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Relaxantes musculares de ação periférica e bloqueadores neuromusculares

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RELAXANTES MUSCULARES DE AÇÃO PERIFÉRICA E BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES
Também chamados de agentes 
curarizantes/ bloqueadores 
neuromusculares. 
Relaxamento profundo da musculatura 
Relaxamento muscular intenso, 
incomparável a outros anestésicos 
miorrelaxantes. 
Levam a depressão bem profunda do SN e 
musculatura 
Anestesia e cirurgia 
Intubação, relaxamento musculatura 
abdominal, cirurgia ortopédicas. 
 
INTRODUÇÃO 
América do Sul. 
Veneno para caçar. 
Curare: veneno vegetal usado pelos índios 
da américa para ervar as flechas: matava os 
animais caçados por asfixia. 
Pajés 
Bambu, pote e cabaça 
Início do século 19: foram determinadas 
algumas espécies botânicas, como o 
currare. 
 
Claude Bernard 
Princípio ativo: d-tuocurarina 
Sintético – clínica de pequenos animais e 
quinos. 
Não possuem ação no SNC. 
Profundo relaxamento muscular, facilita 
anestesia e cirurgias 
Redução de fraturas 
Cirúrgicos e não cirúrgicos 
 
TRANSMISSÃO NEUROMUSCULAR 
Terminal nervoso motor: sintetizador, 
armazenador e liberador (ACh). 
ACh é produzida pela união de colina e 
acetato pela colinaacetiltransferase. e fica 
armazenada em vesículas. 
Quanta – vesículas contendo 1000/ + 
moléculas de acetilcolina 
Influxo de Ca++ que fazem a exocitose das 
vesículas e liberam acetilcolina na fenda 
sináptica. Levando a despolarização da 
célula muscular e consequente contração. 
A contração só ocorre quando houver uma 
quantidade específica de acetilcolina ligada 
a receptores colinérgicos – LEI DO TUDO 
OU NADA. 
Acetilcolinesterase: quebra da acetilcolina – 
os produtos são reciclados para formar 
acetilcolina. 
 
 
AGENTES BLOQUEADORES 
NEUROMUSCULARES 
Classificados pelos mecanismos de ação 
 Despolarizantes 
 Não despolarizantes 
Diferem substancialmente em seus efeitos 
 
BLOQUEADORES DESPOLARIZANTES 
Decaetonio – não vem sendo empregado 
quimicamente. 
Succinilcolina 
Moléculas menores e mais flexíveis que a 
dos bloqueadores repetitivos 
Causam a despolarização da fibra 
muscular, por conta de seu mecanismo de 
ação. 
Tempo de ação é longo, pois a taxa de 
hidrólise da acetilcolina é mais lenta. 
A fase inicial do efeito farmacológico é 
chamada de Fase I. 
Após a administração por intermitente/ 
contínua, ocorre a Fase II. 
 
CLORETO DE SUCCINILCOLINA 
Único despolarizante em uso 
Éster de dicolina do ácido succínico 
Hidrolisado pela butirilcolinesterase no 
fígado e Plasma, formando colina e ácido 
succínico. 
Espécies com colinesterase baixa – 
ruminantes. São muito sensíveis, não é 
recomendado a utilização. 
 
Evitar utilizar quando 1 mês antes se utilizou 
medicações que diminuem a colinesterase: 
Antiparasitários: organofosforados 
Colírios – fisostigmina (tratamento de 
glaucoma) 
Efeitos indesejados 
Hiperpotassemia: devido a liberação de K 
no interior das células. 
Aumento de pressão intracraniana (PIC) e 
PIO (intraocular) 
Mialgia e arritmias: devido a fasciculações e 
ação da succinilcolina nos receptores 
cardíacos, respectivamente. 
Hepatopatias 
Suíno e equinos – hipertermina maligna. 
 
D-tubocurarina: protótipo dos bloqueadores 
não despolarizantes 
Moléculas complexas e parcialmente rígidas 
Pancurônio, metocurina, galanina, atracúrio, 
fazadínio e vecurônio 
Amônio quaternário 
Hidrofília 
Bloqueio do receptor colinérgico: 
relaxamento muscular. 
75-80% dos receptores precisam estar 
ocupados por agentes curarizantes para 
haver relaxamento muscular. 95% para 
haver completo relaxamento. 
 
Principais características 
Aparecimento lento dos efeitos 
Ausência de fasciculações 
Músculo relaxado consegue responder a 
outros estímulos. 
Reversão: anticolinesterásicos 
Antagonismo competitivo com ACh 
 
 
CLORETO DE D-TUBOCURARINA 
Alcaloide obtido de plantas 
Solúvel em água 
Estocada sem dificuldades 
Biologicamente bem estável 
Absorção: pelo TGI é desprezível. 
Distribuição: se distribui bem pelos fluidos 
tubulares. Apenas pequena quantidade 
passa pela BHE e placentária. 
Incialmente se distribui na junção 
neuromuscular depois se distribui para 
outros sítios. 
Redução de dosagens posteriores 
Biotransformação hepática 
Excreção renal 
Via IV (preferencialmente): lenta e contínua 
– infusões. 
Efeitos adversos: muitos efeitos adversos, 
pouco utilizado. Em pequenos animais 
principalmente (efeitos cardiovasculares). 
 
GALAMINA 
Age de maneira semelhante a D-
tubocurarina. 
Primeiro composto sintético 
Duração e feito mais prolongados 
Bloqueia efeitos muscarínicos em 
receptores B-adrenérgicos cardíacos 
Causa aumento na pressão sanguínea. 
É excretado pelos rins, não sofre 
biotransformação. Evitar em animais com 
problemas renais. 
Não é mais produzido no Brasil nem 
utilizado. 
Atracúrio 
Crescente utilização: clínica de pequenos e 
equinos. 
Desprovido de efeitos colaterais 
cardiovasculares 
Biotransformação: plasmática – eliminação 
de Hofmann: ocorre em temperaturas 
fisiológicas 
 Independente de funções hepática e 
renal 
Pequeno efeito cumulativo: diferente dos 
demais. 
Necessária refrigeração (4ºC) – termolábil. 
Libera histamina, mas os efeitos não são 
observados. 
 
PANCURÔNIO 
Potência 
5x maior que D-tubocurarina 
10x maior que galamina 
Taquicardia: bloqueia receptores 
colinérgicos cardíacos 
Biotransformação: 30% - restante inalterado 
Excreção: 10% pela bile – restante renal 
Requer grande quantidade, possui alto 
custo (custo proibitivo), principalmente em 
equinos. 
 
VECURÔNIO 
Derivado do Pancurônio 
Desprovido de efeito acumulativo 
Menor latência para aparecimento dos 
efeitos que se percursor. 
Exceção hepática – indicação para 
nefropatas mas deve-se ter cuidado com 
hepatopatas 
Biotransformação desprezível – bile 
 
BLOQUEADORES NÃO 
DESPOLARIZANTES 
Medicina humana. 
Doxacrio, pecurônio, mivacúrio e rocurônio 
Doxacúrio e pipecurônio: longo período de 
ação (80-120 min). Não exercem efeitos em 
níveis cardíacos. Não é empregado na MV 
pelo custo. 
Doxacúrio: mais potente 
Doxacúrio e pipecurônio: pouquíssima 
utilização em MV 
Rocurônio e mivacúrio: médio período de 
ação, rápido início. 
Mivacúrio: metabolização plasmática. 
Poucos estudos em MV, apesar de bons 
substitutos para antigos relaxantes 
musculares, não se sabe se é seguro para 
pequenos animais. 
 
Inibidores da AChE 
 Neostigmina 
 Piridostigmina 
 Edrofônico 
Essas substâncias causam acúmulo de ACh 
na fenda sináptica 
Efeitos indesejados 
Uso de atropina para reverter (0,03-
0,05mg/kg). 
 
 
Efeitos colaterais e contraindicações 
Pesquisa: novos agentes que façam o 
bloqueio muscular sem bloqueio dos 
receptores colinérgicos muscarínicos 
cardíacos. 
Liberação de histamina: observado ao se 
utilizar D-tuboburarina. Os principais 
sintomas são salivação, queda da pressão 
arterial, secreção brônquica e espasmo 
brônquico. Cães e gatos são as espécies 
mais sensível. Deve-se injetar lentamente 
os relaxantes musculares além da 
administração de antagonista H1 e H2. 
Quando se utiliza com intuito cirúrgico, 
combina-se com anestésico geral para 
promover perda da consciência. Além de 
um opioide, para promover analgesia. 
 
Interações Medicamentosas 
Substâncias Anti-Ache, anestésicos gerais 
e antibióticos 
São utilizados no tratamento de 
bloqueadores competitivos 
Substâncias Anti-AChE: organofosforados e 
anti-helmínticos – prolongam efeito da 
succinilcolina, poi interferem na hidrólise 
enzimática da acetilcolina. 
Antibióticos aminoglicosídeos: 
estreptomicina, gentamicina e obramicina – 
diminuem liberação de acetilcolina, ação 
semelhante ao magnésio competindo com 
íons cálcio. Promovem a estabilização da 
membrana pós juncional, diminuindo a 
sensibilidade a acetilcolina. 
Antibióticos polipeptídeos: polimixinas, 
clindamicina e lincomicina. 
Tetraciclinas 
Antibióticos levam ao relaxamento da 
musculatura,não se sabe ao certo porque. 
Há evidência que as tetraciclinas quelem 
íons Ca. 
 
Agentes anestésicos – 
potencializadores da ação 
Cetamina e anestésicos inalatórios 
Anestésicos locais: potencializa ação 
Promovem a redução da atividade do 
neurônio colinérgico e inibem a atividade da 
acetilcolina na terminação nervosa. 
Outros fatores: 
 Diminuição de níveis séricos: Mg, Ca 
e K – potencializa o bloqueio 
neuromuscular. 
 Hipotermia 
 Idade 
 
DANTROLENO 
Derivado da hidantoína 
Estrutural e farmacologicamente diferente a 
outros de ação periférica 
Interfere na liberação de Ca do RE, mas 
parece não interferir na musculatura 
cardíaca e respiratória em doses 
terapêuticas. 
Hipertermia maligna em humanos. 
Intoxicação por Ecstasy 
Rabdomiólise em equinos. 
Síndrome do estresse em suínos 
Obstrução funcional uretral: está sendo 
utilizado em pequenos animais. 
Baixa solubilidade 
Biodisponibilidade em humanos é de 
apenas 35% 
Absorção bastante lenta: pico sérico após 
5h da administração VO 
Hepatotóxico: uso em animais hepatopatas 
é muito desaconselhado. 
Cardiopatas e pneumoinstáveis – é preciso 
ter cautela. 
Não é indicado para gestantes. 
 
Efeitos adversos – administração 
crônica 
Fraqueza muscular 
Flebite 
Alteração respiratória 
Desconforto gastrintestinal.

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