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introdução à Teoria Geral do Estado e Ciência Política (2)

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Teoria Geral do Estado e Ciência Política 
 
Slides 
- Para alguns Estado e sociedade identificam-se e 
aquele é tomado como fenômeno humano 
permanente e universal 
- Para outros não se justifica confundir as formas 
primitivas de sociedades políticas com as formas 
desenvolvidas e complexas que tardiamente 
surgem. E o Estado tem tanto de peculiar que tudo 
aconselha a separar seu tratamento de outras 
figuras, embora afins. (MIRANDA, 2011,p.3) 
- Noções da disciplina: 
A) é necessário o conhecimento das Instituições, 
pois quem vive numa sociedade sem consciência 
de como ela está organizada e do papel que nela 
representa não é mais do que um autômato, sem 
inteligência e sem vontade; 
B) é necessário saber de que forma e através de 
que métodos os problemas sociais deverão ser 
conhecidos e as soluções elaboradas, para que não 
se incorra no gravíssimo erro de pretender o 
transplante, puro e simples, de fórmulas 
importadas, ou a aplicação simplistas de ideias 
consagradas, sem a necessária adequação à 
exigências e possibilidades da realidade social; 
C) esse estudo não se enquadra não se enquadra 
no âmbito das matérias estritamente jurídicas, pois 
trata de muitos aspectos que irão influir na própria 
elaboração do direito. 
Livro: Dalmo de Abreu Dallari 
 
Conceito da Disciplina 
- Teoria Gerado do Estado é uma disciplina de 
síntese, que sistematiza conhecimentos Jurídicos, 
Filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, 
antropológicos, econômicos e psicológicos, 
 
 
valendo-se de tais conhecimentos para buscar o 
aperfeiçoamento do Estado, concebendo-o, ao 
mesmo tempo, como um fato social e uma ordem, 
que procura atingir os seus fins com eficácia e 
com justiça. (Dallari, 2012, p. 14) 
- Obs: O Estado, que conhecemos hoje, definido 
por meio de três elementos ou condições de 
existência, quais sejam: povo, território e poder 
político, é apenas um dos tipos possíveis de 
Estado: o Estado nacional soberano que, nascido 
na Europa, se espalhou sucessivamente por todo o 
mundo. (MIRANDA, 2011, p. 3) 
- Ciência política é uma ciência social que estuda 
o exercício, a distribuição e a organização do 
poder na sociedade. 
- A definição clássica de política foi legada pelos 
antigos por meio da obra de Aristóteles a Política. 
O conceito de política é derivado do adjetivo 
originado em polis (politikós), que significa tudo 
que se refere à cidade e, consequentemente, que é 
urbano, civil, público e até mesmo sociável e 
social. Ou dito de outro modo o conceito de 
política “ é habitualmente empregado para indicar 
a atividade ou conjunto de atividades que têm de 
algum modo, como termo de referência , a polis, 
isto é, o Estado”. (BOBBIO, 2000, p. 160) 
A) necessidade, em toda sociedade humana, de 
um mínimo de organização política; 
B) Necessidade de situar, no tempo e no espaço, o 
Estado entre as organizações políticas 
historicamente conhecidas; 
C) constante transformação das organizações 
políticas em geral e das formas ou tipos de Estado 
em particular; 
D) conexão entre heterogeneidade da sociedade e 
crescente diferenciação política; 
E) possibilidade e, em qualquer sociedade humana 
emergir o Estado, desde que verificados certos 
pressupostos; 
F) correspondência entre forma de organização 
política, formas de civilização e formas jurídicas; 
G) tradução no âmbito das ideias de Direito e das 
normas jurídicas do processo de formação de cada 
Estado em concreto. (MIRANDA, 2012, p. 4) 
 Evolução (ascensão) do Estado. 
 Antes do Estado: da pré-história a 1300 
d.C.: 
 Tribos sem governantes. Ex. aborígines 
australianos; os esquimós do Alasca, do 
Canadá e da Groelândia; tribos ameríndias 
da América pré-colombiana. 
 Tribos com governantes (chefias): Existem 
exemplos, como um pode-se citar Tribos 
que destruíram a civilização micenense e 
governaram a Grécia durante a Idade das 
Trevas, entre 1000 a 750 A.c. 
 Características: a) a natureza unitária, 
inexistindo qualquer divisão interior, nem 
território, nem funções; 
 Pólis Grega 
 Cidade-Estado - Cartago - Aristóteles iria 
incluir 158 documentos . Sumiram. A polis 
grega. 
 Impérios, fortes e fracos 
 Limites das sociedade sem Estado. 
 A ascensão do Estado: de 1300 a 1648 
 Idade média: Santo Agostinho e Santo 
Tomás de Aquino 
 A luta contra a Igreja– Marcílio de Pádua 
Defensor da Paz (1327) – Dante Alighieri 
em Monarquia - 
 A Luta contra o império- Os Jean Bodin – 
Os seis livros da República; 
 A luta contra a nobreza – Maquiavel sec. 
XVI 
 O Triunfo dos Monarcas. 
 
Hobbes, Locke Montesquieu, Rousseau 
- Hobbes e Spinosa, veem o Estado de guerra, 
ambiente no qual dominam as paixões, situação de 
total insegurança e incerteza, domínio do(s) mais 
forte(s) expressando-o com adágios tais como: 
guerra de todos contra todos; o homem lobo do 
homem, etc. (STRECK, 2014, p. 20) 
- Rousseau, definem-no com estado histórico de 
felicidade – o estado primitivo da humanidade-, 
em que a satisfação seria plena e comum (mito do 
bom selvagem, sendo significativa a frase de 
abertura do Contrato Social: os homens nascem 
livres e iguais e, em todos os lugares, encontram-
se a ferros) e o estabelecimento da propriedade 
privada joga papel fundamental. (STRECK, 2014, 
p. 31) 
- Locke, tido como pai do liberalismo, o estágio 
pré-social e político dos homens, ou seja, sua vida 
em natureza, se apresenta como uma sociedade de 
“paz relativa”, pois nele haveria um certo domínio 
racional das paixões e dos interesses. Nos quadros 
do estado de natureza, a razão permitiria a 
percepção de limites à ação humana ou, melhor 
dizendo um quadro de direitos naturais que 
deveriam ser seguidos pelos homens; aqui o 
homem já se encontra dotado de razão e 
desfrutando da propriedade (vida, liberdade e 
bens); (STRECK, 2014, p. 31) 
 Estado moderno; 
 Passagem da Estado Estamental para o 
Estado Absolutista. 
Resultado de quádruplo movimento: 
a) de centralização e concentração de poder; 
b) de supressão ou rarefação e, deste modo, 
neutralização ou debilitação, ao nível 
societário, das associações e comunidades 
intermediárias, bem como no âmbito do 
próprio complexo estatal, das instituições e 
poderes de nível intermediário dotados de 
alguma autonomia; 
c) de redução da população, quaisquer que 
sejam seus estamentos, classes, ou estratos, a 
uma massa indistinta, anônima, uniforme e 
indiferente de súditos, isto é, à igualdade 
abstrata de sujeição comum a um poder direto 
e imediato; e enfim 
d) de um movimento em virtude do qual este 
poder, o Estado, se destaca separa e isola da 
sociedade. (STRECK, 2014, p. 45) 
 Segunda versão do Estado Moderno: 
 Modelo liberal. 
 Liberalismo é uma doutrina do Estado 
limitado tanto com respeito aos seus 
poderes quanto às suas funções.( Bobbio, 
1998, p. 17.) 
 Revolução francesa. 
 Contratualismo; 
 Estado do bem estar social 
Visão negativa sobre o Estado: 
- Tradição socialista, de base marxista, 
fundamentalmente que se apoia em uma versão 
negativa do Estado desde uma perspectiva que 
considera a hegemonia e a submissão no contexto 
de uma sociedade de classes. 
- O pensamento marxista é uma das mais vigoras 
reações às doutrinas clássicas da teleologia estatal. 
Leva, pois à negação do Estado, isto é, a sua 
extinção. Na mecânica social marxista, a rotação 
das classes, que se dará até o inteiro 
desaparecimento desta, condiciona a natureza e os 
fins do Estado.(STRECK, 2014, p. 47 
Resumo das Teorias: 
- Teoria da Origem Natural: Há uma crítica a 
qualquer construção teórica sobre a origem do 
Estado, seja a família, da sociedade e outras 
características; entende que o Estado se forma 
naturalmente, a partir de uma conjugação de 
diverso elementos. (DE CICCO, 2013, p. 64.) 
 
- Teoria da Origem Famílias: as teorias clássicas 
como as de Aristótelesou São Tomás de Aquino (séc. 
XIII) são chamadas de origem familiar do Estado. Para 
estes filósofos, a família seria a célula-mãe do Estado. 
(DE CICCO, 2013, P. 64) 
 Indicação de leitura: Goulanges, Fustel de. 
A cidade antiga. 5.ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 2004. 
 
- Teoria da Origem Contratual: A partir do Século 
XVII, em função da valorização do homem pelo 
Humanismo e como oposição à visão tradicional 
clássica, surgem as teorias contratualistas de Thomas 
Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau, dizendo 
ser a origem do Estado um Contrato Social entre 
indivíduos independentes, numa situação de 
liberdade plena ou “estado de natureza”. 
 
- Teoria da Origem Patrimonial: A obra de Platão, 
em a República especialmente no seu livro II a IV , dá 
conta de que a origem do Estado seria na união das 
profissões econômicas. Ex. Estado Feudal. 
 O maior defensor desta teoria foi Hermann 
Heller, para que a posse da terra gerou o 
poder e a propriedade gerou o Estado. 
Outros Preuss, Karl Marx e Friedrich 
Engels, em A origem da família, da 
propriedade privada e do Estado. 
 
- Teoria da Força: No séc. XIX teve destaque a teoria 
da força segundo a qual o Estado surgiu quando o 
mais fortes dominaram os mais fracos e os 
submeteram ao trabalho. 
 Esta teoria aproxima-se do pensamento 
marxista de que a história se desenvolve 
em um processo histórico de luta pelo 
poder, explicando-se então a supremacia 
política, econômica, militar etc. dos mais 
fortes sobre os mais fracos. (DE CICCO, 
2013, p. 66. 
 
Conceito de Sociedade 
“um complexo de relações pela qual vários 
indivíduos vivem e operam conjuntamente, de 
modo a formarem uma nova e superior 
unidade” 
- Georgio Del Vecchio. 
 
Teorias sobre os fundamentos da 
sociedade 
- Organicista: na qual os papéis sociais são bem 
divididos e, se somados, constituem o todo 
culminando na sociedade; 
- Mecanicista: possui um viés mais individualista 
na qual cada individuo age com autonomia e 
liberdade e, 
- Eclética: mescla das duas anteriores. 
Estado; Sociedade; Poder; Ordem social e jurídica; 
Finalidade da sociedade; Ato de escolha 
(vontade), Deterministas; Poder Social - Político; 
- Ordem Social – as manifestações de conjunto 
ordenadas. 
- Elementos – reiteradamente – ordem humana 
(ético) – adequação. 
 
Conceito de Estado 
Uma instituição organizada política, social e 
juridicamente, que ocupa um território definido e 
na maioria das vezes, sua lei maior é uma 
Constituição escrita. É dirigido por um Governo 
soberano reconhecido interna e externamente, 
sendo responsável pela organização e pelo 
controle social, pois detém o monopólio legitimo 
do uso da força e da coerção”. (DE CICCO, 
2013,p.47) 
- Seus elementos 
 Materiais: Soberania (Alguns autores, 
outros características) população e 
território. 
 Formal: governo 
 
Contribuição de cada autor 
- Maquiavel: Poder 
- Montesquieu: Divisão dos poderes 
- Hobbes (1651): Leviatã 
- Locke (1690): Dois tratados sobre o Governo Civil 
-Rousseau (1762): Contrato Social 
- Revolução Francesa (1789): Liberdade, igualdade e 
fraternidade 
- Independência americana (1776): Liberdade e 
igualdade

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