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Sangue e tecido hemolinfopoiético - resumo Junqueira e Carneiro

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Sangue e tecido hematopoiético 
O tecido hematopoiético é o tecido conjuntivo que da origem para os elementos do 
sangue. O sangue é dividido em plasma e elementos figurados, as hemácias, 
plaquetas e leucócitos. 
O plasma é uma solução aquosa composta por moléculas orgânicas, inorgânicas e 
íons que estão em equilíbrio com o líquido intersticial sendo um indicador do mesmo. 
As principais proteínas são as albuminas, participando do controle da pressão 
osmótica do sangue, alfa, beta e gama globulinas, sendo as últimas também 
chamadas de imunoglobulinas, lipoproteínas e proteínas de coagulação sanguínea. 
 
A visualização desses componentes na microscopia de luz se faz possível através do 
estiraço sanguíneo na lâmina, onde todas as células ficam espalhadas por essa. A 
coloração utilizada nesses tecidos é um pouco divergente do usual. É comum a 
utilização de misturas especiais contendo eosina, azures e azul de metileno. Algumas 
delas são as misturas de Leishman, Wright e Giemsa. 
Corante de Leishman O corante Leishman é um 
derivado do corante 
Romanowski e constitui 
uma mistura de 
eosinato de azul de 
metileno e eosinato de 
violeta e azul de 
metileno, dissolvido em 
álcool metílico. 
Sangue periférico, 
esfregaços de medula 
óssea e concentrados 
celulares de derrames 
cavitários 
Corante de Wright utiliza uma combinação 
de corante ácido eosina, 
(vermelho) 
usualmente a variedade 
eosina Y, que forma um 
eosinato, e corante 
básico (azul de metileno). 
Uma modificação da 
coloração de Romanowski 
Usado principalmente 
para a coloração de 
esfregaço de sangue 
periférico, amostras de 
urina e medula óssea 
Giemsa A coloração de Giemsa é 
um membro do grupo de 
colorações de 
Romanowski, que são 
definidas como sendo o 
precipitado negro 
formado pela adição de 
soluções aquosas de azul 
de metileno e eosina Y, 
dissolvidas para o uso em 
metanol 
A amostra pode consistir 
em sangue periférico 
recém-coletado (de 
preferência sem 
anticoagulante) ou outros 
materiais, dispostos em 
esfregaços finos e 
contínuos. O sangue após 
algum tempo pode 
apresentar formação 
de coágulos. 
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Eritrócitos 
São células anucleadas, bicôncavas e que contêm uma 
grande quantidade de hemoglobina. Em condições 
normais, esses tipos celulares apenas se encontram no 
interior dos vasos, diferentemente dos leucócitos. 
Geralmente se coram pela eosina, mas pelo caráter 
metálico da porção heme da hemoglobina, podem se 
apresentar com um aspecto marrom. Ao penetrarem 
na corrente sanguínea, vindos da medula óssea, os 
eritrócitos apresentam sua forma imatura, os 
reticulócitos. 
Leucócitos 
São células globosas e incolores quando em suspensão no sangue. Sendo produzidos 
pela medula óssea ou órgãos linfoides, os leucócitos são subdivididos em 
granulócitos ou agranulócitos. De acordo com a afinidade tintorial, podemos 
diferenciar os granulócitos em 3 tipos de células: os neutrófilos, eosinófilos e 
basófilos. Quanto ao segundo grupo, seus representantes são linfócitos e monócitos. 
Chama-se de leucopenia a diminuição do número de leucócitos no sangue e 
leucocitose o aumento. 
Neutrófilos: núcleos formados de dois a cinco lóbulos (mais frequente três) unidos 
entre si por finas pontes de cromatina. Quando muito jovem, seu núcleo não é 
lobulado e se apresenta em formato de bastão 
Eosinófilos: Essas células geralmente são do mesmo tamanho que neutrófilos. Seu 
núcleo, no entanto, é bilobado e a coloração dos seus grânulos é um diferencial para 
a identificação, sendo mais “alaranjado”, devido a eosina. 
Basófilos: Contém um núcleo em formato de s, porém esse é muitas vezes 
obscurecido pela grande quantidade de grânulos no citoplasma. Seus grânulos ricos 
em histamina, heparina e fatores quimiotáticos para neutrófilos e eosinófilos são 
ativados em resposta imune. Sua sensibilidade a IgE e função similar faz confundir 
com mastócitos, porém esses tem origens diferentes na medula óssea. 
Linfócitos: são os principais responsáveis pela defesa imunológica do corpo. Seus 
tipos B, T, NK apenas são distinguíveis pela imunocitoquímica. Seu núcleo aparece 
bem escuro nas colorações usuais e seu núcleo não é distinguível. Além disso, seu 
citoplasma é bem escasso, sendo muitas vezes um delgado anel ao redor do núcleo. 
Monócitos: São os maiores leucócitos circulantes. Apresentam um núcleo em 
formato de rim ou ferradura. Faz parte do sistema mononuclear fagocitário. 
 
 
 
 
 
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Plaquetas 
Derivados dos megacariócitos, esses fragmentos celulares participam do processo de 
coagulação sanguínea, na recuperação da parede dos vasos e interrompendo o 
extravasamento de sangue. Nos esfregaços geralmente aparece em grupos 
(aglutinados). 
Hemocitopoiese 
A hemocitopoiese é um processo continuo na vida de um indivíduo. 
A produção, diferenciação e maturação celular é fundamental para 
um tecido que está sempre se renovando, como o sanguíneo. 
Esse processo ocorre inicialmente na mesoderme do saco vitelínico 
no embrião, fase denominada mesoblástica. Com o desenvolvimento 
do fígado, ele recebe essa função produzindo todos os tipos básicos 
conhecidos, fase denominada hepática. Com a progressão do 
processo de ossificação e formação na medula óssea hematógena, 
dá-se inicio a fase medular, fase definitiva. No ser humano adulto, a 
medula óssea configura-se, juntamente com o timo, de órgão 
primário linfoide. O baço, linfonodos e agregados linfoides são 
classificados como órgãos secundários, pois neles as células já 
formadas apenas se proliferam, geralmente em resposta ao 
estímulo de antígenos. 
As células tronco pluripotentes medulares podem originar duas 
linhagens, a linhagem linfoide, que origina os linfócitos, e a linhagem 
mieloide, que origina hemácias, leucócitos e plaquetas. Sabe-se que a hemocitopoiese 
depende não apenas de um ambiente adequados, mas de fatores de crescimento 
específicos em cada etapa, como interleucinas, citocinas, etc. (Apesar de serem 
específicos, muitos agem sinergicamente) 
 
A medula óssea vermelha é percorrida por numerosos capilares, sendo altamente 
vascularizada. No arcabouço de fibras reticulares, fibronectinas, tenascinas, 
hemonectinas e etc., essas tem uma função muito importe de influenciar 
positivamente ou negativamente no funcionamento de diferentes citocinas. Isso faz 
com que se formem nichos especializados para a maturação de determinado tipo 
celular em uma mesma microrregião 
Células 
progenitoras
Células 
precursoras 
(blastos)
Células maduras

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