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Cicl� d� kre�� Introdução ⤷ Para a maioria das células eucarióticas e muitas bactérias, que vivem em condições aeróbias e oxidam os combustíveis orgânicos a dióxido de carbono e água, a glicólise é apenas a primeira etapa para a oxidação completa da glicose. ⤷ Em vez de ser reduzido a lactato, etanol ou algum outro produto da fermentação, o piruvato produzido pela glicólise é posteriormente oxidado a H2O e CO2. ⤷ Essa fase aeróbia do catabolismo é chamada de respiração. ● composta por 5 cofatores e 3 enzimas ❧ A respiração celular acontece em três estágios principais: No primeiro, moléculas combustíveis orgânicas – glicose, ácidos graxos e alguns aminoácidos – são oxidadas para produzirem fragmentos de dois carbonos, na forma do grupo acetil da acetil-coenzima A (acetil-CoA). ↬ a oxidação de carboidratos, lipídios e aminoácidos, produz um metabólito comum, acetil-coenzima A No segundo estágio, os grupos acetil entram no ciclo do ácido cítrico, que os oxida enzimaticamente a CO2; a energia liberada é conservada nos transportadores de elétrons reduzidos NADH e FADH2. No terceiro estágio da respiração, estas coenzimas reduzidas são oxidadas, doando prótons (H+) e elétrons. Os elétrons são transferidos ao O2 – o aceptor final de elétrons – por meio de uma cadeia de moléculas transportadoras de elétrons, conhecida como cadeia respiratória. No curso da transferência de elétrons, a grande quantidade de energia liberada é conservada na forma de ATP, por um processo chamado de fosforilação oxidativa. ⤷ Catabolismo de proteínas, gorduras e carboidratos durante os três estágios da respiração celular. - Estágio 1: a oxidação de ácidos graxos, glicose e alguns aminoácidos gera acetil-CoA. - Estágio 2: a oxidação dos grupos acetil no ciclo do ácido cítrico inclui quatro etapas nas quais os elétrons são removidos. - Estágio 3: os elétrons carreados por NADH e FADH2 convergem para uma cadeia de transportadores de elétrons mitocondrial (ou, em bactérias, ligados à membrana plasmática) – a cadeia respiratória – reduzindo, no final, O2 a H2O. - Este fluxo de elétrons impele a produção de ATP. O piruvato é oxidado a acetil-CoA e CO2 A reação geral catalisada pelo complexo da piruvato-desidrogenase é uma descarboxilação oxidativa, um processo de oxidação irreversível no qual o grupo carboxil é removido do piruvato na forma de uma molécula de CO2, e os dois carbonos remanescentes são convertidos ao grupo acetil da acetil-CoA. ↬ tirosina, lipoato, FAD, NAD, coenzima-A cofatores enzimáticos O complexo da piruvato-desidrogenase requer cinco coenzimas ● A combinação de desidrogenação e descarboxilação do piruvato ao grupo acetil da acetil-CoA requer: - A ação sequencial de três enzimas diferentes; - E cinco coenzimas diferentes ou grupos prostéticos: ↬ pirofosfato de tiamina (TPP, de thiamine pyrophosphate) ↬ dinucleotídeo de flavina-adenina (FAD, de flavin adenine dinucleotide) ↬ coenzima A (CoA, algumas vezes denominada CoA-S (transportador) ↬ dinucleotídeo de nicotinamida-adenina (NAD, de nicotinamide adenine dinucleotide) ↬ lipoato - Quatro vitaminas diferentes essenciais à nutrição humana são componentes vitais desse sistema (complexo B): tiamina (no TPP) vitamina B1, riboflavina (no FAD)vitamina B2, niacina (no NAD) VITAMINA B3 e pantotenato (na CoA) vitamina B5. Coenzimas 1. A Tiamina pirofosfato é o cofator essencial para o funcionamento do complexo Piruvato desidrogenase (porção E1). 2. O NAD é constituído de 2 nucleotídeos unidos por uma ligação fosfoanidro; - A vitamina Niacina (B3) é a fonte da porção nicotinamida. - A redução do NAD+ converte o anel benzenóico da nicotinamida (com carga positiva no N) na forma quinoide (N sem carga). - NAD+ geralmente atua em oxidações – como parte de uma reação catabólica. - São conhecidas mais de 200 enzimas que catalisam reações em que NAD+ recebem um íon hidreto de um substrato reduzido A deficiência de niacina na dieta, a forma vitamínica de NAD e NADP, causa pelagra - As vitaminas são importantes cofatores enzimáticos - Os anéis pirimidínicos do NAD+ são derivados da Niacina (Ácido Nicotínico ou Vit.B3). - A deficiência de Niacina causa uma patologia grave chamada de pelagra (pele áspera, em italiano) - Caracterizada pelos “3D”: dermatite, diarreia e demência - Em 1920, Joseph Goldberger demonstrou que a pelagra é causada por uma deficiência na dieta. - Em 1937, Frank Strong, D. Wayne Woolley e Conrad Elvehjem identificaram a niacina como o agente curativo para a língua negra. - A suplementação da dieta humana com esse produto erradicou a pelagra nas populações do mundo desenvolvido, com uma exceção significativa das pessoas que sofrem de alcoolismo. ↬ o alcool é convertido em etanolase, e o grupo acetil no ciclo de krebs produz ATP porém em menor quantidade, logo a pessoa consume caloria vazia, possui a caloria não tem nutrientes que ajudam o organismo - Nesses indivíduos, a absorção intestinal de niacina é muito reduzida, e as necessidades calóricas com frequência são supridas pelo álcool contido nas bebidas destiladas, praticamente destituídas de vitaminas, inclusive niacina. - pessoas obesas também adquirem pelagra, devido ao consumo de fast food, que tem alta taxa calórica porém menor taxa de nutrientes. - A pelagra está associada à pobreza. - O FAD (flavina adenina dinucleotideo) e o FMN (mononucleotideo de flavina) são nucleotídeos derivados da riboflavina (B2); - A estrutura de anéis fusionados dos nucleotídeos de flavina (anel de isoaloxazina) sofre redução, recebendo um ou dois elétrons na forma de um ou dois átomos de hidrogênio de um substrato reduzido. - A coenzima está associada fortemente a uma diversidade de enzimas e proteínas (flavoproteínas) - A coenzima A tem um grupo tiol reativo (¬SH) que é crucial para a função da CoA como transportador de acilas em diferentes reações metabólicas. - Grupos acil são covalentemente ligados ao grupo tiol, formando tioésteres. - Os tioésteres têm um alto potencial para a transferência do grupo acil e podem doar estes grupos a diversas moléculas aceptoras. Cofatores - O lipoato tem dois grupos tiol que podem ser reversivelmente oxidados por uma ligação dissulfeto (-S-S-), similar àquela entre dois resíduos de Cys em uma proteína. Atua como transportador de elétrons e de acilas ● o lipoato ligado ao resíduo de lisina da E2, forma um braço comprido e muito flexível que transfere grupos acetil de E1 para E2 e elétrons de E1 e E2 para E3; O complexo da piruvato-desidrogenase consiste em três enzimas distintas O complexo da PDH contém três enzimas: E1: Piruvato desidrogenase (TPP) E2: Diidrolipoil-transacetilase (lipoato e CoA) E3: Diidrolipoil-desidrogenase (FAD e NAD) - Cada uma está presente em múltiplas cópias - Na canalização do substrato, o intermediário nunca deixa a superfície da enzima Deficiência de Tiamina (B1) promove Beriberi Animais com deficiência de tiamina são incapazes de oxidar o piruvato normalmente. Isso é especialmente importante para o cérebro, que costuma obter toda sua energia por meio da oxidação aeróbia da glicose, em uma via que necessariamente inclui a oxidação do piruvato. O beri-béri, doença resultante da deficiência de tiamina, caracteriza-se pela perda da função neural. Essa doença ocorre principalmente em populações cuja dieta consiste basicamente em arroz branco (polido), que carece da casca onde a maioria da tiamina do arroz é encontrada. Pessoas que consomem habitualmente grandes quantidades de álcool também podem desenvolver deficiência de tiamina, pois a maior parte da dieta ingerida consiste nas “calorias vazias”, sem vitaminas, das bebidas destiladas. Um nível de piruvato sanguíneo elevado frequentemente é um indicativo de defeitos na oxidação do piruvato devido a uma destas causas Introdução do ciclo de krebs ⤷ O Ciclo de Krebs, também conhecido como Ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos e Ciclo do Ácido Cítrico, refere-se a uma série de reações anfibólica (anabólica e catabólica), com objetivo de produzir energia paraas células. Essa é uma das três etapas do processo de respiração celular. ⤷ O processo ocorre na matriz mitocondrial ou no citoplasma das bactérias. ⤷ O acetil-CoA, produzido nas etapas de oxidação de moléculas orgânicas, é completamente oxidado a gás carbônico. ⤷ A energia das reações de oxidação é armazenada em coenzimas (NADH e FADH2). O ciclo do ácido cítrico tem oito etapas 1 - Formação do citrato. ⤷ A primeira reação do ciclo é a condensação de acetil-CoA e oxaloacetato para a formação do citrato, catalisada pela citrato-sintase: ↬ Condensação de Claisen: grupo metil da acetil-CoA convertido a metileno no citrato. ● ciclo do ácido tricarboxílico 2 - Formação de isocitrato via cis-aconitato. ⤷ A enzima aconitase (aconitato-hidratase) catalisa a transformação reversível do citrato a isocitrato, pela formação intermediária do ácido tricarboxílico cis-aconitato, o qual normalmente não se dissocia do sítio ativo. ⤷ A alconitase pode promover a adição reversível de H2O à ligação dupla do cis-alconitato ligado a enzima por duas maneiras diferentes, uma levando a citrato e a outra a isocitrato. ↬ Desidratação/reidratação: grupo —OH do citrato reposicionado no isocitrato preparando para a descarboxilação da próxima etapa. 3 - Oxidação do isocitrato a α-cetoglutarato e CO2. ⤷ Na próxima etapa, a isocitrato-desidrogenase catalisa a descarboxilação oxidativa do citrato para formar α-cetoglutarato. ⤷ O Mn2+ presente no sítio ativo interage com o grupo carbonil do oxalosuccinato intermediário, que é formado transitoriamente, mas só deixa o sítio ativo quando a descarboxilação o converte em α-cetoglutarato. O Mn2+ também estabiliza o enol formado transitoriamente por descarboxilação. ⤷ A enzima requer NAD+ como aceptor de elétrons. ↬ Descarboxilação oxidativa: grupo —OH oxidado a carbonil, o que, por sua vez, facilita a descarboxilação por meio da estabilização do carbânio formado no carbono adjacente. 4 - Oxidação do α-cetoglutarato a succinil-CoA e CO2. ⤷ Essa etapa é outra descarboxilação oxidativa, na qual o α-cetoglutarato é convertido a succinil-CoA e CO2 pela ação do complexo da α-cetoglutarato-desidrogenase; ⤷ NAD+ é o aceptor de elétrons e CoA é o transportador do grupo succinil. A energia da oxidação do α-cetoglutarato é conservada pela formação da ligação tioéster da succinil-CoA: ↬ Descarboxilação oxidativa: mecanismo similar a piruvato-desidrogenase; dependente do carbonil no carbono adjacente. ⤷ O complexo α-cetoglutarato-desidrogenase é bastante semelhante ao complexo da PDH em estrutura e função. ⤷ O complexo α-cetoglutarato-desidrogenase incorpora três enzimas homólogas às E1, E2 e E3 do complexo da PDH, e também contém TPP e lipoato ligado à enzima, FAD, NAD e coenzima A. ⤷ Embora os componentes E1 dos dois complexos sejam estruturalmente similares, suas sequências de aminoácidos diferem e, naturalmente, eles apresentam especificidades de ligação diferentes: E1 do complexo da PDH liga-se ao piruvato, e E1 do complexo da α-cetoglutarato-desidrogenase liga-se ao α-cetoglutarato. ⤷ Os componentes E2 dos dois complexos também são muito similares, ambos contendo lipoil ligado covalentemente. As subunidades E3 são idênticas nos dois complexos enzimáticos. ⤷ Esse é um exemplo claro de evolução divergente, na qual os genes que codificam para uma enzima com uma especificidade de substrato originam, durante a evolução, enzimas proximamente relacionadas com especificidades de substrato diferentes, mas com o mesmo mecanismo enzimático. 5 - Conversão de succinil-CoA a succinato. ⤷ A succinil-CoA, como a acetil-CoA, tem uma ligação tioéster com uma energia livre padrão de hidrólise grande e negativa (ΔG’°~-36 kJ/mol). ⤷ Na próxima etapa do ciclo do ácido cítrico, a energia liberada pelo rompimento dessa ligação é utilizada para impelir a síntese de uma ligação fosfoanidrido no GTP ou ATP, com um ΔG’°de apenas -2,9 kJ/mol. ⤷ A reação é catalisada pela enzima Acetil-CoA-sintase. ↬ Fosforilação ao nível do substrato: energia do tioéster conservada na ligação fosfoanidrido do GTP ou ATP. ⤷ Essa reação que poupa energia envolve uma etapa intermediária, na qual a própria molécula da enzima é fosforilada em um resíduo de His no sítio ativo. ⤷ Esse grupo fosfato, que tem alto potencial de transferência de grupo, é transferido ao ADP (ou GDP) para a formação de ATP (ou GTP). ⤷ O GTP formado pela succinil-CoA-sintetase pode doar o grupo fosfato terminal ao ADP para formar ATP, em uma reação reversível catalisada pela nucleosídeo-difosfato-cinase 6 - Oxidação do succinato a fumarato. O succinato formado a partir da succinil-CoA é oxidado a fumarato pela flavoproteína succinato-desidrogenase (flavoproteína, ligada covalentemente ao FAD, logo essa enzima está acoplada a cadeia transportadora de elétrons) : ↬ Desidrogenação: introdução da ligação dupla inicia a sequência de oxidação do metileno. ⤷ Em eucariotos, a succinato-desidrogenase está firmemente ligada à membrana mitocondrial interna; em bactérias, está ligada à membrana plasmática. ⤷ A enzima contém três grupos ferro-enxofre diferentes e uma molécula de FAD covalentemente ligada. Os elétrons do succinato passam pelo FAD e pelos centros de ferro-enxofre antes de entrarem na cadeia de transportadores de elétrons da membrana mitocondrial interna (da membrana plasmática em bactérias). ⤷ O fluxo dos elétrons do succinato ao longo desses transportadores até o aceptor de elétrons final, O2, é acoplado à síntese de aproximadamente 1,5 molécula de ATP por par de elétrons (fosforilação acoplada à respiração). 7 - Hidratação do fumarato a malato. ⤷ A hidratação reversível do fumarato a L-malato é catalisada pela fumarase (formalmente, fumarato-hidratase). O estado de transição dessa reação é um carbânion. ↬ Hidratação: adição de água à ligação dupla introduz o grupo —OH para a próxima etapa de oxidação. 8 - Oxidação do malato a oxaloacetato. ⤷ Na última reação do ciclo do ácido cítrico, a L-malato-desidrogenase ligada ao NAD catalisa a oxidação de L-malato a oxaloacetato. ↬ Desidrogenação: oxidação do —OH completa a sequência de oxidação; carbonil gerado posicionado para facilitar a condensação de Claisen na próxima etapa. Produtos de uma rodada do ciclo do ácido cítrico A cada rodada do ciclo do ácido cítrico, três moléculas de NADH, uma de FADH2, uma de GTP (ATP) e duas de CO2 são liberadas em reações de descarboxilação oxidativa. Aqui, e em algumas das figuras seguintes, todas as reações do ciclo estão representadas como se elas ocorressem em apenas uma direção, lembre-se, entretanto, que a maioria das reações são reversíveis ↬➺⤷❧☘●
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