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1 Indique um fator para a redução do uso de mão de obra escrav izada no Brasil no Segundo Reinado. A escravidão dava sinais cada vez mais fortes de esgotamento, fosse pelas revoltas crescentes dos escrav izados e o aumento do número de alforrias, fosse pelas pressões e pelas dificuldades impostas pela Inglaterra ao tráfico atlântico de escrav izados. 2 Identifique duas realizações da Era Mauá. Mauá fundou bancos no Brasil e no Uruguai, criou a companhia de navegação do Amazonas, foi o responsável pelo estabelecimento de comunicações telegráficas entre o Brasil e a Europa, instalou os sistemas de iluminação pública a gás e de transporte por bondes na então capital do país, inaugurou a primeira estrada de ferro brasileira e criou um estaleiro que produziu setenta navios em uma década. 3 Apresente um motivo para o fim da Era Mauá. Essa modernização durou pouco. Parte da explicação para isso foi a permanência de uma forte mentalidade aristocrática. As elites agrárias, notadamente os Barões do Café, não tinham o menor interesse em um projeto de industrialização. Além disso, Mauá foi vítima de traições e sabotagens , e, na década de 1860, a diminuição das tarifas de importação e a Guerra do Paraguai afetaram bastante seus negócios. Leia o trecho a seguir e responda às questões 1 e 2. A ocupação do solo com as plantações de café se deu de forma rápida e intensa, daí a expressão “avalan- che cafeeira”. Isto se tornou particularmente possível com o crescente volume de café consumido no mundo, quando a característica de produto elegante, refinado e de luxo cedeu espaço ao hábito de tomar café como es- timulante. O hábito difundiu-se e a expansão do consu- mo foi viabilizada pelo persistente desenvolvimento dos mercados da Europa e, sobretudo, dos Estados Unidos, baseados em uma crescente classe operária – fruto da geração e da movimentação da riqueza proveniente da Revolução Industrial – que criou milhares de novos con- sumidores urbanos de café. Nesse contexto, o governo vislumbrava no novo pro- duto a obtenção das divisas imprescindíveis à impor- tação dos produtos manufaturados e também o acesso aos “luxos” e “modernidades”, dos quais o país, em espe- cial a corte, tanto necessitava. LIMA, Roberto Guião de Souza. O ciclo do café vale-paraibano. Instituto Cidade Viva. Disponível em: <www.institutocidadeviva.org.br/inventarios/sistema/ wp-content/uploads/2008/06/ciclo-do-cafe_pg-13-a-39.pdf>. Acesso em: 4 dez. 2019. 1 Extraia do trecho um fator que impulsionou o consumo de café no mundo. Pode-se indicar: “ [... ] o crescente volume de café consumido no mundo, quando a característica de produto elegante, refinado e de luxo cedeu espaço ao hábito de tomar café como estimulante”. 2 Segundo o trecho lido, podemos afirmar que a riqueza do café era distribuída no país? Justifique. Não, pois as divisas obtidas por meio da exportação do café garantiam a importação de produtos “luxuosos” e “modernos” consumidos, sobretudo, pela Corte. 3 Em que consistiu o colonato? No colonato, o governo imperial financiava a vinda dos imigrantes e poderia, se fosse de seu interesse, direcioná-los a determinadas regiões. Nesse sentido, eles foram utilizados para ocupar áreas de fronteira, sobretudo no sul do país. APLICANDO O CONHECIMENTO PRATICANDO O APRENDIZADO 148 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 1 7 PH_EF2_8ANO_HIS_138a150_CAD3_MOD17_CA.indd 148 31/03/20 15:11 4 A que questão do Segundo Reinado podemos relacionar esta imagem? Redenção de Cã. Óleo sobre tela de Modesto Brocos, 1895. A política de branqueamento racial empreendida pelo Império. Ao observarmos a imagem, há um movimento de branqueamento que começa da esquerda e segue para a direita. O bebê branqueado ocupa o centro da imagem, representando o futuro da nação. 5 Com base na obra Redenção de Cã, explique um fator para a chegada de imigrantes ao Brasil. A obra indica a ideia de que era necessário promover o branqueamento da população brasileira por meio da chegada de imigrantes europeus ao Brasil. Esse processo estava relacionado à visão das autoridades e de intelectuais brasileiros que atribuíam à miscigenação os problemas do país. Tal visão era inspirada nas teorias raciais europeias da segunda metade do século XIX. 6 Comente um problema vivido pelos imigrantes na se- gunda metade do século XIX no Brasil. Apesar do aparente sucesso inicial do modelo de parceria, com a instalação de mais de sessenta colônias no Oeste paulista, os problemas chamavam cada vez mais a atenção. O endividamento dos trabalhadores ocasionava uma situação de escravidão por dívida. As condições dos alojamentos eram péssimas , e os fazendeiros usavam as punições para garantir seus interesses. O conjunto de práticas abusivas resultava em problemas na região cafeeira e fora do Brasil. R e p ro d u ç ã o /M u s e u N a c io n a l d e B e la s A rt e s , R io d e J a n e ir o , R J . DESENVOLVENDO HABILIDADES 1 Leia o fragmento. Não pertenço ao número dos que se incomodam por existir em nossa Província um só gênero de cultura: em re- gra geral ninguém vai explorar uma fonte de que lhe prove- nha receita menor quando pode ter outra mais abundante! Barão de Parnaíba apud BELGUELMAN, Paula. A formação do povo no complexo cafeeiro: aspectos políticos. 3. ed. São Paulo: Edusp, 2005. p. 121. As palavras do Barão de Parnaíba, político do Império, representam: a) a mentalidade aristocrática e agroexportadora, ba- seada na valorização da monocultura do café. b) a insatisfação dos cafeicultores com o desprestígio vivido por eles durante o Segundo Reinado. c) o esforço em diversificar a produção agrícola brasi- leira, em busca da ampliação das exportações. d) o predomínio entre a elite cafeeira de interesses econômicos diferentes dos defendidos pelo governo imperial. e) os diálogos estabelecidos entre os setores prepon- derantes na economia e as camadas médias urbanas em ascensão política. Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das alternativas sinalizadas com asterisco. 149 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 1 7 PH_EF2_8ANO_HIS_138a150_CAD3_MOD17_CA.indd 149 31/03/20 15:11 2 Leia o trecho a seguir. Em 29 de maio de 1829, oficiais ingleses aborda- ram o navio Veloz. Os diários de bordo e mais papéis do Capitão foram examinados... estavam em ordem. O número de pessoas transportadas obedecia ao que estipulava a lei [...]. GÓES, José Roberto Pinto de. Cordeiros de Deus: tráfico, demografia e política no destino dos escravos. In: PAMPLONA, Marco A. (Org.). Escravidão, exclusão e cidadania. Rio de Janeiro: Access, 2001. p. 23. O relato indica a postura inglesa em relação aos navios brasileiros que cruzavam o Atlântico. Essa prática de interceptar e averiguar a embarcação, contando o nú- mero de pessoas transportadas, está associada: a) ao controle inglês sobre o comércio de escravizados no Atlântico sul. b) aos esforços para impulsionar o comércio de escra- vizados entre África e América. c) à luta pela eliminação da marinha mercante brasi- leira, sua principal rival nos mares. d) ao movimento inglês para acabar com o comércio de pessoas escravizadas da África para o Brasil. e) à postura adotada pelos ingleses contra a migração de pessoas da América para a África após o declínio da escravidão. 3 Leia os artigos a seguir. Art. 1o As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriais do Brasil, tendo a seu bordo escravos, cuja importa- ção é proibida [...], ou havendo-os desembarcado, se- rão apreendidas pelas Autoridades, ou pelos Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadoras de escravos. [...] Art. 4o A importação de escravos no território do Império fica nele considerada como pirataria, e será pu- nida pelos seusTribunais com as penas declaradas [...]. IMPÉRIO DO BRASIL. Lei n. 581, de 4 de setembro de 1850. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM581.htm>. Acesso em: 4 dez. 2019. Os artigos são parte da: a) Tarifa Alves Branco, que modificou as tarifas alfan- degárias brasileiras. b) Tarifa Silva Ferraz, que diminuiu as tarifas sobre pro- dutos estrangeiros. c) Lei Eusébio de Queirós, que ratificou a abolição do tráfico atlântico de escravizados. d) Lei de Terras, que estabeleceu a obrigação da aqui- sição de terras devolutas por compra. e) “Constituição da Mandioca”, que favorecia os gran- des proprietários rurais com acesso a escravizados. 4 Leia o fragmento abaixo. Vizinhos! – É Olécia que está escrevendo Saúde boa e bem vai se vivendo. Faz sete meses que silenciamos No fim de tal destino já acampamos. Vivemos em florestas, em cabanas, E imensamente estamos trabalhando. [...] Que mais escrevo? Novas não alardam. De cobras cinco nossos se finaram. [...] Se Deus quiser, e nós nos recompormos. Quarenta fomos, em dezoito somos. FRANKÓ, Iwan. Carta do Brasil, 1895. In: ANDREAZZA, Maria Luiza. O paraíso das delícias. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999. p. 3. Esse relato representa a visão de um imigrante sobre o Brasil no século XIX. Tal perspectiva indica: a) os mecanismos de propaganda que o Império usou para atrair mão de obra europeia para o país. b) os esforços do governo imperial em auxiliar na formação de um mercado de trabalho livre no Brasil. c) os sofrimentos experimentados pelos imigrantes no Brasil, principalmente no sistema de parceria. d) os boatos espalhados na Europa da época, em uma tentativa de impedir a saída de jovens em idade produtiva. e) os efeitos da nova legislação criada pelo governo imperial, que respondia às críticas que circula- vam na Europa sobre as condições de trabalho no país. 150 H IS T Ó R IA M Ó D U LO 1 7 PH_EF2_8ANO_HIS_138a150_CAD3_MOD17_CA.indd 150 31/03/20 15:11
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