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FARMACOLOGIA A farmacologia é a ciência que estuda a ação das substâncias químicas em um organismo vivo. Entende-se como ação, todo o conhecimento sobre as propriedades físico-químicas, absorção, distribuição, mecanismos de ação, biotransformação, eliminação e efeitos destas substâncias. As substâncias químicas podem ser drogas, medicamentos, fármacos ou remédios, e é bastante importante entender o que as diferencia. Drogas são substâncias capazes de modificar a função do organismo, causando alterações maléficas ou benéficas. Medicamentos são substâncias (que contém um ou mais fármacos) com finalidade profilática, curativa ou paliativa, ou seja, visa obter efeitos benéficos. Todo medicamento é uma droga, mas nem toda droga é um medicamento. Fármacos são substâncias de estrutura química conhecida que apresentam propriedade farmacológica benéfica, utilizadas com o mesmo objetivo dos medicamentos. São também chamados de princípio ativo ou insumo farmacêutico ativo. Por fim, remédios são agentes químicos (medicamentos) ou físicos (massagens, duchas) que curam, aliviam ou evitam uma enfermidade. Ainda resumindo definições, a farmacologia possui diferentes abordagens, conforme demonstrado abaixo: Farmacodinâmica: estuda os mecanismos de ação dos fármacos; Farmacocinética: estuda o caminho percorrido pelo fármaco no organismo; Farmacotécnica: estuda o preparo, a purificação e a conservação dos medicamentos; Toxicologia: estuda os agentes tóxicos; Farmacognosia: estuda a obtenção, identificação e isolamento dos princípios ativos; Farmacologia clínica: união das informações obtidas no laboratório em animais saudáveis (testes) com as oriundas de animais-alvo enfermos; Posologia: estuda as dosagens dos medicamentos, onde dose é a quantidade necessária para promover resposta terapêutica e dosagem é a dose, a frequência de aplicação e a duração do tratamento. Os fármacos podem ser utilizados nas formas sólida (pó, comprimido), líquida (xarope, gotas) ou semissólida (cremes, pomadas) e podem ser administrados por vias digestivas ou vias parenterais, de acordo com suas características físico-químicas e o efeito desejado. Considera-se que o fármaco foi absorvido pelo organismo quando ele passa do seu local de administração para o plasma sanguíneo. VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Os medicamentos podem ser administrados por vias digestivas ou parenterais. Vias digestivas: oral, retal, sublingual e ruminal. Para alcançar a circulação sistêmica, o fármaco administrado por vias digestivas é absorvido pelo sistema digestivo e entra no sistema porta hepático. Antes de chegar ao restante do organismo, segue através da veia porta hepática para o fígado, onde é submetido à biotransformação e degradação, podendo ser completamente metabolizado e inativado, não atingindo níveis na circulação sistêmica na sua forma ativa. Esse fenômeno do metabolismo dos fármacos é o metabolismo de primeira passagem. Os quatro sistemas primários que afetam o efeito de primeira passagem de um fármaco são as enzimas do lúmen do trato gastrointestinal, enzimas das paredes intestinais, enzimas bacterianas e enzimas hepáticas. ➔ Via retal: sofre parcialmente o efeito da primeira passagem, não entra na veia porta. Desvantagem: sua absorção é irregular e pode irritar a mucosa retal. ➔ Via sublingual: quando é necessário um efeito rápido ou quando o fármaco é instável ao pH gástrico. Não sofre o metabolismo de primeira passagem, passa diretamente para a circulação sistêmica. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_digestivo https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_porta_hep%C3%A1tico https://pt.wikipedia.org/wiki/Veia_porta_hep%C3%A1tica Vias parenterais: intravenosa, intramuscular, subcutânea e intraperitoneal. ➔ Via intravenosa: efeito rápido, permite a administração de grandes volumes (infusão lenta). Desvantagem: riscos de embolia, infecções por contaminação e não pode ser usada para administração de substâncias oleosas ou insolúveis. ➔ Via intramuscular: absorção rápida, permite volumes moderados. Pode ser usada para administração de veículos aquosos e oleosos. Desvantagens: dor, lesões musculares e processos inflamatórios. ➔ Via subcutânea: absorção lenta e contínua. É absorvido por difusão. O pH não pode ser muito diferente dos tecidos. Desvantagens: dor, necrose. ➔ Via intraperitoneal: permite grandes volumes de solução. Essa via é constituída de grande superfície de absorção e é muito utilizada em animais de laboratório. Efeito rápido. DOSAGEM = dose + frequência de aplicação + duração do tratamento. Volume (mL) = Peso (kg) x Dose (mg/kg) Concentração (mg/mL) % = g soluto/100 mL 1% = 1g em 100 mL = 1000mg em 100 mL = 10 mg/mL 1% = 10 mg/mL FARMACOCINÉTICA Absorção Processos pelos quais uma substância penetra, sem lesão traumática, em um ser vivo chegando até o sangue. Precisa atravessar o epitélio gastrointestinal, o endotélio vascular e as membranas plasmáticas. • Membrana celular e Mecanismos de Transporte: A lipossolubilidade de um fármaco é o principal fator que determina a taxa de difusão passiva através das membranas. A membrana citoplasmática é uma dupla camada fosfolipídica que permite a passagem de substâncias seletivamente. Por sua característica lipídica, substâncias lipossolúveis tendem a atravessar essa membrana com facilidade. -Difusão direta através dos lipídeos -Transportador de soluto -Difusão através de poros aquosos (aquoporinas) -Pinocitose e Fagocitose • pH e Ionização: Um ácido é qualquer substância (HA) que em meio aquoso se dissocia: HA = (H+) + (A-) e uma base é qualquer substância que em meio aquoso se dissocia: B(OH) = (B+) + (OH). No entanto, nem todo ácido ou base se dissocia completamente, ou seja, eles podem se apresentar em diferentes concentrações de cada um desses íons, isso pode ser verificado pela constante de ionização, chamada Ka para ácidos ou Kb para bases, que é um valor constante para cada substância que informa a porcentagem de íons formados na dissociação: quanto maior o Ka de um ácido, mais ele se dissocia, maior a quantidade de H+ formada e o consideramos "forte". De acordo com o pH do meio em que o fármaco se encontra ele pode ou não adquirir carga, caso ele adquira carga, o fármaco se torna parcialmente ionizado, o que dificulta a sua absorção (transposição de barreiras). Fármacos ácidos se tornam ionizados em pH básico, dessa forma, são melhor absorvidos em meios ácidos. Já fármacos básicos se tornam ionizados em pH ácido, sendo melhor absorvidos em meios com pH básico (e menos excretados). MEIO ÁCIDO MEIO BÁSICO FÁRMACO ÁCIDO [HA] [A-] FÁRMACO BÁSICO [A-] [HA] MELHOR ABSORÇÃO e MENOR EXCREÇÃO Aspirina pKa = 3,5 (ácido fraco) pKa = pH + log [ NI ] / [ I ] Estômago pH = 1,5 3,5 = 1,5 + log [NI] / [I] 3,5 – 1,5 = log [NI] / [I] 2,0 = log [NI] / [I] log [NI] / [I] = 2 [NI] / [I] = 102 = 100/1 • forma não ionizada (protonada) = maior absorção • fármaco ácido melhor absorvido em meio ácido Intestino pH = 6,5 3,5 = 6,5 + log [NI] / [I] 3,5 – 6,5 = log [NI] / [I] -3,0 = log [NI] / [I] log [NI] / [I] = -3 [NI] / [I] = 10-3 = 1/1000 • forma ionizada (desprotonada) = menor absorção ÁCIDO: pKa = pH + log [ NI ] / [ I ] Forma protonada = não ionizada = [HA] Forma desprotonada = ionizada = [A-] BASE: pKb = pH + log [ I ] / [ NI ] Forma protonada = ionizada = [HB+] Forma desprotonada = não ionizada [B] Distribuição É a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os tecidos. A distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas propriedades físico-químicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo, possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no organismo.Além disso, a ligação às proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição do fármaco, pois pode limitar o acesso a locais de ação intracelular. O grau de distribuição de um fármaco aos tecidos depende do grau de ligação às proteínas plasmáticas e aos tecidos. Na corrente sanguínea, os fármacos são transportados parte em solução como fármaco livre (sem ligação) e parte com ligação reversível a componentes sanguíneos (p. ex., proteínas plasmáticas e células sanguíneas). Das muitas proteínas plasmáticas que podem interagir com os fármacos, as mais importantes são a albumina, a alfa-1-glicoproteína ácida e as lipoproteínas. Em geral, os fármacos ácidos ligam-se mais extensivamente à albumina, e os fármacos básicos ligam- se de forma mais ampla à alfa-1-glicoproteína ácida, às lipoproteínas ou a ambas. Apenas o fármaco livre está disponível para difusão passiva para os locais extra vasculares ou teciduais em que ocorrem os efeitos farmacológicos. Assim, a concentração do fármaco livre na circulação sistêmica classicamente determina a concentração do fármaco no local ativo e, dessa forma, a eficácia. No caso de concentrações elevadas do fármaco, a quantidade de fármaco ligada aproxima-se de um limite superior, determinado pelo número disponível de sítios de ligação. A saturação dos sítios de ligação é a base das interações de deslocamento entre os fármacos (interações fármaco-receptor). Os fármacos ligam-se a muitas substâncias além das proteínas. Em geral, a ligação ocorre quando um fármaco associa-se à uma macromolécula em um ambiente aquoso, mas pode ocorrer quando um fármaco é partilhado na gordura corporal. Como a gordura tem baixa perfusão, o tempo de equilíbrio é longo, em especial se o fármaco for altamente lipofílico. O acúmulo de fármacos nos tecidos ou compartimentos corporais pode prolongar sua ação porque os tecidos liberam o fármaco acumulado à medida que diminui sua concentração plasmática. Por exemplo, o tiopental é altamente solúvel em lipídios, penetrando de modo rápido no encéfalo após injeção intravenosa única, apresentando efeito anestésico intenso e rápido. O efeito termina dentro de poucos minutos, à medida que o fármaco é redistribuído para tecidos adiposos com perfusão mais lenta. O tiopental é, então, liberado lentamente do depósito de gordura, mantendo níveis plasmáticos subanestésicos. Esses níveis podem tornar-se significativos se doses de tiopental forem repetidas, fazendo com que grandes quantidades sejam armazenadas no tecido adiposo. Assim, o armazenamento no tecido adiposo inicialmente encurta o efeito do fármaco, mas, em seguida, prolonga-o. Alguns fármacos acumulam-se dentro de células porque se ligam a proteínas, fosfolipídios ou ácidos nucleicos. Por exemplo, as concentrações de cloroquina nos leucócitos e hepatócitos podem ser mil vezes mais elevadas que as do plasma. Nas células, o fármaco encontra-se em equilíbrio com o fármaco no plasma e move-se para o plasma à medida que ele é eliminado do corpo. • Coeficiente de Partição (distribuição): Coeficiente de partição (P) = [substância da fase orgânica] / [substância na fase aquosa] P < 1 → tendência do fármaco em se dissolver em fase aquosa = HIDROFÍLICO. P > 1 → maior afinidade pela fase orgânica = HIDROFÓBICO (ultrapassam com maior facilidade as membranas hidrofóbicas). • Aprisionamento iônico (partição pelo pH): Urina alcalina favorece excreção de fármacos ácidos (ionizam e não são absorvidos). Urina alcalina favorece a absorção de fármacos básicos (não ionizam e então são absorvidos). Fármacos ácidos tendem a se acumular em tecidos básicos (quando não são eliminados, se acumulam). Por exemplo, no estômago (ácido), um fármaco básico se ioniza, não é absorvido e não é eliminado → se acumula. Fármacos básicos tendem a se acumular em tecidos ácidos. • Ligação de fármacos às proteínas plasmáticas: A taxa de ligação a proteínas determina quanto de fármaco vai permanecer livre e apto a se distribuir para outros compartimentos, e quanto de fármaco vai permanecer ligado, como fração de reserva nas proteínas. Fatores ligados ao organismo também podem influenciar na distribuição https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/farmacologia-cl%C3%ADnica/farmacodin%C3%A2mica/intera%C3%A7%C3%B5es-f%C3%A1rmaco-receptor (idade do paciente, genética, alterações nos níveis protéicos, estados fisiológicos especiais (gravidez), patologias (acidose, alcalose), alterações no fluxo sanguíneo). Na corrente sanguínea o fármaco encontra-se LIVRE ou LIGADO À PROTEÍNAS PLASMÁTICAS (fração de reserva). A ligação de fármacos a essas proteínas circulantes é reversível, de maneira que a medida que a fração livre for sendo utilizada (ação farmacológica → metabolismo → excreção), esta fração vai sendo disponibilizada, este processo ocorre devido a estas duas frações (livre e ligada) estarem sempre em equilíbrio dinâmico. A taxa de ligação a proteínas plasmáticas varia de fármaco para fármaco, alguns apresentam taxa de 1%, enquanto outros apresentam 99% de fração ligada. O grau de ligação depende dos seguintes fatores: afinidade entre fármaco e a proteína; concentração sanguínea do fármaco e concentração plasmática da proteína. Os dois principais tipos de proteínas plasmática são a albumina e a alfa-1-glicoproteína ácida, outros exemplos de proteínas incluiriam as proteínas de membranas de eritrócitos, lipoproteínas circulantes, leucócitos, plaquetas e transportadores específicos como a globulina e transferrina. Fármacos ligados à proteínas não permeiam pela membrana endotelial, ficando retidos na corrente sanguínea não chegando, portanto, ao líquido extravascular. ➔ Os sítios proteicos de ligação de fármacos no plasma são passíveis de saturação. A medida que a concentração do fármaco aumenta, também pode aumentar sua fração livre, pois a capacidade de ligação pode estar saturada. No entanto, em uma ampla margem de concentração, a fração livre não se altera, pois há abundância de sítios de ligação, a saturação só ocorre em concentrações muito elevadas, terapêuticamente irrelevantes. ➔ Pode ocorrer competição entre fármacos ou outras substâncias, por este sítio de ligação, sendo que, o composto de maior afinidade irá deslocar o composto de menor afinidade, com isso, a fração livre do composto de menor afinidade poderá aumentar. Biotransformação Metabolização e Eliminação A eliminação de um fármaco é a sua exclusão irreversível do organismo. Pode ocorrer de duas formas: Excreção: - Rins: drogas polares são excretadas em maior proporção pela urina, enquanto as lipossolúveis (lipofílicos ou não polares) são reabsorvidos pelo túbulo distal e retornam à circulação sistêmica - Sistema hepatobiliar: secretados na bile - Pulmões Metabolismo: anabolismo (construção) e catabolismo (degradação) → enzimas - Fígado - Plasma - Intestino • Meia vida de eliminação: Tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco se reduza à metade. - Aumentar a dose ≠ Aumentar a duração da ação. - Se a meia vida de um fármaco é de 1 hora: 50% - 25% - 12,5% - 6,25% - 3,125% - 1,56% → tempo necessário para eliminação = 6X a meia vida. - Frequência da dose: se o intervalo de administração entre as doses deve ser menor ou igual à meia vida (para minimizar flutuações plasmáticas). Biotransformação → transformação química de substâncias, visando favorecer sua eliminação. - Formação de metabólitos mais polares (menos lipossolúveis) - Inativação farmacológica - Metabólitos (efeitos podem ser diversos, até tóxicos) - ↓ LIPOSSOLUBILIDADE = ↑ EXCREÇÃO RENAL REAÇÕES DE FASE I OXIDAÇÃO – REDUÇÃO – HIDRÓLISE - Acontecem no sistema microssomal hepático no interior do retículo endoplasmático liso; - Reações catabólicas (metabólitos mais tóxicos que o fármaco original); - Introduzem um grupo reativo na molécula (como OH); - Para chegarem no retículo os fármacos devem atravessar a membrana plasmática (lipossolúveis atravessammais facilmente). REAÇÕES DE FASE II CONJUGAÇÃO (ligação de um grupo substituinte) - Reações anabólicas (sintéticas); - Resulta em produtos inativos (existem exceções) - Ocorrem principalmente no fígado (também pulmões e rins); - Grupo químico inserido pode ser glicuronil, sulfato, metilo ou acetilo; - Produtos inativos e polares que são eliminados facilmente na urina. INDUÇÃO E INIBIÇÃO ENZIMÁTICA Indução ↑ metabolismo enzimático ↑ biotransformação do fármaco ↓ duração e intensidade de ação do fármaco ↓ meia vida e [ ] plasmática Inibição ↓ metabolismo enzimático ↑ duração e intensidade de ação do fármaco Fenobarbital é indutor – Cloranfenicol é inibidor Excreção - Vias: renal, biliar, intestinal, pulmonar, suor, saliva, secreção nasal e leite. - Eliminação do fármaco = processos de metabolismo + redistribuição + excreção EXCREÇÃO RENAL Fármacos polares ou pouco lipossolúveis. Fatores que interferem: • Alta ligação com proteínas plasmáticas: impossibilita a passagem pelos poros dos glomérulos; • Reabsorção na porção distal: fármacos ácidos em pH ácido ou fármacos básicos em pH alcalino; • Transporte por carreadores no túbulo proximal DEPURAÇÃO RENAL ou Clearance Renal Volume de plasma que contém a quantidade de substância removida pelo rim por unidade de tempo (L/h ou mL/min). Depende da: • Filtração glomerular: Fármacos livres passam para o filtrado glomerular (atravessam os capilares glomerulares) e são excretados. • Secreção ativa nos túbulos proximais Transportadores não seletivos, transferem as moléculas para o lúmen tubular (mesmo ligadas à proteínas). OAT transporta ácidos e OCT transporta básicos. Mecanismo mais efetivo de eliminação renal. Existe interação, pois muitos fármacos competem pelo mesmo transportador. Os mecanismos celulares de transporte renal envolvem um sistema de transporte para ânions orgânicos, um sistema de transporte para cátions orgânicos e um transportador de múltiplas drogas ou P-glicoproteína (Pgp). Para drogas altamente ligadas a proteínas plasmáticas e eliminadas principalmente por secreção tubular renal, um deslocamento das LPP por outras drogas (↓ excreção). • Reabsorção passiva ao longo do túbulo À medida que o filtrado glomerular passa através do túbulo renal, a água é progressivamente reabsorvida, o que aumenta a concentração das drogas presentes no filtrado, criando, portanto, um gradiente de concentração favorável à reabsorção destas drogas. Se o túbulo for livremente permeável às moléculas do fármaco, cerca de 99% do fármaco filtrado vão ser reabsorvidos progressivamente. A maioria da reabsorção é um processo de modo passivo. Essas substâncias deixam o filtrado para penetrar nas células tubulares e devem ser capazes de sair novamente da célula para circular no sangue. Desse modo, devem atravessar pelo menos duas membranas lipídicas. Fármacos com elevada lipossolubilidade e, portanto, de alta permeabilidade tubular são, assim, lentamente excretados. Se o fármaco for altamente polar e, por conseguinte, de baixa permeabilidade tubular, o fármaco filtrado não vai conseguir sair do túbulo e sua concentração vai subir constantemente, podendo ficar até cerca de 100 vezes mais alta na urina que no plasma. Os fármacos tratados desse modo incluem digoxina e os antibióticos aminoglicosídeos como gentamicina. Sendo ácidos fracos ou bases fracas, muitos fármacos alteram sua ionização com o pH, e isto pode afetar acentuadamente a excreção renal. O efeito do pH sobre a ionização implica que um fármaco básico vai ser mais rapidamente excretado numa urina ácida, porque o baixo pH no túbulo vai favorecer a ionização e inibir, portanto, a reabsorção. Reciprocamente, uma droga ácida vai ser excretada mais rapidamente se a urina se tornar alcalina. FARMACODINÂMICA O estudo da farmacodinâmica baseia-se no conceito da ligação fármaco-receptor. Quando um fármaco ou um ligante endógeno (hormônio ou neurotransmissor, por exemplo) liga-se ao seu receptor, pode ocorrer uma resposta como consequência. Resposta máxima → todos os receptores ocupados. Fármacos INESPECÍFICOS: • Não dependem da interação com o receptor; • Efeito resulta de propriedades físico-químicas; • Depende do grau de ionização; • A solubilidade e a tensão superficial influenciam na atividade termodinâmica; • Não depende da forma química do medicamento; • Alteram propriedades físico-químicas do ambiente (grau de ionização, solubilidade, tensão superficial), acarretando mudanças nas funções celulares e levando à desorganização dos processos metabólicos. Fármacos ESPECÍFICOS: • Depende da sua forma química para se ligar a um receptor (chave-fechadura); • Ação ocorre em menores concentrações; • Alterações na forma química causam alterações no efeito farmacológico. Mecanismos de ação dos medicamentos (3): ➔ ENZIMAS: interagem com enzimas, são inibidores ou indutores enzimáticos. ➔ MOLÉCULAS TRANSPORTADORAS: interferem nas proteínas que transportam substâncias para dentro das células (bloqueio do sistema de transporte). ➔ RECEPTORES CELULARES: * Receptores associados à proteína G: são proteínas intrínsecas da membrana celular * Receptores tirosinas cinases: são proteínas intrínsecas da membrana celular * Receptores nucleares: são proteínas intracelulares que transduzem sinais das moléculas lipídicas (oleosas), que entram facilmente na célula (ex.: hormônios esteroides e tireoideanos, moléculas de gordura, vitaminas A e D) O fármaco se conecta ao receptor e muda a forma dele → essa alteração conformacional é a mensagem, o efeito! * Receptores associados à proteína G: é ativada e estimula a AÇÃO DE ENZIMAS ou a ABERTURA DE CANAL IÔNICO, dessa forma a informação é enviada ao citoplasma celular por segundo mensageiro. Relação Dose / Resposta Sinergismo: • Por adição: o efeito combinado de dois ou mais medicamentos é igual à soma isolada do efeito de cada um deles. • Por potenciação: o efeito combinado de dois ou mais medicamentos é maior do que a soma isolada do efeito de cada um deles. K1 = velocidade de ligação fármaco-receptor K2 = velocidade de dissociação fármaco-receptor K1 / K2 = KA (constante de associação) K2 / K1 = KD (constante de dissipação, dissociação) Potência e Eficácia NÃO SE CORRELACIONAM! Potência: é a concentração de agonista necessária para produzir metade do efeito máximo. KD tem o mesmo valor de Potência → Potência = K2 / K1 KD = concentração de um medicamento que ocupa 50% dos receptores Quanto menor a concentração necessária (ou a dose necessária) para desencadear determinado efeito → mais potente é o medicamento Cuidado com medicamentos extremamente potentes → pode causar intoxicações pois a dose necessária é baixa! Eficácia: é o efeito máximo do agonista. Estado em que a sinalização mediada pelo receptor torna-se máxima, de modo que qualquer quantidade adicional de fármaco não irá produzir resposta → ocorre quando todos os receptores estão ocupados. • Alguns fármacos produzem resposta máxima com menos de 100% dos receptores ocupados → os que sobram são receptores de reserva. RESPOSTAS QUANTAIS: ➔ A relação dose / resposta QUANTAL = fração da população que responde a determinada dose de um fármaco (concentrações de um fármaco que produzem efeito em uma população). • Dose efetiva mediana ou dose efetiva 50% (DE50%): Dose necessária para que 50% dos indivíduos apresentem um determinado efeito. • Dose tóxica mediana ou dose tóxica 50% (DT50%): Dose necessária para que 50% dos indivíduos apresentem efeito tóxico. • Dose letal mediana ou dose letal 50% (DL50%): Dose necessária para que 50% dos indivíduos morram. • Índice terapêutico ou Margem de segurança: Correlação entre a dose para o aparecimento de efeitos desejados e indesejados. Razão entre DT50 e DE50. Razão entre Dose tóxica Mínimae Dose Efetiva Máxima. QUANTO MAIOR O ÍNDICE TERAPÊUTICO MAIS SEGURO É O FÁRMACO. SISTEMA NERVOSO A unidade funcional do SN é o neurônio, que é composto por: • Dentrito: área de recepção de informações, localizada na membrana celular; • Corpo celular ou Soma: área que contém as organelas; • Axônio: prolongamento da membrana celular que transmite informações. Geralmente revestido por uma cobertura gordurosa que aumenta a velocidade de transferência de informações ao longo do seu comprimento, a bainha de mielina. • Terminação pré-sináptica: localizada na extremidade do axônio, transmite informações para outras células. Outro tipo celular no SN é a célula Glial, importante na produção da bainha de mielina, na modulação do crescimento de neurônios lesados ou em desenvolvimento e no tamponamento das concentrações extracelulares de potássio e neurotransmissores, na formação de contatos entre os neurônios (sinapses) e, ainda, de respostas imunes do SN. O SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) é dividido em cérebro e medula espinhal. Tronco cerebral: medula oblonga (bulbo), ponte, mesencéfalo. Cérebro anterior: diencéfalo e telencéfalo (cerebelo). O SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) é composto por nervos espinhais e cranianos, que conduzem sinais elétricos (potenciais de ação) para o SNC ou a partir deste. Esses nervos são feixes de axônios. Aferentes: conduzem potenciais de ação para o SNC (somáticos e viscerais). Eferentes: conduzem potenciais de ação a partir do SNC (somáticos e viscerais). Pode ser dividido em SISTEMA MOTOR SOMÁTICO e SISTEMA MOTOR PERIFÉRICO (ou SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO) Sistema motor somático → inerva músculos esqueléticos (movimentos corporais). Composto por 1 neurônio cujo corpo se localiza no SNC e axônios se estendem ininterruptamente até o músculo esquelético. Sistema motor periférico ou SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO → 2 neurônios NEURÔNIO PRÉ-GANGLIONAR (corpo celular no SNC) → seu axônio faz sinapse com o NEURÔNIO PÓS-GANGLIONAR (corpo celular no gânglio) → PODEM ESTIMULAR OU INIBIR SEUS ÓRGÃOS-ALVO POTENCIAL DE AÇÃO • Impulso nervoso = Potencial de Ação (despolarização) - Meio extracelular contém sal (Na+ e Cl-) - Meio interno contém K+ - Meio intracelular predomina carga elétrica negativa - Meio extracelular predomina carga elétrica positiva - Período curto que altera essa predominância → potencial de ação - Despolarização = inversão das cargas - Para despolarizar precisa permitir entrada do sódio (Na+) para aumentar carga positiva do lado interno (aumenta a positividade do potencial de membrana) - Na+ entra por canais iônicos controlados quimicamente (lento) - Potencial limiar, meio interno mais positivo ativa outros canais iônicos eletricamente dependente e então entra bastante Na+ e o potencial de membrana fica positivo - Meio intracelular fica positivo - Canais iônicos eletricamente dependentes se fecham e o Na+ para de entrar e em seguida se abrem canais de potássio K+, repolarização! - Potencial de membrana cai - Bomba de Na+/K+ retorna o potássio para dentro e o sódio para fora da célula → gasto energético - Potencial de repouso = condições basais SINAPSE A transmissão sináptica pode ser elétrica ou química. Sinapse elétrica: a corrente iônica flui diretamente entre as células pré e pós-sinápticas como o mediador para a emissão da sinalização. Sinapse química: mediada por um mensageiro químico. Sinapse NEUROMUSCULAR (SISTEMA MOTOR SOMÁTICO) • Química • Ocorre entre o neurônio motor e uma célula musculoesquelética (fibra) Como o neurotransmissor é encontrado apenas no lado pré-sináptico, a transmissão só pode ir do neurônio para o músculo, e não o contrário. A função da sinapse (ou junção) neuromuscular é transmitir uma mensagem química, de forma unidirecional, entre um neurônio motor e uma célula (fibra) musculoesquelética, com uma frequência estabelecida pelo SNC. LIBERAÇÃO: A acetilcolina sintetizada no citoplasma fica armazenada nas vesículas sinápticas → as vesículas ficam ancoradas na zona pré-sináptica (a proteína ligante na vesícula se entrelaça com as proteínas ligantes dentro da membrana terminal da zona pré-sináptica para ancorar a vesícula) → potencial de ação despolariza a terminação axônica (botão terminal) e abre canais de Ca2+ → Ca2+ entra na zona pré-sináptica → fusão das membranas vesicular e terminal → liberação de acetilcolina na fenda sináptica → exocitose. RECEPÇÃO: A acetilcolina se difunde através da fenda sináptica e se liga a receptores específicos do transmissor, nesse caso os receptores nicotínicos de acetilcolina, na membrana muscular pós- sináptica (membrana plasmática da célula muscular chama membrana sarcoplasmática) → mudança no formato do receptor, ativação → abre canais de Na+ (entrada de sódio no músculo) → despolarização → estimula a saída de Ca2+ do retículo sarcoplasmático → contração muscular! Fármaco rocurônio ocupa o receptor nicotínico e não ativa → é antagonista da acetilcolina (que ocupa esse receptor e o ativa). • Dessa forma não haverá contração muscular!! • Rocurônio é relaxante muscular Contração e Relaxamento → gasto energético Quando se solta do receptor (dura apenas 2 nano segundos) a acetilcolina é destruída pela enzima acetilcolinesterase → ácido acético + colina. A colina retorna para o neurônio para ser novamente metabolizada em acetilcolina. (Hemicolínio impede o retorno da colina) Após liberado, o neurotransmissor não pode permanecer por muito tempo na fenda sináptica, deve ser destruído ou retirado para que a membrana pós-sináptica possa voltar ao potencial de repouso e estar preparada para a próxima transmissão sináptica. O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA) ou sistema motor periférico é a porção do sistema nervoso que normalmente não está sob o controle consciente. Inerva os músculos lisos, músculo cardíaco, tecido glandular e vísceras (estômago, bexiga, intestino...). • Sistema Nervoso Simpático: origina-se na medula espinhal toracolombar e é composto por axônios pré-ganglionares curtos e pós-ganglionares longos. • Sistema Nervoso Parassimpático: origina-se no tronco cerebral e na medula espinhal sacral e é composto, em sua maioria, por axônios pré-ganglionares longos e pós-ganglionares curtos. ➔ SIMPÁTICO Origina-se na medula espinhal toracolombar e é composto por axônios pré-ganglionares curtos e pós- ganglionares longos. Axônios pré-ganglionares liberam ACETILCOLINA → receptor nicotínico Axônios pós-ganglionares liberam NORADRENALINA → receptores α e β → sinapse ADRENÉRGICA - Estimula ações (Resposta de Luta ou Fuga - stress) - Libera energia (processo catabólico) - Aumenta o metabolismo geral do corpo; - Catabolisa a liberação de energia (glicose); - Aumento da pressão arterial; - Acelera os batimentos cardíacos. ➔ PARASSIMPÁTICO Origina-se no tronco cerebral e na medula espinhal sacral e é composto, em sua maioria, por axônios pré-ganglionares longos e pós-ganglionares curtos. Axônios pré-ganglionares liberam ACETILCOLINA → receptor nicotínico Axônios pós-ganglionares liberam ACETILCOLINA → receptor muscarínico → sinapse COLINÉRGICA - Estimula atividades relaxantes - saciedade – repouso; - Caráter anabólico; - Diminui o metabolismo geral do corpo; - Reduz a liberação de energia (glicose); - Reduz a pressão arterial; - Reduz os batimentos cardíacos (bradicardia) Os neurotransmissores estimulam o órgão-alvo ligando-se a um receptor pós-sináptico (proteínas na membrana) Acetilcolina → receptores MUSCARÍNICOS (acoplados de proteína G) e NICOTÍNICOS (canais iônicos ativados por ligante) Noreprinefina → receptores α e β FÁRMACOS E RECEPTORES • Os receptores são macromoléculas envolvidas na sinalização química dentro das células e entre elas. Podem estar localizados na membrana da superfície celular ou dentro do citoplasma. • As moléculas (p.ex., fármacos, hormônios e neurotransmissores) que se ligam ao receptor são denominadas ligantes. Um ligante pode ativar ou inativar um receptor, podendo a ativação aumentar ou diminuir uma função celular particular. AGONISTAS: liga-se ao receptor e produz a ativação (alteração morfológica) → efeito ANTAGONISTAS: liga-se ao receptor e NÃO produz ativação, NÃO produz efeito. Inibe a ação do agonista, mas não possui efeito algum na ausência do agonista. 1. Antagonistas do receptor: ligam-se ao sítio ativo, impedindo a ligação do agonista. • Reversíveis ou Irreversíveis • Competitivos ou Não competitivos - Antagonistas competitivos: bloqueiam diretamente o sítio de ligação; - Reversível; - Liga-se ao receptor e o mantém inativado; - Diminui a potência mas não altera a eficácia do fármaco! - Antagonistas não-competitivos: se ligam a outros sítios na molécula do alvo e impedem a alteração de conformação necessária para a ativação (ou inativação). - Irreversível; - Mesmo o agonista se ligando, não irá conseguir ativar o receptor; - Diminui a eficácia do fármaco! 2. Antagonista sem receptor: inibe a capacidade do agonista de iniciar uma resposta. Não se liga ao receptor. • Químicos: inativam o agonista antes de ele ter a oportunidade de agir Fisiológicos: produzem efeito fisiológico oposto ao efeito induzido pelo agonista TRANSMISSÃO COLINÉRGICA E TRANSMISSÃO ADRENÉRGICA Transmissão COLINÉRGICA → ACETILCOLINA Biossíntese da acetilcolina: Ocorre nos neurônios colinérgicos: 1)Pela acetilação da colina; 2)Catalisada pela enzima colinacetiltransferase (CAT); 3)Com acetilcoenzima A(acetil-CoA), servindo como doador de grupos acetil. Colina + Acetil-coenzima A --------------------------------- > Acetilcolina Colinacetiltransferase ➔ RECEPTORES COLINERGICOS Nicotínicos • Ação rápida, são canais iônicos ativados por ligante • Causa rápido aumento na permeabilidade celular ao Na+ e K+ → despolarização e excitação. SN AUTÔNOMO → neurônios pós-ganglionares SN SOMÁTICO → musculatura estriada (junção neuromuscular somática) • N1 → músculos esqueléticos • N2 → gânglios Muscarínicos: • Acoplados a proteína G, encontrados em todas as células-alvo • M1 e M2 → bloqueiam a liberação de acetilcolina (quando há excesso) SNA Parassimpático → musculatura lisa, coração (NÓ SINO ATRIAL e NÓ VENTRICULAR) e glândulas SNA Simpático → glândulas sudoríparas • M1 → gânglios autônomos em neurônios do SNC (Córtex e hipocampo) e nas células parietais gástricas • M2 → predominam no miocárdio, músculo liso, terminações pré-sinápticas colinérgicas • M3 → ou glandular” – presente em glândulas exócrinas, músculo liso e epitélio vascular. Envolvido com a constrição traqueal em equinos • M4 → pulmões e SNC (corpo estriado, córtex e hipocampo), olhos e coração. Receptor pré- sináptico e que faz a auto inibição da liberação da Ach em terminações nervosas • M5 → SNC e regula a liberação de dopamina, glândulas salivares, íris e músculo ciliar ➔ AGONISTAS E ANTAGONISTAS COLINÉRGICOS AGONISTAS muscarínicos e/ou nicotínicos Imitam/estimulam a atividade do sistema parassimpático (colinomiméticos ou parassimtomiméticos) → Ação Direta: atuam no receptor 1. Alcalóides naturais (ex.: muscarina, pilocarpina) 2. Ésteres de colina (ex.: carbacol, metacolina, betanecol) Efeitos Farmacológicos: • Relaxamento dos esfíncteres • Aumento do tônus do trato gastrointestinal (TGI) • Aumento da motilidade intestinal • Contração da vesícula biliar • Aumento da atividade secretora do TGI • Contração da bexiga e dos ureteres • Os ésteres de colina aumentam a peristalse uretral • Bronconstrição e aumento da secreção das glândulas (sudoríparas, lacrimais, salivares e do trato digestivo) • Aparelho cardiovascular: Vasodilatação; ↓ FC; ↓ condução no nó sino atrial e atrioventricular, ↓ da força de contração cardíaca Efeitos Adversos: exarcebação dos efeitos do SNA Parassimpático: - Sudorese, cólicas abdominais, eructações, dificuldade de acomodação visual, secreção lacrimal e salivar. Contraindicações: - Obstrução intestinal ou urinária - Asma brônquica - Insuficiência coronária (redução do fluxo =↓FC e hipotensão) - Úlcera gástrica (devido ao aumento da secreção de HCL) - Prenhez (aumento das contrações uterinas) Agonistas dos receptores nicotínicos → Ação DESPOLARIZANTE ou NÃO-DESPOLARIZANTE Despolarizantes: ativam os canais colinérgicos e produzem despolarização da membrana celular → o fármaco deve persistir na junção neuroefetora e ativar continuamente os canais dos receptores nicotínicos → resultado: breve período de excitação (espasmos) seguido de paralisia flácida (os canais colinérgicos abertos mantém a membrana celular despolarizada, produzindo inativação dos canais de sódio regulados por voltagem, o que impede a sua abertura para sustentar potenciais de ação adicionais. Qualquer agonista dos receptores nicotínicos tem a capacidade de produzir bloqueio despolarizante em concentrações suficientemente altas. Agonistas dos receptores muscarínicos podem causar bloqueio despolarizante nos gânglios autônomos. → Ação Indireta: inibem a enzima acetilcolinesterase que degrada acetilcolina (reversíveis e irreversíveis) - ↑ acetilcolina ↑ ação do SN parassimpático - Promovem acúmulo de Ach junto aos receptores - Produzem efeitos (estimulação excessiva desses receptores no SNC, SNA e na junção neuromuscular) - Existem 2 tipos de acetilcolinesterase: Verdadeira: na fenda sináptica Pseudo-colinesterase ou colinesterase plasmática: fica no sangue e degrada os fármacos que imitam o efeito da acetilcolina 1. Reversíveis: carbamato (CHUMBINHO – veneno de rato) Fisostigmina, eserina, neostigmina são carbamatos 2. Irreversíveis: organofosforados (usado como praguicidas em plantações) Se ligam à colinesterase, ↓ degradação da acetilconina, ↑ acetilcolina ↑ ação do SN parassimpático ➔ Animal intoxicado: diferenciar pela anamnese Se for carbamato (chumbinho): administrar ATROPINA (pode-se também fazer fluído terapia para ↑ a taxa de filtração renal e a excreção) Se for organofosforado: não há o que fazer pois é irreversível (se for muito recente, na hora → usar pralidoxima que desfaz a ligação enzima acetilcolinesterase + organofosforado e se liga ao organofosforado) Sintomas: tremores (SN somático), salivação, miose, bradicardia (↓ FC), broncoconstrição (dispneia e respiração ruidosa),diarreia (↑ motilidade do TGI) Aplicação Clínica: 1. Antiparasitários 2. Glaucoma – Fisostigmina (longa duração) 3. Miastenia gravis – Neostigmina e Piridostigmina 4. Reversão do bloqueio neuromuscular – Neostigmina e Piridostigmina (↑ acetilcolina e ela compete com o rocurônio pelo receptor nicotínico) 5. Íleo paralítico e atonia da bexiga ANTAGONISTAS muscarínicos e/ou nicotínicos Fármacos PARASSIMPATOLÍTICOS ou ANTIMUSCARÍNICOS → diminuem a atividade do parassimpático Antagonista colinérgico nicotínico → bloqueador neuro muscular → relaxamento (rocurônio) Atropina → antagonista muscarínico Exemplos: ATROPINA, ESCOPOLAMINA, ROCURÔNIO, SUCCINILCOLINA Atuam através de sua ligação direta ao sítio agonista, bloqueando competitivamente a estimulação do receptor pela acetilcolina ou por agonistas. Transmissão ADRENÉRGICA → NORADRENALINA SN SIMPÁTICO → luta e fuga Noradrenalina (ou noraepinefrina) → principal neurotransmissor Adrenalina (ou epinefrina) → principal hormônio secretado pela medula da adrenal NORAEPINEFRINA EPINEFRINA Estimulação do miocárdio Estimulação do miocárdio Constrição dos vasos sanguíneos da pele, mucosa e rins Dilatação dos vasos sanguíneos dos músculos esqueléticos ADRENAL → SN simpático → neurônio pré-ganglionar alcança a medula da adrenal diretamente → encontra receptor NICOTÍNICO → ativa a adrenal→ liberação dos hormônios adrenalina e noradrenalina no sangue Biossíntese da noraepinefrina: Aminoácido L-TIROSINA ------------------------- > DOPA ------------------------- > DOPAMINA Tirosina hidroxilase Dopa descarboxilase DOPAMINA ------------------------- > NOREPINEFRINA Dopamina β-hidroxilase Adrenalina e noradrenalina circulantes são degradadas → enzimas monoaminooxidase e catecol-O- metil transferase ➔ RECEPTORES ADRENÉRGICOS α1, α2 e β1, β2 α2 → é ativado pelo excesso de noradrenalina e bloqueia a liberação • SN Simpático tem receptores β no coração (parede do ventrículo e nó sino atrial) → altera a frequência cardíaca ↑FC (nó sino atrial) e força da contração (parede do ventrículo) • SN Parassimpático tem receptores muscarínicos no coração (nó sino atrial e nó ventricular) → altera apenas a frequência cardíaca (↓ FC) Agonistas (simpatomiméticos) Aumentam os efeitos simpáticos no órgão efetor. ➔ Ação direta (ex.: adrenalina, noradrenalina, dopamina, terbutalina, ritodrina) - Atuam diretamente nos receptores ➔ Ação indireta (ex.: anfetamina) - Atuam principalmente facilitando a liberação da NE - Ou através do bloqueio da captação de NE liberada Antagonistas (simpatolíticos) Bloqueiam os efeitos simpáticos no órgão efetor. FARMACOLOGIA APLICADA NEUROTRANSMISSORES INIBITÓRIOS: promovem respostas inibitórias. Os neurônios promovem a hiperpolarização da membrana pós-sináptica. Neurotransmissores inibitórios determinam a hiperpolarização, dificultando a troca de íons entre a membrana. Abrem canais aniônicos permeáveis ao cloreto. - GABA (ácido Ƴ-aminobutírico) → receptor GABA - Glicina → receptor glicinérgico Podem abrir os canais de K+ ou os canais de Cl- para induzir o efluxo (saída) de K+ ou o influxo (entrada) de Cl-, respectivamente. Com a perda de cátions (+) ou entrada de ânions (-) → hiperpolarização da membrana. EXCITATÓRIO: promovem respostas excitatórias. Os neurônios provocam a despolarização da membrana pós-sináptica. Neurotransmissores excitatórios iniciam uma despolarização da membrana pós-sináptica (quando ativam o receptor), ou seja, difusão do potencial de ação. Abrem canais catiônicos. - Acetilcolina → receptor nicotínico - Glutamato → receptor glutamatérgico Podem abrir um canal específico de cátions (ex.: canal de Na+) → influxo (entrada) de íons sódio → despolariza a membrana. Observarmos uma resposta excitatória (despolarizante) quando um neurotransmissor fecha canais de saída de potássio (K+) → acúmulo de cátions (+). SISTEMA NERVOSO CENTRAL - Altas concentrações de determinados aminoácidos que se ligam a receptores pós-sinápticos, → atuam como neurotransmissores inibitórios ou excitatórios. Glutamato é um aminoácido excitatório e o GABA é um aminoácido inibitório. REVISÃO AGONISTAS e ANTAGONISTAS: Agonista refere-se às ações ou estímulos provocados por uma resposta, referente ao aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da atividade celular. Sendo uma droga receptiva. Antagonista agem como bloqueadores dos receptores, ou seja, diminuem as respostas dos neurotransmissores, presentes no organismo. O antagonismo pode diminuir ou anular o efeito do agonista. Os antagonistas são classificados em: 1. Parcial ou Total: - Parcial não anula totalmente o efeito de um agonista, sendo este mais utilizado. - Total atua somente no problema, não interferindo nas partes que estão funcionando. 2. Reversível ou Irreversível 3. Antagonista competitivo BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES (BNMs) • Não promovem analgesia! Definição: compostos estruturalmente semelhantes a acetilcolina, que atuam no receptor nicotínico do neurônio pós-ganglionar da junção neuromuscular, bloqueando a contração muscular. Podem ser DESPOLARIZANTES (agonistas) ou NÃO-DESPOLARIZANTES (antagonistas). DESPOLARIZANTES: ativam os receptores colinérgicos (nicotínicos) e induzem a despolarização da membrana. Com a exposição prolongada, ocorre um breve período de excitação, com contrações breves (fasciculações) seguidas de paralisia flácida, devido ao fato de que os canais de cálcio (receptores nicotínicos) abertos mantém a membrana celular despolarizada. Propagam impulso, despolarizam a membrana. Com a exposição prolongada, os receptores, ainda ativados, não permitem a repolarização da membrana. Contração muscular generalizada e desorganizada. São de ação pós-sináptica. A succinilcolina é o único disponível atualmente. São duas moléculas de acetilcolina ligadas entre si, que agem como agonista nicotínico, resultando em despolarização da membrana → resulta em contração muscular (fasciculações). Após a despolarização, o potencial da membrana deve ser restabelecido antes que uma nova despolarização possa ocorrer e, até que isso ocorra, o músculo permanece em estado de relaxamento. NÃO-DESPOLARIZANTE: bloqueio competitivo, ou seja, impede que a acetilcolina se ligue ao receptor nicotínico, impedindo a despolarização subsequente, resultando em paralisia flácida. Não propagam impulso, são de ação pré-sináptica. 1. Qual a diferença entre bloqueador neuromuscular e relaxante muscular. Os bloqueadores neuromusculares são fármacos que interrompem a transmissão do impulso nervoso na junção neuromuscular. Os relaxantes musculares apresentam como principais características o relaxamento relacionado ao SNC, não bloqueando a passagem dos impulsos e sim retardando. 2. Quando devo optar por um bloqueador despolarizante ou um não despolarizante? Os despolarizantes são caracterizados por apresentarem alta semelhança química em suas estruturas de amônio biquaternário. Estruturalmente, estas substâncias apresentam-se como moléculas menores e mais flexíveis e resultando na despolarização da fibra muscular. Já os Não despolarizantes também são chamados de bloqueadores competitivos O efeito relaxante muscular propaga-se através do bloqueio receptor colinérgico, impossibilitando, consequentemente, a despolarização da membrana pós-sináptica (fibra muscular). Optar sempre por bloqueadores não despolarizantes 3. Qual a diferença entre ação direta e ação periférica? Ação direta no músculo: Os relaxantes musculares aplicados diretamente na zona afetada são os mais utilizados pelas pessoas, porque também são os mais acessíveis, podendo comprar-se livremente nas farmácias. Na maioria dos casos estes relaxantes musculares são constituídos por anti-inflamatórios e analgésicos que potenciam o efeito de alívio, promovendo o relaxamento muscular. Ação periférica: Os relaxantes musculares de ação periférica são as substâncias curarizantes (bloqueadores neuromusculares não despolarizantes) que incluem o atracúrio, pancuronio e vencuronio; estes atuam por bloquearem a transmissão a nível da junção neuromuscular. Em relação a este grupo não serão dados mais pormenores porque a sua utilização carece de local e técnicos especializados. Além destes, o dantroleno também atua a nível periférico, neste caso diretamente sobre o mecanismo de contração muscular, uma vez que interfere com a disponibilidade de cálcio no interior das miofibrilas. Bloqueadores musculares despolarizantes: Funcionam por despolarização da membrana plasmática presente na junção neuromuscular da fibra muscular, possuindo ação semelhante à acetilcolina, isto é, mimetizam a ação da acetilcolina, porém não é degradada pela acetilcolinesterase, durando mais tempo a fase de despolarização da membrana (despolarização persistente), que não consegue por até dez minutos se repolarizar, causando bloqueio na contração muscular. Isso difere da acetilcolina, que é rapidamente degradada e despolariza apenas transitoriamente o músculo. Esta é a única droga que age bloqueando a contração muscular por despolarização. Possui início rápido(30 segundos), mas uma duração de ação muito curta de 5-10 minutos e é degradada pela butirilcolinesterase no sangue. Se errarmos a dose para mais, teremos o mesmo efeito que a intoxicação por um inibidor da acetilcolinesterase (venenos organofosforados e carbamatos). Bloqueadores não despolarizantes (ou curarizantes verdadeiros): Bloqueadores neuromusculares não-despolarizantes. Estes agentes atuam como antagonistas competitivos da acetilcolina no sítio do receptor de acetilcolina pós-sináptico. ❖ Qual utilizar? Não despolarizante ou despolarizante? Comparação de drogas → A principal diferença está na reversão do bloqueio neuromuscular nestes dois tipos de drogas, ou seja: Os bloqueadores não despolarizantes (succinilcolina) são revertidos por enzimas do próprio sangue (colinesterases plasmáticas como a butiril-colinesterase) e só dura 5-10 minutos. Já, a reversão dos agentes não-despolarizantes é constituída por fármacos inibidores da acetilcolinesterase como a fisostigmina e edrofônio, uma vez que são antagonistas competitivos nos receptores de acetilcolina e desse modo, o efeito pode ser revertido pelo aumento da concentração deste neurotransmissor na placa motora (junção neuromuscular). AGONISTAS e ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS 1. Agonistas Adrenérgicos ou Simpatomiméticos: aumentam efeitos simpáticos no órgão efetor. • Ação Direta – ligam-se aos receptores adrenérgicos e mimetizam os efeitos das catecolaminas noradrenalina e adrenalina. Ex.: Adrenalina, noradrenalina, dopamina, dobutamina, isoproterenol • Ação Indireta – aumentam a concentração de catecolaminas endógenas na fenda sináptica. Ex.: Antidepressivos tricíclicos, tiramina, anfetaminas, inibidores da MAO. • Ação Mista - tem ação direta e indireta. Ex.: Efedrina. Principais usos: Tratamentos de arritmias, hipotensão, insuficiência cardíaca, hipertensão, asma, alergias, sedação, parto prematuro. 2. Antagonistas Adrenérgicos ou Simpatolíticos: bloqueiam os efeitos simpáticos no órgão efetor. RECEPTORES ADRENÉRGICOS α1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da pressão arterial – midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da bexiga – secreção salivar – glicogenólise hepática – relaxamento do músculo liso gastrintestinal. α2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina – inibição da liberação da insulina – agregação plaquetária – contração do músculo liso vascular. β1: Aumento da frequência cardíaca (taquicardia) – aumento da força cardíaca (da contratilidade do miocárdio) – aumento da lipólise. β2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência periférica – aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da liberação de glucagon – relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor muscular. β3 - Termogênese e lipólise. FARMACOLOGIA APLICADA AO SISTEMA CARDIOVASCULAR 1. Cite três objetivos da terapia com fármacos com ação cardiovascular? Aumentar a contratilidade (força de contração), aumentar a frequência de contração e regular a pressão arterial. 2. O que é insuficiência cardíaca e quais seus efeitos no metabolismo? É o estado fisiopatológico que ocorre quando o coração não consegue manter o ritmo adequado para suprir a demanda tecidual por oxigênio, resultando em distúrbios bioquímicos e biofísicos nas células miocárdicas. Todos os órgãos e tecidos são prejudicados. A insuficiência cardíaca é um distúrbio em que o coração bombeia sangue de forma inadequada, causando redução do fluxo sanguíneo e refluxo (congestão) do sangue nas veias e pulmões, além de outras alterações que podem aumentar a debilidade do coração. 3. O que são inotrópicos positivos? Quais os dois tipos disponíveis para uso em veterinária. São medicamentos que aumentam a capacidade de contração da musculatura cardíaca (miocárdio), ou seja, a contratilidade. Existem os inotróficos positivos digitálicos e os inotróficos positivos não digitálicos. 4. Qual a principal diferença entre os efeitos da dobutamina e dopamina no sistema cardiovascular quanto ao seu mecanismo de ação e efeitos finais? DOBUTAMINA: agonista β1-seletivo, estimula os receptores β, promovendo o aumento da contratilidade e do débito cardíaco. É utilizada no tratamento agudo da insuficiência cardíaca. Possui efeitos inotrópicos mais proeminentes que cronotrópicos (↑FC). A dobutamina é uma catecolamina de ação direta, pois não libera Na dos terminais adrenérgicos e tem como efeito predominante o aumento de inotropismo cardíaco, sendo pouco afetados o cronotropismo e a exitabilidade, o que lhe confere baixo índice de taquicardia e arritmogenicidade. A dobutamina aumenta a contratilidade cardíaca com pequenas mudanças da frequência cardíaca e na pós carga, e, por isso, é preferida em detrimento de outros medicamentos simpatomiméticos. DOPAMINA: dose-dependente. Agonista adrenérgico nos receptores D, β e α, da seguinte forma: Doses baixas (até 3 µg/kg/min): receptores D1 vasculares – Efeito: vasodilatação renal, mesentérica, cerebral e coronariana. Doses médias (até 10 µg/kg/min): receptores β – Efeito: estimulação cardíaca, ↑DC, ↑FC, ↑PA Doses altas (> 10 µg/kg/min): receptores α – Efeito: ↑RVP, ↑PA Utilizada em casos de falência cardíaca congestiva severa associada com insuficiência renal, ou casos de choque séptico e cardiogênico. A dopamina possui efeitos cardiovasculares complexos e dose-dependente. Seu efeito inotrópico é mediado por ação indireta, pois libera noradrenalina nas terminações simpáticas cardíacas. Possui efeito dopaminérgico β1 e β2. Os efeitos cardíacos são obtidos pela atuação em receptores β- adrenérgicos. O principal efeito adverso de ambos os agentes é alterar a frequência cardíaca. A infusão lenta da dobutamina pode aumentar ligeiramente a pressão arterial e a frequência cardíaca, pois atualmente comprovou se agir fracamente em receptores β2 e α1 adrenérgicos; a infusão lenta de dopamina, além de alterar bastante a frequência cardíaca, pode causar arritmias, hipertensão, vômito e náuseas. 5. Cite e explique um mecanismo de ação dos digitálicos. Sua importância principal está no fato de serem os únicos agentes inotrópicos viáveis para uso prolongado, por via oral, em pacientes com ICC. Mecanismo de ação: Aumenta a contratilidade do miocárdio por atividade direta (efeito proporcional à dose na faixa terapêutica mais baixa). Os digitálicos têm seu efeito inotrópico positivo resultante da inibição da enzima Na+ / K+ ATPase, com consequente aumento de Ca+ + intracelular. Esta enzima é responsável pela saída de íons Na+ que são trocados por íons K+ na célula cardíaca. Com o uso dos digitálicos, diminuem-se a atividade da enzima e, consequentemente, a redução da troca de Na+ / K+. Isto promove aumento do Na+ intracelular, que, uma vez em excesso, é trocado por Ca++, que leva a um influxo maior de Ca++ para dentro da célula, o qual é oferecido em maior concentração às proteínas contráteis, aumentando, assim, a intensidade de contração do músculo cardíaco. 6. Cite três sintomas da intoxicação por digitálicos. Os sinais de intoxicação podem ser letargia, gastrenterites (anorexia, vomito, diarréia) e arritmias. Pode haver aumento ou redução da frequência cardíaca, dependendo da dose excedente. 7. Quais as principais diferenças entre catecolaminas e digitálicos no tratamento da doença cardíaca? As catecolaminas são inotrópicos positivos não digitálicos, que têm por finalidade aumentar a contratilidade miocárdica e o volume da ejeção, possibilitando uma maior eficácia cardíaca. Os digitálicos aumentam o inotropismo cardíaco e diminuem a frequência cardíaca. Os não digitálicos aumentam o inotropismo e aumentam a frequência cardíaca. 8. Cite dois objetivos principais para o uso de vasodilatadores. Melhorar uma perfusão ou diminuir uma PAe proteger o miocárdio. 9. Cite os dois exemplos de vasodilatadores. Quando cada tipo de fármaco é indicado? 1.DE AÇÃO DIRETA: Nitratos: fornecem óxido nítrico (NO) para os vasos, promovendo o relaxamento da musculatura vascular lisa. Fármaco usado na emergência, de efeito rápido. Crises hipertensivas e edema pulmonar. DINITRATO DE ISOSSORBIDA: vasodilatador coronariano, é biotransformado no fígado em metabólitos mais potentes que o original, sendo bastante eficaz quando administrado por via oral. Indicado para tratamentos longos feitos em casa pelo proprietário. SILDENAFILA: fármaco inibidor da enzima fosfodiesterase V. Pode ser utilizado em conjunto com outros medicamentos da terapia cardiovascular em pacientes que apresentem como sinal clínico importante a tosse, causada pela hipertensão pulmonar. 2.DE AÇÃO INDIRETA: INIBIDORES DA ECA. 10. Qual o mecanismo de ação dos inibidores da ECA e quais seus efeitos finais no metabolismo? Os inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) bloqueiam os efeitos de uma enzima produzida naturalmente pelos rins denominada por angiotensina II. Ao bloquear o efeito da angiotensina II, os inibidores da ECA provocam o relaxamento dos vasos sanguíneos, reduzindo a pressão arterial. Assim, têm-se a redução da pré-carga e da pós-carga. Os medicamentos inibidores da ECA são vasodilatadores que apresentam menos efeitos adversos e prolongam a sobrevida dos pacientes com ICC. São empregados em pacientes com insuficiência valvar, ICC e hipertensão arterial. Exemplos: enalapril, benzepril, captopril. 11. Qual o mecanismo de ação dos antiarrítmicos de classe I? Cite um exemplo. Usados em pacientes com problemas na propagação do impuso (automaticidade). Classe IA: deprimem a condução, tanto das células cardíacas normais como das lesadas, e prolongam a repolarização. Ex.: Quinidina, Procainamida; Classe IB: deprimem a velocidade de condução somente das células cardíacas lesadas e reduzem o potencial de ação por acelerar a repolarização. Ex.: Lidocaína, Mexiletina. 12. Qual o mecanismo de ação dos antiarrítmicos de classe II? Cite um exemplo. São medicamentos que exercem atividade antiadrenérgica no coração. São utilizados para a terapia das taquiarritmias supraventriculares e ventriculares, relacionadas ao estímulo dos receptores β às catecolaminas, o que exacerba a eletrofisiologia normal. Atuam no nó sinoatrial. Devem ser usados quando os medicamentos de classe I não apresentarem resultado. Ex.: Propranolol, Metoprolol, Atenolol. 13. Qual o mecanismo de ação dos antiarrítmicos de classe III? Cite um exemplo. São medicamentos que prolongam o potencial de ação de modo “puro” (bloqueando os canais de potássio), aumentando, assim, o período refratário. São eficientes na terapia das taquiarritmias ventriculares. Devem ser usados quando os medicamentos de classe I e II não apresentarem resultado. Ex.: Sotalol, Amiodarona. 14. Qual o mecanismo de ação dos antiarrítmicos de classe IV? Cite um exemplo. São os chamados antagonistas do Ca2+ ou bloqueadores dos canais de Ca+. São efetivos no tratamento das taquiarritmias supraventriculares. Devem ser usados quando os medicamentos de classe I, II e III não apresentarem resultado. Ex.: Verapamil, Diltiazem. 15. Um cão foi atendido no hospital veterinário apresentando dificuldade respiratória e cansaço fácil. No exame clínico foi detectado que o animal apresentava hipertensão, edema pulmonar e comprometimento da contratilidade do músculo cardíaco. Monte um protocolo terapêutico para o tratamento desse animal em casa. ↑ PA Contratilidade comprometida Edema pulmonar → lado direito do coração Inodilatador: inotrópico positivo + vasodilatador sistêmico Protocolo terapêutico: 0,25 mg/kg a cada 12 horas, administrado antes da refeição. 16. Um cão foi atendido no hospital veterinário apresentando dificuldade respiratória e mucosas cianóticas (roxas). No exame clínico foi detectado que o animal apresentava hipertensão, edema pulmonar grave e taquicardia ventricular. Monte um protocolo terapêutico para o tratamento emergencial desse animal. ↑ PA Edema pulmonar → lado direito do coração Taquicardia = ↑ FC Protocolo terapêutico: vasodilatador Nitropussiato de sódio, efeito rápido. IV 0,5 a 1,0 mg/kg/min SISTEMA CARDÍACO A pressão arterial é a pressão provocada na parede das artérias pela passagem do sangue. A manutenção desta pressão é essencial para a vida, pois ela é indicativo de que o sangue está com força para sair do coração e alcançar todos os demais órgãos. A medida da pressão arterial é considerada um dos sinais vitais. A cada batimento cardíaco é bombeado através da artéria aorta um pulso de sangue. Quando este pulso passa pela artéria gera uma pressão máxima, chamada de pressão sistólica (a popular "máxima", quando se refere à medida de pressão arterial). Após a passagem do pulso, resta dentro do vaso uma quantidade considerável de sangue, que exerce ainda uma pressão, porém menor. A esta pressão chamamos de pressão diastólica (a popular "mínima"). Vários fatores podem influenciar o valor da pressão arterial, mas de regra ela é determinada pela relação PA = DC x RP, onde DC é o débito cardíaco, RP significa resistência periférica e PA significa pressão arterial. Cada um destes fatores sofre ainda influência de vários outros. O débito cardíaco é resultante do volume sistólico (VS) multiplicado pela frequência cardíaca (FC), sendo que o volume sistólico é a quantidade de sangue que é expelida do ventrículo cardíaco em cada sístole (contração); as variações do débito cardíaco são grandes, sendo em média de 5 a 6 litros por minuto, podendo chegar a 30 litros por minuto durante um exercício físico. PA = DC x RP A resistência periférica é a dificuldade que o sangue encontra em passar pela rede de vasos. Ela é representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar especificamente, sendo este fator importante na regulação da pressão arterial diastólica. A resistência é dependente das fibras musculares na camada média dos vasos, dos esfíncteres pré-capilares e de substâncias reguladoras da pressão como a angiotensina e catecolamina. Outros fatores que influenciam são: - distensibilidade dos vasos (capacidade elástica de dilatação); - volemia (volume de sangue circulante); - viscosidade (facilidade com que o sangue escoa pelos vasos). A distensibilidade é uma característica dos grandes vasos, principalmente da aorta, que possuem grande quantidade de fibras elásticas. Em cada sístole o sangue é impulsionado para a aorta, acompanhado de uma apreciável energia cinética, que é em parte absorvida pela parede do vaso, fazendo com que a corrente sanguínea progrida de maneira contínua. A diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre em pessoas idosas, resulta de aumento da pressão sistólica sem elevação da diastólica. A volemia interfere de maneira direta e significativa nos níveis da pressão arterial sistólica e diastólica; com a redução da volemia, que ocorre na desidratação e hemorragias, ocorre uma diminuição da pressão arterial. A viscosidade sanguínea também é um fator determinante, porém de menor importância. Ciclo cardíaco: Sístole e Diástole Sístole → contração do coração, quando ejeta o sangue Diástole → coração relaxa e recebe o sangue das veias cava cranial e caudal Sangue venoso chega ao coração pelo AD → VD → pulmões (troca gasosa) → volta pelo AE → VE → corpo. Pré-Carga: Volume diastólico final: volume do ventrículo no final da diástole, quando o sangue acabou de chegar no coração e está pronto para começar a sístole. Momento em que o coração está mais cheio de sangue, volume que depende do retorno venoso. Quanto mais sangue chega no coração pelo retorno venoso e entra nos ventrículos, maior o volume diastólico final, maior a tensão nas paredes do ventrículo (músculo cardíaco estirado). Pré-carga = tensão na parede do ventrículo.Mais sangue no coração → Maior pré-carga. Pré-carga = pré-sístole. Carga que o coração vai movimentar, a força que ele terá que fazer para retirar o sangue dos ventrículos e enviar para a circulação periférica ou pulmonar. • Fluidoterapia ↑ pré-carga Pós-Carga: tensão na parede do ventrículo durante a sístole. Ventrículo manda sangue para toda a circulação. Se a circulação oferece pouca resistência, o ventrículo precisa fazer menos força. A resistência vascular periférica depende da viscosidade do sangue (↑ viscosidade ↑ RVP), comprimento dos vasos (↑ comprimento ↑ RVP) e diâmetro do vaso (se aumenta o diâmetro do vaso, diminui a RVP). Por isso vasodilatação oferece menos resistência ao fluxo sanguíneo, ou seja, menor pós-carga. Vasoconstrição é mais difícil o sangue passar, o ventrículo precisa fazer mais força = aumenta pós-carga. Pós-carga do VE depende da RVP e a pós-carga do VD depende da resistência vascular pulmonar (sangue vai para o pulmão). ↑ PA = ↑ Pós-carga Paciente com PA baixa → aumentar a contratilidade Paciente com PA alta → vasodilatador Vasodilatação = ↓ RVP (↓ pressão) = ↓ pós-carga Paciente com PA alta → não usar inotrófico DÉBITO CARDÍACO: Quantidade de sangue ejetado pelo coração em 1 minuto. DB = VS x FC VS: volume sistólico = quantidade de sangue ejetado pelo coração em cada batimento FC: frequência cardíaca = batimentos por minuto 4 determinantes do DC: 1. Frequência cardíaca: fatores cronotrópicos positivos (↑ FC) fatores cronotrópicos negativos (↓ FC) 2. PRÉ-CARGA 3. PÓS-CARGA Volume Sistólico 4. CONTRATILIDADE Volume Sistólico depende da PRÉ-CARGA, PÓS-CARGA E CONTRATILIDADE CONTRATILIDADE é propriedade do músculo cardíaco modulada por inotrópicos positivos (↑ contratilidade) e negativos SISTEMA RESPIRATÓRIO As afecções do sistema respiratório têm variada etiologia, podendo ser de origem infecciosa, parasitária, alérgica ou multifatorial. Funções básicas do sistema respiratório: - Oxigenação sanguínea - Eliminação de gás carbônico - Equilíbrio ácido-base - Termorregulação Mecanismos de Defesa: São variados e têm como função a inativação das partículas e microrganismos inalados. Macrófagos alveolares desempenham papel importante na limpeza de partículas inaladas pois, sob condições de normalidade, liquidam em poucas horas as bactérias que penetram o sistema respiratório. Os macrófagos, contendo material fagocitado no espaço alveolar, caminham para o bronquíolo terminal, sendo levados para fora do trato respiratório pelo sistema mucociliar. Todos esses mecanismos de defesa são afetados por vários fatores endógenos e exógenos: agentes químicos, ar poluído, desidratação, friagem, infecções concorrentes, desnutrição, distúrbios metabólicos associados a doenças agudas ou crónicas, acidose, desequilíbrio hormonal. Ainda, o sistema fagocitário pode estar deprimido por drogas imunossupressoras, citotóxicas e por radiações que provocam depleção da medula óssea, fonte de macrófagos e neutrófilos. Sinais e Sintomas de Doenças: - Intolerância ao exercício (fornecimento inadequado de oxigénio - equinos). - Ruídos respiratórios anormais (obstruções). - Corrimento nasal (infecção, neoplasias, hemorragias). - Dispnéias (inspiratórias e/ou expiratórias). - Febre. - Tosses secas e constantes, principalmente durante exercícios (geralmente relacionadas a problemas inflamatórios traqueais ou traqueobrônquicos). A tosse é um reflexo que ajuda na eliminação de secreções das vias respiratórias, protege-as da aspiração de corpos estranhos e pode ser a manifestação de um sintoma de doença. Tosse de origem cardíaca x tosse de origem respiratória. Objetivos da Farmacologia: - Aliviar o desconforto respiratório. - Melhorar a troca gasosa. - Aliviar sintomas: desobstruir brônquios, reduzir secreções, controlar a tosse. Sistema Mucociliar: - Importante no processo de defesa dos pulmões; - Responsável pela movimentação de fluidos (muco); - Muco: produzido pelas células caliciformes e pelas glândulas brônquicas → contém aproximadamente 95% de água, sendo os 5% restantes compostos de carboidratos, lipídios, material inorgânico, imunoglobulinas, enzimas e outras proteínas. - Em condições patológicas, há secreção excessiva de muco, além de este se apresentar mais viscoso → ocorre mudança na proporção de água e outros elementos, com aumento principalmente de mucopolissacarídeos e proteínas. Muco mais espesso é denominado catarro ou esputo. >>> Os expectorantes são empregados com o objetivo de aumentar a quantidade de catarro e diminuir a viscosidade das secreções, promovendo, consequentemente, a remoção destas da árvore respiratória. EXPECTORANTES 1. Expectorantes reflexos 2. Expectorantes mucolíticos 3. Expectorantes inalantes 1. Expectorantes reflexos: Atuam por meio de estimulação de terminações nervosas vagais, na faringe, no esôfago e até mesmo na mucosa gástrica, levando ao aumento da produção de muco pelas células, em particular da mucosa respiratória. Iodeto de potássio: Latência de aproximadamente 15 a 30 min, dependendo da espécie animal e da repleção gástrica. A duração do efeito é de, no máximo, 6 h. O iodeto de potássio é um expectorante salino, que tem a capacidade de aumentar as secreções em até 150%. Efeitos adversos: - Ocorrência de náuseas e vômito, já que o iodeto de potássio produz irritação gástrica. - O uso continuado por 3 semanas ou mais de iodeto de potássio poderá causar hipotireoidismo com consequente depressão da função da glândula tireoide. Restrição: Deve-se evitar o uso durante a prenhez, já que o iodeto de potássio atravessa a barreira placentária, podendo produzir disfunção da tireoide fetal. Também não se recomenda a administração deste medicamento em animais lactantes. • Broncofisin, Broncofedrin, Iodetox, Killtosse e associações Alivic, Iodepol, Lasa. Guaifenesina: É absorvida pelo TGI, onde parece atuar como irritante idêntico aos iodetos. Acredita-se que comece a atuar logo após sua absorção, com duração de efeito de aproximadamente 4 a 6 h. Efeitos adversos: O uso de guaifenesina em pacientes com distúrbios de coagulação ou com úlceras no trato gastrintestinal não é indicado, já que este medicamento produz diminuição da adesividade plaquetária. Restrição: Como esta substância é um derivado do creosato, não é indicado o seu uso em gatos. • Asmatoss, Bromax, Broncofenil, Glicotosse, Frenotosse, Glyteol, Xarope Vick®, Xarope Vick Mel e suas associações Aeroflux, Broncocilin, Bronquitoss, Bricanyl Composto, Deflux Expectorante. Ipeca: ou ipecacuanha (Xarope Creosotado®), podendo também ser encontrada em outros vários produtos, associada a diversas plantas medicinais. A estimulação das terminações nervosas vagais ocorre por meio de um princípio ativo denominado emetina, um alcaloide com potente atividade emética, sendo, ainda hoje, utilizado com esta finalidade. Em doses baixas, a ipeca é um expectorante reflexo, atuando por várias horas. Em doses altas é expectorante mucolítico. A respeito de sua ação sobre o trato respiratório, a mesma estimulação do nervo vago produz um aumento nas secreções bronquiais, favorecendo a fluidificação das mesmas. É muito útil na tosse seca ou improdutiva, devido ao potente efeito emético do alcaloide, verifica-se normalmente êmese nas espécies animais que vomitam, além de diarreia. Restrição: Não se recomenda o uso de expectorantes à base deste alcaloide em animais com afecções cardiovasculares ou idosos, pois a emetina pode produzir hipotensão, taquicardia e alterações eletrocardiográficas. 2. Expectorantes mucolíticos Produzem diminuição da viscosidade das secreções pulmonares, facilitando a sua eliminação. Atua no nível das células serosas das mucosas nasal, traqueal e brônquica e das células alveolares, aumentando a produção de surfactante. Surfactante pulmonar:é um líquido produzido pelo organismo que tem a função de facilitar a troca dos gases respiratórios nos pulmões. Bromexina: Cloridrato de bromexina é indicado como secretolítico e expectorante no tratamento de doenças broncopulmonares agudas e crônicas associadas a secreção mucosa anormal e transtornos do transporte mucoso. Dembrexina (Sputolysin®vet), metabólito ativo da bromexina (equinos). N-acetilcisteína: A N-Acetilcisteína, devido sua capacidade em mudar qualitativamente e quantitativamente as características das secreções, influencia substancialmente a evolução e resolução das broncopneumopatias, reduzindo os riscos de complicações decorrentes da retenção de secreção e consequente insuficiência na aeração dos pulmões. >>> A isoprenalina é um agonista β-adrenérgico utilizado com a finalidade de evitar o broncoespasmo, efeito que normalmente é produzido pela N-acetilcisteína. Broncoespasmo = estreitamento da luz bronquial como consequência da contração da musculatura dos brônquios. Lembrando: agonista β-adrenérgico (receptor β2 causa broncodilatação). 3. Expectorantes inalantes Requer aparelhos para a produção de vapores (uso limitado na veterinária). A nebulização de solução fisiológica de NaCl a 0,9% tem também sido empregada com a finalidade de fluidificar o catarro, promovendo diminuição da viscosidade. Neste procedimento, deve-se usar um nebulizador que libere partículas de até no máximo 5 µm de diâmetro, para que estas penetrem nos bronquíolos menores. ANTITUSSÍGENOS Reflexo da tosse: desempenha também a função de defesa e limpeza. É um reflexo fisiológico que protege a árvore respiratória, eliminando secreções exageradas ou substâncias irritantes e, portanto, em geral não deve ser abolido. *** O objetivo primário: promover a diminuição da gravidade e da frequência da tosse, mas sem comprometer a defesa promovida pelo sistema mucociliar. Procurar a causa da tosse para que possa ser realizado o tratamento adequado. Os antitussígenos são coadjuvantes no tratamento de afecções no sistema respiratório. *** Narcóticos A maioria dos hipnoanalgésicos tem propriedades antitussígenas. CODEÍNA, HIDROCODONA e BUTORFANOL → opioides que apresentam menor risco de dependência e são também efetivos por via oral. • Potente efeito analgésico (podem mascarar um processo doloroso associado à afecção do sistema respiratório, ou a outra afecção concomitante, prejudicando o tratamento). Não Narcóticos DEXTROMETORFANO → não produz depressão respiratória, efeito analgésico, tontura, narcose ou irritação no trato gastrintestinal. Não induz dependência. Em seres humanos, é o antitussígeno mais utilizado e seguro que se conhece atualmente. BRONCODILATADORES Têm amplo uso preferencialmente no tratamento da fase inicial da asma brônquica. São usados também para evitar o aparecimento da broncoconstrição, que é parte de uma complexa série de eventos que iniciam a tosse. 1. Agonistas β-adrenérgicos 2. Metilxantinas (teofilina) 3. Anticolinérgicos (atropina) 1. Agonistas beta-adrenérgicos - Efeito broncodilatador (ação direta nos receptores β-adrenérgicos do músculo liso do brônquio); - Inibição da liberação de serotonina e histamina pelos mastócitos; - Inibição da liberação de um dos principais mediadores da inflamação (TNFα) liberado pelos monócitos; - Estimulação dos cílios; - Redução da viscosidade do muco. Salbutamol (ou albutamol) relaxa a musculatura das paredes dos brônquios, ajudando a abrir as vias aéreas e tornando mais fácil a entrada e a saída de ar dos pulmões. Cães: 0,02 a 0,04 mg/kg 1 a 3 vezes ao dia, por via oral. Aerolin spray é indicado para o controle e prevenção dos espasmos (contrações) dos brônquios durante as crises de asma, bronquite crônica e enfisema. Aerotide, Aerojet, Aerogold, Aerolin, Aerotrat, Bronconal, Sulfato de salbutamol ou em associações Aeroflux Edulito, Beclotamol, Clenil Compositum A, Combivent. Clembuterol é agonista β2 adrenérgico de longa duração, usado na doença pulmonar obstrutiva crônica. Lembrando: receptor β2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência periférica – aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da liberação de glucagon – relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor muscular. Terbutalina é destinado ao tratamento de asma brônquica, bronquite crônica, enfisema e outras doenças pulmonares que apresentem broncoespasmo (estreitamento das vias áreas). Também é indicado como relaxante do músculo uterino no manuseio do trabalho de parto prematuro não complicado. Adrenyl, Bricanyl, Terbutil ou em associações Bricanyl, Expectalina, Terbutoss, Pulmonil vet, Ventipulmin vet. 2. Metilxantinas (teofilina) Existem três metilxantinas de ocorrência natural, farmacologicamente ativas: teofilina, teobromina e a cafeína. Teofilina: normalmente associada à etilenodiamina (bloqueador de receptor histaminérgico H1) → aminofilina IVB aminofilina, Lapefe, Aminocris,Aminofil, Aminofilon, Aminofinil, Aminogel, Aminoima, Aminolex, Aminoliv, Aminosantisa, Aminotil, Aminotrat, Asmafen, Asmodrin, Hyfilina, Eufilin. A teofilina inibe a fosfodiesterase de maneira competitiva, ocasionando a falha na conversão de adenosinamonofosfato cíclico em adenosinamonofosfato, aumentando sua concentração → diminuição da contração de musculatura lisa → broncodilatação e alguma ação anti-inflamatória. Cuidados em pacientes cardiopatas e em edema pulmonar! Efeitos Adversos: Excitação do SNC (insônia e tremores), Alterações no TGI (vômito), Aumento da estimulação cardíaca e aumento da diurese. 3. Anticolinérgicos (atropina) Os anticolinérgicos atuam mediante o bloqueio dos receptores muscarínicos, localizados na musculatura lisa brônquica, glândulas submucosas e estruturas vasculares, inibindo a contração da musculatura lisa dos brônquios e vasos, além da secreção de muco. DESCONGESTIONANTES Tratamento sintomático das rinites e das sinusites alérgicas ou virais. Os principais medicamentos utilizados como descongestionantes são os ANTIHISTAMÍNICOS e os AGONISTAS DE RECEPTORES α1 ADRENÉRGICOS. A histamina é um mediador inflamatório que promove broncoconstrição, vasodilatação e inflamação. Neurotransmissor de aminas biogênicas. Os principais sintomas de liberação de histamina são: salivação, secreção brônquica, queda na pressão arterial e espasmo brônquico. Das espécies de animais domésticos, o cão e o gato são as mais sensíveis. Anti-histamínicos: considerando-se que a histamina tem importante papel na etiologia da broncoconstrição e, consequentemente, da tosse, justifica-se o amplo uso de anti-histamínicos (antagonistas de receptores H1) como auxiliares no tratamento de diversas afecções do sistema respiratório. Além disto, os anti-histamínicos apresentam efeitos parassimpatolítico (efeito semelhante ao da atropina, diminuindo as secreções) e anestésico local, os quais contribuem sobremaneira para o bem-estar do paciente. ↓ das secreções e controle da broncoconstrição Os antagonistas de receptores H1 são bem absorvidos pela via oral em animais monogástricos, com período de latência para seus efeitos de 30 min e com pico de ação ocorrendo entre 1 e 6 h. Em poligástricos, a latência para o início da ação é de 20 a 45 min após a administração pela mesma via, com duração de efeitos de 3 a 12 h. Apresentam alta lipossolubilidade e alguns deles podem penetrar na barreira hematencefálica, causando sedação. Por isso, a via intravenosa deve ser evitada em alguns casos, devido à possibilidade da ocorrência de efeitos centrais. Entretanto, muitos dos anti-histamínicos de segunda geração não penetram no SNC, não sendo sedativos ou possuindo fraco potencial para sedação. A biotransformação é hepática, sendo capazes de ativar o sistema microssomal hepático, facilitando esse processo. >>> Controle de alguns tipos de reações inflamatórias e alérgicas, como as promovidas
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