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Prévia do material em texto

Escola: __________________________________________ 
Professor(a): __________________ Ano escolar: _____ 
Aluno(a): _________________________ Data: __/__/___ 
 
GÊNEROS TEXTUAIS 
Fábula 
 A fábula é uma narrativa curta cujas personagens, geralmente, são animais 
que se comportam como seres humanos e que enfrentam situações que os levam a 
aprender uma lição de vida. Quase sempre terminando com uma moral da história, 
as fábulas têm como objetivo levar os leitores a refletir sobre determinados 
comportamentos. Em geral, a linguagem empregada é simples. 
 Trata-se de um gênero muito antigo, originalmente transmitido de geração em 
geração, mas que hoje pode ser encontrado em livros, jornais, revistas e na 
internet. 
 
Leia o texto e faça o que se pede. 
O ratinho, o gato e o galo 
Monteiro Lobato 
 Certa manhã, um ratinho saiu do buraco pela primeira vez. Queria conhecer 
o mundo e travar relações com tanta coisa bonita de que falavam seus amigos. 
Admirou a luz do sol, o verdor das árvores, a correnteza dos ribeirões, a habitação 
dos homens. E acabou penetrando no quintal duma casa da roça. 
 — Sim senhor! É interessante isto! 
 Examinou tudo minuciosamente, farejou a tulha de milho e a estrebaria. Em 
seguida, notou no terreiro um certo animal de belo pelo, que dormia sossegado o 
sol. Aproximou-se dele e farejou-o, sem receio nenhum. Nisto, aparece um galo, que 
bate as asas e canta. O ratinho, por um triz, não morreu de susto. 
 Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a toca. Lá contou à mamãe as 
aventuras do passeio. 
 — Observei muita coisa interessante — disse ele. — Mas nada me 
impressionou tanto como dois animais que vi no terreiro. Um de pelo macio e ar 
bondoso, seduziu-me logo. Devia ser um 
desses bons amigos da nossa gente, e 
lamentei que estivesse a dormir impedindo-
me de cumprimentá-lo. O outro... Ai, que 
ainda me bate o coração! O outro era um 
bicho feroz, de penas amarelas, bico pontudo, 
crista vermelha e aspecto ameaçador. Bateu 
as asas barulhentamente, abriu o bico e 
soltou um có-ri-có-có tamanho, que quase caí 
 
de costas. Fugi. Fugi com quantas pernas tinha, percebendo que devia ser o famoso 
gato, que tamanha destruição faz no nosso povo. 
 A mamãe rata assustou-se e disse: 
 — Como te enganas, meu filho! O bicho de pelo macio e ar bondoso é que é o 
terrível gato. O outro, barulhento e espaventado, de olhar feroz e crista rubra, 
filhinho, é o galo, uma ave que nunca nos fez mal. As aparências enganam. 
Aproveita, pois, a lição e fica sabendo que: 
 Quem vê cara não vê coração. 
LOBATO, Monteiro. Disponível em: 
<www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select. action=8&co. obra=24679>. 
Acesso em: 23 set. 2019. 
 
1) Por que o texto “O ratinho, o gato e o galo” pode ser considerado uma fábula? 
R: Espera-se que os alunos respondam que as personagens são animais que se 
comportam como seres humanos, a história termina com uma moral e os leitores 
são levados a refletir sobre determinados comportamentos. 
 
2) Em qual destes trechos há uma expressão que significa que algo estava para 
acontecer, mas não se realizou? 
a) “Aproximou-se dele e farejou-o, sem receio nenhum”” 
b) “Arrepiou-se todo e disparou como um raio para a toca” 
c) “O ratinho, por um triz, não morreu de susto”” 
d) “Um de pelo macio e ar bondoso, seduziu-me logo” 
 
2) No trecho “O outro... Ai, que ainda me bate o coração!", qual é o significado da 
expressão destacada? 
R: Utilizando a expressão destacada, a personagem evidenciou que ficou muito 
assustada. 
3) Qual dos trechos abaixo representa o tema da fábula lida? 
a) "As aparências enganam.” 
b) “Mas nada me impressionou tanto como dois animais que vi no terreiro” 
c) “"O bicho de pelo macio e ar bondoso é que é o terrível gato” 
d) “[...] um ratinho saiu do buraco pela primeira vez.” 
 
5) Volte ao texto da fábula e observe os travessões. Para que eles servem? 
R: Os travessões introduzem a fala das personagens, marcando o discurso direto, 
e também são utilizados para indicar a mudança de discurso direto para indireto. 
 
6) Localize na fábula as palavras utilizadas para caracterizar o galo e o gato. 
R: Gato: um animal de belo e macio pelo e ar bondoso. Galo: bicho feroz, de penas 
amarelas, bico pontudo, crista vermelha e aspecto ameaçador, barulhento e 
espaventado, de olhar feroz e crista rubra. 
 
Leia os textos a seguir. 
A cegonha e a raposa 
 Um dia, a raposa, que era amiga da cegonha, convidou-a para jantar. Mas 
preparou para a amiga uma porção de comidas moles, líquidas, que serviu sobre 
 uma pedra lisa. 
 Ora, a cegonha, com seu longo bico, por mais que se esforçasse só conseguia 
bicar a comida, machucando o bico sem comer nada. 
 A raposa insistia para que a cegonha comesse, mas ela não conseguia, e 
acabou indo para casa com fome. 
 Em outra ocasião, a cegonha convidou a raposa para jantar com ela. 
 Preparou comidas cheirosas e colocou em vasos compridos e altos, onde seu 
bico entrava com facilidade, mas o focinho da raposa não alcançava. 
 Então, foi a raposa que voltou para casa desapontada e faminta. 
 
Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/Detalhe ObraForm.do?select_action=&co, 
obra=24679>. Acesso em: 23 set. 2019. 
 
A raposa e a cegonha 
Gislaine Lima 
A esperta raposa 
Ainda que mesquinha 
Resolveu dar jantar 
Pra cegonha, a vizinha! 
Mas fez um ralo caldo, 
E em prato raso serviu... 
E a pobre da cegonha 
Nem o gosto ela sentiu! 
A cegonha nada disse, 
Mas resolveu revidar 
Convidando a raposa 
Para um outro jantar... 
Sendo o cardápio uma surpresa 
Ela fez um belo cozido, 
Mas pra azar da raposa 
Colocou em um vaso comprido. 
Então, a raposa faminta 
Foi-se embora pensando: 
“Toda maldade que fiz, 
Pra mim acabou voltando”! 
LIMA, Gislaine. A raposa e a cegonha. Recanto das Letras. Disponível em: 
<www.recantodasletras.com.br/poesiasinfantis/4697352>. Acesso em: 22 set. 2019. 
 
• Compare os dois textos e registre suas observações. 
R: Espera-se que os alunos observem, basicamente, que a temática é a mesma, ou 
seja, os dois textos apresentam a mesma fábula. No entanto, o primeiro texto é uma 
fábula escrita em prosa e o segundo, uma fábula escrita em versos. 
 
Leia mais uma fábula. 
A cigarra e as formigas 
 Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para 
secar suas reservas de trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado 
completamente molhados. De repente, apareceu uma cigarra: 
 — Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de trigo! Estou com uma fome 
danada, acho que vou morrer. 
 As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, 
e perguntaram: 
 — Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou 
de guardar comida para o inverno? 
 — Para falar a verdade, não tive tempo — respondeu a cigarra. — Passei o 
verão cantando! 
 — Bom. Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno 
dançando? — disseram as formigas, e voltaram para o trabalho dando risada. 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select. 
action=8&co, obra=24679>. Acesso em: 23 set. 2019. 
8) No início da fábula, as formigas estavam trabalhando, pois 
a) queriam ajudar a cigarra. 
b) secavam o trigo molhado pela chuva. 
c) eram contra parar de trabalhar. 
d) queriam dançar no inverno. 
 
Leia outra fábula e faça o que se pede. 
Os bois e o carreteiro 
Adaptação de Guilherme Figueiredo 
 Uma junta de bois puxava uma pesada carroça num caminho acidentado. A 
cada volta nos eixos, as rodas de madeira gemiam. Impaciente com aquele barulho, 
o carreteiro gritou: 
 — Por que você faz tanto barulho, carroça? São os bois que aguentam o teu 
peso, e no entanto estão calados! 
 Um dos bois murmurou para o companheiro ao lado: 
 — O patrão tem razão. 
 Moral da história: “Nem semprequem reclama é quem faz força.” 
FIGUEIREDO, Guilherme (adaptação). Os bois e o carreteiro. Fábulas de Esopo. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2019. 
 
9) Explique a ironia presente na fábula “Os bois e o carreteiro”. 
R: Há ironia na fala do boi quando concorda com a afirmação do carreteiro em 
relação ao barulho da carroça, já que o carreteiro também não está fazendo força 
e está reclamando. 
 
10) Qual é o significado da palavra carreteiro na fábula? 
a) Arroz de origem indígena. 
b) Profissional que faz o conserto rápido de automóveis. 
c) Pessoa capaz de se comunicar com animais. 
d) Indivíduo que dirige carro ou carreta. 
Leia mais uma fábula e faça o que se pede. 
O caçador e o lenhador 
Adaptação de Guilherme Figueiredo 
 Certo dia, o caçador procurava o rastro de um leão. Tanto procurou que 
encontrou um lenhador, que apanhava galhos. Com cara de valente, perguntou: 
 — Diga-me, meu amigo, será que você viu por aqui as pegadas de um leão? 
 O lenhador respondeu: 
 — As pegadas? Posso mostrar a você onde fica a gruta do leão. Vamos até lá. 
O caçador tremeu de medo e gaguejou: 
 — Oh, nnnnã... não. Nnnnã... ão qqq... quero vvver o Illleão, qqq... quero só 
vvver o rrastro dddele! 
 — Ora, vejam só! E você pensa que é caçador! — exclamou o lenhador. 
 “A coragem não se mostra com palavras, mas com fatos.” 
FIGUEIREDO, Guilherme (adaptação). O caçador e o lenhador. Fábulas de Esopo. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2019. 
11) Qual é o conflito gerador do enredo? 
R: Um caçador, que parece ser corajoso, amedrontar-se com a possibilidade de 
encontrar um leão. 
Leia o texto e faça o que se pede. 
O leão e o ratinho 
 Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado à 
sombra de uma boa árvore. Vieram uns ratinhos passear em 
cima dele e ele acordou. 
 Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão 
prendeu embaixo da pata. Tanto o ratinho pediu e implorou 
que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que fosse embora. 
 Algum tempo depois, o leão ficou preso na rede de uns 
caçadores. Não conseguia se soltar, e fazia a floresta inteira tremer com seus urros 
de raiva. 
 Nisso, apareceu o ratinho. Com seus dentes afiados, roeu as cordas e soltou 
o leão. 
[...] 
Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select 
action=&co obra=24679>. Acesso em: 23 set. 2019. 
 
12) O final do texto foi suprimido propositalmente. Assinale a moral da fábula. 
a) “Os últimos serão os primeiros” 
b) “A flexibilidade é a virtude dos sábios.” 
c) “Quase sempre não é o maior dos nossos inimigos que é o mais perigoso” 
d) "Uma boa ação gera outra” 
Sinopse 
 A sinopse é um gênero da esfera jornalística que traz o resumo do enredo 
de uma obra a ser lançada ou que acabou de estrear. Tem a função de oferecer 
ao leitor informações básicas que possam ajudá-lo a decidir ver ou não 
determinada obra. Quando se trata da sinopse de um filme, costuma informar 
se é um drama, uma comédia ou um filme de suspense, de terror ou de ação, 
além de fornecer informações sobre personagens, elenco, direção, duração, 
ano de produção e classificação etária. Geralmente, o texto é curto e pode ou 
não ser acompanhado de imagens. A linguagem é simples e objetiva. A sinopse 
circula em jornais, revistas e na internet. 
Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. 
Turma da Mônica: Laços 
 
 Floquinho, o cachorro do Cebolinha (Kevin Vechiatto), desapareceu. O 
menino desenvolve, então, um plano infalível para resgatar o cáozinho, mas para 
isso vai precisar da ajuda de seus fiéis amigos Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura 
Rauseo) e Cascão (Gabriel Moreira). Juntos, eles irão enfrentar grandes desafios e 
viver grandes aventuras para levar o cão de volta para casa. 
Portal Adoro Cinema. Disponível em: <www.adorocinema.com/filmes/filme-248374/>. Acesso em: 
18 set. 2019. 
 
1) Quem são as personagens de Turmada Mônica: Laços segundo a sinopse lida? 
R: Cebolinha, Mônica, Magali, Cascão e Floquinho. 
2) O texto que aparece ao lado da imagem traz informações sobre 
a) o comentário. 
b) acrítica. 
c) a ficha técnica. 
d) o enredo. 
3) Volte à sinopse e explique qual é a função dos parênteses utilizados no texto. 
R: Os parênteses servem para incluir dados informativos sobre o elenco. Eles 
intercalam no texto uma indicação que pode interessar ao leitor, ou seja, informar 
que ator ou atriz interpreta cada personagem. 
4) Releia o trecho a seguir. 
 "O menino desenvolve, então, um plano infalível para resgatar o cãozinho, 
mas para isso vai precisar da ajuda de seus fiéis amigos [...]" 
• Qual é a relação que o termo em destaque estabelece entre as orações? 
R: A conjunção mas expressa oposição, contraste. 
 
5) Na sinopse, a locução “a partir de”, na classificação, indica que o filme pode ser 
visto por crianças que 
a) ainda não completaram 6 anos. 
b) têm exatamente 6 anos. 
c) gostam da Turma da Mônica. 
d) já completaram 6 anos. 
 
6) Ao observar a imagem que acompanha o texto, é correto afirmar que ela 
a) apresenta as personagens principais do filme. 
b) resume o filme. 
c) retrata o final da história. 
d) faz um apelo ao público. 
 
7) A sinopse pode funcionar como recurso para o leitor decidir a que filme assistir? 
Por quê? 
R: Sim, a sinopse pode ajudar o leitor decidir a que filme assistir, porque ela traz as 
informações mais importantes sobre o filme, como parte do enredo, o elenco, o 
gênero, o tempo de duração, entre outras. 
8) De acordo com a sinopse, que acontecimento abala a tranquilidade de uma das 
personagens do filme? 
R: O desaparecimento do cachorro Floquinho, da personagem Cebolinha. 
 
9) Diante desse acontecimento, o que a personagem faz? 
R: Desenvolve um plano para resgatar o cãozinho e chama seus amigos para ajudá-
lo a colocar esse plano em prática. 
 
Releia o trecho a seguir e responda às atividades 10 e 11. 
"O menino desenvolve então um plano infalível para resgatar o cãozinho, mas para 
isso vai precisar da ajuda de seus fiéis amigos:" 
10) A palavra em destaque é empregada para retomar 
a) o menino. 
b) resgatar o cãozinho. 
c) os fiéis amigos. 
d) ajuda. 
 
11) Considerando o mesmo trecho, a palavra infalível significa que o plano 
a) é incerto. 
b) não tem como falhar. 
c) não funcionará com precisão. 
d) poderá falhar. 
 
12) No trecho “Juntos, eles irão enfrentar grandes desafios e viver grandes 
aventuras para levar o cão de volta para casa., há uma palavra que se refere às 
personagens. Que palavra é essa? 
R: Nesse trecho, a palavra que se refere às personagens é eles. 
 
 
 
E-mail 
 O e-mail é um gênero relativamente recente, que surgiu com o advento da 
internet. O nome vem do inglês eletronic mail, ou seja, correio eletrônico. 
Quanto à estrutura, o texto se assemelha à carta escrita à mão. Assim como as 
cartas em geral, as expressões de tratamento e a despedida também variam de 
acordo com o grau de intimidade entre quem manda e quem recebe o e-mail. 
 A principal diferença desse gênero em relação à carta é que ele não 
apresenta local e data, porque o programa de correio eletrônico se encarrega de 
especificar a data de envio das mensagens, mesmo que sem especificar o local. 
 Com a internet, muitas pessoas passaram a utilizar mais frequentemente os 
e-mails, mas o hábito de escrever cartas ainda existe. 
 
Leia o texto a seguir e faça o que se pede. 
 
DREGUER, Ricardo. Bia na Europa. Moderna: São Paulo, 2007. p. 40. 
1) Quem assina o e-mail, ou seja, quem é o remetente dele? 
R: Quem assina o e-mail é Bia, portanto ela é a remetente. 
2) Em “A mãe me explicou que esses prédios foram enterrados pela lava de um 
vulcão chamado Vesúvio.”, qual é o sentido da palavra destacada? 
R: No contexto, significa que os prédios foram soterrados. 
 
3) O e-mail é um gênero que faz referência ao assunto do texto no cabeçalho. 
Localize o assunto no e-mail destalição e explique a relação entre ele e o 
conteúdo do texto. 
R: O assunto é “Viagem no tempo”. A expressão está relacionada ao fato de Bia 
contar ter ã tido a impressão de entrar em uma máquina do tempo e voltar à época 
dos romanos antigos, porque as ruas e os prédios conservados da cidade de 
Pompeia estavam desde a Roma antiga, época em que se deu a erupção do 
Vesúvio que soterrou a cidade de Pompeia. 
4) A autora do e-mail escreveu o texto para 
a) fazer um desabafo ao pai. 
b) falar do medo que sentiu em Pompeia. 
c) contar ao pai sua experiência em Pompeia. 
d) revelar ao pai sua angústia em Pompeia. 
 
5) Que expressão é utilizada pelo remetente para se dirigir ao destinatário do e-
mail? Que efeito de sentido ela provoca? 
R: A remetente utiliza “Papi”, forma carinhosa de se dirigir ao pai. 
 
6) O que mais chocou Bia em Pompeia? 
R: Em Pompeia, o que mais chocou Bia foram as pessoas petrificadas pela lava do 
vulcão no momento em que tentavam desesperadamente fugir ou se abrigar. 
 
7) Releia o trecho a seguir. 
“O vulcão ainda está lá, mas dizem que não joga mais lava. Espero que seja 
verdade!" 
• Nesse trecho do e-mail, o ponto de exclamação exprime ideia de 
a) ênfase. b) dúvida. 
c) questionamento. d) possibilidade. 
 
 
8) Releia o trecho e faça o que se pede. 
 "Você ia adorar Pompeia! Parece que a gente entrou numa máquina do 
tempo e voltou para a época dos romanos antigos. Tem ruas inteiras e vários 
prédios desse tempo: padarias com fornos, casas com jardins, lugares para banho 
e um enorme teatro." 
• A expressão destacada refere-se 
a) a máquina do tempo. b) aos lugares para banho. 
c) as ruas de Pompeia. d) a época dos romanos antigos. 
 
Releia o trecho. 
 "E a cidade [de Pompeia] só foi descoberta por acaso mais de mil e 
quinhentos anos depois por um homem que comprou um terreno e escavou para 
procurar mármore." 
• A principal informação desse trecho é 
a) a escavação realizada pelo homem que encontrou Pompeia. 
b) a descoberta, por acaso, de Pompeia. 
c) a compra de um terreno pelo homem que encontrou Pompeia. 
d) o ano de descoberta da cidade de Pompeia. 
10) Releia o trecho. 
“Elas viraram pedra do jeito que estavam: correndo, tentando se esconder ou 
gritando.” 
• Explique a razão dos termos em destaque estarem conjugados no 
gerúndio. 
R: O gerúndio indica que uma ação está em andamento. Por isso, ele foi usado 
para descrever o estado em que os habitantes de Pompeia foram transformados 
em pedra. 
 
 
 
Carta pessoal 
 O gênero carta pessoal é uma das mais antigas formas de comunicação entre 
pessoas próximas que, muitas vezes, se encontram distantes: famiíliares, amigos, 
colegas, entre outros. Quanto à estrutura composicional, a carta pessoal traz o 
local onde está a pessoa que a escreve, a data em que está escrevendo, seguidos 
de uma expressão de tratamento (querido amigo, caro colega, etc.) que varia 
conforme o grau de intimidade entre o remetente e o destinatário, mas que costuma 
ser informal. Ao finalizar a carta, o remetente se despede, também de acordo com 
o grau de proximidade que tem com o destinatário. 
 O tema das cartas pessoais é muito variado: pode ir de notícias sobre fatos 
corriqueiros e desabafos até anúncios de nascimento ou morte, relatos de viagem 
etc. 
 
Leia o texto a seguir e faça o que se pede. 
Washington, 7 de setembro de 1956. Sexta-feira, 10 horas a.m. 
Prezados senhor e senhora Erico Verissimo, 
 Como é do conhecimento dos senhores, meu marido e eu, não tendo 
infelizmente religião (por enquanto), criamos nossos filhos na ideia de Deus, mas 
sem lhes dar rituais definitivos, e à espera de que eles próprios mais tarde se 
definam. 
 Tendo terminado com algum esforço frase tão comprida, venho ao assunto 
principal que é o objetivo emocionado desta carta. Desejo perguntar-lhes se 
acreditam na possibilidade de padrinhos leigos. Eu acredito. No caso de o senhor E 
e de a senhora Fal também acreditarem, esta carta os convida, em nome de uma 
amizade perfeita, a serem padrinho e madrinha de Pedro e Paulo. A condição única 
é continuarem a gostar deles. 
 No caso de os senhores não aceitarem, sem ressentimentos. Mas a verdade 
é que, por três anos, vocês têm sido os padrinhos deles, que por tácito, espontâneo 
e comum acordo. Restaria apenas legalizar uma situação que aos poucos estava se 
tornando escandalosa. 
 Se eu disser que a ideia já me havia ocorrido mais de uma vez, os senhores 
hão de duvidar. Pois acreditem. Quando o senhor E. Verissimo aventou a hipótese, 
meu coração se rejubilou, e, quando o digo, não estou 
brincando. 
 Aí pois fica o nosso convite. A resposta deverá ser 
dada antes do embarque, pois, em caso de uma afirmativa, 
quero anunciá-la às crianças. 
 Na esperança de o convite ser aceito, ouso assinar 
 Comadre Clarice 
 (sempre tive secreta inveja da comadre Luísa) 
LISPECTOR, Clarice. Correspondências. Rio de Janeiro: Rocco, 2002. p. 209. 
* N.S.: Luísa Bertaso, mulher de Henrique Bertaso, era madrinha de Clarissa Verissimo, filha de 
Erico e Mafalda, e por isso conhecida como “a comadre”. 
 
 
1) Identifique no texto as informações solicitadas para completar o quadro. 
Destinatário (pessoa a 
quem é enviada a carta) 
O senhor e a senhora Erico Verissimo, ou 
seja, Erico Verissimo e a esposa Mafalda 
 
Remetente (pessoa que 
envia a carta) 
Clarice Lispector 
 
Saudação inicial Prezados senhor e senhora Erico 
Verissimo, 
 
Local de onde o 
remetente escreveu a 
carta 
Washington 
 
Assinatura Comadre Clarice 
 
 
2) No trecho “[..] esta carta os convida, em nome de uma amizade perfeita, a 
serem padrinho e madrinha de Pedro e Paulo. A condição única é continuarem a 
gostar deles.”, o termo em destaque se refere a 
a) Clarice e seu marido. 
b) Pedro e Paulo. 
c) Erico e sua esposa. 
d) padrinho e madrinha. 
 
3) Após a leitura do texto, é correto afirmar que a finalidade da remetente da 
carta era convidar o casal para 
a) uma visita. 
b) ser padrinho de seus filhos. 
c) ser padrinho de casamento. 
d) o casamento de um de seus filhos. 
 
4) Releia este trecho da carta: 
 “Washington, 7 de setembro de 1956. Sexta-feira, 10 horas a.m. 
 Prezados senhor e senhora Erico Verissimo, 
 Como é do conhecimento dos senhores, meu marido e eu, não tendo 
infelizmente religião (por enquanto), criamos nossos filhos na ideia de Deus, mas 
sem lhes dar rituais definitivos, e à espera de que eles próprios mais tarde se 
definam. 
 Tendo terminado com algum esforço frase tão comprida, venho ao assunto 
principal que é o objetivo emocionado desta carta. Desejo perguntar-lhes se 
acreditam na possibilidade de padrinhos leigos.[...]” 
 
• Dê exemplos de uso formal da linguagem tirados do trecho e, então, 
responda por que a carta utiliza tratamento formal para se dirigir aos seus 
interlocutores. 
R: Sugestão de resposta: O vocativo: “Prezados senhor e senhora Erico Verissimo”; 
a estrutura sintática e a colocação pronominal em “Desejo perguntar-lhes”; entre 
outros. Os alunos podem justificar que o tratamento formal foi utilizado por conta 
da época em que a carta foi escrita ou até mesmo o tipo de pedido: o convite de 
Clarice Lispector para que o casal Verissimo seja padrinho de seus filhos. 
 
5) No trecho “Desejo perguntar-lhes se acreditam na possibilidade de padrinhos 
leigos:, a palavra em destaque pode ser substituída, sem comprometer o sentido, 
por 
a) inexperientes. c) sem vínculo religioso. 
b) não diplomados. d) ignorantes. 
º Releia o trecho: 
"Se eu disser que a ideia já me havia ocorrido mais de uma vez, os senhores hão de 
duvidar. Pois acreditem. Quando o senhor E. Verissimo aventou a hipótese, meu 
coração se rejubilou, e, quando o digo, não estou brincando." 
• Transcreva a parte que indica a opinião da autora da carta sobre o fato de 
que ela já havia pensado outras vezes em fazer o convite aocasal. 
R: “Os senhores hão de duvidar.” 
 
7) Por que a escritora teria assinado a carta como “Comadre Clarice”? 
R: A escritora provavelmente assinou a carta como “Comadre Clarice” para 
expressar a Erico e a sua mulher quanto ela desejava que eles aceitassem seu 
convite para serem os padrinhos dos filhos dela. 
 
8) Releia este trecho. 
 "Na esperança de o convite ser aceito, ouso assinar Comadre Clarice 
(sempre tive secreta inveja da comadre Luísa)" 
• Sobre a frase que aparece entre parênteses, é correto afirmar que a autora 
a) estava magoada com o casal. 
b) não gostava da comadre Luísa. 
c) revelou um segredo sobre a comadre Luísa. 
d) reforça o desejo de ser também comadre do casal. 
 
 
Carta de reclamação 
 A carta de reclamação é um gênero em que o remetente descreve a 
ocorrência de um problema com o objetivo de obter solução para ele. Caracteriza-
se como um texto argumentativo, já que é preciso que o autor da carta justifique as 
razões de sua insatisfação e, ao mesmo tempo, convença o destinatário a 
solucionar a questão apresentada. Assim, a linguagem deve ser clara e persuasiva, 
além de obedecer à norma-padrão. É importante que a carta de reclamação 
contenha a identificação do remetente e dados para que a instituição a que se dirige 
tenha condições de contatá-lo. 
 
Leia o texto a seguir e faça o que se pede. 
 
Brasília, 30 de julho de 2019. 
 Prezados senhores, 
 No início deste mês, precisamente no dia 2, comprei jogos de video game, em 
seu site, para meu filho. Até hoje, dia 30 de julho, os produtos não chegaram. 
 Entrei em contato com o serviço de atendimento ao consumidor da empresa, 
e lá me informaram que a compra foi cancelada porque meu cartão não foi aceito.
 
 Segue anexa, então, uma cópia do extrato da fatura do meu cartão de crédito, 
provando que o valor da mercadoria foi, sim, debitado. 
 Estou bastante insatisfeita com os serviços prestados pela empresa, visto 
que, além de não enviarem as mercadorias na data prometida, vocês ainda 
respondem como se o erro fosse do consumidor, e não de vocês. Afinal, uma 
empresa respeitável, com um nome a zelar, certamente não teria esse tipo de 
conduta. 
 O que vejo é uma empresa mal-intencionada, que lesa o consumidor sem 
sequer se desculpar. Um desrespeito! 
 Aguardo, portanto, o estorno de 400 reais, valor pago pelos jogos, e espero 
que vocês se retratem pelo ocorrido. 
Grata, 
Inês D. C. 
Texto elaborado para fins didáticos. 
1) As palavras produto e mercadoria substituem qual outra na carta? 
R: Essas palavras são usadas para substituir o termo “jogos de video game”. 
 
2) Qual é o motivo da reclamação feita na carta? 
a) Falta um dos jogos de video game. 
b) Os jogos de video game foram entregues com defeito. 
c) Os produtos comprados ainda não foram recebidos. 
d) O pagamento pelos produtos não foi efetuado. 
 
3) O que o consumidor solicita por meio da carta de reclamação? 
a) Que o envio do produto seja feito. 
b) Que ele possa realizar a compra de outro produto de mesmo valor no site. 
c) Que ele receba créditos para realizar uma compra futura no site. 
d) Que seja efetuado o estorno do valor da compra. 
 
4) Que argumento é utilizado pela autora da carta para justificar sua insatisfação 
com os serviços prestados pela empresa? 
R: A autora da carta argumenta que a empresa cometeu um erro. Ela explica que 
fez contato para reclamar sobre o fato de não ter recebido o produto comprado e 
recebeu como resposta que o pagamento não tinha sido autorizado pela 
operadora do cartão de crédito; contudo, isso não se confirma, pois ela tem o 
comprovante de pagamento. 
5) Reescreva o trecho a seguir, substituindo a palavra em destaque por outra 
de mesmo valor semântico. 
 "Aguardo, portanto, o estorno de 400 reais, valor pago pelos jogos, e espero 
que vocês se retratem pelo ocorrido." 
R: Resposta variável. Os alunos podem substituir a conjunção por então, dessa 
forma, assim, entre outras expressões. 
 
6) A autora escreve essa carta para 
a) elogiar o serviço prestado pela empresa. 
b) agradecer a solução dada ao problema da entrega dos jogos de video game. 
c) exigir uma solução para o problema da não entrega dos jogos de video game. 
d) questionar a empresa sobre a data de entrega dos jogos de video game. 
 
Releia o trecho e responda às atividades 7 e 8. 
"O que vejo é uma empresa mal-intencionada, que lesa o consumidor sem sequer 
se desculpar. Um desrespeito!" 
7) O trecho demonstra que Inês está 
a) satisfeita com os serviços da empresa. 
b) entristecida com o desrespeito demonstrado pela empresa. 
c) grata com o atendimento oferecido pela empresa. 
d) descontente com os serviços da empresa. 
 
 
 
8) Leia agora um verbete, para observar alguns sentidos do verbo lesar. 
 
 Disponível em: <http://www.aulete.com.br/lesar>. Acesso em: 20 set. 2019. 
• O sentido que corresponde ao do verbo lesar, no trecho da carta que você 
leu é 
a) o primeiro, pois a autora da carta se sentiu ferida com o ocorrido. 
b) o segundo, porque se trata de uma agressão moral. 
c) o terceiro, já que a consumidora teve um direito violado. 
d) o quarto, porque a empresa cometeu fraude. 
9) Releia o final da carta e localize a expressão de agradecimento que foi utilizada. 
Trata-se de uma linguagem formal. Justifique esse uso. 
R: A autora da carta utiliza a expressão Grata, que mantém o tom de cortesia de 
toda a carta e é adequada pelo fato de não revelar relação de proximidade com o 
interlocutor. 
10) O trecho que contém uma das principais informações do texto é 
a) "No início deste mês, precisamente no dia 2, comprei jogos de video game, em 
seu site, para meu filho. Até hoje, dia 30 de julho, os produtos não chegaram. ” 
b) “O que vejo é uma empresa mal-intencionada, que lesa o consumidor sem 
sequer se desculpar. Um desrespeito!” 
c) “L..] além de não enviarem as mercadorias na data prometida, vocês ainda 
respondem como se o erro fosse do consumidor, e não de vocês:" 
d) “Afinal, uma empresa respeitável, com um nome a zelar, certamente não teria 
esse tipo de conduta ” 
 
 
Conto 
 O conto é um gênero literário que se caracteriza por narrar uma história 
geralmente ficcional, ou seja, que é fruto da imaginação do autor. Trata-se de uma 
narrativa não muito extensa, com poucas personagens e enredo simples: a 
história apresenta determinado momento ou situação na vida de uma ou mais 
personagens. Por ser um texto literário, o conto pode ser escrito no estilo e na 
linguagem que o contista considerar adequados para se expressar. É publicado 
principalmente em livros, jornais, revistas e na internet. 
 
 
Leia o texto a seguir e faça o que se pede. 
O homem nu 
Fernando Sabino 
 Ao acordar, disse para a mulher: 
 — Escuta, minha filha: hoje é dia de 
pagar a prestação da televisão, vem aí o 
sujeito com a conta, na certa. Mas acontece 
que ontem eu não trouxe dinheiro da cidade, 
estou a nenhum. 
 — Explique isso ao homem — ponderou a 
mulher. 
 — Não gosto dessas coisas. Dá um ar de 
vigarice, gosto de cumprir rigorosamente as 
minhas obrigações. Escuta: quando ele vier, a gente fica quieto aqui dentro, não 
faz barulho, para ele pensar que não tem ninguém. Deixa ele bater até cansar — 
amanhã eu pago. 
 Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar 
banho, mas a mulher já se trancara lá dentro. Enquanto esperava, resolveu fazer 
um café. Pôs a água a ferver e abriu a porta de serviço para apanhar o pão. Como 
estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para outro antes 
de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo padeiro sobre o 
mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia aparecer ninguém. Mal 
seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com estrondo, 
impulsionada pelo vento. 
 Aterrorizado, precipitou-se até a campainha e, 
depois de tocá-la, ficouà espera, olhando 
ansiosamente ao redor. Ouviu lá dentro o ruído da 
água do chuveiro interromper-se de súbito, mas 
ninguém veio abrir. Na certa a mulher pensava que já 
era o sujeito da televisão. Bateu com o nó dos dedos.
 
 — Maria! Abre aí, Maria. Sou eu — chamou, em 
voz baixa. 
 Quanto mais batia, mais silêncio fazia lá dentro. 
 Enquanto isso, ouvia lá embaixo a porta do 
elevador fechar-se, viu o ponteiro subir lentamente os 
andares... Desta vez, era o homem da televisão! 
 Não era. Refugiado no lanço de escada entre os andares, esperou que o 
elevador passasse, e voltou para a porta de seu apartamento, sempre a segurar 
nas mãos nervosas o embrulho de pão: 
 — Maria, por favor! Sou eu! 
 Desta vez não teve tempo de insistir: ouviu passos na escada, lentos, 
regulares, vindos lá de baixo... Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma 
pirueta, e assim despido, embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e 
mal ensaiado. Os passos na escada se aproximavam, e ele sem onde se esconder. 
Correu para o elevador, apertou o botão. Foi o tempo de abrir a porta e entrar, e a 
empregada passava, vagarosa, encetando a subida de mais um lanço de escada. 
 
Ele respirou aliviado, enxugando o suor da testa com o embrulho de pão. Mas eis 
que a porta interna do elevador se fecha e ele começa a descer. 
 — Ah, isso é que não! — fez o homem nu, sobressaltado. 
 E agora? Alguém lá embaixo abriria a porta do elevador e daria com ele ali, 
em pelo, podia mesmo ser algum vizinho conhecido... Percebeu, desorientado, 
que estava sendo levado cada vez para mais longe de seu apartamento, começava 
a viver um verdadeiro pesadelo de Kafka, instaurava-se naquele momento o mais 
autêntico e desvairado Regime do Terror! 
 — lsso é que não! — repetiu, furioso. 
 Agarrou-se à porta do elevador e abriu-a com força entre os andares, 
obrigando-o a parar. Respirou fundo, fechando os olhos, para ter a momentânea 
ilusão de que sonhava. Depois experimentou apertar o botão de seu andar. Lá 
embaixo continuavam a chamar o elevador. Antes de mais nada: “Emergência: 
parar”. Muito bem. E agora? Iria subir ou descer? Com cautela desligou a parada 
de emergência, largou a porta, enquanto insistia em fazer o elevador subir. O 
elevador subiu. 
 — Maria! Abre esta porta! — gritava, desta vez esmurrando a porta, já seêm 
nenhuma cautela. Ouviu que outra porta se abria atrás de si. Voltou-se, acuado, 
apoiando o traseiro no batente e tentando inutilmente cobrir-se com o embrulho 
de pão. Era a velha do apartamento vizinho: 
 — Bom dia, minha senhora — disse ele, confuso. — Imagine que eu... 
 A velha, estarrecida, atirou os braços para cima, soltou um grito: 
 — Valha-me Deus! O padeiro está nu. 
 E correu ao telefone para chamar a radiopatrulha: 
 — Tem um homem pelado aqui na porta! 
 Outros vizinhos, ouvindo a gritaria, vieram ver o que se passava: 
 — É um tarado! 
 — Olha, que horror! 
 — Não olha não! Já pra dentro, minha filha! 
 Maria, a esposa do infeliz, abriu finalmente a porta para ver o que era. Ele 
entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se lembrar do 
banho. Poucos minutos depois, restabelecida a calma lá fora, bateram na porta. 
 — Deve ser a polícia — disse ele, ainda ofegante, indo abrir. Não era: era o 
cobrador da televisão. 
SABINO, Fernando. O homem nu. Em: MORICONI, Ítalo (Org.). Os cem melhores contos brasileiros 
do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p. 249-251. 
Releia. 
 "Como estivesse completamente nu, olhou com cautela para um lado e para 
outro antes de arriscar-se a dar dois passos até o embrulhinho deixado pelo 
padeiro sobre o mármore do parapeito. Ainda era muito cedo, não poderia 
aparecer ninguém.” 
• De acordo com o trecho, pode-se inferir que o homem 
a) foi cauteloso. 
b) teve dificuldade de se aproximar do pacote de pão. 
c) viu o padeiro. 
d) concluiu que poderia se arriscar. 
 
2) Descreva o protagonista do conto. 
R: O protagonista é um homem que gosta de cumprir suas obrigações 
rigorosamente, mas não está com dinheiro para pagar a prestação da TV. Ele vive 
com a esposa em um prédio. 
3) Nos textos narrativos, geralmente o enredo apresenta a seguinte sequência: 
1. Situação inicial: apresentação de uma ou mais personagens e de um fato que os 
envolve, além de informações sobre o momento e o lugar em que os fatos 
ocorrem. 
2. Conflito: um problema que contrasta com o que acontecia até então, o que 
desencadeia novos acontecimentos. 
3. Clímax: momento em que a situação de conflito atinge o auge. 
4. Desfecho: o problema é de alguma forma solucionado, o que leva ao fim da 
história. 
• No conto lido, que situação representa o conflito? 
R: O fato de o homem ficar preso, nu, do lado de fora do apartamento. 
 
4) Por que Maria demorou para abrir a porta do apartamento para o marido? 
a) Porque ela estava no banho e não escutou o marido tocar a campainha e bater 
na porta. 
b) Porque ela havia saído para pagar a prestação da televisão, antes que o 
cobrador chegasse. 
c) Porque ela pensou que fosse o cobrador, e o casal havia combinado de não 
abrir a porta para ele. 
d) Porque queria castigá-lo por não ter pagado a prestação da televisão no dia 
certo. 
5) Em “Ele entrou como um foguete e vestiu-se precipitadamente, sem nem se 
lembrar do banho”, a palavra destacada no contexto, refere-se 
a) ao modo como ele se vestiu. 
b) ao momento em que ele resolveu não tomar banho. 
c) à causa da aflição que a personagem sentia. 
d) ao lugar para onde o homem foi. 
 
6) No trecho reproduzido abaixo, qual é o efeito de sentido provocado pela palavra 
destacada? 
"Tomado de pânico, olhou ao redor, fazendo uma pirueta, e assim despido, 
embrulho na mão, parecia executar um ballet grotesco e mal ensaiado." 
 
R: A palavra destacada reforça o humor presente no texto, dando ao leitor uma 
ideia do desespero e de quão desajeitada e embaraçada está a personagem 
diante da situação que está vivendo, ao realizar uma “coreografia” oposta à de um 
espetáculo de ballet, em que os movimentos são leves e coordenados. Lembre aos 
alunos que ballet aparece em itálico no conto por ser uma palavra de origem 
francesa. 
 
7) Em “Refugiado no lanço de escada entre os andares, esperou que o elevador 
passasse [...]”, qual é o sentido da palavra destacada? 
R: No contexto, essa palavra tem o sentido de escondido/abrigado/protegido. 
 
8) No conto, é comum o uso de verbos no pretérito. 
• Em relação ao momento da leitura, os fatos narrados no conto já 
aconteceram, estão acontecendo ou ainda vão acontecer? Dê três 
exemplos para justificar sua resposta. 
R: Os fatos narrados no conto já aconteceram. Exemplos: disse, dirigiu-se, 
resolveu, fechou-se, esperou, viu etc. 
9) Em “Pouco depois, tendo despido o pijama, dirigiu-se ao banheiro para tomar 
banho, mas a mulher já se trancara lá dentro.”, qual é o papel da forma verbal 
destacada na indicação da ordem dos acontecimentos? 
R: O verbo trancar conjugado no pretérito mais-que-perfeito indica que a ação de 
se trancar no banheiro, praticada pela mulher, ocorreu antes de o homem se 
despir e se dirigira esse cômodo. 
10) Assinale o trecho que representa a parte principal para o desenvolvimento da 
história. 
a) “— Escuta, minha filha: hoje é dia de pagar a prestação da televisão, vem aí o 
sujeito com a conta, na certa. Mas acontece que ontem eu não trouxe dinheiro da 
cidade, estou a nenhum.” 
b) “Escuta: quando ele vier, a gente fica quieto aqui dentro, não faz barulho, para 
ele pensar que não tem ninguém!” 
c) “Enquanto esperava, resolveu fazer um café” 
d) "Mal seus dedos, porém, tocavam o pão, a porta atrás de si fechou-se com 
estrondo, impulsionada pelo vento! 
 
11) Explique o desfecho do conto e dê uma opinião sobre ele. 
R: Quando finalmente a mulher abre a porta e o homem pode se vestir, chega o 
cobrador da prestação da televisão. 
 
 
Conto popularO conto popular tem origem na tradição oral, em histórias que eram 
transmitidas de geração em geração. Trata-se de um gênero da esfera literária e 
consiste em uma narrativa curta, com poucas personagens. Geralmente, os fatos 
narrados apresentam uma sequência com quatro momentos marcantes: situação 
inicial, conflito, clímax e desfecho. 
 
Leia o texto a seguir e faça o que se pede. 
Os três companheiros 
Cícero Salvino de Oliveira 
 Um bombeiro, um soldador e um ladrão eram muito amigos e resolveram 
viajar por esse mundo para melhorar a vida. Tinham eles um cavalo encantado que 
respondia todas as perguntas. 
 Chegaram a um reinado onde toda a gente estava triste porque a princesa 
fora furtada por uma serpente que morava no fundo do mar. Os três companheiros 
acharam que podiam fazer essa façanha e consultaram o cavalo. Este mandou 
soldador fazer um bote de folha de flandres. Meteram-se nele e fizeram-se de vela.
 
 Depois de muito navegar, deram num ponto que era o palácio da serpente. 
Quem ia descer? O bombeiro não quis nem o soldador. O ladrão agarrou-se na 
corda que os outros seguravam e lá se foi para baixo. Pisando no chão, viu um 
palácio enorme guardado por uma serpente que estava de boca aberta. 
 O ladrão subiu depressa, morrendo de medo. Voltaram para casa e foram 
perguntar ao cavalo o que era possível fazer. O cavalo ensinou que a serpente 
dormia de boca aberta e quando estava acordada ficava com a boca fechada. 
Debaixo da cauda tinha a chave do palácio. Quem tirasse a chave, abrisse a porta, 
encontrava logo a princesa. Os três amigos 
tomaram o bote de folha de flandres e lá se foram 
para o mar. 
 Chegando no ponto, os dois não queriam 
descer. O ladrão desceu e, como estava 
habituado, furtou a chave tão de mansinho que a 
serpente não acordou. Abriu a porta, entrou, foi 
ao salão, encontrou a princesa, disse que vinha 
buscá-la e saíram os dois até a corda. Agarraram-
se e os dois puxaram para cima. Largaram vela e 
o bote navegou para terra. 
 Quando estavam no meio dos mares, a 
serpente apareceu em cima d'água, que vinha feroz. Que se faz? Era a morte certa.
 
 — Deixa vir — disse o bombeiro. 
 Quando a serpente chegou mais para perto, o bombeiro tirou uma bomba e 
jogou em cima da serpente. À bomba estourou e a serpente virou bagaço. Na luta, 
o bote furou-se e a água estava entrando de mais a mais, ameaçando ir tudo para o 
fundo do mar. Que se faz? Morte certa! 
 — Deixe comigo — disse o soldador. 
 
 Tirou seus ferros e soldou todos os buracos e o bote navegou a salvamento 
até a praia. 
 Chegaram no reinado recebidos com muitas festas pelo rei e pelo povo. O rei 
deu muito dinheiro aos três, mas o ladrão, o bombeiro e o soldador queriam casar 
com a princesa. 
 — Se não fosse eu, a princesa estava com a serpente! — dizia o ladrão. 
 — Se não fosse eu, a serpente devorava todos — dizia o bombeiro. 
 — Se não fosse eu, iam todos para o fundo do 
mar! — dizia o soldador. 
 Discute e discute, briga e briga, finalmente a 
princesa escolheu o ladrão, que era seu salvador, e 
este pagou muito dinheiro aos dois companheiros. O 
ladrão casou e mudou de vida e todos viveram 
satisfeitos. 
OLIVEIRA, Cícero Salvino de. Os três companheiros. Em: 
CASCUDO, Luís da Câmara. 
Contos tradicionais do Brasil: folclore. 13. ed. São Paulo: Global, 2004. p. 86-87. 
1) Quais são as personagens principais desse conto? 
R: O bombeiro, o soldador e o ladrão. 
 
2) Quem conseguiu tirar a princesa de dentro do palácio da serpente? 
R: O ladrão. 
 
3) Escreva qual foi o conflito que originou a história. 
R: O conflito gerador do texto foi o rapto da princesa por uma serpente que morava 
em um palácio embaixo do mar. 
 
4) Releia. 
"Quando estavam no meio dos mares, a serpente apareceu em cima d'água, que 
vinha feroz." 
• O que motivou a serpente a subir à superfície da água? 
R: O fato de o ladrão ter libertado a princesa. 
 
5) No trecho “A bomba estourou e a serpente virou bagaço:, a expressão significa 
que a serpente 
a) foi amassada. b) ficou cansada. 
c) ficou destruída. d) foi afastada. 
6) Qual das personagens venceu seu medo e enfrentou o perigo? 
a) O ladrão. b) O soldador. 
c) O bombeiro. d) A princesa. 
 
7) Releia as falas a seguir. 
"— Se não fosse eu, a princesa estava com a serpente! — dizia o ladrão. 
— Se não fosse eu, a serpente devorava todos — dizia o bombeiro. 
— Se não fosse eu, iam todos para o fundo do mar! — dizia o soldador.” 
• Qual é a função do travessão no trecho destacado? 
R: O travessão serve tanto para introduzir as falas das personagens como para 
indicar a passagem do discurso direto para o indireto. 
 
Releia o último parágrafo do texto para responder às atividades 8 e 9. 
“"Discute e discute, briga e briga, finalmente a princesa escolheu o ladrão, que 
era seu salvador, e este pagou muito dinheiro aos dois companheiros. O ladrão 
casou e mudou de vida e todos viveram satisfeitos." 
8) Que efeito de sentido ocorre com a repetição das formas verbais destacadas 
nesse trecho? 
R: A repetição indica que a discussão e a briga duraram muito tempo. 
 
9) No desfecho do conto, qual é a informação principal dada sobre o ladrão? 
R: A informação de que ele casou com a princesa e mudou de vida. 
 
10) Nos textos de tradição oral, é comum a narrativa deixar implícito um 
ensinamento. Que ditado popular está de acordo com a lição que se pode 
entender com base na história? 
a) Quem não tem cão caça com gato. 
b) Em terra de cego, quem tem um olho é rei. 
c) Cada macaco no seu galho. 
d) A união faz a força. 
 
11) Releia a introdução do conto. 
 "Um bombeiro, um soldador e um ladrão eram muito amigos e resolveram 
viajar por esse mundo para melhorar a vida. Tinham eles um cavalo encantado que 
respondia todas as perguntas. 
 Chegaram a um reinado onde toda a gente estava triste porque a princesa 
fora furtada por uma serpente que morava no fundo do mar.” 
• No conto, o narrador é também personagem ou conta a história sem 
participar dela? 
R: O narrador apenas conta a história, sem participar dela como personagem. 
 
 
12) Releia. 
“Tirou seus ferros e soldou todos os buracos e o bote navegou a salvamento até a 
praia.” 
“O ladrão casou e mudou de vida e todos viveram satisfeitos." 
• Histórias como essa muitas vezes são registro de narrativas que têm 
origem na cultura oral e são contadas de geração em geração. Por isso, os 
textos mantêm marcas de oralidade, ou seja, são escritos com linguagem 
que se aproxima da fala. Nos trechos citados, de que maneira isso ocorre? 
R: Espera-se que os alunos percebam que a repetição do “e” representa uma 
marca de oralidade. 
Mito 
 O mito é uma história criada e transmitida oralmente que pode explicar, em 
diferentes culturas e tempos, a origem de fenômenos naturais e de 
comportamentos humanos. As personagens costumam ser deuses, 
semideuses, heróis e seres fantásticos. Para representar esses seres, nossos 
antepassados imaginaram diversos universos e sociedades diferentes. A 
criação do mundo, por exemplo, é base para várias histórias mitológicas. É por 
meio delas que nós, até hoje, temos conhecimentos sobre a cultura e a 
imaginação de nossos antepassados. 
 
Leia o texto a seguir e responda ao que se pede. 
Eco e Narciso 
Samir Meserani 
 Era uma ninfa conhecida por sua inteligência e pelo gosto de falar. 
Acompanhava a deusa Diana em suas caçadas e era muito querida. Mas tinha um 
defeito: nas discussões gostava sempre de ter a última palavra. Além disso, era 
muito “fofoqueira” e numa de suas “fofocas” desagradou à deusa Juno, que assim 
a condenou: 
 — De hoje em diante você perderá a fala, a não ser para o que tanto gosta: 
dizer a última palavra. Mas terá que repetir a palavra de outra pessoa. 
 Eco, então, só conseguia repetir a última palavra de falas que ouvia de outras 
pessoas. E, quando estava cansada,repetia apenas as sílabas finais. 
 Um dia, estava passeando pelos bosques quando viu um rapaz famoso em 
toda a Grécia por sua beleza, Narciso. Narciso era filho de uma ninfa das águas, 
Liríope, e vivia solitário. Ao vê-lo, Eco imediatamente se apaixonou. Pôs-se a segui-
lo, escondida nas matas. Narciso percebeu que alguém o seguia e perguntou em 
voz alta: 
 — Quem está me seguindo? — E Eco respondeu: 
 — Seguindo...? ... iindo...? 
 Narciso olhava em direção à mata de onde parecia vir a voz e dizia: 
 — Onde você se esconde? — E ouvia a voz dizer: 
 — Esconde...? ... ooonde...? 
 
 Até que Narciso se cansou e parou de falar. Mas um dia, ouvindo um barulho 
de pisadas nos gravetos, disse: 
 — Venha, vamo-nos encontrar. — E Eco respondeu: 
 — Encontrar... aaar... 
 Animada por esse convite, a ninfa saiu de trás da árvore em que se escondia 
e veio encontrar Narciso pronta para abraçá-lo. Mas o jovem a olhou e evitou o 
abraço. Triste — sem nada poder dizer e mais ainda sob o peso da rejeição —, ela 
saiu correndo para uma caverna, onde ficou chorando, sem comer e sem beber. 
Aos poucos foi definhando. Seu corpo foi perdendo as carnes e os ossos acabaram 
se transformando em pedras. 
 Só restou sua voz, que até hoje se esconde nas cavernas rochosas e repete 
as palavras que perto delas são ditas, ressoando ou “fazendo eco”. 
 Após o triste episódio da ninfa Eco, outras ninfas tentaram se aproximar de 
Narciso. Mas eram todas tratadas com indiferença, rejeitadas. Solitário, vagando 
pelos bosques, ele não conseguia entender por que causava tantas paixões, pois 
jamais tinha visto seu próprio rosto. 
 Uma das ninfas rejeitadas por Narciso desejou, então, que ele também viesse 
a sentir a dor da rejeição, do amor não correspondido. Uma deusa chamada 
Vingança ouviu esse desejo e prometeu realizá-lo. 
 Um dia Narciso estava caçando quando viu uma fonte que deixava cair suas 
límpidas águas formando um pequeno lago. Como ele estivesse com sede, curvou-
se para beber a água do lago. Foi quando viu seu rosto refletido nas águas. 
 Olhando para aquela linda imagem, por ela se apaixonou, sem entender que 
era ele próprio. Com uma das mãos tentou fazer um carinho na imagem mas ela logo 
se desfez. Frustrado, ele perguntou: 
 — Mas por que me rejeita se tantas ninfas me desejam? Será que meu rosto é 
tão feio que assusta você? 
 Tentou, então, beijar a imagem refletida na água, mas esta se desfez ao toque 
de seus lábios. Afastou-se da água e a imagem reapareceu. Narciso, não 
suportando a rejeição, começou a chorar e suas lágrimas desfizeram a imagem. 
 Chorando, ele perguntou: 
 — Fale, pelo amor dos deuses, por que você foge de mim? 
 — E ouviu uma voz ecoando de uma rocha próxima à fonte: 
 — .. foge de miiiim? 
 Era a ninfa Eco. Narciso, então, após dias de sofrimento junto ao lago, sem 
comer e sem ao menos beber água, começou a definhar, até morrer. No lugar onde 
ficou seu corpo nasceu uma linda flor de nome narciso, às margens do lago. Quando 
o vento sopra, a flor se curva e parece ver seu reflexo nas águas. 
MESERANI, Samir. Os incríveis seres fantásticos. São Paulo: FTD, 1993. 
 
1) Os mitos criados pela cultura greco-romana muitas vezes tinham a função de 
transmitir ensinamentos, a fim de fazer as pessoas refletirem sobre suas atitudes. 
Outras vezes, esclareciam fenômenos da natureza ainda não explicados pela 
ciência na época em que as histórias surgiram. Em que caso se encaixa o mito de 
Narciso? E o de Eco? 
 
R: A história de Narciso transmite um ensinamento porque faz as pessoas refletirem 
sobre O excesso de vaidade. A história de Eco explica a repetição de sons 
denominada eco. 
2) A sociedade contemporânea é considerada narcisista. Com base nisso, que 
relação é possível estabelecer entre o mito “Eco e Narciso” e a sociedade em que 
vivemos? 
R: Espera-se que os alunos mencionem os vários comportamentos narcisistas que 
nos rodeiam, como a exibição nas redes sociais, selfies, entre outros. 
3) Nos mitos, é comum a existência de personagens sobrenaturais, isto é, fora do 
comum, que realizam ações impossíveis para os seres humanos. No texto, quais são 
essas personagens? Cite dois exemplos. 
R: Os alunos podem citar as ninfas, que, na mitologia, são divindades femininas que 
habitavam rios, fontes, bosques e montanhas; as deusas Diana, Juno e Vingança; e 
Narciso. 
 
4) Em “Aos poucos foi definhando”, o termo em destaque significa 
a) enfraquecendo. c) apaixonando-se. 
b) dormindo. d) fortalecendo-se. 
 
5) O trecho “Mas o jovem a olhou e evitou o abraço estabelece com as ideias 
que o antecedem uma relação de 
a) finalidade. b) adversidade. 
b) comparação. d) explicação. 
 
6) Segundo o texto, a ninfa Eco foi castigada porque 
a) gostava sempre de ter a última palavra. 
b) era muito querida. 
c) era muito inteligente. 
d) desagradou a deusa Juno ao fazer fofoca. 
 
7) No trecho “Animada por esse convite, a ninfa saiu de trás da árvore em 
que se escondia e veio encontrar Narciso pronta para abraçá-lo”, o termo 
em destaque se refere a 
a) Eco. c) Diana. 
b) Liríope. d) Juno. 
 
 
8) Releia este parágrafo do texto. Qual é a parte mais importante desse trecho? 
"Um dia Narciso estava caçando quando viu uma fonte que deixava 
cair suas límpidas águas formando um pequeno lago. Como ele 
estivesse com sede, curvou-se para beber a água do lago. Foi 
quando viu seu rosto refletido nas águas. Olhando para aquela linda 
imagem, por ela se apaixonou, sem entender que era ele próprio. 
Com uma das mãos tentou fazer um carinho na imagem mas ela logo 
se desfez." 
R: Espera-se que os alunos percebam que a parte principal do trecho é aquela em 
que Narciso vê a própria imagem refletida na água e por ela se apaixona, o que pode 
ser identificado em: “Foi quando viu seu rosto refletido nas águas. Olhando para 
aquela linda imagem, por ela se apaixonou, sem entender que era ele próprio.”. 
 
Leia o texto a seguir e responda às atividades 10 e 11. 
Mitologia 
 [...] 
 Diferentes povos criaram diferentes explicações sobre o mundo. Porém, 
todos os mitos nasceram para tentar responder a algumas curiosidades básicas do 
ser humano, por exemplo: como o mundo foi criado? Como começou a vida na 
Terra? Por que o mal existe no mundo? 
 Os mitos explicam de vários modos as origens da Terra. Muitas culturas 
acreditam que um deus todo-poderoso foi o criador do mundo. Por exemplo, um 
mito do povo polinésio diz que o deus lo formou o mundo a partir da água e da 
escuridão. Os antigos habitantes das terras geladas que hoje fazem parte do norte 
da Europa acreditavam que a névoa foi a primeira coisa a ser criada. De acordo com 
as tradições da Escandinávia, a névoa fluiu ao longo de doze rios e congelou, 
preenchendo o vazio do mundo com muitas camadas de gelo; mais tarde, esse gelo 
foi derretido por um vento quente. Outras culturas, como a do povo arapaho, da 
América do Norte, e as civilizações do Egito e do Japão, consideravam os humanos 
descendentes de um deus Sol. 
 [...] 
 Muitos outros mitos falam dos deuses, discutindo seu nascimento, seus 
poderes especiais e as vitórias sobre monstros ou inimigos. Muitas culturas 
também têm mitos sobre heróis de força ou inteligência espantosa. Por exemplo, 
mitos gregos antigos contam que o valente guerreiro Héracles (conhecido pelos 
romanos como Hércules) realizou doze tarefas quase impossíveis. Na China, diz-se 
que o herói Vi salvou o país drenando a terra depois de uma colossal inundação. 
 [...] 
 Os egípcios antigos tinham muitos deuses. Alguns se pareciam com gente, e 
outros, com animais. O deus Anúbis, que lembrava um cão, era o deus dos mortos. 
Rá (ou Rê) era o deus do Sol. Durante algum tempo, um governante chamado 
Amenófis IV (ou Amenotep IV) determinou que o Sol fosse o único deus. Chamou-o 
de Aton e mudou seu próprio nome para Akhenaton, ou Ikhnaton.Mas, depois da 
 
sua morte, os outros deuses voltaram a ser adorados. 
 Os gregos antigos cultuavam doze deuses principais. Eles acreditavam que 
esses deuses viviam no monte Olimpo. Ao longo do tempo, diferentes deuses 
compuseram esse grupo, mas Zeus nunca deixou de ser o rei de todos. 
 .A maioria dos mitos gregos nunca foi registrada por escrito, mas alguns 
deles ficaram preservados em poemas e peças de teatro. Os mais antigos desses 
textos são a Ilíada e a Odisseia, poemas épicos do século VIII a.C. ou IX a.C. O poeta 
Homero é considerado o escritor dessas obras. Elas falam principalmente sobre 
eventos ligados à Guerra de Troia e sobre as ações dos deuses. Os mitos 
influenciaram não apenas a literatura, mas também as ideias dos filósofos gregos.
 
 Os romanos antigos tomaram emprestada dos gregos grande parte da 
mitologia, dando nomes novos a muitos dos deuses gregos. Por exemplo, Zeus 
passou a ser conhecido como Júpiter. O grande poeta romano Ovídio preservou 
esses mitos em seus trabalhos. As histórias tornaram-se inspiração para poemas, 
peças de teatro, pinturas e outras obras de arte que são conhecidas por muitas 
pessoas, especialmente na Europa e nas Américas. 
PORTAL Britannica Escola. Enciclopédia escolar. Disponível em: 
<https://escola.britannica.com.br/artigo/mitologia/481998>. Acesso em: 15 out. 2019. 
10) Qual é o objetivo principal do texto “Mitologia”? 
a) Narrar uma história fictícia sobre a origem da mitologia. 
b) Instruir o leitor sobre como pesquisar a história romana. 
c) Apresentar conhecimentos e saberes sobre a mitologia. 
d) Criar uma mitologia contemporânea. 
 
2) Leia novamente este trecho do texto. 
 "L..] mitos gregos antigos contam que o valente guerreiro Héracles 
(conhecido pelos romanos como Hércules) realizou doze tarefas quase impossíveis. 
[....] 
 Rá (ou Rê) era o deus do Sol. Durante algum tempo, um governante chamado 
Amenófis IV (ou Amenotep IV) determinou que o Sol fosse o único deus." 
• Para que os parênteses foram utilizados no trecho acima? 
R: Para introduzir explicações sobre os diferentes nomes que as personagens 
Hércules e Rá e o governante Amenófis receberam. 
 
 
 
 
 
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