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Resenha dos filmes_ Getúlio e Democracia em Vertigem

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Resenha dos filmes:
Getúlio (2014) - João Jardim
Democracia em Vertigem (2019) - Petra Costa
Disciplina: Estado, Governo e Administração Pública
Docente: Prof. Me. João Victor Da Motta Baptista
Discente: Yasmin Wicher Damasceno RA 191126829
Getúlio
O filme tem seu centro nos últimos dias do Governo Vargas, já em 1954 no Palácio do
Catete no Rio de Janeiro. Havia já uma tensão e conturbação e ela acaba piorando com as
acusações do seu pior inimigo político, o jornalista Carlos Lacerda, que faz o uso dos meios
de comunicação para denunciar os atos corruptos e de falta de moral do Governo. É retratado
de forma bem minimalista um fato bem específico tanto do Brasil quanto de Getúlio, assim se
faz necessário fazer algumas observações em relação a história do ex-presidente.
Getúlio Vargas tem duas fases muito marcantes no país, tanto a Era Vargas (1930-1945) de
governança ininterrupta e também a fase democrática de 1951 a 1954. A Era Vargas é
marcada por três fases. A primeira é o Governo Provisório (1930-1934) quando ele assume o
poder após a revolução de 1930, suspende a Constituição de 1831, inicia o processo de
centralização política e cria Ministérios como o da Educação e o do Trabalho nomeando
tenentes como interventores. Além disso, cria leis trabalhistas, o código eleitoral já com voto
secreto, o Conselho Nacional do Café. Porém há uma grande revolta dos paulistas contra
Vargas por ele não ter uma Constituição, conclamando na Revolução Constitucionalista
Paulista de 1932, e com essa pressão a nova Constituição de 1934 é promulgada iniciando a
nova fase do Governo Vargas.
A Segunda fase é o Governo Constitucional (1934-1937) que oficializou o voto secreto, o
voto feminino e as leis trabalhistas. Essa fase foi marcada por uma radicalização de grupos
com preceitos fascistas, já existentes, a Ação Integralista Brasileira (AIB) que teve como líder
Plínio Salgado. Já em 1935, foi criada a Aliança Nacional Libertadora (ANL) que teve
participação de diversos setores de centro e esquerda, incluindo o Partido Comunista
Brasileiro (PCB) liderado por Luiz Carlos Prestes. Nesse meio tempo há uma tentativa de
golpe comunista (Intentona Comunista) que não obteve sucesso. Quando o mandato de
Getúlio estava prestes a terminar e as novas eleições deveriam ser convocadas, ele aplicou um
Golpe de Estado, o suposto “Plano Cohen” que seria um ataque comunista soviético para
garantir que Vargas continuasse no poder.
A Terceira fase da Era Vargas, o Estado Novo que fora institucionalizado por um golpe
consolidou Getúlio no poder, ele utilizou de seu poder para fechar o Congresso com apoio do
Exército Nacional e nomeou interventores. Nessa fase houve a criação do Departamento de
Imprensa e Propaganda para censura, para o desenvolvimento econômico e industrial do país
ele criou as empresas Vale do Rio Doce e CSN, consolidou as leis trabalhistas por meio da
CLT. Em 1945 Getúlio Vargas sofre um Golpe Militar e Eurico Gaspar Dutra é eleito o novo
presidente do Brasil.
Getúlio voltou à presidência em 1951 pelo voto da população, criou o salário mínimo, as
férias remuneradas, as leis de proteção ao trabalhador e a aprovação do controle do petróleo
pelo Estado por meio da criação da Petrobrás em 1953. O filme se passa nesse meio termo, da
volta do presidente. O foco principal e que foi o estopim para um dos motivos do suicidio de
vargas foi o crime realizado na Rua Tonelero, com o assassinato do Major da Aeronáutica
Rubens Vaz, que conduzia o carro que levava Carlos Lacerda, inimigo de Getúlio, para casa.
A aclamação, pressão e acusações contra o ex-presidente foram tão grandes que ele não
suportou e cometeu suicidio em 1954.
Democracia em Vertigem
O documentário se dá pela narração da própria produtora, Petra Costa, ela é filha dos
ex-militantes Manoel Costa e Marília Andrade e neta de um dos fundadores da construtora
Andrade Gutierrez, o que causa um grande contraste de ideias e fatos históricos da família.
Petra começa relatando fatos de sua vida íntima, mas com relação ao contexto político
brasileiro. Ela conta a fuga de seus pais, por 10 anos, para a cidade de Londrina, fugindo da
Ditadura Militar instaurada no Brasil em 1964.
Um dos focos do documentário é a retirada da presidenta Dilma, após vários atos de rua
contra o Governo e as insatisfações da população. A ex-presidenta foi retirada do seu cargo
por meio de um golpe de estado. Petra passa também pela história da operação Lava Jato
contra o ex-presidente Lula e que o leva à prisão e chega até as eleições presidenciais que
elegeram o então presidente Jair Bolsonaro.
A documentarista conta todo o processo com detalhes, tornando o documentário muito
interessante, mostrando os bastidores desde antes da reeleição de Dilma, seu impeachment,
entrevistas exclusivas e a tensão instaurada no governo antes e depois da balançada da
democracia brasileira após tantas mudanças e denúncias. Apesar de sua postura se mostrar
mais à esquerda, Petra também faz críticas ao Governo do Partido dos Trabalhadores (PT)
mostrando sua decepção com o que o partido deixou a desejar ao longo dos anos. Faz críticas
aos meios de telecomunicação que de alguma forma ajudaram a derrubar, de forma imprecisa
e descabida, o governo, dando espaço ao sucessor de Dilma Roussef, o ex-presidente pelo
PMDB, Michel Temer, que usou dos últimos anos da bancada para atribuir a si e seus
semelhantes, milhares de privilégios não previstos pela Constituição.
Conclui-se que o documentário de Petra Costa chegou na hora certa, para alertar a
população sobre o importante e perigoso momento que viriam a ter colocando a própria
democracia e as liberdades de direito em risco e também atentando para as consequências que
geraria nas relações com os diversos países.

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