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Raissa Morais TXI Imunodeficiências Definição • As Imunodeficiências são as doenças causadas por respostas imunológicas deficientes. • A função normal do sistema imunológico é defender os indivíduos contra infecções e algumas neoplasias (imunologia dos tumores). • Entretanto, quando há uma deficiência imunológica pode ocorrer as chamados doenças de imunodeficiência. Visão Geral das Imunodeficiências A principal consequência da imunodeficiência é o aumento da susceptibilidade à infecção. A imunidade humoral defeituosa normalmente desencadeia o aumento da susceptibilidade à infecção por bactérias encapsuladas, formadoras de pus e alguns vírus, enquanto os defeitos na imunidade mediada por célula levam à infecção por vírus e outros microrganismos intracelulares. Infecções oportunistas Pacientes com imunodeficiências também são suscetíveis a certos tipos de câncer. Muitos destes cânceres parecem ser causados por vírus oncogênicos, como o vírus Epstein-Barr e o papilomavírus humano. Algumas imunodeficiências estão associadas a maior incidência de autoimunidade A imunodeficiência pode ser resultado de defeitos do desenvolvimento ou da ativação dos linfócitos ou de defeitos nos mecanismos efetores da imunidade inata e adaptativa. São clínica e patologicamente heterogêneas, pois diferentes doenças envolvem diferentes componentes do sistema imune. Tipos de Imunodeficiências Algumas imunodeficiências podem resultar de anormalidades genéticas em um ou mais componentes do sistema imunológico: imunodeficiências congênitas (ou primárias). Obs.: O indivíduo já nasceu com o sistema imune alterado Outras falhas no sistema imunológico podem ser resultado de infecções, anormalidades nutricionais ou tratamentos que causam perda ou função inadequada de vários componentes do sistema imunológico: imunodeficiências adquiridas (ou secundárias). Obs.: Deficiência adquirida por algum outro motivo externo, por exemplo má nutrição. Não é genético, mas pode interferir diretamente no sistema imune. Raissa Morais TXI Imunodeficiências Congênitas (Primárias ou IDP) Causadas por defeitos genéticos que levam ao bloqueio da maturação ou função dos diferentes componentes do sistema imunológico. Em diferentes imunodeficiências congênitas, a anormalidade etiológica pode estar em componentes do sistema inato, em diferentes estágios de desenvolvimento dos linfócitos ou nas respostas dos linfócitos maduros aos estímulos antigênicos. As anormalidades herdadas relacionadas à imunidade inata mais comumente envolvem a via do complemento ou os fagócitos. Anormalidades no desenvolvimento dos linfócitos podem ser causadas por mutações em genes que codificam enzimas, proteínas de transporte, adaptadores e fatores de transcrição. Geralmente manifesta-se desde o nascimento. Algumas resultam em suscetibilidade muito aumentada a infecções que podem ser fatais. Outras imunodeficiências congênitas levam a infecções leves e podem ser detectadas pela primeira vez apenas na vida adulta. Há o estabelecimento de infecções recorrentes e uma maior susceptibilidade ao desenvolvimento de tumores Quase todas as IDP são monogênicas (herança autossômica recessiva ou ligada ao X) Monogênicas: Apenas UM gene defeituoso, geralmente, esse gene é importante e localiza-se em uma via única do sistema imune. Manifestações Clínicas • Infecções de repetição, normalmente muito graves e causadas por micro- organismos oportunistas. Obs.: Relembrando, os microrganismos oportunistas participam da microbiota, mas em um determinado momento, por exemplo, em uma queda da imunidade, se tornam patogênicos. • Doenças autoimunes na criança pequena. Autoimunidades são evitadas pelo processo de seleção de linfócitos. Logo, se há falhas no processo de maturação, maiores serão as chances ao desenvolvimento de doenças autoimune. • Reações alérgicas graves. • Reações inflamatórias exageradas. • Neoplasias (aparecimento mais tardio) Tratamento Cuidados gerais de higiene. Fármacos antibióticos, antifúngicos, antivirais. Imunoglobulina endovenosa e subcutânea. Transplante de células hematopoiéticas (de medula óssea ou cordão umbilical). Tipos de Imunodeficiências Congênitas Raissa Morais TXI Defeitos na MATURAÇÃO dos linfócitos – Imunidade Adaptativa Muitas imunodeficiências congênitas são o resultado de anormalidades genéticas que causam bloqueios na maturação dos linfócitos B, linfócitos T ou ambos. Os distúrbios que se manifestam como defeitos em ambos os linfócitos, são classificados como imunodeficiência combinada grave (SCID, do inglês, severe combined immunodeficiency). Falha genética na expressão de linfócitos funcionais. Essas imunodeficiências afetam tanto a imunidade humoral como a celular. A SCID é o resultado de problemas no desenvolvimento dos linfócitos T com ou sem defeitos na maturação de células B. Quando não há bloqueio no desenvolvimento das células B, o defeito de imunidade humoral deve-se à ausência de células T auxiliares. • Várias anomalias genéticas diferentes podem causar a SCID. A principal manifestação clínica da SCID são as graves infecções que podem ser fatais. Estas infecções incluem pneumonia, meningite e bacteremia disseminada. Crianças com SCID também podem desenvolver infecções causadas por vacinas vivas atenuadas, que não são prejudiciais em crianças que apresentam a imunidade normal. Ex.: varicela, sarampo, rubéola, etc. Observação: Caso o indivíduo tenha uma anormalidade genética que proporcione uma falha na expressão de receptores de superfície dos linfócitos B ou T, o que pode acontecer? É importante considerar que o processo de maturação dos linfócitos conta com a expressão de diferentes receptores ao longo do processo e esses linfócitos necessitam de tais receptores para manter a sua funcionalidade. Dessa forma, uma alteração na expressão de algum desses receptores, pode resultar no bloqueio da maturação desses linfócitos e, consequentemente, em linfócitos defeituosos. Defeitos na Maturação dos Linfócitos B Anormalidades no desenvolvimento e na função dos linfócitos B resultam na produção de anticorpos deficiente e são diagnosticadas pelos níveis reduzidos de imunoglobulina (Ig) sérica, respostas defeituosas dos anticorpos à vacinação e, em alguns casos, números reduzidos de células B circulantes ou tecidos linfoides ou ausência de plasmócitos nos tecidos. A síndrome clínica mais comum causada por um bloqueio na maturação de linfócitos B é a Agamaglobulinemia ligada ao X (antigamente descrita como agamaglobulinemia de Bruton). É causada por mutações ou deleções no gene que codifica uma enzima chamada tirosinoquinase de Bruton (Btk), que resultam na falha de amadurecimento das células B após a fase de pré-células B na medula óssea. Ausência de gamaglobulina no sangue. Nesse distúrbio, os linfócitos B na medula óssea são incapazes de amadurecer além do estágio de célula pré-B, resultando em uma diminuição importante ou ausência completa de linfócitos B maduros e imunoglobulinas séricas. Raissa Morais TXI Há um problema na maturação de linfócitos B, assim, os linfócitos não conseguem realizar o processo de seleção positiva ou seleção negativa. Isso propicia o desenvolvimento de doenças autoimune, pois esses linfócitos alterados que não são capazes de fazer o processo de seleção positivo e negativa se configuram incapazes de distinguir o que é próprio do que é impróprio no organismo. O gene responsável por causar esta doença está localizado no cromossomo X. Portanto, as mulheres que têm um alelomutante do gene em um dos cromossomos X são portadoras da doença, e os filhos de homens que herdam o cromossomo X anormal são afetados. Os doentes têm 25% de chances aumentadas em desenvolver doenças autoimunes. Pacientes com agamaglobulinemia geralmente apresentam quantidade de Ig sérica baixa ou indetectável, número de células B reduzido ou ausente no sangue e tecidos linfoides periféricos, inexistência de centros germinativos dos linfonodos, e ausência de plasmócitos nos tecidos. A maturação, o número e as funções das células T geralmente estão normais. Defeitos na Maturação dos Linfócitos T Defeitos na maturação de células T são mais raros. Dentre esses, destaca-se a síndrome de DiGeorge. Ela resulta do desenvolvimento incompleto do timo (e das glândulas paratireoides) e, portanto, uma falha na maturação dos linfócitos T. Os pacientes tendem a melhorar com a idade, talvez porque a pequena quantidade de tecido tímico que realmente se desenvolve é capaz de assegurar alguma maturação de células T. 80% dos acometidos apresentam cardiopatia congênita grave Nesta síndrome, os linfócitos T do sangue periférico estão em número muito reduzidos ou ausentes, e as células não respondem aos ativadores de células T policlonais ou em reações de leucócitos mistos. As células epiteliais tímicas - que atuariam no processo de seleção positiva e negativa - não possuem o MHC formado completamente. Esse impedimento resulta em linfócitos não funcionais, o que torna propício o desenvolvimento de doenças autoimunes, por ex. A melhora com a idade provavelmente ocorre devido à presença de algum tecido tímico ou porque alguns locais extratímicos ainda não definidos assumem a função de maturação das células T. Defeitos na ATIVAÇÃO e função dos Linfócitos T A maturação ocorre normalmente. Há o processo inicial de reconhecimento do antígeno na periferia, o linfócito se prolifera e passa pela transformação de naive para os tipos específicos. Mas, por exemplo, não há a geração de sinais para os linfócitos produzirem citocinas, dentre outros mecanismos. É possível a ocorrência de defeitos no MHC, na molécula coestimuladora, na produção de citocinas. As mutações ocorrem em receptores diferentes. Raissa Morais TXI Obs.: O linfócito encontra o antígeno, se prolifera e se diferencia, mas não é ATIVADO. Defeitos na Imunidade Inata Causadas principalmente por deficiências genéticas nos fagócitos e sistema complemento, os quais também participam nas fases efetoras da imunidade adaptativa. Portanto, distúrbios congênitos dos fagócitos e do sistema complemento resultam em infecções recorrentes. Ocorrência de falha em alguma das vias da imunidade inata, o que influi em problema em determinado gene responsável por codificar alguma informação. Por exemplo, defeito na expressão de enzimas. Exemplo: Doença granulomatosa crônica. Causa: mutações em componentes do complexo enzimático da oxidase dos fagócitos (phox). Causada por mutações nos genes que codificam enzima fagócito oxidase, que catalisa a produção de intermediários reativos de oxigênio (ação microbicida nos lisossomas). Esta mutação resulta na produção defeituosa do ânion superóxido, uma das várias espécies reativas do oxigênio que constituem um importante mecanismo microbicida dos fagócitos. Como resultado, os neutrófilos e os macrófagos que fagocitam os micro- organismos são incapazes de exterminá- los. O sistema imunológico tenta compensar essa deficiência convocando um número maior de macrófagos, os quais estimulam o recrutamento e a ativação de mais fagócitos. O acúmulo de fagócitos ao redor de processos infecciosos se assemelha a granulomas, dando origem ao nome dessa doença. Infecções fúngicas e bacterianas recorrentes. A DGC é caracterizada por infecções recorrentes por fungos e bactérias intracelulares, como Staphylococcus, geralmente a partir da primeira infância. Obs.: Nesse caso, os granulomas se configuram como a formação de barreiras frente bactérias comuns que morreriam em indivíduos competentes, no entanto, aqui necessita-se desses granulomas para conter tais microrganismos Imunodeficiências Adquiridas (Secundárias) Deficiências no sistema imunológico que se desenvolvem por causa de anormalidades que não são genéticas, mas adquiridas durante a vida. Doenças de imunodeficiência adquirida são causadas por diversos mecanismos patogênicos. Em primeiro lugar, a imunossupressão pode ocorrer como uma complicação biológica de outro processo de doença. Em segundo lugar, as chamadas imunodeficiências iatrogênicas podem se desenvolver como complicações do tratamento de outras doenças. Em terceiro lugar, a imunodeficiência pode ser adquirida por uma infecção que depleta as células do sistema imune. Anormalidade no sistema imune devido interações com o ambiente. • Infecção das células do sistema imune, como pelo vírus HIV Raissa Morais TXI SIDA: Relacionada com a infecção do vírus HIV • Imunossupressão por fármacos • Desnutrição • Câncer disseminado • Desnutrição Doenças nas quais a imunodeficiência é um elemento complicador frequente incluem desnutrição, neoplasias e infecções. A desnutrição proteicocalórica é comum nos países em desenvolvimento e está associada à imunidade celular e humoral diminuída contra microrganismos. Grande parte da morbidade e mortalidade que atingem as pessoas desnutridas deve-se a infecções. Os pacientes com câncer generalizado avançado, geralmente, são suscetíveis à infecção por causa do comprometimento da resposta imune celular e humoral contra vários organismos. Tumores da medula óssea, incluindo os cânceres metastáticos para a medula óssea e as leucemias que se desenvolvem na medula, podem interferir no crescimento e desenvolvimento dos linfócitos e outros leucócitos. Além disso, os tumores podem produzir substâncias que interferem no desenvolvimento ou na função dos linfócitos. Ex.: Comprometimento da função das células T – Linfoma “Doença de Hodking” A imunossupressão iatrogênica é mais frequentemente causada por terapias com fármacos que eliminam linfócitos ou os inativam funcionalmente. Os medicamentos anti-inflamatórios e imunossupressores mais comumente utilizados são os corticosteroides e a ciclosporina. Vários fármacos hemoterápicos são administrados a pacientes com câncer, e estes medicamentos geralmente são citotóxicos para proliferação de células, incluindo linfócitos maduros e em desenvolvimento, bem como para outros precursores de leucócitos. Assim, quimioterapia para o câncer é quase sempre acompanhada por um período de imunossupressão e risco de infecção. Raissa Morais TXI Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS/SIDA) O vírus da imunodeficiência humana é um retrovírus que infecta células do sistema imunológico, principalmente linfócitos T CD4+, e causa destruição progressiva dessas células. Resulta em falhas nas demais células, como macrófagos. Queda relevante na quantidade de linfócitos T CD4 funcionais. As proteínas da membrana codificadas pelo vírus (gp41 e gp120) estão ligadas ao envelope. Receptores de CD4 e de quimiocinas na superfície da célula do hospedeiro agem como receptores do HIV-1. A infecção acontece pela ligação das proteínas gp presentes no envelope viral com os receptores CD4 e CXCR4 ou CCR5 presentes nas células hospedeiras A infecção das células pelo HIV inicia-se quando a glicoproteína do envelope gp120 do vírus liga-se a duas proteínas da célula hospedeira, ao CD4 e um correceptor que é um membro da família de receptores de quimiocinas. Maior suscetibilidade ao desenvolvimentode infecções O HIV é capaz de desencadear uma infecção latente de longo prazo nas células e efeitos citopáticos de curto prazo. Patogênese A doença causada pelo HIV começa com uma infecção aguda, que é apenas parcialmente controlada pela resposta imune do hospedeiro, e avança para uma infecção crônica progressiva de tecidos linfoides periféricos A infecção aguda (inicial) caracteriza-se pela infecção das células T de memória CD4+ em tecidos linfoides das mucosas e morte de muitas células infectadas. A transição da infecção da fase aguda para a fase crônica é acompanhada pela disseminação do vírus, viremia e o desenvolvimento de respostas imunes pelo hospedeiro. Uma vez nos tecidos linfoides, as células dendríticas podem transmitir o HIV aos linfócitos T CD4+ por contato direto célula-célula. Após alguns dias a primeira exposição ao HIV, a replicação viral pode ser detectada nos linfonodos. Esta replicação causa viremia, quando há um grande número de partículas do HIV presentes no sangue do paciente, acompanhada por uma síndrome aguda do HIV, que inclui vários sinais e sintomas inespecíficos típicos de muitas infecções virais À medida que a infecção pelo HIV se espalha, o sistema imune adquirido desenvolve respostas imunes humoral e celular direcionadas aos antígenos virais, descritos mais adiante. Estas respostas imunes controlam parcialmente a infecção e a produção viral, e este controle reflete-se em diminuição da viremia para níveis baixos, mas detectáveis, aproximadamente 12 semanas após a exposição primária. Raissa Morais TXI Na fase seguinte da doença, a fase crônica, o baço e os linfonodos constituem locais de replicação contínua do HIV e de destruição celular Durante este período da doença, o sistema imune permanece capaz de combater a maioria das infecções por microrganismos oportunistas. Embora a maioria das células T do sangue periférico não abrigue o vírus, a destruição das células T CD4+ no interior de tecidos linfoides progride de forma constante durante o período latente e o número de células T CD4+ sanguíneas circulantes declina constantemente. No início da doença, o indivíduo pode continuar produzindo novas células T CD4+, e, portanto, estas células podem ser substituídas quase tão rapidamente quanto são destruídas. Por fim, ao longo de anos, o ciclo contínuo de infecção pelo vírus, morte de células T e nova infecção leva a uma perda considerável de células T CD4+ dos tecidos linfoides e circulantes. Progressão Clínica da Infecção pelo HIV A evolução da doença causada pelo HIV pode ser acompanhada por meio da medição da quantidade de vírus no plasma do paciente e pela contagem de células T CD4+ Fase Aguda A fase aguda da doença, também chamada de síndrome aguda do HIV, é o período de viremia caracterizada por sintomas inespecíficos da infecção. Há um pico na concentração viral plasmática e uma redução discreta na contagem de células T CD4+. Fase Crônica da Latência Clínica A fase crônica da latência clínica pode durar muitos anos. Durante este tempo, o vírus permanece contido no interior de tecidos linfoides e a perda de células T CD4+ é corrigida por reconstituição a partir de células progenitoras. Os pacientes permanecem assintomáticos ou apresentam infecções secundárias. Conforme a doença progride, os pacientes tornam-se suscetíveis a outras infecções e as respostas imunes a estas infecções podem estimular a produção de HIV e acelerar a destruição dos tecidos linfoides. Obs.: a transcrição do gene do HIV pode ser aumentada por estímulos que ativam as células T, como antígenos e várias citocinas. Fase Final A doença pelo HIV progride para a fase final e, quase que invariavelmente para uma fase fatal, chamada AIDS, quando a contagem de células T CD4+ diminui para menos de 200 células/mm3. A viremia pode aumentar drasticamente à medida que a replicação viral acelera em outros reservatórios além das células T. Os pacientes com AIDS desenvolvem vários tipos de Raissa Morais TXI infecções oportunistas, neoplasias, caquexia (síndrome de emaciação pelo HIV), insuficiência renal (nefropatia pelo HIV) e degeneração do SNC (encefalopatia da AIDS) Resposta Imune ao HIV Respostas imunes humorais e celulares específicas para o HIV se desenvolvem após a infecção, mas geralmente proporcionam proteção limitada produção de peptídios antimicrobianos (defensinas) e a ativação de células NK, células dendríticas (células dendríticas particularmente plasmocitoides produtoras de interferon do tipo I) e o sistema complemento. A resposta imune adaptativa inicial contra a infecção pelo HIV é caracterizada pela expansão de células T CD8+ específicas para peptídios do HIV. Estes CTLs controlam a infecção na fase inicial, mas adiante revelam-se ineficazes por causa do surgimento de mutantes virais A resposta por anticorpos a uma variedade de antígenos do HIV é detectável dentro de 6 a 9 semanas após a infecção. Mecanismos de Evasão Imune do HIV O HIV é o protótipo de um patógeno infeccioso que escapa das defesas do hospedeiro pela destruição do sistema imune. Além disso, várias características do HIV podem ajudar o vírus a escapar da imunidade do hospedeiro. O HIV apresenta uma taxa de mutação extremamente elevada por causa da propensão a erros da transcrição reversa, e, desta forma, pode evitar a detecção pelos anticorpos ou células T geradas em resposta às proteínas virais. Prevenção e Diagnóstico As principais estratégias de prevenção empregadas pelos programas de controle envolvem: a promoção do uso de preservativos, a promoção do uso de agulhas e seringas esterilizadas ou descartáveis, o controle do sangue e derivados e a adoção de cuidados na exposição à materiais biológicos. Os testes para detecção da infecção pelo HIV podem ser através da detecção de anticorpos; cultura viral e amplificação do genoma do vírus por PCR. Contagem de células T CD4+: implicações prognósticas na evolução da infecção pelo HIV. Pode-se dividir a contagem de células T CD4+ em sangue periférico em quatro faixas: Raissa Morais TXI Maior que 500 células/mm3: estágio da infecção pelo HIV com baixo risco de doença. Há boa resposta imune frente a outras infecções. Entre 200 e 500 células/mm3: estágio caracterizado por surgimento de sinais e sintomas menores ou alterações constitucionais. Risco moderado de desenvolvimento de doenças oportunistas. Nesta fase, podem aparecer candidíase oral, herpes simples recorrente, herpes zoster, tuberculose, leucoplasia pilosa, pneumonia bacteriana. Entre 50 e 200 células/mm3: estágio com alta probabilidade de surgimento de doenças oportunistas como pneumocistose, toxoplasmose de SNC, neurocriptococose, histoplasmose, citomegalovirose localizada. Menor que 50 células/mm3: estágio com grave comprometimento de resposta imunitária. Alto risco de surgimento de doenças oportunistas como citomegalovirose disseminada, sarcoma de Kaposi, linfoma não-Hodgkin e infecção por micobactérias atípicas. Alto risco de vida com baixa sobrevida Raissa Morais TXI
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