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EAS - bioquímica clínica

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EAS 
O sistema urinário 
 1200 mL de sangue passam pelos 
rins/min 
 180 L filtrados diariamente, formam-se 
1-2 L de urina 
 
Funções renais 
 Eliminar resíduos metabólicos (ureia, 
creatinina, ácido úrico, ácidos 
orgânicos, bilirrubina conjugada, 
drogas, toxinas) 
 Reter nutrientes (proteínas, 
aminoácidos, glicose, sódio, cálcio, 
potássio, bicarbonato, água) 
 Regular o equilíbrio ácido-base 
 Sintetizar eritropoietina, renina, 
prostaglandina, ativar vit. D 
 
Importância do EAS 
 Estudo de doenças renais e do trato 
genito-urinário 
 Acompanhamento de outras doenças 
sistêmicas (ex: diabetes, 
bilirrubinemias, etc.) 
 Exame simples, de baixo custo e não-
invasivo 
Sinônimos (Elementos Anormais e 
Sedimento) 
 Exame qualitativo de urina (EQU) 
 Exame comum de urina (ECU) 
 Exame de urina tipo 1 
 Urina de rotina 
 Sumário de urina 
 Pesquisa dos elementos anormais e 
sedimento (PEAS) 
Como coletar urina 
 Lavar bem as mãos 
 Abrir o frasco sem tocar na parte 
interna 
 Desprezar o primeiro jato de urina 
 Lavar a região genital 
 Coletar a urina (cerca de 50mL) 
 Desprezar a parte final 
 Levar imediatamente ao laboratório ou 
manter em geladeira por até 8h 
 Para alguns exames, é recomendável 
que seja coletada a primeira urina da 
manhã, por ser mais concentrada 
(observar necessidade de indicação) 
 
 Frascos em plástico incolor, tipo cristal 
 Fornecidos pelo laboratório 
 Capacidade para 50-100mL 
 Estéril: necessário apenas para 
urocultura 
 Descartáveis 
 
Saco coletor: 
 Crianças 
 Pacientes hospitalizados 
 
Tipo de amostra: 
 1ª urina da manhã 
 2ª urina da manhã (2-4h sem urinar) 
 Amostra aleatória 
Regulamentação 
 NCCLS (EUA) 
• National Committee for Clinical 
Laboratory Standards 
 NBR 15268 
• Laboratório Clínico: requisito e 
recomendações para exames 
de urina 
 
Etapas 
1. Exame físico – cor, odor, aspecto, 
depósito, presença de espuma, 
densidade 
2. Exame químico – fita 
3. Análise de sedimento – microscópica 
 
Exame físico 
Cor da urina 
 Pigmentos naturais: urocromo 
(amarelo), uroeritrina (vermelho), 
urobilina (laranja) 
 
 
 
 A coloração anormal pode ser 
causada por alimentos, 
medicamentos, patologias e produtos 
metabólicos 
 O importante não é a definição da cor 
exata, mas a constatação de se a cor 
está normal ou anormal 
 
 
 
 
 
Odor 
 Normal: “sui generis” 
 Anormal: odor fétido (processo 
infeccioso), odor amoniacal 
(transformação de uréia em amônia, 
por bactérias), odor frutado (corpos 
cetônicos em pacientes diabéticos) 
Presença de espuma 
 Consiste na avaliação da formação de 
espuma após agitação da amostra. É 
recomendada pelo NCCLS, mas não é 
reconhecida pela NBR 15268 
Aspecto 
 Nível de turbidez da urina. Urina turva 
requer investigação mais a fundo 
Depósito 
 Estreitamente relacionado com o 
aspecto da urina (em alguns casos 
não é realizada) 
 Consiste na observação do nível de 
depósito em tubo cônico após a 
centrifugação 
 Não se recomenda usar o termo “nulo” 
 
Densidade 
 D = massa de 1 mL de urina / massa 
de 1 mL de água 
 Urinômetro: requer muito volume de 
amostra 
 Refratrômetro: não serve para 
soluções ricas em glicose, soluções 
com contraste, e soluções salinas 
 Método de escolha: tiras reativas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Valores de Ref: 1,003 a 1,030 
 Hipoestenúria ou hiperestenúria: 
podem ser patológicas ou não 
 Isostenúria: patológica! Verificação da 
densidade constante da urina ao longo 
do tempo; incapacidade dos rins em 
concentrar ou diluir a urina de acordo 
com o nível de hidratação do paciente 
 Em geral é consequência de dano 
renal grave 
 
 
Exame químico 
 Tiras reagentes contendo dez áreas: 
bilirrubina, corpos cetônicos, 
densidade, glicose, Hb, leucócitos, 
nitrito, pH, proteínas e urobilinogênio 
 Avaliação semi-quantitativa 
 Urina à temperatura ambiente 
 
Análise de pH 
 Os rins tem papel fundamental (junto 
com pulmões) de manter constante a 
[H+], e o pH do sangue em ~7,4 
 Normalmente o pH da urina fica entre 
5 e 6 
 Podem causar acidose: DM 
descompensado, pneumonia, dieta 
cetogênica (rica em proteínas) 
 Podem causar alcalose: dieta 
vegetariana ou baseada em leite, 
medicação à base de antiácidos, 
presença de bactéricas 
Quantificação de proteínas 
 Normalmente pouca albumina passa 
para o filtrado e ela é reabsorvida 
quase totalmente 
 Albumina: 69kDa, não deve ser 
encontrada na urina. Sua presença 
indica lesão renal 
 
 Valores de Ref: 10 a 150mg/24hs 
 Exceção: febre, frio ou exercícios 
intensos 
 Normalmente albumina corresponde a 
33% das proteínas da urina, em casos 
de doença renal pode ser até 90% 
 Outras proteínas encontradas: alfa, 
beta e gama globulinas 
Glicose → Glicosúria 
 Em indivíduos normais: 1 a 15 mg/dL 
(não detectável) 
 Em glicemias acima de 180 mg/dL: 
glicosúria 
 Muito característico em pacientes com 
diabetes tipo 1 ou 2 não tratado 
 
 A determinação se baseia na reação 
da glicose oxidase: 
 
 Conservar amostra refrigerada para 
evitar proliferação bacteriana! 
 
Cetonas → Cetonúria 
 Não encontrados na urina em 
condições normais 
 Corpos cetônicos: ácido acetoacético, 
ácido hidroxibutírico e acetona 
 Originam-se do acúmulo de acetil-coA, 
metabólito intermediário da oxidação 
de ácidos graxos 
 Característico de pacientes diabéticos, 
mas também em: bulimia, 
gastroenterite, dieta pobre em 
carboidratos ou jejum prolongado 
 Confere à urina odor frutado 
 
Bilirrubina e Urobilinogênio 
 
Bilirrubinas → Bilirrubinúria 
 Não-conjugada: insolúvel, 
transportada ligada à albumina por 
isso não é encontrada na urina 
 Conjugada: solúvel, sofre filtração 
glomerular e é encontrada na urina 
quando se encontra em excesso no 
sangue 
 Doenças hepáticas como: obstrução 
biliar hepatite, hepatocarcinoma e 
cirrose hepática 
 Sempre indica patologia 
 
Urobilinogênio 
 Frequentemente associado com 
doenças hepáticas 
 Inicialmente era detectada pelo 
método de Erlich, mas esse possui 
muitos interferentes 
 Ajuda a diferenciar o tipo de icterícia 
 
 Bilirrubina aumentada, urobilinogênio 
normal ou baixo: icterícia obstrutiva 
 
 Urobilinogênio aumentado, bilirrubina 
normal: hemólise intravascular 
(anemia hemolítica, megaloblástica) 
 
 Ideal urina recém coletada, pois 
urobilinogênio é lábil, forma urobilina, 
que não é reativa 
 
Hemoglobina 
 Na forma livre pode acontecer por 
anemia hemolítica, talassemias, 
anemia falciforme, ou outra causa de 
hemólise intravascular acentuada 
 Pode indicar uma série de infecções 
do trato urinário, uso de fármacos 
anticoagulantes, traumatismos 
 Hemoglobinúria ≠ hematúria! 
 Não usar o sobrenadante, dosar na 
amostra inteira! 
 Importante também para identificar 
hematúria, porque as hemácias 
podem sofrer hemólise 
Nitrito 
 Triagem de pacientes assintomáticos 
 Consequência da ação indireta de 
bactérias conversoras de nitrato em 
nitrito. Para que o exame dê o 
positivo: 
• Deve haver bactérias redutoras 
(Escherichia coli, Klebsiella, 
Enterobacter, Proteus, 
Staphylococcus, Pseudomonas) 
• Nitrato da amostra (proveniente 
das carnes na dieta) 
• O tempo de incubação deve ser 
adequado 
• Paciente sem uso de 
antibióticos ou quimioterápicos 
 Primeira urina da manhã! 
 
 
 
Esterase 
 Permite detectar a presença de 
leucócitos, marcador de ITU 
 Alta sensibilidade e especificidade no 
diagnóstico 
 Detectam quantidades inferiores a 
25.000 leucócito/mL 
 Funciona para enzimas dentro ou fora 
da célula 
 Resultados falso-negativos em urinas 
hipotônicas ou com uso de antibióticos 
 
Ácido ascórbico 
 Importante por interferir no resultado 
de diversos outros testes (ex: glicose, 
esterase, bilirrubina, nitrito, 
hemoglobina)
Valores de referência 
 Urobilinogênio: normal 
 Proteínas: ausentes 
 pH: 5.0 a 7.0 
 Cetona: ausência 
 Bilirrubina: ausente 
 Glicose: ausente 
 Densidade: 1005 a 1020 
 Nitrito: ausente 
 Hemoglobina: ausente 
O que acontece ao longo do tempo numa 
urina não refrigerada? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Análise do sedimento 
 Sedimento: qualquer partícula em 
suspensão na urina, que precipita 
após a centrifugação 
 Microscopia de campo claro: mais 
comum 
 Microscopia de contraste de fase: 
propicia aumento de contraste entre 
os sedimentos mais translúcidos 
 Métodos de coloração: não são 
recomendados pela NBR 15268, mas 
podem facilitar na identificação dos 
sedimentos 
 
Células epiteliais 
 Escamosas: origem na porção distal 
do epitélio uretral. Alta relação 
citoplasma/núcleo (núcleo pequeno e 
condensado) 
• A presença de raras células é 
normal 
• Muitas células: erro de coleta 
 
 
 
 
 
 
 
 Células de transição: encontram-se 
desde a pelve renal até a parte 
próximas da uretra 
• Raras células: normal 
• Número aumentado: infecção 
urinária 
 
 
 
 
 
 Células epiteliais tubulares renais 
• Identificação e diferenciação é 
bastante difícil sem coloração 
• Sua presença maciça pode 
significar necrose tubular 
aguda, infecções bacterianas, 
virais, inflamações e neoplasias 
• Pacientes com rejeição do rim 
transplantado 
 
Leucócitos → Leucocitúria / Piúria 
 Citoplasma granulado e núcleo 
lobulado 
 Menos de 5/campo = normal 
 Sua identificação constitui uma 
indicação de patologia inflamatória do 
trato urinário ou genital 
• Geralmente do trato urinário 
superior, que é mais 
vascularizado 
 
 
Hemácias 
 Menos de 2 hemácias por campo é 
normal 
 
 Hemácias fantasma: membrana que 
rompe em urina hipotônica 
 Hemácias dismórficas: protusões 
celulares ou fragmentadas. Indicam 
sangramento glomerular 
 Alterações de pH do glomérulo ou 
traumatismo mecânico 
 
Cilindros 
 São os únicos componentes do 
sedimento que tem origem 
exclusivamente renal 
 Está associada com a ocorrência de 
proteinúria, mas também pode conter 
células e outras estruturas 
 Componente majoritário: proteína de 
Tamm-Horsfall 
 Variam em aparência, tamanho, forma 
e estabilidade: difícil identificação 
 Sua denominação depende da 
presença ou não de inclusões: 
hialinos, epiteliais, granulosos, 
eritrocitários, céreos, leucocitários, 
bacterianos, adiposos e de cristais 
Cilindros 
Cilindros hialinos 
 Formados pela proteína Tamm-
Horsfall 
 Difícil visualização 
 É normal em pequenas quantidades, 
quando aumentadas pode indicar ICC, 
febre, desidratação, exposição ao frio 
e exercícios 
 
 
 
 
 
 
Cilindro céreo 
 Evolução do cilindro hialino 
 
 
 
 
 
Cilindros 
 
 
 
 
Análise do sedimento 
Cristais 
 sais urinários precipitam quando 
fatores alteram sua solubilidade (pH, 
temperatura, concentração) 
 Medir o pH da urina é fundamental 
para saber qual sal pode ter 
precipitado e fazer a correlação 
 
➢ Sedimento amorfo: tem menor 
significado clínico que os demais 
elementos: nem sempre indica 
patologia 
Cristais de urina normal ácida 
 Cristais amorfos (uratos de sódio, 
potássio, magnésio e cálcio) 
• Precipitam após muito tempo 
em pH ácido 
• Dissolvem com calor (60ºC) e 
formam cristais de ácido úrico 
com a adição de ácido acético 
 Uratos cristalinos (sódio, potássio, 
amônio) 
• Esferas levemente marrons 
• pH levemente ácido 
• também formam cristais de 
ácido úrico 
 
 
 
 
 
 Cristais de ácido úrico 
• Ocorrem em pH baixo (5-5,5). 
Formas diversas 
• Pacientes com gota ou em 
quimioterapia 
 
 
 Cristais de oxalato de cálcio 
• Refletem doença renal severa 
ou intoxicação por etilenoglicol 
 
Cristais de urina normal alcalina 
 Fosfatos amorfos (cálcio e magnésio) 
• Aparência granular 
 Fosfatos cristalinos 
• São os cristais mais facilmente 
identificáveis, apesar de 
variarem de tamanho 
 Carbonato de Cálcio 
 Biurato de Amônio 
 
 
 
 
 
➢ Nem todos tem pequena importância 
clínica 
Cristais encontrados em urinas anormais 
 Cristais de cistina 
• Cristais mais importantes 
• Ocorrem em pacientes com 
cistinúria 
• Indicam cálculo de cistina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Cristais de Leucina e Tirosina 
• Muito raros, podem ser 
encontrados em pacientes com 
doenças hepáticas graves ou 
doenças inatas do metabolismo 
 
 Outros achados: muco, bactérias, 
leveduras, parasitas ou seus ovos 
 Normalmente não são encontrados na 
urina; indicam infecção urina

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