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Victori� K. L. Card�� Questõe� cardi� 1) Qual a diferença de sinalização entre o miócito em condição normal e o miócito em insuficiência cardíaca? 2) Monte um pequeno glossário, conceituando os seguintes termos: ● SERCA - é um canal de cálcio dependente, que funciona via gasto energético; responsável pela captação do cálcio no citosol ● Ca2+ ATPase - é uma enzima responsável pela remoção de íons Ca2+ antes e durante a contração muscular ● Cavéolas - são invaginações no sarcolema, que transportam cálcio, por meio de pinocitose, para o músculo para haver a contração ● Acetilcolina - é um neurotransmissor excitatório que, nesse caso, agirá no músculo cardíaco, estimulando a contração ● Trocador Na+/Ca2+ - é uma proteína de membrana que usa o gradiente eletroquímico do sódio para remover o cálcio das células; assim, há uma regulação da concentração de sódio na membrana através da saída de cálcio. ● PLB (fosfolambam) - proteína que auxilia na regulação do cálcio intracelular no miocárdio, regulando a bomba de cálcio do retículo sarcoplasmático. Ou seja, a PLB impossibilita o fluxo de cálcio do citosol para o retículo ● ANP (peptídeo natriurético atrial) - são proteínas que inibem a bomba de sódio e potássio e os canais de sódio epiteliais, o que aumenta o ritmo de filtração glomerular e a excreção de sódio e de água ● Canais de rianodina - é uma proteína que está em contato com os túbulos T que auxilia no transporte de cálcio do retículo para o citoplasma da fibra muscular ● Canais de diidropiridina - são canais que bloqueiam os canais de cálcio tipo L (permitem a entrada de cálcio na célula) dificultando a contração cardíaca; são predominantemente vasodilatadores 3) Dado os marcadores clínicos do infarto agudo do miocárdio: ● Creatina quinase: qual reação química essa enzima catalisa? ela catalisa a reação de conversão da creatina, além de sintetizar fosfocreatina e ADP pelo consumo de ATP Victori� K. L. Card�� ● Troponina - é uma proteína estrutural reguladora que participa do processo de contração cardíaca; os subtipos T e I aumentam quando há uma lesão cardíaca, sendo usada no diagnóstico de infarto e avalia o grau da lesão ● Mioglobina - é uma proteína presente no citoplasma liberada para o sangue após uma lesão cardíaca, utilizada como um marcador precoce ● Para os itens B e C, justifique porque são utilizados como marcadores - porque ambas aumentam quando há uma lesão cardíaca, sendo assim utilizadas como marcadores precoces (mioglobinas) e marcadores definitivos (troponinas) 4) Descreva com riqueza de detalhes as respostas Lenta e Rápida do coração ● Potencial de ação lento: cálcio (nó sinusal e átrio ventricular) ○ Fase 04� Despolarização diastólica lenta –entrada de sódio (sutil) pela abertura dos canais funny e entrada de cálcio pela abertura dos canais de cálcio tardios (Ica-t), em quantidade pequena para iniciar um impulso elétrico e gerar um PA (acúmulo de energia). ○ Fase 0� Despolarização ascendente – entrada de cálcio pelos canais de cálcio lentos (Ica-L), para despolarizar as fibras gerando de fato o potencial de ação. - PRA (período refratário absoluto). ● ○ Fase 03� Repolarização - saída de potássio pelos canais de potássio rápidos (Ikr) e lentos (Iks), para que ocorra a polarização. Esse é o processo de contração em si, pois a fase de contração (abertura de canais lentos) é maior. Além disso, o nódulo sinusal e atrioventricular geram a força motriz para o potencial de ação lento, com um impulso de saída de cálcio. ○ Fase 3.2� Período refratário relativo - entrada de potássio e saída de cálcio pelos canais funny e pelos canais de cálcio tardios (Ica-t), respectivamente, para fechar um ciclo e começar outro. ● Potencial de ação rápido: sódio (músculo atrial/ventricular, feixe de his e fibras de purkinge) ○ Fase 04� Potencial de membrana de repouso – saída de potássio pelo canal de potássio de extravasamento. ○ Fase 0� Despolarização rápida – entrada de sódio pelo canal de sódio aberto por despolarização, gerando um potencial de ação significativo. ○ Fase 01 Repolarização precoce transitória – entrada de potássio tipo T pelo canal de potássio aberto por despolarização, causando uma leve diminuição do potencial de membrana. Além disso, há a Victori� K. L. Card�� abertura dos canais de cálcio, que inibem o canal de sódio, mas não o bloqueia, contribuindo para a repolarização transitória rápida. ○ Fase 02� Platô – entrada de cálcio do tipo L pelo canal de cálcio aberto por despolarização e saída de potássio. ○ Fase 03� Repolarização tardia rápida – saída de potássio retificador retardado pelo canal de potássio aberto por despolarização. 5) Explique o processo de relaxamento da musculatura cardíaca. Para haver a contração cardíaca, os íons cálcio se ligam à troponina. Logo, para o músculo relaxar, o cálcio se desliga da troponina, então esse cálcio é bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático. Dessa maneira, o cálcio é trocado pelo sódio a partir do trocador antiporte NCX e esse gradiente é mantido pela bomba de sódio e potássio. Portanto, as válvulas semilunares se fecham e isso caracteriza a diástole cardíaca. 6) Explique a expressão da pressão arterial: PA= D.C X RTP Significa que a pressão arterial é analisada levando em consideração o débito cardíaco (bombeamento cardíaco - sístole e diástole) e a resistência periférica total (relativa a pressão das paredes dos vasos contra o fluxo sanguíneo, caracterizando a elasticidade/resistência nas paredes desses vasos). Assim, o débito cardíaco informa a quantidade de sangue lançada na circulação e a RTP mede a constrição dos vasos com esse fluxo. 7) Explique os fatores miogênicos. São fatores que interferem ou que determinam a capacidade/funcionalidade da musculatura. Sendo assim, existem os fatores intrìnsecos (relativos a bioquímica e a eletrofisiologia) e os fatores extrínsecos (hormônios e temperatura, que descrevem a capacidade cardiológica) 8) Explique a resposta mediada pelo sistema nervoso simpático - ● causa um aumento na força de contração, ou seja, ionotropia positiva: ○ estimula-se a vasoconstrição pela liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático na contração da musculatura. ○ ação das proteínas Gs, responsáveis pela contração da musculatura cardíaca, e Gq, contração da musculatura lisa. ○ resposta rápida pelo estímulo à actina e à miosina. Victori� K. L. Card�� ● causa um aumento da frequência cardíaca, ou seja a cronotropia é positiva. ● atuação nos rins: ○ afere a pressão mediante a mácula densa ○ quando as células mesangiais notam uma baixa pressão ela causa uma vasoconstrição dos vasos para aumentar a pressão ○ sinalização à nível de encéfalo (detecção diferente de pressão pelos barorreceptores e quimioreceptores) iniciando a resposta simpática (ativação das catecolaminas) em disparo em cascata: ■ ativação das catecolaminas - ativação de baroreceptores beta no coração aumentam o débito cardíaco e, por consequência, aumentam a PA ■ ativação das catecolaminas - ativação de adrenorreceptores alfa nos músculos lisos, o que aumenta a resistência periférica e aumenta a PA ● isso ocorre pelo aumento de angiotensinas II, que aumenta a concentração de aldosteronas, aumentando a retenção de sódio e de água, aumentando o volume sanguíneo, o débito cardíaco e a PA. 9) Quais as classes de fármacos indicados no tratamento da hipertensão com relação a doenças concomitantes como a diabetes e o infarto do miocárdio prévio - ● diuréticos - facilitam a liberação de eletrólitos ● beta bloqueadores - beta adrenérgicos relacionados com a noradrenalina, bloqueiam os receptores e diminuem as contrações cardíacas ● inibidores de ECA - dificultam a transformação de angiotensina I em angiotensina II, travando a resposta simpática de aumento da PA ● bloqueadores dos receptores de angio ii - dificultam o aumento da concentração de aldosterona com esse bloqueio e então inativam o restante da cascata que aumenta a PA 10) Expliquebioquimicamente os medicamentos Losartana, Verapamil e Captopril agem em nosso corpo. Victori� K. L. Card�� ● Losartana - é um antagonistas do receptor de angiotensina II - bloqueia o receptor de angiotensina - seu efeito é de anti hipertensivo, ao antagonizar especificamente o receptor AT1, deixando livre o receptor AT2. Ademais, ele não aumenta os níveis de bradicinina, pois não inibe a ECA. Portanto, já que a angiotensina II, é o principal hormônio ativo do sistema renina-angiotensina, quando ele é bloqueado impossibilita a cascata que realiza um aumento da pressão arterial ao dificultar o aumento da concentração de aldosterona e, por consequência, aumento da retenção de água e de eletrólitos e aumento do volume sanguíneo. ● Verapamil - é um bloqueador de canais de cálcio do tipo L, impossibilitando a entrada de cálcio no músculo cardíaco. Assim, ele modula a atividade e a expressão da metaloproteinase de matriz (MMP-2), contribuindo para a degradação de alvos proteicos na matriz extracelular (exemplo: fibras colágenas tipo I) e diminui as alterações morfofuncionais cardíacas na hipertensão. ● Captopril - inativa a ECA II quando seu grupamento sulfidrila se liga ao zinco da ECA II, diminuindo a produção de angiotensina II e impossibilitando a cascata metabólica que aumenta a pressão arterial. Dessa maneira, afeta a resistência e a capacidade dos vasos, reduzindo a pressão arterial e a carga cardíaca. 11) Explique os principais efeitos da atividade parassimpática na pressão arterial. ● bloqueio no sistema renina-angiotensina-aldosterona, resultando na diminuição da frequência cardíaca, do automatismo cardíaco e na inibição da contração átrio-ventricular. Ou seja: ○ a vasodilatação ativa os canais metabotrópicos (acetilcolina) muscarínicos - proteína G bloqueada impede a entrada de cálcio externo, porque bloqueia o cálcio do retículo sarcoplasmático ○ diminuição do automatismo gera lentidão ○ liberação de peptídeos natriuréticos pelo coração, o que bloqueia a ação da angiotensina II e, assim, da aldosterona. ○ ação do ácido nítrico do endotélio por conta do peptideo natriurético, causa a ação da proteína Gmp (guanilato - monofosfato de guanosina) ○ adenina aumenta a vasodilatação 16) Qual a ordem da propagação do potencial de ação da contração muscular? 1 - O nodo AS despolariza 2 - A onde se dissemina pelo miocárdio atrial em direção ao nodo AV Victori� K. L. Card�� 3 - A onda, então, passa pelo nodo AV e atravessa o feixe de His, no septo intraventricular 4 - Logo, essa onda despolarizante se propaga pelo miocárdio ventricular, por meio das fibras de purkinge 17) Como ocorre a geração de um estado polarizado nas células cardíacas? Tudo começa quando a bomba de Na/K leva três Na para fora da célula e coloca dois K para dentro da célula, gerando algumas consequências: ● Maior concentração de íons sódio no meio extracelular – criando um gradiente químico e a tendência é a do sódio entrar na célula, mas a membrana plasmática impede esse processo. ● Maior concentração dos íons potássio no meio intracelular – criando um gradiente químico e a tendência é a dos íons potássio saírem da célula, o que realmente ocorre por causa dos canais de potássio não controlados por voltagem. OBS: Esses canais de potássio ficam permanentemente abertos, produzindo um efluxo constante de íons K. Assim, há a diminuição de íons positivos do lado interno da membrana, em relação ao lado externo. Dessa forma, após algum tempo o gradiente químico dos íons potássio é cessado, ou seja, as concentrações de K fora e dentro da célula são iguais. Desse modo, é alcançado o potencial de repouso da membrana e esse potencial varia entre -60mV e -90mV. Entretanto, como o meio extracelular já encontrava-se com íons sódios, pela deposição pela bomba de Na/K, a membrana fica num estado polarizado, já que os íons Na e os íons K estão em maiores quantidades do lado de fora da célula, deixando esse meio mais positivo. 18) Como ocorre o potencial de ação cardíaco das células de resposta lenta? As células de resposta lenta são as células marcapasso, ou seja, nodo SA e nodo AV, pois elas têm a capacidade de despolarização espontânea e, por isso, são responsáveis (principalmente o nodo SA) pelo início da onda de despolarização cardíaca. ● Despolarização – inicia-se com a abertura de canais de cálcio dependentes de voltagem tipo L. Desse modo, a abertura dos canais causa um influxo de íons cálcio para o interior da célula, o que faz a membrana se despolarizar. OBS: essas cargas positivas passam a outras células através de junções comunicantes. Assim, a entrada de células positivas nas células vizinhas faz com que haja elevação da voltagem na face interna da membrana. ● Repolarização – após a despolarização, determinada pela abertura de canais de cálcio tipo L, ocorre a abertura de canais de potássio dependentes de voltagem (também chamados de canais de K tardios). Esses canais são ativados pela despolarização da membrana, mas só abrem tardiamente, após o influxo de íons cálcio. Victori� K. L. Card�� OBS: esses canais de K tardios permitem a saída dos íons potássio da célula (que estão mais presentes no meio intracelular), determinando um efluxo de cargas positivas e, consequentemente, a repolarização da célula (nesse momento as células atingem sua voltagem maus negativa, -65mV) 19) Descreva a geração espontânea de potencial de ação das células lentas Essa geração espontânea se dá através da abertura de canais de sódio, quando o potencial de ação da membrana está negativo (-65mV), pois permite um influxo de íons Na, o que gera um aporte de cargas positivas. Desse modo, ocorre uma gradual despolarização da célula até que se atinja o limiar de -40mV para a abertura dos canais de cálcio do tipo L, realizando o disparo do potencial de ação. 20) Quais são os outros fatores que também contribuem para a despolarização gradual espontânea? A abertura dos canais de cálcio tipo T e abertura dos canais de K tardios. 21) Discorra sobre o potencial de ação nas células cardíacas de resposta rápida: ● Despolarização – após a entrada de íons positivamente carregados vindos de uma célula vizinha despolarizada, através das junções comunicantes, o limiar de disparo do potencial de ação é atingido nas células de resposta rápida. Assim, são ativados canais de Na que promovem a entrada de íons sódio no interior da célula, alcançando, então, um potencial de membrana positivo. OBS: Esses canais de Na ficam abertos por pouco tempo e logo em seguida eles são inativados. Desse modo, eles só são reativados quando o potencial de membrana adjacente ao canal volte ao valor de repouso. OBS: no momento da despolarização, os canais de potássio não controlados por voltagem são fechados, o que evita um efluxo de K, já que este íons é atraído para o exterior da célula por sua menor concentração extracelular. De modo geral, o fechamento do canal de K evita a saída desse íons da célula, o que é muito importante para que ocorra a despolarização. ● Repolarização – após a despolarização são abertos os canais de K tardios, permitindo a saída dos íons potássio da célula, iniciando o processo de repolarização (esse fenômeno é chamado de repolarização precoce). Entretanto, nesse momento também são abertos os canais de cálcio, originando um influxo desse íon para o meio intracelular, impedindo, temporariamente, a repolarização da célula (isso é o platô). OBS: a entrada de cálcio compensa a saída de potássio, retardando a repolarização completa da célula. OBS: a entrada de cálcio também é fundamental para a contração das células miocárdicas. ● Continuação da repolarização: após a diminuição do influxo de cálcio, a saída de potássio continua pelos dois canais de K (pelos tardios e pelos não controlados por voltagem), isso levará a célula a um potencial de membrana de -9mV, o potencial de repouso dessas células. 22) O que é a fase de redistribuição dos íons? É a fase que ocorre após a repolarização,sendo realizada pela distribuição dos cátions para seus valores habituais, ou seja, são reconstituídas suas concentrações iniciais de cada lado da membrana: Victori� K. L. Card�� ● Na – durante a despolarização entrou na célula, então agora é devolvido para o meio extracelular pela bomba de Na/K. ● K – durante a repolarização saiu da célula, então agora é colocado para dentro também pela bomba de Na/K. ● Ca – esse íon participa da fase de despolarização e da fase de platô, logo é devolvido para o meio extracelular 23) Explique o funcionamento da proteína G: A proteína Gs será sensibilizada pela dopamina, pela epinefrina e pela noradrenalina. Assim, ela se conectará ao receptor metabotrópico, liberando a subunidade alfa que se deslocará até a adenilato ciclase (ativando-a). Isso liberará o ATP que ativará a proteína quinase, fosforilando a troponina, que passa a conter a ligação de cálcio com a troponina.
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