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PEÇA 3 - réplica direito do consumidor cível

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CÍVEL DE VILA VELHA – COMARCA DA CAPITAL – ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Processo nº XXX
Autor: RITA 
Réus: VIA VAREJO S.A E ITAU SEGUROS S.A
RITA, já devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem a presença de Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada abaixo assinada, apresentar 
RÉPLICA
às contestações, pelos fatos e fundamentos jurídicos adiante aduzidos:
1) DA TEMPESTIVIDADE
Salienta-se que a presente réplica é devidamente tempestiva, haja vista que o prazo para sua apresentação é de 15 (quinze) dias úteis, contados da intimação do autor, sendo que o Escritório de Prática Jurídica – NUPRAJUR/UVV, goza da prerrogativa prevista no §3º do artigo 186 do NCPC, o qual prevê a contagem do prazo em dobro, logo: 30 (trinta) dias. Sendo iniciado a contagem a partir do dia 27 de fevereiro de 2018, conforme fls. 136.
2) SÍNTESE DOS FATOS
Trata-se de ação movida em face da empresa VIA VAREJO S.A e da empresa ITAU SEGUROS S.A, aonde a autora contratou a garantia estendida ofertada pela Casas Bahia, pelo acréscimo de R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco reais) no valor a ser pago sobre o produto adquirido em 07 de agosto de 2014, (televisor, marca SAMSUNG, de 60 polegadas, com tela de PLASMA, modelo PL60F5000 FHD/DTV/U, pelo valor de R$ 2.999,00 – dois mil e novecentos e noventa e nove reais), pelo período de 02 (dois) anos após o término da garantia de fábrica de 01 (um) ano. A garantia do fabricante teve vigência de 07 de agosto de 2014 a 06 de agosto de 2015 e a garantia estendida contratada junto as partes rés teria vigência assegurada de 07 de agosto de 2015 a 06 de agosto de 2017.
Acontece que, durante a vigência da garantia do fabricante, o produto apresentou defeito, sendo que a empresa Samsung recolheu o mesmo para tomar as devidas providências. Após tentativas de reparo, não se alcançou o resultado esperado. Deste modo, a fabricante enviou a requerente um novo produto em qualidade equivalente e de maior valor, tendo se recusado, juntamente da seguradora de transferir a garantida estendida contratada para o novo produto enviado.
Na petição inicial, a autora em um dos seus pedidos requereu: 
‘‘Que seja declarada a procedência do pleito autoral condenando as Requeridas solidariamente ao cumprimento da obrigação contratual, qual seja, transferir a garantia estendida contratada pela Autoria para o novo produto ou alternativamente caso reste prejudicado o cumprimento da obrigação que seja declarada a rescisão do contrato por culpa exclusiva das Rés condenando-as a restituir o valor integral pago pela garantia R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco reais) com juros e correção monetária desde a sua contratação até a data do efetivo pagamento.’’
A empresa ré ITAU SEGUROS S.A contestou, em suma: 
‘‘[...] O prêmio do contrato de seguro é calculado de acordo com o valor de nota fiscal do produto, e, portanto, o valor pago de R$ 599,00, obviamente foi calculado sob um produto de R$ 2.999,00 não sendo possível, o mesmo prêmio ser utilizado para um produto de valor bem superior. [...] quando não é possível fazer a transferência do bem segurado, a Cia. oferece à segurada, o valor do prêmio pago, para que esta, caso queira, adquira um novo contrato de garantia estendida, cujo prêmio será calculado de acordo com a nova nota fiscal do produto [...] ’’
Em seguida, a também ré VIA VAREJO S/A impugnou a inicial:
 ‘‘[...] toda responsabilidade pelo suposto aborrecimento vivenciado pela Autora é de inteira responsabilidade do fabricante, não tendo esta defendente qualquer responsabilidade por tais fatos!!! Conforme se verifica, o produto apresentou um defeito de fábrica, não tendo esta defendente qualquer responsabilidade!! Portanto, salienta-se a ilegitimidade passiva para figurar como parte na presente demanda [...]’’
3) PRELIMINARES
3.1) ILEGITIMIDADE PASSIVA
A Ré VIA VAREJO S/A alegou não ser parte passiva legítima, informando que a responsabilidade é inteiramente do fabricante do produto, pelo fato de que o defeito apresentado é apenas de fábrica e não referente ao comerciante. Ocorre que está expressamente claro no Código de Defesa do Consumidor que a responsabilidade tanto de quem fornece quanto de quem fabrica é solidária, estando responsável a VIA VAREJO S/A, bem como a ITAU SEGUROS S.A de arcar com a restituição do valor equivalente a garantia estendida, portanto não está ausente a condição da ação legitimidade ad causam como citado às fls. 100. 
Fica nítida a relação de consumo no caso em tela, haja vista, o autor ser o destinatário final, ficando, portanto nos moldes do disposto nos artigos 2° e 3º,§ 2º, do CDC, fato pelo qual deve ser utilizado o Código de Defesa do Consumidor:
“Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. ”
A responsabilidade pelos vícios de qualidade apresentados por produtos de consumo duráveis é suportada solidariamente pelo comerciante, nos exatos termos do artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor: 
‘‘Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. ’’
O dispositivo traduz a responsabilidade solidária, que obriga os diversos níveis de fornecedores a resolver o problema. No caso de protelarem a solução por um dos envolvidos, os outros também podem ser chamados à responsabilidade.
Basicamente, todas as empresas envolvidas na lesão ao consumidor têm participação e devem responder pelos problemas causados. Cabe ao consumidor escolher quem acionar.
Em abono a tal entendimento colhe-se do repertório de jurisprudência pátrio o seguinte precedente:
 “RECURSO INOMINADO - VÍCIO DE PRODUTO - APARELHO REFRIGERADOR - ILEGITIMIDADE PASSIVA DO COMERCIANTE - TESE AFASTADA - CADEIA DE FORNECEDOR - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA - DECADÊNCIA - INOCORRÊNCIA - GARANTIA CONTRATUAL E GARANTIA ESTENDIDA DE QUATRO ANOS - VÍCIO NÃO SOLUCIONADO - DEVIDA A RESTITUIÇÃO DO VALOR PAGO - DANO MORAL CONFIGURADO E MANTIDO - SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. Recurso conhecido e desprovido. 1. Trata-se de ação de indenização por danos morais e materiais, ajuizada por João Salustiano da Silva em face de Irmãos Muffato Ltda e General Eletric do Brasil. Narra o reclamante que adquiriu em 20.07.2012 um refrigerador junto ao 1º reclamado e de fabricação da 2ª reclamada, com garantia contratual de doze meses, sendo adquirido pelo reclamante mais quatro anos de garantia estendida. Ocorre que o produto apresentou vício de funcionamento sendo encaminhando para assistência técnica em 26.07.2013, mas o problema persistiu, eis que a geladeira não refrigerava, fato este constatado por técnico das reclamadas que informou que a peça defeituosa seria trocada, mas até o ajuizamento da demanda o problema não havia sido solucionado (07.10.2013). 2. Sobreveio sentença julgando procedente o pedido inicial, condenando as reclamadas, solidariamente, a restituir ao reclamante o valor de R$1.399,00, valor pago pelo produto; bem como, condenou as reclamadas ao pagamento de P.V. R$3.500,00 a títulode indenização por danos morais. (evento 24.1) 3. Inconformada a reclamada interpôs recurso inominado, alegando, em síntese: a) ilegitimidade passiva do comerciante; b) falta do interesse de agir; c) que a responsabilidade da comerciante é subsidiária; d) que houve decadência do direito de ação, pois transcorreu o prazo de noventa dias previsto no CDC; e) que a restituição do valor pago pelo produto recai sobre a seguradora ou fabricante; f) que inexistem danos morais indenizáveis, sucessivamente, pela minoração do valor. (evento 33.1) 4. A preliminar de ilegitimidade passiva deve ser afastada, pois ao comercializar produto com vício e deixar de demonstrar a existência de qualquer outra excludente de responsabilidade, torna-se a recorrente responsável solidária pelos danos causados, em razão de participar de uma cadeia de fornecedores. 5. A cadeia de fornecimento, conforme a lição de Cláudia Lima MARQUES, nos Contratos no Código de Defesa do Consumidor: o novo regime das relações contratuais. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, pode ser assim definida: Ante o exposto, esta Turma Recursal resolve, por unanimidade de votos, CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao recurso interposto, nos exatos termos deste vot (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0031187-88.2013.8.16.0021/0 - Cascavel - Rel.: FERNANDA DE QUADROS JORGENSEN GERONASSO - - J. 21.10.2014)
(TJ-PR - RI: 003118788201381600210 PR 0031187-88.2013.8.16.0021/0 (Acórdão), Relator: FERNANDA DE QUADROS JORGENSEN GERONASSO, Data de Julgamento: 21/10/2014, 1ª Turma Recursal, Data de Publicação: 23/10/2014)”
4) MÉRITO
Nesta relação de consumo, existe um contrato principal que é o de compra e venda do produto e um contrato acessório, sendo este a garantia estendida oferecida no momento em que a autora adquiriu o produto - por um valor acrescido de R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco reais). Ora, a troca do produto gerou a extinção do contrato principal, visto que, um novo produto foi entregue para a autora, gerando assim uma nova nota fiscal, sendo que, a extinção desse contrato consequentemente extinguiu o contrato acessório e, por isso, a garantia estendida não pode ser transferida para o novo produto.
Salienta-se ainda, que a garantia estendida contratada pela autora teria vigência até 06 de agosto de 2017, tendo decorrido o prazo assegurado.
Devido a esses fatos, a autora mantém o pedido alternativo feito na exordial de restituição do valor integral pago pela garantia R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco reais) com juros e correção monetária desde a sua contratação até a data do efetivo pagamento, visto que a mesma pagou por uma garantia que não utilizou de maneira integral. Vejamos a tabela de atualização monetária de débitos judiciais do valor pago pela Autora:
Uma vez não reembolsada, gerará um consequente enriquecimento sem causa às partes rés, que se apoia nos princípios gerais de direito e na equidade, que o Código Civil instituiu em lei no artigo 884:
‘‘Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. ’’
IV) PEDIDOS
1) Que sejam deferidos os pedidos feitos na exordial;
2) Que seja DECLARADA a rescisão do contrato por culpa exclusiva das Rés bem como a CONDENAÇÃO da restituição do valor integral pago pela garantia de R$ 525,00 (quinhentos e vinte e cinco reais) com juros e correção monetária desde a sua contratação até a data do efetivo pagamento; conforme tabela de Atualização Monetária de Débitos Judiciais anexada acima, o pagamento da quantia será equivalente a R$ 652,28 (seiscentos e cinquenta e dois reais e vinte e oito centavos).
3) Que seja rechaçada a preliminar da ilegitimidade passiva apresentada na contestação da VIA VAREJO S/A.
Vila Velha, 19 de março de 2018.
ADVOGADA
OAB XX

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