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Laura da Cunha Casimiro – Odontologia FORP-USP CEFALOMETRIA CEFALO – CABEÇA METRIA – MEDIDA É a ciência que estuda as medidas da cabeça. · Fase empírica (Antropologia) – Baseado nos estudos através da experiência quase um achismo. · Rontgen (1895): “um novo tipo de radiação” · revolucionário, pois era possível ver o corpo por dentro, de uma qualidade ruim, na época, porém mesmo assim atribuiu-se um novo mundo de possibilidades. · Fase científica – Tem o rigor da ciência, da comprovação através de pesquisas - Broadbent (USA) - Hofrath (ALE) Cefalosteto – permitia radiografias sucessivas padronizadas de um mesmo indivíduo, permitindo que cada vez mais usassem esse método para interpretação das irregularidades dentofaciais. inúmeros métodos de análise cefalométrica: uns com o objetivo de diagnosticar as irregularidades que afetam as relações normais entre as partes componentes do crânio e da face, bem como suas repercussões na oclusão dental. análise da radiografia cefalométrica · essencial para um diagnóstico e plano de tratamento · não pode orientar exatamente o que fazer, mas pelo menos sugere o melhor tratamento por eliminação de outros. EXAME Posição da cabeça do paciente Posicionadores auriculares no conduto auditivo externo e indicador nasal Plano sagital mediano: paralelo ao filme e perpendicular ao feixe de raio-x Plano Horizontal de Frankfort: Paralelo ao solo Orientações: · Manter os dentes em oclusão Centrica · lábios em repouso · não deglutir/respirar Distância objeto –filme Fator de nitidez e distorção – Plano sagital mediano ao filme de 9 – 13 cm; com ampliação de 6 a 8,5% As estruturas anatômicas do lado esquerdo encontram-se mais próximas das olivas auriculares, do raio x central e do filme radiográfico e desta forma sofrem menos distorção (divergência dos raios x ao serem emitidos pela fonte geradora, proporcionando maior distorção das estruturas da cabeça que se encontram mais próximas do tubo do raio x que as do lado mais distante). Posição foco-objeto Raio central – nível do meato acústico externo e perpendicular ao filme Distancia foco-objeto (distância entre o plano médio sagital do paciente e a fonte de raio X deve ser de – 5 pés ou 1,524m) Relação entre Ma, KVp e tempo de exposição Miliamperagem : 50-100 MaRelação Ma x KVP DETERMINA A FORÇA DE PENETRAÇÃO DOS RAIOS X · Determina a densidade da radiografia · Fator perigoso da radiação Quilovoltagem : 80 – 96 KVp · Determina o contraste entre os tecidos duros e moles Tempo de exposição -Ecran (20 vezes) EXTRABUCAIS: Radiografia panorâmica, cefalometria lateral, telerradiografias póstero-anteriores e radiografia de ATM. Radiografia panorâmica: é a radiografia apropriada para se obter uma imagem “geral” de maxilas e mandíbula, usada na avalização das dentições,a cusa a ausência de elementos dentários, serve como auxílio na avaliação do suporte ósseo periodontal, demonstra o posicionamento de terceiros molares inclusos/retidos/impactados. Telerradiografia em Norma Lateral: muito usada como base para traçado cefalométrico de pacientes ortodônticos. Útil na avaliação de adenoides, processos patológicos e traumatismos. Telerradiografia Póstero-anterior(PA) de crânio: permite avaliar o crescimento lateral do crânio e detectar assimetrias e velamento/anormalidades dos seios da face – projeção de Waters, auxilia no planejamento ortodôntico e avaliação de pacientes com politraumatismos e em cirurgias ortognáticas. Radiografia da ATM: para avaliação da articulação temporomandibular e seus contornos anatômicos, além da visualização do posicionamento da cabeça da mandíbula em relação à fossa articular durante oclusão ou abertura máxima da boca. INTRABUCAIS: Radiografia periapical, interproximal, oclusal, cefalometria 3D Periapical: procura vasculhar o ápice radicular e possíveis patologias associadas a ele, além do espaço do ligamento periodontal e a crista óssea alveolar. Interproximal: Útil na investigação de cáries e outras patologias relacionadas à coroa dos dentes Oclusal: investigação de patologias intra-ósseas e posicionamento de dentes inclusos TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM - que fornece imagens em 3D e quaisquer cortes que sejam necessários (muito útil na implantodontia) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (que não utiliza radiação ionizante, é uma espectroscopia, indicada para a observação de tecidos moles) CEFALOMETRIA 3D - tira a análise do plano bidimensional e considera outras características do paciente, como assimetrias faciais, por exemplo, além de fornecer dados mais concretos. Porém, esse tipo de exame exige que o paciente se submeta a uma tomografia computadorizada, que o expõe 4 vezes mais à radiação ionizante do que uma radiografia panorâmica. Embora alguns exames de imagem sejam classicamente utilizados para determinados fins, pode-se variar DESDE QUE o profissional que pede o exame saiba indicá-lo com conhecimento de causa, sempre procurando o benefício do paciente. APLICAÇÕES DA CEFALOMETRIA Estudo do crescimento crânio-facial Diagnóstico e planejamento do tratamento Avaliação do espaço naso-faringeano Diagnóstico das assimetrias esqueléticas através das radiografias póstero-anteriores Avaliação dos resultados pós-tratamento TRAÇADO CEFALOMÉTRICO – PONTOS, LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS O traçado requer a utilização de radiografias de boa qualidade e aprimorado conhecimento de anatomia radiográfica. Manual ou computadorizado A fim de se minimizar os erros deve ser utilizado os materiais corretos: negatoscopio, sala escura sem a interferência de luminosidade, lápis, folha de acetato, fita adesiva, template, modelos de estudo, lupa, régua, transferidor e esquadros. Para auxiliar no traçado podemos dividir em: a) Base do crânio b) Face c) Perfil facial As superfícies bilaterais do lado direito são representadas por linhas pontilhadas e as do lado esquerdo por linhas contínuas. PONTOS CEFALOMÉTRICOS Critérios para seleção: - Universalidade ou frequência de uso - Importância para um determinado plano de referencia - Definição obscura ou controvertida ou método de localização no filme Pontos ímpares – Situados no plano sagital mediano Pontos pares – Situados em estruturas bilaterais Identificados sobre radiografias cefalométricas laterais e frontais Situados sobre a radiografia lateral Pontos sagitais (situados no plano médio sagital- pontos impares) - Ponto S : Sela Turca (situado no centro geométrico da sela turca) - Ponto N : Násio (Ponto mais anterior da sutura naso-frontal) - Ponto ENA: Espinha Nasal Anterior (Ponto situado na extremidade da espinha nasal anterior - Ponto ENP: Espinha Nasal Posterior (Ponto situado na extremidade da espinha nasal posterior) - Ponto Pr: Próstio (Ponto mais anterior do processo alveolar da pré-maxila, geralmente situado entre os incisivos centrais, na extremidade do septo inter-alveolar) - Ponto A: Subespinhal (Ponto mais profundo do contorno da pré-maxila, entre a espinha nasal anterior e o próstio) - Ponto Id: Infradental (Ponto mais anterior do processo alveolar da mandíbula, geralmente situado entre os incisivos centrais, na extremidade do septo inter-alveolar) - Ponto Pog: Pogônio (Ponto mais anterior do contorno da sínfise mandibular) - Ponto B: Supramental (Ponto mais profundo do contorno do processo alveolar da mandíbula, entre os pontos infra-dental e pogônio) - Ponto Me: Mentoniano (Ponto mais inferior do contorno da sínfise mandibular) - Ponto Gn: Gnátio (Ponto situado na metade da distancia entre os pontos mais anterior(pogônio) e mais inferior (mento) do contorno da sínfise mandibular. - Ponto Ba: Básio (Ponto situado na extremidade inferior do clivus que começa na margem anterior do forame magno) PONTOS LATERAIS Pontos bilaterais - Ponto Pt: Pterigóide (Ponto situado na extremidade mais superior e posterior da fissura ptérigo-maxilar esquerda) - Ponto Or: Orbitário (Craniometria: Ponto mais inferior sobre a margem inferior da órbita esquerda / cefalometricamente: ponto médio entre os dois contornos orbitários (direitoe esquerdo) - Ponto Po: Pório (Anatômico: ponto mais superior do conduto acústico externo/ mecânico ou instrumental: ponto mais superior da projeção radiográfica dos posicionadores auriculares do cefalostato. - Ponto Go: Gônio (Ponto determinado pela bissetriz do ângulo formado por tangentes à borda posterior e à borda inferior da mandíbula) Pontos situados no perfil dos tecidos moles - Ponto Ls: Lábio superior (ponto mais proeminente do lábio superior - Ponto Li: Lábio inferior (Ponto mais proeminente do lébio inferior) - Ponto Pog’: Pogônio mole (Ponto mais anterior do contorno da sínfise mandibular de tecido mole) - Ponto MN: Situado no meio da borda inferior do nariz LINHAS E PLANOS CEFALOMÉTRICOS - Linha S-N : Sela-Násio (união dos pontos S e N) - Linhas N-A : linha Násio-ponto A (União dos pontos N e A) - Linha N–B: linha Násio-ponto B (União dos pontos N e B) - Linha N-Ba : Násio–Básio (União dos pontos N e Ba) - Linha S-Gn : Sela–Gnátio (União dos pontos S e Gn) - Linha Pt-Gn : Eixo Facial (União dos pontos Pt e Gn) - Linha A–Pog: linha A-pogônio (União dos pontos A e Pog) - Linha S de Steiner (Linha traçada do ponto situado no meio da borda inferior do nariz (MN) e tangente ao mento (Pog’) PLANOS - Plano Go-Gn : Plano Mandibular de Steiner (Obtido pela união dos pontos Go e Gn) -O btido pela união dos pontos Po e Or (horizontal de frankfort) ANÁLISE CEFALOMÉTRICA SIMPLIFICADA -Visa definir, em valores numéricos, os componentes cranianos e faciais, esclarecendo como estas partes, independentemente, afetam o conjunto. -A análise do padrão esquelético da face, permite estabelecer a relação ântero-posterior da maxila e mandíbula com a base do crânio, bem como a relação dessas bases ósseas entre si, além de determinar também os diferentes tipos morfológicos -A análise do padrão dentário descreve a relação dos incisicos superiores e inferiores com suas respectivas bases osseas e a relação angular que estes dentes mantem entre si. -A análise do perfil facial possibilita avaliar a relação que estabelece entre a quantidade de tecido mole existente sobre a sínfise, contorno do nariz, lábio superior e inferior, de tal modo que podemos determinar o tipo de perfil que o paciente apresenta e as modificações previstas no final do tratamento. MEDIDAS Padrão esquelético PLANO HORIZONTAL SNA 80º a 84º - maxila bem posicionada em relação à base do crânio Menor que 80º - maxila retruída em relação à base anterior do crânio Maior que 84º - maxila protruída em relação à base anterior do crânio SNB 78º à 82º - mandíbula bem posicionada em relação à base anterior do crânio Menor que 78º - mandíbula retruída em relação à base anterior do crânio Maior que 82º -mandíbula protruída em relação à base anterior do crânio ANB ANB > 4,0 Classe II esquelética 0 < ANB < 4,0 Classe I esquelética ANB < 0 Classe III esquelética PLANO VERTICAL SN – Go.Gn Transferência da linha Go-Gn 1. O esquadro menor deve estar coincidindo com a linha Go-Gn (plano mandibular) 1. O esquadro maior deve estar em contato com o esquadro menor 1. Fixar o esquadro maior de forma que ele não mova 1. Mantendo o esquadro fixo, o esquadro menor irá deslizar encostado no esquadro maior em direção à linha S-N até que haja interseção entre elas 1. O ângulo formado entre as duas linhas deverá ser medido 29º À 35º - Equilíbrio entre o crescimento vertical e horizontal < 29º - Tendência de crescimento horizontal >35º - Tendência de crescimento vertical NS.Gn 64º à 70º - equilíbrio entre rotação horária e anti-horária da mandíbula <64º - rotação anti-horária da mandíbula >70º - rotação horária da mandíbula EIXO FACIAL: Na.Ba – Pt.Gn 87º à 93º Tipo morfológico Mesofacial <87º Tipo morfológico dolicofacial >93º Tipo morfológico Braquifacial PADRÃO DENTÁRIO: NA 22º - incisivo central superior bem posicionado em relação à sua base óssea (maxila) < 22º - incisivo central superior com inclinação axial reduzida reduzida em relação relação à sua base óssea (maxila) > 22º - incisivo central superior com inclinação axial aumentada em relação à sua base óssea (maxila) 4mm - incisivo central superior bem posicionado em relação à sua base óssea (maxila) < 4mm - incisivo central superior retruído em relação à sua base óssea (maxila) > 4mm - incisivo central superior protruído em relação à sua base óssea (maxila) NB 25º - incisivo central inferior bem posicionado em relação à sua base óssea (mandíbula) < 25º - incisivo central inferior com inclinação axial reduzida reduzida em relação relação à sua base óssea (mandíbula) > 25º - incisivo central inferior com inclinação axial aumentada em relação à sua base óssea (mandíbula) 4mm - incisivo central inferior bem posicionado em relação à sua base óssea (mandíbula) < 4mm - incisivo central inferior retruído em relação à sua base óssea (mandíbula) > 4mm - incisivo central inferior protruído em relação à sua base óssea (mandíbula) AVALIAÇÃO DO PERFIL Tecido duro : NAPg Tecido mole: Ls – linha S e Li- Linha S NAPg -8,5 à 10º - Perfil ósseo (esquelético) Reto Interseção da linha N-A com a linha A-Pg < -8,5º - Perfil ósseo (esquelético) Côncavo > +10º - Perfil ósseo (esquelético) Convexo Ls – linha S e Li- Linha S - Distância dos pontos mais proeminente dos lábios superior (Ls) e inferior (Li) à linha S Variações do perfil tegumentar
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