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Urina tipo 1 Importância Vantagens: o Facilidade da obtenção da amostra. o Baixo custo. o Várias alterações/doenças podem ser determinadas nesse exame. Cistite; Pielonefrite; Doença renal; Diabetes; Doença hepática. o Exame de triagem. Coleta O ideal é que a amostra seja coletada na primeira urina da manhã, uma vez que ela é a amostra mais concentrada. o Na ausência da possibilidade da coleta da primeira urina da manhã, pode ser usada urina de jato médio, em jejum, urina utilizada para teste de tolerância a glicose, urina 24h, urina obtida por cateterização ou ainda por aspiração suprapúbica. o Nesses casos a recomendação é que haja um intervalo de 2h antes da obtenção da amostra (2h sem urinar). A análise deve ser realizada em no máximo 2h. Alterações na urina não conservada: o Redução da glicose (por uso metabólico de microrganismos e células), cetonas (por volatilização), bilirrubina (degradação) e urobilinogênio (degradação). o Redução de hemácias (degradação) e cilindros (degradação). o Aumento do pH, bactérias (proliferação), nitrito e turvação. o Alteração de cor. Exame Físico Coloração: o Normal: amarelo devido à presença deu urobilina, urocromo e uroeritrina. o A coloração pode ser em decorrência da presença de corantes em alimentos ou medicamentos ou ainda indicar anormalidades. Urina de coloração amarela alaranjado/marrom pode indicar a presença de bilirrubina. Urina de coloração marrom pode indicar rabdomiólise. Urina de coloração de coloração vermelho/púrpura pode indicar presença de hemoglobina. Urina de coloração normal ao ser coletada e podem adquirir coloração vinho característico de pacientes que tem porfiria (doença genética), em que há precursores do grupo heme que são oxidados determinando a coloração. No UV, adquire coloração violácea. Urina de coloração roxa se dá devido a presença de algumas bactérias. Aspecto: o Normal: límpida ou transparente. o Mas, pode ser ligeiramente turva (pode refletir a presença em menor grau a presença de bactérias, leveduras, outros agentes patogênicos, leucócitos, proteínas, hemácias, cilindros ou cristais, mas em mulheres pode ser normal devido à presença de muco vaginal) ou turva (pode refletir a presença de bactérias, leveduras, outros agentes patogênicos, leucócitos, proteínas, hemácias, cilindros ou cristais). Densidade: o Normal: 1001-1030. o Amostras com valor de 1007 (aprox. 280 mOsm/kg) apresentam osmolalidade igual a do plasma. Urinas que apresentam esse valor constantemente, independente da ingestão de água, indicando que a capacidade de concentração renal está prejudicada (lesão renal grave). o Densidade baixa (1000 – 1010) pode ser encontrada em pessoas que passaram por hiper-hidratação, diabetes insidipus (1001- 1003), insuficiência renal aguda intrínseca (falta de capacidade de concentração renal), glomerulonefrite, pielonfrite. o Densidade alta (1025-1030) pode ser encontrada em pessoas desidratadas, diabetes (devido a grande quantidade de glicose e corpos cetônicos), insuficiência renal pré-renal (decorrente da redução do fluxo sanguíneo). o Densidade acima de 1030 é artificial em decorrência do uso de contrastes (urina não adequada para análise). Odor: o Normal: característico pela presença de compostos aromáticos como Sui generis. o Podem-se encontrar odor como amoniacal (acidoses), cetônico (adocicado – diabetes tipo I ou jejum), pútrido (infecções das vias urinárias), fétido (presença de fezes, infecções ou quadros malignos), xarope de bordo (cheiro de caramelo característico de um erro inato do metabolismo) e rato/biotério (fenilcetonúria). Exame Químico Realizado utilizando fitas reagentes, onde em cada campo encontram-se reagentes específicos para determinação e quantificação de alguns parâmetros. o A tira reagente é mergulhada na amostra pelo tempo indicado pelo fabricante e depois comparado com a escala padrão. Glicosúria (presença de glicose): ↑ [glicose], mais intensa é a coloração, tendendo para o marrom. o Diabetes mellitus, redução da reabsorção tubular. Corpos cetônicos (acetona, acetoacetato e β- hidroxibutirato): o único que aparece na urina é o acetoacetato que reage com nitroferricianeto da fita demonstrando coloração púrpura. o Diabetes tipo I não tratado, dieta sem carboidrato e jejum. Bilirrubina: ↑ [bilirrubina direta ou conjugada no sangue], a coloração lembra chá mate ou Coca-Cola. o Icterícia hepatocelular e obstrutiva (sem comprometimento hepático como cálculos biliares, pancreatite ou tumores pancreáticos). Urobilinogênio: o Icterícia hemolítica (↑ da produção de urobilinogênio), icterícia hepatocelular na fase pré-ictérica (↓ da captação hepática de urobilinogênio reabsorvido). Proteinúria: o Lesão glomerular (↑ da permeabilidade glomerular – albumina), lesão tubular (prejuízo da captação da proteína filtrada, portanto ↓ da reabsorção – α1 e β2 microglobulina), transbordamento (↑ produção de proteínas que normalmente não estão presentes no sangue - proteína de Bence- Jones (fragmento de imunoglobulina gerada por plasmócitos com alta taxa proliferativa – mieloma múltiplo), hemoglobina e mioglobina, secretada na urina – proteína de Tamm-Horsfall (produzida pela alça de Henle). Causas de lesão glomerular: diabetes (resultado abaixo do limite de detecção - microalbuminúrica) ou síndrome nefrótica (microalbuminúrica). Sangue oculto: presença de hematúria (hemoglobina dentro de hemácias), hemoglobina livre (hemólise) ou mioglobina livre (rabdomiólise). pH: o Normal: 4,4 – 8,0 o Detecção de acidose, alcalose, anormalidades nos túbulos renais, cristais e cálculos, infecções do trato urinário. Presença de leucócito esterase: o Presença da enzima indica infecção do trato urinário (cistite ou pielonefrite – recomendação para urocultura) ou inflamação. Nitrito: determinação indireta da presença de bactérias (conversão de nitrato em nitrito). o Mesmo que haja infecção, esse exame pode dar negativo, já que nem todas as bactérias são capazes de realizar essa conversão, pela escassez de nitritos da dieta ou amostra diluída. o Quando positivo indica pielonefrite, cistite e é recomendada a realização de urocultura. Exame Microscópico Utiliza-se urina concentrada em 10 vezes, ou seja, 10mL de urina centrifugados e o sedimento é ressuspenso em 1mL para análise. O aumento de leucócitos pode indicar infecções como pielonefrite, cistite, glomerulonefrite, nefrite. o Também pode ser encontrado em quadros de inflamação sem agente infeccioso, como glomerulonefrite por deposição de imunocomplexos. o Quantificação de leucócitos: Câmara de Neubauer: até 10.000/mL. Contador automático: até 30.000/mL. O aumento de hemácias pode indicar pielonefrite, cistite, glomerulonefrite, cálculos e trauma. o Quantificação de hemácias: Câmara de Neubauer: até 10.000/mL. Contador automático: até 20.000/mL. As células epiteliais renais são normalmente encontradas, entretanto, quando encontrada células epiteliais do túbulo renal podem indicar necrose tubular aguda, mioglobinúria e hemoglobinúria. Cilindros são agregados proteicos. o Hialino: único que pode ser encontrado mesmo em condições não patológicas (desidratação e exercício físico intenso). ↑ nº pode indicar pielonefrite e nefrite. o Hemático: indicam sangramento intratubular (glomerulonefrite). o Leucocitário: associados à presença de leucócitos dentro dos túbulos renais (glomerulonefrite, síndrome nefrótica epielonefrite). Não pode ser encontrado em quadros de cistite. o Granuloso: inespecíficos, pois contém fragmentos celulares (doença renal inespecífica). o Epitelial: associado à necrose tubular (rejeição ao transplante, hemoglobinúria, mioglobinúria). o Gorduroso: corpos ovais lipídicos (síndrome nefrótica). o Céreo: fluxo renal reduzido (doença renal crônica). Podem-se encontrar cristais como: cristais de ácido úrico (10% dos cálculos, presentes em urinas mais ácidas), cristais de oxalato de cálcio (70% dos cálculos), cristais de fosfato triplo (15% dos cálculos, presentes em urinas mais alcalinas). Urato (pH<6,5) / fosfato (pH>6,5) amorfo. Cristais que não devem ser encontrados: o Cristais de cistina, de tirosina, de leucina e placas de colesterol. Podem-se encontrar patógenos como bactérias, leveduras, Trichomonas vaginalis, Enterobius vermiculares, Schistosoma haematobium.
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