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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS 2019 Prof. Daniel dos Santos Leyser GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 2 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 Em qual idade o córtex motor pré-frontal atinge o seu estado maduro? R.: O córtex motor pré-frontal atinge o seu estado maduro na idade adulta. 2 Quais aspectos do ambiente físico e social afetam a aprendizagem? R.: O ambiente físico pode afetar a aprendizagem através do número de pessoas no ambiente de aprendizagem (aglomeração), a quantidade de ruído de fundo irrelevante, o tamanho das escolas ou salas de aula, a qualidade dos edifícios como casas e escolas, a iluminação e o clima interno. Os aspectos do ambiente social que afetam a aprendizagem são o clima pedagógico, o número e a qualidade das interações e a qualidade da linguagem nas interações. 3 O que diz a teoria da teoria sobre a aprendizagem? R.: A teoria da teoria diz que as crianças parecem aprender sobre o mundo ao seu redor da mesma maneira que os cientistas conduzem experimentos. Que as crianças têm teorias intuitivas sobre o mundo, análogas às teorias científicas. Essas teorias mudam de maneira semelhante à ocorrência de mudanças nas teorias científicas. Ou seja, as crianças analisam o ambiente, prestam atenção às regularidades e formam teorias intuitivas sobre o mundo biológico, físico ou psicológico. 4 Meltzoff et al. (2009) resumiram pesquisas relevantes, resultando no estabelecimento de fundamentos para uma nova teoria da aprendizagem em bebês e crianças. Eles identificaram três principais forças motrizes na aprendizagem inicial. Quais são estas três forças motrizes? R.: A primeira força motriz refere-se ao fato de a aprendizagem das crianças ser computacional. A segunda força motriz refere-se à aprendizagem das crianças ser social. A terceira força motriz refere-se ao fato de a aprendizagem ser toda baseada em redes cerebrais neurais. 3 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS TÓPICO 2 1 As comunidades surdas e a cultura surda existem em muitos países ao redor do mundo. Quais seriam algumas características destas comunidades? R.: Têm características associadas a outras comunidades e culturas: história, literatura, costumes e reconhecimento de contribuições para campos como ciência e tecnologia. É considerada uma minoria linguística e cultural. 2 A fala é uma combinação específica de sons. Descreva algumas características da fala, inclusive os estágios de percepção auditiva dela. R.: Tipicamente é uma combinação complexa de sons entre 250 e 8000 Hz. O primeiro e mais básico estágio é a detecção do som da fala. Esta é essencialmente a capacidade de ouvir se há som ou não. O segundo estágio da percepção da fala envolve a discriminação dos sons da fala, ou seja, a capacidade de perceber semelhanças e diferenças entre os sons da fala. O terceiro estágio da percepção auditiva da fala é a identificação de sons da fala individuais. Isso envolve, por exemplo, a capacidade de identificar as vogais. Finalmente, o quarto e último estágio da percepção da fala é a compreensão, que se refere à compreensão do significado de uma combinação de sons da fala, uma frase, uma palavra ou um morfema. 3 O que é o Sistema de Frequência Modulada Pessoal (FM)? E como pode beneficiar o processo de aprendizagem em sala de aula? R.: O Sistema de Frequência Modulada Pessoal (FM) exige que o professor e o aluno usem um dispositivo auxiliar, pode ajudar a melhorar as relações sinal-ruído e, assim, apoiar a percepção da fala na sala de aula. É o meio mais efetivo para favorecer a relação sinal/ruído, principalmente em ambiente educacional. Equipamento que auxilia no aprendizado e na captação da voz do professor para o deficiente auditivo na escola. O aluno escuta a voz do professor diretamente em seu aparelho auditivo, sem que o barulho do ambiente atrapalhe o entendimento da voz do professor. 4 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS TÓPICO 3 1 Qual é o melhor preditor de sucesso em praticamente todas as áreas de desenvolvimento de crianças surdas e ouvintes? R.: A comunicação efetiva ou bem-sucedida entre pais e filhos. 2 Independentemente de as crianças surdas terem ou não aparelhos auditivos ou implantes cocleares e se elas usam principalmente a língua de sinais ou falada, é através de quais sentidos que os bebês surdos terão acesso ao mundo da experiência? R.: É através da visão e do toque. 3 As crianças surdas podem não estar em nenhuma desvantagem particular porque não conseguem reconhecer as vozes de suas mães ao nascer. No entanto, como descreveríamos as suas primeiras interações com suas mães? R.: Os bebês surdos e suas mães ouvintes simplesmente começam seus relacionamentos interagindo de maneiras um pouco diferentes do que os bebês ouvintes e suas mães. Na maioria das vezes, as interações de crianças surdas com pais surdos se parecem muito com as de crianças ouvintes com pais ouvintes. As crianças surdas demonstram tanto afeto aos pais quanto os filhos ouvintes. Crianças surdas de pais surdos sabem como chamar a atenção batendo no braço das pessoas ou acenando para elas, enquanto as que têm pais ouvintes geralmente usam suas vozes para chamar a atenção. Crianças surdas e mães surdas, portanto, têm relacionamentos iniciais bastante normais. Essencialmente, as únicas maneiras pelas quais elas parecem diferentes são o uso de comunicação por sinais em vez de falada e o uso de comportamentos visuais e táteis, em vez de estratégias de atenção e direcionamento de atenção auditiva. 5 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS TÓPICO 1 1 A importância da língua não se restringe à comunicação. Em que outro aspecto ela é importante para o ser humano? R.: A língua também é uma característica central de nossas identidades individuais e de grupo. Ela faz parte da cultura de um povo. 2 Qual é a função primária dos gestos nos estágios iniciais da aquisição da língua? R.: Permitir que as crianças se expressem quando ainda são muito jovens para usar a língua falada em conversação, normalmente nos primeiros 9 meses de vida. 3 Por que o timing ou sincronia das palavras e gestos é importante? R.: Como a maioria dos gestos são ambíguos e derivam seu significado da(s) palavra(s) que acompanham, o timing ou sincronia das palavras e gestos é importante. O início de um gesto cospeech normalmente ocorre um pouco antes do início da pronúncia da palavra. Se, no entanto, o gesto começar muito antes (um terço de segundo ou mais) do que a palavra, o benefício do gesto de compreensão é posto em perigo. Em outras palavras, a integração do significado da palavra e do gesto é mais ideal se o tempo for síncrono. 4 Crescer com mais de um idioma tem claramente algumas vantagens distintas, mas também algumas desvantagens. Quais seriam as desvantagens? R.: Os bilíngues que adquirem duas línguas faladas (bilíngues unimodais), por exemplo, exibem menor proficiência formal em linguagem do que os aprendizes monolíngues, resultando em vocabulários menores em cada idioma separado. São os vocabulários menores que tornam o acesso a itens no léxico mental da memória de longo prazo um pouco mais lento. UNIDADE 2 6 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS TÓPICO 2 1 O que é o Ensino Diagnóstico? R.: O ensino diagnóstico é uma forma de ensino em que há constante interação entre avaliação de habilidades e progresso, e planejamento de programas, tanto em nível individual quanto em nível de sala de aula. Nessa perspectiva, o objetivo da avaliação é a orientação. 2 Ao selecionar um instrumento de avaliação da língua, existem vários tipos para escolher. Uma primeira distinção útil é entre avaliações formais e informais. O que seria uma avaliação formal? Quais seriam suas desvantagens? R.: Avaliações formais seriam testes, tarefas e procedimentos que são claramente prescritos. Desvantagens ocorrem que o uso de procedimentos de testes padronizados pode dificultar seriamente a interpretação dos dados e a validade e confiabilidadegerais do teste. 3 O que é o sistema de pistas manuais chamado de Cued Speech (Palavra Complementada)? R.: Cornett (1967) criou um sistema de pistas manuais, chamado de Cued Speech (Palavra Complementada), para melhorar a leitura orofacial por surdos. Na Palavra Complementada, dicas manuais feitas em vários locais permitem uma percepção visual inequívoca da fala. 4 A interação em sala de aula, e especificamente a interação professor- aluno, pode melhorar o desenvolvimento da língua se permitir que os alunos surdos participem plenamente das trocas de comunicação em sala de aula, mas isso requer um estilo apropriado de interação do professor. Quais interações do professor com o aluno permitem esta melhora do desenvolvimento da língua? R.: Um estilo de comunicação sensível e responsivo facilita a aprendizagem de línguas. Na escola, tal estilo é caracterizado pelo fato de os professores permitirem que os alunos tomem iniciativas comunicativas e, ao mesmo tempo, expandam e ampliem essas iniciativas, estabelecendo uma atenção conjunta. Usando perguntas abertas, expansões, prompts, modelagem avançada, reformulações e o uso de palavras raras e linguagem complexa estão todos associados ao crescimento da língua em crianças. Tal diálogo deve ser significativo, enfocando a construção de significados entre professores 7 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS e alunos. Os professores devem ser capazes de envolver a si mesmos e seus alunos em um processo de investigação dialógica. Nesse processo, o professor sabe o que um aluno entende ou não como resultado de uma análise implícita dos enunciados dos alunos. A resposta dos professores é assim adaptada às necessidades individuais comunicativas e linguísticas do aluno. TÓPICO 3 1 Quando os psicólogos falam sobre inteligência a que eles estão se referindo? R.: Eles estão se referindo ao potencial cognitivo de um indivíduo, incluindo a capacidade de adquirir conhecimento, tanto intencional quanto incidentalmente, e usar esse conhecimento, intencionalmente em alguns casos e automaticamente em outros. 2 O que devemos fazer se um aluno surdo tiver problemas na memória de trabalho? R.: Se os professores monitoram os alunos regularmente e identificam problemas de memória de trabalho, há duas maneiras de prosseguir. A primeira é oferecer suporte a aulas, estruturando seu ensino de forma a prevenir ou reduzir a sobrecarga de memória. Outra maneira de remediar ou evitar dificuldades de memória de trabalho é oferecendo aos alunos treinamento explícito de memória. 3 Um aspecto do funcionamento executivo relacionado à memória que difere entre aprendizes surdos e ouvintes é o uso de informações contextuais (disponíveis na memória de trabalho) ou conhecimento prévio (disponível a partir da memória de longo prazo). Descreva esta diferença. R.: Os alunos surdos não utilizam o conhecimento prévio que sabemos que eles têm em situações em que seria útil. Da mesma forma, eles frequentemente deixam de relacionar ou integrar informações individuais para formar conceitos e identificar relacionamentos durante a leitura ou resolver problemas matemáticos. Essa relativa falta de processamento relacional automático é consistente com achados similares de uma variedade de estudos de memória e resolução de problemas e pode representar um estilo geral de processamento de informações característico de alunos surdos – um que pode ter efeitos específicos na aprendizagem. 8 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS 4 Dada a sua importância para o estabelecimento de relações sociais, a teoria da mente tem sido estudada intensamente em crianças e adolescentes surdos. O que as pesquisas de Peterson e Siegal (2000) indicam sobre o desenvolvimento da teoria da mente em crianças e adolescentes surdos? R.: As pesquisas de Peterson e Siegal (2000) indicam que mesmo entre as crianças surdas com inteligência normal, há um atraso significativo no desenvolvimento da teoria da mente, particularmente entre as crianças surdas com pais ouvintes. Parece que o desenvolvimento da teoria da mente em crianças surdas está relacionado à qualidade e quantidade de exposição à linguagem acessível em casa durante a infância. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Para os alunos surdos, há três componentes da leitura que, historicamente, foram encontrados para lhes dar uma dificuldade particular e foram os mais estudados, quais são estes três componentes? R.: Os três componentes são: decodificação de palavras, vocabulário e gramática. 2 Duas intervenções criadas para ajudar os leitores surdos a decifrar o código fonológico da leitura são a fala com pistas e a fonética visual. Descreva o que seria a intervenção da fonética visual. R.: A fonética visual também usa representações visuais dos fonemas da língua falada para apoiar o processamento fonológico por alunos surdos e com deficiência auditiva. Com base no conceito de que é mais importante reconhecer os fonemas como blocos de construção da língua do que ouvir ou produzir os sons, a fonética visual é como a fala que usa um conjunto de 46 sinais de mão (mas também símbolos escritos) que são produzidos em conjunto com a língua falada para fornecer representações multisensoriais (auditivas, visuais, táteis e cinestésicas) de fonemas. A fonética visual é usada no ambiente escolar especificamente para fins de leitura e não como 9 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS suporte para a língua falada. Os sinais manuais da fonética visual incorporam elementos icônicos para lembrar os estudantes dos movimentos articulatórios usados na produção de fonemas individuais. 3 Algumas construções gramaticais são mais difíceis do que outras, todavia algumas são particularmente problemáticas para alunos surdos. Quais são estas construções gramaticais? R.: Negação, preposições, conjunção, questões, referências anafóricas (pronomes), estruturas complementares, orações relativas e disjunção. TÓPICO 2 1 A partir de suas pesquisas, McIntosh e seus colaboradores (1994) argumentaram que o aprendizado de ciências pelos alunos surdos é afetado por pelo menos três fatores. Descreva quais são estes fatores. R.: Os fatores são: 1) o fato de que as crianças surdas normalmente tiveram menos oportunidades de brincadeiras não estruturadas nas quais ocorre a aprendizagem incidental; 2) sua tendência a um lócus de controle externo, esperando que outros guiem e estruturem suas atividades; e 3) sua dependência instrumental, sendo mais propensos a buscar ajuda do que tentar resolver os problemas por eles mesmos. 2 Marschark et al. (2013) examinaram especificamente até que ponto as habilidades visuoespaciais de estudantes universitários surdos contribuíram para a solução de problemas matemáticos que incluíam diagramas. Quais foram as conclusões desta pesquisa? R.: Os estudantes ouvintes, geralmente, demonstraram melhores habilidades visuoespaciais do que os alunos surdos, superando os alunos surdos em duas das sete tarefas visuoespaciais, sem diferença entre os grupos nas outras cinco. Uma das duas tarefas em que os alunos ouvintes superavam os alunos surdos envolvia a localização e a marcação de um padrão repetido o mais rápido possível, envolvendo assim, a habilidade visuoespacial e o funcionamento executivo e a atenção sustentada. A segunda envolveu a separação da figura do fundo em um diagrama complexo. Talvez mais interessante tenha sido a constatação de que as pontuações de desempenho em matemática dos alunos surdos estavam associadas a um leque mais amplo de habilidades visuoespaciais do que as dos alunos ouvintes. Também é digno de nota que não houve diferenças no desempenho visuoespacial ou 10 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS nos escores de matemática entre os usuários de sinais precoces e os usuários de sinais tardios no grupo de surdos. Esses achados, portanto, contrastam com a suposição geral de que os alunos surdos devem ser considerados aprendizes visuais e a crença de que os aprendizesque usam a língua de sinais devem ser particularmente adeptos a esse respeito. 3 Pesquisadores como Kritzer, Gregory, Plagliaro, Marschark e Knoors apontaram para o atraso dos alunos surdos no desenvolvimento de habilidades matemáticas como sendo o resultado de diferentes fatores. Quais seriam estes fatores de acordo com estes pesquisadores? R.: Para Kritzer seria de menos experiências precoces com conceitos quantitativos. Para Gregory seriam atrasos no desenvolvimento da língua. Para Plagliaro seria a menor qualificação de professores em práticas de ensino de matemática. Para Marschark e Knoors seria o impacto sobre a realização acadêmica das diferenças baseadas no processamento de informações sensorial e de linguagem. TÓPICO 3 1 Lang e Steely apontaram que a instrução baseada na Web para alunos surdos tem inerentemente alguns desafios distintos. Descreva quais seriam estes desafios. R.: Alguns desafios referem-se às habilidades limitadas de compreensão de leitura de muitos alunos surdos. Também o fato de que quando a informação auditiva na instrução multimídia baseada na web é substituída por legendas literais ou editadas, a capacidade de leitura se torna um problema. Outro desafio é que o conteúdo das legendas pode ser muito difícil de ler para muitos alunos surdos e/ou as informações em legendas podem ser insuficientes para fornecer aos alunos surdos acesso significativo à informação. Outro desafio é o fato de que, se a aprendizagem assistida por computador é oferecida na aprendizagem a distância, os alunos surdos perdem o apoio para aprender as que passaram a depender, como os aspectos organizacionais e estruturais da sala de aula, por exemplo, pedindo ajuda a professores ou colegas. 2 A exibição visual da informação pode influenciar a aprendizagem, mas pode ser mais ou menos eficaz para os alunos individuais. Neste contexto, fala-se do Efeito de Coerência. Explique a relação deste efeito com a eficácia da exibição visual da informação na aprendizagem. 11 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO DE SURDOS R.: A exibição de informações contribui mais para a aprendizagem se as informações forem apresentadas de maneira coerente, espacialmente contingente e de estilo pessoal. O uso de material incoerentes, não diretamente conectado ou relacionado ao tema considerado está em desacordo com a obtenção de coerência na exibição de informações. Como as informações devem ser mantidas focadas, materiais incoerentes assim devem ser evitados. Este chamado efeito de coerência aplica-se aos formatos impresso e digital. 3 O efeito de contiguidade espacial tem implicações na eficácia da aprendizagem no contexto do uso de informações verbais e pictóricas. Explique estas implicações. R.: A exibição de informações verbais e pictóricas é mais eficaz se as duas forem apresentadas próximas umas das outras, em vez de mais separadas, portanto, a apresentação na mesma página é preferida à apresentação em páginas diferentes. Esse é o efeito de contiguidade espacial que também é válido tanto para formatos impressos quanto digitais. Resulta da relativa facilidade de manter palavras e imagens na memória de trabalho quando são apresentadas espacialmente próximas umas das outras.
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