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CADERNO DE DIREITO ADMINISTRATIVO II - PROF. RENATA PEIXOTO

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DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO II 
CADERNO DE NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 
 
INTRODUÇÃO 
1) Finalidades do Estado x Funções do Estado 
. Finalidades = o que o Estado pretende, são os objetivos a serem alcançados pelo Estado 
e definidos pela CF. - O que a formação de um Estado organizado quer alcançar? – Art. 
3° da CF (e não se esgota neste artigo, porque em tantos outros artigos há a menção 
quanto a estas finalidades – exemplo: art. 205). 
. Funções do Estado = são moldes jurídicos dentro dos quais deverão ser cumpridas as 
finalidades estatais. – Estruturas formais dentro da qual a finalidade será cumprida. – 
Exemplo: a CF traz como finalidade do Estado “dirimir conflitos” para promover paz 
social – FARÁ ISSO A PARTIR DA FUNÇÃO JURISDICIONAL QUE É JUSTAMENTE O MOLDE 
JURÍDICO (uma série de regras para se alcançar essa finalidade). 
. OBS: o Estado é uma instituição organizada política, social e juridicamente, dotada de 
personalidade jurídica própria de Direito Público, submetido às normas estipuladas pela 
Lei Máxima que é, no Brasil, a Constituição escrita e dirigida por um governo que possui 
soberania reconhecida tanto internamente como externamente. 
 . O Estado pode atuar tanto no Direito Público quanto no Direito Privado. 
 . O Estado de Direito é aquele que se submete ao direito que ele mesmo instituiu. 
 . Governo = elemento formador do Estado, não se confundindo com ele. 
 . Estado = povo situado em um território e sujeito a um governo (soberania). 
2) Contextualização do processo administrativo na evolução do Estado 
. Época em que o homem tinha um domínio sobre o seu espaço vital (plantava o que 
comia, gerava sua própria energia e tinha de certa forma um controle sobre suas 
atividades). – Com o desenvolvimento do Estado esse domínio/controle das funções 
deixa de existir, porque dependemos totalmente do Estado. 
. Quando a ideia de separação de funções surgiu com o Estado de Direito, isso teve uma 
grande influência, já que o Estado passou a ter uma posição limitada pela Lei. – PASSO 
A TER UMA ADMINISTRAÇÃO TAMBÉM SUBMETIDA A LEI = COMEÇA A SE FALAR EM 
PROCESSO ADMINISTRATIVO (Estado precisa demonstrar que agiu de acordo com a lei). 
. Estado de Direito – surgimento do processo administrativo. – Contexto de Estado 
liberal (Estado com atuação mínima). 
 
. Estado Social – ampliação da atuação estatal, evolução do processo administrativo. – 
Estado social é uma supra dimensão de atividades/estruturas administrativas (até então 
não existentes). – Trouxe um gasto enorme para o Poder Público. 
. Estado Subsidiário – consolidação do processo administrativo. – “Estado só deve 
exercer as atividades que o particular não possa exercer”. 
. OBS: 
 . “Administração Pública” = conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício 
da função administrativa, independentemente do poder a que pertençam. – O QUE É 
DIFERENTE DE “administração pública” = atividade administrativa 
desenvolvida/exercida pelo Estado. 
3) Conceito processo administrativo 
. Processo administrativo X Procedimento administrativo. 
. Processo administrativo = instrumento (meio técnico) estatal de composição de 
interesses ou direitos intersubjetivos, ou de produção e exteriorização da vontade 
administrativa, composto de atos sucessivamente ordenados (procedimento), 
teologicamente predeterminados: a entrega de um direito (ou interesse) a quem dele 
for (ou puder ser) titular (do domínio ou exercício), a formação ou formalização da 
vontade administrativa. 
. O Código de Procedimento Administrativo – CPA português preconiza no art. 1º que 
procedimento administrativo é a sucessão ordenada de atos e formalidades tendentes 
à formação e manifestação da vontade da Administração Pública ou à sua execução. Já 
processo administrativo é o conjunto de documentos em que se traduzem os atos e 
formalidades que integram o procedimento administrativo. 
4) Finalidades e relevância do processo administrativo 
. Assegurar a produção e eficiência do agir administrativo. 
. Maximizar as garantias do administrado. 
5) Peculiaridade da relação processual administrativa 
. A administração tem duplo caráter: a ADM figura como órgão de decisão, mas também 
como ente jurídico que também será atingido em grau maior ou menor pela decisão que 
vai ser adotada. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
6) Espécies de processo administrativo (classificação não exaustiva) 
 
 
 
7) Processo administrativo brasileiro e legislação aplicável 
. Inexistência de jurisdição administrativa. – As decisões podem ser revistas pelo 
Judiciário a qualquer tempo em razão da legalidade. 
. Inexistência de Código Administrativo. – Grande dificuldade de se trabalhar como 
professor nesses moldes, uma vez que se faz necessário percorrer diversas leis. 
. Legislação do direito administrativo é muito esparsa. 
. Se existisse um Código do Direito Administrativo a possibilidade de contradições entre 
as leis seria muito menor (ainda que se juntassem vários juristas). 
. Lei nº 9784/99 – positivou princípios do Direito Administrativo que até então eram 
apenas construções doutrinárias, mas que agora passavam a compor o caput do artigo 
37 da CF. – Ela inclusive descreve que valor está embarcado por esse princípio (o que 
nenhuma lei faz, já que em outros âmbitos temos que construir o próprio significado 
dos princípios a partir das normas). 
 . OBS: Regime jurídico administrativo = conjunto harmônico de princípios que 
definem a lógica da atuação do ente público, a qual se baseia na existência de limitações 
e prerrogativas em face do interesse público. Esses princípios devem resguardar essa 
lógica, havendo, entre eles, um ponto de coincidência. 
 . A EXISTÊNCIA DESTES PRINCÍPIOS É FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DA 
MATÉRIA DE DIREITO ADMINISTRATIVO COMO RAMO AUTÔNOMO DO DIREITO, 
MESMO DIANTE DA INEXISTÊNCIA DE UMA CODIFICAÇÃO ESPECÍFICA. 
 . Como a matéria não está totalmente regulada de forma expressa na legislação, 
há o ensejo de divergência acerca dos princípios a serem aplicados na atuação estatal. 
 
. A primeira lei de processo administrativo foi a Lei Paulista (que, inclusive, veio antes da 
própria lei federal – construída por juristas paulistas – que serviu de inspiração para a 
Lei 9784/99). 
. Existem diversas leis, tal qual a própria lei para se tirar um documento como um RG 
etc. 
. Existem inúmeras portarias etc. 
. EXEMPLO - Todo processo de desembaraço aduaneiro – importar e exportar – tem-se 
uma série de requisitos de processo administrativo para isso. 
 
 
8) Princípios atinentes ao processo administrativo. 
. Princípios = normas coercitivas que orientam a atuação do indivíduo, definindo 
valores a serem observados nas condutas por ele praticadas. 
. Regras = disposições que definem a atuação do indivíduo diante de determinada 
situação concreta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 
 
. Princípios são valores superiores, diretrizes fundamentais que conferem harmonia ao 
sistema de norma. – VALORES QUE IRÃO SE IRRADIAR SOBRE AS DIFERENTES NORMAS 
E SERVIRÃO DE CRITÉRIOS PARA INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS. 
. A interpretação sempre existe. – Quando o sujeito fala que a norma não precisa de 
interpretação, já significa que ele atribuiu um sentido/significado para ela (ou seja, 
interpretou). – NÃO EXTRAÍMOS O SIGNIFICADO DO ALCANCE DA NORMA, NÓS O 
CONTRUÍMOS. 
. Princípio da finalidade = a norma administrativa deve ser interpretada e aplicada pelo 
agente do Estado da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se 
dirige. 
. Princípio da legalidade: 
 . O administrador público somente pode atuar conforme determina a lei, 
amplamente considerada, abarcando todas as formas legislativas(desde o próprio texto 
constitucional até as leis ordinárias, complementares e delegadas). 
 . É a garantia de que todos os conflitos sejam solucionados pela lei, não podendo 
o agente estatal praticar condutas que considere devidas, sem que haja embasamento 
legal específico. – OBS: “destaca-se que a atuação pode ser expressa ou implicitamente 
prevista em lei, diante da possibilidade de edição de atos administrativos discricionários 
nos quais o administrador poderá, mediante interpretação baseada no princípio da 
razoabilidade, definir a possibilidade de atuação, inferindo uma disposição normativa”. 
 . É corolário da regra de indisponibilidade do interesse público. = “O 
ADMINISTRADOR NÃO PODE ATUAR DE FORMA A DISPOR DO INTERESSE PÚBLICO E, 
PORTANTO, SUA ATUAÇÃO FICA DEPENDENDO DE AUTORIZAÇÃO DO TITULAR DO 
INTERESSE PÚBLICO (QUE É O POVO0, RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DE LEIS, POR 
MEIO DE SEUS REPRESENTANTES LEGITIMAMENTE ESCOLHIDOS”. 
 . Difere-se do princípio da legalidade na esfera privada, na qual viagem a 
autonomia privada, não sendo exigida a previsão legal como requisito para atuação dos 
cidadãos em geral. 
. Princípio da impessoalidade: 
 . A atuação do agente público deve se pautar pela busca dos interesses da 
coletividade, não visando a beneficiar ou prejudicar ninguém em especial. 
 . AO ESTADO, É IRRELEVANTE CONHECER QUEM SERÁ ATINGIDO PELO ATO, POIS 
SUA ATUAÇÃO É IMPESSOAL. 
 . Baseado no princípio da isonomia. 
 . Exemplo – art. 37 da CF – menção clara a esse princípio no II: “todos devem 
concorrer de forma igual para ingresso em concurso público” e XXI: “todos os licitantes 
têm direito a concorrer de forma igualitária”. 
 . QUANDO O AGENTE ATUA, NÃO É A PESSOA DO AGENTE QUEM PRATICA O ATO, 
MAS O ESTADO (ÓRGÃO QUE ELE REPRESENTA). – “Não se admite a responsabilização 
do administrador pelos dados causados a terceiros, ou mesmo seu reconhecimento 
 
pelos benefícios gerados à coletividade” = o STF admite a propositura da ação em face 
do Estado ante o dano causado pelo agente público a um terceiro. – “A utilização de 
símbolos ou imagens, ou até mesmo de nomes que liguem a conduta estatal à pessoa 
do agente público, desvirtua o exercício da função pública, tornando pública a conduta 
do administrador e não do ente estatal”. 
. Princípio da moralidade = atuação não corrupta dos gestores públicos. – ASSEGURAR 
O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA DE FORMA A ATENDER ÀS NECESSIDADE COLETIVAS. 
. Princípio da intranscendência = consagrado pelo STF, inibe a aplicação de severas 
sanções a entidades federativas por ato de gestão anterior à assunção dos deveres 
públicos = evitar a aplicação de penalidades à Administração Pública que possam 
dificultar a governabilidade do novo gestor caso haja irregularidades decorrentes das 
gestões anteriores. 
. Princípio da publicidade = proíbe a edição de atos secretos pelo poder público = A ADM 
DEVE ATUAR DE FORMA PLENA E TRANSPARENTE. 
 . A publicidade sempre foi vista como forma de controle da Administração pelos 
cidadãos = a sociedade só poderá controlar os atos administrativos se estes forem 
devidamente publicizados. 
 . Exceções = art. 23 da Lei 12.527/2011. 
. Hoje a possibilidade de controle dos jurisdicionados é muito maior devido a essa 
publicidade. – E não é só publicar, É COMO PUBLICAR. – E A PUBLICIDADE TEM QUE SER 
EXPRESSA = MODO DE APRESENTAÇÃO NA PRÓPRIA PÁGINA DA INTERNET DEVE SER 
OBJETIVA, COMPREENSÍVEL E CLARA. 
. A finalidade não é tão somente publicar, mas é que a população forme juízo de 
valor sobre a publicação. – PUBLICIDADE NO SENTIDO SUBSTANCIAL E NÃO FORMAL. 
. Princípio da eficiência = produzi bem, com qualidade e menos gastos. = REALIZADA 
COM PRESTEZA E BOM DESEMPENHO FUNCIONAL = + RESULTADO PRÁTICO = - 
DESPERDÍCIOS = TODA A COLETIVIDADE SE BENEFICIA. 
. Por mais que a gente tenha eficiência individual do funcionário/servidor, em não tendo 
um sistema administrativo por completo eficiência = de nada adiantará. 
 . Exemplo: sistema PJE é caótico. 
 . Eficiência do agente público X eficiência da administração pública em si. 
. Tridimensionalidade funcional dos princípios: para melhor cumprir seu papel de ser 
base/alicerce, os princípios acabam por exercer 3 funções: (i) consagrar valores, 
inclusive a nossa CF/1988 está repleta desses valores; (ii) servem para indicar a melhor 
maneira de se interpretar, aplicar e compreender o sistema normativo; (iii) servem 
como fonte supletiva/integrativa do Direito, ou seja, quando não encontrarmos norma 
posta/regra específica na pirâmide Kelsiana, iremos recorrer a estes princípios. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 7 
 
. Não admitimos mais a legalidade tão puramente formal. – É preciso cumprir a 
finalidade da norma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
. Princípio da razoabilidade = vai impedir uma atuação desarrazoada ou despropositada 
do Administrador = o agente não pode se valer de seu cargo ou função, com a falsa 
intenção de cumprir a lei, para agir de forma ilegal e arbitrária fora dos padrões éticos e 
adequados ao senso comum. 
 . Compete ao judiciário, desde que provocado, sanar o vício da conduta estatal, 
determinando a anulação do ato ilícito (quando extrapola os limites da lei). 
.Princípio da proporcionalidade = equilíbrio entre os motivos que deram ensejo à 
prática do ato e a consequência jurídica da conduta. 
. Princípio da motivação = apresentação formal dos fundamentos fáticos e jurídicos 
justificadores da decisão adotada + correlação lógica entre esses motivos e a conduta 
deles decorrentes. 
. O princípio da motivação acompanha a publicidade como garantia para 
verificação a conformidade de atuação da administração. – QUE SITUAÇÃO DO MUNDO 
LEVOU A ADM PÚBLICA A AGIR DAQUELA FORMA? 
. Princípio da oficialidade é instrumental para o princípio da verdade material. 
. Princípio da pluralidade de instâncias ou direito à revisibilidade: este princípio 
decorre do poder de autotutela de que dispõe a ADM pública, que permite que ela 
reveja seus próprios atos, quando forem ilegais ou inconvenientes. 
 . Autotutela = autocuidado, e autoproteção. 
 . A ADM Pública com o controle de seus atos em suas mãos, podendo ela mesma 
revê-los para trazer regularidades às condutas. 
 
 
 
. Princípio da segurança jurídica = garante aos cidadãos não serem surpreendidos por 
alterações repentinas na ordem jurídica posta. 
 
 
9) Fases do processo administrativo: 
. Fase deflagatória ou propulsiva – provocação inicial, ponto inicial do processo 
administrativo - pode ser de iniciativa da parte ou de iniciativa da própria administração 
pública (se a lei dispuser), o processo é instaurado pelo estrito interesse do 
administrado. 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 9 
 
 . Essa instância administrativa não esgota a possibilidade de provocação do 
Judiciário. – Em regra, as pessoas esgotam a via administrativa, e em não resolvendo o 
problema, ingressa com ação perante o Judiciário. – NADA IMPEDE QUE O SUJEITO 
INGRESSE NA VIA ADM E NA JUDICIÁRIA AO MESMO TEMPO. 
. Fase instrutória - é para instruir/trazer provas/trazer fundamentos a decisão daquele 
processo administrativo. 
 . Constitui todos os atos que levem a decisão. – Tudo que estiver no intervalo 
entre a fase propulsiva e a decisória. 
 . Ex: documento que diga respeito a atividade desenvolvida. 
 . Quando o objeto da ação é mais complexo, pode-se exigir documentações ainda 
como produção de provas (prova testemunhal, perícia contábil etc.). 
 . Pode existir emissão de pareceres. – Que não são vinculantes, salvo se a lei 
dispuser sobre isso. 
. Fase decisória – pode ser de responsabilidade de um agente administrativo somente 
OU em caso de a lei dispor, pode ser uma decisão do órgão colegiado. 
 . Quando a decisão for de decisão do órgão colegiado, a decisão irá se constituir 
das vontades múltiplas, que irão construira decisão final (a decisão da maioria). 
 . A lei 9.784/1999 dispõe expressamente que a ADM PÚBLICA tem prazo máximo 
de 30 dias para decidir. – Antes não existia prazo, sempre se tendo ideia de burocracia 
e necessidade de tempo/prazo “infinito”. 
 . OBS: A administração pública é uma grande litigante, e contribui de forma 
expressiva para o aumento de processos da máquina judiciária. 
 
. OBS: existe o princípio da segurança jurídica E existe o princípio da legalidade. – Em 
alguns momentos se faz necessário afasta um ou outro em detrimento da preservação 
do necessário diante da situação concreta. 
 
. Fase integrativa (só existe se estiver expressamente disposta na lei que estabelecer o 
processo administrativo, caso contrário não) - pode ser um: 
. (i) controle de legalidade (fase de homologação) – exemplo: licitação – decisões 
que serão tomadas, mas que devem ser aprovadas pela autoridade máxima (que pode 
decretar nulas as ações futuras voltadas para aquele ato em específico). 
. (ii) controle de mérito (fase de aprovação), não se trata de verificar a legalidade, 
mas sim verificar a conveniência e oportunidade. – Exemplo: art. 49 da CF que atribui ao 
Congresso Nacional competência para provar Estado de Defesa e Estado de Sítio. 
. OBSERVAÇÕES DA LEI 9.784/99: 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGIME DISCIPLINAR (SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL) 
 
1) Deveres do servidor (art. 116 da Lei 8112/90): 
. Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo. 
. Ser leal as instituições. 
. Observar as normas legais e regulamentares. 
. Cumprir ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais. 
. Atender com presteza: 
 . Ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as 
protegidas por sigilo. 
 . À expedição de certidões requeridas para a defesa de direito ou esclarecimento 
de situações de interesse pessoal. 
. Levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da 
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao 
conhecimento de outra autoridade competente para apuração; 
. Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
. Guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
. Manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
. Ser assíduo e pontual ao serviço; 
. Tratar com urbanidade as pessoas; 
. Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 13 
 
. Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via 
hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, 
assegurando-se ao representando ampla defesa. 
2) Proibições: 
 
 
3) Poder Disciplinar: 
. Também chamado de competência disciplinar, que é, segundo a professora Renata, a 
forma mais correta de se referir a este termo e sua significância. 
 
. Existe um dever/obrigação imposta ao Estado de manter a disciplina de toda a sua 
atividade funcional. – Caso assim não seja feito de maneira natural, a ADM pública tem 
o poder/competência de sancionar coercitivamente condutas inadequadas. 
. O poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos 
servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. 
É a supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à 
Administração por relações de qualquer natureza, subordinando-se às normas de 
funcionamento do serviço 
. Decorre da obrigação constitucional imposta ao Estado de manter a disciplina do seu 
corpo diretivo e em toda a sua atividade funcional, utilizando sua força coercitiva dentro 
dos limites juridicamente estabelecidos. 
. A função deste poder é sempre aprimorar a prestação de serviço público, punindo a 
malversação do dinheiro púbico ou atuação em desconformidade com a lei. 
. NÃO SE PODE CONFUNDIR COM O SISTEMA PUNITIVO EXERCIDO PELA JUSTIÇA PENAL 
E MUITO MENOS COM O PODER DE POLÍCIA. 
. Apura infrações dos servidores ou outros que são submetidos à disciplina da 
Administração, ou seja, todos aqueles que tenham vínculo de natureza especial com o 
Estado. 
. ESSAS SANÇÕES NÃO PODEM SER IMPOSTAS AOS PARTICULARES, JÁ QUE ESTES NÃO 
POSSUEM O VÍNCULO QUE GERA A SUJEIÇÃO À DISCIPLINA INTERNA DO ESTADO. 
. A Adm. Pública, uma vez tendo conhecimento do fato, não pode escolher se vai ou não 
punir o agente infrator, deve imediatamente instaurar o PAD (Processo Administrativo 
Disciplinar). – Segundo a lei 8.112/90, uma vez definida a infração praticada, a sanção 
correspondente é expressa em lei, e não cabe ao administrador escolher o que quer 
aplicar no caso. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 15 
 
 . A discricionariedade fica limitada à extensão da sanção, como por exemplo, por 
quanto tempo irá perdurar a penalidade de suspensão, uma vez que a lei permite prazo 
máximo de 90 dias. 
. O PAD pode ainda incidir sobre o servidor aposentado. – Cassação de aposentadoria e 
cassação de disponibilidade. 
4) Das responsabilidades: 
. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas 
atribuições. A punição administrativa, civil e criminal terão fundamentos diversos, e 
diversa é a natureza das penas. Dessa diversidade resulta a possibilidade de aplicação 
conjunta de penalidades sem que ocorra bis in idem. 
5) Das penalidades disciplinares: 
. Advertência – Não é apenas verbal, fica escrita no registro funcional do servidor. 
 . De cunho mais leve. 
 . Exemplo: ausentar-se do serviço sem comunicar ao supervisor. 
 . OBS: cada ente federativo pode ter suas infrações específicas. 
. Suspensão – Aplicada no caso de reincidência das faltas punidas com advertência. 
 . De 1 até 90 dias. – Leva em conta a discricionariedade do caso concreto (analisa 
se o servidor sempre foi cuidador, o histórico de advertências etc.). 
 . Suspensão = não ir trabalhar e ficar sem receber a remuneração por isso. – Mas, 
levando-se em conta que, por exemplo, o servidor acusado é imprescindível para o 
órgão. Assim, tirar esse servidor trará prejuízos ao serviço público. Dito isso, mantém-se 
o servidor, mas ele só irá receber 50% do valor da remuneração. – A escolha da multa 
não cabe ao servidor, isso é decidido pela conveniência do serviço. 
. Demissão (destituição do cargo em comissão, cassação da aposentadoria ou 
disponibilidade). 
 
. Demissão é diferente de exoneração, a qual ocorre quando o superior 
hierárquico daquele cargo de confiança exonera o servidor ou quando o servidor pede 
a exoneração do cargo, o afastamento do cargo. 
. O servidor público que ocupa cargo em comissão, não precisa de concurso 
público, pois o requisito é a confiança. – A Lei que institui o cargo irá dizer se é o cargo 
em comissão ou provimento efetivo (necessita de concurso público para ingresso). – A 
lei pode trazer requisitos até mesmo para o cargo em comissão, mas o ponto principal 
é que não precisa de concurso público. - O cargo em comissão pode ser cessado a 
qualquer tempo. 
 . Se o cidadão for ocupante de cargo em comissão, havendo a apuração de 
prática de infração administrativa, a pena não será demissão, MAS SIM DESTITUIÇÃO (É 
OBRIGATÓRIA). 
. Se o cidadão do cargo em comissão, for também servidor público, e caso seja 
destituído do cargo em comissão SEM TER COMETIDO INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA, este 
não perde o cargo efetivo. – Mas, se for uma destituição punível com demissão (isto é, 
houve prática de infração administrativa), o cidadão perde também o cargo efetivo. 
. A lei elenca especificamente quais são as infrações punidas com advertência e 
demissão. 
 . OBS: quando a pessoaé retirada, por prática de infração administrativa, do 
cargo público, em regra a pena é perpétua. Todavia, existem alguns acórdãos com outras 
decisões. 
. Servidor que pratica infração, mas já te tempo suficiente para aposentar. – Para 
evitar que o servidor achasse que a pena não o alcançaria, ficou determinada a cassação 
da aposentadoria. – Já houveram discussões sobre a constitucionalidade disso, mas 
determinou-se a constitucionalidade. 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 17 
 
SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR 
. Conceito clássico de sindicância = meio sumário de que se utiliza a Administração para 
com indiciados ou não proceder à apuração das ocorrências anômalas nos serviços 
públicos, as quais, confirmadas, fornecerão elementos concretos para a imediata 
abertura de processo administrativo contra o funcionário responsável. 
. Lei nº 8112 = sindicância destina-se a apurar a prática de irregularidades cuja 
penalidade seja a advertência e a suspensão de até trinta dias. 
1) Da sindicância na Lei 8112/90: 
. O prazo para conclusão da sindicância não excederá trinta dias, podendo ser 
prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior. 
. Da sindicância poderá resultar imposição de penalidades, instauração de processo 
disciplinar ou arquivamento do processo. 
. Sindicância = olhar o contexto como ela está sendo utilizada. – Se ela for utilizada para 
indiciar alguém acusado de praticar uma ação = direito ao contraditório e ampla defesa. 
– Porém, a ADM PÚBLICA pode usar a sindicância no conceito clássico, apenas para 
apurar se o fato ocorreu. 
. SINDICÂNCIA é aberta para apurar situações em que a penalidade será advertência 
ou suspensão até 30 dias. – É mais simples. 
 . Caso exceda esse lapso temporal, isto é, penalidade maior que 30 dias, É 
OBRIGATÓRIA A ABERTURA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO. 
. Quando instauramos um processo disciplinar ou sindicância, a gente avalia incialmente 
se é grave ou se não é tão grave. – Se não for tão grave, abre uma sindicância. Caso 
contrário, abre logo processo disciplinar. 
2) Processo disciplinar: 
 
. Será conduzido por comissão formada por três servidores estáveis que exercerão suas 
atividades com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à 
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração. 
 . Quem aplica a sanção não é um servidor comum, mas quem processa é ele. – 
Exemplo: em órgãos pequenos tem-se um constrangimento muito grande, porque são 
poucos servidores, que irão acabar por processar o servidor infrator (no mesmo lugar 
do serviço de trabalho). 
. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: instauração, com a publicação 
do ato que constituir a comissão; inquérito administrativo, que compreende a fase de 
instrução, defesa e relatório, e o julgamento. 
. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá o prazo de sessenta 
dias, contados do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual 
prazo. 
. OBS: reuniões em caráter reservado e não secreto. 
. OBS: não existe abrir inquérito administrativo para avaliar uma conduta de um servidor 
x. – Existe abrir uma sindicância, um processo disciplinar etc. 
. Revelia no processo disciplinar: 
. Não apresentando defesa no prazo legal, será considerado revel o indiciado. 
. Efeitos da revelia = presumir verdadeiros todos os fatos listados na inicial. – Todavia, 
existe o princípio da veracidade dos fatos, de tal modo que a lei 8112/90 dispõe que, 
neste caso, será designado como defensor dativo um servidor, que deverá ser ocupante 
de cargo efetivo superior ou do mesmo nível de escolaridade do indiciado, sendo 
devolvido o prazo para defesa. 
 . O servidor nomeado para servidor dativo pode recusar-se. 
. O papel do relatório no processo disciplinar: 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 19 
 
. O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou a responsabilidade do 
servidor. Reconhecida a responsabilidade a comissão indicará o dispositivo legal 
transgredido. O processo disciplinar, com o relatório da comissão será remetido à 
autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento. 
. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário à prova dos 
autos. Quando o relatório contrariar as provas dos autos, a autoridade poderá 
motivadamente agravar a penalidade, abrandá-la ou isentar o servidor da 
responsabilidade. 
. Do afastamento preventivo: 
. Lei 8112/90 - Como medida cautelar a fim de que o servidor não venha a influir na 
apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá 
determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, 
sem prejuízo da remuneração. O afastamento poderá ser prorrogado por igual período, 
findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo. 
. AFASTAMENTO PREVENTIVO NÃO SE CONFUNDE COM PENA. 
. Prescrição: a prescrição do direito de punir ocorre 
. em cinco anos, quanto as infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão. 
. em dois anos, quanto a suspensão. 
. em 180 dias quanto à advertência. 
. Da revisão do processo: 
. Constitui-se num novo processo para reexame do primeiro, e requer elementos novos, 
capazes de alterar decisão anterior. 
. ISSO NÃO É RECURSO. 
 
. Art. 174 da Lei 8112/90. O processo poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou 
de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a 
inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. 
. Consequências da sentença absolutória no âmbito administrativo: 
. Casos em que há repercussão na decisão administrativa: 
 . Absolvição porque ficou provada a inexistência do fato. 
 . Absolvição por inexistência de prova de que o servidor concorreu para infração 
penal ou ainda a negação da autoria. 
. Casos em que não há repercussão na decisão administrativa: 
 . Quando o fato não configura infração penal. - Tipo da infração não se enquadra 
no tipo penal, embora não seja crime, é infração adm. 
 . Quando houver absolvição por insuficiência ou deficiência de provas. - Para 
aplicar uma pena no âmbito criminal, preciso de uma quantidade de provas muito 
robusta, mas a prova que não foi suficiente para provar de liberdade, pode ter sido 
suficiente no âmbito adm. para me demitir. 
. Reintegração: 
. Reconhecida a ilegalidade do ato de demissão, em decisão administrativa ou judicial, o 
servidor tem o direito subjetivo público de regressar ao serviço, reocupando o cargo, 
tendo direito também a todos os direito e vantagens de que ficou privado durante o 
afastamento. 
. Se demitido em processo administrativo e absolvido em processo penal, que repercuta 
no processo administrativo, também tem direito a reintegração. Nestes casos a 
sentença penal absolutória é título penal hábil para a reintegração. 
 
 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 21 
 
SERVIÇO PÚBLICO 
1) Conceito: 
. A ideia de serviço público é a ideia mestra de todo poder público. - O poder público 
deveria ser substituído pela noção de serviço. - O estado deve deixar de ser poder que 
ordena, para se tornar grupo que trabalha. 
. Léon Duguit: novidade de que na realidade o Estado exerce função (não é só pra 
mandar, tem uma finalidade a cumprir). – Ele exagerou um pouco quando passa a não 
reconhecer a soberania do Estado, dizendo que é apenas uma cooperativa. 
. Maurice - O serviço público é uma obra a ser realizada, mas não posso negar a 
existência do poder (porque ele é o meio para se atingir a finalidade). – Poder político é 
um fato negligenciado por Léon D. 
. Ao longo do tempo,a noção de serviço público foi evoluindo. – O que é colocado como 
serviço público é uma escolha histórica, política, dependente do momento e 
necessidades dele. 
. Toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade fruível diretamente pelos 
administrados, prestada pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes, sob 
um regime de direito público, instituído em favor de interesses definidos como próprios 
pelo ordenamento jurídico. 
 . O estado exerce inúmeras funções, e nem tudo que ele exerce é serviço público. 
– É preciso ter uma atividade fruível (que eu possa me beneficiar) para que seja 
considerada serviço público. – Exemplo: se decretou proibição de vendas de bebidas 
alcóolicas aos finais de semana na pandemia = isso é proibição, não serviço público, pois 
iremos usufruir disso indiretamente (isso evitará provavelmente nível de contaminação 
= talvez os casos caiam = eu me beneficie com isso). – Outro exemplo é o município de 
Salvador decretar parcelamento de tributos, isso não é serviço público. 
 
 . Como exemplo de serviços públicos tem-se transporte coletivo, fornecimento 
de água, coleta de lixo etc. = ATIVIDADE DE OFERECIMENTO DE COMODIDADE FRUÍVEL 
PELOS ADMINISTRADOS. 
 . SERVIÇO PÚBLICO É A SATISFAÇÃO CONCRETA DAS NECESSIDADES. 
 . Cada vez que nossas sociedades ficam mais complexas, mais os serviços 
públicos ganham uma complexidade também maior = Estado não dá conta = repassa a 
função para particulares exercerem, embora a titularidade do serviço continue sendo 
do Estado. 
 . Não tem como o Estado fazer a fiscalização de tudo, caso contrário não teria 
vantagem em o Estado repassar as funções. Logo, a responsabilidade é do particular. – 
Todavia, o Estado deve fiscalizar as normas contratuais (exemplo: se o percentual de 
frota de ônibus segundo o contrato está de fato exercendo atividades nas ruas). 
2) Existe um conceito universal de serviço público? 
 
3) Serviços públicos constitucionais: 
. Compete a União, mas por não conseguir “dar conta de tudo”, delega para outras por 
meio de concessões etc. 
. Cada serviço tem um nível de especificidade muito grade, de tal modo que se exige 
uma série de concessões. 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 23 
 
 
 
 
 
 
. Compete aos municípios: 
 
. Compete aos Estados: 
. Compete ao DF: 
 
. Serviços sociais ou de relevância pública: 
. São serviços públicos quando estão sendo executados pela União, mas também estão 
livres para a iniciativa privada. 
 
 
 
4) Quais os limites para previsão do serviço público por norma 
infraconstitucional? 
 
5) Serviço público por previsão legal: 
. Também são serviços públicos e, portanto, sujeitos ao regime de direito público, as 
atividades que, por lei, vierem a ser incluídas na competência administrativa das 
entidades políticas. 
. A lei deverá dizer quais serviços de interesse local serão prestados pelo município. - O 
mesmo se passa com as atividades do estado. 
6) Monopólio estatal das atividades econômicas: 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 25 
 
 
 
7) Princípios atinentes à prestação do serviço público: 
. Princípio da atividade normatizada: é uma atividade que deve obedecer a norma que 
a instituiu. – Mesmo quando o particular está prestando a atividade. 
. Princípio da obrigatoriedade da prestação de serviço: o administrador não escolhe se 
irá ou não prestar, é dever. 
. Princípio da universalidade: manifestação do princípio da igualdade na organização do 
serviço público. 
 
 
 
8) Formas de prestação do serviço público: 
 
. Forma centralizada = tem sido a forma mais comum nos dias de hoje. – Todavia, cada 
vez mais os serviços começam a ficar mais complexos, precisam de meios mais 
específicos, tecnologias etc. – Quem foi contratado há 20 anos talvez não consiga 
desenvolver algumas funções hoje. 
 . Não há intermediários realizando essa prestação. 
. Ex: Educação do ensino fundamental municipal (professor é servidor público 
municipal). 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 27 
 
. O serviço vai da administração pública ao usuário sem nenhum intermediário. 
. Ex: A própria prefeitura faz transporte (o bem é da prefeitura e o motorista seria 
contratado da prefeitura). 
. Forma descentralizada = a transferência de execução do serviço ou da titularidade do 
serviço para outra pessoa, quer seja de direito público ou de direito privado. 
. São entidades descentralizadas de direito público: Autarquias e Fundações 
Públicas. - São entidades descentralizadas de direito privado: Empresas Públicas, 
Sociedades de Economia Mista. 
. Pode, inclusive, a execução do serviço ser transferida para entidades que não 
estejam integradas à Administração Pública, como: Concessionárias de Serviços Públicos 
e Permissionárias. 
. A descentralização, mesmo que seja para entidades particulares, não retira o 
caráter público do serviço, apenas transfere a execução. 
. Quais situações eu transfiro a titularidade? E quais se transfere a execução? 
. A titularidade é dada pela CF, só que a União, Estado e Município podem 
transferir quando eles têm um ente indireto (ex: correios - a união cria uma pessoa 
jurídica, empresa pública, para prestar esse serviço - transfere a titularidade do serviço 
e a sua execução). 
. Titularidade = transfiro a possibilidade de organizar como será o serviço. - Ex: 
Correio, Petrobras (transferiu a titularidade e execução e hoje, a própria Petrobras 
transfere a execução). - Ser dono do serviço, quem tem competência para prestar. - A 
CF permite que o ente público transfira a titularidade. Como? Por lei. 
. Execução = transfiro a mera execução, quem disciplina é que tem a titularidade. 
Ex: Concessão. 
 
. Tem-se a transferência ou da titularidade e execução ou da mera execução. - 
A primeira (titularidade e execução) eu não falo em concessão de serviço, como se trata 
de atividade típica do estado, eu preciso criar uma pessoa que é imagem do estado 
(autarquias e fundações), transferindo a titularidade e execução (ex: correios - são um 
braço do estado criado por lei que recebeu a titularidade e execução do serviço postal). 
A segunda eu posso falar em concessão de serviço, aquele que vai prestar o serviço vai 
obedecer às regras do ente central. 
 
9) Concessão de serviço público: 
 
. Por que delegar? 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 29 
 
 
10) Conceito de concessão: 
 
 
 
 
 
 
 
11) Objetos do contrato de concessão: 
 
. Mero serviço público – exemplo: a própria coleta de lixo. 
12) Partícipes da relação jurídica da concessão: 
 
 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 31 
 
13) Prazo da concessão: 
 
14) Remuneração: 
 
15) Modalidades de extinção: 
 
 
. A Lei de Concessão não coloca prazo máximo ou mínimo da concessão. – Mas, em sua 
maioria são bem longos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 33 
 
PARCERIA PÚBLICO PRIVADA 
PPP 
 
 
 
 
. Ambos terão benefícios - existem objetivos contrapostos, mas existe um objetivo 
comum entre os dois, que é o cumprimento deste acordo, pois a administração pública 
atende o interesse público com mais agilidade e menor custo, e a iniciativa privada vai 
ter um novo mercado para trabalhar, onde o contratante vai dar uma oportunidade de 
negócio. 
. Parceria público-privadas = tipos especiais de concessões. 
 . As concessões editadas em 1995 = concessões comuns. 
 . As concessões editadas em 2004 = concessões especiais. – Trouxe 
aperfeiçoamento em face do que a lei de 1995 vinha falhando. – A LEI DE 2004 INSERIU 
NO OBJETO DAS CONCESSÕESO QUE NÃO EXISTIA ATÉ ENTÃO = contratos em que o 
pagamento de tarifas dos usuários não seriam suficientes para sustentar a concessão. 
 . Contratos de licitação típicos diferem das parcerias público-privadas porque são 
bancados pelos recursos do próprio poder público, tem prazo determinado e curto, e 
regidos pelas leis de licitação. – Contratos administrativos comuns – Serviços de 
instalação de energia elétrica, compra de papel etc. 
 . Contratos de concessões comuns = transferência do exercício de uma atividade 
considerada serviço público, que podem ou não ser remuneradas por tarifa. 
 . Contratos de PPP, regidos pela lei 11.079/2004. 
 
 
 
 
 
 
 
1) Concessão patrocinada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. Um dos princípios do serviço público – modicidade das tarifas – se aquela atividade foi 
considerada como serviço público, é porque ela guarda referência com a dignidade da 
pessoa humana = não posso dispensar a coletividade de tê-la = tenho que atender a 
generalidade das pessoas (princípio da universalidade). – Mas, existem serviços cujo 
investimento é tão grande, que se o parceiro privado fosse remunerado apenas com as 
tarifas, a tarifa teria que ser muito alta = não conseguiria atender ao princípio da 
modicidade. 
 . É opção do ente optar pela concessão patrocinada = então ele mesmo pode 
com recursos orçamentários, com os impostos, contratar uma construtora, pagar para 
ela construir por exemplo uma estrada e depois acabou o vínculo/contrato (contrato 
comum administrativo de obra). – MAS, para o Estado é muito melhor uma concessão 
patrocinada, porque embora ele não tenha toda a remuneração paga pelos futuros 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 35 
 
usuários, mas ele não vai desembolsar a totalidade que teria que desembolsar para 
realizar a obra, além de não ter que administrar essa obra. 
 . Na concessão comum a tarifa ficaria muito alta. 
. Analisar se o serviço é autofinanciável = planejamento de prospecção no futuro = média 
de usuários, se é uma zona de expansão etc. 
. A maioria das vezes usamos as PPP’S para obras de complexidade, valor alto, técnica 
complexa etc. 
 
2) Concessão administrativa: 
 
 
 
3) Diferença entre concessão administrativa e concessão patrocinada: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Prazos das PPP: 
 
 
 
 
 
5) Inovação quanto à remuneração nas PPP: 
 
 
6) Exemplos de PPP no Estado da Bahia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7) Da consulta pública: 
 
 
 
 
8) A questão da responsabilidade fiscal: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9) Divisão objetiva dos riscos: 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
. O concessionário analisa os riscos que pode sofrer quando pactua o contrato = ele 
precifica o risco = cobra previamente o risco que assume sofrer no futuro. 
 
10) Dispute Board e os Contratos de Concessão: 
 
 
. Comitê Interno de Resolução de Conflitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 
 
1) Introdução: 
. Cada vez é menos comum, pois é um instituto menos complexo. E como toda prestação 
de serviço tem ficado cada vez mais complexa, estas tem sido feitas por meio das 
concessões (comuns, patrocinadas, administrativas). 
. Dupla acepção: permissão de serviço público e permissão de uso de bem público. – 
COISAS COMPLETAMENTE DIFERENTES. 
. Permissão de uso de bem público: ato administrativo unilateral, discricionário e 
precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a utilização de 
bem público a terceiros. 
 . Bem público, em regra, é de uso comum. – Temos 3 tipos de bens públicos: (i) 
de uso comum, que todo mundo pode usar, como ruas, praças, parques públicos etc. – 
aqui não se exige requisito para o uso; (ii) uso especial, afetados à um uso específico, 
como o prédio do hospital ou escola pública, podendo se exigir requisitos para o uso 
desses bens, como por exemplo regras de vestimenta, horário de funcionamento etc.; 
(iii) bens dominicais, estão no patrimônio da Administração Pública que estão sem uso, 
como o dinheiro que a Adm. Pública tem, o terreno que está sem utilização etc. 
 . Permissão de uso de bem público = está se falando do bem de uso comum, que 
por uma razão de interesse público, a Adm. Pública resolve atribuir o seu uso à algumas 
pessoas específicas com exclusividade. - NÃO ESTÁ SE FALANDO AQUI DE PRESTAÇÃO 
DE SERVIÇOS, MAS SIM DO “USO” EM SI. – Exemplo: banca de jornal/banca de 
coco/isopor de cerveja no carnaval, todo são tipicamente exemplos disso = calçada é 
bem de uso comum do povo, mas o dono da barraca tem a permissão de uso para 
instalar a banca e fechar. 
 . Discricionário porque ninguém tem direito a, por exemplo, colocar a banca de 
jornal na calçada. Isso é feito devido a uma permissão da Administração Pública. – E é 
uma permissão precária porque a Administração Pública pode retirar a qualquer 
momento. 
 . Na maioria das vezes é uma permissão onerosa, que volta para a Administração 
Pública em forma de impostos. 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 41 
 
. Permissão de serviço público: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, 
gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a execução 
de serviço público. – CONCEITO DOUTRINÁRIO. 
 . Permissão de serviço = um fazer da administração. 
 . Permissão sempre foi vista como ato discricionário e precário, seja de uso de 
bem público ou serviço. 
. OBS: precariedade é uma palavra de múltiplos sentidos que pode significar 
instabilidade, transitoriedade, revogabilidade, inexistência de prazo. Assim, a permissão 
é revogável a qualquer tempo sem direito a indenização ao permissionário. 
 . Seria uma execução de serviço público que poderia ser revogada a qualquer 
tempo. – Se eu não tenho prazo determinado para cumprir, em caso de revogação, esse 
particular que estava prestando o serviço teria direito a indenização? Já estava 
combinado que não haveria (“combinado não sai caro”), uma vez que poderia ser 
revogado a qualquer tempo. 
. Permissão sempre foi tratado como ato discricionário. – Vem o art. 175 da CF e também 
não dar nenhuma pinta que seria diferente. 
 
. Licitação = procedimento prévio a realização de um contrato. 
 . Esse artigo então já começa a trazer uma confusão, mas surge então a ideia de 
um processo seletivo para guiar a escolha, o que não significaria a firmação de contrato 
(porque é premissão). – SEGUINDO A DOUTRINA TRADICIONAL DE ANOS. 
. Art. 40° da Lei 8.987/95: 
 
 . Como é possível ter um contrato precário que posso revogar a qualquer tempo? 
Então qual seria a necessidade de ter contrato com prazo certo? – Ficou uma coisa super 
confusa. 
 
 
 
. Art. 2° da Lei 8.987/95: 
 
 . Afirmou mais uma vez que se trata de precariedade. 
. Uma parte da doutrina em relação a permissão, acredita que é um contrato em sua 
modalidade PRECÁRIA. 
 . Se a permissão for firmada através de um contrato = tem direito a indenização. 
. Outra parte da doutrina (grande marioria) acredita que permissão só é permissão se 
for precária. 
 . Na realidade, se eu tiver um prazo fixado e este for descumprido, o 
concessionário terá direito a indenização, porque ele tinha expectativa disso. 
. A IDEIA DE DISCUSSÃO DE SER OU NÃO PRECÁRIA = NECESSÁRIA PARA AVERIGUAR A 
EXISTÊNCIA OU NÃO DE INDENIZAÇÃO/ O FRUSTAR OU NÃO DA EXPECTATIVA. 
. Uso a permissão toda vez que a prestação de serviço não tem a necessidade de muitos 
investimentos. – Se eu tiver muito investimento, preciso de tempo para que este seja 
ressarcido pela cobrançade tarifa. – Serviço com pouco investimento, uma vez ele sendo 
interrompido antes do prazo, tenho pouco a indenizar. 
2) Autorização de serviço público: 
. No direito brasileiro a autorização administrativa tem várias acepções. 
. Num primeiro sentido, designa ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração 
Pública faculta ao particular o desempenho da atividade material ou a prática de ato 
que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos. Trata-se autorização como 
ato praticado no exercício de poder de polícia. 
. Exemplo: art. 21, inciso VI da CF/88 que atribui a União competência para autorizar a 
fiscalizar a produção e material bélico. 
. Exemplo: autorização para porte de arma. 
. Num segundo sentido autorização é ato administrativo unilateral e discricionário pelo 
qual o Poder Público delega ao particular o “uso” de bem público a título precário. Trata-
se de autorização de uso de bem público. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 43 
 
. Na prática administrativa, a autorização é ainda mais precária quando a temporiedade 
é menor ainda, como no caso de autorização para um comício político etc. – Já a 
permissão é para utilização em situações com maior lapso temporal, como a banca de 
jornal etc. 
. Num terceiro sentido (que aqui nos interessa), a autorização é ato administrativo 
unilateral discricionário, pelo qual o Poder Público delega ao particular a exploração de 
serviço público a título precário. Trata-se de autorização de serviço público. 
 
 
 
 . A autorização de serviço público é dada no interesse exclusivo do particular que 
a obtém. Ele não exerce uma atividade que vá ser usufruída por terceiros, mas apenas 
por ele mesmo. – Exemplo: Shopping da Bahia tem uma geração de energia para 
consumo próprio de água através de potencial hidráulico = potencial energético é uma 
delegação exclusiva do serviço público, logo exige essa autorização da Adm. Púbica por 
se tratar de destinação para uso próprio do shopping. 
. Autorização é semelhante a permissão no sentido de ser a título precário e 
discricionário. Mas, são diferentes porque a permissão é um serviço prestado para 
terceiros, ao passo que a autorização é para uso próprio (inclusive, se existir excedente 
NÃO é possível comercializar). 
 
 . OBS: quando a gente aluga gerador para festas não é obrigatória a autorização 
porque não se ultrapassa (em regra) o limite de KWh. 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE – PMI 
 
1) Introdução: 
 
. O PMI tem lugar na fase preparatória da licitação. 
 . Antes de se fazer um contrato de concessão, seja 
comum/patrocidada/administrativa, antes do edital, é possível fazer o PMI. 
 . Eu preciso saber quais são os contornos do meu contrato – qual objeto, de que 
forma será prestado etc. – Preciso de estudos preliminares para traçar os contornos do 
contrato. 
. Agora entra para qualquer tipo de licitação. 
 
 
. Estudos para MODELAGEM contratual. – Não tenho edital de licitação etc. 
2) Alternativas para o estudo prévio: 
. Fazer o trabalho internamente, essencialmente por agentes públicos, sem apoio 
externo. 
 . OBS: nem sempre se terá um corpo técnico dentro da própria Administração 
Pública para realizar esse estudo. 
. Obter ajuda externa para apoiar os agentes públicos por meio de contrato de prestação 
de serviços para este fim ou via convênio, previsto na Lei de licitações. 
 . Posso fazer uma licitação para contratação de alguém/empresa que irá realizar 
esse estudo prévio. 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 45 
 
 . É muito comum a União fazer convênio com órgãos da administração indireta, 
como quando faz com o BNDES. 
. Obter ajuda externa por meio da PMI. 
 . Não é obrigatória, é uma opção. 
3) Como fazer um PMI? 
. OBS: muitas vezes o corpo da Adm. não tem expertise para fazer essa modelagem 
contratual; fazer licitação para contratação de empresa/pessoa para fazer esse estudo 
também traz gastos para a Adm. pública (desembolso de recurso próprio). – ENTÃO 
DIANTE DISSO SURGE O INTERESSE DE FAZER UMA PMI. 
. Quando o poder público lança mão desta opção ele faz um chamamento público 
indicando diretrizes, premissas do projeto, critérios de seleção e qual a contraprestação 
admitida e convoca interessados em colaborar. 
 . Faz um edital: quem é que quer participar (pricípio da isonomia pública)? Diz 
quanto será pago, o que a PMI deve estudar etc. – Diante desses critérios faz uma 
seleção. 
. Se o material produzido for efetivamente usado na elaboração do edital do certame 
licitatório, o particular que fez os estudos (o selecionado do PMI) será reembolsado 
pelos serviços de consultoria prestados, pelo licitante vencedor. 
 . A vantagem é que o poder público não irá desembolsar nada para desenvolver 
esses estudos, pois quem desembolsa é o futuro ganhador da licitação. 
. O Decreto pode autorizar que só uma empresa/pessoa faça o estudo, ou mais de uma. 
– CONCORREM POR SUA CONTA EM RISCO, haja vista que só será remunerado aquele 
que de fato desenvolva estudo que seja utilizado na licitação. 
 
4) Vantagens e desvantagens do PMI: 
. Ausência de custo financeiro para a Administração Pública. 
. A Administraçã Pública escuta as demandas do mercado desenvolvendo projetos que 
abarquem os interesses dos particulares, o que é fundamental para manter o equilíbrio 
entre atender o interesse público e manter condições contratuais que confiram 
atratividade para a iniciativa privada. 
 
. Essas vantagens foram determinantes para que houvesse m incremento de 
autorizações de PMI na última década, para os mais diversos tipos de concessões de 
serviços: de esgotamento sanitário, transportes, concessões aeroportuárias, tratamrnto 
de resíduos sólidos, serviços hospitalares, até mesmo a gestão de cemitérios. 
. Em que pese as vantagens na utilização do instituto, algumas disfunções têm sido 
observadas: 
. Alto índice de mortalidade das PMI’s (estudos no âmbito federal e no âmbito dos 
estados apontam um índice de 20% a 25% dos PMI’s autorizados resultaram 
efetivamente em assinatura do contrato). 
. OBS: não há obrigatoriedade da Adm. Pública de realizar a licitação e tampouco 
de usar o estudo desenvolvida pela PMI na licitação. 
 . Se não houver assinatura do contrato não há pagamento pelos estudos e contribuição 
da modelagem contratual. Isto porque, quem faz os estudos preliminares é remunerado 
pelo licitante vencedor. Isto gera desestímulo para novas colaborações dos agentes 
privados. 
. Possivelmente outra causa da elevada taxa de mortalidade dos PMI’s é que quando a 
Administração Pública adota o formato tradicional do PMI, autorizando a participação 
de muitos agentes privados (autorizados), que concorrem entre si na preparação destes 
estudos. Ao final do procedimento, o poder público pode receber vários estudos e 
propostas de modelagens contratual que individualmente não estão aptos a 
inaugurarem o processo licitatório, mas, eventualmente, combinados entre si, se 
transformam em opção para o poder público. 
. Um outro problema a ser considerado é relativo a uma possível posição privilegiada de 
quem participa da fase do PMI na futura licitação. 
. Há sempre uma chance de que, ao participar do PMI, a empresa consiga influenciar a 
estruturação do projeto de uma forma que lhe favoreça na licitação e/ou na operação 
do projeto. Obviamente, seu objetivo maior é ganhar a concessão. 
. Em síntese, quando a empresa tem mais informações que o governo sobre o projeto, 
ela é capaz de obter rendas informacionais, definidas como lucros expedientes ao que 
faria se essa assimetria não existisse. 
 
 
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AGENTE PÚBLICO – SERVIDOR PÚBLICO 
 
1) Agentes estatais: 
. São agentes estatais:. Agentes políticos: os representantes do povo por meio de mandatos eletivos. 
São aqueles que exercem uma função política, estando submetidos ao regime jurídico 
constitucional. – Exemplo: deputados, vereadores, presidente, governadores, 
senadores etc. 
. Servidores públicos. 
. Particulares em colaboração com a Administração. 
 
. Servidor público lato sensu - envolve as 3 categorias abaixo: 
. Servidor público em sentido estrito: agente que se relaciona ao Estado por vínculo 
profissional de caráter permanente e sob subordinação hierárquica, com remuneração 
proveniente dos cofres públicos, sujeito a regime jurídico estatutário. – EXEMPLO DA 
PRÓPRIA PROFESSORA, QUE É ANALISTA JUDICIAL E PARA ESSE CONCURSO PRECISOU 
SEGUIR REQUISITOS COMO SER FORMADA EM DIREITO. 
 . Regime jurídico estatutário = regime disciplinado por uma lei específica que 
ficou conhecida como o Estatuto do Servidor Público = não se submete a CLT. 
. Empregado público: agente estatal não subordinado ao regime estatutário, mas regido 
pela legislação trabalhista. O regime jurídico é contratual. 
 . É aquele que trabalha nas sociedades de economia mista, entes da 
administração indireta. – Exemplo: PETROBRAS, Banco do Brasil etc. 
. Pessoal contratado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse 
público: art. 37, inciso IX, da CF/88. 
 . A CF muito sabiamente previu a necessidade de flexibilizar um pouco o quadro 
de pessoal. – Entendeu pela experiência que em alguns casos existe a necessidade de 
serviços temporários, o que não ensejaria a realização de concurso público. 
 . PROBLEMA DE REDA NO ESTADO DA BAHIA: claramente para fins eleitoreiros - 
o que significava que o serviço não era temporário, mas ainda assim insistia-se nestes 
concurso temporários. 
 
. Particulares em colaboração com a ADM PÚBLICA: são particulares que atuam como 
órgãos estatais, mas sem vínculo de subordinação (ainda que sujeitos à fiscalização 
estatal). Estes atuam como agentes estatais sempre que sua conduta for imputada ao 
Estado. – Exemplo: concessionários e permissionários de serviços públicos, peritos 
(engenheiros, médicos etc.), jurados, mesários etc. 
2) Regime jurídico dos servidores públicos stricto sensu: 
. Acessibilidade a cargos, empregos e funções: 
. Não temos leis que disciplinem acesso do servidor público estrangeiro ao cargo público. 
. Art. 37 da CF - Norma constitucional de eficácia limitada com relação aos estrangeiros. 
– Isso é um grande problema, uma vez que deveria existir uma lei que contasse com 
requisitos para permitir esse acesso dos estrangeiros ao serviço público (exemplo: 
tempo mínimo de residência no país, domínio da língua portuguesa etc.). 
 
 
. Art. 207 da CF: 
 
 
 
. Já nesse art. 207 da CF tem-se o acesso facultativo dos estrangeiros. 
3) Formas de ingresso no cargo público: 
. São duas as formas que permitem o ingresso no cargo público: 
 . O concurso público: é o procedimento posto à disposição da Adm. direta e a 
indireta de qualquer nível de governo para seleção do futuro melhor servidor (processo 
competitivo = tenho interesse naquele que melhor tem a qualificaçao). 
 . A livre nomeação. 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 49 
 
. Não obstante a regra seja a admissão mediante concurso público, a CF em algumas 
hipóteses permite o ingresso de servidores sem esse prévio procedimento de seleção. 
 . Provimento de cargos em comissão. 
 . Contratação de agentes temporários (Art. 37, inciso IX, Lei 8745). 
. OBS: nada impede que seja feito processo seletivo de contratação de agentes 
temporários (não é obrigatório, mas é possível). 
. A lei que cria o cargo diz se a forma de ingresso é livre provimento ou concurso público.
 . Cargo cria remuneração = despesa = orçamento público = crivo do legislativo = 
lei que irá reger. 
4) Acumulação de cargos públicos: 
 
 
. Quando eu não permito acumulação = mais pessoas trabalhando + a pessoa se 
dedicando mais a função. 
. Conhecimento técnico ou científico = nível superior. 
. OBS: caso do PAD de Antas contra os servidores que estavam acumulando cargo de 
servidor público + aposentadoria. – É ILEGAL, e o máximo que os servidores podem 
conseguir é pleitear a não restituição dos valores recebidos até aquele momento, sob 
pena de enriquecimento ilícito do Estado, já que essas pessoas de fato trabalharam para 
o município no cargo público. 
5) Retribuição: 
. Vencimento: salário-base. 
. Vencimentos ou remuneração: salário-base + vantagens do cargo ou pessoais. 
 
 
. Remuneração ligada às incorporações salariais atreladas à função não incorporam a 
aposentadoria no âmbito federal, apenas no âmbito estadual. 
 
. Limite máximo de remuneração: 
 
6) Revisão geral anual: 
 
7) Irredutibilidade: 
 
 
8) Estabilidade: 
. A Lei Complementar de análise de desempenho NUNCA existiu. Logo, não é possível a 
despedida de funcionário que não tem bom desempenho. 
 
9) Das vantagens: 
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. Essa indenizações são pagamentos eventuais, por necessidades temporárias. – Não se 
incorporam ao provento (remuneraçao da aposentadoria) e nem ao vencimento. 
 . Exemplo: servidor removido de ofício. – Policial transferido de ofício da 
fronteira do Paraguai para Santa Catarina. Ele terá direito a uma ajuda de custo para 
essa mudança. 
 
10) Associação Sindical: 
 
. Ninguém pode impedir que um servidor público se filie à um sindicato. 
. Sindicato faz representar os servidores na suas demandas. 
. Um trabalhador comum que vai discutir sua forma de trabalho, remunueração etc. é 
discutível entre sindicato patronal e sinditaco dos empregados, porque as partes podem 
dispor sobre suas obrigações, obviamente se atentando ao mínimo dos direitos e 
valores. – Já no serviço público deve se odebeder o princípio da legalidade em tudo = 
margem de negociação é muito pequena. 
. Então para os servidores públicos, o sindicato serve muito mais para fiscalizar o 
cumprimento da lei, do que para a ampliação de direitos propriamente ditos. 
 
11) Direito de greve: 
. É uma grande discussão até hoje se essa norma é de eficácia contível (vale plenamente 
desde a sua edição, mas pode ser limitada por uma lei posterior) ou limitada 
 
( aplicabilidade é mediata, indireta e reduzida. Dependem da emissão de uma 
normatividade futura, em que o legislador, integrando-lhes a eficácia mediante lei, dê-
lhes capacidade de execução dos interesses visados). 
. A maioria da doutrina entendeu que ela é uma norma de eficácia contível – Quando foi 
promulgada teria aplicabilidade imediata. Porém, o STF entendeu que é norma de 
eficácia limitada. 
. NA PRÁTICA HOJE: se resolve caso a caso = toda greve é um problema (é uma situação 
de FATO, isto é, existe. 
 . Poderia ser considerado como um abandono = falta injustificada. – Hoje os 
servidores vão ao local de trabalho, muitas vezes assinam o ponto, mas sem exercer sua 
atividade. 
. Essas questões foram parando no Judiciário, e alguns juízes entederam que deveria se 
manter pelo menos 30% da atividade sendo exercida (princípio da continuidade do 
serviço público). – Já que não existe norma, e não tem interesse em criar tal lei, se usa 
o regime CLT como base. 
. GREVE É UM LEGÍTIMO DIREITO DE PREJUDICAR. – Se a greve não for em prejuízo, a 
greve é inócua. 
. HOJE NA PRÁTICA: Se a greve for considerada legal = mantem-se a remuneração. – Se 
a greve não for regulamentada, devem as horas serem depois compensadas, para que 
não haja suspensão desses vencimentos com enriquecimento sem causa. 
 
12) Requisitos básicos para a investidura: 
. Precisa da nacionalidade brasileira, nato ou naturalizado, estrangeiro só para as 
universidades (pois, para servidor comum ainda não tem regulamentação). 
 
. Quem perde os direitos políticos por algummotivo OU aquele que ainda não possui 
título de eleitor = não estão no gozo de direitos políticos. 
. Deve ter votado na eleição anterior, pago a multa ou justificado. 
. Nível de escolaridade = a lei que cria o cargo pode exigir um nível x. 
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. Aptidão mental e física = exigido um atestado médico, mas alguns concursos também 
podem criam uma comissão para averiguar isso. 
. A depender do cargo, essa aptidão física pode ser específica. – Exemplo: polícias. 
 
 
. Nomeação é originária = quando sou nomeado, eu não tinha nenhuma relação anterior. 
. Nomeação sem posse = ato pode caducar. 
. Em função da natureza do cargo a ser provido, a nomeação será feita: 
. Em caráter efetivo, condicionada à aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos. 
. Em caráter temporário, quando se tratar de cargo ou função de direção, chefia, 
assistência e assessoramento superior e intermediário, que constem formalmente da 
estrutura de cargos em comissão ou de funções comissionadas ou de confiança do órgão 
ou entidade. Nesses casos, a nomeação independe de aprovação em concurso público, 
se tais cargos forem considerados de livre nomeação e exoneração. Conquanto 
declarados de provimento livre, pode a lei ou regulamento estabelecer requisitos que 
devem ser preenchidos por eventuais ocupantes. 
. Em caráter vitalício, que expressa natureza de provimento constitucionalmente 
estabelecido para certos cargos, como reforço de garantia da permanência do ocupante, 
que somente poderá ser desligado mediante processo judicial. São vitalícios; os 
magistrados, investidos através concurso e após dois anos de exercício; os membros do 
Ministério Público, que também são nomeados através de concurso e os Conselheiros 
dos Tribunais de Contas, em seguida à posse por nomeação direta. 
. Nas nomeações antecedidas de concurso público, o edital de abertura das 
inscrições além de estabelecer o prazo de validade deste, as condições de sua realização, 
 
os critérios de classificação e convocação, entre os outros, definirá, também, os 
requisitos especiais previstos em lei ou regulamento para provimento do cargo. 
Normalmente, os requisitos básicos para ingresso são verificados pelo órgão 
encarregado da realização do concurso, à exceção da comprovação de sanidade física e 
mental, que poderá ser produzida tanto antes, como depois da nomeação. A publicação 
é formalidade essencial à validade do ato de nomeação e, a partir dela é que são 
contados os prazos para realização dos atos complementares de investidura. 
 
. Posse: 
. Publicado em Diário Oficial o ato de nomeação, o nomeado tem o prazo de 30 
(trinta) dias, contados dessa publicação, para tomar posse; esse prazo poderá ser 
prorrogado por mais 30 (trinta) dias, se o nomeado requerer essa prorrogação, antes 
de vencido o prazo inicial. 
. Quando o nomeado já detiver a condição de servidor, isto é, já ocupar outro 
cargo público, e dele estiver afastado legalmente ou em gozo de licença, o prazo para 
posse será contado a partir do término do impedimento. 
. A posse pode ser dada pessoalmente ao nomeado ou à representante deste; 
nesse último caso, deverá o credenciamento do representante ser feito por procuração 
específica, com indicação expressa do objeto do mandato. 
. Para ser empossado no cargo, o nomeado deverá apresentar declaração dos 
bens e valores que constituem o seu patrimônio e declaração sobre exercício ou não de 
outro cargo, emprego ou função pública. Caso o nomeado não possua bens ou valores, 
ainda assim deverá apresentar declaração negativa formal. 
. Não poderá ser empossado o nomeado que for julgado inapto, física e/ou 
mentalmente, para o exercício do cargo. 
. Vale dizer, se o laudo de inspeção médica oficial concluir que o nomeado é 
inapto para o cargo, a posse não se verificará, cabendo o desfazimento do ato de 
nomeação. 
 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO 
 
NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 55 
 
. Finalmente, se a posse não se realizar, no prazo inicial de 30 (trinta) dias, se não 
houver prorrogação, ou, havendo prorrogação, ao término desta, o ato de nomeação 
deverá ser declarado sem efeito. 
 
. Exercício: 
. Efetivo desempenho das atribuições do cargo. Com a posse, o servidor passa a 
desempenhar legalmente as suas funções, adquirindo direito às vantagens do cargo e à 
contraprestação pecuniária devida pelo Poder Público. 
. O prazo para o servidor entrar em exercício é de 30 (trinta) dias; nos casos de 
provimento originário (nomeação), este prazo é contado da data da posse; estando o 
servidor legalmente afastado, o prazo será contado a partir do término do afastamento. 
. Há formas de provimento em que a posse não é exigida, a exemplo da 
promoção de cargo; nessas hipóteses, o prazo de 30 (trinta) dias para entrada do 
servidor em exercício é contado a partir da data da publicação oficial do ato respectivo. 
. Todo exercício funcional deverá ser registrado pela unidade de recursos 
humanos do órgão ou entidade a cujo quadro o servidor pertença, constituindo o 
assentamento individual no qual constará informação documental (prontuário) ou 
anotação (sistema de fichas) das ocorrências de início, suspensão, interrupção e reinicio 
do exercício. 
. O registro computadorizado de dados funcionais, tornou obsoleta a utilização 
do método de fichas individuais, mas, não descarta a abertura e manutenção de 
prontuários ou dossiês individuais, organizados por pastas, onde deverão ser arquivados 
todos os atos relacionados com exercício do servidor, incluindo os relativos a 
reconhecimento de direitos, concessão e cancelamento de vantagens, aplicação de 
penalidades, em resumo, todos os atos que repercutam na vida funcional. 
. Caso o servidor não entre em exercício funcional no prazo legalmente 
assinalado, caberá a sua exoneração de ofício. 
. É competente para dar exercício o diretor, coordenador ou chefe da unidade 
ou subunidade onde o servidor deverá desempenhar as suas funções. 
 
. Nas nomeações para cargo efetivo o dirigente superior do órgão ou entidade 
deverá expedir uma portaria designando a unidade administrativa onde o servidor terá 
exercício; expedida a portaria, o servidor comparecerá a unidade de recursos humanos, 
que lhe entregará um ofício de apresentação ao dirigente da unidade, juntando a esse 
expediente cópia da portaria de designação. É nesse momento que o servidor deverá 
ser orientado sobre o sistema de registro e controle de frequência, sendo-lhe, também, 
entregue todo material de uso individual adotado pela repartição, como, cartão de 
registro de frequência, crachá de identificação funcional, entre outros. 
. Apresentando-se o servidor na unidade de sua lotação, o dirigente indicará o 
setor onde o mesmo deverá desempenhar as suas funções; à chefia deste compete a 
distribuição das tarefas, observando na seleção destas, as atribuições inerentes ao cargo 
para qual foi o servidor nomeado. 
. Nas nomeações para cargos em comissão não cabe a expedição de ato de 
designação, uma vez que esses cargos são alocados por unidade estrutural; ressalvado, 
apenas, esse aspecto, o procedimento para início do exercício nesses cargos é o 
mesmo descrito para ocupantes de cargos de provimento efetivo. 
. Se, decorrido o prazo estabelecido, o servidor não comparecer para iniciar o 
exercício ou se encaminhado ao seu setor de trabalho, o servidor não assumir o 
exercício, deverá a ocorrência ser oficialmente comunicada ao dirigente superior do 
órgão ou entidade, para as providências necessárias à exoneração de ofício. 
 
13) Dos provimentos derivados: 
. PROMOÇÃO - Os requisitos para desenvolvimento do servidor na carreira, mediante 
promoção, devem ser estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do cargo na 
Administração Pública. Além disso, com a promoçãonão há interrupção do tempo de 
serviço do servidor. 
. READPTAÇÃO - Imagine que o motorista de uma prefeitura se acidenta em serviço. Ele 
pode ser readaptado para funções de auxiliar de oficina, caso haja compatibilidade. - O 
reenquadramento do servidor readaptando será realizado em cargo de atribuições 
afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 57 
 
vencimentos. Caso não haja cargo vago para ele, o servidor exercerá suas atribuições 
como excedente, até que surja uma vaga. - No entanto, se a limitação sofrida for muito 
grave, de modo que o servidor seja julgado incapaz para o serviço público, ele será 
aposentado. 
 . Ficar em disponibilidade = aguardando que o poder público nomeie em caso de 
não existir cargo vago, recebendo proventos proporcionais ao cargo (e não de forma 
integral). 
. REVERSÃO - Trata-se de espécie de provimento derivado que decorre do retorno à 
atividade de servidor aposentado, devendo acontecer no mesmo cargo ou no resultante 
de sua transformação. 
. REINTEGRAÇÃO - É espécie de provimento derivado em razão da reinvestidura do 
servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou no resultante de sua 
transformação quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial. 
- Caso o cargo tenha sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, podendo haver 
seu aproveitamento em outro cargo. No entanto, se provido o cargo, seu ocupante será 
reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo, 
ou, ainda, posto em disponibilidade. 
. APROVEITAMENTO - O aproveitamento é espécie de provimento derivado que consiste 
no retorno às atividades do servidor que se encontra em disponibilidade. O regresso 
deve ocorrer obrigatoriamente em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com 
os do anteriormente ocupado. - Importante ressaltar que será tornado sem efeito o 
aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no 
prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial. 
 
. RECONDUÇÃO - A recondução é forma de provimento derivado que consiste no retorno 
do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Ela decorre de inabilitação em 
estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante. - Na 
hipótese de o cargo de origem estar provido, o servidor será aproveitado em outro. Se 
o cargo tiver sido extinto durante o estágio probatório do servidor, contudo, inexiste 
direito à recondução, nos termos da Súmula 22 do Supremo Tribunal Federal, sendo o 
caso hipótese de exoneração, conforme o §3° do artigo 41 da Constituição Federal, pois 
ainda não há estabilidade. 
 
 
14) Remoção: 
 
. De ofício – TEM QUE SER MOTIVADA, SOB PENA DE ISSO SER CONSIDERADO DESVIO 
DE PODER. 
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NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 59 
 
. A PEDIDO – objeto de um edital, para ser garantido princípio da isonomia. – Faço um 
chamado para ver quem quer seja removido para outra localidade. 
15) Redistribuição: 
 
 
16) Férias: 
 
17) Das licenças: 
 
 
. LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA NA FAMÍLIA - Exemplo: filho de Renata teve 
meningite aos 10 meses de idade, precisou ser internado (requer acompanhante). – 
Embora a criança tivesse o pai para acompanhar, a administração entendeu que era 
necessário a mãe estar presente, pela idade da criança etc. 
. Licença pode ser dada com 30 dias com remuneração + prorrogada com 
remuneração até 30 dias. – De 60 a 90 dias = sem remuneração. – Depois de 90 dias não 
há justificativa = tem que voltar ao trabalho (se ela não voltar a trabalhar, o abandono 
de cargo se concretiza com 30 dias consecutivos de falta injustificável ou 60 dias 
intercalados). 
 
18) Dos afastamentos: 
. Do afastamento para servir a outro órgão - o servidor poderá ser cedido para ter 
exercício em outro órgão para exercício de cargo em comissão ou função de confiança 
ou em casos previstos em lei específica. 
. Do afastamento para exercício de mandato eletivo 
. Do afastamento para estudo ou missão no exterior - o servidor não poderá ausentar-
se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, 
Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. A 
ausência não excederá o prazo de quatro anos. É com ônus ou com ônus limitado( só 
com o vencimento). Regulamentado pelo Decreto nº 1387/95. 
 
19) Formas de vacância de cargo público: 
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. Promoção 
. Readaptação 
. Falecimento 
. Aposentadoria 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOVERNANÇA PÚBLICA 
1) Introdução: 
. A origem da governança é a coorporativa (da iniciativa privada). 
 
. Antigamente as empresas de porte menor eram geridas por seus próprios donos. A 
partir do momento que essas empresas passaram a crescer, abrindo seu capital para 
novos proprietários, a administração sai das mãos de seus donos, e vão ser 
administradas por executivos. 
 . Esse gestor pode querer ter um lucro extraordinário naquele momento que ele 
está gerindo ao tomar uma atitude extraordinária naquele momento, o que acarretará 
pontos positivos para ele em face dos seus “patrões”. Mas, será que isso é bom a longo 
prazo? Essa atitude a longo prazo era a mais correta e prudente para a empresa? – 
Conflito entre quem gere e quem é proprietário (conflito de agentes). 
 . Isso também pode acontecer no Poder Público, fazendo um paralelo entre: 
proprietários (população geral) e executivos (agentes públicos, que não agem em nome 
próprio, nos representam). 
 
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2) Histórico da política de governança: 
 
 
. Essa questão da confiança é extremamente importante, pois sua ausência gera 
problemas na gestão da administração. 
 . Exemplo: pessoa que contrata um despachante para resolver algo 
administrativamente pra ele = não confia na administração estatal, e sabe que indo 
presencialmente iria perder muito mais tempo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3) Princípios da governança: 
A) TRANSPARÊNCIA: 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO PÚBLICA 
 
1) Introdução: 
 
 
. Já em 1946 a liberdade de informação foi reconhecida como direito humano 
fundamental, influenciando em todas as demais liberdades = SUPERDIREITO. 
. A censura era muito grande na ditadura, então o enfoque principal foi com base nisso. 
 
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2) Direito de acesso à informação na CF/88: 
. A CF de 1988 foi a primeira a positivar expressamente o direito de acesso à informação. 
 
. Lei de acesso à informação traz uma observação de uma gestão dessa informação. – A 
atividade estatal foi acostumada até mesmo a armazenar informações (registro 
 
cadastral de servidor, catalogação de arquivos etc.). Porém, não havia uma cultura de 
organizar essa informação para que esta fosse fornecida. – O governo ainda não está 
preparado de forma completa para 
 
 
3) Direito de acesso à informação no âmbito infraconstitucional: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4) Direito de acesso à informação pública e democracia participativa: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO

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