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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 05 UNIDADE 04 FECHAMENTO INTRODUÇÃO AO EMPREENDEDORISMO 10 O EMPREENDEDOR E A OPORTUNIDADE 39 66 DEFININDO UM MODELO DE NEGÓCIO 90 PLANO DE NEGÓCIO 129 TENDÊNCIAS EM EMPREENDEDORISMO 161 CONCLUSÃO GERAL U N IC E S U M A R 13 conceitos. E se novas tendências surgem, é porque existem pessoas realizando pesquisas para gerar esse progresso. Vamos dar alguns exemplos de tendências que estão incentivando novos estu- dos. Conforme Bruyat e Julien (2000), o campo de estudo do Empreendedorismo é bastante amplo e de grande relevância para a economia, sendo alguns exemplos de campos de estudos: ■ Jovens: de acordo com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), o maior número de empreendedores está na faixa de 25 a 44 anos, ou seja, pessoas mais jovens se comparado a dados da década de 90 e anos 2000 e isso representa um motivo para aprofundar os estudos. ■ Mulheres: é notável o aumento da participação tanto em cargos administra- tivos como gerenciais, sendo que em algumas regiões brasileiras temos mais mulheres envolvidas na abertura de novos negócios em comparação aos ho- mens, fato pouco provável há algumas décadas. ■ Mortalidade de empresas: esses estudos são importantes para veriicar a si- tuação dos negócios criados pelos empreendedores. Por exemplo, estudo do Sebrae (2014) mostrou que o índice de negócios brasileiros que sobrevivem até os dois primeiros anos de vida é, em média, de 76%, ou seja, a cada 100 novos negócios, 76 sobrevivem até o segundo ano de vida, representando um grande progresso em que a taxa era apenas de 50%. ■ Empreendedorismo social: nem todos os negócios são empresariais e visam ao lucro. Existem aqueles que possuem missão social e atendimento de neces- sidades sociais, por isso, utilizar o termo organizações é adequado, pois podem envolver clubes e entidades. Outro tema em destaque no empreendedorismo é a área de startups com produtos e serviços ligados à inovação e mecanismos de apoio e incentivo ao empreendedo- rismo. Os temas estão em alta na área e serão destacados em outro momento do nosso material para que você compreenda melhor. A partir disso, vamos apresentar alguns dos conceitos utilizados para que você conheça o que já foi e é abordado sobre o assunto. Conforme Dornelas (2005, p. 29), “a palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo”. Isto é, o termo está ligado diretamente a al- guém que realiza coisas diferentes, intermediando o produto/serviço com os clientes, por isso corre riscos nesse processo. O Quadro 1 ilustra fatos relevantes da história do empreendedorismo que inluenciaram na construção do conceito. U N ID A D E 1 14 Idade Média Marco Polo – estabelecimento de rota comercial no Oriente atuando como intermediário ao assinar contratos para comercializar mercadorias. Idade Média Pessoa que gerenciava projetos de produção. Século XVII Pessoa que assumia riscos de lucro (ou prejuízo) em um contrato de valor ixo com o governo. 1725 Richard Cantillon – Separação de empreendedor (assume riscos) do capitalista (inancia os experimentos para a industrialização). 1803 Jean Baptiste Say – lucros do empreendedor separados do lucro do capital. 1876 Francis Walker – distinguiu entre os que forneciam fundos e aqueles que obtinham lucros com atividades administrativas. 1934 Joseph Schumpeter – o empreendedor é inovador e desenvolve tecnologia que ainda não foi testada. 1961 David McClelland – o empreendedor é alguém dinâmico que corre riscos moderados. 1964 Peter Drucker – o empreendedor maximiza oportunidades. 1975 Albert Shapero – o empreendedor toma iniciativa, organiza alguns mecanismos sociais e econômicos e aceita riscos de fracassos. 1980 Karl Vesper – o empreendedor é visto de modo diferente por economistas, psicólogos, negociantes e políticos. 1983 Giford Pinchot – o intraempreendedor é um empreendedor que atua dentro de uma organização já estabelecida. 1985 Robert Hisrich – o empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando o tempo e o esforço necessários, assumindo riscos inanceiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal. Quadro 1 - Fatos relevantes da história do empreendedorismo Fonte: adaptado de Dornelas (2005); Hisrich e Peters (2004, p. 27). U N IC E S U M A R 15 A partir da leitura do Quadro 1, você pode compreender que houve mudanças na forma de considerar empreendedorismo. No início, era atri- buído o fator risco para quem estivesse envolvido. Posteriormente, o foco foi direcionado para indivíduo inovador e que tem iniciativa. Anos mais tarde, também admitiu-se como empreendedor aquele que trabalha nas organi- zações, ou seja, podemos notar que a abordagem foi mudando conforme as situações que ocorriam. Um conceito clássico que foi bastante utilizado durante muitos anos é o de Schumpeter (1949 apud DORNELAS, 2005, p. 39), ao definir o em- preendedor como “aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”. Porém, esse conceito tem sido deixado de lado e outros autores apresentam distintas formas de compreender o empreendedorismo de forma mais abrangente e contextualizada. Durante as últimas décadas, presenciou-se uma grande transformação socioeconômica. A economia globalizada, a instabilidade dos ambientes or- ganizacionais e a competição ainda mais acirrada forçaram a adequação e a redução das estruturas; consequentemente, provocou um aumento do de- semprego e, ao mesmo tempo, aumento na oferta de serviços e terceirizações. Apesar de sua longa história anterior, é nesse cenário que o empreende- dorismo passa a destacar-se e a ser tão necessário. Conforme Filion (2012), a tendência do empreendedorismo surgiu nos anos 70, porém vem afirman- do-se nas últimas duas décadas. E esse fenômeno vem se dando, no Brasil e no mundo, em função do aumento do número de pequenas empresas e de trabalhadores autônomos. Para o autor, o fenômeno empresarial mais mar- cante da década de 90 foi o crescimento do trabalho autônomo, que dos anos 1989 a 1998 aumentou em 74%. Outro fator muito importante é a evolução da participação das mulheres, que dos anos 1976 a 1996 aumentou de 19,6% para 31,2% nessa categoria de trabalho. No Brasil, o movimento do empreendedorismo começou a tomar forma em 1990, quando foram criadas entidades, como o SEBRAE (Serviço Brasilei- ro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade Brasileira para Exportação de Sotwares). Antes desse período, não havia condições políticas e econômicas propícias ao empreendedor (DORNELAS, 2005). U N ID A D E 1 16 O SEBRAE foi criado para dar suporte ao pequeno empreendedor que pretende abrir o seu negócio, bem como para oferecer consultorias para resolver pequenos problemas pontuais dos negócios já iniciados. A SOF- TEX foi criada com o intuito de levar as empresas de softwares do país ao mercado externo, oferecendo capacitação em gestão e tecnologia a esses empresários. As incubadoras de empresas e as universidades/cursos de Ciências da Computação e Informática também foram responsáveis pelo grande avanço do empreendedorismo no Brasil nesse período. Foi, então, que a sociedade brasileira começou a despertar-se para a realização de planos de negócios (até então não valorizados pelos pequenos empresários), a formação para o empreendedorismo e para programas públicos de incentivo. Conforme Dornelas (2005), apresentamos um resumo das ações históricas desenvol- vidas no Brasil que permitiram esse avanço no país: ■ 1990: criação de programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de Software, Informação e Serviços)que apoiavam ativi- dades empreendedoras em softwares. O ensino da disciplina em uni- versidades e a geração de novas empresas de softwares (start-ups). ■ 1999 a 2002: o Programa Brasil Empreendedor do Governo Fede- ral, dirigido a mais de 6 milhões de empreendedores e destinando recursos financeiros e operações de créditos para estímulo ao em- preendedorismo. ■ Programas do SEBRAE, como o EMPRETEC (curso de imersão) e o Jovem Empreendedor, voltados à capacitação do empreendedor. ■ Criação de vários cursos e programas universitários para o en- sino do empreendedorismo. ■ 1999 a 2000: houve o movimento de criação das empresas ponto- com do país que, apesar de ter sido pontual, trouxe grande contri- buição para disseminação do empreendedorismo local. ■ Crescimento das incubadoras de empresas no país: em 2004, a ANPROTEC (Associação Nacional de Entidades Promotoras de Em- preendimentos de Tecnologia Avançadas) já apontava a existência de 280 incubadoras, com mais de 1700 empresas incubadas, gerando mais 28 mil postos de trabalho. Na Unidade V, vamos tratar com mais detalhes as incubadoras. U N IC E S U M A R 17 Empreender por oportunidade pressupõe uma análise do ambiente em que está inserido em busca da criação de novidades ou explorar mercados que são pouco desenvolvidos. Quando um país proporciona um cenário adequado está incentivando empreendedores a criarem negócios de sucesso que podem modiicar o funcionamento de um mercado. Isso ocorre porque a preocupação do indivíduo é questionar um problema, buscando nova solução e não ter um negócio para sobreviver. O pensamento fora da caixa é estimulado nessa situação porque o empreendedor não está em busca de renda para manter-se, mas reformular uma lógica do mercado. Fonte: os autores. explorando Ideias Até a metade dos anos 2000, veriicava-se, no Brasil, o empreendedorismo por necessidade, ou seja, os empreendedores não possuíam outra opção de traba- lho e renda e acabavam criando os negócios de maneira informal, com pouco planejamento, fracassando rápido, não gerando o desenvolvimento esperado e contribuindo para o aumento das estatísticas de mortalidade dos negócios. Uma boa notícia é que, depois disso, o empreendedorismo está ocorrendo na maioria por oportunidade. Isto é, os negócios no país estão sendo criados porque os empreendedores estão preparando-se para abrir os negócios. Entre- tanto, como historicamente as organizações brasileiras começaram, na maioria, por necessidade, ainda percebemos os efeitos dessa forma de empreender. Isso ocorre porque os empreendedores abrem negócios próprios sem se prepararem, pois possuem poucas opções de conseguir trabalho e renda. Trabalhando na informalidade e sem preparo, as chances do negócio fechar são maiores. Essa classiicação de empreendedorismo por necessidade e oportunidade é utilizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM). O foco do empreendedorismo foi, durante muitos anos, ligado para o empreen- dedor, por isso, os estudos existiam para mapear um conjunto de características ideais para um empreendedor. Considerava-se que o empreendedor tinha que ter um conjunto de atributos e que, dessa forma, o sucesso seria obtido. No entanto, não se levava em consideração o ambiente em que o empreendedor vive, bem como as mudanças inesperadas que poderiam acontecer no cotidiano. Em outro momento do nosso material, vamos detalhar mais esse aspecto das características empreendedoras. U N ID A D E 1 18 Os conceitos mais utilizados nos dias atuais focalizam a abordagem para as oportunidades, como veremos adiante. Dessa forma, o foco mudou e as carac- terísticas foram deixadas para segundo plano. Não estamos querendo dizer que são irrelevantes os estudos, mas que somente as características do empreendedor não devem ser consideradas como elementos importantes. Para exempliicar, apresentamos um conceito clássico dessa abordagem, apre- sentada por Shane e Venkataraman (2000, p. 6): “ [...] empreendedorismo, como uma área de negócios, busca enten- der como surgem as oportunidades para criar algo novo (produtos ou serviços, mercados, processos de produção ou matérias-primas, formas de organizar as tecnologias); como são descobertas ou cria- das por indivíduos especíicos que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desenvolver coisas novas. Alguns pontos interessantes que podemos analisar nesse conceito é que não menciona características do empreendedor. Depois, trata a área como negócio e isso se justiica porque o empreendedor tem que propor iniciativas que tenham viabilidade comercial, principalmente em um sistema de mercado em que o re- torno inanceiro é importante. Na área social, somente o lucro não é levado em consideração, mas fundações e associações também funcionam como negócios. Segundo esse conceito apresentado pelos autores, envolvem-se diferentes formas de empreender, como produtos, serviços, mercados, processos de pro- dução ou matérias-primas e formas de organizar a tecnologia. Isso representa as possibilidades que os empreendedores podem ter quando empreendem, seja nos negócios próprios ou de terceiros. Outra parte relevante é apresentar que os indivíduos descobrem ou criam oportunidades de negócio e isso é importante porque nem todos compreendem o ambiente da mesma forma. Para exempliicar, em um cenário de crise econômi- ca, determinada pessoa considera como improvável empreender, e outra pessoa abre um negócio e obtém sucesso ao explorar uma possibilidade que ninguém considerou no momento. O último ponto é que, a partir da descoberta de uma ideia que possa ser transformada em coisas concretas de sucesso, os empreendedores utilizam meios diversos, como os recursos, a rede de contatos, o conhecimento que possuem e que vão buscar para explorar novas atividades que não izeram até o momento. U N IC E S U M A R 19 Uma ideia precisa de viabilidade para ser transformada em oportunidade. Nos negócios, um ou mais indivíduos com uma ideia agem para combinar recursos e gerar uma opor- tunidade lucrativa. pensando juntos Como o empreendedorismo estuda fenômenos sociais que constantemente se modiicam, uma abordagem única não seria suiciente para considerar todos os elementos. Vamos partir do pressuposto de que o empreendedorismo só é possível por meio de oportunidades, como consideram Shane e Venkataraman (2000), porque é mediante uma oportunidade que o empreendedor coloca em prática uma novidade. Para sintetizar essa perspectiva, uma citação de Read et al. (2011, p. 17-18) é bastante pertinente para compreendermos uma oportunidade. Ideia = alguma coisa + você Oportunidade = ideia + ação Ação = função (interação) do dinheiro, produto e parceiros Viabilidade = oportunidade + comprometimento Dessa forma, uma oportunidade depende de uma ideia e ação dos indivíduos. Para que ocorra essa ação, são necessários recursos e comprometimento dessas pessoas para tornar algo viável. E você pode perguntar a respeito do empreendedor. Haveria uma deinição a ser apresentada? Nós airmamos que o empreendedor é aquele que possui uma ideia e a coloca em prática, seja sozinho ou com um conjunto de pessoas. Essa deinição pode ser complementada conforme Lacombe e Heilborn (2008, p. 128): “pessoa que percebe oportunidades de oferecer no mercado novos produtos, serviços e processos e tem coragem para assumir riscos e habilidades”. O empreendedor é aquele que assume responsabilidade e tem iniciativa para buscar algo diferente, seja uma invenção ou aperfeiçoamento de um produto. Vale ressaltar que o empreendedor sozinho pode ter a ideia e transformar em negócio, ou também com a ajuda de mais pessoas. Ainda nesta unidade, aborda- remos com mais detalhes o empreendedor, apresentando os tipos, e também na próxima unidade, quando explanaremos a respeito do peril e das características do empreendedor. U N IC E S U M AR 21 se torne uma grande corporação, por isso está sempre interessado em novos negócios. Sua maior habilidade é identiicar oportunidades e não descansar enquanto não conseguir viabilizar sua implementação. ■ Empreendedor corporativo – podem ser executivos que assumem riscos e possuem habilidades de comunicação e negociação. Também chamado de intraempreendedor, ocorre quando os colaboradores realizam iniciativas empreendedoras dentro dos próprios negócios, visando o aperfeiçoamento da gestão. O intraempreendedor é um indivíduo que trabalha em prol do desenvolvimento de uma organização e possui um papel de destaque pela postura proativa. Nem sempre exerce um cargo gerencial, mas sempre está disposto a contribuir com o desenvolvimento das pessoas e do negócio. ■ Empreendedor social – tem como missão de vida a construção de um mundo melhor para as pessoas. É um empreendedor como os outros, com a diferença de não buscar construir um patrimônio próprio, mas prefere compartilhar seus recursos e contribuir para o desenvolvimento humano. ■ Empreendedor por necessidade – cria seu próprio negócio, porque não tem outra alternativa, está fora do mercado de trabalho e não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria. Praticamente não tem acesso à formação, recursos e a uma maneira estruturada de empreender, por isso, normalmente, trabalha na informalidade e de maneira pouco planejada, o que favorece o não sucesso do empreendimento. ■ Empreendedor por herdeiro (sucessão familiar) – herdam o negócio da família e, normalmente, aprendem cedo a ter responsabilidades e como o ne- gócio funciona. Atualmente, a família tem se preocupado com a preparação do sucessor familiar e com a proissionalização da gestão. ■ Empreendedor “normal” (planejado) – esse é o empreendedor que faz a lição de casa, buscando minimizar os riscos do negócio por meio do pla- nejamento de suas ações. Como o planejamento tem sido um pré-requisito para os empreendedores com história de sucesso, acredita-se ser normal a sua utilização, embora não seja o caso da maioria. Além dos tipos tratados pelo autor, existem autores, como Degen (2009), que consideram as franquias como forma de empreender, pois ocorre a abertura de negócio, com auxílio e conhecimento de um franqueador que já possui uma marca conhecida no mercado. Como é uma área que também tem se destacado, vamos abordar um pouco mais o assunto. U N IC E S U M A R 23 “ Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócios ou sistema operacional, desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta; sem que, no en- tanto, ique caracterizado vínculo empregatício (BRASIL, 1994, on-line). Pelo fato de o empreendedor iliar-se a uma empresa com produtos e serviços já exis- tentes, há uma parceria que deve ser bem solidiicada, porque duas partes estão di- retamente envolvidas: o detentor do negócio e aquele que deseja a autorização para representar a empresa que, em troca, paga remuneração sem que, necessariamente, exista vínculo empregatício. De acordo com Ferreira et al. (2010), uma franquia, em geral, pode ser: ■ De produtos e marcas – o franqueador concede ao franqueado o direito à obrigação de comprar os seus produtos e utilizar a sua marca. ■ De negócios – o franqueador proporciona ao franqueado a “fórmula” para fazer o negócio, além de formação, treinamento de colaboradores, publicidade e outras formas de assistência técnica e de marketing. Como consiste em um contrato de prestação de serviços, o sistema de fran- quias estabelece obrigações tanto por parte do franqueado como do franquea- dor, conforme descrito no Quadro 2. OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADOR OBRIGAÇÕES DO FRANQUEADO • Testar o potencial de sucesso do negócio durante um período, de modo a mostrar que pode ser rentável imagem da marca. • Apresentar um negócio baseado em um know-how distintivo com uma vantagem competitiva diante da concorrência. • Transmitir o know-how aos franqueados por meio de manuais e programas de formação. • Administrar o negócio no dia a dia, selecionar a equipe de colaboradores, tomar decisões, desenvolver ações de comunicação e publicidade. • Realizar o investimento necessário. • Fazer os pagamentos acordados. • Cumprir as regras da rede sobre a forma de operação e garantir a uniformidade do serviço. Quadro 2 - Obrigações do franqueado e do franqueador Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). U N ID A D E 1 24 Como nota-se no Quadro 2, as franquias exigem responsabilidades de am- bas as partes. Não é fácil franquear e nem ser franqueado. Por isso, enfati- zamos a necessidade de parceria e transparência no relacionamento. Esse formato de negociação também prevê algumas vantagens e desvan- tagens tanto para o franqueado como para o franqueador. Primeiro, vamos abordar o lado do franqueador, conforme Quadro 3. VANTAGENS DESVANTAGENS • Rapidez de expansão. • Redução de custo: centralização das compras de distribuição. • Maior participação no mercado, dado o crescimento da rede. • Maior cobertura geográica, com o atendimento a clientes e mercados antes não explorados. • Possibilidade de encontrar franqueados estimulados para maximizar as vendas e reduzir os custos para aumentar o lucro. • Gerar rendimento dos royalties e das taxas de franquia sem investir em novas instalações. • Acesso a ideias e sugestões. • Perda parcial do controle sobre os atos dos franqueados. • Potencial de criação de concorrente. • Insuiciência nos serviços de abastecimento de consultoria, dada uma expansão acelerada. • Seleção inadequada dos franqueados. • Potencial menor de lucro, em comparação com o crescimento interno por meio de iliais. • Potenciais atritos com o franqueados, em particular quando violam termos do contrato. Quadro 3 - Principais vantagens e desvantagens para o franqueador Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). Nos últimos anos, tem sido comum os empreendedores franquearem os negócios para obtenção de lucro. Entretanto, ressaltamos a relevância de ter um negócio pronto que já esteja dando certo no mercado para, a partir desse momento, pensar na possibilidade de franquear. Existe a necessidade de dar a devida assessoria para que o franqueado não acabe com a reputação do negócio; para prestar o auxílio, o próprio franqueador precisa estar con- victo do negócio, das dificuldades e do que pode ser feito para solucionar os problemas. Agora, vamos abordar as vantagens e desvantagens para o franqueado, conforme o Quadro 4. U N IC E S U M A R 25 VANTAGENS DESVANTAGENS Maior probabilidade de sucesso: adota um produto/serviço conhecido e testado no mercado e com uma rede e marca bem-sucedidas. Controle sobre as operações: auditorias frequentes e controle das vendas e do cumprimento de procedimentos e normas. Apoio contínuo do franqueador: experiência de gestão, treino e consultoria. Autonomia e criatividade limitadas: implementar modelo existente. Potencial de maiores lucros: beneicia-se de economias de escala e de marca reconhecida. Restrições no encerramento da atividade e na cessão/venda da propriedade. Proteção da concorrência de outros franqueados da mesma rede: direitos territoriais exclusivos. Custo do franchising pode ser mais elevado do que em um negócio independente. Permite aprender com as experiências de outros franqueados. Fraco desempenho de outros franqueados pode ter efeitos na reputação de toda a rede. Quadro 4 - Principais vantagens e desvantagens para o franqueado Fonte: adaptado de Santos (2002 apud FERREIRA et al., 2010). Os candidatos ou aqueles que são franqueadospossuem responsabilidades e preci- sam estar cientes. Ao assistir depoimentos de franqueadores de sucesso, eles sempre comentam que o sucesso do negócio está na mão do franqueado em mais de 70%. Isso porque precisa assegurar que todos os processos pré, durante e pós-funcionamento da franquia funcionem diretamente, envolvendo processos logísticos, de recursos huma- nos, marketing e inanceiros. Segundo Ferreira et al. (2010), o peril do franqueado envolve os seguintes aspectos: ■ Aceitar que há um risco: a franquia não evita o risco, ainda que este possa ser menor do que em um negócio independente. ■ Capacidade de iniciativa: a franquia não é uma fórmula que funciona sozinha, uma vez que as decisões do dia a dia determinam o sucesso ou fracasso do franqueado. ■ Incentivar os colaboradores: cabe ao empreendedor estimular, liderar, criar ambiente de trabalho agradável. ■ Trabalhar com menos autonomia: característica mais marcante que diferencia o empreendedor independente do franqueado. U N ID A D E 1 26 Para ajudá-lo(a) a reletir sobre os principais pontos a serem avaliados por quem deseja ser um franqueado, apresentamos o Quadro 5. Estrutura física É essencial saber o espaço físico necessário para as instalações, bem como todas as especiicidades para o funcionamento. Recursos inanceiros Importante avaliar o investimento necessário para adquirir a autorização para abrir uma unidade franqueada. Recursos humanos O número de funcionários necessário para funcionar, bem como as qualiicações necessárias para exercer o cargo. Planejamento Mesmo sendo uma franquia, o cuidado com o planejamento é necessário. Para abrir uma unidade, precisa-se pensar bem e também após a abertura do negócio. Autoanálise pessoal Antes de pensar em ter um negócio para trabalhar menos ou porque franquia é mais fácil que uma empresa, tome cuidado. Você precisa avaliar se tem o peril para empreender, se realmente está disposto a correr riscos e, no caso da franquia, se está preparado para seguir padrões impostos pelo franqueador, inibindo sua liberdade para criar ou implementar processos e atividades. Avaliação de mercado O momento das franquias é muito bom. Entretanto, é interessante avaliar o tipo de segmento que se deseja abrir e conhecer a região para saber se existe potencial para o local. Retorno do investimento É claro que todo mundo deseja o retorno do investimento no menor tempo possível, até porque os valores investidos são altos. Entretanto, é preciso saber a média de tempo e os esforços necessários para tal feito. Conhecimentos gerais e gerenciais Não importa o tipo de negócio, o conhecimento gerencial é fundamental. Conhecer um pouco de Marketing, Finanças, Produção e Recursos Humanos é essencial para gerenciar a unidade franqueada. Manuais de procedimentos Toda franquia tem procedimentos que devem ser seguidos seja na operação, na parte inanceira, no layout ou na forma de atender. Por isso, o franqueado deve analisar essas informações, porque, se é uma franquia, deve possuir manual de procedimento. U N IC E S U M A R 27 Contatos da rede Conversar com franqueados da rede é importante para saber como realmente funciona o negócio e as exigências necessárias. Suporte e assessoria Cada rede de franquia oferece serviços diferenciados, como planejamento estratégico, treinamento de recursos humanos, assessoria em marketing, entre outros. Cabe ao candidato avaliar o que a franquia disponibiliza. Dedicação ao negócio A dedicação faz diferença numa franquia. Se for somado a isso o conhecimento gerencial e habilidades interpessoais, as chances de sucesso aumentam. Processo seletivo O candidato a franqueado precisa conhecer os procedimentos necessários para ser selecionado. É importante coletar informações prévias e adequar-se às etapas de instruções. Circular de Oferta de Franquia (COF) Toda franquia deve ter e disponibilizar antecipadamente ao interessado para que possa avaliar todas as informações, exigências e procedimentos para saber se está preparado e compatibilizado com as expectativas do franqueador. Filiação a ABF É comum as franquias serem iliadas com a Associação Brasileira de Franchising - ABF que costuma premiar as melhores franquias com um selo de excelência. Se não for associado, procure conhecer os motivos e as justiicativas. Quadro 5 - Pontos de relexão para o franqueado / Fonte: os autores. As franquias têm sido utilizadas como importante forma de ampliação do negócio, uma vez que propiciam uma grande rede de atuação, sem implicar na concentração de esforços e de recursos para o empreendedor franquea- dor. E, para o empreendedor franqueado, tem possibilitado maior segurança e conhecimento acerca do negócio que se propõe a iniciar. Entretanto, é fundamental ter consciência das responsabilidades, das vantagens e das desvantagens desse tipo de negócio. No próximo tópico, vamos falar da importância dos negócios gerados pelo empreendedorismo para o desenvolvimento de uma região. U N IC E S U M A R 29 ■ Realiza investimentos em pesquisas e desenvolvimento, gerando novas tecnologias, produtos e serviços. Também é importante destacar que os estudos sobre a evolução do em- preendedorismo mostram grandes possibilidades de se transformarem na mola propulsora da integração do desenvolvimento regional e mundial, como possível solução para os problemas econômicos, políticos e sociais (BARBOSA, A. P.; BARBOSA, A. C., 2009). Para isso, a gestão dos negócios precisa pautar-se sob uma conduta ética que se preocupa com seu entorno, formando redes e parcerias em prol das sociedades em que atuam as organizações criadas. Preocupando-se com to- dos os grupos que se relacionam e têm interesse no negócio em andamento (stakeholders). Para Mello Neto e Froes (2002), existe uma corrente que apresenta o empreendedorismo como estratégia de desenvolvimento local, pois tem as seguintes características: ■ O objetivo de difundir as políticas de desenvolvimento local por meio do empreendedorismo. ■ O foco no maior desenvolvimento econômico e social em nível local, cujo lócus são as agências e fóruns de desenvolvimento local. Além disso, conforme discute Dornelas (2005), é preciso estimular o em- preendedorismo por oportunidade, de maneira a planejar adequadamente a estrutura do negócio, reduzindo a possibilidade de riscos e aumentando a possibilidade de sucesso de cada empreendimento. Assim, é possível ge- rar trabalho e renda, e atuar por meio de uma conduta sustentavelmente comprometida. Vale destacar que a maior parte dos negócios é formada por micro e pequenos negócios que geram grande parte dos empregos. Por isso, a rele- vância de iniciativas e práticas empreendedoras para o desenvolvimento das regiões, porque impactam social e economicamente. É importante o papel deles uma vez que geram trabalho e renda para os colaboradores e é o meio de subsistência dos empreendedores. U N IC E S U M A R 31 3. Os empreendedores são ‘lobos solitários’ e não conseguem traba- lhar em equipe: normalmente, os empreendedores são ótimos líderes, criam equipes competentes e desenvolvem um excelente relaciona- mento interpessoal. A jornada de um empreendedor é repleta de muitos desaios, sendo necessá- rio ter capacidade para enfrentar riscos e lidar com a adversidade. Os mitos criam um pensamento de que o empreendedor é um ser sozinho, egocêntri- co e quer toda a glória, mas, se observarmos os grandes exemplos, possuem uma conduta diferente. Vamos, também, abordar outros mitos utilizando o pensamento de Ferreira et al. (2010): 1. Qualquer um pode iniciar um negócio: na realidade, é preciso ter conhecimento sobre o negócio, para que ele tenha chance de sucesso, apenas boa vontade não é suiciente. 2. Há a necessidade de protagonismo: o empreendedor de sucesso sabe valorizar sua equipe, reconhecendo o trabalho de cada um, vistoque tem consciência de que não consegue nada sozinho. 3. Trabalham muito: o empreendedor, normalmente, dedica muita energia à realização do seu negócio, mas isso não signiica que ele não tenha tempo para a família, o lazer e a busca por formação. 4. Iniciam negócios de risco: só iniciam negócios com riscos calcu- lados, conhecem a viabilidade do negócio para fazer o investimento. 5. O empreendimento é apenas para os ricos: os empreendedores costumam ter boas ideias e viabilizar a sua implementação, para isso, acabam por buscar várias formas de inanciamento. 6. Idade é uma barreira: não há idade para ser empreendedor. Os es- tudos apontam que a maioria dos empreendedores são jovens e estão cada vez mais presentes no mercado. 7. São motivados pelo dinheiro: outras motivações, como realização pessoal, independência e liberdade também fazem parte do interesse do empreendedor. A realização de um sonho pode ser a maior delas. 8. Procuram o poder e o controle sobre os outros: o empreendedor de sucesso tem se mostrado um bom líder, que envolve sua equipe e não tem energias para gastar com disputa de poder e controle sobre os outros. U N ID A D E 1 32 9. Se tiverem talento, o sucesso chega em um ou dois anos: não há medida de tempo para o sucesso. E, ainda, não é apenas a falta de talento que faz um negócio não ter sucesso, obstáculos de mercado também podem provocar o insucesso de um negócio. 10. Qualquer pessoa com uma boa ideia pode enriquecer: apenas uma boa ideia não é suiciente para o sucesso do negócio, pois também é preciso que exista uma oportunidade de mercado. 11. Tendo dinheiro é fácil falhar: o capital não é suiciente para suportar falhas contínuas em um negócio, por isso, o planejamento, mais uma vez, aparece como ferramenta para evitar a falha. 12. Os empreendedores sofrem de estresse: o empreendedor precisa ter cautela e energia para fazer seu negócio dar certo, por isso, também precisa reequilibrar-se com atividades de lazer e descanso. O estresse só atrapalha o negócio. Os mitos abordados neste material são comumente difundidos pela socieda- de, o que tem atrapalhado o desenvolvimento e a expansão do empreende- dorismo por utilizar um pensamento equivocado. Agora que você já conhece esses mitos, pode nos ajudar a construir um ambiente empreendedor e pro- pício para os indivíduos. Seu papel, agora, é ser mais um empreendedor na sociedade e que difunda a ideia dos males que os mitos pode fazer para quem pretende empreender. Ainal, um dos grandes sonhos do brasileiro é ter o próprio negócio, mas ica com medo diante de tantos obstáculos que são colocados e de que não pode falhar porque será um fracassado. É muito importante dizer que não há uma receita de sucesso, mas uma jornada que vai sendo construída ao longo dos dias e cada um trilha a sua caminhada conforme o seu ritmo. Os erros fazem parte da nossa vida e os empreendedores estão mais propensos por arriscarem, mas não podem ser considerados como fracassados. Para o empreendedor criar uma empresa de sucesso, ele pode demorar até 4 vezes para conseguir, conforme pesquisas nacionais e internacionais. Contamos com a sua colaboração para criar um ambiente empreendedor mais próspero! U N IC E S U M A R 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Parabéns! Você inalizou a primeira unidade! Vamos recapitular os conheci- mentos adquiridos? Primeiro, começamos apresentando empreendedorismo de forma a compreender as abordagens ao longo dos anos. Houve mudanças de foco na forma de compreender e estudar esse campo de estudo, conforme se pode notar com Marco Polo, passando por Schumpeter até os dias atuais. Empreender é transformar uma ideia em oportunidade e isso ocorre de diferentes formas. Se você já é empreendedor(a) ou conhece alguém que é, saberá que existem muitas decisões a serem tomadas, obstáculos e interfe- rências que exigem pensamento rápido e capacidade de improvisação. Isso é uma realidade, porque, se não souber lidar com as diferentes variáveis que surgem por conta dos colaboradores, consumidores, fornecedores, po- der público, imprensa e sociedade, haverá muita dificuldade para fazer o negócio sobreviver. Outro ponto importante são os campos de estudo, sendo que apresen- tamos apenas alguns, como mulheres, jovens e a mortalidade de empresas, mas existem mais de 25 temas de estudos e pesquisas e que aumentam conforme surgem novidades no funcionamento do mercado. É possível notar que essa área é muito ampla. No nosso material, fizemos um pequeno recorte à apresentação da importância de estudar e compreender o em- preendedorismo. Há diferentes formas de empreender, pois uma pessoa pode herdar um negócio, abrir um negócio com ou sem planejamento ou até intraempreen- der. Com isso, notamos que existem diferentes formas de empreender e essa é uma das dificuldades de se conseguir definir um conceito. Para finalizar, concluímos a discussão com uma reflexão sobre a im- portância social e econômica do empreendedorismo e de seu papel ético, o qual se preocupa com o entorno dos empreendedores na condução dos seus negócios. Esperamos que esses conhecimentos tenham despertado a curiosidade por essa área e que tenhamos colaborado para o seu desenvolvimento pro- fissional. Até a próxima unidade! U N ID A D E 2 42 Para Stoner e Freeman (1999, p. 119), algumas pesquisas têm mostrado que “fatores psicológicos e sociológicos, além de competências especíicas, são carac- terísticas dos empreendedores”. De acordo com os autores, uma pesquisa realizada por Begley e Boyd identiicou cinco dimensões psicológicas dos empreendedores: ■ Necessidade de realização: os empreendedores possuem um estímulo social para se superar, algumas vezes é reforçado por fatores culturais. ■ Localização do controle: é a ideia de estar no controle da própria vida. ■ Tolerância ao risco: os empreendedores que correm riscos moderados aparecem no topo das listas de sucesso, mais do que os que não correm risco ou correm riscos extravagantes. ■ Tolerância à ambiguidade: em função da busca por inovação, os em- preendedores acabam vivendo determinadas situações pela primeira vez e, por isso, enfrentam mais ambiguidades. ■ Comportamento do tipo A: refere-se à tendência de fazer mais coisas em menos tempo e, se necessário, enfrente as objeções alheias. Ainda para os autores, é percebida, nos empreendedores, uma competência es- pecial, que se trata de ter o desejo de iniciar um negócio aliado à habilidade ou experiência para competir com eicácia quando o negócio for iniciado. Um aspecto relevante ao falar do empreendedor é sobre a motivação pessoal, isso porque a decisão de empreender está ligada a duas inspirações, conforme Ferreira et al., (2010): ■ Mudança no estilo de vida atual – por situação de desemprego, aposenta- doria, formação recente, descontentamento com relação ao empregador atual. ■ Opção de carreira – preparam-se efetivamente para ser empreendedor. ■ Além disso, a história e o contexto em que o empreendedor está inserido, segundo Ferreira et al. (2010), trazem diferenças ao empreender, como: ■ Ambiente familiar na infância: alguns estudos mostram que há pro- pensão em ser um empreendedor se o pai ou outro familiar também for. Isso porque, além da fonte de inspiração, costuma haver maior incentivo de valores, como independência, conquista e realização. ■ A educação: a formação é importante para ajudar o empreendedor a gerenciar os problemas que enfrentará e para adquirir conhecimentos especíicos de sua área de atuação. ■ Os valores pessoais: indivíduos bem-sucedidos costumam ter valores, como liderança, criatividade, sucesso, trabalho, ética, objetivos e outros. U N IC E S U M A R 43 Conheça pessoas que têm sucesso nos negócios e perceberá que o ingrediente dedicação é comum. Se pretende empreender, tenha sempre na cabeça que precisará aprender sempre e perseverar paraobter sucesso. pensando juntos ■ A experiência proissional prévia: o histórico proissional tem demons- trado forte impacto positivo (quando há experiência proissional prévia sobre a área de atuação do negócio) e negativo (quando da ausência de conhecimentos prévios) sobre as carreiras empreendedoras. O que nós queremos dizer com tudo isso? Se buscarmos em livros e mate- riais sobre a área, encontraremos uma série de características nomeadas ao empreendedor, como: modelo que o inluencia, autoconiança, necessidade de realização, aprende com insucessos, intuição, sonhador realista, conhece o ramo de atuação, orientação para realização, inovador, autônomo, possui iniciativa, otimismo, perseverança, ixador de metas, comprometido, líder, possui rede de relacionamentos, inluencia pessoas, criatividade. Entretanto, não há como fazer um mapeamento do peril ideal porque cada um possui traços peculiares, criados em diferentes contextos familiares, mercado, negó- cios e realidades, e que a cada situação de mercado é necessário adaptar-se, por isso, um peril mais adequado hoje pode não ser o mais esperado no futuro. Uma forma de tratar mais assertivo o assunto é por meio das Caracterís- ticas do Comportamento Empreendedor - CCEs, derivado dos estudos de David McClelland (1972) que deiniu 30 características divididas em 3 gran- des conjuntos (realização, planejamento e poder). Esse estudo é interessante por não estabelecer traços, mas comportamentos que devem ser praticados pelo empreendedor, e quanto mais o indivíduo praticar, mais fará parte do peril pessoal. O conjunto de realização refere-se às atitudes que o empreendedor toma para tornar concreto aquilo que deseja, aspecto fundamental para quem está à frente dos negócios. Nesse grupo, está incluso 5 características e 15 comportamentos empreendedores: busca de oportunidades e iniciativa, persistência, correr riscos calculados, exigência da qualidade e eiciência e comprometimento. U N ID A D E 2 44 Busca de oportunidades e iniciativa Antecipa as tendências para criar oportunidades de negócios como postura proa- tiva, sendo os três comportamentos: ■ age com proatividade antecipando-se às situações; ■ busca a possibilidade de expandir os negócios; ■ aproveita as oportunidades para progredir. Persistência Capacidade de enfrentar obstáculos para obter sucesso. A capacidade de man- ter-se irme diante dos problemas, reavaliando planos, é fundamental para atingir os objetivos preestabelecidos, sendo que há três comportamentos: ■ não desiste apesar dos obstáculos; ■ reavalia e insiste ou mesmo muda os planos para superar objetivos; ■ esforça-se além da média para atingir objetivos. Correr riscos calculados Disponibilidade de assumir desaios. O risco fará parte da rotina do empreende- dor que deve minimizar com planejamento, análises e avaliações para encontrar uma alternativa que há mais propensão de dar certo no atual contexto. Os com- portamentos referentes a essa característica são: ■ procura e avalia alternativas para tomar decisões; ■ busca reduzir as chances de erro; ■ aceita desaios moderados. Exigência da qualidade e eiciência Disposição para fazer mais e melhor, buscando o aperfeiçoamento. É importante estabelecer indicadores e ações para cumprir prazos e obter qualidade, buscando conhecer e satisfazer as expectativas dos consumidores, que, consequentemente, fará a organização aperfeiçoar-se. Os comportamentos adotados são: U N IC E S U M A R 45 ■ melhora continuamente o negócio e produtos; ■ satisfaz e excede as expectativas dos clientes; ■ cria procedimentos para cumprir prazos e padrões de qualidade. Comprometimento O sacrifício pessoal quer dizer que o empreendedor se compromete para cum- prir os compromissos assumidos, visando manter a relação de parceria acima de objetivos e vantagens individuais. Os comportamentos empreendedores são: ■ traz para si as responsabilidades de sucesso e fracasso; ■ atua em conjunto com a equipe para atingir resultados; ■ coloca o relacionamento com os clientes acima das necessidades de curto prazo. O segundo conjunto do estudo refere-se ao planejamento, atividade subestimada, porém essencial para alcançar resultados futuros satisfatórios e tem 3 caracterís- ticas: busca de informações, estabelecimento de metas e planejamento e moni- toramento sistemático. Busca de informações Envolvimento direto do empreendedor é fundamental para buscar, investigar e ava- liar as necessidades de melhoria dos produtos e serviços, consultando especialistas sempre que necessário. Os comportamentos que se referem a essa característica são: ■ envolve-se pessoalmente na avaliação do mercado; ■ investiga sempre como oferecer novos produtos e serviços; ■ busca a orientação de especialistas para decidir. Estabelecimento de metas É a capacidade de criar metas claras e atingíveis. Esse é um dos comportamentos mais requeridos pelos empreendedores que buscam meios de estabelecer e cumprir de forma mais efetiva. O principal indicador de referência é ter um signiicado para o empreendedor; caso contrário, poderá deixar de agir para cumprir. Dessa forma: U N ID A D E 2 46 ■ persegue objetivos desaiantes e importantes para si mesmo; ■ tem clara visão de longo prazo; ■ cria objetivos mensuráveis, com indicadores de resultado. Planejamento e monitoramento sistemáticos Agir de forma organizada com degraus para alcançar o objetivo é fundamental. As características do comportamento empreendedor são: ■ enfrenta grandes desaios, agindo por etapas; ■ adequa rapidamente os planos às mudanças e as variáveis de mercado; ■ acompanha os indicadores inanceiros e os leva em consideração no mo- mento de tomar a decisão. O terceiro conjunto refere-se ao poder e está relacionado com a capacidade de inluenciar os outros e seguir o próprio pensamento, sendo as duas características: persuasão e redes de contatos e a independência e autoconiança. Persuasão e rede de contatos Utilização da estratégia para inluenciar e persuadir pessoas, além de relacio- nar-se com pessoas-chaves que possam contribuir para atingir os objetivos do negócio. As características são: ■ cria estratégias para conseguir apoio para os projetos; ■ obtém apoio de pessoas-chaves para os objetivos; ■ desenvolve rede de contatos e constrói bons relacionamentos comerciais. Independência e autoconiança Desenvolve a autonomia para agir e manter a coniança no sucesso. Coniar nas próprias decisões é muito importante, mesmo quando enfrentar desaios ou hou- ver opiniões contrárias. Dessa forma: ■ conia nas próprias opiniões mais do que nas dos outros; ■ é otimista e determinado, mesmo diante da oposição; ■ transmite coniança na própria capacidade. U N ID A D E 2 48 Características Gestores Empreendedores Motivações primárias. Promoção e outras recompensas corporativas tradicionais. Poder. Independência, oportunidade para criar algo novo e dinheiro. Decisões. Usualmente concordam com as decisões tomadas pela alta gestão. Seguem os seus sonhos, tomando decisões. A quem servem. Aos outros, seus superiores. A si próprios e aos seus clientes. Atitude perante o risco. Cautelosos e evitam decisões de risco. Assumem riscos calculados, investem muito e esperam ser bem-sucedidos. Falhas, erros. Tentam evitar erros e surpresas. Adiam o reconhecimento do fracasso. Aprendem com os erros e as falhas. Quadro 1 - O empreendedor versus o gestor / Fonte: adaptado de Ferreira et al. (2010, p. 31). Nesse quadro, podemos notar que o empreendedor é sempre o idealista e o criati- vo, enquanto o gerente realiza atividades mais racionais e se reporta a superiores, visto que trabalha numa organização prestando serviços. Um empreendedor pode fazer atividades mais relacionadas ao gerente, pois, quando abre o negócio, por exemplo, precisa fazer com que propicie retorno e tenha longevidade, tendo em vistaque a maior parte dos negócios brasileiros são micro e pequenos e o indivíduo acumula diferentes funções. No entanto, conforme Robbins (2005), nem todos os gerentes e administra- dores são empreendedores, uma vez que gerente tradicional é aquele que gerencia os recursos de produção, mas sem inovação, buscando uma estabilidade. Dessa forma, o autor ressalta a importância do gerente empreendedor, ou seja, uma pessoa coniante em sua capacidade, que aproveita oportunidades de inovação e que não só espera as surpresas, mas às capitaliza. Dornelas (2005) reforça essa ideia quando diz que o empreendedor é um administrador, mas diferente daque- les padrões tradicionais, pois é mais visionário. U N IC E S U M A R 49 Para ajudar no esclarecimento das diferenças, um gerente da empresa X, que sempre executa muito bem as atividades que são de responsabilidade dele, não é um empreendedor. Quando ele contribui para o crescimento da organização, propõe novas ideias na construção, ele poderá se tornar uma espécie de empreendedor que os especialistas chamam de intraempreendedor. Explicada a diferença de gestor e empreendedor, é o momento de explicar de empreendedor para empresário, porque nem todo empresário será em- preendedor. Também é importante ressaltar que o empresário é o indivíduo que constitui um negócio e que pode, a partir daí, não buscar inovação, iden- tiicar novas oportunidades, mesmo que seja eiciente e realize atividades de planejamento e gestão. O empreendedor, ao contrário, está sempre em busca de aperfeiçoamento, seja proprietário ou colaborador, realizando ações para que o negócio venha a tornar-se próspero porque é um indivíduo questiona- dor e não se contenta com as situações atuais do mercado. Dessa forma, podemos ter um empresário que é gestor e empreendedor, bem como um empresário que não é gestor porque não exerce atividades na organização e também não é empreendedor porque não é um ser que busca o aperfeiçoamento do negócio. Podemos ter um empreendedor que exerce funções de empresário porque constituiu a empresa e exerce uma atividade na organização, como também um empreendedor que não atua diretamente com uma função na organização, porque somente investiu na ideia, como é o caso dos empreendedores seriais. Esperamos ter ajudado a esclarecer as diferenças entre cada um dos tipos e convidamos novamente para nos ajudar a explicar isso para a sociedade. Como abordamos no início, a unidade é composta por duas partes: a pri- meira foi abordar sobre o indivíduo e a partir daqui começamos a segunda, que é explicar sobre a oportunidade. U N ID A D E 2 54 ■ Começo pequeno que cresce: negócio estabelecido que vai cres- cendo ao longo dos anos. ■ Exposições de invenções: eventos que contenham invenções são sempre boas oportunidades para os empreendedores pensarem em ideias de negócios. ■ Patentes: a observação de patentes contribui para o surgimento de novas ideias pela exposição a diferentes invenções. ■ Agências de governo: podem incentivar ideias empreendedoras, quando possibilitam e incentivam a inovação. ■ Transferência tecnológica: uma tecnologia transferida permite, a quem recebe a tecnologia, criar novas oportunidades de negócio. ■ Feiras: participar de feiras ou mesmo eventos é uma ótima possibi- lidade de conhecer e pensar em novas oportunidades. ■ Ideias de clientes: ouvir os clientes é sempre importante, porque eles podem sugerir ideias ao aperfeiçoamento dos produtos ou mes- mo criar outros. Assim como destacamos nas características empreendedoras, para as fontes de oportunidades, precisamos levar em consideração aspectos considera- dos por Hisrich e Peters (2004), como: experiência educacional, situações familiares e vivências profissionais. Para estimular a geração de ideias, podemos utilizar alguns métodos que são apresentados por Ferreira et al. (2010): ■ Brainstorming: uma tempestade de ideias em que um grande nú- mero de profissionais sugere soluções a um problema previamente estabelecido. Em geral, uma sessão de brainstorming é organizada em círculo de maneira a permitir que todos participem, um após o outro, com total liberdade e criatividade de pensamento, sem o julgamento uns dos outros. Ao final, espera-se que as ideias possam ser lapidadas, a fim de criar inovações consistentes e passíveis de implementação. ■ Grupos de discussões (focus group): elaboração de grupos de dis- cussão sobre as propriedades de um produto ou serviço, a fim de buscar possibilidades de melhorias e inovações deste. Essa técnica busca captar a percepção das pessoas sobre o produto ou serviço. U N IC E S U M A R 55 ■ Questionários: os questionários permitem a avaliação direta de um produto ou serviço, sendo utilizados para obter respostas direciona- das. Precisam ser bem elaborados, de maneira a obter as informa- ções realmente necessárias, e a seleção da amostra da população a respondê-los precisa, realmente, representar o público-alvo. ■ Observação direta: observando diretamente a utilização do pro- duto ou serviço, permite levantar informações importantes sobre possibilidades de inovações e melhorias. ■ Análise de inventário de problemas: é um processo de discussão parecido com os grupos de discussão, com a diferença de que os participantes recebem uma folha com uma lista de problemas que precisam de solução. ■ Método check list: elabora-se um conjunto de questões que se pre- cisa resolver para discutir em grupo um determinado assunto. ■ Método de livre associação: escrever ideias relacionadas com o problema, sucessivamente, complementando umas às outras. ■ Método de associações coletivas: com um bloco de notas, cada participante pensa em possíveis soluções para a utilização do bem ou serviço em seu dia a dia. Após o processo de geração de ideias, é preciso avaliá-las, identificando aquelas que possuem melhor viabilidade de implementação e, em seguida, desenvolver um plano de execução dela. Também, é importante preocu- par-se com uma forma de proteção das ideias já elaboradas por meio de registros e patentes. Como compreendemos a oportunidade empreende- dora, podemos estudar, agora, como ocorre o processo empreendedor, ou seja, desde a ideia até que ela se torne realidade e proporcione benefícios ao empreendedor. U N ID A D E 2 58 Figura 3 - Processo empreendedor de Baron e Shane (2010) Fonte: adaptada de Baron e Shane (2010, p. 16). A partir desse modelo dos autores, podemos notar que existem seis etapas no processo. Cada uma delas recebe a inluência de variáveis individuais, grupais e sociais. Nesses modelos, é relevante ressaltar que o empreendedorismo não é um processo linear, como ocorre em uma linha de produção. Pelo contrário, existem diversos fatores que inluenciam esse processo que o torna dinâmico. A ideia pode ser transformada em oportunidade em questão de semanas, meses e até anos, pois condições desfavoráveis levam o empreendedor a não conseguir levá-la adiante conforme deseja. O fato de ter uma ideia, decidir pros- seguir com ela e reunir os recursos para abrir o negócio não quer dizer que isso vai dar certo. Pode ser necessário alterar a ideia, pois o contexto foi alterado e não é mais possível transformá-la em oportunidade. Essa situação pode acontecer nas outras etapas, inluenciada pelas variá- veis de nível individual, grupal e social. Esse modelo pode ser aplicado aos diferentes tipos de empreendedores. Para quem empreendeu por necessidade, o processo é mais intuitivo e sem muito planejamento, podendo inluenciar no cumprimento das etapas. Para quem empreendeu por oportunidade, as fases foram passadas com mais precaução e análise das informações do am- biente para minimizar riscos. U N IC E S U M A R 59 Como vimos, para os empreendedores não é fácil criar e gerenciar negócios. Cada um passa por situações diferentes e age de acordo com ascaracterísticas pes- soais e de acordo com o ambiente em que estão inseridos, por isso, encontramos tanta diversidade no empreendedorismo. Ao inal da unidade, convidamos você para reletir mais sobre o assunto e consultar os materiais que disponibilizamos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Para concluir, vamos relembrar os principais aspectos discutidos na Unidade II. Co- meçamos discutindo o empreendedor, bem como suas características fundamentais para compor o peril empreendedor. Descobrimos que não há um modelo pronto e acabado de empreendedor e que as características discutidas são apenas aspectos que podem apontar a presença do peril empreendedor no indivíduo. Os mitos que pairam sobre a igura do empreendedor foram discutidos, a im de desmitiicar o empreendedorismo e veriicar a importância da busca pela proissionalização, pois não basta apenas contar com a sorte ou ter boas ideias para que o empreendimento tenha sucesso. Assim, foi possível perceber que ser empreendedor não consiste em acertar sempre, mas, principalmente, em planejar bem para que os riscos e possibilidades de fracassos possam ser calculados, bem como a capacidade de sucesso. Para isso, é preciso aprender a analisar e a perceber as oportunidades de ne- gócios, por meio do levantamento de informações, busca de conhecimento e desenvolvimento de análises. Criar uma cultura de criatividade e trabalho em grupo também é muito importante em um meio onde a inovação é o que faz a diferença. O processo de geração de novas ideias apenas contribui para que essa inovação atenda a uma oportunidade de mercado. Considerando a importância do papel do empreendedor nas organizações e na sociedade atual, veriicamos, ainda, que cabe a cada um dos interessados buscar essa formação. Uma vez que o empreendedor não nasce pronto e que existem dúvidas e questionamentos sobre a questão de ensinar a ser um, é preciso buscar aprender e desenvolver as capacidades ligadas ao espírito empreendedor. Esperamos que, com as discussões propostas nesta unidade, tenhamos cola- borado com o seu conhecimento acerca do empreendedor e da busca pela pro- issionalização no caminho do sucesso da implementação dos seus negócios. Continue irme na jornada de estudos! U N IC E S U M A R 69 A criação de uma proposta de valor para entregar a um determinado público é a lógica de orientação de um negócio. Esse valor pode ser para a sociedade de forma geral, para empresas públicas ou privadas, determinado grupo de pessoas que terão acesso a uma nova forma de satisfazer uma necessidade. Criar valor é a nova perspectiva de foco, e para que isso aconteça, é fundamental saber para quem será criado e implica em conhecer esse conjunto de pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas. A inovação em modelos de negócio acontece quando o modo de ganhar dinheiro cresce, tornando-se lucrativa. Esse modo de crescimento tem feito acontecer a discussão sobre as startups. Segundo Gitahy (2016) “é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza”. Ainda conforme o autor, a startup tem que proporcionar uma criação de valor diferenciada; consiste em um erro considerar que toda nova empresa é startup, visto que o negócio tem que ser repetível, poder ser reproduzido de forma quase ilimitada e escalável, ou seja, crescer sem ter que modiicar o modelo de negócio. Isto é, a receita cresce em larga escala, e os custos à baixa escala, isso tudo acon- tecendo em um ambiente de incerteza. Após apresentar as primeiras informações sobre modelos de negócios, vamos abordar as vantagens de ter um modelo bem deinido. Uma mudança no modelo de negócio pode causar impacto em todo o mercado e até na sociedade. Se o mercado hoje está desenvolvido, é por conta de empreendedores que pensaram em inovação e alteraram o modelo de negócio. O Uber é um exemplo moderno de alteração bem-sucedida. O mercado de transporte de passageiro parecia estabilizado com a criação de centrais de táxi e aplicativos de celular, até que foi criado um modelo inovador de uma empresa que ganha dinheiro sem ter um táxi e que transforma qualquer indivíduo com uma carteira de motorista, como potencial consumidor interessado em ser motorista, revolucionando o mercado. A Xerox também mudou o mercado na década de 60 com a criação da fotocopiadora, cobrando um valor para que os interessados pudessem ganhar dinheiro. Algo que hoje, para nós, é comum; na época, revolucionou o mercado e possibilitou a criação de fotoco- piadoras. Fonte: o autor. explorando Ideias U N IC E S U M A R 71 modelo deinido será importante para ter e possibilitar ideias transformadas em oportunidades de negócios, criar parcerias que podem maximizar os re- sultados da organização. Quando uma organização tem suas características e estilo deinidos, está mais preparada para enfrentar as diiculdades e imprevistos do mercado, visto que conhece os seus limites, qualidades e defeitos, permitindo uma vantagem em relação à maioria dos negócios que se adaptam conforme o mercado, sem planejamento e sem saber se realmente devem mudar. A adaptação ocorre, mas é mais pela necessidade e isso provoca, na instituição, retrabalho e de- sorganização. Conforme Osterwalder e Pigneur (2010 apud MOTA, 2012), existem 6 práticas para elaborar um modelo de negócio: ■ Ótica do cliente: é importante estruturar um negócio, tendo em vista a perspectiva de valor do cliente e não somente aos interesses próprios, e isso se faz ao saber o que ele vê, ouve, pensa e sente, diz e faz, sente e ganha. ■ Geração de novas ideias: é importante ter uma equipe comprome- tida que realize práticas de brainstorming de forma a pensar: E se? ■ Pensamento visual: o uso de ferramentas, como desenhos, esquemas, diagramas e adesivos autocoláveis ajuda a transformar ideias que se têm em informações concretas, o que ajuda a explicitar. ■ Prototipagem: um modelo não é perfeito e imutável. A possibilida- de de pensar como um protótipo permite explorar como um novo público-alvo, mudar os parceiros-chave, dentre outras possibilidades. ■ Apresentação do modelo como uma história: permite cativar pes- soas a trabalharem e investirem por criar um contexto que apresenta e justiica o modelo de negócio. ■ Cenários: permite pensar nos clientes e nas possibilidades de negó- cios, o que ajudam no aperfeiçoamento do modelo de negócio. Essas práticas são importantes para deinir o modelo, mas por que pensar em ter um modelo deinido? Vamos demonstrar algumas vantagens: ■ Inovação: permite focar as energias para concentrar os esforços no desenvolvimento de produtos e serviços. ■ Criação de protótipos: o pensamento atual dos negócios é que não há um produto perfeito, não é necessário esperar até que esteja pronto, U N ID A D E 3 72 mas podem ser criadas versões. ■ Tomada de decisão mais rápida: ter uma estrutura organizada per- mite que as decisões sejam feitas de forma mais rápida, porque são rompidos paradigmas que atrapalham a gestão. ■ Conhecimento do público-alvo: para deinir um modelo de negócio, é preciso escolher um público e, a partir dele, é possível criar proposta de valor a ser atendida. ■ Conhecimento dos objetivos da organização: permite orientar o trabalho dos colaboradores que vão direcionar as energias no trabalho. ■ Adaptação mais rápida ao mercado: por tornar a estrutura mais enxuta, ela pode adaptar-se às inovações do mercado. ■ Flexibilidade na gestão: uma estrutura otimizada permite gestão descentralizada. Quando os gestores de uma empresa não sabem o que querem, fazem várias coisas ao mesmo tempo para demonstrar que se adaptam ao mercado, mas, na verdade, desperdi- çam recursos inanceiros e desgastam os colaboradores. pensando juntos Parece perda de tempo, mas deinir um modelo de negócio tem vantagens para ajudar o seu negócio a abrir e manter-seno mercado. Planejar e organizar traz um diferencial e quando, em outra unidade, abordamos sobre o empreende- dorismo por oportunidade, era justamente para demonstrar que empreender quando há conhecimento do mercado aumenta as possibilidades de sucesso nos negócios. Continue os seus estudos porque, em outro momento, vamos abordar sobre as causas de mortalidade de negócios e você compreenderá a importância do que foi apresentado até o momento. U N ID A D E 3 74 O Modelo Canvas teve origem na tese de doutorado de Osterwalder que pesquisava uma ferramenta que pudesse ter como base o Plano de Negócios, mas que fosse mais dinâmi- co para lidar com o mercado. Após a tese, foi elaborado um livro que durou 9 anos com a colaboração de 470 pessoas de 45 países. Foram criados 8 protótipos até chegar no atual, foram feitas 200 impressões de teste que utilizaram mais de 28 mil post-its, 287 ligações de voz e 4000 horas de trabalho até chegar ao livro que descreveu como gerar modelos de inovação em negócio. Fonte: adaptado de Osterwalder e Pigneur (2011). explorando Ideias Quadro 1 - Estrutura do Business Model Canvas Fonte: adaptado de Osterwalder e Pigneur (2011 apud ALMEIDA; MIYATAKE, 2015). O Business Model Canvas pressupõe que existem 9 componentes para a deinição do modelo de negócio: segmentos de clientes, proposta de valor, canais, relacio- namento com clientes, fontes de receita, recursos principais, atividades-chave, parcerias principais e estrutura de custo. Essas partes tratam de dois componentes essenciais de uma organização: a parte mais estratégica e de posicionamento no mercado e a operação de funcio- namento, ligado dentro do negócio, para que possa cumprir a proposta de valor a que se propõe. U N ID A D E 3 76 são: “Para quem estamos criando valor? Quem são nossos consumidores mais importantes?” (OSTERWALDER; PIGNEUR, 2011, p. 21). Os autores consideram que alguns exemplos de segmentação são: ■ Mercado de massa: comum no setor de eletrônicos de consumo. ■ Nicho de mercado: que atende um público especíico e especializado, como os fabricantes de peças de carro que dependem dos fabricantes de automóveis. ■ Segmentado: quando há necessidades e problemas um pouco diferentes, como ocorre com os bancos que atendem grupos maiores e um público mais especíico. ■ Diversiicado: quando se aposta em segmentos muito diferentes, como uma empresa que vende produtos online resolve ofertar armazenamento em nuvem. ■ Plataforma multilateral: quando há dois segmentos interdependen- tes; por exemplo, um jornal precisa de leitores para tornar-se viável, bem como precisa atrair anunciantes que possam arcar com os custos de pro- dução e distribuição. Podemos dar mais alguns exemplos: pessoas físicas podem ser mulheres solteiras entre 18 e 35 anos que estão empregadas, jovens até 18 anos que não trabalham e idosos acima de 65 anos que continuam trabalhando. Para pessoas jurídicas, alguns exemplos são agências de turismo que vendem pacotes para executivos de negócios, indústrias de médio porte que realizam operações interestaduais, comércios varejistas de roupas que vendem para pessoas com restrição de crédito e organizações não governamentais que cuidam dos direitos dos animais. Resumindo, no Modelo Canvas pode ser determinado um público-alvo para apresentar uma diferenciação. Contudo, não há problema em escolher dois públi- cos desde que exista duas propostas de valor, tópico que será abordado a seguir. Proposta de valor Representa o que a organização pretende trazer de novidade ou aperfeiçoamento em um produto, um serviço, na forma de organizar o negócio para determinado público, sendo o motivo pelo qual o consumidor irá escolher a organização, por isso, precisa ser claro e sucinto, podendo focar para aspectos mais qualitativos U N IC E S U M A R 77 ou quantitativos. As perguntas que podem ser feitas para ajudar na deinição da proposta de valor são, de acordo com Osterwalder e Pigneur (2011, p. 23): “que valor entregamos ao cliente? Qual problema estamos ajudando a resolver? Que necessidades estamos satisfazendo? Que conjunto de produtos e serviços estamos oferecendo para cada segmento de clientes?”. Osterwalder e Pigneur (2011) citam os elementos que representam a proposta de valor: ■ Novidade: conjunto de necessidades pouco percebidas pela carência de algo similar. ■ Desempenho: ao oferecer melhoria em produtos e serviços. ■ Personalização: atendendo às necessidades especíicas, utilizando ter- mos, como a customização em massa e cocriação. ■ Fazendo o que deve ser feito: ajudando o cliente na execução do serviço. ■ Design: principalmente ao ofertar algo superior para o mercado. ■ Marca/status: podem demonstrar um diferencial pelo uso ou demons- trar que fazem parte do grupo ao utilizar o produto/serviço. ■ Preço: quando se oferta um produto por criar um modelo com baixo custo ou mesmo serviços gratuitos que têm sido uma tendência para al- guns mercados. ■ Redução de custo: ao contribuir para que o público reduza os custos de compra ou fabricação. ■ Redução de risco: principalmente ao ofertar garantia de que o produto funcione. ■ Acessibilidade: ao tornar disponível para o consumidor, seja pela novi- dade ou pela popularização. ■ Conveniência/usabilidade: quando o produto é mais fácil de ser uti- lizado, torna-se menos necessário o auxílio ao consumidor e tende a ter mais aceitação pelo público. Os aspectos tratados pelos autores ajudam na orientação, entretanto, não precisam ser restritos somente ao que foi informado. Outros exemplos de propostas de valor podem ser: proporcionar agilidade no atendimento de pacientes doentes, formas de pagamento seguras e práticas para o consumidor, personalização de atendimento. É muito importante pensar com calma na proposta de valor, porque esta irá orientar os outros oito pontos. Se for necessário, reformule, mas não deixe de revisar os outros pontos também para saber se estão condizentes. U N ID A D E 3 78 Canais Os canais representam a maneira de entregar a proposta de valor para o segmento determinado. Podemos pensar nos canais de comunicação, distribuição e venda, compondo o ponto de contato com os consumidores. As perguntas para deinir os canais são, conforme Osterwalder e Pigneur (2011, p. 27): “ Através de quais canais nossos segmentos de clientes querem ser contatados? Como os alcançamos agora? Como nossos canais se integram? Qual funciona melhor? Quais apresentam melhor cus- to-benefício? Como estão integrados à rotina dos clientes? Os canais podem ser parceiros, particulares ou uma mistura de ambos, depende da sua avaliação quanto à proposta do negócio. Pense do ponto de vista do con- sumidor para entregar a proposta de valor. Analise, por exemplo, se é interessante o relacionamento por drone, e-book, assinatura, consignação, empréstimo, uma entrega por frota própria ou terceirizada. Relacionamento com clientes A relação com o cliente é fundamental para que a proposta de valor seja entregue. Por isso, pense com carinho em como quer manter contato e o que pode ser feito para melhorar. Os questionamentos relevantes, nesse momento, são: “que tipo de relacionamento cada um dos nossos segmentos de clientes espera que esta- beleçamos com eles? Quais já estabelecemos? Qual o custo de cada um? Como integram-se ao restante do nosso Modelo de Negócios?” A partir daí, algumas das respostas, conforme os autores, podem ser a utiliza- ção de assistência pessoal, assistência pessoal dedicada, self-service, serviços auto- matizados, comunidades com um propósito e cocriação com outros interessados. Ressaltamos que é importante partir do pressuposto de que a visão das organizações deve ser de manter contato e criar vínculo com o público. Para isso, devem ser buscadas formas de fazer o público voltar a manter relacio- namento com a instituição, sendo a utilizaçãodas redes sociais, programa de idelidade e descontos progressivos, exemplos de formas de criar relaciona- mento com os clientes. U N IC E S U M A R 79 Fontes de Receita A obtenção de dinheiro é uma das ações mais esperadas pelos empreendedores, por isso, é importante pensar em como ter receita. Com isso, é relevante pensar, conforme Osterwalder e Pigneur (2011, p. 31): “quais valores nossos clientes estão realmente dispostos a pagar? Pelo que eles pagam atualmente? Como pagam? Como prefeririam pagar? O quanto cada Fonte de Receita contribui para o total da receita?” As formas de ganhar dinheiro ocorrem não somente por meio da venda de produtos, que é o mais comum, mas podem ser utilizadas taxa de uso, taxa de assinatura, empréstimos/aluguéis/leasing, licenciamento, taxa de corretagem, anúncios, representa a forma como a organização ganhará dinheiro. Além da forma ganhar dinheiro, é relevante colocar-se no lugar do cliente, de forma a pensar o que o consumidor quer, como quer pagar, o quanto quer pagar. Recursos Principais Toda organização, para manter-se funcionando, atendendo as expectativas do con- sumidor, precisa de recursos que podem ser físicos, intelectuais, humanos e inan- ceiros, que podem ser comprados, alugados ou cedidos. Para não se esquecer do que é relevante para a organização, Osterwalder e Pigneur (2011, p. 35) apresentam questões para relexão: “que recursos principais nossa Proposta de Valor requer? Nossos canais de Distribuição? Relacionamento com os clientes? Fontes de Receita?” Os recursos representam o que precisa existir para que a proposta de valor seja operacionalizada, sendo alguns exemplos máquinas, equipamentos, mão de obra especializada, sotwares e patentes. Atividades-chave Ter recursos é importante para uma organização, entretanto, só isso não é suiciente. Torna-se fundamental saber as atividades que uma organização precisa executar para entregar a proposta de valor. Osterwalder e Pigneur (2011, p. 37) consideram importante pensar: “que atividades-chave nossa proposta de valor requer? Nossos canais de distribuição? Relacionamento com Clientes? Fontes de Receita?” U N ID A D E 3 80 Uma organização pode realizar atividade de produção, resolução de pro- blemas, criação de plataforma/rede, atividade de venda, atendimento remoto e assistência técnica, sendo estes exemplos de atividades-chave. Parcerias Principais Parceria é um termo essencial para os negócios nos dias atuais. A partir do momento em que o empreendedor decide constituir um negócio, deve ter em mente que precisará relacionar-se com consumidores, concorrentes, forne- cedores, Governo, colaboradores e outras organizações. Dessa forma, sempre será necessário manter contato com algum tipo de público. Para o modelo de negócio ser diferenciado, é necessário pensar que agentes, além do óbvio, são importantes para entregar a proposta de valor. Osterwalder e Pigneur (2011, p. 39) apresentam algumas questões para relexão para veriicar as parcerias principais: “quem são nossos principais parceiros? Quem são nossos fornecedores principais? Que recursos princi- pais estamos adquirindo dos parceiros? Que atividades-chave os parceiros executam?” Os autores apresentam a possibilidade de 4 tipos de parcerias: 1. alianças estratégicas entre não competidores; 2. coopetição: parcerias estratégicas entre concorrentes; 3. Joint Ventures para desenvolver novos negócios; 4. relação comprador-fornecedor para garantir suprimentos coniáveis que podem fazer parcerias para otimização e economia de escala, re- dução de riscos e incertezas e aquisição de recursos e atividades par- ticulares. As parcerias representam organizações que direta e indiretamente podem realizar ações com o negócio, não se restringindo apenas aos fornecedores. A Associação Comercial, o Sebrae, uma instituição de ensino, Associação de Moradores, ONG´s, outras empresas e o Poder Público representam exemplos de parceiros que podem ser escolhidos pela organização. U N IC E S U M A R 81 Sugerimos, para efeitos didáticos, uma ordem para a elaboração do Canvas. Entretanto, não há uma ordem a ser seguida, sendo possível começar pela receita, atividades-chave, canais ou qualquer uma das outras partes. Desde que respeitado o conceito de cada uma das partes. Um ponto importante é que não há um certo ou errado na construção do Canvas, mas aquele deinido pelo empreendedor para o atual momento do mercado que pode durar semanas ou meses. Fonte: o autor. explorando Ideias Estrutura de custo Toda organização tem custos, o diferencial em um modelo de negócio claro, com potencial de se tornar escalável, possui custos reduzidos. Antes de pensar somente em cortar, é fundamental encontrar a razão de cada um existir e o impacto no negócio. Por exemplo, não é demitir um funcionário, em caso de empresa existente, que o custo diminuirá, mas no efeito que isso pode ocasionar, ou seja, será que a equipe que permanecer estará apta para executar o trabalho? Será que a organização preparou os colaboradores para esse momento? Para ajudar a estruturar os custos, Osterwalder e Pigneur (2011, p. 41) conside- ram relevante pensar nos seguintes pontos: “quais são os custos mais importantes em nosso Modelo de Negócios? Que recursos principais são mais caros? Quais ativida- des-chave são mais caras?” Uma organização pode focar a estratégia pelo custo ou por apresentação de um valor. Vale dizer que se o foco é no custo, quando sua organização não tiver mais esse ponto, o consumidor tende a procurar o concorrente. Da mesma forma ocorre quando é proposto ter um valor diferenciado. Se a empresa deixar de apresentar ou os concorrentes proporcionar algo melhor e nada for feito, o valor deixa de ter impacto. Nesse momento, o foco não está em detalhar os custos, até porque o projeto está em concepção, mas saber quais são os valores aproximados permitirá ter uma ideia se o projeto tem potencial para se tornar realidade. Uma organização é composta de custos ixos e variáveis, podendo ser aluguéis, matéria-prima, salário, compra de má- quinas e equipamentos, frete, entre outros. Se conseguir ter uma ideia do que compõe a estrutura de custo do seu empreendimento será uma vantagem interessante para analisar a viabilidade. U N IC E S U M A R 83 Ao longo do livro, você será convidado(a) a reletir, questionar e transformar. Aproveite este momento! Fonte: PMI (2017, p. 5). pensando juntos CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao im de mais uma unidade do nosso material. Ressaltamos que este conteúdo será de grande importância para você, independentemente do cargo que exerça na organização, porque trata-se de uma inovação no modo de estru- turar um negócio. Um modelo de negócio representa a forma como se disponibiliza algo ao mercado para atender a uma ou mais necessidades do público. Como foi possível observar, as mudanças no ambiente estão tornando-se mais rápidas e constantes, obrigando as organizações a adaptarem-se ao que ocorre, e para isso é necessário repensar o modo de estruturação de uma organização. Inovar é uma palavra fundamental se o objetivo é alterar o modelo de negócio. O Modelo Canvas é composto por nove partes que ajudam a estruturar o posicionamento perante ao mercado e também como realizar as atividades, assegurando que a proposta de valor seja cumprida: segmento de clientes, pro- posta de valor, canais, relacionamento com o cliente, atividade-chave, recursos principais, parcerias, custos e receitas. Não há uma ordem a ser seguida, poden- do ser iniciada por qualquer uma das partes, desde que os conceitos de cada um sejam respeitados. Essa ferramenta por si só não resolve os problemas do negócio, sendo impor- tante o complemento de outras, como a Análise SWOT e o Plano de Negócio. A vantagem do Canvas é poder estruturar e reestruturar a empresa a qualquer mo- mento de forma prática e colaborativa
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