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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARNHÃO – UEMA CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC DISCIPLINA DE PSQUIATRIA DISCENTE: HARRISON BALDEZ REIS RESUMO SOBRE TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE HUMOR TRATAMENTO: TRANSTORNOS DO HUMOR O tratamento deve ser dirigido para vários objetivos: garantir a segurança do paciente, avaliação diagnóstica completa e plano terapêutico que aborde não apenas os sintomas imediatos, mas também o bem-estar futuro do paciente. Embora a tendência atual seja enfatizar a farmacoterapia e a psicoterapia, o tratamento também deve procurar reduzir o número e a severidade dos estressores na vida do paciente. 1 TERAPIA PSICOTERAPÊUTICA: Algumas abordagens psicoterapêuticas podem ser utilizadas no tratamento do transtorno do humor, como: Terapia cognitivo-comportamental (TCC): auxilia a modificar padrões de pensamento e comportamentos inadequados ou negativos associados à doença; Terapia Focada na Família: usa estratégias psicoeducacionais, exercícios e também role playing, para reduzir o nível de angústia na família, identificar e modificar padrões disfuncionais de comunicação que tornam o ambiente familiar com alto nível de emoção expressa e que podem contribuir para os sintomas da pessoa ou, ao contrário, ser decorrente dos mesmos; Terapia interpessoal e do ritmo social: ajuda a melhorar as relações sociais e regularizar suas rotinas diárias. Ela tem base em dois pressupostos. Primeiro, é provável que os problemas interpessoais atuais tenham suas raízes em relacionamentos disfuncionais precoces. Segundo, esses problemas podem estar envolvidos na precipitação e na perpetuação dos sintomas depressivos atuais. 2- INDICAÇÕES DE HOSPITALIZAÇÃO: Indicações claras de hospitalização são a necessidade de procedimentos diagnósticos, risco de suicídio ou homicídio e capacidade reduzida de autocuidados básicos. 3 – TRANSTORNO DEPRESSIVO: O tratamento deve integrar a farmacoterapia com a intervenção psicoterápica. Os antidepressivos produzem, em geral, uma melhora de 60 a 70% dos sintomas depressivos em um mês. Em termos de eficácia, parece não haver diferença significativa entre as várias drogas disponíveis. Alguns critérios para orientar o tratamento antidepressivo: - Se não houver história prévia, deve-se utilizar como primeira escolha um Inibidor Seletivo da Recaptação da Serotonina (ISRS) ou tricíclico e monitorar por 2-3 semanas. A resposta geralmente aparece dentro de quatro semanas; - O uso de tricíclicos está contraindicado em casos de glaucoma de ângulo fechado, BAVT/BRD e situações nos quais os efeitos anticolinérgicos devem ser evitados, como disfunção prostática; - Nos pacientes com risco de suicídio, o uso de tricíclicos deve ser evitado, em função do potencial de intoxicação fatal quando há in gestão excessiva; - Nos pacientes com risco de suicídio, o uso de tricíclicos deve ser evitado, em função do potencial de intoxicação fatal quando há in gestão excessiva; - A retirada do antidepressivo deve ser gradual, ao longo de uma a duas semanas, dependendo da meia-vida do composto; 4 - TRANSTORNO BIPOLAR O tratamento de escolha para transtorno bipolar baseia-se no uso de agentes estabilizadores de humor. Carbonato de lítio: inicia-se com 300 mg/dia, aumentando-se gradativamente as doses até que os níveis séricos desejados sejam alcançados. Em geral, dosam- se os níveis séricos de cinco a sete dias após o início, e, posteriormente, o controle é feito a cada 3-6 meses. Os níveis recomendados para o tratamento situam-se entre 0,6 e 1,2 mEq/L, procurando manter o paciente com as menores doses necessárias para a profilaxia. Ácido valproico: O tratamento com valproato deve ser iniciado com doses baixas (250 mg/dia), com aumentos graduais até atingir a concentração sérica de 50 a 100 mcg/ml (não se excedendo a dose de 60 mg/ kg por dia). É necessário controle dos níveis séricos, do hemograma e das enzimas hepáticas a cada 3-6 meses. Carbamazepina: preconizam-se níveis séricos entre 4 e 12 mcg/ml. As doses devem ser iniciadas com 100 a 200 mg/ dia e aumentadas gradualmente e divididas em três a quatro tomadas diárias. Inicialmente, hemograma e função hepática a cada duas semanas, espaçando-se depois o controle para cada três meses. Nos casos resistentes, pode ser feita associação entre os estabilizadores do humor. A olanzapina tem sido considerada eficaz no controle da mania aguda e como estabilizador do humor. Novos anticonvulsivantes têm sido testados para tratar o transtorno bipolar como a oxcarbazepina, gabapentina, lamotrigina e topiramato. Ainda não existem muitos estudos controlados com esses medicamentos, o que faz com que eles sejam empregados com cautela e para casos resistentes aos tratamentos já estabelecidos. Nos casos de mania aguda, o tratamento geralmente inclui a utilização de drogas sedativas, como clonazepam e antipsicóticos. O tratamento de manutenção está geralmente indicado na profilaxia do transtorno bipolar. OUTROS TRANSTORNOS DO HUMOR: Transtorno distímico: De forma geral, tem havido poucos estudos sobre o tratamento da distimia. A combinação de farmacoterapia e atendimento psicoterápico parece ser o tratamento mais indicado nos transtornos distímicos. A maioria dos antidepressivos é eficaz em pacientes distímicos, embora as doses necessárias possam ser maiores do que para o tratamento da depressão maior. Transtorno ciclotímico: Estabilizadores de humor podem ser utilizados no tratamento da ciclotimia, associados à psicoterapia REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: KAPLAN, H.I; SADOCK, B.J. Compêndio de Psiquiatria- Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. 11ª ed. Editora Artes Médicas, Porto Alegre, 2017. DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
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