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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ Disciplina: Literatura Portuguesa II Coordenador: Prof.Luis Maffei APX 2 - 2021/ 2 Assumo o compromisso de confidencialidade e de sigilo escrito, fotográfico e verbal sobre as questões do exame ou avaliação pessoais que me serão apresentadas, durante o curso desta disciplina. Comprometo-me a não revelar, reproduzir, utilizar ou dar conhecimento, em hipótese alguma, a terceiros e a não utilizar tais informações para gerar benefício próprio ou de terceiros. Reitero minha ciência de que não poderei fazer cópia manuscrita, registro fotográfico, filmar ou mesmo gravar os enunciados que me são apresentados. Declaro, ainda, estar ciente de que o não cumprimento de tais normas caracterizará infração ética podendo acarretar punição nas esferas penal, civil e administrativa de acordo com a legislação vigente. Nome completo: Lyvia C. W. dos Santos Matrícula: 18213120222 Instruções: - Não escreva em tópicos. - Escreva a resposta em texto coerente e coeso, em registro linguístico compatível com o trabalho acadêmico formal. - Preste muita atenção aos enunciados, e lide com eles procurando dar conta do que é pedido. Não se dedique a demonstrar conhecimento sobre o problema escrevendo coisas que não tenham a ver com a questão. Fugir do enunciado tira pontos. Pontuação: A primeira questão vale 4,0, as duas outras valem 3,0. Boa prova! 1. O famoso poema “Contrariedades”, de Cesário Verde, começa com a seguinte estrofe: “Eu hoje estou cruel, frenético, exigente; Nem posso tolerar os livros mais bizarros. Incrível! Já fumei três maços de cigarros Consecutivamente” Comente a estrofe como se você fosse um heterônimo, à sua escolha, de Fernando Pessoa, ou o ortônimo. Caso resolvesse comentar o poema de Cesário usaria Caeiro, um heterônimo de Pessoa que valorizava a percepção do natural, através dos sentidos, tinha uma linguagem simplória e seus pensamentos seriam bastante diferentes dos de Cesário para este momento. Como Fernando Pessoa em geral, o poeta traz máscaras que subvertem sua incrível multiplicidade de personalidades, mas mantém a não aceitação a pensamentos que envolvam repressão e que são aversos ao ritmo de delimitar coisas. Um bom comentário se dá na poesia de Caeiro; Sou um guardador de rebanhos Sou um guardador de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos E os meus pensamentos são todos sensações. Penso com os olhos e com os ouvidos E com as mãos e os pés E com o nariz e a boca. Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la E comer um fruto é saber-lhe o sentido. Disponível em https://www.todamateria.com.br/heteronimos-de-fernando- pessoa/ > acesso em 04/12/2021; Podemos perceber que esse momento da escrita pessoana é bastante leve, em detrimento a escrita de Cesário, e como estudioso pessoano, fica fácil perceber as divergências entre os dois escritos, bem como entre os dois autores. Certamente, o comentário a ser tecido deverá obedecer https://www.todamateria.com.br/heteronimos-de-fernando-pessoa/ https://www.todamateria.com.br/heteronimos-de-fernando-pessoa/ as normas de pacificidade desse heterônimo. Podemos perceber, nesta primeira estrofe da poesia de pessoa, que ela vai diretamente ao contrário da poesia de Cesário, enquanto este está ferrenho com suas ideias, matutas e maturadas, aquele apresenta em seu heterônimo uma sutil leveza que o submete ao abstrato, a natureza, e a pureza de pensamentos. Claramente, se opondo a primeira estrofe do Poema de Cesário. 2. Pode-ser afirmar que a poesia pessoana possui algum aspecto político? Por quê? Onde? A poesia pessoana, de fato, não levam a pensamentos fascistas como muitos interpretaram. O estudioso José Barreto, pontuará muito bem essa questão. O que pode ser inferido da poesia de Fernando Pessoa, além da multiplicidade de opiniões recorrentes do próprio autor e seus heterônimos, é que fora um homem contrário a ideias comuns, como por exemplo, as máximas de coletividade, Fernando Pessoa pode ser considerado individualista, nacionalista, líder radical enquanto jovem, e elitista, contudo seu pensamento de forma alguma chega a ser um apoio a regimes militares, ao fascimo, ou mesmo ao Salazarismo. Textos escritos entre os anos de 1923 e 1935, este último ano de sua morte, comprovam tais afirmações. Em alguns momentos, outras correntes o julgarão, erroneamente, fascista, contudo, fica a mostra no poema abaixo que o autor era contrário ao unilateralismo das coisas do mundo e à intolerância. É fato que em Mensagem, o autor pode, ironicamente, se apresentar com ideias que se assemelham às fascistas, ainda assim, não é fato que possa ser comprovado com veemência em detrimento ao poema que será lido abaixo, que por sí só, se explica. Liberdade Ai que prazer Não cumprir um dever, Ter um livro para ler E não o fazer! Ler é maçada, Estudar é nada. O sol doira Sem literatura. O rio corre, bem ou mal, Sem edição original. E a brisa, essa, De tão naturalmente matinal, Como tem tempo não tem pressa... Livros são papéis pintados com tinta. Estudar é uma coisa em que está indistinta A distinção entre nada e coisa nenhuma. Quanto é melhor, quando há bruma, Esperar por D. Sebastião, Quer venha ou não! Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças, Flores, música, o luar, e o sol, que peca Só quando, em vez de criar, seca. O mais do que isto É Jesus Cristo, Que não sabia nada de finanças Nem consta que tivesse biblioteca... Fernando Pessoa Disponível em https://www.pensador.com/liberdade_fernando_pessoa/, > acesso em 04/12/2021 3. Uma famosa frase do filósofo Martin Heidegger diz que “a linguagem é a casa do ser”. Articule a ideia do pensador com um poema de algum(a) poeta do século XX que você viu em nosso curso. Vejamos em Sophia do Mar, o seguinte poema. https://www.pensador.com/liberdade_fernando_pessoa/ https://www.pensador.com/autor/fernando_pessoa/ INVENTEI A DANÇA PARA ME DISFARÇAR Inventei a dança para me disfarçar. Ébria de solidão eu quis viver. E cobri de gestos a nudez da minha alma Porque eu era semelhante às paisagens esperando E ninguém me podia entender. Disponível em http://www.revistaestante.fnac.pt/10-poemas- inesqueciveis-sophia-mello-breyner-andresen/ > acesso em 04/12/2021. Tenhamos como linguagem tudo aquilo que faz possível a expressão do homem e poderemos perceber claramente neste poema como a autora se reveste o tempo todo da sua própria linguagem para fazer moradia. É possível afirmar que esta vive dentro do poema ultrapassando o tempo e as limitações do corpo e da mente em pensar, transcrevendo a um perfeito poema a sua maneira de se esconder. É, com efeito, um privilégio autoral o que a poetisa traz as páginas portuguesas através de suas simples palavras que a escondem, que a levam ao gozo de suas experiências pessoais ávidas por serem demonstradas ao seu leitor. http://www.revistaestante.fnac.pt/10-poemas-inesqueciveis-sophia-mello-breyner-andresen/ http://www.revistaestante.fnac.pt/10-poemas-inesqueciveis-sophia-mello-breyner-andresen/
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