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Botulismo em animais

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BOTULISMO 
 Doença infecciosa causada pela ingestão e absorção de toxinas pré-formadas pelo Clostridium botulinum, levando o animal a 
um quadro de paralisia motora progressiva (flácida). 
 Características: bacilo Gram positivo, anaeróbio restrito e tem a capacidade de esporular. 
· Pode acometer QUALQUER mamífero (gato, cão etc). 
· Forma esporulada: forma de resistência, logo se encontra em condições desfavoráveis a multiplicação. 
ɩ Pode se manter viável no ambiente por anos, em meio fluído (>30 anos), meio seco (>>30 anos) e em 
temperaturas de 180°C sobrevivem por 5 minutos. 
· Forma vegetativa: presente em condições favoráveis a multiplicação. 
EPIDEMIOLOGIA 
 Transmissão indireta: contaminação do ambiente e transito de animais silvestres. 
· Intensidade do surto 
ɩ Depende da intensidade da osteofagia/alotriofagia (ocorre em deficiências minerais), grau de contaminação das 
carcaças, condições ideais para multiplicação de esporos e produção de toxinas. 
ɩ O Clostridium dificilmente vai produzir toxinas dentro do corpo do animal e mesmo que produzido, ela é pouco 
absorvida. 
· Animais mais acometidos: >2 anos (maior osteofagia/alotriofagia) e vacas em gestação e lactação (em decorrência de 
deficiência mineral). 
ɩ Quanto pior o balanço mineral dos animais, maior a chance de se contaminar, visto que esses animais vão praticar a 
osteofagia (alimentação de ossos) e alotriofagia (alimentação de coisas não comestíveis). 
· Morbidade é variável. Letalidade: 100% dos animais (ocorre recuperação quando há ingestão de pouca quantidade de toxina 
e/ou sinais clínicos discretos). 
PATOGENIA 
· Doença ocorre normalmente através da ingestão de toxinas botulínicas. Período de incubação: 1 a 17 dias após ingestão. 
· Ocorre absorção na mucosa digestiva e vai via corrente sanguínea até a região neuronal e vai atuar nas junções 
neuromusculares; 
· Ocorre o acometimento do SNP, bloqueando a liberação de acetilcolina (responsável por sinalizar o músculo para contração), 
impedindo assim a passagem do impulso nervoso para o músculo, resultando em paralisia flácida. 
· Esses animais não tem interferência da sua função sensorial, ele apenas não consegue contrair a musculatura. 
 Toxinas do clostridium se faz através de neurotoxinas e são as mais potentes encontradas na natureza até os dias atuais. 
· Dividida em A, B, C1, C2, D, E, F e G. 
· Toxinas C/D: Mais importante no Brasil. Acometem mais bovinos, bubalinos, ovinos e equinos. 
· Toxina C: Aves domésticas e silvestres. 
· O botox é feito através dessas toxinas! 
 Fontes de contaminação: ingestão da toxinas botulínicas pré-formadas. 
· Águas paradas e rasas contaminadas com toxinas 
· Cadáveres em decomposição 
· Cama de frango 
· Rações contaminadas com toxinas 
SINAIS CLÍNICOS 
· No começo, o animal apresenta dificuldade de locomoção, apresentando um andar cambaleante e rígido 
ɩ Tende a começar nos membros posteriores – membros anteriores – cabeça e pescoço. 
· Com a progressão da doença, o animal se encontra normalmente em decúbito esterno abdominal + cabeça apoiada no 
flanco/solo. 
· Paralisia flácida 
ɩ Pode ser completa ou parcial. 
ɩ Pode acometer os músculos de locomoção, mastigação e deglutição. 
ɩ Não ocorre a retração da língua (casos mais avançados). 
ɩ Diminuição do tônus muscular 
 Vai ocorrer de acordo com a quantidade de toxinas que foi ingerida. 
· Super aguda: ocorre em menos de 24 horas. 
· Aguda: 1 a 2 dias 
· Subaguda: 3 a 7 dias 
· Crônica: 7 dias a 1 mês 
 
· Silagem contaminada 
· Compostagem contaminada 
· Para carnívoros: carcaças, alimentos enlatados (estufados 
jamais dar para o animal ou consumir) e carnes cruas. 
· Bradicardia e dispnéia. 
ɩ Respiração dificultada 
ɩ Profunda e diafragmática 
· Paralisia respiratória - óbito 
DIAGNÓSTICO 
 Histórico clínico 
· Normalmente não ocorre só em um animal, acomete o rebanho. 
· O que esse animal está comendo. 
 Sinais clínicos 
· Sem lesões macroscópicas significativas. 
 Cultura bacteriana: fígado, soro sanguíneo, fragmentos/conteúdo ruminal, intestino e cérebro. 
· Existe chance de ser negativo, porque é ocasionado pela ingestão da toxina produzida pelo Clostridium. 
 Diagnóstico diferencial: raiva e outras encefalites. 
TRATAMENTO 
· Soroterapia 
· Hepatoprotetor 
· Solução saturada de hidróxido de magnésio 
ɩ Induz diarréia, diminuindo a absorção de toxinas. 
· Vitaminas do complexo B 
ɩ Ajuda na proteção do sistema imunológico 
· Antibióticos – infecção secundária 
· Suplementação de cálcio e fósforo 
ɩ São os minerais que tendem a levar os animais a apresentarem osteofagia e alotriofagia. 
PROFILAXIA 
· Evitar contaminação de matéria orgânica em decomposição na alimentação. 
· Eliminação de cadáveres e ossadas do pasto 
ɩ Evitar enterrar, visto que a chuva pode trazer a tona essas bactérias enterradas e até mesmo contaminar as águas. 
ɩ Ideal: incinerar. 
· Vacinação contra a toxina botulínica C/D 
ɩ Mesma vacina do tétano 
ɩ Ocorre com 4 meses e revacina após 30-40 dias.

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