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CÂNCER E SAÚDE PÚBLICA - PALESTRA

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SAÚDE PÚBLICA 2°P	PALESTRA - YOUTUBE	LARA DE PAULA
Dr. Gonçalo Vecina Neto – superintendente do Hospital Sírio Libanês
CÂNCER
- Em relação ao câncer existe as pessoas que têm e as que vão ter.
- O câncer é uma doença do envelhecimento celular, então se vamos envelhecer, temos possibilidade de ter câncer.
- Os últimos 30 anos foram ascendentes em crescimento demográfico, queda da natalidade. Além disso, houve o processo de urbanização. Institucionalização da força de trabalho feminino. 
- Essa conjunção da história, acesso a habitação, acesso à escola, acesso ao saneamento, acesso a saúde pública...
- Número de casos de câncer é diferente quando comparado com as populações do norte e nordeste com a população do sul e sudeste.
- A sociedade brasileira passou por muitas mudanças nos últimos 30 anos.
- Os cenários das transformações são Cenário social, demográfico e epidemiológico. O sistema público de saúde está preparado para atender doença infectocontagiosas, doenças que o contato vertical resolve o problema. 
- Falta de médicos para montar um modelo assistencial resolutivo.
- Falta médico porque nós envelhecemos. 
- Falta medico porque as crônico-degenerativas estão matando mais que as infectocontagiosas
- Essas transformações não aconteceram de repente. Nós não percebemos o que estava acontecendo na realidade socio-demográfica-epidemiológica. De repente o assunto se torna esse. Fazemos pouca prevenção. 
- Falam que falta prevenção, mas nunca se fez nada para por em prática a prevenção. Por exemplo, o câncer de colo uterino não precisa de médico para ser diagnosticado, por que quem faz a coleta pode ser um auxiliar de enfermagem. - Mas este, por exigência dos Conselhos, só pode ser feito pela supervisão de uma enfermeira. 
- Acolhimento só pode ser feito por médico? Se for só assim, não tem médico para isso, pois faltam médicos. Mesmo com a participação dos médicos cubanos, ainda é insuficiente.
- A montagem do modelo assistencial deve ser repensada. Temos que ter atenção básica com médicos que sejam capazes de fazer o pré-doença, principalmente em relação ao câncer. Para o médico ser eficiente na atenção primária ele deve ter um conhecimento geral de cada área, e fazer as ações de prevenção primária de maneira eficiente.
- Temos que montar um sistema secundário de atenção que nós não temos. Isso porque é na prevenção secundária que está o diagnóstico precoce. A parte importante do diagnostico precoce vai acontecer na atenção primária, ex.: mamografia, sangue oculto nas fezes, Papanicolau, câncer de colo, câncer de pele e uma boa parte dos canceres. Se o médico estiver pensando nisso ele tem condição de fazer um pré-diagnóstico e encaminhar para um nível adequado de atenção no secundário.
- Como se trata câncer? Com cirurgia. Logo, é preciso ter acesso a cirurgia. É fundamental ter acesso ao diagnostico, tanto por tomografia quanto por ressonância, e ao tratamento. Por exemplo, não adianta fazer um diagnóstico de câncer de próstata hoje e fazer o estaqueamento após 06 meses, e a cirurgia depois de 1 ano. Esse paciente vai sofrer metástase, e a chance do sujeito se tratar e se curar é ínfima. Portanto, é preciso mudar a relação no sistema de saúde com o tempo em relação ao câncer e ao diagnostico estadiamento tratamento.
- Até 2008, somente o estado brasileiro podia fazer radioisótopos, era prerrogativa do estado trabalhar com energia atômica. A partir de 2008, com a mudança constitucional, o privado teve autorização para fazer os isótopos radioativos. 
- Faltam protocolos de uso, tanto no SUS quanto na iniciativa privada, em relação aos exames caros de diagnostico. Se não tomarmos cuidado com o protocolo de uso, que evidenciam a necessidade de uso daquela tecnologia, a não tem dinheiro que pague assistência à saúde, logo, se tem um problema de financiamento tanto no setor público quanto no setor privado.
- Além da cirurgia, quando necessária e há tempo, existe a questão da quimio e radioterapia. A quimioterapia é uma discussão importante do ponto de vista de evidências, há discussões sobre o limite do uso da quimioterapia parte da sociedade. Ex.: quando sai uma droga nova que dá aproximadamente 04 meses de sobrevida, com valor de ‘’tanto’’. Esse ‘’tanto’’ vale os 04 meses de sobrevida? Se é para alguém que eu quero isso vale, se é para alguém que nem conheço talvez não vale tanto, e por aí vai...
- É importante ter centros com capacidade de avaliação da tecnologia. Hoje o Brasil tem 2 ou 3 centros com capacidade de produzir evidência que possa ser aceita.
- Dentro dessa linha, complexo acesso oncológico SUS via a questão da pesquisa. O brasil é um país travado na questão de pesquisa sobre medicamentos e equipamentos médicos por duas razões: a comissão nacional de ética em pesquisa clínica não está a serviço da melhor ciência, e sim a serviço de ideologias, e a Anvisa, que demora para fazer os registros. - Muitas drogas que existem em outros países mais desenvolvidos ainda não foram permitidas no Brasil por problemas burocráticos da Anvisa.
- A terceira forma de tratamento é a radioterapia. O brasil está muito atrasado na questão de oferecer equipamentos de radioterapia adequados para o tratamento de câncer. Ex.: Ainda existem muitas câmaras que utilizam o cobalto, e não o acelerador linear, que é uma tecnologia de última geração.
- Então os 04 cenários, demográfico, social, epidemiológico e assistencial precisam estar correlacionados, além de, também, estarem correlacionados com a economia, que tem que ter uma maneira de financiar melhor a assistência à saúde.
- A capacidade de informar e mobilizar a sociedade para que ela se coloque perante o estado e perante a si próprio. Em relação a pesquisa clínica, em relação aos financiamentos...

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