Buscar

PEÇA 1 - CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO - AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO 2B

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTISSÍMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA 5º VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA – ESPÍRITO SANTO 
(10 LINHAS)
PROCESSO Nº: X
Romualdo Severo, já devidamente qualificado nos autos, por intermédio do advogado abaixo assinado, com endereço profissional em ..., vem, com muito respeito a Vossa Excelência – nos autos da AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO – apresentar:
CONTESTAÇÃO E RECONVENÇÃO
O que faz nos seguintes termos:
1 – SINTESE DOS FATOS
O Autor estava interessado em comprar o carro do Requerido, entretanto, encontrava-se inseguro para efetivar o negócio, devido ao alto valor do carro. Porém, em uma conversa informal em um bar com Rogério – mecânico – sobre a aquisição do veículo decidiu comprar o carro, no entanto, Fabricio – o requerente – baseou-se sua posição quanto à compra do veículo em afirmações inverídicas sobre o carro feitas pelo mecânico.
Após a aquisição do negócio jurídico firmado, o autor descobriu que as qualidades do carro eram diversas das descritas por Rogério, o qual era um mecânico e não o dono do carro; diante disso, propôs uma ação de anulação de negócio jurídico em face de Romualdo – dono do carro- e Rogério – mecânico- alegando, em linhas gerais, que teria havido dolo decorrente de um concluo entre ambos, requerendo a anulação do negócio, a restituição do valor pago, bem como a condenação de ambos ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).
2 – PRELIMINARES
2.1 – INCORREÇÃO NO VALOR DA CAUSA
O valor da causa é um dos requisitos da petição inicial, seguindo as regras expressas no nosso Código quanto ao somatório:
“Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles.”
Sendo assim, o valor da causa da presente ação é o somatório dos pedidos, quais sejam: o de anulação de negócio jurídico, a restituição do valor pago e condenação por danos moraiS. Entretanto, o valor da causa se apresenta errôneo, já que – como expresso no artigo supramencionado – na ação em que há cumulação de pedidos a quantia do valor da causa corresponde à soma dos valores de todos ele, o que não aconteceu no presente caso, onde o valor da causa na exordial foi referente apenas ao valor pedido de danos morais, qual seja R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais)
2.2 – PEREMPÇÃO
Sabe-se que existe 3 sentenças de extinção sem resolução do mérito de demandas idênticas a apresentada nos autos em epigrafe, por abandono processual. Em regra, como expresso no caput do art. 486 do CPC “O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a ação.” entretanto, em seu §3º está descrita a situação em que ocorre a perempção, que é quando: “o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em defesa o seu direito. ?? ”.
Sendo assim, já houve a extinção do processo referente a mesma demanda ora apresentada por 3 vezes por abandono processual ocorrendo, então, a perempção; logo, a presente exordial não pode prosperar, já que é vedada ao autor propor nova ação com o mesmo objeto.
2.3 – INDEVIDA CONCESSÃO DE GRATUIDADE 
A gratuidade de justiça é concedida àqueles que possuem insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios. (Artigo 98 CPC).
Contudo, podemos extrair da petição inicial que o ora Requerente não condiz com a condição necessária para o deferimento da gratuidade, já que, o mesmo realizou uma compra a venda no valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) tendo combinado que o pagamento seria realizado com parcelas de R$10.000,00 (dez mil reais); logo, uma pessoa que possui condições de pagar uma parcela desse valor sem afetar seus gastos cotidianos não condiz com o requisito de hipossuficiência necessário para fazer jus a esse benefício. 
 
3 – MÉRITO
3.1 – AUSÊNCIA DE CONHECIMENTO QUANTO AO DOLO DE TERCEIRO – PERDAS E DANOS
Como relatado na exordial, o Requerente apenas decidiu-se quanto a compra a venda do veículo depois de uma conversa informal em um bar que teve com o mecânico Rogério, que disse informações inverídicas sobre o carro objeto da negociação.
É importante informar que o requerido possui uma dívida antiga com o tal mecânico, sendo assim, o dolo do mesmo em falar informações falsas objetivando ludibriar o requerente à compra do veículo traz um benefício direto a ele, qual seja, o pagamento pelo requerido da dívida existente entre eles.
Ademais, o requerido não sabia da ocorrência da conversa entre o requerente e o mecânico, acreditando, assim, que o autor havia decidido comprar o veículo devido ao grande interesse em possuir o bem, restando clara a boa-fé do réu.
Diante do exposto, o artigo 148 do CC preceitua sobre o dolo de terceiro e suas consequências: 
 
 “Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por dolo de terceiro, se a parte a quem aproveite dele tivesse ou devesse ter conhecimento; em caso contrário, ainda que subsista o negócio jurídico, o terceiro responderá por todas as perdas e danos da parte a quem ludibriou. ”
Deixando claro que, quando não houver – por parte do contratante que se beneficiou – prévio conhecimento do dolo de terceiro, não há de se falar em anulação de negócio jurídico, mas o autor do dolo responderá por perdas e danos pela prática do ato ilícito, conforme art. 186 e 927 do CC. 
3.2 - AUSÊNCIA DE ATO ILÍCITO POR PARTE DO REQUERIDO
Como dito no tópico anterior, o requerido não realizou nenhum ato ilícito, já que não tinha prévia ciência do dolo de terceiro em ludibriar o ora requerente para firmar a compra e venda, sendo assim, não há que se falar em dano moral por parte do requerido, já que o art 186 e 927 CC são claros:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
Logo, como o requerido não praticou nenhum ato ilícito tampouco causou algum dano ao requerente, não há que se falar em reparação por parte dele.
4 – RECONVENÇÃO 
O negócio jurídico firmado entre as partes foi de compra e venda de um veículo, sendo que o pagamento ficou combinado entre as partes que seria feito de forma parcelada, sendo o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) cada parcela.
Entretanto, a última parcela não foi paga pelo requerente, encontrando-se na situação de inadimplente respondendo, assim, por perdas e danos e honorários advocatícios, como expressa o artigo 389 CC: 
“Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
“Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.”
Importante frisar que, como é uma obrigação fungível, além de responder pelos prejuízos sofridos pelo credor por conta do inadimplemento por parte do devedor este também responde pela prestação originária, conjuntamente. 
5 – REQUERIMENTOS E PEDIDOS
Ante o exposto, requer que:
A. Seja deferida a preliminar da perempção com a extinção do processo sem resolução de mérito;
B. Seja reconhecida da incorreção do valor da causa intimando a parte autora para corrigir o valor e recolher as custas relativas ao novo valor;
C. Seja revogada a gratuidade de justiça e, consequentemente, seja o autor condenado no recolhimento de custas; 
D. Sejam julgados improcedentes todos os pedidos autorais;
E. A condenação do autor reconvindo ao pagamento da última parcela no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
F. A produção de todosos meios de provas admitidos em direito
G. Que o autor seja condenado ao pagamento das despesas processuais e dos honorários sucumbenciais 
Valor da causa: R$ 10.000,00
Local ..., 28 de maio de 2018
(assinatura)/nº oab

Outros materiais