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PROVA TEORIA LITERÁRIA

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Revisar envio do teste: 20202 - PROVA SUBSTITUTIVA (A6)2020.2 TEORIA LITERÁRIA [EADH100 - B1] Prova N2
Revisar envio do teste: 20202 - PROVA SUBSTITUTIVA (A6) 
Usuário REBECA WELSSY NOBERTO SILVA
Curso GRA1284 TEORIA LITERÁRIA GR3256202 - 202020.ead-6261.04
Teste 20202 - PROVA SUBSTITUTIVA (A6)
Iniciado 10/10/20 11:58
Enviado 10/10/20 14:25
Status Completada
Resultado da tentativa 7 em 10 pontos  
Tempo decorrido 2 horas, 26 minutos
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Pergunta 1
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resposta:
O trecho a seguir é uma famosa citação de Machado de Assis, retirada do capítulo VI romance Quincas Borba. 
 
“ - (...) Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire
forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas
do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma
das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais
efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só
comemora e ama o que lhe aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a
destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.”
 ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2012.
 
Agora leia este trecho do capítulo CXCIX do mesmo romance:
 
“Rubião tinha febre. Comeu pouco e sem vontade. A comadre pediu-lhe contas da vida que passara na Corte, ao que ele respondeu que
levaria muito tempo, e só a posteridade a acabaria. Os sobrinhos de seu sobrinho, concluiu ele magnificamente, que hão de ver-me em toda
a minha glória. Começou, porém, um resumo. No fim de dez minutos, a comadre não entendia nada, tão desconcertados eram os fatos e os
conceitos; mais cinco minutos, entrou a sentir medo. Quando os minutos chegaram a vinte, pediu licença e foi a uma vizinha dizer que
Rubião parecia ter virado o juízo. Voltou com ela e um irmão, que se demorou pouco tempo e saiu a espalhar a nova. Vieram vindo outras
pessoas, às duas e às quatro, e, antes de uma hora, muita gente espiava da rua.
-Ao vencedor, as batatas! -- bradava Rubião aos curiosos. Aqui estou imperador! Ao vencedor, as batatas!”ASSIS, Machado de. Quincas
Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2012.
 
Na obra, acompanhamos o personagem Rubião, bem como acontecimentos que sucedem a morte de seu grande amigo Quincas Borba,
que lhe deixa uma herança contanto que Rubião cuide de seu fiel companheiro, um cachorro também chamado Quincas Borba.
Levando em consideração estes dados e tomando por base seus conhecimentos a respeito da teoria formalista, assinale a alternativa
correta.
Uma análise interessante, de acordo com o modelo formalista, do texto de Quincas Borba, é a contextualização da
obra em um período histórico específico, que se dá pela utilização da palavra “comadre” para se referir a uma pessoa
conhecida, no trecho em destaque do capítulo CXCIX.
Existem aspectos formais no texto que nos permitem afirmar que a trajetória de Rubião é uma exemplificação do
postulado no capítulo VI, como a repetição da emblemática frase de Quincas Borba “ao vencedor, as batatas”.
Resposta incorreta. Como é possível observar na relação entre os dois trechos em destaque, a trajetória de Rubião
exemplifica o postulado filosófico de Quincas Borba, no capítulo VI, justamente porque o personagem termina sua
história louco, doente e invalidado socialmente - logo, foi vencido. A repetição da frase “ao vencedor, as batatas” retoma
este trecho onde o postulado é colocado na narrativa, estabelecendo uma conexão com todos os acontecimentos que
sucedem na obra. Para chegar a esta análise, não é preciso recorrer a outras fontes teóricas, basta analisar a
composição de Quincas Borba.
Pergunta 2
Dom Casmurro é uma das obras mais conhecidas e comentadas do autor Machado de Assis. O trecho a seguir está no primeiro capítulo
da obra. Com base em sua leitura e em seus conhecimentos a respeito dos tipos de narrador, assinale a alternativa correta. 
REBECA WELSSY NOBERTO SILVA Minha Área
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Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido
consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha
narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E
com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem
tanto. 
Obras Completas de Machado de Assis, vol. I, Nova Aguilar, Rio de Janeiro, 1994.
Narradores como Bentinho em Dom Casmurro 
não são confiáveis no sentido em que todas as escolhas do que é dito e, principalmente, do que não é dito, passam
por seu crivo. Se a obra houvesse sido escrita a partir de um narrador testemunha, ainda que personagem ativo da
história, aí sim seria possível afirmar que a narração é confiável.
O narrador personagem em primeira pessoa de Dom Casmurro funciona de uma maneira bastante complexa: a
narração aqui é enviesada pelo ponto de vista do narrador que, justamente por ser personagem da própria história,
não tem confiabilidade.
Resposta incorreta. O trecho em destaque aponta para uma marca de estilo de Machado de Assis quanto à narração,
que são as intromissões, diálogos com o leitor, ironias e sarcasmos. Conforme vimos, a narração de Dom Casmurro
ocorre em primeira pessoa por um narrador personagem - ou seja, um narrador que recusa a onisciência, defendendo um
ponto de vista bastante marcado. Entretanto, a respeito dos tipos de narradores, é necessário lembrar que mesmo os
ditos “narradores neutros” nunca serão completamente neutros, visto que a obra literária é, antes de mais nada, uma
escolha: do que dizer, do que omitir, de quais palavras usar, de que maneira, em qual formato, etc. Ainda que o foco
narrativo utilizado por um autor seja o de uma câmera, descrevendo personagens, cenários e ações, haverão recortes e
escolhas do que descrever e do que não descrever.
Pergunta 3
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Leia os textos a seguir. 
  
“Ele sentia-se tão feliz, sem nenhuma preocupação deste mundo. Uma refeição a sós com ela, um passeio à noite pela estrada, um gesto
para lhe acariciar os cabelos, a presença do seu chapéu de palha pendurado no fecho de uma janela e ainda muitas outras coisas que lhe
davam prazer e com as quais nunca sonhara formavam agora a sua contínua felicidade. De manhã, na cama, com a cabeça no travesseiro
ao lado dela, contemplava a luz do Sol a passar entre a pelugem das suas faces louras, meio cobertas pelos folhos da touca. Vistos de tão
perto, os seus olhos pareciam maiores, sobretudo quando abria as pálpebras várias vezes de seguida ao acordar; negros à sombra e azul-
escuros à luz do dia, tinham como que camadas de cores sucessivas, mais densas no fundo e ficando maisclaras à superfície do esmalte.
Os olhos de Charles perdiam-se naquelas profundezas, e ali ele via a miniatura da sua imagem até aos ombros, com o lenço de seda atado
na cabeça e o peito da camisa entreaberto. Levantava-se. Ela punha-se à janela para o ver sair; ficava encostada ao peitoril, entre dois vasos
de gerânios, dentro do seu roupão, que lhe caía, folgado, em volta do corpo. (...)
FLAUBERT, Gustave. Madame Bovary. 2ª São Paulo: Martin Claret, 2003. (Ouro). Cap V-VI.
 
“Existindo então uma teoria do bovarismo, o leitor cultivado – francês ou brasileiro – localiza em sua memória a referência à célebre
personagem criada por Gustave Flaubert (1821-1880). (...) Ele inaugurou uma narrativa impessoal, polifônica, uma técnica de escrita
exigente e que demanda uma leitura criativa, não deixando a passividade se instalar no leitor. Segundo o especialista em Flaubert, Pierre-
Marc de Biasi, os dois únicos elementos que acompanham o gosto do tempo são a análise psicológica e o retrato dos costumes. De resto,
o leitor encontrava-se frente a uma escrita toda nova, desconcertante e transgressora. (...). Menos de dez anos depois da publicação do
romance a palavra bovarismo já era de uso corrente para designar a representação de uma atitude tipicamente fundada na fantasia. Eis um
termo que nadou de braçadas na imaginação coletiva. O passo seguinte – a elaboração de uma teoria do bovarismo – não se fez esperar.
‘(...) Em 1892, J. de Gaultier elabora a teoria do ‘bovarismo’, complexão psicológica da pessoa que se vê diversa do que é na realidade, e
que se condena, por suas ilusões e ideias pré-estabelecidas, a estar sempre desiludida pela banalidade da existência’.”
SOUZA, Eliana Maria de Melo. Itinerários do bovarismo. Revista Ponto e Vírgula, São Paulo, p.01-20, jan. 2013.
 
Assinale a alternativa que relaciona corretamente os conceitos críticos elaborados no artigo com elementos da narrativa.
O trecho “As comparações de noivo, de esposo, de amante celeste e de casamento eterno, que aparecem
repetidamente nos sermões, despertavam-lhe no íntimo da alma imprevistas doçuras.” representa bem o que, no
artigo, se diz sobre o bovarismo enquanto comportamento pautado na fantasia.
O trecho “As comparações de noivo, de esposo, de amante celeste e de casamento eterno, que aparecem
repetidamente nos sermões, despertavam-lhe no íntimo da alma imprevistas doçuras.” representa bem o que, no
artigo, se diz sobre o bovarismo enquanto comportamento pautado na fantasia.
Resposta correta. Em diversos momentos vemos marcas da desilusão de Emma em relação à realidade, como no trecho
“As comparações de noivo, de esposo, de amante celeste e de casamento eterno, que aparecem repetidamente nos
sermões, despertavam-lhe no íntimo da alma imprevistas doçuras.” em que constrói-se a fantasia da vida matrimonial e,
depois, em “Antes de casar, Emma julgara sentir amor; mas a felicidade que deveria resultar desse amor não aparecera,
pelo que se deveria ter enganado, pensava ela. Procurava agora saber o que se entendia, ao certo, nesta vida, pelas
palavras felicidade, paixão e êxtase, que, nos livros, Lhe haviam parecido tão belas.” a desilusão com a vida de casada.
Pergunta 4
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Leia o excerto apresentado a seguir e, depois, responda ao que se pede. 
  
Definida como ciência geral dos signos, (...) tem por objeto os processos de significação que constituem a linguagem, não se ocupando, a
princípio, com a obra de arte literária, de modo específico. Decorre então que essa teoria não oferece aos que se dedicam ao estudo do
texto poético ou de ficção, um modelo de análise voltado para suas características particulares.
REVISTA DIÁLOGOS. Pernambuco: Editora da Universidade de Pernambuco, 2018. D.o.i. 10.13115/2236-1499v2n19p473. Grifo nosso.
 
Assinale a alternativa que corresponde à corrente crítica que mais se aproxima dos postulados no excerto.
Semiótica.
Semiótica.
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Resposta correta. Apesar de não haver consenso entre os linguistas, pode-se tratar como Semiótica o estudo do
universo dos signos (PEIRCE, 1977). A ciência dos signos e significantes, sendo uma teoria particularmente linguística
que pode ser aplicada ao estudo de literatura, bem como ao estudo de todas as linguagens artísticas, possui diversas
subcategorias teóricas de atuação. O trecho em destaque fala mais especificamente da Semiótica francesa, pautada na
análise de discurso e interdisciplinaridade entre significantes de diversos gêneros.
Pergunta 5
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Leia os itens a seguir e analise a relação entre as citações do texto O ponto de vista na ficção, 
de Norman Friedman e o tipo de narrador, de acordo com a classificação proposta pelo autor. 
 
Câmera - “(...) A aparência dos personagens, o que eles fazem e dizem, o cenário - todos os materiais da estória, portanto -
podem ser transmitidos ao leitor unicamente através da mente de alguém presente” (FRIEDMAN, 2002, p. 177).
Onisciente intruso - “(...) De modo semelhante, o leitor tem acesso a toda amplitude de tipos de informação possíveis, sendo
elementos distintivos dessa categoria os pensamentos, sentimentos e percepções do próprio autor; ele é livre não apenas
para informar-nos as ideias e emoções das mentes de seus personagens como também as de sua própria mente.”
(FRIEDMAN, 2002, p. 173).
Modo dramático - “As informações disponíveis ao leitor (...) limitam-se em grande parte ao que os personagens fazem e
falam; suas aparências e o cenário devem ser dados pelo autor (...): nunca há, entretanto, nenhuma indicação direta sobre o
que eles percebem (...), o que pensam ou sentem. Isso não significa dizer, é claro, que os estados mentais não possam ser
inferidos a partir da ação e do diálogo”. (FRIEDMAN, 2002, p. 178).
  
É correto a correlação que se faz em: 
II e III, apenas.
II e III, apenas.
Resposta correta. Interpretando a tipologia de Friedman, se existe registro da percepção a partir de um personagem, não
teremos uma câmera. Como vimos, quando a opinião da voz narrativa é impressa no texto, temos o narrador onisciente
intruso e quando as informações apresentadas limitam-se às ações e falas dos personagens, sem desenvolvimento
sobre suas percepções, temos o modo dramático. 
Pergunta 6
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Leia o trecho a seguir. 
  
Para a estética da recepção, a teoria da literatura deve ser fundada no reconhecimento da historicidade da arte. Segundo Jauss, as outras
linhas teóricas não consideram a história nas análises do texto literário. (...) 
O processo da leitura, a experiência estética e o leitor, principal elo desse sistema, são elementos centrais para conhecimento e
interpretação da obra. Jauss propõe o estudo da literatura sob a perspectiva de sua relação com a época de produção e com a posição
histórica do intérprete. Assim, a estética da recepção é fruto do encontro entre poética e hermenêutica (estética e interpretação). O teórico
defende uma história da arte fundada nas perspectivas do sujeito produtor e do consumidor e na sua interação mútua, vendo a obra de arte
no horizonte histórico de sua origem, função social e ação no tempo.
SILVA, A. C. S.; PAZ, Ravel Giordano. OBSERVAÇÕES SOBRE A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DA ESTÉTICA DA RECEPÇÃO A
HELENA, DE MACHADO DE ASSIS. REEL. Revista Eletrônica de Estudos Literários, v. 1, p. 1-17, 2014.
 
No trecho em destaque, a autora faz um apanhado das principais características da chamada Estética da Recepção, uma teoria que
propõe a reformulação da interpretação textual baseando-se na relação entre leitor e obra sob um ponto de vista diacrônico. Com base
em seus conhecimentos, assinale a alternativa em que cita-se uma corrente literária que está em consonância com a Estética da
Recepção.
Fenomenologia.
Fenomenologia.
Resposta correta. A Fenomenologia, enquanto corrente que analisa as percepções do indivíduo em relação ao objeto,
foiestrutura-base dos postulados por Hans Robert Jauss em sua Teoria da Recepção.
Pergunta 7
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O trecho a seguir corresponde a uma afirmação do autor Boris Eikhenbaum a respeito das considerações de Roman Jakobson e os
autores formalistas russos.
 
Estabelecíamos e estabelecemos ainda como afirmação fundamental que o objeto da ciência literária deve ser o estudo das
particularidades específicas dos objetos literários, distinguindo-os de qualquer outra matéria, e isto independentemente do fato de que, por
seus traços secundários, esta matéria pode dar pretexto e direito de utilizá-las em outras ciências como objeto auxiliar.EIKHENBAUM, B. et
al. Teoria da Literatura. Porto Alegre: Globo, 1976.
 
Após sua leitura, assinale a alternativa que corresponde ao aspecto da crítica formalista russa de que Eikhenbaum está dissertando no
trecho.
Literariedade.
Literariedade.
Resposta correta. Observa-se no trecho uma reafirmação da análise do objeto literário por si mesmo, ou seja, por suas
particularidades linguísticas. Estas particularidades correspondem ao aspecto da literariedade de um texto literário, ou
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resposta: seja, o conjunto e análise das condições linguísticas que caracterizam um texto enquanto obra literária.
Pergunta 8
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Leia o trecho a seguir, da tese de Vanderlei do Carmo Dias Filho a respeito do poeta grego Hesíodo (autor de Teogonia e Os Trabalhos e
os Dias) e, refletindo a respeito da relação entre forma e conteúdo, assinale a alternativa correta. 
“O período em que a vida de Hesíodo transcorreu, provavelmente entre os séculos VIII e VII a.C., foi um tempo de grandes transformações
para o homem grego. As invasões dóricas haviam terminado e as influências do Oriente Médio e da Ásia estavam presentes entre os
helenos (...). Nesse contexto, tornava-se necessário reunir e adaptar todas as impressões culturais e religiosas. Hesíodo fez isso em
Teogonia, ao reunir e organizar várias idéias diferentes enquanto, na primeira vez que temos conhecimento, mostra a origem da cosmologia
grega. 
Em Os Trabalhos e os Dias, o poeta faz uso, de uma forma até então inédita, da cosmologia para compor uma obra em que fala não de
heróis ou guerras distantes, mas do homem do campo do agora, não envolvido em atos legendários, e sim em atos cotidianos que
assumem significado quando comparados aos mitos. (...) 
(...) Mudar a forma de pensar e tentar entender os mitos da forma como eles significavam ao homem antigo é um desafio, para o qual
selecionei como corpus Os Trabalhos e os Dias, por nele aparecerem os mitos voltados justamente para essa finalidade: ou seja, com os
mitos explicando o mundo ao homem através da mediação do poeta.” 
Fonte: Dias Filho, Vanderelei do Carmo. Mito e realidade em Hesíodo. Araraquara, 2008.
A contextualização da obra de Hesíodo, no trecho destacado, não permite que o autor da tese analise as relações da
poesia hesiódica em relação ao momento histórico de composição das mesmas.
Das investigações possíveis na Teoria Literária, a literatura pedagógica é função relevante para as análises.
Resposta incorreta. Dos intertextos possíveis na Teoria Literária, destacam-se aqui o viés histórico da análise literária e a
literatura enquanto função didática/pedagógica. Segundo o autor da tese, Vanderlei do Carmo Dias Filho, a poesia
hesiódica possui um forte tom de ensinamento justamente quando o poeta, mediador, compara o trabalho do homem
comum aos grandes feitos dos deuses.
Pergunta 9
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Do ponto de vista composicional, chama a atenção o trabalho com as palavras e a sintaxe. Misturam-se termos da fala
coloquial regional como “alembro” e “desmisturado”, neologismos como “lambente”, “entreonde-os-campos” e “serepente”
em construções sintáticas pouco comuns à norma culta, como “a ver que a gente não pode explicar essas coisas” e “mas -
de dentro de mim: uma serepente”. A esta característica de Grande sertão: veredas podemos atribuir à motivação
composicional funcional.
Tomando por base o rigor do trabalho estético e composicional da Grande sertão: veredas, tem-se o que é chamado de prosa
poética: um texto em prosa em que o trabalho com a linguagem assemelha-se ao que Chklovski propõe em A arte como
procedimento, a respeito da língua poética enquanto desvio da língua falada.
Existe um processo de singularização do objeto literário no trecho à medida em que os conceitos são nomeados, mas
também são descritos a partir de outros nomes, outras experiências.
Leia o trecho a seguir, retirado do romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
 
Aquela mandante amizade. Eu não pensava em adiação nenhuma, de pior propósito. Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Diga
o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu
perdia meu sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava. E eu mesmo não entendia então o que aquilo era? Sei que sim. Mas não.
E eu mesmo entender não queria. Acho que. Aquela meiguice, desigual que ele sabia esconder o mais de sempre. E em mim a vontade de
chegar todo próximo, quase uma ânsia de sentir o cheiro do corpo dele, dos braços, que às vezes adivinhei insensatamente – tentação
dessa eu espairecia, aí rijo comigo renegava. Muitos momentos. (...)
Aquele lugar, o ar. Primeiro, fiquei sabendo que gostava de Diadorim – de amor mesmo amor, mal encoberto em amizade. Me a mim, foi de
repente, que aquilo se esclareceu: falei comigo. Não tive assombro, não achei ruim, não me reprovei – na hora. Melhor alembro. Eu estava
sozinho, num repartimento dum rancho, rancho velho de tropeiro, eu estava deitado numa esteira de taquara. Ao perto de mim, minhas
armas. Com aquelas, reluzentes nos canos, de cuidadas tão bem, eu mandava a morte em outros, com a distância de tantas braças. Como
é que, dum mesmo jeito, se podia mandar o amor?
(...) O nome de Diadorim, que eu tinha falado, permaneceu em mim. Me abracei com ele. Mel se sente é todo lambente – “Diadorim, meu
amor…” Como era que eu podia dizer aquilo? Explico ao senhor: como se drede fosse para eu não ter vergonha maior, o pensamento dele
que em mim escorreu figurava diferente, um Diadorim assim meio singular, por fantasma, apartado completo do viver comum,
desmisturado de todos, de todas as outras pessoas – como quando a chuva entreonde-os-campos. Um Diadorim só para mim. Tudo tem
seus mistérios. Eu não sabia. Mas, com minha mente, eu abraçava com meu corpo aquele Diadorim-que não era de verdade. Não era? A ver
que a gente não pode explicar essas coisas. Eu devia de ter principiado a pensar nele do jeito de que decerto cobra pensa: quando mais-
olha para um passarinho pegar. Mas – de dentro de mim: uma serepente. Aquilo me transformava, me fazia crescer dum modo, que doía e
prazia. Aquela hora, eu pudesse morrer, não me importava.
 ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. São Paulo: Nova Aguilar, 1994. Disponível em: <http://stoa.usp.br/carloshgn/files/-1/2
0292/GrandeSertoVeredasGuimaresRosa.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2019.
 
Leia os itens a seguir e, tomando por base seus conhecimentos a respeito da crítica formalista russa, assinale a alternativa em que
todos os itens estão corretos.
 
 
É correto o que se afirma em:
I, II e III.
I, II e III.
Resposta correta. Os procedimentos de singularização de Grande sertão: veredas são muitos, a começar pelo trabalho
extremamente rigoroso da linguagem, em ordenações sintáticas fora do usual que categorizam o texto enquanto prosa
poética, utilizando-se de expressões ligadas à fala coloquial regional e de neologismos. Observa-se fortemente a
motivação estética nesta composição, uma vez que o que dá o teor à narração é justamente este trabalho elaborado
com a linguagem.
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Terça-feira, 24 de Novembrode 2020 15h14min10s BRT
Pergunta 10
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Leia o trecho a seguir, retirado do livro Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. 
“Ao ver, o menino mandou encostar; só descemos. – ‘Você não arreda daqui, fica tomando conta!’ – ele falou para o canoeiro, que
seguiu de cumprir aquela autoridade, desde que amarrou a corrente num pau-pombo. Aonde o menino queria ir? Sofismei, mas fui
andando, fomos, na vargem, no meio avermelhado do capim-pubo. Sentamos, por fim, num lugar mais salientado, com pedras, rodeado
por áspero bamburral. Sendo de permanecer assim, sem prazo, isto é, o quase calados, somente. Sempre os mosquitinhos era que
arreliavam, o vulgar. – ‘Amigo, quer de comer? Está com fome?’ – ele me perguntou. E me deu a rapadura e o queijo. Ele mesmo, só
tocou em miga. Estava pitando. Acabou de pitar, apanhava talos de capim-capivara, e mastigava; tinha gosto de milho-verde, é dele que
a capivara come. Assim quando me veio vontade de urinar, e eu disse, ele determinou: – ‘Há-te, vai ali atrás, longe de mim, isso faz…’
Mais não conversasse; e eu reparei, me acanhava, comparando como eram pobres as minhas roupas, junto das dele.” 
(ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. São Paulo: Nova Aguilar, 1994. Disponível em: <http://stoa.usp.br/carloshgn/files/-1/
20292/GrandeSertoVeredasGuimaresRosa.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2019.) 
  
Assinale a alternativa que indica adequadamente o tipo de narrador que está sendo desenvolvido no romance. 
“Eu” como testemunha.
“Eu” como testemunha.
Resposta correta. Observa-se pelo uso do pronome oblíquo me e do tempo verbal conjugado na primeira pessoa que o
narrador está falando de si mesmo, de uma posição acima do momento da história, como observador dos fatos que já
sucederam.  
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