Buscar

Redação_7ano_Módulo9

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Mas a pirâmide de macacos desmoronou e todos caíram, menos 
o que teve a ideia, que ficou pendurado na Lua. Ela deu a mão a ele e 
o ajudou a subir. Gostou tanto dele que lhe deu um presente… era um 
tamborzinho. O macaquinho ficou muito contente e se manteve lá 
olhando o mundo do alto e tocando tambor, até que começou a sentir 
saudades de casa e resolveu pedir à Lua se poderia voltar.
A Lua, muito amiga, concordou e disse que soltaria um enorme fio 
de luar por onde ele desceria amarrado ao tamborzinho. Ela apenas 
pediu a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegas-
se, tocasse bem forte para que ela ouvisse, cortasse o fio e ele chegasse 
em segurança.
O macaquinho aceitou o combinado, despediu-se da Lua e foi descendo feliz da vida, mas, na metade do caminho, não resistiu 
e tocou o tambor. Ao ouvir o som do tambor, a Lua pensou que o macaquinho tivesse chegado à Terra e cortou a corda. O maca-
quinho caiu e bem nessa hora estava passando uma mulher. Antes de morrer, o pequeno macaquinho de nariz branco pediu a ela 
que levasse aquele instrumento ao povo de seu país, pois ele traria muita felicidade. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido.
Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, eram ouvidos os primeiros sons de tambor.
Autoria desconhecida.
1 Como vimos no Módulo 8 nas histórias “Arranca-Lín-
guas” e “Cobra Honorato”, as lendas abordam aspectos 
da realidade de certa comunidade, assumindo impor-
tante função cultural e social. Após a leitura de “O tam-
bor” e empregando seus conhecimentos sobre a África, 
o que você pode deduzir sobre as culturas africanas com 
base nessa lenda?
Pode-se deduzir que o tambor é um instrumento importante na África, 
pois a lenda fantasia sua origem, o que expõe sua importância
cultural para as comunidades africanas.
2 A história da origem do tambor é uma lenda africana. 
Porém, considerando as noções que você tem sobre a 
cultura brasileira, explique por que também é possível 
relacionar essa lenda a ela.
O Brasil tem como principal manifestação musical o samba, que faz 
uso, primordialmente, de instrumentos de percussão, como pandeiro 
e tamborim, associados a instrumentos de corda. Isso mostra, 
portanto, que essa lenda também explica, fantasiosamente, a origem 
das tradições brasileiras.
3 Vimos anteriormente que a força da natureza é muito 
respeitada pelos africanos e que faz parte da cultura 
e do olhar deles sobre o mundo; por essa razão, ela é 
frequentemente abordada nas lendas e nas literaturas 
da região. Como esse aspecto foi explorado na lenda 
do tambor?
O apreço pela natureza e o respeito à sua força aparecem na lenda do 
tambor por meio da figura da Lua e dos macaquinhos de nariz branco, 
tendo em vista que se trata de um astro e de animais que, juntos, 
dão origem ao tambor na Terra.
M
ar
am
or
os
z/
S
hu
tt
er
st
oc
k
Provavelmente, você já conhece a lenda que lerá a seguir. Trata-se de uma lenda afro-cristã, criada no século XIX no sul 
do Brasil, muito divulgada no final do século pelos que eram contra a escravidão. Leia-a para responder às questões 4 a 8.
O Negrinho do Pastoreio
Reza a lenda que, nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Em 
um dia de inverno muito frio, o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos pastoreasse 
cavalos e potros que ele tinha acabado de adquirir. Quando o menino voltou ao final do dia, o estancieiro 
disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou 
muito machucado. O estancieiro lhe disse: “Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece”. O me-
nino saiu preocupado e amedrontado à procura do animal, e, em pouco tempo, achou o cavalo pastando. 
Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.
Estancieiro: 
fazendeiro.
Peão: vaqueiro.
Baio: castanho.
106
PR
O
D
UÇ
Ã
O
 D
E 
T
EX
TO
 
M
Ó
D
UL
O
 9
PH_EF2_7ANO_PT_099a109_CAD2_MOD09_CA.indd 106 11/27/19 15:36
O estancieiro, ainda mais irritado, quando ele chegou, bateu 
novamente no menino e o amarrou em cima de um formigueiro. 
No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, levou 
um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem 
nenhuma marca das chicotadas, como se nada tivesse aconteci-
do. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante, o baio 
e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão arrependido, 
pedindo perdão, mas o Negrinho nada respondeu. Ele apenas 
beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu comandando os 
animais. A partir disso, entre os andarilhos, tropeiros, mascates
e carreteiros da região, todos comentavam sobre ter visto passar 
um conjunto de cavalos manchados tocado por um Negrinho, 
montado em um cavalo baio. Desde então, quando qualquer cristão perdia uma coisa, 
fosse qualquer coisa, à noite o Negrinho procurava e achava, mas só entregava a quem 
acendesse uma vela, cuja luz ele levava para pagar a do altar de sua madrinha, a Virgem 
Nossa Senhora, que o livrou do cativeiro e deu-lhe os cavalos, que ele conduz e pastoreia, 
sem ninguém ver.
Quem perder coisas no campo deve acender uma vela abaixo dos ramos das árvores, 
para o Negrinho do Pastoreio, e dizer “Foi por aí que eu perdi… Foi por aí que eu perdi…”. 
Se ele não achar, ninguém mais acha.
Autoria desconhecida.
4 A expressão “Reza a lenda que”, presente na história 
lendária “O Negrinho do Pastoreio”, deve-se tanto às 
tradições africanas quanto à estrutura do gênero. Ex-
plique essa afirmação.
A expressão demonstra o caráter oral dessa história, que é passada 
informalmente por gerações, e essa é uma forte tradição africana que 
perdura até hoje. 
5 Aprendemos que as lendas misturam aspectos da reali-
dade e da fantasia. Tendo isso em mente, responda ao 
que se pede a seguir.
a) Que acontecimento(s) da realidade pode(m) ser per-
cebido(s) nessa lenda?
A escravização de negros na história do Brasil, a humilhação e 
agressão a eles e, mais tarde, sua libertação.
b) O que, nessa lenda, pertence à fantasia popular?
O episódio sobrenatural do aspecto intacto do Negrinho, mesmo 
após ser chicoteado e deixado em um formigueiro, bem como a 
atribuição dessa cura e da sua libertação à Nossa Senhora.
6 Considerando o personagem central dessa lenda e os 
seus conhecimentos sobre a relação histórica entre o 
Brasil e o continente africano, explique por que essa 
narrativa é representativa de ambas as culturas.
O Negrinho do Pastoreio era escravizado, e a escravidão é um 
episódio da história pertencente tanto aos africanos – pois grande 
parte de sua população foi trazida para cá para ser explorada – 
quanto aos brasileiros. 
7 De que forma essa lenda carrega e estimula o senti-
mento de negritude, presente na literatura e nas ma-
nifestações culturais afrodescendentes?
Essa lenda tem um caráter otimista, ao abordar a escravidão 
associada à liberdade e à proteção de Nossa Senhora. Além disso, o 
estancieiro pede perdão, mostrando uma mudança de posição, o que 
proporciona um sentimento de orgulho da etnia e a valorização de sua 
história de superação.
8 O que há em comum entre essa lenda e os textos de 
Castro Alves, a exemplo do trecho do poema “O navio 
negreiro”, que você analisou na página 103?
Ambos mostram, em um tom sensível e poético, a situação 
dos africanos escravizados e apresentam-se favoráveis à causa 
abolicionista, estimulando a adesão dos leitores/ouvintes a ela.
Andarilho: pessoa que não 
tem morada certa, viajando 
constantemente.
Tropeiro: condutor de cavalos e mulas.
Mascate: comerciante, mercador.
Carreteiro: pessoa que conduz uma 
carreta (carroça), em geral puxada por 
cavalos ou bois.
Il
u
s
tr
a
 C
a
rt
o
o
n
/A
rq
u
iv
o
 d
a
 e
d
it
o
ra
107
PR
O
D
UÇ
Ã
O
 D
E 
T
EX
TO
 
M
Ó
D
UL
O
 9
PH_EF2_7ANO_PT_099a109_CAD2_MOD09_CA.indd 107 11/27/19 15:36
DESENVOLVENDO HABILIDADES
1 As opçõesapresentadas na sequência reúnem possíveis 
tratamentos dados aos afrodescendentes. Entre eles, o 
único que não é preconceituoso, e sim ético, consiste em:
a) referir-se a eles usando a palavra que designa sua 
cor no diminutivo.
b) citar alguma qualidade deles como forma de com-
pensação de sua cor.
c) identificá-los por outras características ou por adje-
tivos neutros e respeitosos.
d) generalizar padrões de comportamento por meio 
de sua cor.
2 Leia a tirinha a seguir e reflita sobre seu conteúdo para 
responder ao que se pede.
 O objetivo da tirinha é:
a) defender a ideia de que as religiões de origem africa-
na, denominadas pejorativamente como macumba, 
são melhores que o cristianismo.
b) promover uma reflexão sobre o fato de que símbolos 
religiosos, seja uma comida de oferenda, seja uma 
cruz, não têm valor algum.
c) defender a ideia de que é normal rir do desrespeito 
a símbolos religiosos incomuns à nossa cultura, mas 
devemos respeitar a religião oficial.
R
e
p
ro
d
u
ç
ã
o
/<
h
tt
p
:/
/m
a
is
q
u
e
u
m
c
ri
m
e
.b
lo
g
s
p
o
t.
c
o
m
.b
r>
d) promover uma reflexão sobre a naturalização do pre-
conceito com as religiões afro-brasileiras da perspec-
tiva de uma suposta religião oficial.
Leia a letra da canção a seguir, da rapper MC Soffia, 
nascida em 2004.
Menina preti nha
Menina pretinha, exótica não é linda
Você não é bonitinha
Você é uma rainha
Devolva minhas bonecas
Quero brincar com elas
Minhas bonecas pretas, o que fizeram com elas?
Vou me divertir enquanto sou pequena
Barbie é legal, mas eu prefiro a Makena africana
Como história de griô, sou negra e tenho orgulho da minha
 cor
 Africana, como história de griô, sou negra e tenho orgulho
 da minha cor
Menina pretinha, exótica não é linda
Você não é bonitinha
Você é uma rainha
O meu cabelo é chapado, sem precisar de chapinha
Canto rap por amor, essa é minha linha
Sou criança, sou negra
Também sou resistência
Racismo aqui não, se não gostou, paciência
MC SOFFIA. Menina pretinha. Disponível em: <www.letras.mus.br/mc-soffia/
menina-pretinha/>. Acesso em: 27 ago. 2019.
108
PR
O
D
UÇ
Ã
O
 D
E 
T
EX
TO
 
M
Ó
D
UL
O
 9
PH_EF2_7ANO_PT_099a109_CAD2_MOD09_CA.indd 108 11/27/19 15:37
R
e
p
ro
d
u
ç
ã
o
/E
d
it
o
ra
 P
a
n
d
a
 B
o
o
k
s
3 O rap em questão defende o empoderamento negro e 
mostra uma mudança no comportamento da geração 
atual porque:
a) a letra promove uma revolta contra a sociedade, que 
privilegia o branco.
b) a letra mostra que toda a comunidade afrodescen-
dente atual aceita-se e é aceita socialmente como é.
c) a autora, sendo uma artista tão jovem, influencia a 
comunidade afrodescendente a ignorar a presença 
do branco, o que fica evidente no último verso.
d) a autora mostra que não se deixa abater pelos pa-
drões estéticos da sociedade e representa a voz de 
toda a comunidade afrodescendente.
4 Qual a única afirmação que n‹o podemos fazer sobre 
a canção diante da referência às bonecas?
a) As mercadorias dirigidas ao público infantil contri-
buem para o estereótipo de beleza construído so-
cialmente.
b) Crianças brancas devem brincar com a Barbie e crian-
ças negras devem brincar com a Makena africana.
c) As crianças negras têm infância como qualquer outra, 
mas isso havia sido roubado delas.
d) O mercado de brinquedos ainda é restrito a uma oferta 
de bonecas brancas, o que reflete certo preconceito.
Sugerimos aos alunos que acessem 
a letra da canção “Bonecas pretas”, 
de Larissa Luz, disponível em: <www.
youtube.com/watch?v=Qk3-0qaYTzk>, 
acesso em: 9 set. 2019. Nela, é possível 
observar o diálogo com a letra de 
“Menina pretinha” de Mc Soffia. 
Marcelo Camargo/Agência Brasil
MC Soffia.
ANOTAÇÕES
SACRANIE, Magdalene. O amuleto perdido e outras lendas africanas. 
São Paulo: Panda Books, 2010.
Esta coletânea de contos populares, fábulas e lendas de vários países da 
África traz um rico panorama de histórias que povoam o imaginário dos 
africanos. Vale a pena viajar por esse universo encantado!
109
PR
O
D
UÇ
Ã
O
 D
E 
T
EX
TO
 
M
Ó
D
UL
O
 9
PH_EF2_7ANO_PT_099a109_CAD2_MOD09_CA.indd 109 11/27/19 15:37

Continue navegando