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Orquiectomia em Medicina Veterinária

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Medicina Veterinária 
@medvet.mf | Maria Fernanda 
 
ORQUIECTOMIA 
 A orquiectomia é o termo cirúrgico 
que se refere a retirada dos testículos, 
tanto em seres humanos quanto em 
animais, sendo um procedimento 
comum na rotina veterinária de 
pequenos animais, considerado 
simples, efetivo, funcional e seguro. 
 Tendo em vista a medicina 
veterinária, tal procedimento tem 
como indicações, a diminuição da 
superpopulação, a diminuição da 
agressividade do animal, manter o 
animal mais caseiro, diminuir a micção 
em locais impróprios, facilitar o 
manejo, prevenção de neoplasias e 
casos de cripdorquidismo. Além disso, 
a orquiectomia é bastante utilizada no 
tratamento de patologias de origem 
reprodutivas (como por exemplo, 
neoplasias escrotais e testiculares, 
orquites, epididimites etc). 
 A principal vantagem da 
orquiectomia como método 
contraceptivo, é o fato de que em um 
único procedimento, causa a perda 
irreversível e definitiva da capacidade 
reprodutiva do animal. Porém, há 
também as desvantagens, sendo 
relacionadas com as possíveis 
complicações cirúrgicas e/ ou 
anestésicas, tais como deiscência de 
pontos na pele e hérnia inguio escrotal 
(em cães). 
 
CASTRAÇÃO PRECOCE 
 A castração precoce pode acarretar 
alguns problemas aos animais, tais 
como maiores probabilidades de 
ocorrência de tumores (linfoma e 
osteossarcoma), obesidade 
(diminuindo a expectativa de vida), 
maior incidência de distúrbios 
articulares, além da possibilidade de 
impedir que o pênis do animal cresça, 
e assim, dificultando a manipulação do 
mesmo (como por exemplo, em 
sondas). 
 
ANATOMIA DO SISTEMA 
REPRODUTOR 
 
 
 
Medicina Veterinária 
@medvet.mf | Maria Fernanda 
 
1. Testículo 
2. Ducto deferente 
3. Bexiga 
4. Próstata 
5. Uretra 
6. Raiz do pênis 
7. Pênis coberto por camadas do 
prepúcio 
8. Parte da glande peniana fora do 
prepúcio 
 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
TÉCNICA ABERTA: 
• Indicada para animais com mais 
de 20 Kg 
• É realizada a incisão de pele e da 
túnica vaginal, permitindo uma 
transfixação dos componentes 
do cordão espermático 
exteriorizado 
• Após a ligadura, o plexo 
pampiniforme e o ducto são 
transeccionados retornando a 
região inguinal 
 
TÉCNICA FECHADA: 
• Indicada para animais com 
menos de 20 Kg 
• Incisão cutânea (pele), da túnica 
dartus e da fáscia espermática 
consecutivamente, assim, 
permitindo a exposição da túnica 
vaginal parietal; em seguida, 
ocorre a exteriorização do 
testículo, e a fáscia espermática 
e o ligamento escrotal são 
transeccionados na porção 
proximal do testículo 
• Com auxílio de compressas/ 
gazes, o tecido adiposo e a 
fáscia são rebatidos para melhor 
exteriorização do testículo e do 
cordão espermático para a sua 
ligadura 
• Para a transfixação, a agulha é 
inserida entre o ducto deferente 
e o músculo cremaster e em 
seguida, o cordão espermático é 
transeccionado distalmente a 
ligadura e redirecionado para a 
região inguinal 
 
PRÉ ESCROTAL: 
• Incisão feita na base do pênis 
• Mais utilizada em cães 
 
ESCROTAL: 
• Associada ao método aberto 
• Mais utilizada em GATOS 
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• Incisão direta no escroto/ 
testículo 
• Ligadura pode ser feita usando 
fio cirúrgico ou as próprias 
estruturas anatômicas para 
oclusão dos componentes do 
cordão espermático e plexo 
pampiniforme 
 
PÓS OPERATÓRIO 
 O pós operatório da orquiectomia é 
bem tranquilo, sendo receitado 
analgésico e anti-inflamatórios, além 
do uso de colar elisabetano ou roupa 
cirúrgica. É recomendado que o 
animal permaneça em repouso 
durante alguns dias e a retirada dos 
pontos deve ser feita entre 7 e 10 dias. 
 
CRIPDORQUIDISMO 
 O cripdorquidismo é uma alteração 
reprodutiva frequente em cães, sendo 
caracterizada pela não descida do 
testículo ao escroto durante o 
processo de desenvolvimento do 
animal, podendo ser unilateral ou 
bilateral. O tempo de descida dos 
testículos não é bem definido, 
podendo ocorrer variações, porém, de 
modo geral, em gatos os testículos 
costumam descer antes do nascimento 
e em cães, a descida ocorre 
aproximadamente entre 10 e 42 dias 
após o nascimento. 
 Essa descida dos testículo ocorre 
através do estimulo de hormônios, 
sendo necessário tanto a testosterona 
como o hormônio antimulleriano 
(origina o fenótipo masculino). 
 O diagnostico do cripdorquidismo é 
baseado na ausência palpável de um 
ou dos dois testículos no escroto, 
ainda não sendo possível confirmar o 
diagnostico definitivo até que o animal 
tenha em média, seis (6) meses de 
idade. 
 Tal processo tem alguns sintomas/ 
sinais, tais como esterilidade, alteração 
no comportamento, sensibilidade 
local, dermatopatias, alterações 
neoplásicas nos testículos, aumento do 
volume regional etc. 
 Geralmente, os testículos 
criptorquídicos são pequenos e 
macios, e a espermatogênese nesses 
testículos será ausente, mantendo-se a 
produção de testosterona, libido e as 
características sexuais. Os animais 
unilateralmente criptoquídicos se 
mantem férteis, já os bilateralmente 
acometidos, são inférteis pela 
suspensão térmica da 
espermatogênese.

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