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Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 Sistema Nervoso – T 1.4 1-Definir homeostasia, identificando o papel do sistema nervoso na manutenção da homeostase. FONTE: Fisiologia Humana SILVERTHORN Fisiologia Médica Guyton HOMEOSTASIA: condição de equilíbrio no ambiente corporal interno resultante da interação constante entre os muitos processos regulatórios corporais. Condição, processo dinâmico, certas condições sofrem oscilações ao longo do dia Resposta às condições variáveis O equilíbrio corporal pode deslocar-se entre pontos em um intervalo estreito compatível com a manutenção da vida. Constância do meio interno. No corpo humano, todos os órgãos e tecidos contribuem para a manutenção desta constância. o O sistema de transporte do líquido extracelular o A origem dos nutrientes do líquido extracelular o A remoção das escórias metabólicas o A regulação das funções corporais o A reprodução REGULAÇÃO: Volume e pressão internos, Concentração iônica e de gases (O2 e CO2 ), pH, Temperatura, Nutrientes e metabólitos. EXEMPLO: Níveis de glicose sanguínea: entre 70 e 110 miligramas de glicose por 100 mililitros de sangue. Esse valor varia de acordo com o estado nutricional do organismo, regulado pela insulina e glucagon Cada estrutura, desde o nível celular até o nível sistêmico, contribui de algum modo para a manutenção do ambiente corporal interno dentro dos limites normais. O corpo tem muitos sistemas regulatórios que podem normalmente levar o ambiente interno ao equilíbrio. SISTEMA NERVOSO + SISTEMA ENDÓCRINO: trabalham juntos ou independentemente fornecem as medidas corretivas necessárias. SISTEMA NERVOSO: regula a homeostasia por intermédio do envio de sinais elétricos conhecidos como impulsos nervosos (potenciais de ação) aos órgãos que podem regular mudanças que promovam o retorno ao estado de equilíbrio. Detectar alterações em alguma variável fisiológica e desencadear uma resposta Buscando o retorno das condições homeostáticas SISTEMA ENDÓCRINO: inclui muitas glândulas que secretam moléculas mensageiras para o sangue chamadas hormônios. IMPULSOS NERVOSOS: causam mudanças rápidas HORMÔNIOS: trabalham mais devagar. Ambos os tipos de regulação trabalham com o mesmo objetivo, em geral por intermédio de sistemas de retroalimentação negativa. SISTEMAS DE RETROALIMENTAÇÃO (FEEDBACK): alça de retroalimentação Ciclo de eventos em que o estado de uma condição corporal é monitorado, avaliado, alterado, remonitorado e reavaliado. Modo como o corpo controla internamento os processos. CONDIÇÃO CONTROLADA: Cada variável monitorada Temperatura corporal, a pressão arterial ou o nível de glicose sanguínea ESTÍMULO: Perturbação que modifica uma condição controlada COMPONENTES: receptor, centro de controle e efetor Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 RECEPTOR: estrutura corporal que monitora modificações em uma condição controlada e envia informações (influxo) para um centro de controle. VIA AFERENTE: influxo flui para o centro de controle. (NOME DA VIA DO RECEPTOR) INFLUXO: ocorre na forma de impulsos nervosos ou sinais químicos. Algumas terminações nervosas na pele sentem a temperatura e podem detectar mudanças, como uma queda drástica da temperatura. CENTRO DE CONTROLE: o encéfalo, estabelece a faixa de valores em que uma condição controlada deve ser mantida (setpoint, ponto de ajuste). Avalia o influxo que recebe a partir dos receptores e gera comandos de saída quando eles são necessários. VIA EFERENTE: Saída do centro de controle tipicamente ocorre como impulsos nervosos, hormônios ou outros sinais químicos. Informação flui para fora do centro de controle. Temperatura da pele, o encéfalo age como centro de controle, recebendo os impulsos nervosos dos receptores na pele e gerando impulsos nervosos como resultado. EFETOR: estrutura corporal que recebe efluxos do centro de controle e provoca uma resposta ou um efeito que modifica a condição controlada. Praticamente todos os órgãos ou tecidos do corpo podem se comportar como efetores. PROCESSO: Quando sua temperatura corporal cai acentuadamente, seu encéfalo (centro de controle) envia impulsos nervosos (débito) para seus músculos esqueléticos (efetores). O resultado é o tremor, que gera calor e aumenta a temperatura corporal. o 2-Classificar os receptores sensoriais, descrevendo o tipo de estímulo que recebem e a posição anatômica que se encontram. FONTE: Margarida Aires – Fisiologia Fisiologia Médica - Guyton SISTEMA SENSORIAL: função integrativa de organização de resposta as mudanças no ambiente e o fluxo de informações No interior do organismo e no ambiente em que circunda Recepção, transdução, transmissão e processamento das informações internas e externas Cada modalidade sensorial é responsável por um determinado estímulo SENSIBILIDADE INTEROCEPTIVA: detectam os sentidos internos ao corpo SENSIBILIDADE EXTEROCEPTIVA: detecta as externas SENTIDOS FUNDAMENTAIS: constituem as funções que propiciam o nosso relacionamento com o ambiente. Nosso corpo pode perceber as coisas que nos rodeia Contribui para a nossa sobrevivência e integração com o ambiente. Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 MODALIDADES SENSITIVAS: sensibilidade geral e sentidos especiais. SENSIBILIDADE GERAL: refere-se à sensibilidade somática e à sensibilidade visceral. SENSIBILIDADE SOMÁTICA: sensações táteis (tato, pressão, vibração, coceira e cócegas) Sensações térmicas (calor e frio) Sensações de dor Sensações proprioceptivas que permitem a percepção tanto das posições estáticas (imóveis) dos membros e partes do corpo (sensação de posição de articulações e músculos) quanto dos movimentos dos membros e da cabeça. SENSIBILIDADE VISCERAL: fornece informações com relação às condições dentro dos órgãos internos. SENTIDOS ESPECIAIS: incluem as modalidades de olfato, gustação/paladar, visão, audição e equilíbrio. RECEPTORES SENSORIAIS: receptores altamente especializados, capazes de captar estímulos diversos. São formados por células nervosas capazes de traduzir ou converter esses estímulos em impulsos elétricos ou nervosos que serão processados e analisados em centros específicos do sistema nervoso central (SNC), onde será produzida uma resposta (voluntária ou involuntária). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados é diversa. Se diferencia por características morfofuncionais distintas FUNÇÃO DO RECEPTOR: A transdução que determina essa especificidade, pois é o processo que converte em uma linguagem compreensível pelo SNC TRANSDUÇÃO: Inicia-se com a detecção do estímulo pelo receptor sensorial Ocorre a geração de um potencial gerador/receptor, caracterizado por uma alteração no potencial elétrico da membrana, resultante de modificação na condutância dos canais iônicos; Esse potencial é local e graduado, restrito à célula receptora; Apresenta uma amplitude variável e reflete a intensidade do estímulo aplicado; O sinal elétrico do potencial gerador alcança as regiões onde pode ser propagado para o SNC; O passo final da transdução é a geração de um impulso nervoso na fibra aferente, que irá se propagar ou não de acordo o limiar mínimo de excitabilidade (princípio do tudo ou nada); A intensidade de um estímulo depende da frequência dos potenciais de ação e da quantidade de receptores recrutados pelo estímulo Diretamente proporcional a duas variáveis PROCESSO DE SENSIBILIDADE: começa em um receptor sensitivo, que é uma célula especializada ou dendritos de um neurônio sensitivo. Um dado receptor sensitivo responde intensamente a um tipo específico de estímulo, uma mudança no ambiente que ativa certos receptores sensitivos. Um receptor sensitivo responde apenas fracamente, ou nãoresponde de forma alguma, a outros estímulos. Esta característica dos receptores sensitivos é conhecida como seletividade. CLASSIFICAÇÃO DOS RECEPTORES: NEUROSSENSORIAIS: neurônios modificados CÉLULAS EPITÉLIO-SENSORIAIS: conectadas aos neurônios FÁSICOS: possuem uma adaptação lenta, sinalizando estímulos prolongados; TÔNICOS: possuem um adaptação rápida, sinalizando estímulos variáveis; TIPOS DE RECEPTORES SENSITIVOS: EXTEROCEPTORES: localizados na superfície externa do corpo ou próximo a ela Respondem a estímulos externos (originados fora do organismo), fornecendo informações externas sobre sensações de audição, visão, olfato, paladar, tato, pressão, vibração, temperatura e dor. INTEROCEPTORES OU VISCEROCEPTORES: estão localizados nos vasos sanguíneos, nos órgãos viscerais, nos músculos e no sistema nervoso Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 Respondem a estímulos viscerais, monitorando as condições do ambiente interno. PROPRIOCEPTORES: estão localizados nos músculos, tendões, articulações e orelha interna, fornecendo informações a respeito da posição do corpo, extensão e tensão do músculo e posição e movimento das articulações TIPO DE ESTÍMULO QUE DETECTAM: MECANORRECEPTORES: são sensíveis aos estímulos mecânicos, como deformação, estiramento ou dobramento das células. Fornecem sensações de tato, pressão, vibração, propriocepção, audição e equilíbrio. Monitoram o estiramento dos vasos sanguíneos e órgãos internos. TERMORRECEPTORES: detectam mudanças na temperatura, graus variados de calor NOCICEPTORES: respondem a estímulos dolorosos resultantes de lesão física ou química ao tecido. Dano tecidual interpretado como dor QUIMIORRECEPTORES: detectam substâncias químicas na boca (gustação), nariz (odor) e líquidos corporais. Oxigênio, ph e glicose FOTORRECEPTORES: detectam a luz que atinge a retina. Fótons de luz SIMPLES: uma ramificação nervosa COMPLEXOS: formados por elementos nervosos interconectados ou órgãos complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais. TATO: sentimos o frio, o calor, a pressão atmosférica GUSTAÇÃO: identificamos os sabores OLFATO: sentimos o odor ou cheiro AUDIÇÃO: captamos os sons VISÃO: observamos as cores, as formas, os contornos ÒRGÃOS: PELE: para o tato; LÍNGUA: para a gustação; FOSSAS NASAIS: para o olfato; OUVIDOS: para a audição; OLHOS: para a visão. Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 3-Identificar a organização anatômica e descrever a organização funcional do sistema nervoso (central, periférico-somático e autônomo, incluindo o visceral/ entérico). FONTE: Fisiologia Humana Silverthorn Fisiologia Médica Guyton SISTEMA NERVOSO: sistema responsável pela interpretação e coordenação dos estímulos sensitivos do meio externo e interno Elaboração e coordenação da resposta aos estímulos Interpretação de sinais, arquivamento (memória), aprendizado, raciocínio e planejamento Capacita a pensar, sonhar, desejar e ter consciência. DIVISÃO ANATÔMICA BÁSICA: CÉREBRO: dividido em dois hemisférios Córtex cerebral, susbtância branca, núcleos base, tálamo e hipotálamo. CEREBELO: dividido em dois hemisférios Córtex cerebelar, substância branca e núcleos cerebelares profundos TRONCO CEREBRAL: mesencéfalo, ponte e bulbo SISTEMA NERVOSO CENTRAL: SNC Parte central do sistema nervoso segundo a Terminologia Anatômica Composto pelo encéfalo e pela medula espinal. Processa muitos tipos diferentes de informações sensitivas. Fonte dos pensamentos, das emoções e das memórias. Origem dos sinais que estimulam a contração muscular e a liberação das secreções glandulares. ENCÉFALO: parte do SNC que está localizada no crânio. Processador de daods sofisticados Contém circuitos neurais que analisam os dados neurais e executam as respostas apropriadas através da medula espinal das eferências do SNP Tronco encefálico, cerebelo, diencéfalo e os hemisférios cerebrais (telencéfalo); Contém cerca de 85 bilhões de neurônios. MEDULA ESPINAL: conecta-se com o encéfalo por meio do forame magno do occipital. Estende-se do faroma magno da base do crânio em direção caudal até a L2 (2ª vertebra lombar) Está envolvida pelos ossos da coluna vertebral, dentro do canal vertebral Percurso espesso de comunicação que transmite sinais motores e sensoriais entre o SNP e o encéfalo Possui circuitos internos que promovem reflexos musculares Possui cerca de 100 milhões de neurônios. Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: SNP Parte periférica do sistema nervoso segundo a Terminologia Anatômica Formado por todo o tecido nervoso fora do SNC. Somático, autônomo e entérico COMPONENTES: nervos, gânglios, plexos entéricos e receptores sensitivos. NERVO: feixe composto por centenas de milhares de axônios Associados a seu tecido conjuntivo e seus vasos sanguíneos, que se situa fora do encéfalo e da medula espinal. 12 pares de nervos cranianos emergem do encéfalo 31 pares de nervos espinais emergem da medula espinal. Cada nervo segue um caminho definido e supre uma região específica do corpo. GLÂNGLIOS: são pequenas massas de tecido nervoso compostas primariamente por corpos celulares que se localizam fora do encéfalo e da medula espinal. Estas estruturas têm íntima associação com os nervos cranianos e espinais. PLEXOS ENTÉRICOS: são extensas redes neuronais localizadas nas paredes de órgãos do sistema digestório. Os neurônios destes plexos ajudam a regular o sistema digestório. DIVISÃO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO: SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO (SNS): composto por neurônios sensitivos que transmitem informações para o SNC a partir de receptores somáticos na cabeça, no tronco e nos membros Composto de receptores para os sentidos especiais da visão, da audição, da gustação e do olfato Composto por neurônios motores que conduzem impulsos nervosos do SNC exclusivamente para os músculos esqueléticos. Possuem um axônio que se estende da parte central do SNC até as fibras musculares de uma unidade motora. Como estas respostas motoras podem ser controladas conscientemente, a ação desta parte do SNP é voluntária. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SNA): divisão autônoma do sistema nervoso segundo a Terminologia Anatômica Principal aferência os neurônios sensitivos viscerais, associados com os interneurônios Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 Formado por neurônios sensitivos que levam informações de receptores sensitivos autônomos – localizados especialmente em órgãos viscerais como o estômago e os pulmões – para o SNC Por neurônios motores que conduzem os impulsos nervosos do SNC para o músculo liso, o músculo cardíaco e as glândulas. A atuação do SNA é involuntária. VIA AUTÔNOMA: O primeiro neurônio dessas vias é o pré-ganglionar, com o corpo celular no encéfalo ou medula e o axônio (fibra B ou mielinizada) saindo como um nervo espinhal ou craniano; Ao alcançarem um gânglio autônomo, fazem sinapse com um neurônio pós-ganglionar, que termina em um efetor visceral; A parte motora do SNA é composta por dois ramos: DIVISÃO SIMPÁTICA: exercício ou ações de emergência “Luta ou fuga” LOCAL DE ORIGEM NO SNC: segmentos torácicos e lombares da medula espinal LOCALIZAÇÃO DOS GLÂNGLIOS: próximo a medula espinal VIAS: neurônios pré-ganglionares curtos e pós-ganglionares longos. (cornos laterais da substância cinzenta dos 12 segmentos torácicos e 2 ou 3 lombares PARTE TORACOLOMBAR) DIVISÃO PARASSIMPÁTICA: ações de “repouso e digestão”. Reduz atividades metabólicas Com poucas exceções, os efetores recebem nervos de ambas as divisões, e geralmente têm ações opostas. LOCAL DE ORIGEM NO SNC: tronco encefálico e segmentos sacrais da medula espinal LOCALIZAÇÃO DOS GÂNGLIOS:próximos ou sobre os órgãos alvo VIAS: neurônios pré-ganglionares longos e pós-ganglionares curtos PARTE CRANIOSSACRAL: os corpos celulares estão nos núcleos dos nervos cranianos III, IV, IX e X, e na parte lateral da substância cinzenta entre o 2º e o 4º segmentos sacrais EXEMPLO: neurônios simpáticos aumentam a frequência cardíaca, enquanto os parassimpáticos a diminuem. SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO (SNE): o “cérebro do intestino”, é involuntária. Considerado antigamente como parte do SNA, o SNE é composto por mais de 100 milhões de neurônios que estão dentro dos plexos entéricos, e se estendem pela maior parte do sistema digestório. A maioria destes neurônios funciona independentemente do SNA e em parte do SNC, embora eles se comuniquem com o SNC através de neurônios simpáticos e parassimpáticos. PLEXO MIOENTÉRICO: localizado entre as camadas longitudinal externa e a circular interna da parte superior do esôfago até o ânus PLEXO SUBMUCOSO: localizado na cama submucosa do TGI Neurônios sensitivos: do SNE monitoram mudanças químicas no sistema digestório, bem como o estiramento de suas paredes. Neurônios motores entéricos: controlam, no sistema digestório, as contrações do músculo liso para impulsionar o alimento, as secreções dos órgãos (como o suco gástrico) e a atividade das células endócrinas, secretoras de hormônios. DIVISÃO SOMÁTICA DO SISTEMA NERVOSO NEURÔNIOS SENSITIVOS: transmitem aferências de receptores para os sentidos somáticos (sensibilidades táteis, térmicas, dolorosas e proprioceptivas e para os sentidos especiais (visão, audição, gustação, olfato e equilíbrio); Todos esses sentidos são percebidos conscientemente. NEURÔNIOS MOTORES SOMÁTICOS: inervam os músculos esqueléticos – os efetores da divisão somática do sistema nervoso – e geram movimentos reflexos e voluntários. Quando um neurônio motor somático estimula um músculo, ele se contrai; o efeito é sempre de excitação. Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 Se os neurônios motores somáticos interrompem a estimulação muscular, o resultado é um músculo paralisado e sem tônus. Embora o processo de respiração não seja consciente em sua maior parte, os músculos responsáveis pelos movimentos ventilatórios também são músculos esqueléticos controlados por neurônios motores somáticos. Se os neurônios motores respiratórios ficam inativos, a respiração para. Alguns músculos esqueléticos, como os existentes na orelha interna, são controlados por reflexos e não podem ser contraídos voluntariamente. DIVISÃO AUTÔNOMA DO SISTEMA NEVOSO: NEURÔNIOS SENSITIVOS AUTÔNOMOS: viscerais A principal aferência para o SNA Associados com interoceptores, receptores sensitivos localizados nos vasos sanguíneos, órgãos viscerais, músculos, e sistema nervoso que monitoram as condições do ambiente interno. Estes sinais sensitivos não são percebidos de modo consciente, embora a ativação intensa destes receptores possa gerar sensações conscientes. OUTRAS AFERÊNCIAS que exercem influência no SNA incluem algumas sensações monitoradas por alguns neurônios sensitivos somáticos e especiais. Por exemplo, a dor pode causar mudanças drásticas em algumas atividades autônomas. NEURÔNIOS MOTORES AUTÔNOMOS: regulam as funções viscerais por meio do aumento (excitação) ou da diminuição (inibição) das atividades executadas pelos tecidos efetores – músculos lisos, músculo cardíaco e glândulas. Mudanças no diâmetro das pupilas, dilatação ou constrição de vasos sanguíneos e ajustes da frequência e da força dos batimentos cardíacos são exemplos de respostas motoras autônomas. Ao contrário do músculo esquelético, os tecidos inervados pelo SNA geralmente continuam funcionando mesmo que haja um dano a sua rede nervosa. Por exemplo, o coração continua a bater quando ele é removido de uma pessoa para ser transplantado; o músculo liso da parede do sistema digestório mantém contrações rítmicas independentes; e algumas glândulas produzem secreções na ausência de controle do SNA. A maioria das respostas autônomas não pode ser alterada conscientemente. Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 4-Caracterizar o sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático (neurotransmissores envolvidos e tamanho das fibras pré e pósganglionares). Fonte: Fisiologia Humana– Silverthorn Princípios de Anatomia e Fisiologia – Tortora Fisiologia Médica - Guyton INTRODUÇÃO: • Sistema nervoso vegetativo ou visceral, devido ao controle que exerce sobre os órgãos internos/vísceras; • Subdividido em Simpático e Parassimpático; Cooperam para manter a sintonia-fina entre os diversos processos fisiológicos e, apenas ocasionalmente, uma porção domina as ações corporais; MANUTENÇÃO DA HOMEOSTASIA: •Trabalha em colaboração com o sistema endócrino e com o sistema de controle dos comportamentos para manter a homeostasia; • Os centros de controle homeostáticos, localizados no hipotálamo, na ponte e no bulbo, monitoram e regulam funções importantes; O hipotálamo possui osmorreceptores e termorreceptores; • A informação sensorial integrada no córtex cerebral e no sistema límbico pode produzir emoções que influenciam respostas autonômicas; Ficar vermelho de vergonha e a sensação de “frio na barriga”, por exemplo; • Alguns reflexos autonômicos podem ocorrer independentemente das influências encefálicas; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 o Dentre estes, estão a micção, a defecação e a ereção peniana; ▪ São funções corporais que podem ser influenciadas por vias descendentes do encéfalo, mas não necessitam obrigatoriamente dessas informações; o Por exemplo, pessoas com lesão na medula espinal que perdem a comunicação entre o encéfalo e a medula podem conservar alguns reflexos espinais, mas perdem a capacidade de percebê-los ou controla-los; MECANISMO DE CONTROLE ANTAGONISTA • As divisões simpática e parassimpática apresentam quatro propriedades de controle da homeostasia que foram descritas por Walter Cannon; Preservação das condições do meio interno; Up ou down regulation por controle tônico; Controle antagonista; Utilização de sinais químicos com diferentes efeitos em diferentes tecidos; Muitos órgãos internos estão sob controle antagonista, no qual, geralmente, a divisão simpática possui função excitatória e a divisão parassimpática, possui função inibitória; As glândulas sudoríparas e a musculatura lisa da maioria dos vasossão exceções à regra, sendo inervados somente pela porção simpática e dependerem estritamente do controle iônico; Além disso, algumas vezes as divisões autônomas atuam de maneira cooperativa em diferentes tecidos para atingir um objetivo; Em algumas vias autonômicas, a resposta do tecido-alvo é determinado pelos receptores específicos para os neurotransmissores; Por exemplo, a maior parte dos vasos contém apenas um tipo de receptor adrenérgico, cuja ativação produz a contração da musculatura lisa; Todavia, alguns vasos possuem também um segundo tipo de receptor adrenérgico, que produz o relaxamento dessa musculatura; Nesse caso, quem determina a resposta é o tipo de receptor, e não o neurotransmissor, já que ambos são ativados por adrenalina e noradrenalina; FORMAÇÃO DAS VIAS AUTONÔMICAS • Tanto as Simpáticas quanto as Parassimpáticas são formadas por neurônios em série; • O primeiro neurônio é chamado de pré-ganglionar, que sai do SNC e projeta-se para um gânglio autonômico; Neste, ocorre uma sinapse com um segundo neurônio, o pósganglionar; Cada neurônio pós-ganglionar pode inervar um alvo diferente; ▪ Ou seja, um único sinal do SNC pode afetar simultaneamente um grande n° de células-alvo, reforçando a divergência como uma característica fundamental das vias autonômicas; • Sabe-se que os gânglios possuem neurônios localizados inteiramente em seuinterior; Permitem que os gânglios atuem como “minicentros” de integração, recebendo sinais da periferia corporal e modulando sinais motorespara os tecidos-alvo; DIFERENÇAS ANATÔMICAS DA DIVISÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA • As principais diferenças são o ponto de origem da via no SNC e a localização dos gânglios autonômicos; • Vias Simpáticas o A maioria tem origem nas regiões lombar e torácica da medula espinal; o Seus gânglios são encontrados em duas cadeias dispostas ao longo de ambos os lados da coluna vertebral, com gânglios adicionais ao longo da aorta descendente; o Possuem neurônios pré-ganglionares curtos e pós-ganglionares longos; ▪ Gânglios localizados próximos da medula espinal; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 • Vias Parassimpáticas o Muitas se originam no tronco encefálico e seus axônios deixam o encéfalo por vários nervos cranianos; o Outras vias parassimpáticas se originam na região sacral e controlam os órgãos pélvicos; o Possuem neurônios pré-ganglionares longos e pós-ganglionares curtos; ▪ Gânglios localizados próximos ou sobre a parede dos órgãosalvo; o O principal nervo parassimpático é o Vago/X, o qual contém 75% de todas as fibras parassimpáticas; ▪ Conduz informação sensorial dos órgãos para o encéfalo e informação eferente para os órgãos; SINAIS QUÍMICOS DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO • As divisões simpática e parassimpática podem ser diferenciadas neuroquimicamente por seus neurotransmissores e receptores; • Tanto os pré-ganglionares simpáticos quanto os parassimpáticos liberam acetilcolina (ACh) como neurotransmissor, a qual atua sobre os receptores colinérgicos nicotínicos dos pós-ganglionares; • A maioria dos pós-ganglionares simpáticos secreta noradrenalina, a qual atua sobre os receptores adrenérgicos das células-alvo; o Aqueles que inervam as glândulas sudoríparas secretam acetilcolina, sendo chamados de neurônios simpáticos colinérgicos; • Já os pós-ganglionares parassimpáticos secretam acetilcolina, a qual atua sobre os receptores colinérgicos muscarínicos das células-alvo; • Outra pequena porção de neurônios não secreta acetilcolina e nem noradrenalina, sendo conhecidos como não adrenérgicos não colinérgicos; o Utilizam outras substâncias como neurotransmissores; ▪ Substância P, Somatostatina, Peptídeo Intestinal Vasoativo (VIP), Adenosina, NO e ATP; o Estão associados às divisões simpática ou parassimpática de acordo com o local onde suas fibras pré-ganglionares saem da medula espinal; RECEPTORES AUTONÔMICOS • O SNA utiliza poucos neurotransmissores, mas é capaz de diversificar as suas ações devido à existência de múltiplos subtipos de receptores; • A divisão simpática utiliza dois tipos de receptores adrenérgicos com vários subtipos; • Já a divisão parassimpática utiliza cinco variedades de receptores colinérgicos muscarínicos; RECEPTORES SIMPÁTICOS • As vias simpáticas secretam catecolaminas que se ligam a receptores adrenérgicos nas células- alvo; • Os receptores são do tipo α (respondem fortemente à noradrenalina e fracamente à adrenalina) e do tipo β (os três subtipos diferem em suas afinidades pelas catecolaminas); o Β1: respondem igualmente à noradrenalina e à adrenalina; o Β2: respondem mais à adrenalina e não são inervados; o Β3: encontrados no tecido adiposo, são inervados e mais sensíveis à noradrenalina; VIAS ASSOCIADAS AOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS • Todos são acoplados à proteína G em vez de canais iônicos; o Isso faz com que o início da resposta da célula-alvo seja um pouco mais lento, embora possa persistir por um período de tempo mais prolongado; • Os diferentes subtipos de receptores adrenérgicos utilizam diferentes vias de segundo mensageiro; VIAS PARASSIMPÁTICAS • Como regra, os neurônios parassimpáticos liberam acetilcolina sobre seus alvos; • As junções neuroefetoras da divisão parassimpática possuem receptores colinérgicos muscarínicos, os quais são acoplados à proteína G; o A ativação desses receptores ativa vias de segundo mensageiro, algumas das quais produzem a abertura de canais de K+ ou de Ca2+; o Já a resposta tecidual à ativação de um receptor muscarínico varia de acordo com o subtipo do receptor; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 5-Descrever as principais características das sinapses, diferenciando a transmissão elétrica e química nas sinapses. Fonte: Princípios de Anatomia e Fisiologia – Tortora Fisiologia Médica – Guyton INTRODUÇÃO • Sinapse é a região onde ocorre a comunicação entre dois neurônios ou entre um neurônio e uma célula efetora; • Podem ser axodendríticas, axossomáticas ou axoaxônicas de acordo com seus componentes; o Elétricas ou químicas, de acordo com sua natureza; o Cada uma apresenta diferenças estruturais e funcionais entre si; • São essenciais para a homeostasia, pois elas permitem a filtração e a integração das informações do organismo e do meio circundante; • Seu estudo é relevante pelo fato de algumas doenças serem fruto de alterações na comunicação sináptica, e muitas substâncias atuarem no corpo por meio dessas junções; SINAPSES ELÉTRICAS • Nelas, os potenciais de ação (impulsos) são conduzidos diretamente entre as membranas plasmáticas por meio de junções comunicantes; • Cada junção apresenta cem ou mais conexinas tubulares, que funcionam como túneis para o ligar diretamente o citosol de duas células adjacentes; o Assim, à medida que os íons fluem de uma célula para outra por estas conexões, o potencial de ação também se propaga; • São comuns no músculo liso visceral, no músculo cardíaco e no embrião em desenvolvimento, além de existir no encéfalo; o Apresentam uma velocidade de condução maior que a sinapse químicae a capacidade de sincronização, permitindo uma contração coordenada de fibras, como no coração e no TGI; SINAPSES QUÍMICAS • Apesar da proximidade das membranas plasmáticas dos neurônios pré e póssinápticos, em uma sinapse química, elas não se tocam; o Estão separadas pela fenda sináptica, um espaço de 20 a 50nm, preenchido com líquido intersticial; • Esse processo leva em torno de 0,5ms, o que torna a sinapse química um pouco mais lenta que a elétrica; PROCESSO DE TRANSMISSÃO • O impulso nervoso chega a um botão sináptico de um neurônio pré-sináptico; • A fase de despolarização abre canais de Ca2+ dependentes de voltagem, permitindo sua entrada pelos canais abertos; • O aumento do Ca2+ intracelular promove a exocitose de vesículas sinápticas que, ao se unirem à membrana plasmática, liberam os neurotransmissores na fenda sináptica; • Os neurotransmissores se difundem pela fenda sináptica e se ligam a receptores na membrana plasmática do neurônio pós-sináptico; o Essa ligação permite a abertura de canais na membrana receptora, permitindo a passagem de íons específicos; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 • Com a passagem de íons, a voltagem da membrana se modifica, caracterizando o potencial pós- sináptico (PPS); o Dependendo da quantidade de íons, o potencial pode ser despolarizante (excitatório/PPSE) ou hiperpolarizante (inibitório/PPSI); ▪ Por exemplo, a abertura de canais de Na+ promove uma despolarização, enquanto a abertura de canais de Cl- ou K+ causa uma hiperpolarização; • Quando um PPS atinge o limiar mínimo de excitabilidade, ele dispara um potencial de ação no axônio do neurônio pós-sináptico; • Na maioria das sinapses químicas, acontece apenas a transferência de informações em via única, caracterizando a unidirecionalidade do impulso nervoso; SOMAÇÃO DOS POTENCIAIS PÓS-SINÁPTICOS • Um neurônio comum do SNC recebe informações de 1000 a 10000 sinapses; • A integração dessas informações envolve a somação dos potenciais póssinápticos formados; o Quanto maior for a somação do PPSE, maior é a chance de se atingir o limiar, o que possibilita a geração de um ou mais impulsos nervosos; • Na maior parte do tempo, as duas formas de somação atuam juntas para aumentar a chance de um neurônio disparar um potencial de ação;SOMAÇÃO ESPACIAL • Refere-se à somação de PPS em resposta a estímulos que ocorrem em diferentes locais da membrana ao mesmo tempo; • É o resultado da concentração de neurotransmissores liberados simultaneamente por vários botões sinápticos; SOMAÇÃO TEMPORAL • Refere-se à somação de PPS em resposta a estímulos que acontecem no mesmo local da estrutura, mas em períodos diferentes; • É o resultado da concentração de neurotransmissores liberados rapidamente por um único botão sináptico duas ou mais vezes; o Como um PPSE típico dura cerca de 15ms, a 2ª liberação de neurotransmissores deve ocorrer logo após a 1ª para que corra a somação temporal; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 6-Descrever o processo de condução do impulso nervoso/ bioeletrogênese (potenciais de ação). INTRODUÇÃO • Assim como as fibras musculares, os neurônios são eletricamente excitáveis; • Se comunicam por meio de potenciais graduados (curtas distâncias) e potenciais de ação (grandes distâncias); o A produção de ambos depende de duas características das membranas celulares: ▪ Existência de um potencial de membrana de repouso; • Presença de tipos específicos de canais iônicos; CANAIS IÔNICOS • Permitem a passagem de íons específicos pela membrana plasmática (MP) ao longo de seus gradientes eletroquímicos (diferença de concentração química e de cargas elétricas); o Sabe-se que o movimento iônico acontece da região de maior concentração para menor concentração e que os cátions (+) se movem para regiões negativas, e que os ânions (-) se movem para regiões positivas; • Esses canais se abrem e fecham devido à presença de comportas; o Uma parte da proteína do canal que pode selar o poro do canal ou se mover para abri-lo; CANAIS DE VAZAMENTO o As comportas se alternam de forma aleatória; o Normalmente, a MP tem muito mais canais de vazamento para o K+ do que para o Na+; ▪ Assim, a permeabilidade para o K+ é muito maior do que para o Na+; o Esse tipo de canal é encontrado em quase todas as células, incluindo dendritos, corpos celulares e axônios de todos os tipos de neurônios; CANAIS ATIVADOS POR LIGANTE o Se abrem ou se fecham em resposta à ligação de um estímulo ligante (neurotransmissores, hormônios e íons); o Localizados nos dendritos de neurônios sensitivos, como os nocirreceptores, e nos dendritos e corpos celulares de interneurônios e neurônios motores; CANAIS MECANOATIVADOS o Se abrem ou se fecham em resposta a um estímulo mecânico na forma de vibração, toque, pressão ou estiramento tecidual; o Encontrados nos receptores auditivos, táteis e de pressão da pele; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 CANAIS DEPENDENTES DE VOLTAGEM o Se abrem ou se fecham em resposta a uma mudança no potencial de membrana; • Participam da geração e da condução de potenciais de ação nos axônios de todos os tipos de neurônios; POTENCIAL DE MEMBRANA EM REPOUSO • Existe devido a um pequeno acúmulo de ânions no citosol, ao longo da parte interna da MP, e a um acúmulo de cátions no líquido extracelular (LEC) na superfície externa da MP; o Quanto maior for a diferença de cargas na membrana, maior será o potencial de membrana; • Nos neurônios, o potencial de membrana em repouso varia entre -40 e -90mV, tendo -70mV como um valor comum; o O sinal negativo indica que a parte interna da célula está mais negativa do que a externa; • Esse potencial de repouso é gerado devido a três fatores; • Distribuição Heterogênea de Íons no LEC e Citosol o O LEC é rico em Na+ e Cl-; o No citosol, o principal cátion é o K+; o Devido às propriedades da membrana, o n° de íons K+ que se difundem de dentro da célula pra o LEC é maior que o n° de íons Na+ que se difundem do LEC para dentro da célula; ▪ Se estabelece a diferença de cargas entre as superfícies da membrana; • Incapacidade de os Ânions Saírem da Célula o Eles não seguem o K+ para fora da célula porque estão ligados a moléculas que não se difundem, como o ATP e grandes proteínas; • Natureza Eletronegativa das Bombas de Sódio-Potássio o A permeabilidade da membrana ao Na+ é muito baixa, devido a pouca existência de canais de vazamento; o No entanto, íons Na+ se difundem lentamente para dentro da célula devido à diferença de concentração; o Essa pequena entrada é compensada pelas bombas, retirando 3Na+ e captando 2K+; ▪ Como a remoção de cargas positivas é maior do que a captação, as bombas podem ser consideradas eletrogênicas; • Em outras palavras, elas contribuem para a manutenção da negatividade dopotencial da membrana; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 POTENCIAIS GRADUADOS • São pequenos desvios do potencial de membrana que a tornam mais polarizada (parte interna mais negativa) ou menos polarizada (parte interna menos negativa); • Ocorrem quando um estímulo causa a abertura ou o fechamento de canais mecanoativados ou ativados por ligantes na MP de uma célula excitável, geralmente nos dendritos e no corpo celular do neurônio; • No 1º caso, trata-se de um potencial graduado hiperpolarizante, enquanto que no 2º caso, refere-se a um potencial graduado despolarizante; • Dizer que estes sinais elétricos são graduados significa dizer que eles variam em amplitude (frequência), de acordo com a intensidade do estímulo; o Podem ser maiores ou menores, dependendo de quantos canais ativados por ligantes ou mecanoativados se abriram ou fecharam, e de quanto tempo eles permaneceram abertos; • Quando um potencial graduado acontece nos dendritos ou no corpo celular de um neurônio, ele é chamado de potencial pós-sináptico; • Se ocorrerem em receptores e neurônios sensitivos serão potenciais receptores e potenciais geradores, respectivamente; SOMAÇÃO DE POTENCIAIS GRADUADOS • Processo pelo qual os potenciais graduados se agregam; • Se dois graduados despolarizantes forem somados, o resultado será um potencial graduado despolarizante maior; o Mesma situação para os hiperpolarizantes; Caso dois potenciais tenham a mesma intensidade, porém opostos (um despolarizante e outro polarizante), sejam somados, eles se anularão e o potencial graduado desaparecerá; GERAÇÃO DOS POTENCIAIS DE AÇÃO • Um potencial de ação ou impulso é uma sequência rápida de eventos que diminui e reverte o potencial de membrana e, posteriormente, o leva novamente para seu estado de repouso; • Esse potencial só ocorre quando a despolarização atinge um certo nível, conhecido como limiar (acima de -55mV na maioria dos neurônios); o Neurônios diferentes podem ter limiares diferentes para um potencial de ação; o Caso o estímulo seja subliminar, a membrana não será despolarizada e o potencial de ação não acontecerá; o Caso o estimula seja supraliminar, serão formados vários potenciais de ação com a mesma amplitude que um potencial gerado com um estímulo limiar; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 ▪ Assim, a amplitude não depende da intensidade e sempre será a mesma; ▪ Por outro lado, quanto maior for a intensidade do estímulo acima do limiar, maior será a frequência dos potenciais de ação, até que seja atingida uma frequência máxima de acordo com o período refratário absoluto; • Durante a despolarização, o potencial de membrana se torna menos negativo, atinge o zero e então se torna positivo; o Na repolarização, o potencial de membrana volta ao padrão de repouso de -70mV; o Após a repolarização, pode ocorrer a pós-hiperpolarização, durante a qual o potencial de membrana se torna mais negativo que no repouso; ▪ Ocorre quando os canais de K+ permanecem abertos após o término da fase de repolarização; • Dois tipos de canais dependentes de voltagem se abrem e se fecham durante um potencial de ação; o Canais de Na+: permitem a entrada de Na+ para dentro da célula, o que gera a fase de despolarização; o Canais de K+: permitem a saída de K+ para fora da célula, o que gera a fase de hiperpolarização; FASE DE DESPOLARIZAÇÃO• Quando um potencial graduado despolarizante ou outro estímulo faz com que a membrana se despolarize até seu limiar, os canais de Na+ dependentes de voltagem se abrem; o O influxo de Na+ muda o potencial de membrana de -55mV para +30mV, ou seja, no pico do potencial de ação, a parte interna é +30mV mais positiva que a interna; • Cada canal de Na+ tem duas comportas separadas, uma de ativação e outra de desativação; o Durante o repouso, a comporta de desativação está aberta, mas a de ativação está fechada; ▪ Assim, o Na+ não consegue entrar por esses canais; o Quando se atinge o limiar, os canais de Na+ são ativados e ambas comportas são abertas; o À medida que se abrem mais canais, o influxo de Na+ aumenta, a membrana se despolariza ainda mais, e mais canais de Na+ se abrem; ▪ Caracterização de um sistema de retroalimentação negativa; FASE DE REPOLARIZAÇÃO • Logo após a abertura das comportas de ativação dos canais de Na+, os canais de inativação se fecham; • Além da abertura dos canais de Na+, uma despolarização também abre os Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 canais de K+, que possuem uma menor velocidade; o A abertura mais lenta dos canais de K+ e o fechamento dos canais de Na+ previamente abertos geram a fase de repolarização; • Assim, a diminuição do influxo de Na+ e a aceleração da saída de K+ fazem com que o potencial da membrana passe de +30mV para -70mV; • Também permite que os canais de Na+ inativos voltem ao seu estado de repouso; FASE DE PÓS-HIPERPOLARIZAÇÃO • Enquanto os canais de K+ estão abertos, a saída de K+ pode ser grande o suficiente para causar essa fase; • Durante esse momento, o potencial de membrana se torna ainda mais negativo, atingindo - 90mV; • Quando os canais de K+ se fecham, o potencial de membrana volta ao nível de repouso em - 70mV; PERÍODO REFRATÁRIO • Período de tempo após o início do potencial de ação durante o qual uma célula excitável não consegue gerar outro potencial de ação em resposta a um estímulo limiar normal; • Absoluto o Mesmo um estímulo muito intenso não conseguirá gerar um 2º potencial de ação; o Coincide com o período de ativação e inativação dos canais de Na+; ▪ Não conseguem se reabrir sem antes voltar ao estado de repouso; • Relativo o Período de tempo durante o qual um 2º potencial de ação pode ser gerado, mas apenas por um estímulo maior que o usual; o Coincide com o período no qual os canais de K+ ainda estão abertos, após a volta dos canais de Na+ inativos para o repouso; CONDUÇÃO CONTÍNUA E CONDUÇÃO SALTATÓRIA • A condução contínua, descrita até aqui, envolve a despolarização e a repolarização gradual de cada segmento da membrana plasmática; o Nesse modelo, os íons trafegam por seus canais dependentes de voltagem em cada porção adjacente da membrana; o Geralmente, o impulso se propaga por uma distância curta em poucosms e em axônios não mielinizados e nas fibras musculares; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 • Já a condução saltatória, que ocorre em axônios mielinizados, acontece devido à distribuição heterogênea dos canais dependentes de voltagem; o Existem poucos canais onde a bainha de mielina cobre o axônio,enquanto há abundância nas regiões dos nós de Ranvier; o Desse modo, a corrente levada pelo Na+ e pelo K+ flui pela membrana, principalmente pelos nós; • Quando o potencial de ação se propaga de forma saltatória, uma corrente elétrica flui de um nó para o outro pelo LEC que circunda a bainha de mielina e o citosol; o O potencial do 1º nó gera correntes iônicas que despolarizam a membrana até seu limiar, abrindo os canais de Na+ do 2º nó; o O fluxo iônico resultante que atravessa os canais abertos forma um potencial de ação neste nó subsequente; o Na sequência, o processo se repete sucessivamente, com cada nó se repolarizando após a transmissão; o Adquire maior velocidade de propagação e maior eficácia energética (abertura menor de canais = menor consumo de ATP pelas bombas de sódio-potássio); Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 7-Identificar os principais neurotransmissores e seus receptores (ionotrópicos, metabotrópicos, muscarínicos e nicotínicos), caracterizando-os INTRODUÇÃO • São os mediadores da sinalização química entre os neurônios; • Critérios Para Consideração Como Neurotransmissor o Deve estar presente no terminal pré-sináptico e a célula deve ser capaz de produzi-la; o Deve ser liberada durante a despolarização do terminal; o Devem existir receptores específicos na membrana pós-sináptica; NEUROTRANSMISSORES DE MOLÉCULAS PEQUENAS ACETILCOLINA • No SNP, é o transmissor das junções neuromusculares e das fibras pósganglionares de gânglios parassimpáticos e alguns simpáticos; • No SNC, é mais proeminente nos neurônios de alguns núcleos do tronco cerebral, partes do córtex pré-frontal e gânglios da base e na medula; • Sintetizada a partir do acetil-CoA e colina pela colina-acetiltransferase, localizada no citoplasma de terminais pré-sinápticos colinérgicos; • Após sua ação, é degradada pela acetilcolinesterase, encontrada na fenda sináptica, liberando acetato e colina; AMINOÁCIDOS • Glutamato o Presente na maioria das sinapses excitatórias do SNC; o Desempenha papel em muitas vias metabólicas e sendo precursor do GABA; o Ao ser aplicado nas células, causa sua despolarização, sendo o principal neurotransmissor excitatório do SNC; o Em altas concentrações, é uma neurotoxina potente, devendo ter sua atividade limitada estritamente após sua liberação pelo terminal pré-sináptico; • GABA o Neurotransmissor inibitório produzido a partir do glutamato pela enzima ácido glutamato- descarboxilase; o Diversas regiões do encéfalo possuem projeções GABAérgicos, principalmente os neurônios espinhosos do estriado e as Células de Purkinje, do córtex cerebelar; o Possui como transportadores os GAT’s 1 a 4, encontrados nos neurônios e células da glia; • Glicina o Funciona como um neurotransmissor inibidor em regiões mais restritas, como na medula e na porção inferior do tronco cerebral, cerebelo e retina; o Também se liga aos receptores excitatórios do glutamato do tipo NMDA, permitindo que o canal iônico se abra, funcionando como um cotransmissor nessas sinapses; o Possui como transportadores o GlyT1 (Astrócitos e todo o SNC) e o GlyT2 (terminais glicinérgicos da medula, tronco cerebral e cerebelo); o Depois que o GABA e a Glicina são liberados pelo terminal pré-sináptico, são reabsorvidos pelo terminal sináptico e pelas células da glia adjacentes por transportadores Na+Cl- da membrana (dois Na+ e um Cl-). AMINAS BIOGÊNICAS • Muitos dos neurotransmissores dessa categoria podem ser conhecidos porque desempenham outras funções fora do sistema nervoso; • São representadas pela dopamina, norepinefrina, epinefrina, serotonina e histamina; o As três primeiras são catecolaminas e apresentam via biossintética comum, que se inicia com o aminoácido tirosina; • No SNC, as células que usam as aminas biogênicas como neurotransmissores são encontradas, primariamente, em alguns núcleos do tronco cerebral; o A remoção desses compostos liberados nas sinapses é feita pela recaptura pelas células da glia e neurônios, por meio de transportadores dependentes de Na+Cl-, para então serem degradadas por duas enzimas: a monoamina oxidase e a catecol-OMetiltransferase; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 • A natureza difusão do padrão de projeção da maioria dos sistemas de aminas espelha-se nas funções que foram propostas para eles; o Acredita-se que atividade da maioria dos diferentes sistemas aminérgicos seja importante para determinar os estados cerebrais globais, como o nível de consciência, atenção e o humor, atuando na manutenção da homeostasia corporal; PURINAS • O ATP tem o potencial de agir como transmissor nas sinapses do SNC e SNP; o É encontrado em todas as vesículas sinápticas, sendo liberado durante a transmissão; o Possui, também, seuspróprios receptores que são ligados a canais iônicos, mas podem modificar a ação de outros neurotransmissores com os quais é liberado, incluindo a norepinefrina, a serotonina, o glutamato, a dopamina e o GABA. PEPTÍDEOS • São formados por cadeias de 3 a 40 aminoácidos, sendo liberados pelos neurônios e atuando em receptores em todo o SNC, representando um mecanismo fundamental de neurotransmissão; • Podem ser classificados em diversos grupos funcionais e atuam como transmissores únicos ou como transmissores primários na sinapse; o São sintetizados no corpo celular e transportados para o terminal, sendo acondicionados em grandes vesículas distribuídas por todo o terminal pré-sináptico. • Em particular, a liberação mais lenta e a falta de recaptação significam que os neuropeptídeos podem atuar por longo tempo e de forma difusa em determinada região do encéfalo e afetam todas as células naquela região, ao invés de atuar apenas na sinapse na qual foi liberada; o Assim, os peptídeos liberados por determinada sinapse afetam a população neuronal local de forma ampla. PEPTÍDEOS OPIOIDES • Compostos que não são derivados da papoula, mas que exercem efeitos diretos por meio da ligação aos receptores de opioides, representando uma classe clínica e funcionalmente importante de neuropeptídeos; o Incluem as encefalinas, endorfinas e dinorfinas; • São amplamente distribuídas nos neurônios do SNC e nos neurônios intrínsecos do TGI. Inibem os neurônios encefálicos envolvidos na percepção da dor; SUBSTÂNCIA P • Peptídeo que consiste em 11 aminoácidos presente em neurônios específicos do encéfalo, nos neurônios sensoriais primários e nos plexos de neurônios das paredes do TGI; • Está envolvida na transmissão da dor e tem efeito potente no músculo liso; NEUROTRANSMISSORES GASOSOS • Mais nova categoria de neurotransmissores a ser definida; • Não são armazenados nem liberados por exocitose, sendo extremamente difusíveis dos terminais sinápticos para as células vizinhas após sua síntese, que é desencadeada pela despolarização do terminal nervoso (influxo de Ca2+); • Além disso, não existem mecanismos específicos de recaptação e nem por degradação enzimática, finalizando sua ação por difusão, ligação aos ânions de superóxidos ou proteínas scavenger; • O NO (óxido nítrico) é o transmissor nas sinapses entre os neurônios motores inibidores do SN entérico e do músculo liso gastrointestinal; o Também atua no SNC, tendo sua síntese realizada pela NO sintetase a partir da oxidação da arginina a citrulina. RECEPTORES DOS NEUROTRANSMISSORES • Os receptores para determinado neurotransmissor eram distinguidos pelas diferenças farmacológicas de sua sensibilidade a agonistas e antagonistas específicos; o Por exemplo, os receptores da acetilcolina foram divididos em muscarínicos e nicotínicos, dependendo da sua capacidade de se ligar a nicotina ou muscarina. Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 De modo semelhante, os receptores de glutamato foram divididos de acordo com sua sensibilidade aos agonistas NMDA, ácido caínico e AMPA. • Atualmente, os receptores de neurotransmissores são membros de dois grandes grupos: receptores ionotrópicos, canais iônicos controlados por ligantes, e receptores metabotrópicos, receptores acoplados às proteínas G; RECEPTORES IONOTRÓPICOS • São complexos proteicos com um local de ligação extracelular para o transmissor e formam canal iônico através da membrana celular; o O receptor é composto por diversas subunidades proteicas, com cada uma contendo domínios que atravessam a membrana, dos quais alguns contribuem para a parede do canal iônico; • A ligação ao neurotransmissor geralmente está associada à probabilidade de o canal iônico estar aberto, resultando em eventos pós sinápticos de início e decaimento rápidos, com a duração de alguns milissegundos; • Esses receptores são responsáveis pelos PPSEs e PPSIs simpáticos; • Dentro dessa família, estão os receptores nicotínicos, sendo caracterizados como pertencentes ao grupo alça-cis; • Funcionam como mediadores da transmissão sináptica na junção neuromuscular, entretanto, possui canal catiônico não-seletivo, produzindo PPSE na ligação com a acetilcolina. São formados por uma série de subunidades chamadas α, β, γ, ε e δ. RECEPTORES METABOTRÓPICOS • São monômeros de proteínas com um sítio de ligação extracelular para determinado neurotransmissor e sítio para ligar uma proteína G; • Em contraste com os ionotrópicos, estes fazem a mediação de eventos pré-sinápticos de início lento e que podem persistir por algum tempo; • Possuem grande potencial para causar alterações no neurônio apenas pela geração de potencial pós-sináptico; • Dentro dessa família, estão os receptores muscarínicos, também pertencentes ao grupo alça-cis; o Atuam na ligação com a acetilcolina, possuindo 5 subunidades. Os receptores M1, M3 e M5 estão ligados à proteínas G insensíveis à toxina pertussis, enquanto M2 e M4 estão ligados à proteínas sensíveis; Fonte: Fisiologia – Berne e Levy – 2009 Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 Esclerose Later/al Amiotrófica ELA: é uma doença que afeta o sistema nervoso de forma degenetariava e progressiva e acarreta em paralisia motora irreversível. Pacientes com a doença sofrem paralisia gradual e morte precoce como resultado da perda de capacidades cruciais, como falar, movimentar, engolir e até mesmo respirar. O físico britânico Stephen Hawking, morto em 2018, foi um dos portadores mais conhecidos mundialmente da ELA. Não há cura para a Esclerose Lateral Amiotrófica. Com o tempo, as pessoas com doença perdem progressivamente a capacidade funcional e de cuidar de si mesmas. O óbito, em geral, ocorre entre três e cinco anos após o diagnóstico. Cerca de 25% dos pacientes sobrevivem por mais de cinco anos depois do diagnóstico. A descrição do seu nome, Esclerose Lateral Amiotrófica, significa: Esclerose - endurecimento e cicatrização. Lateral - endurecimento da porção lateral da medula espinhal. Amiotrófica - fraqueza que resulta na redução do volume real do tecido muscular, atrofia. A idade é o fator preditor mais importante para a sua ocorrência, sendo mais prevalente nos pacientes entre 55 e 75 anos de idade. Por ser um distúrbio progressivo, a ELA envolve a degeneração do sistema motor em vários níveis: bulbar; cervical; torácico; lombar. Não há cura para ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica. Os medicamentos e tratamentos são apenas paliativos, para ajudar a melhorar a qualidade de vida e a retardar a evolução da doença, que inevitavelmente acontecerá em algum momento. As causas da ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica ainda não são conhecidos, no entanto sabe-se que em cerca de 10% dos casos ela é causada por um defeito genético. Na prática, os neurônios dos pacientes acometidos pela doença se desgastam ou morrem e já não conseguem mais mandar mensagens aos músculos. Isso gera a curto e médio prazo enfraquecimento dos músculos, contrações involuntárias e incapacidade de mover os braços, as pernas e o corpo. A doença piora lentamente. Quando os músculos do peito param de trabalhar, fica muito difícil respirar por conta própria. Além disso, outras causas que podem estar relacionadas com a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) são: Mutação genética. Desequilíbrio químico no cérebro (níveis de glutamato mais elevado), o que é tóxico para as células nervosas. Doenças autoimunes. Mau uso de proteínas. Os sintomas da ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica normalmente começam a aparecer após os 50 anos, mas também podem surgir em pessoas mais novas. Entre outros sinais e sintomas, pessoas com ELA têm: perda gradual de força e coordenação muscular; incapacidade de realizar tarefas rotineiras, como subir escadas, andar e levantar; dificuldades para respirar e engolir; engasgar com facilidade; babar; gagueira (disfemia); cabeça caída; cãibrasmusculares; Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 contrações musculares; problemas de dicção, como um padrão de fala lento ou anormal (arrastando as palavras); alterações da voz, rouquidão; perda de peso. ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica não afeta os sentidos (visão, olfato, paladar, audição e tato) e raramente atinge o funcionamento da bexiga, dos intestinos ou a capacidade de pensamento e raciocínio de uma pessoa. O diagnóstico da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é feito, inicialmente, por meio de análise clínica e exame físico, que pode mostrar algumas deficiências físicas, sinais e sintomas que podem estar relacionados à doença. Podem haver, por exemplo, tremores, espasmos e contrações musculares, ou perda de tecido muscular (atrofia). Atrofia e contrações involuntárias da língua são comuns. Além disso, a pessoa pode ter um jeito de andar rígido ou desajeitado. Os reflexos são anormais. Há mais reflexos nas articulações, mas pode haver perda do reflexo faríngeo. Alguns pacientes têm problemas para controlar o choro ou o riso, estado chamado de "incontinência emocional". Para confirmar o diagnóstico, o médico especialista pode solicitar os seguintes exames: Exames de sangue, para descartar outras doenças. Teste respiratório, para verificar se os músculos do pulmão foram afetados. Tomografia computadorizada ou ressonância magnética da coluna cervical, para garantir que não exista uma doença ou lesão no pescoço, que pode ser semelhante à ELA. Eletromiografia, para ver quais nervos não funcionam corretamente. Teste genético, se houver um histórico familiar de ELA. Tomografia computadorizada ou ressonância magnética da cabeça, para excluir outras doenças. Estudos de condução nervosa. Testes de deglutição Punção lombar. O riluzol reduz a velocidade de progressão da doença e prolonga a vida do paciente. Fisioterapia, reabilitação, uso de órteses, de uma cadeira de rodas ou outras medidas ortopédicas podem ser necessárias para maximizar a função muscular e o estado de saúde geral, conforme cada caso e de acordo com a evolução da doença. Esclerose Múltipla A esclerose múltipla é uma doença autoimune que atinge o cérebro, os nervos ópticos e a medula espinhal. O sistema imunológico ataca a camada protetora que envolve os neurônios, chamada mielina, e atrapalha o envio dos comandos do cérebro para o resto do corpo. Esse processo é chamado de desmielinização FATORES DE RISCO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA A esclerose múltipla afeta geralmente pessoas jovens entre 20 e 40 anos de idade, principalmente mulheres. Entre os fatores de risco da esclerose múltipla, existem alguns que são genéticos e que podem estar relacionados à causa da doença. Mas há fatores de risco que são ambientais, tais como: Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 Infecções virais (herpesvírus ou retrovírus); Exposição ao sol insuficiente, o que leva a ter níveis baixos de vitamina D por tempo prolongado; Exposição a solventes orgânicos; Tabagismo; Obesidade. Atenção: a fase da adolescência é considerada um período de maior vulnerabilidade a estes fatores ambientais. SINAIS E SINTOMAS DA ESCLEROSE MÚLTIPLA Fadiga; Dificuldade em andar; Dificuldade de equilíbrio e de coordenação motora; Problemas de visão, como visão dupla, visão borrada e embaçamento; Incontinência ou retenção urinária; Dormência ou formigamento em diferentes partes do corpo; Rigidez muscular e espasmos; Problemas de memória, de atenção e para assimilar informações. TIPOS DE ESCLEROSE MÚLTIPLA Esclerose múltipla remitente-recorrente (EMRR) - corresponde a cerca de 85% dos casos. É caracterizada por períodos de melhora, chamadas de remissão, e piora que podem durar dias, semanas ou até anos. Geralmente ocorrem nos primeiros anos da doença com recuperação completa e sem sequelas. Em um prazo de cerca de 10 anos, metade das pessoas com EMRR desenvolverão o segundo tipo da doença. Esclerose múltipla secundária progressiva (EMSP) - neste caso, as pessoas não se recuperam totalmente das crises, também chamadas de recaídas, e acumulam sequelas ao longo dos anos. Ocorre perda visual definitiva ou maior dificuldade para andar, por exemplo. Pode ser necessário ter ajuda para se movimentar e locomover e ser necessário o uso de bengala ou cadeira de rodas. Esclerose múltipla primária progressiva (EMPP) - é caracterizada pela piora gradativa das crises. Esclerose múltipla progressiva com surtos (EMPS) - a doença age de forma mais rápida e agressiva. Ocorre, paralelamente, a progressão do processo desmielinizante e o comprometimento de estruturas do cérebro. DIAGNÓSTICO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA O diagnóstico da esclerose múltipla é feito em duas etapas: Sarah Rabelo Fernandes – Medicina Unipam 14 Avaliação clínica - a partir de alguns sinais e sintomas, o médico avalia os estímulos do sistema nervoso por meio de um teste físico. Ele pede para pessoa caminhar, testa alguns reflexos do corpo e analisa a estrutura dos olhos (retina e disco óptico), por exemplo. Ressonância magnética - o exame de imagem mostra zonas de desmielinização no cérebro e na medula espinhal, provocado pelo ataque do sistema imunológico. TRATAMENTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA Não há cura para a esclerose múltipla, mas existe tratamento. Quanto antes começar, mais qualidade de vida a pessoa pode ter. Corticoides - ajudam a inibir a ação do sistema imunológico. Geralmente, são administrados em curtos períodos para amenizar sintomas, como perda de visão, de força ou de coordenação. Os corticoides podem ser orais ou injetados diretamente na veia, de acordo com a necessidade de cada caso. Medicamentos para controle do sistema imunológico - dificultam o ataque das células de defesa à mielina e ajudam a evitar crises. Exercícios físicos - pedalar, caminhar, nadar e se alongar, por exemplo, auxiliam na saúde cardiovascular, muscular e psicológica. Fisioterapia - melhora o equilíbrio, a capacidade de caminhar e o nível de mobilidade. Procure caminhar sozinho sempre que puder. Isso ajuda na sua qualidade de vida e evita a depressão.
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