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Produtividade Média e Produtividade Marginal APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem veremos o conceito de Produtividade e a Lei dos rendimentos marginais decrescentes, muito importantes e presentes no ambiente empresarial, cada vez mais concorrencial. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Distinguir a produtividade média e a produtividade marginal do fator de produção empregado. • Calcular a produtividade média e marginal de um fator de produção definido.• Definir a lei dos rendimentos marginais decrescentes.• DESAFIO Ratificando o enfoque acerca da função de produção, ou seja, como as relações produtivas entre insumos produtivos pode afetar a decisão de produzir por parte das firmas, iniciaremos o nosso desafio considerando uma fazendo de área produtiva. Suponhamos então que essa fazenda possua uma determinada área cultivável de 10 hectares produzindo soja. Desse modo, a área física da fazenda representa o fator de produção que permanece fixo e a mão de obra será o fator de produção variável. Desse modo, a função de produção da fazenda produtora de soja será: P = f (K, L), em que: K é o capital físico, representado pela própria fazenda; L é o trabalho, representado pela mão de obra empregada. Vamos considerar o desejo do empresário de medir a produtividade da fazenda na produção de soja, a partir do fator de produção trabalho. Desse modo, temos que destacar dois importantes conceitos: - Produtividade média do trabalho (Pme): A produtividade media do trabalho é obtida a partir da divisão da produção total (toneladas de soja colhida) pela quantidade de fator trabalho empregado (número de trabalhadores). Pme = Produção total/quantidade de trabalhadores empregados - Produtividade Marginal do trabalho (PMg): A Produtividade Marginal do fator trabalho é obtida pela variação na produção total decorrente da variação da quantidade de trabalhadores empregados. PMg = Produção total/quantidade de trabalhadores empregados De acordo com os dados apresentados, você foi contratado para auxiliar no cálculo dos indicadores de produtividade dessa fazenda. I) Considere a produção de soja a partir do fator de produção trabalho (mão de obra), conforme dados a seguir. a) Calcule a produtividade média do fator trabalho ao longo do processo de produção. b) Calcule a produtividade marginal do fator trabalho ao longo de processo de produção. c) Como analista de produtividade, analise ambos os indicadores calculados. INFOGRÁFICO A lei dos rendimentos marginais decrescentes é o resultado da combinação entre os fatores de produção fixo e o fator de produção variável. Veja: CONTEÚDO DO LIVRO Se os mercados são um mecanismo tão poderoso de eficiência, por que uma parcela tão grande de produção tem lugar em grandes organizações? Uma questão relacionada com esta é a seguinte: Por que algumas empresas avançam com uma estrutura de produção integrada, enquanto outras compram fora uma grande parcela dos produtos que vendem? Por exemplo, antes de 1982, a AT&T estava integrada vertical e horizontalmente, fazendo a sua própria pesquisa e desenvolvimento, projetando e produzindo o seu próprio equipamento, instalando e alugando telefones e fornecendo o serviço telefônico. Em contrapartida, a maioria dos computadores pessoais é produzida por montadores que compram drives, circuitos, monitores e teclados de produtores externos, e depois montam e vendem. Essas questões centrais de organização industrial foram levantadas pela primeira vez por Ronald Coase, em um estudo inovador pelo qual recebeu o prêmio em 1991. Essa interessante área analisa as vantagens comparativas da organização da produção por meio do controle hierarquizado das empresas quando comparado com as relações contratuais do mercado. Por que a organização deve ser eficiente por meio de empresas? Talvez a razão mais importante seja a dificuldade em elaborar contratos complexos que cubram todas as contingências. Por exemplo, suponha que a Soneca S.A. acredita que descobriu um medicamento milagroso para curar a preguiça. A Soneca fez a pesquisa em seus próprios laboratórios ou a encomendou no exterior, de outra empresa, a WilyLabs S.A.? O problema de comprar de terceiros é que há todo um conjunto de contingências imprevisíveis que podem afetar a lucratividade do medicamento. O que aconteceria se fosse verificado que o medicamento seria útil em outras condições? E se o regime de patentes, os impostos e as leis do comércio internacional se alterassem? E se houvesse uma ação judicial movida por desrespeito de outra patente? Pelo fato de os contratos não abarcarem a totalidade das possíveis ocorrências, a empresa corre o risco do problema de hold-up. Suponha que a WilyLabs descobre que o medicamento contra a preguiça funciona apenas quando tomado com outro medicamento que a WilyLabs já possui. A WilyLabs dirige se à Soneca e diz: Lamentamos, mas para ter os dois medicamentos, vocês terão de pagar US$ 100 milhões. Isso é o problema de hold-up (com uma pitada de vingança). O receio de ser apanhada em situações que envolvem investimentos específicos e o caráter não absoluto dos contratos levarão a Soneca a fazer a pesquisa internamente, a fim de poder controlar os resultados da pesquisa. Em muitos setores, a tendência recente tem sido passar de empresas altamente integradas para a compra ou contratação de produção externa (outsourcing). Essa tem sido a tendência na indústria de computadores desde o tempo em que a IBM estava quase tão integrada como a AT&T. A contratação de produção externa pode funcionar bem em situações em que, como na indústria dos computadores pessoais, os componentes estão padronizados. Outro exemplo é o da Nike, que compra grande parte da sua produção, porque o processo de produção é padronizado e o valor real da Nike, está no seu design e na marca registada. Além disso, novas formas contratuais, como contratos a longo prazo baseados em normas de conduta, tentam minimizar os problemas de hold up. Quem estuda organizações salienta a importância vital das grandes empresas na promoção da inovação e do crescimento da produtividade. No século XX, as ferrovias não trouxeram apenas o trigo das fazendas para o mercado, como também introduziram os fusos horários. De fato, a noção efetiva de estar na hora se tornou, pela primeira vez, fundamental, pois estar fora da hora originava acidentes de trem. Como a história triste das economias de planejamento centralizado demonstra tão claramente, sem o gênio organizacional da empresa privada moderna, toda a terra, trabalho e capital estariam trabalhando para nada. Acompanhe o capítulo Produtividade Média e Produtividade Marginal, da obra Fundamentos da Economia que é a base teórica desta Unidade de Aprendizagem para aprofundar os seus conhecimentos. Boa leitura. FUNDAMENTOS DE ECONOMIA Rosangela Aparecida da Silva Produtividade média e produtividade marginal Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Distinguir a produtividade média e a produtividade marginal do fator de produção empregado. Calcular a produtividade média e marginal de um fator de produção definido. Definir a lei dos rendimentos marginais decrescentes. Introdução Neste capítulo, você vai verificar como se configura a produção de uma empresa, identificando os tipos de fatores de produção e a combinação dos mesmos para gerar maior produtividade de bens e serviços. Você também vai estudar os conceitos de produtividade total, média e marginal no setor produtivo, compreendendo que nem sempre é interessante adicionar mais do mesmo insumo de produção para se produzir com maior eficiência econômica. Por fim, você vai verificar a lei dos rendimen- tos marginais decrescentes e vai compreender como se pode utilizar as ferramentas apresentadas no capítulopara planejar da melhor forma a oferta futura de uma empresa, independentemente do setor de atuação. Os fatores de produção e sua produtividade A produção sempre foi muito importante na economia, pois é por meio dela que os bens e serviços são produzidos e ofertados ao mercado. Cada vez mais exige-se das empresas um maior empenho em termos de uso dos recursos produtivos e a criação de bens cada vez mais elaborados. A Figura 1 representa a ideia de que a produção de qualquer bem ou serviço funciona como uma engrenagem, adequada ao seu perfil, que deve ser utilizada de maneira a diminuir o uso de fatores produtivos escassos e aumentar a produção de bens e serviços para satisfazer a sociedade. A teoria da produção é fundamental para a análise do emprego de mão de obra, dos custos de produção e, principalmente, do uso de recursos de forma eficiente frente à sua escassez. Figura 1. A produção funciona como uma engrenagem, que deve ser movida de modo a utilizar eficientemente os fatores produtivos. Fonte: Adaptada de linear_design/Shutterstock.com. De acordo com Vasconcellos e Garcia (2014), a teoria da produção, jun- tamente com a teoria dos custos de produção, constitui a chamada teoria da oferta da firma individual. Por meio delas é determinada a relação existente entre a produção e seus custos e também de que forma pode-se produzir minimizando o uso de fatores escassos, ao mesmo tempo em que se gera mais produção para a sociedade. Ainda segundo os mesmos autores, a teoria da produção tem como foco a relação técnica entre os fatores de produção e a quantidade de bens produzidos. Assim, ao fazer essa relação, essa teoria incentiva a busca frequente por formas de melhorar os processos, para, então, poder oferecer mais bens e serviços. Produtividade média e produtividade marginal2 Troster e Mochón (2002) apontam os fatores necessários para a produção de um automóvel: é necessária uma grande quantidade de produtos intermediários, que serão trans- formados no processo produtivo, como ferro, vidros, equipamentos eletrônicos, tintas, pneus, entre outros; precisa-se também de vários especialistas — mecânicos, torneiros, soldadores, técnicos em eletricidade, administradores e outros; são necessárias também instalações, máquinas e recursos financeiros. Todos esses elementos se integram em um determinado processo produtivo elaborado por engenheiros e técnicos e constituem os fatores de produção. Com o emprego de determinada tecnologia, o resultado é o automóvel. A partir desse exemplo do automóvel e da análise da Figura 2, que detalha um processo de produção do setor de confecção, pode-se perceber que, para a produção de qualquer bem ou serviço, há a necessidade de um processo produtivo detalhado e bem planejado, que conta com inúmeros fatores de produção. É necessário que se avalie se o que está sendo feito se adequa ao objetivo da empresa — maximizar os lucros, na maioria dos casos — e se está dentro de um padrão evolutivo satisfatório dentro do setor analisado. 3Produtividade média e produtividade marginal Figura 2. Desenvolvimento de uma produção no setor de confecção, desde a pesquisa de moda e a criação até o acabamento do produto. Fonte: Adaptada de Robmaq (2010). 14. Acabamento da produção Limpeza Revisão Etiquetagem Embalagem 13. Bene ciamento Estamparia Bordado Lavanderia 12. Costura Fechamento piloto Fechamento de peças da facção 11. Corte Corte de peça piloto Corte da produção Separação do corte Corte automático ou manual 10. Plotagem Plotagem de riscos e encaixes 9. Compras Compras de material Busca de materiais e fornecedores 8. Encaixe Ordem de produção/ordem de corte De�nição de risco para produção Consumo Aproveitamento 7. Divulgação Comunicação interna Divulgação externa Integração clientes private label 6. Aprov. peça piloto Decisão de modelos e material Ajuste de modelagem 5. Modelagem Desenvolvimento de bases Desenvolvimento de moldes Digitalização Graduação Edição de moldes Acompanhamento da pilotagem 4. Engenharia Informações para �cha técnica Simulação de custo e consumo Orientações para produção Planejamento de produção/distribuição 3. Criação Desenhos técnicos Desenhos estilizados Criação de estampas Criação de bordados Apresentações Criação de variações Criação de insumos 2. Planejamento de coleção De�nição coleção De�nição de quantidades Escolha de matérias-primas Busca por fornecedores Direcionamento de campanha 1. Pesquisa de moda Sites Revistas Viagens Eventos de moda Feiras Palestras D es en vo lv im en toProdução Coleção aprovada Função de produção De acordo com Samuelson e Nordhaus (2012), a função de produção repre- senta a quantidade máxima de produto que pode ser obtida a partir de uma quantidade de fatores de produção. É importante salientar que, para a presente análise, a tecnologia empregada não é levada em consideração, para que a análise da produção do bem seja compreendida de forma sintética, tendo como foco somente o cálculo da função de produção. Ignora-se o uso de tecnologias que possivelmente tornariam os processos produtivos mais eficazes. Além disso, o tempo em que é produzida cada quantidade do bem ou serviço é dado aqui de forma generalizada, mas, na prática, deve-se seguir um método; em geral, esse tempo é expresso em meses ou anos. Produtividade média e produtividade marginal4 As funções de produção são diferentes de acordo com cada produto ou setor dentro de uma economia. Matematicamente, conforme Vasconcellos e Garcia (2014), a função pode ser representada da seguinte maneira: Q = f (X 1 , X 2 , X 3 , …, X n ) Onde: Q = quantidade produzida do bem ou serviço f = função (que denota que a quantidade produzida é dependente dos fatores de produção) X1 = quantidade utilizada do fator de produção 1 X2 = quantidade utilizada do fator de produção 2 X3 = quantidade utilizada do fator de produção 3 Xn = quantidade utilizada de n fatores de produção Assim, o fator de produção X1, dentro do processo de produção de uma confecção, por exemplo, pode ser a mão de obra ou o fator trabalho, o X2 pode ser o tecido, o X3, a linha, e assim por diante, para uma empresa que fabrica determinado tipo de roupa. Para fins didáticos e de análise, consideraremos a seguinte função de produção, com apenas dois fatores, com base em Vasconcellos (2002): Q = f (N, K) Onde: Q = quantidade produzida do bem ou serviço N = quantidade utilizada do fator de produção mão de obra K = quantidade utilizada do fator de produção capital Logo, nota-se que a quantidade produzida de um bem ou serviço depende (é função) da quantidade utilizada do fator de produção mão de obra (N) e também do fator capital (K). 5Produtividade média e produtividade marginal Segundo Samuelson e Nordhaus (2012), o fator capital (K) na produção se refere aos maquinários, aos equipamentos e/ou às instalações utilizadas para a produção de um bem ou serviço. Assim, por meio dos cálculos, podemos verificar, por exemplo, até que ponto de utilização de bens de capital pode-se continuar produzindo bens e serviços eficientemente. Para exemplificar uma função de produção, suponha um engenheiro de uma fábrica de calças que possui, hipoteticamente, dois tipos de insumos de produção para a confecção do produto. Para saber quais combinações de quantidades de máquinas e trabalho (fatores de produção) são necessários para a produção de 1.000 calças, ele precisa tomar notas, como mostra o Quadro 1. Fonte: Adaptado de Troster e Mochón (2002). Nível de produção (calças jeans/dia) — Q Fator capital (número de máquinas) — K Fator trabalho (número de trabalhadores) — N 1.000 2 16 1.000 3 14 1.000 4 12 Quadro 1. Combinação de fatores de produção para a produção de calças em um pe- ríodo de 8 horas por dia Por meio do Quadro 1, o engenheiro da empresa poderá planejar como utilizar os fatores de produção para compor a produção que deseja, buscando, assim, otimizaro uso dos recursos produtivos. Embora a função desse cálculo neste capítulo seja apenas a combinação de insumos produtivos para gerar a produção máxima desejada, de posse dessa tabela, o gerente pode também analisar custos — tópico a ser estudado em outro momento. É importante destacar que a composição dessa tabela e a função de produção vão mudar, caso ocorram avanços tecnológicos — aqui consideramos uma tecnologia dada, sem avanços, como já mencionado. Produtividade média e produtividade marginal6 Produtividade total, média e marginal Antes de verifi carmos o uso dos fatores de produção para favorecer a produ- tividade, é importante salientar como esses fatores se comportam em curto e longo prazo, conforme apontam Troster e Mochón (2002). No curto prazo, existem fatores de produção variáveis — que mudam de acordo com a quan- tidade produzida —, como a quantidade de matérias-primas e a quantidade de horas trabalhadas pela mão de obra, e fatores de produção fi xos — aqueles que, independentemente da quantidade produzida, não alteram a quantidade utilizada —, como maquinários, instalações de empresas e outros, segundo Troster e Mochón (2002). No longo prazo, dizemos que todos os fatores são variáveis, pois até os maquinários precisam ser trocados por outros mais modernos, as instalações são alteradas e, por fi m, as tecnologias de produtos e processos mudam. No presente capítulo, para o fim a que nos propomos, utilizaremos apenas o curto prazo, em que existem fatores fixos e fatores variáveis de produção. Os conceitos de curto prazo e longo prazo são muito diferentes, dependendo da economia e do setor a que estamos nos referindo. O longo prazo é bem mais curto no setor de informática do que no setor de confecção. Isso ocorre porque os avanços tecnológicos no setor de informática são muito mais rápidos (indústria dinâmica) do que no setor de confecção (indústria tradicional), o que faz com que maquinários (fatores fixos de produção no curto prazo), por exemplo, tenham que ser mudados ou trocados mais rapidamente no primeiro setor, configurando o longo prazo (por mais curto que seja), conforme Mankiw (2005). O produto total (PT) de algum bem ou serviço mostra a quantidade total produzida em unidades físicas, conforme Samuelson e Nordhaus (2012). Ainda, de acordo com Vasconcellos e Garcia (2014, p. 48), “produto total é a quantidade do produto que se obtém da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores”. Suponha que, para a produção de trigo, necessitamos apenas dos fatores capital (fixo) e trabalho (variável). Pela Figura 3, podemos perceber que, quanto mais se utiliza o fator trabalho, mais a produção de trigo vai aumentando. Observe, porém, que, quanto maior a utilização de trabalhadores, com a 7Produtividade média e produtividade marginal mesma quantidade de terras e maquinários (que são fatores fixos — capital), maior a produção de trigo, mas em um ritmo de crescimento cada vez menor. Figura 3. Produção total de trigo de acordo com a variação na quantidade do fator trabalho. Fonte: Adaptada de Samuelson e Nordhaus (2012). 4.000 3.000 2.000 1.000 1 2 3 4 5 Trabalho Pr od ut o to ta l 0 PT Assim, se você tenta aumentar a produção utilizando apenas mais traba- lhadores, a tendência é que se amontoe mais mão de obra em torno da mesma área e, com isso, a produtividade individual ou produtividade marginal de cada trabalhador seja menor. A Figura 4 mostra que a produtividade marginal (PMg) do trabalho é decrescente, devido ao fato de apenas o fator trabalho estar variando (aumentando). Produtividade média e produtividade marginal8 Figura 4. Produto marginal do trabalho na produção de trigo: quanto maior o uso do fator trabalho, menor tende a ser a produção adicional (produto marginal). Fonte: Adaptada de Samuelson e Nordhaus (2012). 1 2 3 4 5 Trabalho Pr od ut o m ar gi na l ( po r u ni da de d e tr ab al ho ) PMg 3.000 2.000 1.000 0 Samuelson e Nordhaus (2012, p. 96) coloca que “o produto marginal de um insumo é o produto adicional gerado por 1 unidade adicional desse insumo, mantendo os demais insumos constantes”. Insumos, aqui, são os fatores de produção. Não se deve confundir produtividade marginal (PMg) com produtividade média (PMe): esta se refere à quantidade total produzida dividida pelo número de trabalhadores (insumo variável), enquanto a produtividade marginal se refere à quantidade adicional de produto devido ao aumento de uma unidade do insumo variável. De acordo com Vasconcellos (2002), as fórmulas matemáticas para o cálculo da PMg e da PMe são as seguintes (supondo variação do insumo trabalho): a) Produtividade marginal do trabalho: b) Produtividade média do trabalho: 9Produtividade média e produtividade marginal A Figura 5 demonstra esse cálculo para o exemplo do trigo. Figura 5. Produtos total, marginal e médio do trigo. Fonte: Adaptada de Samuelson e Nordhaus (2012). (1) Unidades de trabalho 0 1 2 3 4 5 0 2.000 3.000 3.500 3.800 3.900 2.000 1.000 500 300 100 2.000 1.500 1.167 950 780 (2) Produto total (3) Produto marginal (4) Produto médio Por meio da Figura 5, podemos verificar que, colocando-se apenas um trabalhador, a produção total, média e marginal dessa mão de obra será igual a 2.000 quilos de trigo. Ao adicionar mais um trabalhador, a produção total será de 3.000 quilos de trigo, a produção marginal será de 1.000 quilos (valor adicional por trabalhador) e a produção média será de 1.500 quilos. Lei dos rendimentos decrescentes A partir do conceito de produtividade marginal (PMg), pode-se compreender o conceito de lei dos rendimentos decrescentes, conforme l Samuelson e Nordhaus (2012, p. 96): Produtividade média e produtividade marginal10 […] uma empresa obtém cada vez menos produto adicional à medida que acrescenta unidades adicionais de um fator, mantendo fixos os outros fatores de produção. Ou seja, mantendo constantes todos os demais fatores produtivos, o produto marginal de cada unidade de fator de produção se reduzirá com o aumento da quantidade utilizada deste fator. É importante destacar que, da mesma forma como utilizamos como exemplo o fator variável trabalho, pode-se também verificar a produtividade marginal e média de outros fatores de produção individualmente e, assim, buscar melhorar o uso de outros insumos na produção de bens e serviços específicos. PMe e PMg do fator de produção máquina Da mesma forma como encontramos as produtividades marginal e média do fator trabalho na Figura 5, podemos calcular a produtividade por máquina. Basta substituir na fórmula o trabalho pelas máquinas e encontrar a produtividade média e marginal das mesmas. Como teoricamente no curto prazo o número de máquinas não se modifica — são insumos fixos —, não é necessário aplicar a fórmula, pois ela é inútil para um fator que não se altera, conforme Samuelson e Nordhaus (2012). 11Produtividade média e produtividade marginal MANKIW, N. G. Introdução à economia: edição compacta. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. ROBMAQ. Moda e Consultoria. Desenvolvimento e produção. 2010. Disponível em: <ht- tps://robmaqmoda.files.wordpress.com/2010/01/plm_audaces28c3baltimaversc3a3o29. jpg>. Acesso em: 7 jan. 2019. SAMUELSON, P. A. NORDHAUS, W. D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. TROSTER, R. L.; MOCHÓN, F. Introdução à economia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002. VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2002. VASCONCELLOS, M. A. S.; GARCIA, M. Fundamentos de economia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Leitura recomendada VARIAN, H. R. Microeconomia: princípios básicos. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. Produtividade média e produtividade marginal12 Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Assista ao vídeo a seguir sobre Produto Total, Produtividade Média e Produtividade Marginal. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!EXERCÍCIOS A pizzaria da dona Helena trabalha com diferentes sabores de pizza e busca sempre atender às entregas com a maior rapidez para manter fiel o seu cliente, mas nem sempre isso é possível. Por isso, a dona Helena resolveu aumentar o número de funcionários ao longo de um ano determinado (conforme esquema de produção anexo). Após esse período resolveu avaliar a produtividade média de pizzas por trabalhador. Você foi contratado para auxiliar a dona Helena nessa avaliação, por isso, marque a opção correta referente à produtividade média da pizzaria. 1) A) Pela análise da Pme, o ponto de menor produtividade por trabalhador ocorreu após a contratação do oitavo funcionário. B) A produtividade média, quando se produziu 660 pizzas no mês, foi de 330 pizzas por trabalhador. C) A melhor produtividade por trabalhador será a produção de 200 pizzas por trabalhador, ocorrido no mês de fevereiro. D) A maior produtividade média ocorreu em março. E) A quantidade de fornos utilizados para se produzir pizza não influencia na produção do produto. 2) Ainda sobre a pizzaria de dona Helena, você foi convidado a analisar os rendimentos marginais dos funcionários contratados ao longo do ano. O objetivo é verificar se as contratações realizadas deram o resultado esperado para a proprietária. Com base nisso, é CORRETO afirmar que: A) da oitava para a nona contratação os trabalhadores não deram nenhum resultado na produção de pizza. B) a produtividade marginal dos funcionários tem comportamento crescente ao longo da produção de pizza no ano. C) é possível afirmar que a partir do sexto funcionário contratado a produtividade marginal é crescente. D) ao se analisar o comportamento da produtividade marginal é possível afirmar que a mesma reproduz a Lei dos rendimentos marginais decrescentes. E) a produtividade marginal não pode ser negativa. 3) Leia atentamente o trecho a seguir: Aumentando-se a quantidade de um fator de produção variável, em iguais incrementos por unidade de tempo, enquanto a quantidade dos demais fatores se mantém fixa, a produção total aumentará, mas, a partir de certo ponto, os acréscimos resultantes no produto se tornarão cada vez menores. Continuando o aumento na quantidade utilizada do fator variável, a produção alcançará um máximo podendo, então, decrescer. Dada as alternativas abaixo pode-se afirmar que o conceito apresentado refere-se a(ao): A) fator de produção variável. B) fator de produção fixo. C) produtividade média. D) produtividade marginal. E) Lei dos rendimentos marginais decrescentes. 4) Uma preocupação importante sobre a teoria da firma refere-se ao sistema de produção. Sobre o sistema de produção, assinale a alternativa CORRETA: A) A produtividade média pode tornar-se negativa, após atingir seu nível máximo, o produto total. B) Na produção total máxima, a produtividade marginal é nula. C) No máximo do produto total, a produtividade média é máxima. D) A produtividade marginal depende unicamente da quantidade de trabalhadores empregados. E) Produtividade média é a variação da produção sobre a variação da quantidade de um fator de produção. 5) Em relação aos indicadores de produtividade estudados, é possível afirmar que, quando a produção de uma firma é máxima, a produtividade: A) média é menor que a produtividade marginal do trabalho. B) marginal do trabalho é zero. C) média do trabalho é zero. D) marginal do fator trabalho é decrescente. E) média do fator trabalho é negativa. NA PRÁTICA Veja agora um exemplo sobre a produtividade média e a produtividade marginal. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Desempenho exportador das firmas industriais no brasil: a influência da eficiência de escala e dos rendimentos crescentes de escala Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Economia Leia da página 103 a 109.
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