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Matéria: Genética Curso: Odontologia Aluna: Emanuela Pinacé Amaral Matrícula: 22051151 Doença Hemolítica Neonatal: A incompatibilidade sanguínea na gestação. Introdução: O que é a doença hemolítica neonatal e qual sua origem? É um distúrbio ocasionado pela interação entre proteínas do sangues da genitora e prole durante a gestação, onde os glóbulos vermelhos são degradados pelos anticorpos do sangue da mãe. Sua ocorrência se origina durante a gestação, acontecendo quando o sangue da gestante for incompatível com o sangue fetal. O diagnóstico vem a partir de exames sanguíneos baseados na tipagem dos pais e da presença de um pigmentador do sangue chamado de bilirrubina. Concepção: A doença hemolítica neonatal, também reconhecida como eritroblastose fetal, tem em sua denominação a palavra ‘hemolítica’, derivação de ‘hemólise’, que significa destruição de eritrócitos (glóbulos vermelhos) do sangue. Dissertação da Universidade Estadual do Amazonas – UEA, afirma que a Doença Hemolítica Neonatal por Rh anti-D possui elevado risco de morte principalmente nas regiões norte e nordeste, demonstrando de forma concisa as desigualdades sócio-regionais existentes no Brasil, apesar do progresso e das transformações providas pelo SUS. A eritroblastose fetal é um quadro clínico de proporções leve e grave, no qual as hemácias são destruídas pelos anticorpos sanguíneos da gestante, que causam concentrações elevadas de bilirrubina, uma pigmentação amarela produzida durante a destruição das hemácias no sangue, baixo número de glóbulos vermelhos, anemia, e em sua proporção mais perigosa, leva à morte. Os fatores que provocam a doença são: · Em sua maioria, Incompatibilidade de Sistema Rhesus; · Incompatibilidade de ABO. Incompatibilidade de Sistema Rhesus: O fator Rh é uma molécula que pode ou não estar na superfície de glóbulos vermelhos no sangue humano. Quando se faz presente, é representado como Rh+ (lê-se Rh positivo) e em sua ausência, Rh- (Rh negativo). Quando o sangue do bebê for Rh positivo e o sangue da mãe for Rh negativo, existe uma incompatibilidade entre os dois. Assim, o sistema imunológico genitor com sangue Rh negativo pode determinar que os glóbulos vermelhos do sangue Rh positivo do feto são “células intrusas” e iniciar produção de anticorpos contra o fator Rh das células fetais (esse processo é denominado sensibilização ao Rh). Logo, os anticorpos da mãe se unem às do feto e causam hemólise nos seus eritrócitos. A destruição das células começa enquanto está no útero e continua após o parto. Uma vez produzidos, esses anticorpos continuam na circulação da mãe e caso ela engravide novamente de uma criança fator positivo, os anticorpos produzidos na gravidez anterior destroem as hemácias do próximo filho. Portanto, o primeiro filho apresenta menos risco de desenvolver a doença do que os seguintes, porque a mãe fator negativo ainda não foi sensibilizada pelos anticorpos anti-D ou anti-Rh. Mas, na falta de tratamento, esses anticorpos produzidos na primeira gestação podem destruir as hemácias dos próximos fetos Rh. Contudo, algumas mães também podem ser expostas ao sangue do feto antes disso: durante um aborto espontâneo, durante um exame diagnóstico no feto caso elas sofram alguma lesão no abdômen, ou se houver um descolamento prematuro da placenta. Então, a maioria dos casos de doença hemolítica ocorre em fetos cujas mães passaram por “dessensibilização” em uma gravidez anterior. Incompatibilidade ABO: Outras incompatibilidades sanguíneas podem originar uma doença hemolítica similar e menos grave. Se a mãe tivesse sangue tipo O, por exemplo, e o feto, a tipagem A ou B, o corpo da mãe produziria anticorpos anti-A ou anti-B que poderiam atravessar a placenta, unir-se aos eritrócitos do feto e provocar sua hemólise, causando anemia leve ou hiperbilirrubinemia. Geralmente, a incompatibilidade do sistema ABO provoca anemia leve, se comparada ao tipo de incompatibilidade do fator Rh mas, ao contrário dela, normalmente a gravidade diminui a cada gravidez posterior. Sintomas: O recém-nascido com doença hemolítica poderá apresentar icterícia, pele amarelada, inchaço, palidez, apresentar o fígado ou baço aumentados, anemia e acúmulo de líquido. Pode ocorrer a morte durante a gestação ou após o parto. Diagnóstico, Tratamento e Prevenção: 1. Durante o pré-natal, se a mãe for Rh negativo e o pai positivo, é necessário realizar o Teste Indireto de Coombs, para a pesquisa de anticorpos anti-D, anti-A e outros. O exame deve ser repetido mensalmente para verificar o possível aumento de anticorpos. 2. Se identificada a doença hemolítica neonatal, a mãe deve tomar uma concentração de anticorpos combatentes do anti-D três após o parto, de forma intramuscular, de forma a promover a erradicação da doença, uma vez que a imunização é efetiva e eficaz. 3. A prevenção é o melhor tratamento para incompatibilidade sanguínea e deve começar antes mesmo de a mulher engravidar. Porém, se o bebê nascer com este quadro clínico, a primeira medida é substituir seu sangue através de transfusão de sangue negativo, que não será destruído pelos anticorpos anti-D da mãe que passaram ao filho através da placenta. Como as hemácias vivem apenas três meses, seria este o tempo de tratamento da criança, pois ao final deste período, não existirão mais anticorpos anti-D provenientes da genitora. Outros Sistemas Manifestadores da Eritroblastose: Atualmente, devido à utilização de imunoglobulina humana anti-D nas mães não sensibilizadas, diminuiu-se muito a incidência da doença, ao realizar frequentemente a imunização no sistema ABO. Porém, na incompatibilidade sanguínea, além dos anticorpos anti-D, anti-A e anti-B (Sistema Rh e ABO, respectivamente), outros vários anticorpos e antígenos mais raros de hemácias têm sido detectados. Estes anticorpos podem ser identificados através dos mesmos testes (Coombs Indireto e Direto) e a doença ocorre da mesma forma: provocando o ataque às hemácias fetais, aumentando o nível de bilirrubina e consequentemente, conferindo icterícia à criança. · Sistema P (ISBT nº 003) · Sistema Kell (ISBT nº 006) · Sistema Duffy (ISBT nº 008) · Sistema MNS (ISBT nº 002) · Sistema Kidd (ISBT nº 009) · Sistema Diego (ISBT nº 010) Considerações Finais: 1. Tendo em vista que, classicamente, a Eritroblastose Fetal, de alta periculosidade para o feto, é causada pela incompatibilidade do grupo sanguíneo Rh, é necessário que os genitores saibam seu fator antes de engravidar, de forma a prevenir sua prole. 2. Outrossim, avanços no campos da obstetrícia e neonatal nos permitem constatar que a doença poderia e deveria ter sido erradicada, entretanto o alto custo da imunização popular, que não é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, impede a realização desta tarefa, apesar de a imunoprofilaxia (processo de prevenção) ser eficaz e comprovada há décadas. 3. Outros antígenos e seus respectivos anticorpos têm sido apontados menos frequentemente como causadores de doença hemolítica no período neonatal, porém ainda não se trata de uma inexistência de casos, o que nos remete à necessidade desesperadora de permanecer investindo nos demais estudos de grupamentos sanguíneos além de ABO e Rhesus. 4. A relevância do tema se constrói de forma a nos fazer entender que pesquisadores da saúde no Brasil precisam manter-se em constante evolução, a fim de aumentar formas de promover a saúde para a população. Tornando o acesso à tais informações e tratamentos descritos mais fácil e menos custoso. Referências: VARELLA, Dráuzio. Incompatibilidade Sanguínea. Dráuzio Varella, 2010. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/incompatibilidade-sanguinea/>. Acesso em: 04, outubro de 2020. KLIEGMAN, R. Nelson Princípios da Pediatria: 7 ed. Milwakee, Wisconsin. 2017 CIANCIARULLO, M. (2001). Doença Hemolítica Neonatal: antígenos e anticorpos envolvidos. [PDF file]. Unidade Neonatal do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo. 23(3), 251-7. WALTER, A. Doença Hemolítica do recém-nascido.Manual MSD. 2019. Disponível em: < https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/problemas-sangu%C3%ADneos-no-rec%C3%A9m-nascido/doen%C3%A7a-hemol%C3%ADtica-do-rec%C3%A9m-nascido> Acesso em: 04, outubro de 2020. FERREIRA, E. (2016). Investigação dos aspectos clínicos na incompatibilidade materno-fetal em recém-nascidos na cidade de Manaus. [PDF file]. Universidade do Estado do Amazonas. 81(4), 72-4.
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