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PATOLOGIA - Estudo do sofrimento - Alterações estruturais, bioquímicas e funcionais nas células, tecidos e órgãos que fundamentam a doença. - Uso de técnicas moleculares, microbiológicas se morfológicas - Ligação entregas ciências básicas e a médica clínica - Base científica para a toda a medicina. • Toda lesão gera estímulos OBJETIVO DA PATOLOGIA Estudo das lesões comuns às diferentes doenças Classificação das lesões— nomenclatura adequada AGRESSÕES - LESÕES Ao atingirem o tecido, as agressões comprometem um tecido (ou um órgão) no qual existem: - Células, parenquimatosas e do estroma - Componentes intercelulares, interstício ou matriz celular - Circulação sanguínea e linfática - Inervação Após agressões, um ou mais desses componentes podem ser afetados, simultaneamente ou não. - Surgem lesões celulares; - Danos ao interstício; - Transtornos locais; - Distúrbios locais da inervação; - Transtornos locais da circulação; - Alterações complexas que envolvem muitos dos componentes tecidual ou todos eles. LESÕES CELULARES • Não letais: Células vivas. • Letais: Necrose (morte celular seguida da autólise) e Apoptose (morte celular não seguida da autólise). Alterações do interstício Matriz celular; Modificações da substância fundamentam amorfa e das fibras elásticas, colagens e reticulares - aliterações estruturais e depósitos de substâncias formadas in situ ou vindas da circulação. Distúrbios da circulação Aumento, diminuição ou cessação do fluxo sanguíneo para os tecidos (hiperemia, oligoemia e isquemia), coagulação do sangue no leito vascular (trombose), aparecimento na circulação de substâncias que não se misturam ao sangue e causam obstrução vascular (embolia), saúda de sangue do leito vascular (hemorragia) e alterações das trocas de líquidos entre o plasma e o interstício (edema). Alterações da inervação São pouco conhecidas e não são abordadas em Patologia Geral. Inflamação - Lesão mais complexa - Caracterizada por modificações locais de microcirculação e por saída de células do leito vascular, acompanhadas por lesões celulares e do interstício provocadas, principalmente, por ação das células fagocitárias e por altercações vasculares que acompanham o processo. - Acompanha a maioria das lesões iniciais produzidas por diferentes agentes lesivos. RESPOSTAS CELULARES AO ESTRESSES E AOS ESTÍMULOS TÓXICOS HOMEOSTASE Condição de relativa estabilidade que o organismo celular necessita para realizar suas funções adequadamente. ADAPTAÇÕES Respostas estruturais e funcionais reversíveis, a estresse fisiológicos mais excessivos e a alguns estímulos patológicos, durante os quais estados constantes novos, porém alterados, são alcançados, permitindo que a célula sobreviva e continue a funcionar. RESPOSTA ADAPTATIVA Aumento no tamanho das células (hipertrofia) e da atividade funcional; Aumento do número de células (hiperplasia); Diminuição do tamanho e da atividade metabólica das células (atrofia); Mudança do fenótipo das células (metaplasia). Displasia: termo generalista que é utilizado para designar a ocorrência de anomalias relacionadas ao desenvolvimento de um órgão ou tecido. HIPERTROFIA - Aumento dos constituintes estruturais e das funções celulares, o que resulta em aumento volumétrico das células e dos órgãos afetados; - Ocorre em células estáveis; - O aumento do núcleo geralmente é evidenciado devido à estagnação do ciclo celular sem completar a mitose. • Condições: - Fornecimento abundante de O2 e de nutrientes; - Presença de organelas e sistemas enzimáticos íntegros; - Células degeneradas não se hipertrofiam adequadamente. • Hipertrofia fisiológica: aumento da demanda muscular (adaptação) e aumento uterino durante a gravidez (hormonal). • Hipertrofia patológica: - Hipertrofia do miocárdio (resistência periférica aumentada, estenose valvar e shunt); - Hipertrofia da musculatura lisa de órgãos ocos (ocorre na região montante à um obstáculo); - Bexiga no caso de obstrução urinária (hiperplasia de próstata)n - Parede intestinal em obstrução do tudo digestivo. • Aumento: - Volume celular; - Volume genético; - Vascularização. • Mecanismos: - Principais genes estimulados: - Fatores de transição; - Fatores de crescimento; - Agentes vasoativos. Outros: genes da forma fetal ou neonatal e gene para o fator natriurético atrial (ANF)— quando a hipertrofia cardíaca não é mais capaz de compensar o aumento de carga, ocorre a insuficiência cardíaca; nesse estágio, ocorrem alterações degenerativas onde se predominam a lisa e a perda dos elementos contráteis. • HIPERPLASIA - Aumento do número de células de um órgão ou tecido, em decorrência do aumento proliferativo ou retardo da apoptose (morte celular); - Resulta em aumento de volume e peso de um órgão; - Ocorre apenas em tecido com capacidade proliferativa. • Condições: - Suprimento sanguíneo suficientes; - Integridade morfofuncional; - Inervação adequada. • Características: - Proliferação limitada; - Reversível; - Controle da divisão celular. • Aumento: - Demanda funcional (adaptação); - Estímulos trópicos (ex:hormonais). • Hiperplasia fisiológica: Compensatória: ocorre devido à um aumento de demanda no órgão ou tecido devido à um dano ou a uma ressecção parcial do órgão. Hormonal: ocorre devido aumento dos estímulos hormonais, levando à um aumento na capacidade funcional de um órgão ou tecido. • Mecanismos: I. Aumento da produção local de fatores de crescimento (ex: hormônios) II. Ativação de vias de sinalização intracelular III. Ativação de genes (codificam os fatores de crescimento, receptores e reguladores do ciclo celular) IV. Regeneração das células remanescentes V. Células tronco • Hiperplasia patológica: - Estipulação celular excessiva por fatores de crescimento e hormônios. - Hiperplasia endometrial - Hiperplasia prostática benigna - Infeções virais (HPV) • ATROFIA - Redução do tamanho celular devido à perda de substância celular • Redução dos componentes estruturais - Mitocôndrias - Retículo endoplasmático - Miofilamentos - Núcleo - Retração de volume (sobrevivência ainda é possível) - Associação íntima entre presença de atrofia e apoptose • Fisiológica: Comum nas fases iniciais do crescimento Redução uterina pós-parto Atrofia de estruturas embrionárias. • Patológica: Podem ser generalizada ou localizada • Causas: Desuso Denervação Nutrição inadequada Marasmo: atrofia muscular: uso da estrutura muscular como fonte de energia Diminuição do suprimento sanguíneo Envelhecimento: perda celular sobretudo em células perenes (atrofia senil) Atrofia senil Resíduos celulares no interior do vacúolo pode resistir à digestão e persistir como corpos residuais. Lipofuscina: coloração acastanhada da atrofia parda senil Perda da estimulação endócrina Pressão Substâncias tóxicas e radiações que paralisam o ciclo celular • Mecanismos: - Desequilíbrio entre a síntese e degradação proteica - Ativação do sistema proteolítico - Via responsável pela caquexia (estado geral da doença que envolve perda de peso marcante e perda de massa corporal) do câncer; - Hormônios glicocorticoides e tireoidiano estimulam a degradação proteica mediada pelo proteossoma (complexo proteico presente no citosol da célula que possui atividade proteolítica); - TNF aumenta a proteólise (degradação de proteínas por hidrólise enzimática) muscular associada à esse mecanismo. • METAPLASIA - Alteração reversível na qual um tipo de célula adulta (epitelial ou mesenquimal) é substituída por outro tipo de célula adulta. - Substituição de células sensíveis ao estresse por células capazes de sobreviver ao ambiente hostil. - Perda de características fundamentais e de função. Esôfago de Barret - Metaplasiade epitélio escamoso para o epitélio colunar semelhante às células intestinais sob influência do frequente refluxo gástrico. Metaplasia do conjuntivo Formação de cartilagem, osso ou tecido adiposo (tecido mesenquimatosos) em tecidos que normalmente não contém esses elementos. • Leucoplasia: tipo muito comum de metaplasia, epitélio escamoso não ceratinizado e com muitas camadas de ceratina • Mecanismos: - Resulta da programação de células tronco locais - Induzem fatores de transição específicos - Direcionam a cascata de genes específicos para determinados fenótipos. • DISPLASIA Crescimento anormal das células do corpo, apresentando alteração na sua forma • Características: - Mais comuns em epitélio - Proliferação celular - Maturações celulares - Atípicas celulares e arquiteturais - Podem estar associadas à tecidos metaplásticos (trato respiratório) • Displasias mais comuns: A. Displasia cervical -neoplasia intraepitelial cervical - Cariomegalia (crescimento do núcleo acima do usual) - Subdivididas em graus B. Displasia brônquica • NECROSE - Morte celular no organismo vivo seguido de autólise (degradação enzimática dos componentes da célula por enzimas da própria célula liberadas dos lisossomos. • Mecanismos: - Agressão suficiente: interrupção das funções vitais como produção de energia e sínteses celulares. • Causas: - Redução de energia: por obstrução vascular (isquemia, anóxia) e inibição dos processos respiratórios; - Produção de radicais livres; - Ações diretas sobre as enzimas (agentes químicos e toxinas); - Agressão direta a membrana citoplasmática (formações de canais hidrofílicos). • Macroscopicamente: • Necrose isquemia de órgãos de circulação terminal: - Coloração esbranquiçada - Tumefação (fazendo saliência na superfície do órgão ou na superfície do corte) • Necrose anóxica em órgão de circulação dupla: - Extravasamento de sangue; - Aspecto hemorrágico (vermelho escuro ou vermelho vinho) • Na tuberculose (necrose caseosa): - Aspecto de massa de queijo; - Esbranquiçada e quebradiça. • Na sífilis: - Aspecto semelhante à goma (necrose gomosa) • Necrose por liquefação ou coliquativa) - Tecido digerido até a liquefação, aspecto semifluído. • Microscopicamente: • Alterações nucleares: 1. Picnose nuclear: intensa contração e condensação da cromatina, tornando o núcleo intensamente basófilo, retração nuclear e aumento da basofilia. 2. Cariólise: digestão da cromatina, desaparecimento ao ponto de ser quase impossível identificá-lo. 3. Cariorrexe: fragmentação e dispersão do núcleo no citoplasma. • Necrose por coagulação: - Além das alterações nucleares (cariólise, principalmente), o citoplasma apresenta aspecto de substância coagulada (acidófilo, granuloso e gelificado). - Nas fases iniciais, ainda é possível identificar a arquitetura do tecido, mais tarde perde-se totalmente. • Área atingida: esbranquiçada e intumescida. • Causa: isquemia (necrose isquêmica). - Quase sempre, a área necrosada é circundada por um halo avermelhado (hiperemia). - Uma área localizada de necrose de coagulação é chamada de infarto. • Necrose liquefativa: - Digestão das células mortas (massa viscosa líquida). - A zona necrosada adquire consistência mole, semifluída ou liquefeita; comum após necrose do tecido nervoso, na glândula suprarrenal e na mucosa gástrica. - - A liquefação é causada pela liberação de grande quantidade de enzimas lisossômicas. - Presença de pus. • Necrose caseosa: - Aspecto macroscópico de massa de queijo; - Microscopicamente: massa homogênea, acidófila; contendo alguns núcleo picnóticos (condensado), núcleos fragmentados (cariorrexe). Células perdem totalmente seus contornos e detalhamentos estruturais. - Comum na tuberculose. - Decorrente mecanismos imunitários de agressão envolvendo macrófago e linfócitos T. - Granuloma. • Necrosa gangrenosa: - Forma de evolução da necrose que salta da ação de agentes externos sobre o tecido necrosado. • Gangrena (seca): - Aspecto de pergaminho (mumificação). - Normalmente devido a processos isquêmico como na diabetes. - Cor escura, azulada ou negra. - Normalmente circundada por uma linha de inflamação nítida. • Gangrena úmida (pútrida): - Invasão da região necrosada por microorganismo anaeróbicos produtores de enzimas que tendem a liquefação os tecidos gases de odor pútrido acumulando bolhas juntamente com o material liquefeito. - Comum em necrose de intestinos, pulmões e pele; - Absorção de produtos tóxicos podem provocar reações sistêmicas induzindo ao choque séptico. • Necrose gordurosa: - Histologia: focos de necrose, depósitos de cálcio basofílicos e reação inflamatória. • Necrose fibrinoide: - Forma especial observada nas reações imunes que envolvem os vasos sanguíneos. - Ocorre quando complexos de antígenos e anticorpos são depositados nas paredes das artérias. - Aparências amorfa e róseo-brilhante. - Vaculites imunologicamente mediadas. • O que acontece no paciente vivo? - Sofrem fagocitose e digestão enzimática pelos leucócitos; - Necessário destruição e reabsorção; - Atraem sais de cálcio e outros minerais- calcificação:: CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA. • Mecanismos da lesão celular: - A resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo de lesão, sua duração e sua gravidade. • Consequências: - Dependem do tipo, estado e adaptabilidade da célula lesada. - Importante o estado nutricional e hormonal celular e suas necessidades metabólicas; - Vulnerabilidade. • Depleção de ATP • Causas: - Redução do suprimento de oxigênio e nutrientes; - Danos mitocondriais; - Ação de algumas toxinas (ex: cianeto). • Danos mitocondriais: • Consequências: - Formação de poro de transição de permeabilidade mitocondrial; - Sequestro de proteínas que ativam as vias apoptóticas, como citocromo c e caspases. • Efeito patológico dos radicais livres: Peroxidação lipídica das membranas: - Ligações duplas em ácidos graxos instaurados dos lipídios da membrana são atacadas por radicais livres derivados de do O2; - Propagação da lesão extensa das membranas. Modificação oxidativa das proteínas Lesões do DNA • Mecanismos: - Funções e integridade de todas as membranas celulares. • Consequências: Danos à membrana mitocondrial; Danos à membrana plasmática; - Perda do equilíbrio osmótico, influxo de líquido e íons e perda dos conteúdos celulares. Lesão às membranas lisossômicas; - Morre por necrose. • Lesão isquêmica e hipóxica: - Tipo mais comum de lesão. - Isquêmica: falta ou diminuição da circulação, principalmente, arterial. - Hipóxica: quantidade de oxigênio transportado é insuficiente, causando sintomas como dor de cabeça, sonolência, suor frio, dedos e boca arroxeados e até desmaios. - A isquemia tende a causar lesão celular e tecidual mais rápida e intensa que a hipoxia na ausência de isquemia. • Mecanismos da isquêmica: - Alterações bioquímicas da lesão celular; - Baixa tensão de oxigênio - perda da fosforilação oxidativa - diminuição de ATP. Se o oxigênio for restaurado, todas essas perturbações são reversíveis; Se persistir, sobrevêm lesão irreversível e necrose. • Lesão de isquemia-reperfusão: - Descreve as alterações, funcionais e estruturais, que se tornam aparentes durante o restabelecimento do fluxo após um período de isquemia; - A restauração do fluxo sanguíneo para tecidos isquêmico pode promover a restauração das células, se estas foram lesadas de modo reversível. • Lesão química (tóxica): - Metabolização de drogas; - Algumas substâncias químicas atuam diretamente pela combinação com componentes moleculares críticos; - Envenenamento por cloreto de mercúrio e/ou por cianeto. • Apoptose - Forma de morte celular, ou “suicídio celular”. - Diferente da necrose porque é um processo ordenado, no qual oconteúdo da célula é compactado em pequenos pacotes de membrana para a “coleta de lixo” pelas células do sistema imunológico. - Morte por processo ativo no qual a célula sofre contração e condensação de suas estruturas, fragmenta-se e é fagocitose por células vizinhas ou por macrófagos, não ocorrendo processo de autólise. - Morte celular programada: a célula é estimulada a acionar mecanismos que culminam com sua morte. • Causas: - Elimina células envelhecidas ou potencialmente perigosas e indesejáveis; - Controle de proliferação (ex: câncer); - Diferenciação celulares. Patologicamente: - Vírus - Hipóxia - Substâncias químicas - Agressão imunitária; - Radiações imunizantes. • Aspectos morfológicos: - Atinge as células individualmente (não é facilmente reconhecida em exames microscópicos rotineiros); - A célula se encolhe e citoplasma fica denso; - A cromatina torna-se condensada e dispostas em grumos acoplados à membrana nuclear; - Depois o núcleo se fragmenta (cariorrexe), à membrana citoplasmática emite projeções formando brotamento condenado fragmentos do núcleo. - Presença de caspases: marcador para células que estão sofrendo apoptose. - Fagocitose das células apoptóticas ou corpos apoptóticos, ocorrem pelos macrófagos. • Mecanismos: • Via intrínseca (mitocondrial): - Principal; - Resultado do aumento de permeabilidade mitocondrial e liberação de moléculas pró- apoptóticas (indutoras da morte) dentro do citoplasma. • Via extrínseca (morte iniciada por receptor): - É desencadeia pela ligação de ligastes específicos à um grupo de recende membrana da superfamília dos receptores de morte (TNFR1). - Esta ligação é capaz de ativar a cascata das caspases. • Execução da apoptose: - Ambas as vias convergem para uma cascata de ativação de caspases que modulam a fase final de apoptose. • Remoção das células mortas: - Remoção antes da necrose: sem risco de inflamação lesiva. - Recrutamento de fagócitos; - Revestimento por antípodas naturais e proteínas do sistema complemento; - Vários receptores nos fagócitos e ligastes induzidos nas células apoptóticas estão envolvidos. Desaparecimento das células mortas dentro de minutos, sem deixar traços, e a inflamação é ausente mesmo em face da extensa apoptose. • Apoptose e Doenças: - Privação de fator de crescimento; - Lesão do DNA: câncer; - Proteína anormalmente dobradas: Alzheimer, Huntington, Parkinson e Diabetes tipo 2; - Apoptose induzida pela família de receptores TNF: doenças autoimunes; - Apoptose desregulada: doenças neurodegenerativas, lesão isquêmica e motete de células infectadas por vírus. • AUTOFAGIA - Célula digere seu próprio conteúdo - Sobrevivência em períodos de privação de nutrientes - Vacúolo autofágico- autofagolisossoma - “Genes autofágicos” (chamados Atgs) em organismo unicelulares e células mamíferas. - Autofagia desencadeia a morte celular, distinta da necrose e da apoptose. • Doenças degenerativas dos sistemas nervoso e muscular. ETIOPATOGÊNESE GERAL DAS LESÕES CAUSAS E MECANISMOS GERAIS DE AGRESSÃO AGENTES AGRESSIVOS - Qualquer agente que determina reações anormais na célula, podendo levar à perda de compensação e geral alterações bioquímicas, fisiológicas e morfológicas. AGENTES FÍSICOS - Forças mecânica (trauma), radiações, variações de temperatura e alterações da pressão atmosférica. AGENTES QUÍMICOS - Variedade de tóxicos, como defensivos agrícolas, poluentes ambientais, contaminantes alimentares e numerosas substâncias químicas (medicamentos e drogas). AGENTES BIOLÓGICOS - Micoplasmas, riquétsia, vírus, bactérias, protozoários e metazoários. CAUSAS DAS LESÕES • Exógenas (do meio ambiente) - Agentes físicos (temperatura, eletricidade, radiação, sons; - Agentes biológicos ou infecciosos; - Agentes químicos; - Desvios nutricionais. • Endógenas (do próprio organismo) - Modificações do genoma, na hereditariedade e na embriogênese; - Erros metabólicos inatos; - Disfunções imunológicas (autoimunidade, hipersensibilidade, imunossupressão); - Distúrbios circulatórios; - Disendocrinias; - Distúrbios nervosos e psíquicos; - Envelhecimento. AMBIENTES (físico, psíquico e social) em que o indivíduo se insiste são muito importante para o estabelecimento da doença: - Pobreza- desnutrição - Desemprego- distúrbios emocionais - Saneamento básico- distúrbios gastrointestinais (cólera) - Meio ambiente-dengue MODO DE AÇÃO DOS AGENTES AGRESSIVOS • Direta Sobre alvos do organismo: vias metabólicas, enzimas, proteínas, componentes celulares. • Indireta Fornecimento de oxigênio, mecanismos de produção e inativação de radicais livres, respostas adaptativas locais ou sistêmicas. CAUSAS GERAIS DAS LESÕES HIPÓXIA E ANOXIA • Hipóxia: redução do fornecimento de oxigênio às células- causa modificações metabólicas progressivas - Diminui a síntese de ATP - Estimula a respiração anaeróbica - Altera a permeabilidade da membrana plasmática - Diminuição da síntese celular - Cessada a hipóxia: lesão reversível - Persiste a hipóxia: lesão irreversível: morte celular • Anoxia: interrupção do fornecimento de oxigênio às células RESPOSTA IMUNITÁRIA • DEFESA: • Receptores- alarminas - Mediadores; - Neutralizam a agressão; - Induzem os processos de reparo da lesão. • INFLAMAÇÃO: - A saída de leucócitos dos vasos, é uma resposta imunológica pode defender o organismo e, ao mesmo tempo, causar lesões. • RESPOSTA IMUNITÁRIA INATA - Genes expressos na vida embrionária - Resposta inespecífico mas eficiente (mecanismo de amplo espectro de ação). —COMPONENTES -CELULARES - Neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos, células NK, NKT e células dendríticas. - Mastócitos, células epiteliais, células endoteliais, fibroblastos, células da glia, osteócitos, condrócitos, células musculares e terminações nervosas aferentes. - Ocorre indução a apoptose e ativação de fagócitos que liberam enzimas. -HUMORAIS - Sistema de coagulação sanguínea e fibrinólise - Sistema do complemento, os peptídeos. microbicidas, as lectinas ligadoras de manose e a proteína e reativa. - Ocorre bloqueio ou formação de uma função celular. BIBLIOGRAFIA - BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo patologia geral. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 463 p. KUMAR, Vinay; KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 910 p. - ROBBINS, Stanley L; COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; FAUSTO, Nelson; ASTER, Jon C. Robbins e Cotran patologia: bases patológicas das doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 1421 p. CECIL, Russell La Fayette. Cecil: tratado de medicina interna. 21. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 2. v. - BRUNNER, Lillian Sholtis; SUDDARTH, Doris Smith; SMELTZER, Suzanne C. O'Connell. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 11. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 2 v. - FARIA, José Lopes. Patologia geral: fundamentos das doenças, com aplicações clínicas. 4. ed., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 298 p. - ROBBINS, Stanley L. Fundamentos de Robbins: patologia estrutural e funcional. 6. ed. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2001. 766 p 36. AULA 8 DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS E DOENÇAS TROMBOEMBÓLICA EDEMA Líquido elevado nos espaços intersticiais (entre a pele e os demais órgãos) e cavidades corporais (hidrotórax, hidroperitônico=ascite (acúmulo de líquido)). 60% do peso corporal consistem em água, 2/3 são intracelulares. ANASARCA= edema generalizado. FATORES QUE INFLUENCIAM O TRÂNSITO DO LÍQUIDO ATRAVÉS DAS PAREDES DOS CAPILARES 1. Equilíbrio entra as forças hidrostáticas e osmóticas dos capilares, fazendo com que não haja perda ou ganho de líquido. 2. No entanto, quando há aumento ou diminuição dapressão osmótica plasmática leva ao acúmulo do líquido extravascular. 3. O tecido linfático vai remover o excesso de volume, logo, retorna à circulação através do ducto torácico; contudo, se a capacidade de drenagem linfática for ultrapassada, resulta em edema tecidual. EDEMA SISTÊMICO - Sequência de eventos devido à insuficiência cardíaca primária, insuficiência renal primária ou pressão osmótica plasmática reduzida (ex: desnutrição, síntese hepática diminuída ou perda proteica devido à síndrome nefrótica). • Causas: - Pressão hidrostática aumentada; - Pressão osmótica plasmática reduzida; - Retenção de sódio e água; - Obstrução linfática; • Consequências: - Variação de uma condição apenas desagradável a rapidamente fatal. - Edema do tecido subcutâneo é importante pois sinaliza uma doença de base em potencial (doença cardíaca ou renal), porém quando significativo, pode prejudicar a cura de feridas ou a eliminado de infecção; - Edema pulmonar é um problema clínico comum mais frequente em insuficiência ventricular esquerda, podendo ocorrer também insuficiência renal, na síndrome da angústia respiratória e na inflamação ou infecção pulmonar. - Edema nos espaços alveolares causa o acúmulo do líquido nos septos alveolares em torno dos capilares e impede difusão de oxigênio, e cria um ambiente favorável à infecção bacteriana. - Edema cerebral apresenta risco de morte, se grave pode herniar (expulsar) através do forame magno ou comprimir o fornecimento vascular ao tronco cerebral. Qualquer das condições pode lesionar os centros bulbares e levar ao óbito. • MORFOLOGIA DO EDEMA MICROSCOPICAMENTE - Apresenta como clareamento e separação da matriz extracelular é um discreto aumento celular (qualquer órgão ou tecido pode estar envolvido). MACROSCOPICAMENTE - Edema subcutâneo: pode ser difuso ou mais evidente em regiões com alta pressão hidrostática; a pressão digital sobre o tecido subcutâneo edematoso desloca o fluido intersticial e deixa uma depressão, um sinal chamado edema com cacifo. - Edema periorbital tem um aspecto característico na doença rena, grave, resultante de uma disfunção renal pode afetar todas as partes do corpo e muitas vezes manifesta-se nos tecidos de uma matriz de tecido conjuntivo frouxo (ex: pálpebras). - No edema pulmonar, os pulmões apresentam duas a três vezes o seu peso normal e revela um líquido espumoso, tingido de sangue, representando uma mistura de ar, edema e glóbulos vermelhos extravasados. - O edema cerebral pode ser localizado ou generalizado, dependendo na natureza e extensão da lesão. O cérebro é excessivamente expandido, com sulcos estreitados; os giros distendidos mostram evidências de compressão contra o crânio inflexível. HIPEREMIA E CONGESTÃO Aumento localizado de sangue • Hiperemia - Processo ativo - Fluxo sanguíneo aumentado - Ex:Dilatação arteriolar • Congestão - Processo passivo - Retorno venoso insuficiente - Acúmulo de hemoglobina desoxigenada - Edema (aumento de volume e pressão) - Ex: insuficiência cardíaca Morfologia: - Alteração da cor, devido à presença de altos níveis de sangue pouco oxigenado; - Congestão pulmonar aguda: apresenta capilares alveolares congestionados; - Congestão pulmonar crônica: os septos estão espessados e fibróticos e os alvéolos contém numerosos macrófagos carregados de hemossiderina (células da insuficiência cardíaca); - Congestão hepática aguda: a veia central e os sinusóides estão distendidos. - Congestão hepática passiva crônica: as regiões centrolobular apresentam uma cor intensa que varia de vermelho ao marrom e estão levemente deprimidas (devido à morte celular), destacando- se das zonas circunjacentes do fígado não congestionado e com cor que varia do amarelo ao castanho (fígado em noz-moscada) - Microscopicamente: hemorragia centrolobular, macrófagos carregados de hemossiderina e degeneração de hepáticos. Devido à área do centrolobular do fígado ser a última a receber sangue, é provável que a necrose ocorre sempre que o suprimento sanguíneo estiver comprometido. HEMORRAGIA - Extravasamento de sangue no espaço extravascular. - Pode ocorrer sob condições de congestões crônica; uma tendência aumentada à hemorragia (em geral, com lesão insignificante). - Doença clínica: diáteses hemorrágicas. - A ruptura de uma grande artéria ou veia resulta em hemorragia grave e quase sempre é devido a uma lesão vascular, incluindo trauma, aterosclerose (inflamação), ou erosão da parede do vaso por inflamação ou neoplasia. - Pode ser externa ou estar confinada dentro de um tecido. - Hematoma: acúmulo nos tecidos- pequenos ou grandes. • Petéquias: aumento local da pressão intravascular, diminuição da contagem de plaquetas ou defeitos na função plaquetário (como na uremia). • Púrpuras: mesmas doenças causadas nas petéquias, ou podem ser secundárias a trauma, inflamação vascular (vasculite) ou a aumento de fragilidade vascular (ex: amiloidose). • Equimoses: glóbulos vermelhos degradados e fagocitados pelos macrófagos; a hemoglobina é convertida pelas enzimas em bilirrubina (cor azul-esverdeada) e, depois, em hemossiderina (cor marrom-dourada), representando as mudanças de cor que são características em uma contusão. - Dependendo da localização, um grande acúmulo de sangue em uma cavidade corporal é denominado de hemotórax, hemopericárdio, hemoperitônio ou hemartrose (articulações). - Hemorragia pode ser trivial nos tecidos subcutâneos ou letal no cérebro, pois o cérebro é inflexível e a hemorragia intracraniana pode resultar em um aumento de pressão que é suficiente para comprometer o suprimento sanguíneo e causar uma hérnia cerebral. Perda na quantidade de ferro e levando a uma anemia ferropriva. Quando os glóbulos vermelhos são retidos (ex: hemorragia em cavidades corporais ou tecidos), o ferro é recuperado e reutilizado para síntese de hemoglobina. HEMOSTASIA E TROMBOSE • Hemostasia normal: é uma consequência de um processo altamente regulado que mantém o sangue em estado líquido nos vasos normais, mas também permite a formação rápida de um tampão hemostático no local de uma lesão vascular. Patologia: trombose: formação de um coágulo sanguíneo (trombo) dentro de vasos intactos. • Envolvem três componentes: - Parede vascular (principalmente endotélio); - Plaquetas; - Cascata de coagulação. PAPEL DA TROMBINA NA HEMOSTASIA E ATIVAÇÃO CELULAR A trombina desempenha um papel crítico na geração fibrina com ligações cruzadas, assim como pela ativação de vários outros fatores da coagulação. Através dos receptores da protease ativada, a trombina também modula varias atividades celulares, ela induz diretamente a agregação plaquetária e a produção. TROMBOSE • Três principais alterações que levam à formação de um trombo: - Lesão endotelial; - Estase ou turbulência do fluxo sanguíneo; - Hipercoagulabilidade sanguínea. .
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