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1 O que é a mais-valia? Chamamos de mais-valia a diferença entre o valor produzido pelo trabalho e a soma dos gastos com a produção e a mão de obra envolvida. Esse resultado é o que permite ao burguês, dono do meio de produção, acumular capital. 2 Por que os trabalhadores moravam em habitações tão insalubres? Em razão da grande procura por moradias perto das fábricas, os valores dos aluguéis eram muito elevados. Restava aos operários morar em lugares pequenos, sem privacidade e com poucas condições de higiene. 3 O que foi o cartismo? Foi um movimento iniciado por uma trade union, que escreveu e enviou ao Parlamento inglês a “Carta do Povo”. Nela, eram exigidos direitos políticos e sociais para os trabalhadores do país. 4 O que significa dizer que um trabalhador é alienado? Dizemos que um trabalhador é alienado quando a crescente especialização tira dele a capacidade de percepção da importância de sua participação no processo produtivo. Consequentemente, anula sua percepção acerca do valor de seu trabalho. Esse fenômeno se acentuou mais rapidamente a partir da Segunda Revolução Industrial. PRATICANDO O APRENDIZADO Leia o trecho a seguir e responda às perguntas 1 e 2. De como Oliver Twist escapou de um emprego que não era sinecura [...] O Sr. Gamfield sorriu també m, lendo o cartaz, porque eram justamente as cinco libras de que ele precisava; e quanto à crianç a, como conhecia o regime do asilo, sus- peitou que devia ser assaz magra para subir a uma cha- miné . Releu o cartaz e, descobrindo respeitosamente a cabeç a, aproximou-se do sujeito do colete branco. — Há aqui um menino que a paró quia deseja fazer aprendiz de alguma coisa? — disse ele. — Sim — respondeu o sujeito do colete branco com um bené volo sorriso. — Que me quer? — Se a paró quia quiser que ele aprenda um ofí cio agradá vel como o de limpador de chaminé s, por exemplo — disse o Sr. Gamfield —, preciso de um aprendiz e estou disposto a encarregar-me dele. — Entre — disse o sujeito do colete branco. Quando o Sr. Gamfield expô s ao conselho o que queria, disse o Sr. Limbkins, presidente: — O ofí cio de limpador de chaminé é bem porco. — Tem-se visto morrerem as crianç as nas chaminé s — disse outro sujeito. [...] DICKENS, Charles. Oliver Twist. Tradução de Machado de Assis e Ricardo Lísias. São Paulo: Hedra, 2002. cap. III. O trecho mostra um momento do romance de Charles Dickens em que o órfão Oliver Twist está sendo negociado para se tornar um aprendiz de “limpador de chaminés”. Trabalho sujo e mortal que era normalmente feito por crian- ças, submetidas a condições perigosas que, muitas vezes, resultavam em acidentes e mortes. A história publicada em 1838 representa uma Inglaterra urbana, suja e cruel com suas crianças. 1 Com base no texto, fale sobre a infância da classe ope- rária a partir da Revolução Industrial inglesa (séculos XVIII-XIX). O trabalho infantil durante a Revolução Industrial inglesa não era regulamentado. Não havia nenhum tipo de controle sobre o emprego de crianças nas fábricas, e, por causa disso, elas eram expostas a condições insalubres e perigosas. Desde muito cedo, portanto, a classe operária foi destituída do direito à plena infância. APLICANDO O CONHECIMENTO 183 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 2 PH_EF2_8ANO_HIST_176a185_CAD1_MOD02_CA.indd 183 10/22/19 3:24 PM 2 O que faz das obras de Charles Dickens uma ruptura com as estruturas dos romances tradicionais do século XIX? Os romances de Charles Dickens destacam-se por romper com o caráter exclusivamente burguês do gênero e por estabelecer personagens da classe operária no centro de suas tramas. Leia o trecho da música de Marcos Valle e responda à questão 3. Capitão de indústria [...] Eu não tenho tempo de ter O tempo livre de ser De nada ter que fazer É quando eu me encontro perdido Nas coisas que eu criei E eu não sei Eu não vejo além da fumaça O amor e as coisas livres, coloridas Nada poluídas Ah Eu acordo pra trabalhar Eu durmo pra trabalhar Eu corro pra trabalhar Eu não tenho tempo de ter O tempo livre de ser De nada ter que fazer Eu às vezes fico a pensar Em outra vida ou lugar Estou cansado demais [...] VALE, Paulo Sérgio; VALLE, Marcos. Capitão de indústria. In: Paralamas do Sucesso. Nove Luas. [S.l.]: EMI, 1996. 1 CD. Faixa 5. 3 Com base na letra da canção, explique as mudanças da relação entre o trabalhador e o tempo fundamentadas na Revolução Industrial inglesa. Com a Revolução Industrial inglesa, o tempo, mecanizado e medido pelos relógios, passou a ser o “senhor do destino” dos trabalhadores. O trabalho é medido e remunerado pelo tempo, que, no entanto, não rende o suficiente para que o trabalhador tenha uma vida digna, e, portanto, os esforços para atingir valores mínimos para a sobrevivência acabam tirando dele o tempo de viver efetivamente. 4 Observe a charge a seguir e explique, com base nela, os principais efeitos sociais provocados pelo processo de mecanização do trabalho. A mecanização iniciada com a Revolução Industrial inglesa relaciona-se a um fenômeno conhecido como “desemprego tecnológico”. O crescente uso das máquinas provoca desemprego, ou seja, gera a constituição de grande contingente de reserva de mão de obra, que desvaloriza ainda mais o trabalhador, refém das fábricas. Isso provoca aumento da miséria, da criminalidade e da fome nas cidades industriais e nos arredores. B ru n o G a lv ã o /A c e rv o d o c a rt u n is ta 1 Dentre as mudanças provocadas pela Revolução Indus- trial inglesa, a partir do século XVIII, qual das opções a seguir deve ser assinalada como correta? a) O surgimento das primeiras indústrias automobilís- ticas europeias, como a Volkswagen e a Ford, utili- zando as linhas de produção. b) A utilização de combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo, permitindo o desenvolvimento de má- quinas mais velozes e eficientes. DESENVOLVENDO HABILIDADES Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das alternativas sinalizadas com asterisco. c) O fortalecimento das práticas artesanais, valorizadas pelas indústrias que buscavam eficiência, mesmo que com altos custos, para o seu produto final. d) O carvão foi a principal fonte de energia das máqui- nas, que tinham no ferro a matéria-prima funda- mental para seu funcionamento. e) A doutrina liberal desde cedo foi a mais influente junto aos movimentos operários, que, em ebulição, pararam as fábricas inglesas em diversos momentos do século XVIII. 184 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 2 PH_EF2_8ANO_HIST_176a185_CAD1_MOD02_CA.indd 184 10/22/19 3:24 PM 2 Com base na leitura do trecho a seguir, assinale a afir- mativa correta. A máquina a vapor, tornando possível o uso da energia em todos os artifícios mecânicos, em quantidades maiores do que qualquer outra coisa conseguiria realizar no passado, foi a chave para tudo o que ocorreu em seguida, sob o nome de Revolução Industrial. A face do mundo mudou mais drastica- mente (e mais rapidamente) do que em qualquer outra época desde a invenção da agricultura, cerca de 10 mil anos antes. ASIMOV, Isaac. Cronologia das ciências e das descobertas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993. p. 395. a) O autor entende que a máquina a vapor prejudicou a prática agrícola. b) O texto argumenta que a máquina a vapor trouxe profundas transformações produtivas, que fizeram dela o elemento decisivo para o advento da Revo- lução Industrial. c) O autor entende que a Revolução Industrial foi pre- judicial à humanidade e propõe o abandono da uti- lização das máquinas, defendendo ser esta a razão para a maior parte dos problemas contemporâneos. d) Segundo o texto, a máquina a vapor era mais efi- ciente do que as máquinas movidas a eletricidade. e) O texto indica que o maior obstáculo ao desenvolvi- mento da indústria, durante 10 mil anos, foi a agri- cultura. 3 Leia a afirmaçãoa seguir e assinale a alternativa correta. O produto da atividade humana é separado de seu produtor e açambarcado por uma minoria: a substância humana é absorvida pelas coisas produzidas, em lugar de pertencer ao homem. Com base na leitura do texto, pode-se afirmar que a Revolução Industrial: a) submeteu o ser humano e sua força de trabalho à vontade daquele que detém a propriedade sobre os meios de produção. b) fortaleceu as práticas artesanais diante de atividades mecanizadas caras e ineficientes. c) contribuiu para a maior consciência do trabalhador do processo produtivo do qual fazia parte. d) fez com que o trabalhador não possuísse mais ne- nhuma função no processo produtivo, sendo total- mente inútil nas fábricas. e) diminuiu a importância dos donos dos meios de produção, reféns dos operários, personagens mais valorizados da Revolução Industrial. 4 Sobre a inovação tecnológica no sistema fabril na Ingla- terra do século XVIII, é correto afirmar que ela: a) significou, além dos avanços produtivos, o início da dominação capitalista sobre as forças de trabalho, submetidas à disciplina do tempo e das máquinas. b) não possui nenhuma relação com as mudanças cul- turais e econômicas em andamento, sendo fruto do diletantismo de alguns homens, que com suas descobertas ocasionais contribuíram para uma não planejada industrialização. c) nasceu do apoio dado pela Igreja à pesquisa nas universidades religiosas. d) foi consequência da criatividade dos trabalhadores fabris, estimulados pelo sistema de cooperativas que administravam as primeiras indústrias inglesas. e) teve suas principais conquistas tecnológicas ainda na Idade Média, quando as primeiras indústrias foram desenvolvidas na França. ANOTAÇÕES 185 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 2 PH_EF2_8ANO_HIST_176a185_CAD1_MOD02_CA.indd 185 10/22/19 3:24 PM
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