário. RE 1037926, 
Rel. Marco Aurélio, julgado em 16/09/2020 (Repercussão Geral – Tema 964) (Info 994). 
 
O art. 62 da Constituição do Estado de São Paulo, ao restringir o universo dos possíveis candidatos aos 
órgãos de cúpula do TJ/SP aos integrantes de seu órgão especial, é inconstitucional porque desrespeitou a 
autonomia administrativa dos tribunais, consagrada no art. 96, I, “a”, e no art. 99 da CF/88. O art. 102 da LOMAN 
(LC 35/79) não foi recepcionado pela CF/88, considerando que não é compatível com a Constituição Federal a 
regra segundo a qual apenas os Desembargadores mais antigos possam concorrer aos cargos diretivos dos 
tribunais. Essa matéria, em razão da autonomia consagrada no art. 96, I, “a”, e no art. 99 da CF/88, deve ser 
remetida à disciplina regimental de cada tribunal. STF. Plenário. ADI 3976/SP e MS 32451/DF, Rel. Min. Edson 
Fachin, julgados em 25/6/2020 (Info 983). 
 
O Conselho Nacional de Justiça pode proceder à revisão disciplinar de juízes e membros de tribunais 
desde que observado o requisito temporal: processos disciplinares julgados há menos de 1 ano (art. 103-B, § 4º, 
V, da CF/88). Vale ressaltar que, depois de instaurada a revisão, não existe prazo para que o CNJ julgue o 
procedimento. A Constituição Federal e o Regimento Interno do CNJ conferem legitimidade universal para 
propositura darevisão disciplinar, que pode ser instaurada por provocação de terceiros e até mesmo de ofício. 
As hipóteses de cabimento da revisão estão elencadas no art. 83 do Regimento Interno do CNJ. O inciso I prevê 
que cabe a revisão quando a decisão for contrária a texto expresso da lei. Se o Tribunal aplica a pena de censura 
para um magistrado que praticou conduta grave, essa decisão enseja revisão disciplinar por ser contrária ao 
texto expresso da lei. Isso porque, segundo o art. 44 da LC 35/79 (LOMAN) a pena de censura será aplicada “se 
12 
 
a infração não justificar punição mais grave”. STF. 2ª Turma. MS 30364/PA, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 
17/3/2020 (Info 970). 
 
Inexiste ilegalidade em portaria editada pelo Juiz Diretor do Foro da Comarca de Sete Quedas que 
restringiu o ingresso de pessoas portando arma de fogo nas dependências do Fórum. STJ. 1ª Turma. RMS 38090-
MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/03/2020 (Info 667). 
 
Após a promulgação da Constituição Federal de 1988, o servidor exonerado não possui o direito de 
reingresso no cargo. Isso porque o atual ordenamento constitucional impõe a prévia aprovação em concurso 
público como condição para o provimento em cargo efetivo da Administração Pública. O STF já declarou a 
inconstitucionalidade de lei estadual que previa a possibilidade de o magistrado exonerado reingressar nos 
quadros da magistratura: ADI 2983, Rel. Min. Carlos Velloso, julgado em 23/02/2005. O CNJ também já expediu 
orientação normativa vinculante afirmando que não são possíveis formas de provimentos dos cargos 
relacionados à carreira da Magistratura que não estejam explicitamente previstas na Constituição Federal nem 
na LOMAN. Assim, o magistrado que pediu exoneração não tem direito de readmissão no cargo mesmo que essa 
possibilidade esteja prevista em lei estadual. STJ. 2ª Turma. RMS 61880-MT, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, 
julgado em 03/03/2020 (Info 666). 
 
• CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
 
A entidade que não representa a totalidade de sua categoria profissional não possui legitimidade ativa 
para ajuizamento de ações de controle concentrado de constitucionalidade. Por esse motivo, a Federação 
Nacional do Fisco Estadual e Distrital - FENAFISCO não tem legitimidade para a propositura de ADI na medida 
em que constitui entidade representativa de apenas parte de categoria profissional, já que não abrange os 
auditores fiscais federais e municipais. STF. Plenário. ADI 6465 AgR/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 19/10/2020 (Info 995). 
 
Não há impedimento, nem suspeição de ministro, nos julgamentos de ações de controle concentrado, 
exceto se o próprio ministro firmar, por razões de foro íntimo, a sua não participação. STF. Plenário. ADI 
6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989). 
 
É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae. É possível a impugnação 
recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participação na qualidade de amicus curiae. STF. Plenário. 
ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985). Vale ressaltar que existem decisões 
13 
 
em sentido contrário e que o tema não está pacificado. Nesse sentido: Tanto a decisão do Relator que ADMITE 
como a que INADMITE o ingresso do amicus curiae é irrecorrível (STF. Plenário. RE 602584 AgR/DF, rel. orig. Min. 
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Luiz Fux, julgado em 17/10/2018. Info 920). 
 
A pessoa física não tem representatividade adequada para intervir na qualidade de amigo da Corte em 
ação direta. STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/8/2020 (Info 985). 
 
A CF/88 e a lei preveem que a “entidade de classe de âmbito nacional” possui legitimidade para propor 
ADI, ADC e ADPF. A jurisprudência do STF, contudo, afirma que apenas as entidades de classe com associados 
ou membros em pelo menos 9 (nove) Estados da Federação dispõem de legitimidade ativa para ajuizar ação de 
controle abstrato de constitucionalidade. Assim, não basta que a entidade declare no seu estatuto ou ato 
constitutivo que possui caráter nacional. É necessário que existam associados ou membros em pelo menos 9 
(nove) Estados da Federação. Isso representa 1/3 dos Estados-membros/DF. Trata-se de um critério objetivo 
construído pelo STF com base na aplicação analógica da Lei Orgânica dos Partidos Políticos (art. 7º, § 1º, da Lei 
nº 9.096/95). STF. Plenário. ADI 3287, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Ricardo Lewandowski, julgado em 
05/08/2020 (Info 988 – clipping). 
 
Os procuradores públicos têm capacidade postulatória para interpor recursos extraordinários contra 
acórdãos proferidos em sede de ação de controle concentrado de constitucionalidade, nas hipóteses em que o 
legitimado para a causa outorgue poderes aos subscritores das peças recursais. STF. Plenário. RE 1068600 AgR-
ED-EDv/RN, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 4/6/2020 (Info 980). 
 
Cabe ADPF contra o conjunto de decisões judiciais que determinam medidas de constrição judicial em 
desfavor do Estado-membro, das Caixas Escolares ou das Unidades Descentralizadas de Execução da Educação 
UDEs e que recaiam sobre verbas destinadas à educação. STF. Plenário. ADPF 484/AP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado 
em 4/6/2020 (Info 980). 
 
O aditamento à petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade para que sejam incluídos novos 
dispositivos legais somente é possível nas hipóteses em que a inclusão da nova impugnação: a) dispense a 
requisição de novas informações e manifestações; e b) não prejudique o cerne da ação. Assim, por exemplo, se 
o autor, depois que o processo já está em curso, pede a inclusão no objeto da ADI de novos dispositivos legais 
que ampliam o escopo da ação, esse aditamento deve ser indeferido porque isso exigiria que novos pedidos de 
informações à Assembleia Legislativa ou ao Congresso Nacional, bem como novas manifestações da Advocacia-
Geral da União e da Procuradoria-Geral da República, o que violaria os princípios da economia e da celeridade 
14 
 
processuais. Ademais, a inclusão dos dispositivos prejudicaria o objeto da ação direta, na medida em que 
ampliaria o seu escopo. STF. Plenário. ADI 1926, Rel. Roberto Barroso, julgado em 20/04/2020. 
 
Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios possui 
natureza normativa e abstrata, desafiando o controle concentrado. STF. Plenário. ADI 1825, Rel. Min. Luiz Fux, 
julgado em 15/04/2020 (Info 978). 
 
O advogado que assina a petição inicial da ação direta de inconstitucionalidade precisa de procuração 
com poderes específicos. A procuração deve mencionar a lei ou ato normativo que será impugnado na ação. 
Repetindo: não basta que a procuração autorize o ajuizamento de ADI, devendo indicar, de forma específica, o 
ato contra o qual se insurge. Caso esse requisito não seja cumprido, a ADI não será conhecida. Vale ressaltar, 
contudo, que essa exigência constitui vício sanável e que é possível a sua regularização antes que seja 
reconhecida a carência da ação. STF. Plenário. ADI 6051, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 27/03/2020. 
 
O amicus curiae não tem legitimidade para propor ação direta; logo, também não possui legitimidade 
para pleitear medida cautelar. Assim, a entidade que foi admitida como amicus curiae em ADPF não tem 
legitimidade para, no curso do processo, formular pedido para a concessão de medida cautelar. STF. Plenário. 
ADPF 347 TPI-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 
18/3/2020 (Info 970). 
 
A decisão do Ministro Relator que, de ofício, na ADPF que trata sobre o Estado de Coisas 
Inconstitucional no sistema prisional, determina medidas para proteger os presos do Covid-19 amplia 
indevidamente o objeto da ação. É certo que no controle abstrato de constitucionalidade, a causa de pedir é 
aberta. No entanto, o pedido é específico.Nenhum dos pedidos da ADPF 347 está relacionado com as questões 
inerentes à prevenção do Covid-19 nos presídios. Não é possível, portanto, a ampliação do pedido cautelar já 
apreciado anteriormente. A Corte está limitada ao pedido. Aceitar a sua ampliação equivale a agir de ofício, sem 
observar a legitimidade constitucional para propositura da ação. Ademais, em que pese a preocupação de todos 
em relação ao Covid-19 nas penitenciárias, a medida cautelar, ao conclamar os juízes de execução, determina, 
fora do objeto da ADPF, a realização de megaoperação para analisar detalhadamente, em um único momento, 
todas essas possibilidades e não caso a caso, como recomenda o Conselho Nacional de Justiça. O STF entendeu 
que, neste momento, o Poder Judiciário deve seguir as recomendações sobre a questão emitidas pelo Conselho 
Nacional de Justiça CNJ e por portaria conjunta dos Ministérios da Saúde e da Justiça. Para evitar a disseminação 
do novo coronavírus nas prisões, o CNJ recomendou a análise de situações de risco caso a caso. A Recomendação 
62/2020 do CNJ traz orientações aos Tribunais e aos magistrados quanto à adoção de medidas preventivas 
15 
 
contra a propagação do Covid-19 no âmbito dos sistemas de justiça penal e socioeducativo. STF. Plenário. ADPF 
347 TPI-Ref/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/3/2020 
(Info 970). 
 
O afastamento de norma legal por órgão fracionário, de modo a revelar o esvaziamento da eficácia do 
preceito, implica contrariedade à cláusula de reserva de plenário e ao Enunciado 10 da Súmula Vinculante. Caso 
concreto: a 4ª Turma do TRF da 1ª Região, ou seja, um órgão fracionário do TRF1, ao julgar apelação, permitiu 
que uma empresa comercializasse determinada espécie de cigarro mesmo isso sendo contrário às regras do 
Decreto nº 7.212/2010. Embora não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade do Decreto, a 4ª 
Turma afirmou que ele seria contrário ao princípio da livre concorrência, que é previsto no art. 170, IV, da CF/88. 
Ao desobrigar a empresa de cumprir as regras do decreto afirmando que ele violaria o princípio da livre iniciativa, 
o que a 4ª Turma fez foi julgar o decreto inconstitucional. Ocorre que isso deveria ter sido feito respeitando-se 
a cláusula de reserva de plenário, conforme explicitado na SV 10: Súmula vinculante 10-STF: Viola a cláusula de 
reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare 
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo 
ou em parte. STF. 1ª Turma. RE 635088 AgR-segundo/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/2/2020 (Info 
965). 
 
Os Procuradores (do Estado, do Município, da ALE, da Câmara etc.) possuem legitimidade para a 
interposição de recursos em ação direta de inconstitucionalidade. STF. 2ª Turma. RE 1126828 AgR/SP, rel. orig. 
Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Cármen Lúcia, julgado em 4/2/2020 (Info 965). 
 
• COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
 
É inconstitucional norma estadual que dispõe sobre a implantação de instalações industriais 
destinadas à produção de energia nuclear no âmbito espacial do território estadual. STF. Plenário. ADI 330/RS, 
Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Info 994). 
 
É constitucional norma estadual que dispõe sobre a obrigatoriedade de rotulagem em produtos de 
gêneros alimentícios destinados ao consumo humano e animal, que sejam constituídos ou produzidos a partir 
de organismos geneticamente modificados, no percentual igual ou superior a 1%, no âmbito do Estado federado. 
É o caso, por exemplo, da Lei nº 14.274/2010, do Estado de São Paulo. STF. Plenário. ADI 4619/SP, Rel. Min. Rosa 
Weber, julgado em 9/10/2020 (Info 994). 
 
16 
 
É inconstitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias ou permissionárias façam 
o corte do fornecimento de água, energia elétrica e dos serviços de telefonia, por falta de pagamento, em 
determinados dias (ex: sextas-feiras, vésperas de feriados etc.). STF. Plenário. ADI 3824/MS, Rel. Min. Celso de 
Mello, julgado em 02/10/2020. NOVIDADE LEGISLATIVA - Lei nº 14.015/2020 Alterou a Lei nº 8.987/95 e a Lei 
nº 13.460/2017 para deixar mais explícito que é possível a interrupção do serviço público em caso de 
inadimplemento do usuário, desde que ele seja previamente avisado. Confira os dispositivos inseridos na Lei nº 
13.460/2017: Art. 5º O usuário de serviço público tem direito à adequada prestação dos serviços, devendo os 
agentes públicos e prestadores de serviços públicos observar as seguintes diretrizes: (...) XVI – comunicação 
prévia ao consumidor de que o serviço será desligado em virtude de inadimplemento, bem como do dia a partir 
do qual será realizado o desligamento, necessariamente durante horário comercial. Parágrafo único. A taxa de 
religação de serviços não será devida se houver descumprimento da exigência de notificação prévia ao 
consumidor prevista no inciso XVI do caput deste artigo, o que ensejará a aplicação de multa à concessionária, 
conforme regulamentação. Art. 6º São direitos básicos do usuário: (...) VII – comunicação prévia da suspensão 
da prestação de serviço. Parágrafo único. É vedada a suspensão da prestação de serviço em virtude de 
inadimplemento por parte do usuário que se inicie na sexta-feira, no sábado ou no domingo, bem como em 
feriado ou no dia anterior a feriado. O entendimento acima foi positivado em nível nacional. A Lei nº 
14.015/2020 inseriu o § 4º ao art. 6º da Lei nº 8.987/95 com a seguinte redação: Art. 6º (...) § 4º A interrupção 
do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado 
ou no domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado. 
 
A competência da União para legislar exclusivamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive 
loterias, não obsta a competência material (administrativa) para a exploração dessas atividades pelos entes 
estaduais ou municipais, nem a competência regulamentar dessa exploração. Os arts. 1º e 32, caput e § 1º, do 
Decreto-Lei 204/1967 não foram recepcionados pela Constituição Federal de 1988. STF. Plenário. ADPF 492/RJ, 
ADPF 493/DF e ADI 4986/MT, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 30/9/2020 (Info 993). 
 
O art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020 autoriza que os gestores locais de saúde 
(secretarias estaduais e municipais, p. ex.), mesmo sem autorização do Ministério da Saúde, façam a requisição 
de bens e serviços. O STF afirmou que esses dispositivos são constitucionais. Não se exige autorização do 
Ministério da Saúde para que os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios decretem a requisição 
administrativa prevista no art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020, no exercício de suas competências 
constitucionais. STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 2/9/2020 (Info 989). 
 
 
17 
 
A exigência de prévia autorização da assembleia legislativa para o governador e o vice-governador do 
Estado ausentarem-se, “em qualquer tempo”, do território nacional mostra-se incompatível com os postulados 
da simetria e da separação dos Poderes. A Constituição Federal, em seu art. 49, III e em seu art. 83, prevê que é 
da competência do Congresso Nacional autorizar o Presidente e o Vice-presidente da República a se ausentarem 
do País quando a ausência for por período superior a 15 dias. Logo, afronta os princípios da separação dos 
Poderes e da simetria a norma da Constituição estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para 
que o Governador e o Vice-governador se ausentem do País por qualquer prazo. Os Estados-membros não 
podem criar novas ingerências de um Poder na órbita de outro que não derivem explícita ou implicitamente de 
regra ou princípio previsto na Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 5373, Rel. Min. Celso de Mello,julgado 
em 24/08/2020. 
 
A segurança pública é de competência comum dos Estados-membros (art. 144 da CF/88), sendo 
também sua competência remanescente a prerrogativa de legislar sobre transporte intermunicipal (art. 25, § 
1º). A concessão de dois assentos a policiais militares devidamente fardados nos transportes coletivos 
intermunicipais vai ao encontro da melhoria das condições de segurança pública nesse meio de locomoção, em 
benefício de toda a Sociedade, questão flagrantemente de competência dos Estados-membros (art. 144 da 
CF/88) e afasta qualquer alegação de desrespeito ao princípio da igualdade, uma vez que o discrímen adotado 
é legítimo e razoável, pois destinado àqueles que exercem atividade de polícia ostensiva e visam à preservação 
da ordem pública. Essa lei estadual não representa indevida interferência no contrato de concessão firmado 
com a concessionária, uma vez que não há alteração na equação do equilíbrio financeiro-econômico do contrato 
administrativo. STF. Plenário.ADI 1052, Rel. Luiz Fux, Rel. p/ Acórdão: Alexandre de Moraes, julgado em 
24/08/2020 (Info 991). 
 
É constitucional lei estadual que proíba, no âmbito estadual, a inserção de cláusulas que exijam a 
fidelização nos contratos prestação de serviços. A fidelização contratual consiste em contrapartida exigida do 
consumidor, em razão de benefícios oferecidos pela prestadora na formação do contrato de prestação de 
serviços, todavia, não se confunde com esse. A cláusula de fidelidade contratual é autônoma e agregativa ao 
contrato de prestação de serviço, inserindo-se no espaço comercial das prestadoras, e não no campo regulatório 
das atividades de caráter público. O objeto da norma estadual impugnada em nada interfere no regime de 
exploração ou na estrutura remuneratória da prestação do serviço. Essa lei busca apenas a proteção do 
consumidor, ainda que realizada paralelamente a contrato de prestação de serviço. STF. Plenário. ADI 5963, Rel. 
Rosa Weber, julgado em 29/06/2020 (Info 992 – clipping). 
 
18 
 
É constitucional lei estadual que estabeleça que as instituições de ensino superior privada são 
obrigadas a devolver o valor da taxa de matrícula, podendo reter, no máximo, 5% da quantia, caso o aluno, antes 
do início das aulas, desista do curso ou solicite transferência. STF. Plenário. ADI 5951, Rel. Cármen Lúcia, julgado 
em 16/06/2020 (Info 985 – clipping). 
 
É inconstitucional Lei estadual que, a pretexto de proteger a saúde da população, estabelece limites 
de radiação para a instalação de antenas transmissoras de telefonia celular. Essa lei adentra na esfera de 
competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações. A União, no exercício de suas 
competências (art. 21, XI e art. 22, IV, da CF/88), editou a Lei nº 9.472/97, que, de forma nítida, atribui à ANATEL 
a definição de limites para a tolerância da radiação emitida por antenas transmissoras. A União, por meio da Lei 
nº 11.934/2009, fixou limites proporcionalmente adequados à exposição humana a campos elétricos, 
magnéticos e eletromagnéticos. Dessa forma, a presunção de que gozam os entes menores para, nos assuntos 
de interesse comum e concorrente, legislarem sobre seus respectivos interesses (presumption against 
preemption) foi nitidamente afastada por norma federal expressa (clear statement rule). STF. Plenário. ADI 
2902, Rel. Edson Fachin, julgado em 04/05/2020 (Info 981 – clipping). 
 
Padece de inconstitucionalidade formal lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre atribuições 
de órgãos da Administração Pública (art. 61, § 1º, II, "e" e art. 84, VI, da Constituição Federal). STF. Plenário. ADI 
3981, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 15/04/2020 (Info 978). 
 
A Lei nº 13.979/2020 prevê medidas que poderão ser adotadas pelo Brasil para enfrentamento da 
emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus. A MP 926/2020 alterou 
o caput e o inciso VI do art. 3º da Lei nº 13.979/2020 e acrescentou os §§ 8º a 11 ao art. 3º da Lei nº 13.979/2020. 
Foi ajuizada uma ADI contra esta MP. O STF, ao apreciar a medida cautelar, decidiu: • confirmar a medida 
acauteladora concedida monocraticamente pelo Relator para “tornar explícita, no campo pedagógico e na 
dicção do Supremo, a competência concorrente.” Em outras palavras, as providências adotadas pelo Governo 
Federal “não afastam atos a serem praticados por Estado, o Distrito Federal e Município considerada a 
competência concorrente na forma do artigo 23, inciso II, da Lei Maior.” • dar interpretação conforme à 
Constituição ao § 9º do art. 3º da Lei nº 13.979/2020, a fim de explicitar que o Presidente da República pode 
dispor, mediante decreto, sobre os serviços públicos e atividades essenciais, no entanto, esse decreto deverá 
preservar a atribuição de cada esfera de governo, nos termos do inciso I do art. 198 da Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 6341 MC-Ref/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 
15/4/2020 (Info 973). 
 
19 
 
É constitucional lei estadual que proíba a utilização de animais para desenvolvimento, experimentos e 
testes de produtos cosméticos, de higiene pessoal, perfumes e seus componentes. A proteção da fauna é 
matéria de competência legislativa concorrente (art. 24, VI, da CF/88). A Lei federal nº 11.794/2008 possui uma 
natureza permissiva, autorizando, a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisas científicas, desde 
que sejam observadas algumas condições relacionadas aos procedimentos adotados, que visam a evitar e/ou 
atenuar o sofrimento dos animais. Mesmo que o tema tenha sido tratado de forma mais restrita pela lei 
estadual, isso não se mostra inconstitucional porque, em princípio, é possível que os Estados editem normas 
mais protetivas ao meio ambiente, com fundamento em suas peculiaridades regionais e na preponderância de 
seu interesse, conforme o caso. STF. Plenário. ADI 5996, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020 (Info 
975). 
 
É inconstitucional lei estadual que afasta as exigências de revalidação de diploma obtido em 
instituições de ensino superior de outros países para a concessão de benefícios e progressões a servidores 
públicos. Essa lei invade a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação 
nacional (art. 22, XXIV, CF/88). STF. Plenário. ADI 6073, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 27/03/2020. 
 
É constitucional lei estadual que autoriza a comercialização de bebidas alcoólicas nas arenas 
desportivas e nos estádios. Trata-se de legislação sobre consumo, matéria de competência concorrente (art. 24, 
V, da CF/88). O art. 13-A, II, da Lei nº 10.671/2003 (Estatuto do Torcedor) indica como “condições de acesso e 
permanência do torcedor no recinto esportivo”, entre outras, “não portar objetos, bebidas ou substâncias 
proibidas ou suscetíveis de gerar ou possibilitar a prática de atos de violência”. Não há, contudo, uma vedação 
geral e absoluta por parte do Estatuto do Torcedor, de modo que o legislador estadual, no exercício de sua 
competência concorrente complementar, observadas as especificidades locais, pode regulamentar a matéria, 
autorizando, por exemplo, a venda de cerveja e chope (bebidas de baixo teor alcóolico) nos estádios. Vale 
lembrar que isso já é autorizado nos grandes eventos mundiais de futebol e outros esportes, inclusive na Copa 
do mundo organizada pela FIFA e nas Olimpíadas. STF. Plenário. ADI 6195, Rel. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 27/03/2020. 
 
Os Estados-membros não possuem competência legislativa para determinar a microfilmagem de 
documentos arquivados nos cartórios extrajudiciais do Estado. Esse tema envolve registros públicos e 
responsabilidade civil dos notários e registros, matéria que é de competência privativa da União, nos termos do 
art. 22, XXV, da CF/88. STF. Plenário. ADI 3723, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020. 
 
• DIREITOS EGARANTIAS FUNDAMENTAIS 
20 
 
 
As disposições da Lei nº 9.656/98, à luz do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, somente incidem 
sobre os contratos celebrados a partir de sua vigência, bem como sobre os contratos que, firmados 
anteriormente, foram adaptados ao seu regime, sendo as respectivas disposições inaplicáveis aos beneficiários 
que, exercendo sua autonomia de vontade, optaram por manter os planos antigos inalterados. STF. Plenário. RE 
948634, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 20/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 123) (Info 995). 
 
É inconstitucional, por transgressão ao princípio da isonomia entre homens e mulheres (art. 5º, I, da 
CF/88), a exigência de requisitos legais diferenciados para efeito de outorga de pensão por morte de ex-
servidores públicos em relação a seus respectivos cônjuges ou companheiros/companheiras (art. 201, V, da 
CF/88). STF. Plenário. RE 659424/RS, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 
457) (Info 994). 
 
Os arts. 6º a 8º do Decreto nº 21.981/1932 exigem que o indivíduo que quiser exercer a profissão de 
leiloeiro preste uma garantia (caução). A exigência de garantia para o exercício da profissão de leiloeiro, prevista 
nos arts. 6º a 8º do Decreto 21.981/1932, é compatível com o art. 5º, XIII, da Constituição Federal de 1988. Isso 
porque o leiloeiro lida diariamente com o patrimônio de terceiros, de forma que a prestação de fiança como 
condição para o exercício de sua profissão busca reduzir o risco de dano ao proprietário, o que reforça o 
interesse social da norma protetiva, bem como justifica a limitação para o exercício da profissão. STF. Plenário. 
RE 1263641/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 9/10/2020 
(Repercussão Geral – Tema 455) (Info 994). 
 
A norma fundada no art. 7º, XXXIII, da Constituição Federal, na alteração que lhe deu a Emenda 
Constitucional 20/1998, tem plena validade constitucional. Logo, é vedado “qualquer trabalho a menores de 
dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos”. STF. Plenário. ADI 2096/DF, Rel. Min. 
Celso de Mello, julgado em 9/10/2020 (Info 994). 
 
Surgem constitucionais os artigos 5º e 6º, inciso I, da Lei nº 13.021/2014, no que previsto ser do 
farmacêutico a responsabilidade técnica por drogaria. STF. Plenário.RE 1156197, Rel. Marco Aurélio, julgado em 
24/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 505) (Info 991 – clipping). 
 
A imprensa divulgou que o Ministério da Justiça estaria investigando e elaborando dossiês sigilosos 
contra um grupo de servidores públicos identificados como integrantes do “movimento antifascismo”. Os 
principais alvos da investigação seriam professores e policiais autointitulados de “antifascistas”. Determinado 
21 
 
partido político ajuizou ADPF para que o STF declare que essa investigação viola os preceitos fundamentais da 
liberdade de expressão, reunião, associação, inviolabilidade de intimidade, vida privada e honra. O STF deferiu 
medida cautelar para suspender todo e qualquer ato do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) de 
produção ou compartilhamento de informações sobre a vida pessoal, as escolhas pessoais e políticas, as práticas 
cívicas de cidadãos, servidores públicos federais, estaduais e municipais identificados como integrantes de 
movimento político antifascista, professores universitários e quaisquer outros que, atuando nos limites da 
legalidade, exerçam seus direitos de livremente expressar-se, reunir-se e associar-se. STF. Plenário. ADPF 722 
MC/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19 e 20/8/2020 (Info 987). 
 
A Constituição prevê o dever de aplicação de percentual mínimo para investimentos na manutenção 
e desenvolvimento do ensino. A definição de quais despesas podem ou não ser consideradas como manutenção 
e desenvolvimento de ensino é feita por meio de lei editada pela União. A Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional), em seus arts. 70 e 71, definiu quais despesas podem ser consideradas como sendo 
destinadas à manutenção e desenvolvimento do ensino. As despesas com encargos previdenciários de 
servidores inativos e os repasses efetuados pelo Estado para cobrir o déficit no regime próprio de previdência 
não podem ser computados como aplicação de recursos na manutenção e desenvolvimento de ensino, para os 
fins do art. 212 da CF/88. Logo, é inconstitucional lei estadual que faça essa previsão. STF. Plenário. ADI 5719, 
Rel. Edson Fachin, julgado em 18/08/2020 (Info 990 – clipping). 
 
É inconstitucional lei estadual que proíba que a Administração Públicacontrateempresa cujo diretor, 
gerente ou empregado tenha sido condenado por crime ou contravenção relacionados com a prática de atos 
discriminatórios. Essa lei viola os princípios da intransmissibilidade da pena, da responsabilidade pessoal e do 
devido processo legal. STF. Plenário. ADI 3092, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Info 987 – clipping). 
 
O art. 8º, VIII, da CF/88 prevê que os dirigentes sindicais não podem ser demitidos, salvo se cometerem 
falta grave. O art. 522 da CLT prevê um número máximo empregados que podem ser dirigentes sindicais. Assim 
que a CF/88 foi promulgada, alguns doutrinadores começaram a sustentar a tese de que o art. 522 da CLT não 
teria sido recepcionado pela Carta Constitucional. Isso porque o inciso I do art. 8º da Constituição prevê que a 
liberdade sindical, ou seja, proíbe que o poder público interfira na organização dos sindicatos. O TST e o STF não 
concordaram com essa tese. A liberdade sindical tem previsão constitucional, mas não possui caráter absoluto. 
A previsão legal de número máximo de dirigentes sindicais dotados de estabilidade de emprego não esvazia a 
liberdade sindical. Essa garantia constitucional existe para que possa assegurar a autonomia da entidade 
sindical, mas não serve para criar situações de estabilidade genérica e ilimitada que violem a razoabilidade e a 
22 
 
finalidade da norma constitucional garantidora do direito. Logo, o art. 522 da CLT foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. STF. Plenário. ADPF 276, Rel. Cármen Lúcia, julgado em 15/05/2020. 
 
A MP 954/2020 determinava que, durante a emergência de saúde decorrente do covid-19, as 
empresas de telefonia fixa e móvel deveriam fornecer ao IBGE os dados dos seus clientes: relação dos nomes, 
números de telefone e endereços. Segundo a MP, essas informações seriam utilizadas para a produção das 
estatísticas oficial, com o objetivo de realizar entrevistas não presenciais com os clientes das empresas. As 
informações disciplinadas pela MP 954/2020 configuram dados pessoais e, portanto, estão protegidas pelas 
cláusulas constitucionais que asseguram a liberdade individual (art. 5º, caput), a privacidade e o livre 
desenvolvimento da personalidade (art. 5º, X e XII). Sua manipulação e tratamento deverão respeitar esses 
direitos e os limites estabelecidos pela Constituição. A MP 954/2020 exorbitou dos limites traçados pela 
Constituição porque diz que os dados serão utilizados exclusivamente para a produção estatística oficial, mas 
não delimita o objeto da estatística a ser produzida, nem a finalidade específica ou a sua amplitude. A MP 
954/2020 não apresenta também mecanismos técnico ou administrativo para proteger os dados pessoais de 
acessos não autorizados, vazamentos acidentais ou utilização indevida. Diante disso, constata-se que a MP 
violou a garantia do devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF), em sua dimensão substantiva (princípio da 
proporcionalidade). STF. Plenário. ADI 6387, ADI 6388, ADI 6389, ADI 6390 e ADI 6393 MC-Ref/DF, Rel. Min. Rosa 
Weber, julgados em 6 e 7/5/2020 (Info 976). 
 
No início da pandemia decorrente do covid-19 foi proposta ADO pedindo que o Presidente da 
República e os Presidentes da Câmara e do Senado editassem lei instituindo o pagamento de um valor mínimo 
em favor dos maisnecessitados a fim de assegurar a alimentação, o mínimo existencial e a dignidade da pessoa 
humana. Alguns dias após o ajuizamento da ADO, foi publicada a Lei nº 13.982/2020, que criou um benefício 
semelhante ao que se pretendia na ação. A Lei nº 13.982/2020 instituiu o “auxílio emergencial”, um benefício 
financeiro no valor de R$ 600,00 por mês, pago pela União a trabalhadores informais, microempreendedores 
individuais (MEI), autônomos e desempregados, e que tem por objetivo fornecer proteção emergencial, pelo 
prazo de 3 meses, às pessoas que perderam sua renda em virtude da crise causada pelo coronavírus. Diante 
disso, o STF decidiu: a) conhecer da ação (significa que o STF entendeu ser cabível, em tese, ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão para discutir o tema); b) mas, quanto ao mérito, julgar o pedido prejudicado 
uma vez que foi aprovado o auxílio emergencial (Lei nº 13.982/2020) e, consequentemente, foi satisfeito o 
objeto da ADO. STF. Plenário. ADO 56/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado 
em 30/4/2020 (Info 975) 
 
23 
 
Compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (art. 22, XXIV, 
da CF), de modo que os Municípios não têm competência para editar lei proibindo a divulgação de material com 
referência a “ideologia de gênero” nas escolas municipais. Existe inconstitucionalidade formal. Há também 
inconstitucionalidade material nessa lei. Lei municipal proibindo essa divulgação viola: • a liberdade de 
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II, CF/88); e • o pluralismo de 
ideias e de concepções pedagógicas (art. 206, III). Essa lei contraria ainda um dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil, que é a promoção do bem de todos sem preconceitos (art. 3º, IV, CF/88). Por 
fim, essa lei não cumpre com o dever estatal de promover políticas de inclusão e de igualdade, contribuindo 
para a manutenção da discriminação com base na orientação sexual e identidade de gênero. STF. Plenário. ADPF 
457, Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 27/04/2020. 
 
A decisão judicial que proibiu a realização de entrevista com Adélio Bispo, autor da facada contra Jair 
Bolsonaro, não significa restrição indevida à liberdade de imprensa nem representa censura prévia. Logo, essa 
decisão não configura ofensa ao entendimento firmado pelo STF na ADPF 130, que julgou não recepcionada a 
Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67). A decisão judicial impediu a entrevista com o objetivo de proteger as 
investigações e evitar possíveis prejuízos processuais, inclusive quanto ao direito ao silêncio do investigado. 
Além disso, a decisão teve como finalidade proteger o próprio custodiado, que autorizou a entrevista, mas cuja 
sanidade mental era discutível na época, tendo sido, posteriormente, declarado inimputável em razão de 
“transtorno delirante persistente”. STF. 1ª Turma. Rcl 32052 AgR/MS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
14/4/2020 (Info 973). 
 
É inconstitucional a lei distrital que preveja que 40% das vagas das universidades e faculdades públicas 
do Distrito Federal serão reservadas para alunos que estudaram em escolas públicas do Distrito Federal. Essa 
lei, ao restringir a cota apenas aos alunos que estudaram no Distrito Federal, viola o art. 3º, IV e o art. 19, III, da 
CF/88, tendo em vista que faz uma restrição injustificável entre brasileiros. Vale ressaltar que a 
inconstitucionalidade não está no fato de ter sido estipulada a cota em favor de alunos de escolas públicas, mas 
sim em razão de a lei ter restringindo as vagas para alunos do Distrito Federal, em detrimento dos estudantes 
de outros Estados da Federação. STF. Plenário. ADI 4868, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/03/2020. 
 
O STF julgou parcialmente procedente a ADIN 2259, realizando uma interpretação conforme à 
Constituição da Tabela IV da Lei nº 9.289/96, para: Reconhecer a imunidade tributária das certidões requeridas 
ao Poder Judiciário que forem voltadas para a defesa de direitos ou o esclarecimento de situação de interesse 
pessoal, presumindo essas finalidades quando a certidão pleiteada for concernente ao próprio requerente, 
sendo desnecessária, nessa hipótese, expressa e fundamentada demonstração dos fins e das razões do pedido. 
24 
 
 Por outro lado, para a concessão da gratuidade da certidão quando o pedido tiver objeto interesse 
indireto ou de terceiros, mostra-se imprescindível a demonstração da finalidade. STF. Plenário. ADI 2259, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgado em 14/02/2020. 
 
• MINISTÉRIO PÚBLICO 
 
Cursos de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) podem ser considerados como 
tempo de atividade jurídica para fins de concurso público? • Para os concursos da Magistratura: NÃO. Isso 
porque a Resolução nº 75/2009-CNJ não prevê. • Para os concursos do Ministério Público: SIM. Existe previsão 
nesse sentido na Resolução nº 40/2009-CNMP. É constitucional a previsão contida na Resolução nº 40/2009, do 
CNMP, no sentido de que os cursos de pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) podem ser 
considerados como tempo de atividade jurídica para fins de concurso público no âmbito do Ministério Público. 
Se o bacharel em Direito concluir uma especialização, mestrado ou doutorado, ele terá adquirido um 
conhecimento que extrapola os limites curriculares da graduação em Direito. Em sua atividade 
regulamentadora, o Conselho Nacional do Ministério Público está, portanto, autorizado a densificar o comando 
constitucional de exigência de “atividade jurídica” com cursos de pós-graduação. STF. Plenário. ADI 4219, Rel. 
Cármen Lúcia, Relator p/ Acórdão Edson Fachin, julgado em 05/08/2020 (Info 993 – clipping). 
 
A Constituição Estadual não pode determinar que membro do Ministério Público participe de banca 
de concurso público relacionado com cargos externos aos quadros da instituição. Essa não é uma atribuição 
compatível com as finalidades constitucionais do Ministério Público. Assim, não pode o ato impugnado exigir a 
participação do Ministério Público nas bancas de concursos para os cargos e empregos públicos do Estado. STF. 
Plenário. ADI 3841, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 16/06/2020 (Info 985 – clipping). 
 
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos 
estaduais. STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020. STF. 
Plenário. Pet 4891, Rel. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 16/06/2020 (Info 
985 – clipping). 
 
Compete ao CNMP dirimir conflitos de atribuições entre membros do MPF e de Ministérios Públicos 
estaduais. STF. Plenário. ACO 843/SP, Rel. para acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 05/06/2020. 
 
É constitucional a Resolução 27/2008, do CNMP, que proíbe que os servidores do Ministério Público 
exerçam advocacia. O CNMP possui capacidade para a expedição de atos normativos autônomos (art. 130-A, § 
25 
 
2º, I, da CF/88), desde que o conteúdo disciplinado na norma editada se insira no seu âmbito de atribuições 
constitucionais. A Resolução 27/2008 do CNMP tem por objetivo assegurar a observância dos princípios 
constitucionais da isonomia, da moralidade e da eficiência no Ministério Público, estando, portanto, abrangida 
pelo escopo de atuação do CNMP (art. 130-A, § 2º, II). A liberdade de exercício profissional não é um direito 
absoluto, devendo ser interpretada dentro do sistema constitucional como um todo. STF. Plenário. ADI 5454, 
Rel. Alexandre de Moraes, julgado em 15/04/2020 (Info 978). 
 
Lei Orgânica estadual do Ministério Público pode atribuir privativamente ao Procurador-Geral de 
Justiça a competência para interpor recursos dirigidos ao STF e STJ. Não há inconstitucionalidade formal nessa 
previsão. Isso porque a Lei federal nº 8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público - LONMP) não 
pormenorizaa atuação dos Procuradores-Gerais de Justiça e dos Procuradores de Justiça em sede recursal e, 
por expressa dicção do caput de seu artigo 29, o rol de atribuições dos Procuradores-Gerais de Justiça não é 
exaustivo, de forma que as leis orgânicas dos Ministérios Públicos estaduais podem validamente ampliar tais 
atribuições. Além disso, não há ofensa aos princípios do promotor natural e da independência funcional dos 
membros do Parquet, uma vez que: • se trata de mera divisão de atribuições dentro do Ministério Público 
estadual, veiculada por meio de lei; • e não se possibilita a ingerência do PGJ nas atividades dos Procuradores 
de Justiça, que conservam plena autonomia no exercício de seus misteres legais. STF. Plenário. ADI 5505, Rel. 
Luiz Fux, julgado em 15/04/2020. 
 
Os Ministérios Públicos dos Estados podem atuar, diretamente, na condição de partes, perante os 
Tribunais Superiores, em razão da não existência de vinculação ou subordinação entre o Parquet Estadual e o 
Ministério Público da União. Tal conclusão, entretanto, não pode ser aplicada ao Ministério Público do Trabalho, 
considerando que o MPT é sim órgão vinculado ao Ministério Público da União, conforme dispõe o art. 128, I, 
“b”, da Constituição Federal. O MPT integra a estrutura do MPU, atuando perante o Tribunal Superior do 
Trabalho, não tendo legitimidade para funcionar no âmbito do STJ, tendo em vista que esta atribuição é 
reservada aos Subprocuradores-gerais da República integrantes do quadro do Ministério Público Federal. STJ. 
1ª Seção. AgRg no CC 122940-MS, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 07/04/2020 (Info 670). 
 
O art. 227, VIII, da LC 75/93 prevê que os membros do MPU terão direito ao pagamento de auxílio-
moradia, desde que estejam em uma lotação considerada particularmente difícil ou onerosa. Esse dispositivo 
legal autoriza que ato do PGR imponha outras restrições ao recebimento do auxílio-moradia, como é o caso de 
prazo máximo de duração do benefício. Desse modo, a estipulação de prazo de duração para o recebimento do 
auxílio-moradia não ofende o princípio da legalidade e está em harmonia com o regime de subsídio, em parcela 
única, previsto no art. 39, § 4º e no art. 128, § 5º, I, “c”, da CF/88. A fixação de restrição temporal para o 
26 
 
recebimento do auxílio-moradia está de acordo com o princípio da razoabilidade, pois o auxílio-moradia tem 
caráter provisório e precário, não devendo se dilatar eternamente no tempo. O recebimento do aludido 
benefício sem limitação temporal configuraria verdadeira parcela remuneratória. STF. 2ª Turma. MS 26415/DF, 
rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 17/3/2020 (Info 970). 
 
• PODER LEGISLATIVO 
 
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja a possibilidade de a Assembleia 
Legislativa convocar o Presidente do Tribunal de Justiça ou o Procurador-Geral de Justiça para prestar 
informações na Casa, afirmando que a sua ausência configura crime de responsabilidade. O art. 50 da CF/88, 
norma de reprodução obrigatória, somente autoriza que o Poder Legislativo convoque autoridades do Poder 
Executivo, e não do Poder Judiciário ou do Ministério Público. Não podem os Estados-membros ampliar o rol de 
autoridades sujeitas à convocação pelo Poder Legislativo e à sanção por crime de responsabilidade, por violação 
ao princípio da simetria e à competência privativa da União para legislar sobre o tema. STF. Plenário. ADI 2911, 
Rel. Carlos Britto, julgado em 10/08/2006. STF. Plenário. ADI 5416, Rel. Gilmar Mendes, julgado em 03/04/2020 
(Info 977). 
 
O então Deputado Federal Wladimir Costa (SD-PA) proferiu discurso no Plenário da Câmara dos 
Deputados no qual afirmou que determinados artistas seriam “bandidos”, “membros de quadrilha”, 
“verdadeiros ladrões”, “verdadeiros vagabundos da Lei Rouanet”. Esses artistas ingressaram com queixa-crime 
contra o então Deputado afirmando que ele teria cometido os crimes de difamação (art. 139) e injúria (art. 140 
do Código Penal). O STF recebeu esta queixa-crime. O fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no 
momento em que proferiu as declarações não afasta a possibilidade de cometimento de crimes contra a honra, 
porque ele depois divulgou essas ofensas na Internet. Outro argumento está no fato de que a inviolabilidade 
material somente abarca as declarações que apresentem nexo direto e evidente com o exercício das funções 
parlamentares. No caso concreto, embora tenha feito alusão à Lei Rouanet, o parlamentar nada acrescentou ao 
debate público sobre a melhor forma de distribuição dos recursos destinados à cultura, limitando-se a proferir 
palavras ofensivas à dignidade dos querelantes. A liberdade de expressão política dos parlamentares, ainda que 
vigorosa, deve se manter nos limites da civilidade. STF. 1ª Turma. PET 7174/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, 
red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/3/2020 (Info 969). 
 
• PROCESSO LEGISLATIVO 
 
27 
 
Surge constitucional lei de iniciativa parlamentar a criar conselho de representantes da sociedade civil, 
integrante da estrutura do Poder Legislativo, com atribuição de acompanhar ações do Executivo. STF. Plenário. 
RE 626946/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 1040) (Info 994). 
 
É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre isenção de custas judiciais. 
Isso porque, os órgãos superiores do Poder Judiciário possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para 
apresentar os projetos de lei que tenham por objetivo tratar sobre redução das custas judiciais (artigos 98, § 2º, 
e 99, caput e § 1º da CF). STF. Plenário. ADI 3629, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 03/03/2020. 
 
• TRIBUNAL DE CONTAS 
 
O TCU, por força do art. 71, VI, da CF/88, tem competência para fiscalizar o uso dos recursos federais 
repassados a outros entes federados, como no caso de verbas federais repassadas ao Distrito Federal. Vale 
ressaltar, contudo, que, diante da autonomia própria dos entes federados, a fiscalização, pelo TCU, dos recursos 
federais repassados ao Distrito Federal não impede que o TCDF também faça a fiscalização da aplicação desses 
mesmos recursos, até porque ele tem pleno e legítimo interesse na regular prestação dos serviços de saúde no 
seu território. Assim, por força dos arts. 71 e 75 da Constituição Federal e do art. 78 da Lei Orgânica do Distrito 
Federal, o Tribunal de Contas do Distrito Federal tem competência para fiscalizar a aplicação de recursos federais 
repassados ao Distrito Federal. STJ. 1ª Turma. RMS 61997-DF, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 
16/06/2020 (Info 674). 
 
A Constituição do Estado de São Paulo previu a seguinte regra: Art. 151. O Tribunal de Contas do 
Município de São Paulo será composto por cinco Conselheiros e obedecerá, no que couber, aos princípios da 
Constituição Federal e desta Constituição. Parágrafo único. Aplicam-se aos Conselheiros do Tribunal de Contas 
do Município de São Paulo as normas pertinentes aos Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado. Para o STF, 
essa previsão não ofende a autonomia municipal nem viola o princípio da simetria. Se a Constituição Federal 
prevê nove conselheiros para a composição do TCU e sete para composição dos tribunais de contas dos estados, 
é razoável que um tribunal de contas municipal tenha um número inferior de conselheiros. Desse modo, não se 
vislumbra nenhuma ofensa ao princípio da simetria. Vale ressaltar que essa norma da Constituição Estadual não 
equipara os vencimentos dos conselheiros do Tribunal de Contas do Município aos dos conselheiros do Tribunal 
de Contas do Estado. A fixação da remuneração dos conselheiros cabe ao Município (mesmo que em valor 
diverso do fixado para os conselheiros estaduais). STF. Plenário. ADI 346/SP e ADI 4776/SP, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgados em 3/6/2020 (Info 980) 
 
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É inconstitucional lei estadual,

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