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Otites média, aguda e crônica e mastoidite - Louise

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OTITES MÉDIA, AGUDA E CRÔNICA E MATOIDITE 
IMIPÃO 
LOUISE CANDIOTTO 1 
 
INTRODUÇÃO 
A orelha média da criança pode apresentar um amplo 
complexo e conjunto de doenças. 
OTITE MÉDIA  Inflamação do mucoperiósteo que 
reveste a orelha média, sem referencia à etiologia 
especifica, patogênese ou tempo de evolução. 
A inflamação pode se estender ao mastoide, uma vez que 
esse espaço é contínuo a orelha média. 
Pode ocorrer exsudato ou efusão na orelha média, que fica 
exposta a diversas complicações. 
A otite média é a doença mais comum na infância após as 
infecções de vias aéreas. 
OTITE MÉDIA AGUDA (OMA)  Mais comum. 
OTITE MÉDIA CRÔNICA  Mais prejudicial para o 
organismo da criança. 
Acredita-se que a disposição anatômica e a imaturidade da 
tuba auditiva na criança sejam os fatores mais importantes 
na gênese das infecções da orelha média. 
Outro fator que aumenta a incidência de otites medias em 
crianças com menos de 5 anos é a elevada ocorrência de 
infecções de vias aéreas superiores (6-8 episódios por ano). 
OUTROS FATORES QUE FAVORECEM A INFECÇÃO: 
 Rinossinusites 
 Atopias 
 Frequentar ambientes fechados  Escolas e 
creches 
 Exposição ao tabagismo passivo 
 Contato com o cloro (piscina) 
 Aleitamento artificial 
 Alimentação deitada 
 Histórico familiar 
CLASSIFICAÇÃO 
 Otite média aguda (OMA) 
 Otite média aguda recorrente (OMAR) 
 Otite média secretora (OMS) 
 Otite média crônica não colesteatomatosa 
 Otite média crônica colesteatomatosa 
OTITE MÉDIA AGUDA (OMA) 
Inflamação reversível do mucoperiósteo que reveste a 
orelha média com duração inferior a 2-3 semanas e, em 
geral, é de origem infecciosa, podendo ser viral ou 
bacteriana. 
 
Em RN, há maior incidência de bacilos gram-negativos 
(20%), após essa fase o Streptococcus pneumoniae é o 
agente mais frequente (40-50%). 
Alguns vírus, especialmente o adenovírus, podem causar 
OMA, porém o quadro é menos intenso que a doença 
bacteriana, possuindo a cura espontânea em 5-7 dias. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
 Otalgia 
 Febre  Em geral, menor que 39°C 
 Irritabilidade 
 Hipoacusia 
 Plenitude auricular 
 Inapetência 
 Choro 
 Irritabilidade 
 Manipulação da cabeça 
ou da orelha afetada 
 Letargia 
 Diarreia 
 Vômitos 
OBS1: Essas manifestações geralmente são precedidas por 
um quadro de resfriado. 
OBS2: Temperaturas mais altas que 39°C indicam possível 
bacteremia ou complicação. 
OTOSCOPIA  Confirma o diagnóstico. 
MEMBRANA TIMPÂNICA  Na OMA ela fica abaulada, 
avermelhada ou intensamente hiperemiada e opaca. 
OBS: Algumas vezes quando há OMA com supuração pode-
se notar microperfuração pulsátil da membrana timpânica 
com secreção purulenta no conduto auditivo externo. 
OBS2: O abaulamento e a opacificação da membrana 
timpânica são sinais que tem um valor preditivo maior, a 
hiperemia isolada não define diagnostico. 
TRATAMENTO 
O uso do antibiótico no tratamento da OMA é empírico. 
Alguns estudos mostram que a maioria das OMA evoluem 
para cura espontânea em 7-14 dias. 
Há controvérsias sobre iniciar ou não imediatamente a 
antibioticoterapia  É uma tomada de decisão importante. 
Alguns pacientes com sinais mais intensos devem ser tratados 
com antimicrobianos. 
TRATAMENTO CLÁSSICO  Pacientes que não fizeram 
uso de antibioticoterapia no último mês  Amoxicilina 
40mg/Kg/dia, de 12/12 ou 8/8. 
 
Crianças que não 
conseguem se 
expressar 
 
LOUISE CANDIOTTO 2 
 
Pacientes que utilizaram antibioticoterapia no ultimo mês, 
nos casos em que o quadro é intenso, com febre alta 
associada a certo grau de toxemia ou naqueles em que 
houve falha terapêutica com amoxicilina em doses habituais, 
pode-se fazer alguns esquemas terapêuticos: 
 Amoxicilina na dose de 80mg/Kg/dia, de 12/12 
ou 8/8 
 Amoxicilina + clavulanato, usando 40mg/Kg/dia 
da penincilina 
 Amoxicilina + clavulanato, usando 80mg/Kg/dia 
da penincilina 
 Ampicilina + sulbactam, 30-50mg/Kg/dia da 
penincilina, em duas tomadas por dia 
 Cefuroxima axetil (30mg/Kg/dia de 12/12 
horas) 
OBS: O tratamento curto de 5 dias da OMA não complicada 
é uma possibilidade terapêutica  Não muito utilizado no 
nosso meio  Os fármacos são os mesmo e nas mesmas 
doses recomendadas para o tratamento por 10 dias. 
Devem ser prescritos analgésicos e antitérmicos, além de 
irrigação nasal com soro fisiológico. 
Gotas otológicas, descongestionantes nasais e anti-
inflamatórios não são necessários. 
Miringotomia com aspiração e coleta de material para 
cultura é indicada após falha terapêutica de pelo menos 
dois esquemas antibióticos corretamente realizados, com 
dados clínicos de infecção importante. 
OTITE MÉDIA AGUDA RECORRENTE (OMAR) 
Presença de 3 episódios de infecção em 6 meses ou 4 ou 
mais em 12 meses, com normalização completa dos sintomas 
entre as crises. 
A associação de diversos fatores de risco parece ser 
importante na predisposição â recorrência da infecção. 
Para crianças gravemente afetadas com OMAR, mesmo com 
o tratamento dos episódios e sua correção, indica-se colocar 
um tubo de ventilação com ou sem adenoidectomia. 
A antibioticoterapia profilática deve ser desencorajada  
Aumenta o risco de cepas resistentes. 
Se não ocorrer problemas na membrana timpânica, nem a 
OMAR ser algo sufocante, o tratamento de menor risco a 
longo prazo consiste na antibioticoterapia nos episódios 
individuais. 
Os episódios tendem a ser menos frequentes e menos 
intensos com o crescimento da criança. 
OTITE MÉDIA SECRETORA (OMS) 
Otite média com efusão 
Presença de efusão na orelha média, por período de tempo 
prolongado, sem sinais ou sintomas de inflamação aguda, 
com membrana timpânica íntegra, geralmente 
acompanhada de comprometimento da audição. 
Estágio inicial de alterações histopatológicas, infiltrado 
inflamatório e edema de mucosa passíveis de reversão com 
tratamento clinico ou colocação de tubo de ventilação. 
Pode ocorrer secundária a um episódio de OMA ou ser 
decorrente de obstrução da tuba auditiva. 
A maioria dos episódios resolve-se espontaneamente em 1-
2 meses. 
Em geral, apresenta poucos sintomas, levando a perda 
auditiva do tipo condutiva ou a OMAR. 
Maior causa de perda auditiva em pré-escolares. 
EXAME FÍSICO: 
 Membrana timpânica: 
 Opaca 
 Retraída 
 Amarela ou azulada 
 Aumento da vascularização periférica 
 É possível observar nível hidroaéreo com formação 
de bolhas 
OBS: Otalgia e febre geralmente não acompanham o 
quadro. 
OTOSCOPIA PNEUMÁTICA  Revela diminuição da 
mobilidade timpânica. 
DIAGNÓSTICO  Confirmado pela audiometria, que 
mostra perda auditiva tipo condutiva, e pela 
imitanciometria, que exibe curvatimpanométrica tipo B. 
TRATAMENTO  Exige correção dos possíveis fatores 
desencadeantes e NÃO INCLUI o uso rotineiro de 
antimicrobiano, descongestionantes e anti-histamínicos. 
OBS: O uso de antibiótico deve ser restrito a sobreposição 
de infecção aguda (OMA), à concomitância de IVAS que 
não cedeu após 15 dias ou as crianças candidatas a colocar 
tubo de ventilação. 
TRATAMENTO CIRÚRGICO  Colocação do tubo de 
ventilação  Indicado: 
 Perda auditiva bilateral >20dN durante pelo 
menos 3 meses ou unilateral durante 6 meses 
 OMA recorrente com falha no tratamento clinico 
adequado 
 Retração importante na membrana timpânica com 
possibilidade de atelectasia 
 Alterações de fala e linguagem ou de equilíbrio 
OTITE MÉDIA CRÔNICA NÃO 
COLESTEATOMOSA 
Forma mais comum de OMC. 
CARACTERÍSTICA  Perfuração de membrana timpânica 
de qualquer etiologia (traumática ou infecciosa), 
apresentando supurações recorrentes ou, em casos mais 
intensos, otorreia constante. 
Possui alterações histopatológicas mais importantes como: 
Fibrose, timpanosclerose, lesão de cadeia ossicular, osteítes 
e formação de tecido de granulação. 
 
 
 
LOUISE CANDIOTTO 3 
 
EXPRESSÃO CLÍNICA MAIS INTENSA  Supuração 
frequente, perda auditiva mais importante, complicaçõesmais graves e, geralmente, é refrataria ao tratamento 
clinico. 
OBS: Raramente é acompanhada de otalgia. 
OTOSCOPIA: 
 Sem supuração  Perfuração de membrana 
timpânica, mucosa pouco edemaciada rósea e 
brilhante e ossículos algumas vezes erodidos 
 Com supuração  Secreção amarelo-esverdeada 
de odor fétido e mucosa bastante edemaciada 
com tecido de granulação e pólipos 
PERDA AUDITIVA  Pode ser leve e apenas de 
condução ou pode ocorrer comprometimento neurossensorial 
gerando disacusias mistas. 
TRATAMENTO  Se houver supuração importante é feito 
com antibióticos sistêmicos e gotas auriculares. 
TRATAMENTO DEFINITIVO  Cirúrgico  
Timpanoplastias e mastoidectomias 
OBS: É fundamental recomendar ao paciente para que não 
molhe o ouvido afetado. 
OTITE MÉDIA CRÔNICA COLESTEATOMOSA 
Crescimento anormal de tecido epitelial dentro da orelha 
média, o qual forma uma massa de queratina descamada 
envolta por tecido fibroepitelial com intensa atividade 
inflamatória. 
COLESTEATOMA  Comporta-se como um pseudotumor 
que cresce e absorve as estruturas adjacentes por 
compressão e pela ação de enzimas proteolíticas. 
Frequentemente leva à infecção secundária por germes 
anaeróbios. 
SINTOMATOLOGIA  Otorreia purulenta constante, 
fétida, com raios de sangue. 
OTOSCOPIA  Secreção amarelo-esverdeada de odor 
muito fétido, descamação, pólipo, material queratínico 
peroláceo (colesteatoma), retração posterossuperior da 
membrana timpânica ou perfuração ampla ou 
posteromarginal, além de edema de mucosa e abundante 
tecido de granulação. 
PERDA AUDITIVA SECUNDÁRIA  Geralmente mais 
importante do que nas outras OMC, podendo ser do tipo 
condutiva, mas frequentemente tem um comportamento 
neurossensorial associado. 
COMPLICAÇÕES: 
 Zumbidos agudos 
 Crise de vertigem 
 Surdez súbita 
 Paralisia facial periférica 
 Meningite 
 Abcessos cerebrais 
TRATAMENTO  Cirúrgico  Visa prevenir 
complicações, acabar com o processo infeccioso e preservar 
a audição. 
MASTOIDITE AGUDA 
MASTOIDITE  Complicação intratemporal das otites. 
Pode ocorrer em qualquer uma das formas da otite média, 
sendo mais comuns nas otites medias agudas e na crônica 
colesteatomatosa. 
O quadro pode ser evitado pelo tratamento oportuno e 
correto da otite media. 
Presença de um abcesso subperiosteal mastoideo, 
apresentando-se com aumento de volume retroauricular e 
deslocamento anterior do pavilhão auricular, associado a 
sinais flogísticos, como dor, hiperemia edema da região 
mastoidea. 
Há sinais sistêmicos de infecção importante com toxemia e 
queda do estado geral, com leucograma de característica 
bacteriana. 
A otorreia pode estar presente nas vigência de perfuração 
de membrana timpânica. 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA  Dos ossos 
temporais, é de grande importância para o estadiamento e 
o diagnostico dessa complicação. 
TRATAMENTO  Exige internação e antibioticoterapia 
intravenosa.

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