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OAB
XXXII EXAME DE ORDEM
Recursos Trabalhistas
 
1 
CAPÍTULOS 
Capítulo 1 – Fontes, Autonomia, Interpretação, Integração e eficácia 
das normas. 
 
Capítulo 2 – Ação, Jurisdição e Processo 
Capítulo 3 – Princípios. 
Capítulo 4 – Organização da Justiça do Trabalho. Ministério Público 
do Trabalho. 
 
Capítulo 5 – Competência da Justiça do Trabalho. 
Capítulo 6 – Partes, Procuradores e Intervenção de Terceiros. 
Capítulo 7– Atos, termos e prazos processuais. 
Capítulo 8 – Nulidades. 
Capítulo 9 – Formação, Suspensão e Extinção do Processo. 
Capítulo 10 – Dissídio Individual. Procedimentos. 
Capítulo 11 – Petição Inicial. 
Capítulo 12 – Audiência Trabalhista. 
Capítulo 13 – Resposta do Réu. 
Capítulo 14 – Teoria Geral das Provas no Processo do Trabalho. 
Capítulo 15 – Provas em espécie. 
Capítulo 16 (você está aqui) – Sentença e Coisa Julgada. 
Capítulo 17 – Teoria Geral dos Recursos Trabalhistas. Recursos em 
espécie. 
 
Capítulo 18 – Teoria dos Precedentes Judiciais no Processo do 
Trabalho. 
 
Capítulo 19 – Controle de Constitucionalidade no Processo do 
Trabalho. 
 
Capítulo 20 – Liquidação de Sentença. 
Capítulo 21 – Execução no Processo do Trabalho. Parte Geral. 
Capítulo 22 – Espécies de Execução, trâmites e especificidades da 
Execução trabalhista. 
 
 
2 
Capítulo 23 – Procedimentos Especiais Trabalhistas. 
Capítulo 24 – Ações Cíveis admissíveis no Processo do Trabalho. 
 
 
3 
SOBRE ESTE CAPÍTULO 
 
Este capítulo irá tratar sobre a parte geral dos recursos, bem como os recursos em espécie. 
Trata-se de capítulo bastante extenso e com bastante particularidades. Aqui iremos abordar o 
conceito de recurso, natureza jurídica, pressupostos recursais, efeitos, diversas espécies de 
recursos, etc. 
É importante um estudo atento deste capítulo, pois é muito explorado na 2ª fase, e 
recentemente, com a reforma trabalhista, alguns pontos foram alterados ou inovados. Então, 
atenção, porque certamente serão abordados nos próximos certames. 
A leitura da lei seca neste capítulo é importantíssima, mas o candidato não deve desprezar 
a parte doutrinária, pois o tema recursos é muito rico em classificações e conceitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
SUMÁRIO 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO ............................................................................................... 6 
Capítulo 16 ................................................................................................................................................ 6 
31. Recursos Trabalhistas. ..................................................................................................................... 6 
31.1 Conceito, natureza jurídica e classificação dos recursos. .................................................................... 6 
31.2 Recursos cabíveis no Processo do Trabalho ............................................................................................. 7 
31.3 Efeitos dos Recursos ............................................................................................................................................ 8 
31.4 Contrarrazões Recursais ..................................................................................................................................... 8 
31.5 Irrecorribilidade de imediato das Decisões Interlocutórias ................................................................ 9 
31.6 Recurso Adesivo .................................................................................................................................................... 9 
31.7 Natureza Ordinária e Extraordinária dos Recursos ............................................................................. 10 
31.8 Princípios Recursais ........................................................................................................................................... 11 
31.9 Juízo de admissibilidade e de mérito do recurso................................................................................ 13 
31.10 Pressupostos recursais ..................................................................................................................................... 15 
31.11 Efeitos dos recursos .......................................................................................................................................... 22 
31.12 Direito Intertemporal e Recursos Trabalhistas ...................................................................................... 24 
31.13 Poderes do Relator. Julgamento unipessoal dos recursos pelo relator: pressupostos e 
limites. .................................................................................................................................................................................. 25 
31.14 Recursos em Espécie ........................................................................................................................................ 27 
31.14.1 Embargos de Declaração ........................................................................................................................ 27 
31.14.2 Recurso Ordinário ...................................................................................................................................... 29 
31.14.3 Agravo de Petição ..................................................................................................................................... 31 
31.14.4 Recurso de Revista .................................................................................................................................... 32 
31.14.5 Embargos no TST ....................................................................................................................................... 39 
 
5 
31.14.6 Agravo de Instrumento ........................................................................................................................... 40 
31.14.7 Agravo Interno e Regimental ............................................................................................................... 42 
QUADRO SINÓPTICO ............................................................................................................................ 44 
QUESTÕES COMENTADAS ................................................................................................................... 58 
GABARITO ............................................................................................................................................... 78 
LEGISLAÇÃO COMPILADA .................................................................................................................... 79 
JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................... 86 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 92 
 
 
 
6 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
Capítulo 16 
Este capítulo tratará dos recursos no processo do trabalho, desde a parte geral até os 
recursos em espécie. É um capítulo extenso e com muitas inovações e particularidades. Muita 
atenção! Avante! 
31. Recursos Trabalhistas. 
31.1 Conceito, natureza jurídica e classificação dos recursos. 
Em que pese haver divergência na Doutrina acerca do conceito de recurso, o posicionamento 
atual se alinha aos termos do conceito apresentado por José Carlos Barbosa Moreira, para o 
qual recurso é "o remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a 
reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se 
impugna1". 
Assim, o recurso é o meio utilizado para a obtenção do reexame de uma decisão desfavorável 
para a parte, e poderá ser dirigido ao mesmo órgão que proferiu a decisão ou à instância 
superior. 
Élisson Miessa defende que o recurso não é a única forma de impugnaçãodas decisões 
judiciais, que poderão ser contrapostas através de ações autônomas de impugnação (por ex. 
Mandado de Segurança, Ação Rescisória etc.), sucedâneos recursais (por ex. correição parcial, 
remessa necessária etc.) e também pelos recursos. 
Em relação à natureza jurídica2, a doutrina se divide. Uma primeira corrente entende o recurso 
como ação autônoma de impugnação, revelando-se como uma nova ação, de natureza 
 
1 MOREIRA, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. 15ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 2010. Pág. 233. 
2 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 17ª edição, São Paulo. Editora Saraiva, 2019. Pág. 881 
 
7 
constitutiva negativa. Para uma segunda corrente doutrinária, majoritária, o recurso seria um 
prolongamento do exercício do direito de ação, já que decorre de uma demanda já instaurada. 
Os recursos podem ser classificados3: 
 quanto à autoridade a qual se dirige em próprios, julgados por órgão de jurisdição 
superior, ou impróprios. dirigidos ao mesmo órgão, a exemplo dos embargos de 
declaração; 
 quanto à matéria em ordinários e extraordinários (mais adiante veremos melhor esta 
classificação); 
 quanto à extensão da matéria em total, quando impugna todo a decisão, e parcial, 
quando apenas parte das matérias da decisão é impugnada; 
 quanto à forma de recorrer em principal, quando apresentado de forma independente 
e no prazo alusivo ao recurso, e adesivo, quando dependente de recurso principal e 
interposto no prazo alusivo às contrarrazões; 
 
31.2 Recursos cabíveis no Processo do Trabalho 
O Direito Processual do Trabalho possui regras próprias acerca de sua sistemática recursal, 
que são apresentadas pela CLT e também pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
 
 
 
3 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 17ª edição, São Paulo. Editora Saraiva, 2019. Pág. 
882. 
 
 
8 
Os recursos cabíveis no Processo do Trabalho são o Recurso Ordinário, o Recurso de 
Revista, os Embargos de Declaração, os Embargos ao TST, o Agravo, Agravo de Petição e o 
Agravo de Instrumento, conforme aduz os artigos 893 e 897-A da CLT. 
Além desses recursos mencionados, também são admissíveis na seara laboral o pedido 
de revisão e o Recurso Extraordinário. 
31.3 Efeitos dos Recursos 
A previsão do artigo 899 da CLT é de que os recursos devem ser interpostos através de 
simples petição, que deverá ser apresentada nos autos do processo, seja ele físico ou eletrônico, 
e terão, em regra, efeito meramente devolutivo, ou seja, não têm efeito suspensivo, não 
possuindo o condão de impedir o início da execução provisória, a qual se limita à penhora. 
 
A regra do efeito dos recursos, que serão meramente devolutivos, é afastada pelo teor 
da Súmula 414 do TST, pelo qual é admissível a obtenção de efeito suspensivo4 ao Recurso 
Ordinário mediante REQUERIMENTO dirigido ao Tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao 
vice-presidente do tribunal recorrido, por aplicação subsidiária ao processo do trabalho do artigo 
1.029, § 5º, do CPC de 2015. 
31.4 Contrarrazões Recursais 
Após a interposição do recurso pela parte, dispõe o artigo 900 da CLT que o recorrido será 
notificado para apresentação de suas contrarrazões em prazo igual ao que tiver tido o 
recorrente para apresentação de seu recurso. 
 
4 Vide questão 10. 
 
9 
 
O prazo para apresentação das contrarrazões recursais pelo recorrido é o mesmo que o 
recorrente possui para apresentar seu recurso. Exemplo: O prazo para interposição do Recurso 
Ordinário é de 08 dias e o prazo para apresentação das Contrarrazões ao Recurso Ordinário 
também será de 08 dias, a contar do recebimento da notificação pelo recorrido. 
31.5 Irrecorribilidade de imediato das Decisões Interlocutórias 
No Processo do Trabalho a regra é que as decisões interlocutórias são IRRECORRÍVEIS DE 
IMEDIATO, cabendo às partes impugná-las por meio de recurso cabível das decisões 
definitivas, segundo o art. 893, § 1º, CLT. 
Mas existem exceções à regra apresentada acima, que geram a RECORRIBILIDADE IMEDIATA 
das seguintes DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS: as proferidas pelo Tribunal Regional do Trabalho 
contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho, de decisões 
suscetíveis de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal, de decisão que acolhe 
exceção de incompetência territorial com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto 
daquele a que se vincula o juízo excepcionado, do pedido de revisão e da decisão interlocutória 
do juiz ou Tribunal que acolhe a incompetência da Justiça do Trabalho, remetendo os autos 
para outro ramo do Poder Judiciário, já que trata de decisão terminativa do feito. Sobre o 
assunto, leia a Súmula 214 do TST. 
31.6 Recurso Adesivo 
Não há previsão do Recurso Adesivo na CLT, mas ele será cabível no Processo do Trabalho 
através da aplicação subsidiária das regras do Direito Processual Comum previstas nos artigos 
997 e seguintes do CPC 2015. 
 
10 
 
Poderão ser interpostos de maneira adesiva o Recurso Ordinário, o Recurso de Revista, 
os Embargos ao TST e o Agravo de Petição (Súmula nº 283, TST e art. 997, § 2º, II, CPC). 
A interposição do Recurso Adesivo exige a sucumbência recíproca, a interposição de 
recurso por uma das partes, a aceitação tácita da decisão e observar os requisitos de 
admissibilidade do recurso principal. 
O prazo para interposição do Recurso Adesivo é de 08 dias, nas hipóteses de 
interposição de Recurso Ordinário, Agravo de Petição, Recurso de Revista e de Embargos, sendo 
desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com o recurso interposto pela 
parte contrária. 
Ressalte-se que o Recurso Adesivo é dependente do recurso principal. Logo, se o principal 
não for conhecido ou se a parte que o interpôs desistir dele, o recurso adesivo também não 
será processado (art. 997, § 2º, III, CPC). Além disso, pode a parte recorrente desistir do a 
qualquer tempo, sendo desnecessária a concordância da parte contrária (art. 998, CPC). 
31.7 Natureza Ordinária e Extraordinária dos Recursos 
Os recursos no Processo do Trabalho poderão ser classificados quanto ao objeto imediato 
do recurso em recurso de natureza ordinária ou extraordinária. 
Os recursos de natureza ordinária visam à tutela do direito subjetivo, que representa o 
interesse da parte em recorrer visando a rediscussão de toda a matéria tratada na decisão. São 
recursos de natureza ordinária o Recurso Ordinário, o Agravo de Petição, os Embargos de 
Declaração, o Agravo Interno, o Pedido de Revisão e o Agravo de Instrumento. 
 
11 
Já os recursos de natureza extraordinária visam a tutela do direito objetivo, que é 
consubstanciado na exata aplicação da lei. Assim, não se prestam para avaliar as questões fáticas 
(de fato) tratadas no processo, sendo vedado o reexame de fatos e provas por força da Súmula 
126 do TST e visam a uniformização da Jurisprudência. São recursos de natureza 
extraordinária afetos ao Processo do Trabalho o Recurso de Revista e os Embargos para a SDI 
(Embargos ao TST). 
31.8 Princípios Recursais 
 Princípio do duplo grau de jurisdição 
Consiste na possibilidade de reexame da decisão, buscando outra opinião sobre a 
decisão proferida na a lide. 
 
No particular, merece atenção o dissídio de alçada previsto na lei 5584/70, no qual, salvo 
se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas 
 Princípio da taxatividade 
Apenas serão considerados os recursos previstos especificadamente em lei, pois a 
previsão dos recursos deve ser taxativa (e não enumerativa). 
 Princípio da singularidade ou unirrecorribilidade ou unicidade recursal 
 Cada decisãosomente admite uma espécie recursal. Não se admite interposição de mais 
de um recurso contra a mesma decisão de forma simultânea, mas apenas de forma sucessiva. 
Contudo, no processo do trabalho, é admitida a interposição simultânea de embargos para a 
SDI e recurso extraordinário ao STF, contra a decisão proferida da turma do TST. 
 Princípio da consumação 
 
12 
Uma vez interposto o recurso, ele não poderá ser repetido ou alterado, pois ocorre a 
consumação do ato de recorrer. 
 Princípio da fungibilidade 
O princípio da fungibilidade apresenta-se como uma exceção ao pressuposto de 
admissibilidade recursal do cabimento do recurso, motivo pelo qual somente pode ser 
admitido em determinados casos, desde que cumpridos os requisitos, de existência de dúvida 
objetiva, a inexistência de erro grosseiro e a observância do prazo do recurso adequado ao caso. 
Fungibilidade representa o recebimento de um recurso apresentado erroneamente através 
da conversão, pelo órgão julgador, para o recurso correto, desde que atendidas as 
especificidades enumeradas acima. 
Sobre o princípio o candidato precisa realizar a leitura da Súmula 421 do TST, a OJ 412 
da SDI-I do TST, as OJ´s 69 e 152 da SDI-II do TST. 
 Princípio da dialeticidade 
O recorrente deverá motivar suas razões recursais através da apresentação dos 
fundamentos de fato e de direito que consubstanciam o pedido de reforma da decisão 
impugnada, com aplicação subsidiária, aplicadas as especificidades existentes, do artigo 1010 
do CPC. 
A Súmula 422 do TST afirma que não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do 
Trabalho se as razões do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, 
nos termos em que proferida. É importante a leitura do texto integral da Súmula! 
 Princípio da proibição da reformatio in pejus 
Segundo este princípio a situação do recorrente não poderá ser piorada pelo julgamento 
do recurso, não se aplicando às matérias de ordem pública, que poderão ter a situação do 
recorrente piorada. 
Também será aplicada ao reexame necessário, em que pese não se tratar de um recurso, 
conforme previsto na Súmula 45 do STJ. 
 
13 
 Princípio da irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias 
Pela sua importância tratamos em tópico em separado, como já visto acima, mas não 
podemos esquecer que no Direito Processual do Trabalho o princípio da irrecorribilidade das 
decisões interlocutórias é norteador dessa seara processual e possui grande aplicação na 
sistemática recursal. 
 Princípio da primazia da decisão de mérito 
Segundo este princípio o julgador deverá primar por proferir decisão de mérito no processo, 
que é aquela que examina os pedidos constantes na inicial, resolvendo a demanda, não se 
contentando em apreciar decisões terminativas, que acarretam a extinção do processo sem 
resolução do mérito. Este princípio se encontra insculpido no artigo 4º do CPC 2015. 
31.9 Juízo de admissibilidade e de mérito do recurso 
O juízo de admissibilidade do recurso consiste na análise preliminar acerca do 
preenchimento dos requisitos essenciais dos recursos, chamados de pressupostos de 
admissibilidade recursal. 
 
 
 
 
São pressupostos de admissibilidade recursal: cabimento, legitimidade recursal, interesse 
em recorrer, tempestividade, regularidade formal, depósito recursal, preparo e inexistência de 
fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer. 
 
14 
Cumpre salientar que o ordenamento jurídico pátrio adotou dois juízos de admissibilidade que 
são muito importantes na sistemática recursal: 
 Juízo a quo 
É o primeiro juízo que tem contato com o recurso, é o que proferiu a decisão que está 
sendo impugnada através do recurso. A análise acerca dos pressupostos de admissibilidade será 
feita no momento da interposição do recurso ou após o oferecimento das contrarrazões. 
O juízo de admissibilidade a quo pode ser positivo, quando presentes os pressupostos 
recursais, hipótese que o recurso será recebido ou negativo, quando ausentes os pressupostos, 
gerando o não conhecimento do recurso e ainda poderá ser parcial, quando se processa parte 
do recurso. 
 Juízo ad quem 
O juízo ad quem é feito pelo órgão recursal, órgão encarregado de julgar o recurso 
apresentado pelo recorrente. A análise dos pressupostos pode ocorrer em diversos momentos, 
desde que antes do ingresso para exame do mérito, sendo a verificação de caráter definitivo. 
Pode acontecer do juízo a quo ser omisso quanto à análise de admissibilidade de algum capítulo 
recorrido do recurso. Nesse caso, a parte tem o ônus de interpor embargos de declaração para 
o órgão de deferiu a decisão para suprir a omissão. 
 
Com o advento do CPC foi extinto o duplo grau de admissibilidade recursal (através da 
análise dos pressupostos recursais realizado inicialmente pelo juízo a quo e depois pelo juízo 
ad quem), com a retirada do juízo de admissibilidade feita pelo juízo a quo, mantendo apenas 
para o recurso extraordinário e o recurso especial, pelo previsto no artigo 1010, §3º e 1028, §3º 
do CPC 2015. 
 
15 
 
Por expressa previsão na IN 39/2016 do TST, artigo 2º, IX, a dispensa do primeiro juízo de 
admissibilidade trazida pelo CPC 2015 NÃO SE APLICA ao Processo do Trabalho, por haver 
regra própria na seara laboral. Assim, para os recursos trabalhistas permanece o duplo juízo 
de admissibilidade recursal realizada pelo juízo a quo e pelo juízo ad quem. 
 
31.10 Pressupostos recursais 
Como já estudado, para que se julgue o mérito do recurso é necessário que antes sejam 
verificados os pressupostos de admissibilidade recursal. 
Esses pressupostos são subdivididos em intrínsecos (subjetivos) e extrínsecos (objetivos), e 
são previamente analisados pelo juízo que proferiu a decisão recorrida e, posteriormente, no 
Tribunal, pelo relator. 
Com relação aos pressupostos de admissibilidade intrínsecos (subjetivos), tem-se que estão 
relacionados com as partes, e são o cabimento, a legitimidade, o interesse de recorrer e 
inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer. 
Já em relação aos pressupostos de admissibilidade extrínsecos (objetivos), estes dizem 
respeito ao direito de recorrer, e são a recorribilidade da decisão, a adequação, a tempestividade, 
a regularidade de representação5, o depósito recursal e as custas. 
Analisaremos a seguir especificadamente cada um desses pressupostos: 
 
5 Vide questão 3. 
 
16 
 Pressupostos intrínsecos de admissibilidade recursal 
 Cabimento 
Para se analisar o cabimento do recurso devem ser aliados a recorribilidade do ato 
impugnado e a adequação do recurso. O ato deve ser recorrível e o recurso interposto deve 
ser adequado à modalidade de decisão que se busca impugnar. 
Quanto à recorribilidade, os despachos são irrecorríveis, as decisões interlocutórias que 
não se enquadrem nas hipóteses da Súmula 214 do TST são irrecorríveis de imediato e as 
sentenças são recorríveis. 
À adequação significa que deve ser apresentado o recurso adequado, como é o caso do 
Agravo de Petição das decisões da fase de execução e o Recurso Ordinário das decisões 
terminativas proferidas pelos juízes do trabalho. 
 Legitimidade para recorrer 
Possuem legitimidade para recorrer, conforme aplicação subsidiária do artigo 966 do CPC, 
as partes, o terceiro prejudicado e o Ministério Público (do Trabalho), podendo este último 
atuar como parte ou como fiscal da lei como determina a OJ 237 da SDI-I do TST. 
 Interesse em recorrer 
Haverá interesse recursal quando a parte for vencida, ou o terceiro for prejudicado com 
a decisão. Mas para que o recurso seja aceito a parte deverá demonstrar que o recurso é útil, 
adequado e que se presta a melhorar a situação jurídica do recorrente. 
 Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de 
recorrer 
 Para que o recurso seja interposto não podem estar presentesfatos extintivos (aceitação 
ou renúncia da decisão) ou impeditivos (desistência) do direito de recorrer. 
 Pressupostos extrínsecos de admissibilidade recursal 
 Tempestividade 
 
17 
Para que o recurso seja conhecido ele depende da interposição dentro do prazo estabelecido 
pela lei. Em regra, o prazo para interposição dos recursos no Processo do Trabalho é de 08 
dias, salvo no caso de oposição dos embargos de declaração (05 dias), de interposição de 
recurso extraordinário (15 dias), e do pedido de revisão (48 horas). E esses prazos deverão 
ser computados em dias úteis. 
 
RECURSOS TRABALHISTAS 
RECURSO PRAZO FUNDAMENTO 
Recurso Ordinário 
08 dias 
Art. 895, CLT. 
Recurso de Revista Lei 5584/70, art. 6º. 
Agravo de Petição Art. 897, CLT. 
Embargos infringentes Art. 894, I, CLT. 
Embargos de divergência Art. 894, II, CLT. 
Agravo Interno e Regimental IN 39/2016 TST, art. 1º, §2º. 
Agravo de Instrumento Art. 897, CLT. 
Embargos de Declaração 05 dias Art. 897-A, CLT. 
Recurso Extraordinário 15 dias Art. 1003, §5º, CPC. 
Pedido de Revisão 48 horas Lei 5584/70, art. 2º, §1º. 
A Fazenda Pública, o Ministério Público do Trabalho e a Defensoria Pública terão prazo em 
dobro. 
 
Será tempestivo o recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado, de acordo com 
o art. 218, § 4º, CPC. 
Se a parte apresentar o recurso via fax-símile, prevê a lei 9800/99, que os originais 
deverão ser apresentados em 05 dias, e o prazo inicial de contagem poderá ocorrer no sábado, 
 
18 
domingo ou feriado. Quanto ao termo final, entende-se que deve ser prorrogado para o primeiro 
dia útil subsequente quando ocorrer em finais de semana e feriado. 
 Regularidade de representação 
A representação da parte será regular quando existir procuração nos autos. O advogado 
da parte, caso inexista instrumento de mandato nos autos, deve juntar a procuração a fim de 
regularizar a representação, conforme súmula 383 do TST. Sobre este tema vide a OJ 120, da 
SDI-I, do TST. 
Será de 05 dias o prazo para a apresentação da procuração na fase recursal. Caso o 
mandato já exista, contudo, possua algum vício sanável, é permitida a sua regularização na 
instância recursal, devendo o relator designar prazo razoável para o saneamento do vício. 
 Preparo 
O preparo é o nome que se atribui à junção de dois pressupostos de admissibilidade 
recursais: o depósito recursal e custas processuais. A ausência deste pressuposto gera a deserção 
do recurso. 
As custas dizem respeito ao financiamento do processo. É uma obrigação legal exigida 
em razão da utilização de um determinado serviço público, prestado ao contribuinte. Assim, o 
pagamento das custas deve ocorrer dentro do prazo recursal. 
No Processo do Trabalho, durante a fase de conhecimento, as custas incidirão no importe 
de 2%, sendo o mínimo de R$ 10,64 e a Reforma Trabalhista (lei 13467/2017) apresentou o 
valor máximo das custas, que é de 4x o limite máximo dos benefícios da Previdência Social, 
conforme previsão do artigo 789 da CLT e deverão ser pagas e comprovadas no momento de 
interposição dos recursos. 
O item III da Súmula 25 do TST afirma que não caracteriza deserção a hipótese em que, 
acrescido o valor da condenação, não houve fixação ou cálculo do valor devido a título de custas 
e tampouco intimação da parte para o preparo do recurso, devendo ser as custas pagas ao final. 
 
19 
Em caso de recolhimento insuficiente das custas ou do depósito recursal, somente haverá 
a deserção do recurso se, concedido o prazo de 05 dias, o recorrente não complementar e 
comprovar o valor devido, tal qual dispõe a OJ 140 da SDI-I. 
 
Não ocorre deserção do recurso da massa falida por falta de pagamento das 
custas ou do depósito recursal, o que não se aplica aos recursos das empresas em liquidação 
extrajudicial (Súmula 86 do TST). 
Por sua vez, o depósito recursal possui natureza de garantia do juízo, logo, só é realizado 
pelo reclamado e se este for empregador ou tomador dos serviços. 
Os recursos que exigem depósito recursal são os seguintes: Recurso Ordinário, Recurso 
de Revista, Agravo de Petição, quando não estiver garantido o juízo, Embargos ao TST, Recurso 
Extraordinário e o Agravo de Instrumento. 
Com exceção do Agravo de Instrumento, o reclamado deverá depositar o valor da 
condenação ainda não depositado, até o limite do teto estabelecido pelo TST. 
Para o pagamento do depósito recursal o TST estabeleceu o teto para o Recurso Ordinário 
de R$ 10.059,15 e o valor de R$ 20.118,30 para o Recurso de Revista, Embargos ao TST, Recurso 
Extraordinário e recurso em Ação Rescisória, valores que entraram em vigor desde 1° de agosto 
de 2020. 
 
 
20 
Após a vigência da lei nº 13.467/17, conhecida como Reforma Trabalhista, o depósito recursal 
deverá ser feito em CONTA VINCULADA AO JUÍZO6 e corrigido com os mesmos índices da 
poupança. Antes da Reforma Trabalhista, o valor do depósito recursal era depositado na conta 
do FGTS do trabalhador. 
O art. 899, § 7°, da CLT, exige depósito recursal para a interposição do Agravo de Instrumento, 
no importe de 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar. 
Se o Agravo de Instrumento foi manejado para destrancar Recurso de Revista que se insurge 
contra decisão que contraria a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, 
consubstanciada nas suas súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá 
obrigatoriedade de se efetuar o depósito de 50% do Recurso de Revista, conforme previsto no 
artigo 899, §8º da CLT. 
A Reforma Trabalhista implementou mudanças significantes em relação ao depósito recursal 
ao apresentar casos de que ele será recolhido pela metade e os casos que a parte será isenta 
da realização do depósito. Fique muito ligado nas hipóteses do artigo 899, §9º e 10, da CLT, 
pois são muito cobrados em provas7. 
 
Apresentaremos os exemplos de isenção e de redução pela metade8 do depósito recursal para 
o candidato fixar, mesmo que não estejam previstos apenas no artigo 899 da CLT: 
DEPÓSITO RECURSAL PARTES 
Entidades sem fins lucrativos 
 
6 Vide questão 1. 
7 Vide questões 03, 05, 07. 
8 Vide questão 1. 
 
21 
REDUÇÃO 
PELA METADE 
Empregadores domésticos 
Microempreendedores individuais 
Microempresas 
Empresas de pequeno porte 
ISENTOS 
Beneficiários da justiça gratuita 
Entidades filantrópicas 
Empresas em Recuperação Judicial 
Empregados 
Entes de Direito Público Externo 
União, Estados, DF, Municípios, Autarquias e Fundações 
Públicas de Direito Público que NÃO EXPLOREM 
ATIVIDADE ECONÔMICA 
MPT 
Massa Falida 
Herança Jacente 
 
Quando o valor da condenação já estiver depositado na conta a disposição do juízo 
descabe novo depósito recursal, que só será obrigatório até se atingir o valor estabelecido na 
sentença condenatória e, atingido este valor, nada mais será devido pelo recorrente (ver Súmulas 
128 e 166 do TST). 
O depósito recursal deverá ser realizado e comprovado dentro do prazo que o 
recorrente possui para a interposição do recurso, nos moldes tratados na Súmula 245 do TST. 
 
 
22 
A Reforma Trabalhista apresentou a possibilidade de o depósito recursal ser 
SUBSTITUÍDO por FIANÇA BANCÁRIA ou SEGURO GARANTIA JUDICIAL9 (artigo 899, §11, 
CLT). 
 
Segundo entendimento consubstanciado na OJ 409 da SDI-I do TST “O recolhimento do 
valor da multa imposta como sanção por litigância de má-fé (art. 81 do CPC de 2015 – art. 18 
do CPC de 1973) não é pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza 
trabalhista”. O obstáculo ao manejo do recurso por falto de recolhimento do valor da sanção 
afrontaria o disposto no artigo 5º, LV da CF, em razão do cerceamento do direito de defesa, na 
medida em que, a teor do artigo 96 do CPC/2015 o valor das sanções impostas ao litigante de 
má-fé reverterá em benefício da parte contrária, passando a integrar o valorda condenação. 
 Regularidade formal 
Os recursos trabalhistas serão interpostos por meio de simples petição, por força do artigo 
899 da CLT. Isso, contudo, não afasta a necessidade de fundamentação das razões do recurso, 
vez que a parte contrária tem o direito de se defender e para que o Tribunal tenha conhecimento 
do objeto impugnado. 
31.11 Efeitos dos recursos 
 Efeito obstativo 
Interposto o recurso perante a decisão, o trânsito em julgado fica postergado. Este efeito 
não será aplicado na hipótese de recurso intempestivo ou manifestamente incabível, exceto nos 
casos de dúvida razoável. 
 
9 Vide questão 1. 
 
23 
 Efeito devolutivo 
 Transferência ao juízo ad quem das matérias que foram julgadas pelo juízo a quo. Na 
seara trabalhista, os recursos possuem efeito meramente devolutivo, sendo necessária a 
observação da extensão do efeito e a sua profundidade. 
A extensão do efeito devolutivo representa a quantidade de matérias impugnadas pelo 
recorrente em seu recurso e a profundidade do efeito devolutivo representa a devolução 
automática das matérias impugnadas pelo recorrente (efeito extensivo) ao juízo ad quem. 
 
Segundo a súmula 393 do TST, I - o efeito devolutivo em profundidade do recurso 
ordinário, que se extrai do § 1º do art. 1.013 do CPC de 2015 (art. 515, §1º, do CPC de 1973), 
transfere ao Tribunal a apreciação dos fundamentos da inicial ou da defesa, não examinados 
pela sentença, ainda que não renovados em contrarrazões, desde que relativos ao capítulo 
impugnado. II - Se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, 
deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do § 3º do art. 1.013 do CPC de 2015, 
inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos. 
 Efeito suspensivo 
 Impede a produção dos efeitos da decisão, enquanto o recurso não tiver sido julgado. Por este 
efeito não poderão haver atos executórios, pois o efeito suspensivo “para” a marcha do processo 
até o julgamento do recurso. 
O efeito suspensivo não é regra no Processo do Trabalho (mas sim apenas o efeito devolutivo), 
podendo ser obtido nos termos da Súmula 414 do TST. 
 Efeito translativo 
 
24 
 Possibilidade de o Tribunal julgar matérias de ordem pública, que independem de manifestação 
da parte, pois podem ser conhecidas de ofício pelo órgão julgador. 
 Efeito regressivo 
É a possibilidade do juízo se retratar da decisão proferida nas hipóteses previstas em lei. 
 Efeito Expansivo 
É a possibilidade de a decisão do recurso atingir matérias não impugnadas que os sujeitos 
não recorreram. 
 Efeito Substitutivo 
Pelo efeito substitutivo dos recursos, a decisão proferida pelo segundo grau substitui a 
decisão impugnada. Por exemplo: a decisão do TRT proferida após o provimento do Recurso 
Ordinário substitui a sentença do juiz do trabalho. 
31.12 Direito Intertemporal e Recursos Trabalhistas 
A aplicação da lei processual no tempo é regida pelo princípio da irretroatividade da lei, 
vigência imediata da lei ao processo em curso, impossibilidade de renovação das fases 
processuais já ultrapassadas pela preclusão, a teor da teoria do isolamento dos atos 
processuais10. 
De forma mais pacífica na jurisprudência tem-se que em matéria recursal, considerando 
que a lei nova deve respeitar os atos processuais praticados sob domínio da lei velha, a lei 
regente é aquela em vigor na data da publicação da decisão atacada. Isso porque é neste 
momento que o sucumbente tem exata compreensão dos fundamentos que pretende 
desconstituir e dispõe da integralidade do prazo recursal para o exercício da pretensão 
revisional. 
 
10 SCHIAVI, Mauro. Manual de Direito Processual do Trabalho. 13ª Edição. São Paulo: LTr, 2018. Páginas 908. 
 
 
25 
Desta forma, por exemplo, seria inaplicável a Lei nº 13.105/15 - Novo Código de Processo 
Civil - às decisões publicadas em data anterior à sua entrada em vigor, ocorrida em 18 de março 
de 2016. 
É importante trazer para o candidato também que a jurisprudência tem admitido a 
incidência imediata da lei nas hipóteses em que a nova lei é mais benéfica, a exemplo do que 
ocorre com o incremento do prazo para a interposição do recurso. 
31.13 Poderes do Relator. Julgamento unipessoal dos recursos 
pelo relator: pressupostos e limites. 
O artigo 932 do CPC/2015 traz os poderes do relator, artigo que é aplicável ao processo 
do trabalho, ante a omissão da CLT e compatibilidade principiológica. 
Incumbe ao relator dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à 
produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes. 
Ao relator também cabe apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos 
processos de competência originária do tribunal; 
É do relator também a incumbência de não conhecer de recurso inadmissível (Antes de 
considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente 
para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível, evitando-se a 
“jurisprudência defensiva”), prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os 
fundamentos da decisão recorrida, bem como negar provimento a recurso que for contrário a: 
1 - súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal, 
2 - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos, 
3 - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
 
26 
Cabe ainda ao relator, depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar 
provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: 
1 - súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio 
tribunal; 
2 - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; 
3 - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência. 
Outra atribuição do relator é decidir o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal. 
Por fim, é também deferido ao relator determinar a intimação do Ministério Público, 
quando for o caso e exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. 
 
 
O artigo 932 do CPC/2015, que traz as incumbências do relator através de decisões 
unipessoais não seria inconstitucional, diante do princípio da colegialidade dos Tribunais? Há 
uma certa harmonia na doutrina e na Jurisprudência no sentido de que a decisão do 2º grau 
de jurisdição dispensa a formação colegiada, devendo-se, em verdade, ser prolatada por Juízes 
de 2º grau. Ademais, das decisões monocráticas do relator pode ser interposto, além dos 
embargos de declaração, agravo interno ou regimental (artigo 1.021 do CPC/2015), o que afasta 
qualquer alegação de ofensa ao princípio da colegialidade. 
 
27 
31.14 Recursos em Espécie 
31.14.1 Embargos de Declaração 
No Direito Processual do Trabalho serão cabíveis os Embargos de Declaração11 (ED) para 
impugnar sentença ou acórdão que apresentar omissão, obscuridade, contradição ou manifesto 
equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso, nos termos previstos no artigo 
897-A da CLT e 1.022 a 1.026 do CPC, por aplicação subsidiária das normas do direito processual 
comum conforme determinado no artigo 9º da IN 39 do TST. 
 
No Processo do Trabalho os Embargos Declaratórios também destrancam recursos que 
não foram recebidos ou conhecidos por MANIFESTO EQUÍVOCO NA ANÁLISE DOS 
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS DO RECURSO, como ocorre com a análise errônea da 
tempestividade, representação, preparo, depósito recursal e regularidade formal.Será competente para o julgamento é do próprio juízo que prolatou a decisão 
embargada, por este motivo os ED´s são opostos (e não interpostos) no prazo de 05 dias úteis 
a contar da ciência da intimação. 
Os embargos de declaração interrompem (recomeçam do zero) o prazo para interposição 
de outros recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a 
representação da parte ou ausente a sua assinatura (Art. 897-A, § 3º, da CLT)12. 
Em regra, não há efeito modificativo com os embargos, porém caso o juiz 
vislumbre que os ED´s possam gerar efeito modificativo no julgado, intimará a parte contrária 
 
11 Vide questão 5. 
12 Vide questões 02 e 03. 
 
28 
para se manifestar em 05 dias, sob pena de nulidade da decisão (Art. 897-A, § 2º, da CLT, Súmula 
278 e OJ 142 da SDI-I do TST). 
A Súmula 421 do TST13 prevê que também haverá cabimento dos Embargos de Declaração 
das decisões monocráticas do relator calcadas nas hipótese do artigo 932 do CPC se a parte 
pretende tão somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado. 
Mas se a parte postular a REVISÃO NO MÉRITO da decisão monocrática, cumpre ao 
relator converter os EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO, em face dos princípios da 
fungibilidade e celeridade processual, submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a 
intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais. 
Se a parte manejar Embargos de Declaração meramente protelatórios poderá ser 
condenada ao pagamento de multa que varia de 2% a 10% sobre o valor atualizado da causa, 
quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, que será verificado o 
percentual a depender da quantidade de embargos protelatórios apresentados (artigo 1026, §§ 
2º a 4º, CPC 2015). 
O recolhimento da multa atribuída pelos Embargos protelatórios funciona como 
pressuposto recursal que condicionada a interposição de qualquer outro recurso pela parte. 
Os Embargos de Declaração ainda possuem efeitos prequestionatórios, como se verifica 
pelo teor da Súmula 297 do TST, através do qual incumbe à parte interessada, desde que a 
matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o 
pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão. 
Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido 
adotada, explicitamente, tese a respeito. 
 
13 Vide questão 10. 
 
29 
31.14.2 Recurso Ordinário14 
O Recurso Ordinário (RO), como o próprio nome diz, é um recurso de natureza ordinária 
que se presta a rediscutir amplamente todas as matérias incluídas na decisão de primeira 
instância, sendo cabível para impugnar as decisões definitivas ou terminativas tanto proferidas 
pelas Varas do Trabalho quanto pelos Tribunais Regionais do Trabalho em matérias de sua 
competência originária, sejam nos dissídios individuais ou coletivos, como se verifica da previsão 
do artigo 895 da CLT. 
O Recurso Ordinário deverá ser interposto no prazo de 08 dias, que também vale para a 
apresentação de Contrarrazões ao Recurso Ordinário, e será dirigido ao juízo que proferiu a 
decisão para que ele realize análise dos pressupostos recursais. 
Assim, se a decisão de primeira instância foi proferida pelas Varas do Trabalho, nelas 
deverá ser apresentado o Recurso Ordinário e posteriormente remetido ao TRT para julgamento. 
Já se a decisão de primeira instância foi proferida pelo TRT no exercício de sua competência 
originária, lá deverá ser interposto o RO e encaminhado ao TST para julgamento, respeitado, 
em ambos os casos, a análise dos pressupostos recursais tanto pelo juízo a quo quanto pelo 
juízo ad quem. 
Caso seja admitido o recurso pelo juízo a quo, a parte recorrida será intimada para 
apresentar suas contrarrazões, no mesmo prazo do recurso, de acordo com o artigo 900 da CLT. 
A remessa ao Tribunal para julgamento do RO será feita após o recebimento das 
contrarrazões e se houver a admissibilidade do recurso. O juízo ad quem reexaminará os 
pressupostos recursais e, em verificando a presença de todos eles, apreciará o mérito do recurso. 
Caberá juízo de retratação pela autoridade que proferir a decisão no caso de Recurso 
Ordinário manejado contra indeferimento da petição inicial, extinção do processo sem resolução 
do mérito e improcedência liminar do pedido, cabendo ao juízo se retratar em 05 dias. 
 
14 Vide questões 01, 16 e 17 
 
30 
 
No PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, o Recurso Ordinário será imediatamente distribuído 
quando recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no prazo máximo de 10 dias, e a 
Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem 
revisor, conforme art. 895, § 1º, II, da CLT. (Não deixe de ler o artigo 895, da CLT, que apresenta 
todos os requisitos do RO no Procedimento Sumaríssimo). 
É importante frisar que o item II da súmula 393 do TST prevê a hipótese de 
que se o processo estiver em condições, o tribunal, ao julgar o recurso ordinário, 
deverá decidir desde logo o mérito da causa, nos termos do §3º do art. 1013 do 
CPC/15, inclusive quando constatar a omissão da sentença no exame de um dos 
pedidos. 
 
Importante trazer para o candidato o entendimento do TST acerca da recorribilidade da 
decisão de julgamento parcial do mérito. Dispõe a IN 39/2016 TST - Art. 5°. “Aplicam-se ao 
Processo do Trabalho as normas do art. 356, §§ 1º a 4º, do CPC que regem o julgamento 
antecipado parcial do mérito, cabendo recurso ordinário de imediato da sentença.”. O referido 
artigo do CPC/2015 trata do julgamento antecipado parcial de mérito15. 
 
15 Vide questão 01. 
 
31 
31.14.3 Agravo de Petição16 
O Agravo de Petição é o recurso adequado para impugnar as decisões proferidas na fase 
de EXECUÇÃO TRABALHISTA, conforme aduz o artigo 897, ‘a’, da CLT e possui o prazo de 08 
DIAS ÚTEIS para sua interposição, sendo o mesmo prazo para apresentação das contrarrazões. 
A competência para seu julgamento dependerá da competência inicial para o 
processamento da execução. 
Pelo teor do artigo 897, § 1º, da CLT, o Agravo de Petição só será recebido quando o 
agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a 
execução imediata da parte remanescente até o final17. Tal requisito tem como fim a 
possibilidade de permitir a imediata e definitiva execução dos valores incontroversos. Neste 
sentido, vide súmula 416, do TST. 
 
A Reforma Trabalhista previu o incidente de desconsideração da personalidade jurídica 
através da aplicação subsidiária das normas do CPC 2015. Assim, nos termos do artigo 855-A, 
da CLT, da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente na fase de execução, 
será cabível a interposição do Agravo de Petição, independente da garantia do juízo (artigo 855-
A, §1º, II, CLT). 
 
 
16 Vide questões 03, 14 e 17. 
17 Vide questão 03. 
 
32 
Pelo que trata o artigo 897, § 8º, da CLT, quando o Agravo de Petição versar apenas sobre 
as contribuições sociais, o juiz da execução determinará a extração de cópias das peças 
necessárias, que serão autuadas em apartado e remetidas à instância superior para apreciação, 
após contraminuta. 
31.14.4 Recurso de Revista 
Por se tratar de um recurso de natureza extraordinária, o Recurso de Revista tem como 
objetivo a busca pela exata aplicação da lei, sendo proibido o reexame de fatos e provas (Súmula 
126 TST), e possui fundamentação vinculada ao vício na decisão impugnada em relação a 
demonstração de divergência ou violação de dispositivo de lei federal ou afronta direta e literal 
à Constituição Federal.18 
O Recurso deRevista será cabível apenas nos dissídios individuais, sendo possível ainda 
nas ações coletivas, como por exemplo na ação civil pública. Portanto, nos dissídios coletivos 
não será cabível o Recurso de Revista, como também não será cabível em face de decisão do 
TRT em Agravo de Instrumento (Súmula 218 do TST). 
No Processo do Trabalho deverá ser manejado o Recurso de Revista contra a decisão do 
TRT proferida em grau de Recurso Ordinário e também da Decisão proferida pelo TRT em 
Agravo de Petição. (Art. 896, da CLT). 
O prazo para interposição do Recurso de Revista é de 08 dias úteis, possuindo o mesmo 
lapso temporal para as contrarrazões e para a Fazenda Pública, Ministério Público do Trabalho 
e Defensoria Pública o prazo será em dobro, inclusive para contrarrazões, sendo julgado pelas 
Turmas do TST. 
Além disso, o Recurso de Revista somente será cabível quando: a) a questão for 
exclusivamente de direito; b) se o recorrente estiver diante de uma das hipóteses específicas 
de cabimento de recurso de revista; c) se a matéria estiver prequestionada. 
 
18 Vide questões 11, 12, 13 e 18. 
 
33 
O Recurso de Revista será dirigido ao Presidente do TRT recorrido, que deverá fazer o 
primeiro juízo de admissibilidade. Estando presentes os pressupostos, o RR será recebido e a 
parte recorrida será intimada para apresentar contrarrazões ao recurso de revista e, então, os 
autos serão remetidos ao TST. 
No TST, o RR é encaminhado ao Relator, que fará o 2º juízo de admissibilidade, e caso 
constate que todos os pressupostos de admissibilidade estão presentes, o recurso será 
conhecido e encaminhado à turma para julgamento. 
 
 
O relator do Recurso de Revista poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, 
nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência 
de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de admissibilidade (art. 896, §14 da 
CLT). 
O Recurso de Revista é um recurso que possui suas hipóteses de cabimento bem 
delineadas na lei. O candidato precisa tomar muito cuidado com as hipóteses de cabimento, 
visto que elas são variáveis! Cada procedimento no Processo do Trabalho possui suas hipóteses 
de cabimento. 
No Procedimento Sumário os processos tramitam sob única instância, não sendo cabível 
Recurso de Revista. Da sentença proferida neste procedimento é cabível recurso apenas se 
houver violação à Constituição Federal (art. 2º, § 4º, Lei nº 5.584/70). 
Será cabível o Recurso de Revista no Procedimento Sumaríssimo quando o acórdão do 
TRT contrariar a CF/88, Súmula do TST, ou Súmula Vinculante do STF (art. 896, § 9º, CLT). Não 
 
34 
é hipótese de cabimento de Recurso de Revista neste procedimento a contrariedade à 
Orientação Jurisprudencial, conforme a Súmula nº 442, do TST19. 
O Recurso de revista na execução será cabível somente quando ofender a Constituição 
Federal (art. 896, § 2°, CLT e Súmula nº 266, TST), com exceção da hipótese de violação à lei 
federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa a CF nas execuções fiscais e nas 
controvérsias da fase de execução que envolvam a certidão negativa de débitos trabalhistas 
(CNDT). 
Já no Procedimento Ordinário as hipóteses de cabimento do Recurso de Revista são 
tratadas conforme a disposição do artigo 896, "a" e "c", da CLT, a saber: 
Hipóteses de Cabimento do Recurso de Revista no Procedimento Ordinário 
(artigo 896, "a", “b” e "c", da CLT) 
- Violação literal e direta à Constituição Federal; 
- Violação literal à lei federal; 
- Contrariedade à súmula do TST; 
- Contrariedade à orientação jurisprudencial do TST (OJ 219, SDI-1, TST); 
- Contrariedade à súmula vinculante do STF; 
- Quando, na interpretação de lei federal, a decisão recorrida contrariar outro TRT 
(Pleno ou Turma); 
- Quando, na interpretação de lei federal, a decisão recorrida divergir de decisão da 
Seção de Dissídios Individuais I ou II do TST; 
- Por divergência jurisprudencial, quando o acórdão recorrido der ao mesmo 
dispositivo de lei estadual, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo, sentença 
normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial 
que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida. 
 
 
19 Vide questão 12. 
 
35 
 
O candidato precisa estar familiarizado com as hipóteses de cabimento do Recurso de 
Revista, pois as provas gostam de cobrar esse assunto. Por este motivo a leitura do artigo 896. 
Aproveite o ensejo e leia os artigos 896-A, 896-B e 896-C, pois tratam sobre o Recurso de 
Revista e também possuem grande incidência, pois as bancas examinadoras adoram cobrar a 
literalidade da lei e da jurisprudência. 
Em caso de divergência jurisprudencial (que ocorre quando tribunais ou turmas 
apresentam decisões divergentes sobreo mesmo assunto) o Recurso de Revista poderá ser 
interposto: 
- quando o acórdão do TRT recorrido contrariar súmula de outro TRT ou tese jurídica 
prevalecente no âmbito deste tribunal, que não contrarie súmula, orientação jurisprudencial do 
TST ou súmula do STF; e 
- se não houver súmula de outro TRT ou tese jurídica prevalecente no âmbito deste 
tribunal, caberá recurso de revista quando o acórdão recorrido contrariar acórdão de outro TRT, 
desde que este não esteja ultrapassado por súmula, orientação jurisprudencial do TST ou 
súmula do STF. 
A Reforma Trabalhista revogou o incidente de uniformização de jurisprudência previsto 
no artigo 896, §§3º a 6º da CLT. A uniformização passa a ser regulada pelos artigos 926 a 928 
do CPC. Aplica-se ainda o incidente de resolução de demandas repetitivas, dispostos nos artigos 
976 a 987 do CPC. 
Sob pena de não conhecimento do Recurso de Revista, é ônus da parte indicar o trecho 
da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso; 
indicar, de forma explícita e fundamentada, a contrariedade ao dispositivo de lei, súmula ou 
orientação jurisprudencial do TST que conflite com a decisão regional e expor as razões do 
 
36 
pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive 
mediante demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula 
ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. 
A divergência jurisprudencial para ensejar o RR precisa ser atual não se considerando 
como tal a ultrapassada por súmula do TST ou do STF ou superada por iterativa e notória 
jurisprudência do TST. Mas as Súmulas e Orientações Jurisprudenciais aplicadas por analogia 
não autorizam o conhecimento ou provimento do Recurso de Revista. 
Quando o recurso fundar-se em dissenso de julgados, incumbe ao recorrente o ônus de 
produzir prova da divergência jurisprudencial e, para tanto, deverá atender aos requisitos 
especificados na Súmula 337 do TST. 
Ainda, para que a parte ingresse com o RR deve atender ao pressuposto do 
prequestionamento, que é inerente aos recursos de natureza extraordinária, devendo a matéria 
estar prequestionada, quando houver sido tratada no acórdão impugnado, conforme Súmula 
297, I, TST, ou seja, o TST só conhecerá o recurso se houver manifestação explícita do TRT no 
acórdão sobre a discussão abordada no RR, inclusive quanto à matéria de ordem 
pública (OJ 62, SDI-I, TST). 
Se não houver pronunciamento do TRT quanto à matéria impugnada, deverão ser 
opostos Embargos de Declaração com o objetivo de que haja manifestação expressa a respeito 
de tal matéria, sob pena de preclusão (Súmulas nº 184 e 297, II, TST). 
Porém, se ainda que opostos os embargos de declaração, o Tribunal não se manifestar em 
relação à matéria impugnada, será considerada prequestionada (Súmula nº 297, III, do TST). 
 
O TST afirma que o prequestionamento será necessário ainda que se trate de matéria de 
ordem pública.37 
 
 
 
 
A Reforma Trabalhista determinou que se a parte recorrente suscitar PRELIMINAR DE 
NULIDADE DE JULGADO POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL no RR, deverá 
transcrever na peça recursal o trecho dos embargos declaratórios em que foi pedido o 
pronunciamento do tribunal sobre questão veiculada no RO e o trecho da decisão regional 
que rejeitou os embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência 
da omissão. 
Pelo critério da transcendência os Recursos de Revista só serão aceitos se perpassarem 
os interesses das partes, denotando um grau de interesse coletivo, social. Assim, a Reforma 
Trabalhista apresentou os critérios para verificação da presença da transcendência para 
recebimento do RR, objetivando os critérios para facilitar a análise e tentar reduzir o alto grau 
de subjetividade existente sobre o que configuraria a transcendência. 
 
O Recurso de Revista deverá oferecer TRANSCENDÊNCIA com relação aos reflexos 
gerais de natureza política, econômica, jurídica ou social, conforme previsto nos parágrafos do 
artigo 896-A da CLT, a saber: 
 
38 
INDICADORES DE TRANSCENDÊNCIA 
ECONÔMICA - o elevado valor da causa; 
POLÍTICA 
- o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do TST 
ou do STF; 
SOCIAL 
- a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social 
constitucionalmente assegurado; 
JURÍDICA 
- a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação 
trabalhista. 
 
A atribuição para analisar a transcendência é exclusiva do TST. Se o relator do recurso 
verificar que não existe a transcendência, poderá denegar seguimento ao RR, cabendo Agravo 
da decisão do colegiado, no prazo de 08 dias úteis. 
Se o voto do relator no que diz respeito a não transcendência do recurso for mantido, 
será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, sendo decisão irrecorrível no âmbito do 
Tribunal. 
Na sistemática dos recursos repetitivos, se o TST, ao receber um Recurso de Revista, 
considerar que a matéria é repetitiva (se houver multiplicidade de recursos de revista fundados 
em idênticas questões de direito), todos os recursos que estiverem nos TRT’s sobre o mesmo 
tema ficarão sobrestados aguardando a decisão do primeiro caso. 
Uma vez realizado o julgamento do recurso paradigma, todos os outros recursos que 
estiverem sobrestados deverão ser julgados no mesmo sentido, salvo se a matéria fática for 
distinta ou houver questão jurídica não examinada que exija solução jurídica diversa. 
O processamento do Recurso de Revista repetitivo vem disposto no art. 896-C 
da CLT e na Instrução Normativa nº 38 do TST de 2015. A competência para 
julgamento do recurso é da Seção de Dissídios Individuais ou do Tribunal Pleno. 
 
39 
Será cabível a interposição de Agravo, no prazo de 08 dias úteis, da decisão denegatória 
do Recurso de Revista, nos termos do artigo 896, § 12, da CLT. 
31.14.5 Embargos no TST 
No Direito Processual do Trabalho serão cabíveis a interposição de Embargos no TST, de 
aplicação restrita a este Tribunal em duas modalidades: Embargos Infringentes e Embargos de 
Divergência (Embargos à SDI)20. 
 Embargos Infringentes 
Conforme artigo 894, I, da CLT, serão cabíveis Embargos Infringentes das decisões NÃO 
UNÂNIMES do TST em dissídio coletivo, que excedam a competência territorial dos TRT’s e 
que objetivem criar normas, estender ou rever as sentenças normativas do TST. 
Os Embargos Infringentes são dirigidos aos dissídios coletivos, possuindo natureza ordinária, 
mesmo que sejam julgados pelo TST e não serão cabíveis se a decisão impugnada estiver em 
consonância com precedente jurisprudencial do TST ou da súmula da sua jurisprudência 
dominante. 
O prazo de interposição será de 08 dias úteis, salvo para Fazenda Pública, MPT e 
Defensoria Pública, que possuem prazo em dobro. 
 Embargos de Divergência 
Previstos no artigo 894, II, da CLT, os Embargos de Divergência, também chamados de 
Embargos à SDI - Seção de Dissídios Individuais, pois são julgados por essa seção no TST, 
sendo cabíveis das decisões de TURMA do TST que contrariarem Acórdão de outra Turma do 
TST, de Acórdão da SDI de Súmula do TST, de OJ do TST e de Súmula Vinculante do STF. 
Com objetivo de unificar a jurisprudência do TST, a fim de sanar as divergências 
existentes entre as Turmas do TST nos julgamentos dos Recursos de Revistas, os Embargos à 
SDI são um recurso de natureza extraordinária, sendo vedado o reexame de fatos e provas em 
seu julgamento. 
 
20 Vide questões 08 e 17. 
 
40 
O Prazo para interposição e para apresentação de contrarrazões dos Embargos ao TST é 
08 dias, sendo julgados pela SDI do TST. Esse recurso, por ser de natureza extraordinária, exige 
o prequestionamento e que a divergência apta a ensejar os Embargos deve ser atual, conforme 
artigo 894, § 2º, da CLT. 
Nos moldes do artigo 894, § 3º, da CLT, o relator poderá denegar seguimento aos 
Embargos, e dessa decisão denegatória dos Embargos caberá Agravo, no prazo de 08 (oito) 
dias. (Art. 894, § 4º, da CLT). 
Nas causas sujeitas ao PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, são admitidos os embargos 
quando houver a divergência na interpretação dos dispositivos da Constituição Federal e 
quando houver confronto com a súmula do TST ou Súmula Vinculante do STF. 
A Súmula 353 do TST afirma não cabem embargos para a Seção de Dissídios Individuais 
de decisão de Turma proferida em Agravo e indica as hipóteses que apresentam exceções a 
esta regra, que constituem leitura obrigatória pelo candidato. 
Conforme a OJ 378 da SDI-I do TST, não é cabível recurso de embargos interposto à 
decisão monocrática exarada nos moldes do art. 932 do CPC de 2015, pois o comando legal 
restringe seu cabimento à pretensão de reforma de decisão colegiada proferida por Turma do 
TST. 
31.14.6 Agravo de Instrumento 
Se, após o exame dos requisitos de admissibilidade de algum recurso, o órgão julgador 
entender que não estão presentes os pressupostos recursais, será cabível a interposição do 
Agravo de Instrumento com objetivo de DESTRANCAR O RECURSO, ou seja, impugnar o 
despacho que denega seguimento ao recurso, conforme Art. 897, b, da CLT21. 
 
 
21 Vide questões 04 e 15. 
 
41 
 
Não confunda a finalidade do Agravo de Instrumento do Processo do Trabalho com a 
admissibilidade do Agravo de Instrumento do Processo Civil, previsto no artigo 1.015 do CPC 
2015. 
O Agravo de Instrumentos nos moldes apresentados é uma modalidade específica do 
Processo do Trabalho e que se presta impugnar as decisões que denegarem seguimento ao RO, 
ao RR, ao Recurso Extraordinário, ao Agravo de Petição e ao Recurso interposto de 
maneira Adesiva. 
 
Da decisão que denega o seguimento dos Embargos ao TST caberá AGRAVO 
REGIMENTAL e não Agravo de instrumento, por força do artigo 235, VII, do Regimento Interno 
do TST. 
Na hipótese de interposição do Agravo de Instrumento, será necessário realizar o 
DEPÓSITO RECURSAL DE 50% DO VALOR DO DEPÓSITO RECURSAL DO RECURSO AO QUAL 
SE PRETENDE DESTRANCAR. 
Nos termos do artigo 899, §8º, da CLT, quando o agravo de instrumento tem a 
FINALIDADE DE DESTRANCAR RECURSO DE REVISTA que se insurge contra decisão que contraria 
a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas súmulas 
ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se efetuar o depósito recursal 
de 50%. 
 
42 
O Agravo de Instrumento será dirigido ao juiz prolator do despacho, no prazo de 08 dias 
úteis. O referido agravo admite juízo de retratação, logo o magistrado que denegou 
seguimento ao recurso poderá reconsiderar sua decisão. Porém, caso o juiz mantenha a decisão 
agravada, a outra parte será intimada para apresentar a contraminuta ao agravo de instrumento, 
bem como as contrarrazões ao recurso principal, no prazode 08 dias úteis. 
 
Conforme o artigo 897, §6º, da CLT, nas CONTRARRAZÕES o agravado deverá oferecer 
resposta tanto ao agravo de instrumento quanto ao recurso principal, instruindo com as peças 
que reputar necessárias para o julgamento de ambos os processos. 
O Agravo de Instrumento será julgado pelo Tribunal que seria competente para conhecer 
o recurso cuja interposição foi denegada (art. 897, § 4º, CLT). 
O Agravo de instrumento possui um requisito específico para sua interposição: A 
FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO. O artigo 897, §5°, da CLT elenca as peças que instruirão o 
Agravo de Instrumento, elucidando peças obrigatórias e facultativas, cuja leitura é importante. 
31.14.7 Agravo Interno e Regimental 
Tanto o Agravo Interno quanto o Agravo Regimental são recursos que decorrem de 
decisão monocrática, que busca levar ao conhecimento do colegiado a decisão proferida pelo 
relator, seja por competência recursal ou originária do tribunal. 
A previsão do Agravo Interno é dada pelos artigos 894, §3º da CLT e 1021 do CPC 2015. 
Já o Agravo Regimental é previsto no próprio regimento interno do Tribunal sendo o prazo para 
interposição dos Agravos Interno e Regimental de 08 dias úteis. 
 
43 
O Agravo será direcionado ao relator, que irá intimar o agravado para que este possa se 
manifestar sobre o recurso também no prazo de 08 dias, e, caso não haja retratação, o relator 
levará o agravo a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. 
Verifica-se que o Agravo Interno não pode ser utilizado como meio de protelar a 
decisão, de maneira abusiva, sob pena de ferir o princípio da celeridade. Sendo assim, é prevista 
uma multa sancionatória para aquelas pessoas que utilizarem o agravo como meio protelatório. 
Para a aplicação da multa será necessária a conjugação de dois requisitos, o primeiro 
quando o agravo for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente e o segundo 
quando houver votação unânime. 
O agravante será condenado a pagar ao agravado multa fixada entre 1 e 5% do valor 
atualizado da causa, sendo a multa considerada como pressuposto recursal. 
 
Atenção para a redação do artigo 896-A, § 2º da CLT: “Poderá o relator, 
monocraticamente, denegar seguimento ao recurso de revista que não demonstrar 
transcendência, cabendo agravo desta decisão para o colegiado”22. 
 
 
 
 
22 Vide questão 15. 
 
44 
QUADRO SINÓPTICO 
 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
RECURSO 
"remédio voluntário idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a 
reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão 
judicial que se impugna." 
FORMAS DE 
IMPUGNAÇÃO DAS 
DECISÕES JUDICIAIS 
- ações autônomas de impugnação; 
- sucedâneos recursais; 
- recursos. 
RECURSOS CABÍVEIS 
NO PROCESSO DO 
- Recurso Ordinário; 
- Recurso de Revista; 
- Embargos de Declaração; 
- Embargos ao TST; 
- Agravo; 
- Agravo de Petição; 
- Agravo de Instrumento. 
EFEITOS DOS 
RECURSOS 
- Regra: Efeito apenas devolutivo. 
- Exceção: obtenção de efeito suspensivo ao RO mediante 
REQUERIMENTO dirigido ao Tribunal, ao relator ou ao presidente 
ou ao vice-presidente do tribunal recorrido. 
CONTRARRAZÕES 
RECURSAIS 
O prazo para apresentação pelo recorrido é o mesmo que o 
recorrente possui para apresentar seu recurso. 
IRRECORRIBILIDADE 
DE IMEDIATO DAS 
DECISÕES 
INTERLOCUTÓRIAS 
- regra: as decisões interlocutórias são IRRECORRÍVEIS DE 
IMEDIATO, cabendo às partes impugná-las por meio de recurso 
cabível das decisões definitivas; 
- Exceção: Hipóteses da Súmula 214 do TST. 
RECURSO ADESIVO 
Poderão ser interpostos de maneira adesiva o Recurso Ordinário, o 
Recurso de Revista, os Embargos ao TST e o Agravo de Petição. 
A interposição do Recurso Adesivo exige a sucumbência recíproca, 
a interposição de recurso por uma das partes, a aceitação tácita 
 
45 
da decisão e observar os requisitos de admissibilidade do recurso 
principal. 
É dependente do recurso principal. 
NATUREZA 
ORDINÁRIA E 
EXTRAORDINÁRIA 
DOS RECURSOS 
 
Os recursos de natureza ordinária visam à tutela do direito 
subjetivo, que representa o interesse da parte em recorrer visando a 
rediscussão de toda a matéria tratada na decisão. 
Os recursos de natureza extraordinária visam a tutela do direito 
objetivo, que é consubstanciado na exata aplicação da lei, sendo 
vedado o reexame de fatos e provas. 
PRINCÍPIOS 
RECURSAIS 
- Princípio do duplo grau de jurisdição - Possibilidade de 
reexame da decisão; 
- Princípio da taxatividade - Serão considerados apenas os 
recursos previstos especificadamente em lei; 
- Princípio da singularidade - Cada decisão somente admite uma 
espécie recursal; 
- Princípio da consumação - Uma vez interposto o recurso, ele não 
poderá ser repetido ou alterado; 
- Princípio da fungibilidade - Recebimento de um recurso 
apresentado erroneamente através da conversão, pelo órgão 
julgador, para o recurso correto, desde que atendidas as 
especificidades previstas. 
- Princípio da dialeticidade - O recorrente deverá motivar suas 
razões recursais através da apresentação dos fundamentos de fato e 
de direito que consubstanciam o pedido de reforma da decisão 
impugnada; 
- Princípio da proibição da reformatio in pejus - A situação do 
recorrente não poderá ser piorada pelo julgamento do recurso, não 
se aplicando às matérias de ordem pública, que poderão ter a 
situação do recorrente piorada. 
- Princípio da primazia da decisão de mérito - O julgador deverá 
primar por proferir decisão de mérito no processo; 
 
46 
JUÍZO DE 
ADMISSIBILIDADE 
O juízo de admissibilidade do recurso consiste na análise preliminar 
acerca do preenchimento dos requisitos essenciais dos recursos, 
chamados que pressupostos de admissibilidade recursal. 
PRESSUPOSTOS DE 
ADMISSIBILIDADE 
RECURSAL 
- cabimento; 
- legitimidade recursal; 
- interesse em recorrer; 
- tempestividade; 
- regularidade formal; 
- depósito recursal; 
- preparo; 
- inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer. 
JUÍZO A QUO Juízo que proferiu a decisão que está sendo impugnada através do 
recurso. 
JUÍZO AD QUEM O juízo ad quem é o órgão encarregado de julgar o recurso 
apresentado pelo recorrente. 
PRESSUPOSTOS 
INTRÍNSECOS DE 
ADMISSIBILIDADE 
RECURSAL 
 
- Cabimento - O ato deve ser recorrível e o recurso interposto deve 
ser adequado à modalidade de decisão que se busca impugnar. 
- Legitimidade para recorrer - Possuem legitimidade para recorrer 
as partes, o terceiro prejudicado e o Ministério Público (do 
Trabalho), podendo este último atuar como parte ou como fiscal da 
lei. 
- Interesse em recorrer - Haverá interesse recursal quando a parte 
for vencida, ou o terceiro for prejudicado com a decisão. Mas 
para que o recurso seja aceito a parte deverá demonstrar que o 
recurso é útil, adequado e que se presta a melhorar a situação 
jurídica do recorrente. 
- Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de 
recorrer - Para que o recurso seja interposto não podem estar 
presentes fatos extintivos (aceitação ou renúncia da decisão) ou 
impeditivos (desistência) do direito de recorrer. 
PRESSUPOSTOS 
EXTRÍNSECOS DE 
- Tempestividade – É a interposição do recurso dentro do prazo 
estabelecido pela lei. Em regra, o prazo para interposição dos 
recursos no Processo do Trabalho é de 08 dias, salvo no caso de 
 
47 
ADMISSIBILIDADE 
RECURSAL 
 
oposição dos embargos de declaração (05 dias), de interposição 
de recurso extraordinário (15 dias), e do pedido de revisão (48 
horas). E esses prazos deverão ser computados em dias úteis. 
- Regularidade de representação - A representação da parte será 
regular quando existir procuração nos autos. 
- Preparo - O preparo é o nome que se atribui à junção de dois 
pressupostos de admissibilidade recursais: o depósito recursal e 
custas processuais. A ausência deste pressupostogera a deserção 
do recurso. 
- Regularidade formal - Os recursos trabalhistas serão interpostos 
por meio de simples petição, por força do artigo 899 da CLT. Isso, 
contudo, não afasta a necessidade de fundamentação das razões do 
recurso, vez que a parte contrária tem o direito de se defender e 
para que o Tribunal tenha conhecimento do objeto impugnado. 
CUSTAS 
São elas que geram o financiamento do processo. É uma obrigação 
legal exigida em razão da utilização de um determinado serviço 
público, prestado ao contribuinte. Assim, o pagamento das custas 
deve ocorrer dentro do prazo recursal. 
Durante a fase de conhecimento, as custas incidirão no importe de 
2%, sendo o mínimo de R$ 10,64 e a Reforma Trabalhista (lei 
13467/2017) apresentou o valor máximo das custas, que é de 4x o 
limite máximo dos benefícios da Previdência Social, conforme 
previsão do artigo 789 da CLT e deverão ser pagas e comprovadas 
no momento de interposição dos recursos. 
Não ocorre deserção do recurso da massa falida por falta de 
pagamento das 
custas ou do depósito recursal, o que não se aplica aos recursos das 
empresas em liquidação extrajudicial 
DEPÓSITO 
RECURSAL 
Possui natureza de garantia do juízo, logo, só é realizado pelo 
reclamado e se este for empregador ou tomador dos serviços. 
Os recursos que exigem depósito recursal são os seguintes: 
- Recurso Ordinário; 
 
48 
- Recurso de Revista; 
- Agravo de Petição, quando não estiver garantido o juízo; 
- Embargos ao TST; 
- Recurso Extraordinário; 
- Agravo de Instrumento. 
DIREITO 
INTERTEMPORAL E 
RECURSOS 
TRABALHISTAS 
A lei regente é aquela em vigor na data da publicação da decisão 
atacada. 
PODERES DO 
RELATOR. 
JULGAMENTO 
UNIPESSOAL DOS 
RECURSOS 
O artigo 932 do CPC/2015 aplica-se ao processo do trabalho de forma 
subsidiária. 
 
As decisões monocráticas não ferem o princípio da colegialidade, 
sobretudo porque podem ser submetidas ao colegiado por meio do 
agravo interno ou regimental. 
 
 
 
49 
RECURSOS EM ESPÉCIE 
EMBARGOS 
DE 
DECLARAÇÃO 
 
No Direito Processual do Trabalho serão cabíveis para impugnar sentença 
ou acórdão que apresentar OMISSÃO, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO ou 
MANIFESTO EQUÍVOCO NA ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS 
EXTRÍNSECOS DO RECURSO. 
Ocorre MANIFESTO EQUÍVOCO NA ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS 
EXTRÍNSECOS DO RECURSO na análise errônea da tempestividade, 
representação, preparo, depósito recursal e regularidade formal. 
A COMPETÊNCIA para o julgamento é do próprio juízo que prolatou a 
decisão embargada. 
São opostos no prazo de 05 dias úteis. 
INTERROMPEM (recomeçam do zero) o prazo para interposição de outros 
recursos, por qualquer das partes, salvo quando intempestivos, irregular a 
representação da parte ou ausente a sua assinatura. 
Se o juiz vislumbre que os ED´s possam gerar efeito modificativo no 
julgado, intimará a parte contrária para se manifestar em 05 dias, sob 
pena de nulidade da decisão. 
A Súmula 421 do TST prevê que também haverá cabimento dos ED´s das 
DECISÕES MONOCRÁTICAS DO RELATOR calcadas nas hipótese do artigo 
932 do CPC se a parte pretende tão somente juízo integrativo retificador 
da decisão e, não, modificação do julgado. 
Se a parte postular a REVISÃO NO MÉRITO da decisão monocrática, 
cumpre ao relator converter os EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM 
AGRAVO, em face dos princípios da fungibilidade e celeridade processual, 
submetendo-o ao pronunciamento do Colegiado, após a intimação do 
recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões 
recursais. 
Se os ED´s forem meramente protelatórios poderá haver condenação ao 
pagamento de multa que varia de 2% a 10% sobre o valor atualizado da 
causa. 
O recolhimento da multa dos ED´s protelatórios é pressuposto recursal 
para interposição de outro recurso pela parte. 
 
50 
Os ED´s também servem para prequestionar a matéria não apreciada na 
decisão, desde que tinham sido invocadas no recurso principal. 
RECURSO 
ORDINÁRIO 
O RO é um recurso de natureza ordinária que se presta a rediscutir 
amplamente todas as matérias incluídas na decisão de primeira instância. 
É CABÍVEL para impugnar as decisões definitivas ou terminativas 
proferidas pelas Varas do Trabalho e pelos TRT´s em matérias de sua 
competência originária, sejam nos dissídios individuais ou coletivos. 
Deverá ser INTERPOSTO no prazo de 08 dias, salvo para Fazenda Pública, 
MPT e Defensoria Pública, que possuem prazo em dobro. 
O prazo de 08 dias para CONTRARRAZÕES. 
Caberá juízo de retratação pela autoridade que proferir a decisão no caso 
de RO manejado contra indeferimento da petição inicial, extinção do 
processo sem resolução do mérito e improcedência liminar do pedido, 
cabendo ao juízo se retratar em 05 dias. 
No PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, o RO será imediatamente 
distribuído quando recebido no Tribunal, devendo o relator liberá-lo no 
prazo máximo de 10 dias, e a Secretaria do Tribunal ou Turma colocá-lo 
imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor. 
Se o processo estiver em condições para julgamento, o tribunal, ao julgar 
o RO deverá decidir desde logo o mérito da causa, inclusive quando 
constatar a omissão da sentença no exame de um dos pedidos. 
Não deixe de ler o artigo 895, da CLT e das Súmulas indicadas. 
AGRAVO DE 
PETIÇÃO 
 
E o recurso adequado para impugnar as decisões proferidas na fase de 
EXECUÇÃO TRABALHISTA. 
Prazo de 08 DIAS ÚTEIS para sua interposição, sendo o mesmo prazo 
para apresentação das contrarrazões. 
Competência para julgamento é do juiz da Execução. 
Só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as 
matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte 
remanescente até o final. 
 
51 
Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o INCIDENTE DE 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, na fase de 
execução, será cabível o AP, independente da garantia do juízo. 
Se o AP versar apenas sobre as contribuições sociais, o juiz da execução 
determinará a extração de cópias das peças necessárias, que serão 
autuadas em apartado e remetidas à instância superior para apreciação, 
após contraminuta. 
RECURSO 
DE 
REVISTA 
 
Por se tratar de um recurso de natureza extraordinária, o RR tem como 
objetivo a busca pela exata aplicação da lei, sendo proibido o reexame de 
fatos e provas. 
Possui fundamentação vinculada ao vício na decisão impugnada em 
relação a demonstração de divergência ou violação de dispositivo de lei 
federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. 
Será cabível apenas nos dissídios individuais, sendo possível ainda nas 
ações coletivas. 
Nos dissídios coletivos não será cabível o Recurso de Revista, como 
também não será cabível em face de decisão do TRT em Agravo de 
Instrumento. 
O RR é o recurso cabível contra a decisão do TRT proferida em grau de 
Recurso Ordinário e também da Decisão proferida pelo TRT em Agravo de 
Petição. 
Prazo para interposição do RR é de 08 dias úteis, também para 
CONTRARRAZÕES e para a Fazenda Pública, Ministério Público do 
Trabalho e Defensoria Pública o prazo será em dobro. 
O RR será julgado pelas Turmas do TST. 
Será cabível quando: 
- a questão for exclusivamente de direito; 
- se ocorrer as hipóteses específicas de cabimento do RR; 
- se a matéria estiver prequestionada. 
O RR é um recurso que possui suas hipóteses de cabimento bem 
delineadas na lei. 
 
52 
O RR possui muitos vieses, motivo pelo qual as hipóteses, os requisitos 
específicos e as alterações da Reforma Trabalhista devem ser lidas pelo 
candidato nos artigos 896 a 896-C da CLT e nas Súmulas e OJs indicadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECURSO 
DE 
REVISTA 
 
O poderá denegar-lhe seguimento, em decisão monocrática, nas hipóteses 
de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de 
ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco ou intrínseco de

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