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DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 DIREITO ADMINISTRATIVO II CADERNO DE NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES INTRODUÇÃO 1) Finalidades do Estado x Funções do Estado . Finalidades = o que o Estado pretende, são os objetivos a serem alcançados pelo Estado e definidos pela CF. - O que a formação de um Estado organizado quer alcançar? – Art. 3° da CF (e não se esgota neste artigo, porque em tantos outros artigos há a menção quanto a estas finalidades – exemplo: art. 205). . Funções do Estado = são moldes jurídicos dentro dos quais deverão ser cumpridas as finalidades estatais. – Estruturas formais dentro da qual a finalidade será cumprida. – Exemplo: a CF traz como finalidade do Estado “dirimir conflitos” para promover paz social – FARÁ ISSO A PARTIR DA FUNÇÃO JURISDICIONAL QUE É JUSTAMENTE O MOLDE JURÍDICO (uma série de regras para se alcançar essa finalidade). . OBS: o Estado é uma instituição organizada política, social e juridicamente, dotada de personalidade jurídica própria de Direito Público, submetido às normas estipuladas pela Lei Máxima que é, no Brasil, a Constituição escrita e dirigida por um governo que possui soberania reconhecida tanto internamente como externamente. . O Estado pode atuar tanto no Direito Público quanto no Direito Privado. . O Estado de Direito é aquele que se submete ao direito que ele mesmo instituiu. . Governo = elemento formador do Estado, não se confundindo com ele. . Estado = povo situado em um território e sujeito a um governo (soberania). 2) Contextualização do processo administrativo na evolução do Estado . Época em que o homem tinha um domínio sobre o seu espaço vital (plantava o que comia, gerava sua própria energia e tinha de certa forma um controle sobre suas atividades). – Com o desenvolvimento do Estado esse domínio/controle das funções deixa de existir, porque dependemos totalmente do Estado. . Quando a ideia de separação de funções surgiu com o Estado de Direito, isso teve uma grande influência, já que o Estado passou a ter uma posição limitada pela Lei. – PASSO A TER UMA ADMINISTRAÇÃO TAMBÉM SUBMETIDA A LEI = COMEÇA A SE FALAR EM PROCESSO ADMINISTRATIVO (Estado precisa demonstrar que agiu de acordo com a lei). . Estado de Direito – surgimento do processo administrativo. – Contexto de Estado liberal (Estado com atuação mínima). . Estado Social – ampliação da atuação estatal, evolução do processo administrativo. – Estado social é uma supra dimensão de atividades/estruturas administrativas (até então não existentes). – Trouxe um gasto enorme para o Poder Público. . Estado Subsidiário – consolidação do processo administrativo. – “Estado só deve exercer as atividades que o particular não possa exercer”. . OBS: . “Administração Pública” = conjunto de órgãos e agentes estatais no exercício da função administrativa, independentemente do poder a que pertençam. – O QUE É DIFERENTE DE “administração pública” = atividade administrativa desenvolvida/exercida pelo Estado. 3) Conceito processo administrativo . Processo administrativo X Procedimento administrativo. . Processo administrativo = instrumento (meio técnico) estatal de composição de interesses ou direitos intersubjetivos, ou de produção e exteriorização da vontade administrativa, composto de atos sucessivamente ordenados (procedimento), teologicamente predeterminados: a entrega de um direito (ou interesse) a quem dele for (ou puder ser) titular (do domínio ou exercício), a formação ou formalização da vontade administrativa. . O Código de Procedimento Administrativo – CPA português preconiza no art. 1º que procedimento administrativo é a sucessão ordenada de atos e formalidades tendentes à formação e manifestação da vontade da Administração Pública ou à sua execução. Já processo administrativo é o conjunto de documentos em que se traduzem os atos e formalidades que integram o procedimento administrativo. 4) Finalidades e relevância do processo administrativo . Assegurar a produção e eficiência do agir administrativo. . Maximizar as garantias do administrado. 5) Peculiaridade da relação processual administrativa . A administração tem duplo caráter: a ADM figura como órgão de decisão, mas também como ente jurídico que também será atingido em grau maior ou menor pela decisão que vai ser adotada. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 6) Espécies de processo administrativo (classificação não exaustiva) 7) Processo administrativo brasileiro e legislação aplicável . Inexistência de jurisdição administrativa. – As decisões podem ser revistas pelo Judiciário a qualquer tempo em razão da legalidade. . Inexistência de Código Administrativo. – Grande dificuldade de se trabalhar como professor nesses moldes, uma vez que se faz necessário percorrer diversas leis. . Legislação do direito administrativo é muito esparsa. . Se existisse um Código do Direito Administrativo a possibilidade de contradições entre as leis seria muito menor (ainda que se juntassem vários juristas). . Lei nº 9784/99 – positivou princípios do Direito Administrativo que até então eram apenas construções doutrinárias, mas que agora passavam a compor o caput do artigo 37 da CF. – Ela inclusive descreve que valor está embarcado por esse princípio (o que nenhuma lei faz, já que em outros âmbitos temos que construir o próprio significado dos princípios a partir das normas). . OBS: Regime jurídico administrativo = conjunto harmônico de princípios que definem a lógica da atuação do ente público, a qual se baseia na existência de limitações e prerrogativas em face do interesse público. Esses princípios devem resguardar essa lógica, havendo, entre eles, um ponto de coincidência. . A EXISTÊNCIA DESTES PRINCÍPIOS É FUNDAMENTAL PARA A FORMAÇÃO DA MATÉRIA DE DIREITO ADMINISTRATIVO COMO RAMO AUTÔNOMO DO DIREITO, MESMO DIANTE DA INEXISTÊNCIA DE UMA CODIFICAÇÃO ESPECÍFICA. . Como a matéria não está totalmente regulada de forma expressa na legislação, há o ensejo de divergência acerca dos princípios a serem aplicados na atuação estatal. . A primeira lei de processo administrativo foi a Lei Paulista (que, inclusive, veio antes da própria lei federal – construída por juristas paulistas – que serviu de inspiração para a Lei 9784/99). . Existem diversas leis, tal qual a própria lei para se tirar um documento como um RG etc. . Existem inúmeras portarias etc. . EXEMPLO - Todo processo de desembaraço aduaneiro – importar e exportar – tem-se uma série de requisitos de processo administrativo para isso. 8) Princípios atinentes ao processo administrativo. . Princípios = normas coercitivas que orientam a atuação do indivíduo, definindo valores a serem observados nas condutas por ele praticadas. . Regras = disposições que definem a atuação do indivíduo diante de determinada situação concreta. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 . Princípios são valores superiores, diretrizes fundamentais que conferem harmonia ao sistema de norma. – VALORES QUE IRÃO SE IRRADIAR SOBRE AS DIFERENTES NORMAS E SERVIRÃO DE CRITÉRIOS PARA INTERPRETAÇÃO DAS NORMAS. . A interpretação sempre existe. – Quando o sujeito fala que a norma não precisa de interpretação, já significa que ele atribuiu um sentido/significado para ela (ou seja, interpretou). – NÃO EXTRAÍMOS O SIGNIFICADO DO ALCANCE DA NORMA, NÓS O CONTRUÍMOS. . Princípio da finalidade = a norma administrativa deve ser interpretada e aplicada pelo agente do Estado da forma que melhor garanta a realização do fim público a que se dirige. . Princípio da legalidade: . O administrador público somente pode atuar conforme determina a lei, amplamente considerada, abarcando todas as formas legislativas(desde o próprio texto constitucional até as leis ordinárias, complementares e delegadas). . É a garantia de que todos os conflitos sejam solucionados pela lei, não podendo o agente estatal praticar condutas que considere devidas, sem que haja embasamento legal específico. – OBS: “destaca-se que a atuação pode ser expressa ou implicitamente prevista em lei, diante da possibilidade de edição de atos administrativos discricionários nos quais o administrador poderá, mediante interpretação baseada no princípio da razoabilidade, definir a possibilidade de atuação, inferindo uma disposição normativa”. . É corolário da regra de indisponibilidade do interesse público. = “O ADMINISTRADOR NÃO PODE ATUAR DE FORMA A DISPOR DO INTERESSE PÚBLICO E, PORTANTO, SUA ATUAÇÃO FICA DEPENDENDO DE AUTORIZAÇÃO DO TITULAR DO INTERESSE PÚBLICO (QUE É O POVO0, RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DE LEIS, POR MEIO DE SEUS REPRESENTANTES LEGITIMAMENTE ESCOLHIDOS”. . Difere-se do princípio da legalidade na esfera privada, na qual viagem a autonomia privada, não sendo exigida a previsão legal como requisito para atuação dos cidadãos em geral. . Princípio da impessoalidade: . A atuação do agente público deve se pautar pela busca dos interesses da coletividade, não visando a beneficiar ou prejudicar ninguém em especial. . AO ESTADO, É IRRELEVANTE CONHECER QUEM SERÁ ATINGIDO PELO ATO, POIS SUA ATUAÇÃO É IMPESSOAL. . Baseado no princípio da isonomia. . Exemplo – art. 37 da CF – menção clara a esse princípio no II: “todos devem concorrer de forma igual para ingresso em concurso público” e XXI: “todos os licitantes têm direito a concorrer de forma igualitária”. . QUANDO O AGENTE ATUA, NÃO É A PESSOA DO AGENTE QUEM PRATICA O ATO, MAS O ESTADO (ÓRGÃO QUE ELE REPRESENTA). – “Não se admite a responsabilização do administrador pelos dados causados a terceiros, ou mesmo seu reconhecimento pelos benefícios gerados à coletividade” = o STF admite a propositura da ação em face do Estado ante o dano causado pelo agente público a um terceiro. – “A utilização de símbolos ou imagens, ou até mesmo de nomes que liguem a conduta estatal à pessoa do agente público, desvirtua o exercício da função pública, tornando pública a conduta do administrador e não do ente estatal”. . Princípio da moralidade = atuação não corrupta dos gestores públicos. – ASSEGURAR O EXERCÍCIO DA FUNÇÃO PÚBLICA DE FORMA A ATENDER ÀS NECESSIDADE COLETIVAS. . Princípio da intranscendência = consagrado pelo STF, inibe a aplicação de severas sanções a entidades federativas por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos = evitar a aplicação de penalidades à Administração Pública que possam dificultar a governabilidade do novo gestor caso haja irregularidades decorrentes das gestões anteriores. . Princípio da publicidade = proíbe a edição de atos secretos pelo poder público = A ADM DEVE ATUAR DE FORMA PLENA E TRANSPARENTE. . A publicidade sempre foi vista como forma de controle da Administração pelos cidadãos = a sociedade só poderá controlar os atos administrativos se estes forem devidamente publicizados. . Exceções = art. 23 da Lei 12.527/2011. . Hoje a possibilidade de controle dos jurisdicionados é muito maior devido a essa publicidade. – E não é só publicar, É COMO PUBLICAR. – E A PUBLICIDADE TEM QUE SER EXPRESSA = MODO DE APRESENTAÇÃO NA PRÓPRIA PÁGINA DA INTERNET DEVE SER OBJETIVA, COMPREENSÍVEL E CLARA. . A finalidade não é tão somente publicar, mas é que a população forme juízo de valor sobre a publicação. – PUBLICIDADE NO SENTIDO SUBSTANCIAL E NÃO FORMAL. . Princípio da eficiência = produzi bem, com qualidade e menos gastos. = REALIZADA COM PRESTEZA E BOM DESEMPENHO FUNCIONAL = + RESULTADO PRÁTICO = - DESPERDÍCIOS = TODA A COLETIVIDADE SE BENEFICIA. . Por mais que a gente tenha eficiência individual do funcionário/servidor, em não tendo um sistema administrativo por completo eficiência = de nada adiantará. . Exemplo: sistema PJE é caótico. . Eficiência do agente público X eficiência da administração pública em si. . Tridimensionalidade funcional dos princípios: para melhor cumprir seu papel de ser base/alicerce, os princípios acabam por exercer 3 funções: (i) consagrar valores, inclusive a nossa CF/1988 está repleta desses valores; (ii) servem para indicar a melhor maneira de se interpretar, aplicar e compreender o sistema normativo; (iii) servem como fonte supletiva/integrativa do Direito, ou seja, quando não encontrarmos norma posta/regra específica na pirâmide Kelsiana, iremos recorrer a estes princípios. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 7 . Não admitimos mais a legalidade tão puramente formal. – É preciso cumprir a finalidade da norma. . Princípio da razoabilidade = vai impedir uma atuação desarrazoada ou despropositada do Administrador = o agente não pode se valer de seu cargo ou função, com a falsa intenção de cumprir a lei, para agir de forma ilegal e arbitrária fora dos padrões éticos e adequados ao senso comum. . Compete ao judiciário, desde que provocado, sanar o vício da conduta estatal, determinando a anulação do ato ilícito (quando extrapola os limites da lei). .Princípio da proporcionalidade = equilíbrio entre os motivos que deram ensejo à prática do ato e a consequência jurídica da conduta. . Princípio da motivação = apresentação formal dos fundamentos fáticos e jurídicos justificadores da decisão adotada + correlação lógica entre esses motivos e a conduta deles decorrentes. . O princípio da motivação acompanha a publicidade como garantia para verificação a conformidade de atuação da administração. – QUE SITUAÇÃO DO MUNDO LEVOU A ADM PÚBLICA A AGIR DAQUELA FORMA? . Princípio da oficialidade é instrumental para o princípio da verdade material. . Princípio da pluralidade de instâncias ou direito à revisibilidade: este princípio decorre do poder de autotutela de que dispõe a ADM pública, que permite que ela reveja seus próprios atos, quando forem ilegais ou inconvenientes. . Autotutela = autocuidado, e autoproteção. . A ADM Pública com o controle de seus atos em suas mãos, podendo ela mesma revê-los para trazer regularidades às condutas. . Princípio da segurança jurídica = garante aos cidadãos não serem surpreendidos por alterações repentinas na ordem jurídica posta. 9) Fases do processo administrativo: . Fase deflagatória ou propulsiva – provocação inicial, ponto inicial do processo administrativo - pode ser de iniciativa da parte ou de iniciativa da própria administração pública (se a lei dispuser), o processo é instaurado pelo estrito interesse do administrado. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 9 . Essa instância administrativa não esgota a possibilidade de provocação do Judiciário. – Em regra, as pessoas esgotam a via administrativa, e em não resolvendo o problema, ingressa com ação perante o Judiciário. – NADA IMPEDE QUE O SUJEITO INGRESSE NA VIA ADM E NA JUDICIÁRIA AO MESMO TEMPO. . Fase instrutória - é para instruir/trazer provas/trazer fundamentos a decisão daquele processo administrativo. . Constitui todos os atos que levem a decisão. – Tudo que estiver no intervalo entre a fase propulsiva e a decisória. . Ex: documento que diga respeito a atividade desenvolvida. . Quando o objeto da ação é mais complexo, pode-se exigir documentações ainda como produção de provas (prova testemunhal, perícia contábil etc.). . Pode existir emissão de pareceres. – Que não são vinculantes, salvo se a lei dispuser sobre isso. . Fase decisória – pode ser de responsabilidade de um agente administrativo somente OU em caso de a lei dispor, pode ser uma decisão do órgão colegiado. . Quando a decisão for de decisão do órgão colegiado, a decisão irá se constituir das vontades múltiplas, que irão construira decisão final (a decisão da maioria). . A lei 9.784/1999 dispõe expressamente que a ADM PÚBLICA tem prazo máximo de 30 dias para decidir. – Antes não existia prazo, sempre se tendo ideia de burocracia e necessidade de tempo/prazo “infinito”. . OBS: A administração pública é uma grande litigante, e contribui de forma expressiva para o aumento de processos da máquina judiciária. . OBS: existe o princípio da segurança jurídica E existe o princípio da legalidade. – Em alguns momentos se faz necessário afasta um ou outro em detrimento da preservação do necessário diante da situação concreta. . Fase integrativa (só existe se estiver expressamente disposta na lei que estabelecer o processo administrativo, caso contrário não) - pode ser um: . (i) controle de legalidade (fase de homologação) – exemplo: licitação – decisões que serão tomadas, mas que devem ser aprovadas pela autoridade máxima (que pode decretar nulas as ações futuras voltadas para aquele ato em específico). . (ii) controle de mérito (fase de aprovação), não se trata de verificar a legalidade, mas sim verificar a conveniência e oportunidade. – Exemplo: art. 49 da CF que atribui ao Congresso Nacional competência para provar Estado de Defesa e Estado de Sítio. . OBSERVAÇÕES DA LEI 9.784/99: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 11 REGIME DISCIPLINAR (SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL) 1) Deveres do servidor (art. 116 da Lei 8112/90): . Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo. . Ser leal as instituições. . Observar as normas legais e regulamentares. . Cumprir ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais. . Atender com presteza: . Ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas por sigilo. . À expedição de certidões requeridas para a defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal. . Levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autoridade competente para apuração; . Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; . Guardar sigilo sobre assunto da repartição; . Manter conduta compatível com a moralidade administrativa; . Ser assíduo e pontual ao serviço; . Tratar com urbanidade as pessoas; . Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 13 . Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa. 2) Proibições: 3) Poder Disciplinar: . Também chamado de competência disciplinar, que é, segundo a professora Renata, a forma mais correta de se referir a este termo e sua significância. . Existe um dever/obrigação imposta ao Estado de manter a disciplina de toda a sua atividade funcional. – Caso assim não seja feito de maneira natural, a ADM pública tem o poder/competência de sancionar coercitivamente condutas inadequadas. . O poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração. É a supremacia especial que o Estado exerce sobre todos aqueles que se vinculam à Administração por relações de qualquer natureza, subordinando-se às normas de funcionamento do serviço . Decorre da obrigação constitucional imposta ao Estado de manter a disciplina do seu corpo diretivo e em toda a sua atividade funcional, utilizando sua força coercitiva dentro dos limites juridicamente estabelecidos. . A função deste poder é sempre aprimorar a prestação de serviço público, punindo a malversação do dinheiro púbico ou atuação em desconformidade com a lei. . NÃO SE PODE CONFUNDIR COM O SISTEMA PUNITIVO EXERCIDO PELA JUSTIÇA PENAL E MUITO MENOS COM O PODER DE POLÍCIA. . Apura infrações dos servidores ou outros que são submetidos à disciplina da Administração, ou seja, todos aqueles que tenham vínculo de natureza especial com o Estado. . ESSAS SANÇÕES NÃO PODEM SER IMPOSTAS AOS PARTICULARES, JÁ QUE ESTES NÃO POSSUEM O VÍNCULO QUE GERA A SUJEIÇÃO À DISCIPLINA INTERNA DO ESTADO. . A Adm. Pública, uma vez tendo conhecimento do fato, não pode escolher se vai ou não punir o agente infrator, deve imediatamente instaurar o PAD (Processo Administrativo Disciplinar). – Segundo a lei 8.112/90, uma vez definida a infração praticada, a sanção correspondente é expressa em lei, e não cabe ao administrador escolher o que quer aplicar no caso. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 15 . A discricionariedade fica limitada à extensão da sanção, como por exemplo, por quanto tempo irá perdurar a penalidade de suspensão, uma vez que a lei permite prazo máximo de 90 dias. . O PAD pode ainda incidir sobre o servidor aposentado. – Cassação de aposentadoria e cassação de disponibilidade. 4) Das responsabilidades: . O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas atribuições. A punição administrativa, civil e criminal terão fundamentos diversos, e diversa é a natureza das penas. Dessa diversidade resulta a possibilidade de aplicação conjunta de penalidades sem que ocorra bis in idem. 5) Das penalidades disciplinares: . Advertência – Não é apenas verbal, fica escrita no registro funcional do servidor. . De cunho mais leve. . Exemplo: ausentar-se do serviço sem comunicar ao supervisor. . OBS: cada ente federativo pode ter suas infrações específicas. . Suspensão – Aplicada no caso de reincidência das faltas punidas com advertência. . De 1 até 90 dias. – Leva em conta a discricionariedade do caso concreto (analisa se o servidor sempre foi cuidador, o histórico de advertências etc.). . Suspensão = não ir trabalhar e ficar sem receber a remuneração por isso. – Mas, levando-se em conta que, por exemplo, o servidor acusado é imprescindível para o órgão. Assim, tirar esse servidor trará prejuízos ao serviço público. Dito isso, mantém-se o servidor, mas ele só irá receber 50% do valor da remuneração. – A escolha da multa não cabe ao servidor, isso é decidido pela conveniência do serviço. . Demissão (destituição do cargo em comissão, cassação da aposentadoria ou disponibilidade). . Demissão é diferente de exoneração, a qual ocorre quando o superior hierárquico daquele cargo de confiança exonera o servidor ou quando o servidor pede a exoneração do cargo, o afastamento do cargo. . O servidor público que ocupa cargo em comissão, não precisa de concurso público, pois o requisito é a confiança. – A Lei que institui o cargo irá dizer se é o cargo em comissão ou provimento efetivo (necessita de concurso público para ingresso). – A lei pode trazer requisitos até mesmo para o cargo em comissão, mas o ponto principal é que não precisa de concurso público. - O cargo em comissão pode ser cessado a qualquer tempo. . Se o cidadão for ocupante de cargo em comissão, havendo a apuração de prática de infração administrativa, a pena não será demissão, MAS SIM DESTITUIÇÃO (É OBRIGATÓRIA). . Se o cidadão do cargo em comissão, for também servidor público, e caso seja destituído do cargo em comissão SEM TER COMETIDO INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA, este não perde o cargo efetivo. – Mas, se for uma destituição punível com demissão (isto é, houve prática de infração administrativa), o cidadão perde também o cargo efetivo. . A lei elenca especificamente quais são as infrações punidas com advertência e demissão. . OBS: quando a pessoaé retirada, por prática de infração administrativa, do cargo público, em regra a pena é perpétua. Todavia, existem alguns acórdãos com outras decisões. . Servidor que pratica infração, mas já te tempo suficiente para aposentar. – Para evitar que o servidor achasse que a pena não o alcançaria, ficou determinada a cassação da aposentadoria. – Já houveram discussões sobre a constitucionalidade disso, mas determinou-se a constitucionalidade. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 17 SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR . Conceito clássico de sindicância = meio sumário de que se utiliza a Administração para com indiciados ou não proceder à apuração das ocorrências anômalas nos serviços públicos, as quais, confirmadas, fornecerão elementos concretos para a imediata abertura de processo administrativo contra o funcionário responsável. . Lei nº 8112 = sindicância destina-se a apurar a prática de irregularidades cuja penalidade seja a advertência e a suspensão de até trinta dias. 1) Da sindicância na Lei 8112/90: . O prazo para conclusão da sindicância não excederá trinta dias, podendo ser prorrogado por igual período, a critério da autoridade superior. . Da sindicância poderá resultar imposição de penalidades, instauração de processo disciplinar ou arquivamento do processo. . Sindicância = olhar o contexto como ela está sendo utilizada. – Se ela for utilizada para indiciar alguém acusado de praticar uma ação = direito ao contraditório e ampla defesa. – Porém, a ADM PÚBLICA pode usar a sindicância no conceito clássico, apenas para apurar se o fato ocorreu. . SINDICÂNCIA é aberta para apurar situações em que a penalidade será advertência ou suspensão até 30 dias. – É mais simples. . Caso exceda esse lapso temporal, isto é, penalidade maior que 30 dias, É OBRIGATÓRIA A ABERTURA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO. . Quando instauramos um processo disciplinar ou sindicância, a gente avalia incialmente se é grave ou se não é tão grave. – Se não for tão grave, abre uma sindicância. Caso contrário, abre logo processo disciplinar. 2) Processo disciplinar: . Será conduzido por comissão formada por três servidores estáveis que exercerão suas atividades com independência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração. . Quem aplica a sanção não é um servidor comum, mas quem processa é ele. – Exemplo: em órgãos pequenos tem-se um constrangimento muito grande, porque são poucos servidores, que irão acabar por processar o servidor infrator (no mesmo lugar do serviço de trabalho). . O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; inquérito administrativo, que compreende a fase de instrução, defesa e relatório, e o julgamento. . O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá o prazo de sessenta dias, contados do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo. . OBS: reuniões em caráter reservado e não secreto. . OBS: não existe abrir inquérito administrativo para avaliar uma conduta de um servidor x. – Existe abrir uma sindicância, um processo disciplinar etc. . Revelia no processo disciplinar: . Não apresentando defesa no prazo legal, será considerado revel o indiciado. . Efeitos da revelia = presumir verdadeiros todos os fatos listados na inicial. – Todavia, existe o princípio da veracidade dos fatos, de tal modo que a lei 8112/90 dispõe que, neste caso, será designado como defensor dativo um servidor, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou do mesmo nível de escolaridade do indiciado, sendo devolvido o prazo para defesa. . O servidor nomeado para servidor dativo pode recusar-se. . O papel do relatório no processo disciplinar: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 19 . O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou a responsabilidade do servidor. Reconhecida a responsabilidade a comissão indicará o dispositivo legal transgredido. O processo disciplinar, com o relatório da comissão será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para julgamento. . O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário à prova dos autos. Quando o relatório contrariar as provas dos autos, a autoridade poderá motivadamente agravar a penalidade, abrandá-la ou isentar o servidor da responsabilidade. . Do afastamento preventivo: . Lei 8112/90 - Como medida cautelar a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, sem prejuízo da remuneração. O afastamento poderá ser prorrogado por igual período, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo. . AFASTAMENTO PREVENTIVO NÃO SE CONFUNDE COM PENA. . Prescrição: a prescrição do direito de punir ocorre . em cinco anos, quanto as infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão. . em dois anos, quanto a suspensão. . em 180 dias quanto à advertência. . Da revisão do processo: . Constitui-se num novo processo para reexame do primeiro, e requer elementos novos, capazes de alterar decisão anterior. . ISSO NÃO É RECURSO. . Art. 174 da Lei 8112/90. O processo poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a inadequação da penalidade aplicada. . Consequências da sentença absolutória no âmbito administrativo: . Casos em que há repercussão na decisão administrativa: . Absolvição porque ficou provada a inexistência do fato. . Absolvição por inexistência de prova de que o servidor concorreu para infração penal ou ainda a negação da autoria. . Casos em que não há repercussão na decisão administrativa: . Quando o fato não configura infração penal. - Tipo da infração não se enquadra no tipo penal, embora não seja crime, é infração adm. . Quando houver absolvição por insuficiência ou deficiência de provas. - Para aplicar uma pena no âmbito criminal, preciso de uma quantidade de provas muito robusta, mas a prova que não foi suficiente para provar de liberdade, pode ter sido suficiente no âmbito adm. para me demitir. . Reintegração: . Reconhecida a ilegalidade do ato de demissão, em decisão administrativa ou judicial, o servidor tem o direito subjetivo público de regressar ao serviço, reocupando o cargo, tendo direito também a todos os direito e vantagens de que ficou privado durante o afastamento. . Se demitido em processo administrativo e absolvido em processo penal, que repercuta no processo administrativo, também tem direito a reintegração. Nestes casos a sentença penal absolutória é título penal hábil para a reintegração. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 21 SERVIÇO PÚBLICO 1) Conceito: . A ideia de serviço público é a ideia mestra de todo poder público. - O poder público deveria ser substituído pela noção de serviço. - O estado deve deixar de ser poder que ordena, para se tornar grupo que trabalha. . Léon Duguit: novidade de que na realidade o Estado exerce função (não é só pra mandar, tem uma finalidade a cumprir). – Ele exagerou um pouco quando passa a não reconhecer a soberania do Estado, dizendo que é apenas uma cooperativa. . Maurice - O serviço público é uma obra a ser realizada, mas não posso negar a existência do poder (porque ele é o meio para se atingir a finalidade). – Poder político é um fato negligenciado por Léon D. . Ao longo do tempo,a noção de serviço público foi evoluindo. – O que é colocado como serviço público é uma escolha histórica, política, dependente do momento e necessidades dele. . Toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade fruível diretamente pelos administrados, prestada pela Administração Pública ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de direito público, instituído em favor de interesses definidos como próprios pelo ordenamento jurídico. . O estado exerce inúmeras funções, e nem tudo que ele exerce é serviço público. – É preciso ter uma atividade fruível (que eu possa me beneficiar) para que seja considerada serviço público. – Exemplo: se decretou proibição de vendas de bebidas alcóolicas aos finais de semana na pandemia = isso é proibição, não serviço público, pois iremos usufruir disso indiretamente (isso evitará provavelmente nível de contaminação = talvez os casos caiam = eu me beneficie com isso). – Outro exemplo é o município de Salvador decretar parcelamento de tributos, isso não é serviço público. . Como exemplo de serviços públicos tem-se transporte coletivo, fornecimento de água, coleta de lixo etc. = ATIVIDADE DE OFERECIMENTO DE COMODIDADE FRUÍVEL PELOS ADMINISTRADOS. . SERVIÇO PÚBLICO É A SATISFAÇÃO CONCRETA DAS NECESSIDADES. . Cada vez que nossas sociedades ficam mais complexas, mais os serviços públicos ganham uma complexidade também maior = Estado não dá conta = repassa a função para particulares exercerem, embora a titularidade do serviço continue sendo do Estado. . Não tem como o Estado fazer a fiscalização de tudo, caso contrário não teria vantagem em o Estado repassar as funções. Logo, a responsabilidade é do particular. – Todavia, o Estado deve fiscalizar as normas contratuais (exemplo: se o percentual de frota de ônibus segundo o contrato está de fato exercendo atividades nas ruas). 2) Existe um conceito universal de serviço público? 3) Serviços públicos constitucionais: . Compete a União, mas por não conseguir “dar conta de tudo”, delega para outras por meio de concessões etc. . Cada serviço tem um nível de especificidade muito grade, de tal modo que se exige uma série de concessões. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 23 . Compete aos municípios: . Compete aos Estados: . Compete ao DF: . Serviços sociais ou de relevância pública: . São serviços públicos quando estão sendo executados pela União, mas também estão livres para a iniciativa privada. 4) Quais os limites para previsão do serviço público por norma infraconstitucional? 5) Serviço público por previsão legal: . Também são serviços públicos e, portanto, sujeitos ao regime de direito público, as atividades que, por lei, vierem a ser incluídas na competência administrativa das entidades políticas. . A lei deverá dizer quais serviços de interesse local serão prestados pelo município. - O mesmo se passa com as atividades do estado. 6) Monopólio estatal das atividades econômicas: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 25 7) Princípios atinentes à prestação do serviço público: . Princípio da atividade normatizada: é uma atividade que deve obedecer a norma que a instituiu. – Mesmo quando o particular está prestando a atividade. . Princípio da obrigatoriedade da prestação de serviço: o administrador não escolhe se irá ou não prestar, é dever. . Princípio da universalidade: manifestação do princípio da igualdade na organização do serviço público. 8) Formas de prestação do serviço público: . Forma centralizada = tem sido a forma mais comum nos dias de hoje. – Todavia, cada vez mais os serviços começam a ficar mais complexos, precisam de meios mais específicos, tecnologias etc. – Quem foi contratado há 20 anos talvez não consiga desenvolver algumas funções hoje. . Não há intermediários realizando essa prestação. . Ex: Educação do ensino fundamental municipal (professor é servidor público municipal). DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 27 . O serviço vai da administração pública ao usuário sem nenhum intermediário. . Ex: A própria prefeitura faz transporte (o bem é da prefeitura e o motorista seria contratado da prefeitura). . Forma descentralizada = a transferência de execução do serviço ou da titularidade do serviço para outra pessoa, quer seja de direito público ou de direito privado. . São entidades descentralizadas de direito público: Autarquias e Fundações Públicas. - São entidades descentralizadas de direito privado: Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista. . Pode, inclusive, a execução do serviço ser transferida para entidades que não estejam integradas à Administração Pública, como: Concessionárias de Serviços Públicos e Permissionárias. . A descentralização, mesmo que seja para entidades particulares, não retira o caráter público do serviço, apenas transfere a execução. . Quais situações eu transfiro a titularidade? E quais se transfere a execução? . A titularidade é dada pela CF, só que a União, Estado e Município podem transferir quando eles têm um ente indireto (ex: correios - a união cria uma pessoa jurídica, empresa pública, para prestar esse serviço - transfere a titularidade do serviço e a sua execução). . Titularidade = transfiro a possibilidade de organizar como será o serviço. - Ex: Correio, Petrobras (transferiu a titularidade e execução e hoje, a própria Petrobras transfere a execução). - Ser dono do serviço, quem tem competência para prestar. - A CF permite que o ente público transfira a titularidade. Como? Por lei. . Execução = transfiro a mera execução, quem disciplina é que tem a titularidade. Ex: Concessão. . Tem-se a transferência ou da titularidade e execução ou da mera execução. - A primeira (titularidade e execução) eu não falo em concessão de serviço, como se trata de atividade típica do estado, eu preciso criar uma pessoa que é imagem do estado (autarquias e fundações), transferindo a titularidade e execução (ex: correios - são um braço do estado criado por lei que recebeu a titularidade e execução do serviço postal). A segunda eu posso falar em concessão de serviço, aquele que vai prestar o serviço vai obedecer às regras do ente central. 9) Concessão de serviço público: . Por que delegar? DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 29 10) Conceito de concessão: 11) Objetos do contrato de concessão: . Mero serviço público – exemplo: a própria coleta de lixo. 12) Partícipes da relação jurídica da concessão: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 31 13) Prazo da concessão: 14) Remuneração: 15) Modalidades de extinção: . A Lei de Concessão não coloca prazo máximo ou mínimo da concessão. – Mas, em sua maioria são bem longos. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 33 PARCERIA PÚBLICO PRIVADA PPP . Ambos terão benefícios - existem objetivos contrapostos, mas existe um objetivo comum entre os dois, que é o cumprimento deste acordo, pois a administração pública atende o interesse público com mais agilidade e menor custo, e a iniciativa privada vai ter um novo mercado para trabalhar, onde o contratante vai dar uma oportunidade de negócio. . Parceria público-privadas = tipos especiais de concessões. . As concessões editadas em 1995 = concessões comuns. . As concessões editadas em 2004 = concessões especiais. – Trouxe aperfeiçoamento em face do que a lei de 1995 vinha falhando. – A LEI DE 2004 INSERIU NO OBJETO DAS CONCESSÕESO QUE NÃO EXISTIA ATÉ ENTÃO = contratos em que o pagamento de tarifas dos usuários não seriam suficientes para sustentar a concessão. . Contratos de licitação típicos diferem das parcerias público-privadas porque são bancados pelos recursos do próprio poder público, tem prazo determinado e curto, e regidos pelas leis de licitação. – Contratos administrativos comuns – Serviços de instalação de energia elétrica, compra de papel etc. . Contratos de concessões comuns = transferência do exercício de uma atividade considerada serviço público, que podem ou não ser remuneradas por tarifa. . Contratos de PPP, regidos pela lei 11.079/2004. 1) Concessão patrocinada: . Um dos princípios do serviço público – modicidade das tarifas – se aquela atividade foi considerada como serviço público, é porque ela guarda referência com a dignidade da pessoa humana = não posso dispensar a coletividade de tê-la = tenho que atender a generalidade das pessoas (princípio da universalidade). – Mas, existem serviços cujo investimento é tão grande, que se o parceiro privado fosse remunerado apenas com as tarifas, a tarifa teria que ser muito alta = não conseguiria atender ao princípio da modicidade. . É opção do ente optar pela concessão patrocinada = então ele mesmo pode com recursos orçamentários, com os impostos, contratar uma construtora, pagar para ela construir por exemplo uma estrada e depois acabou o vínculo/contrato (contrato comum administrativo de obra). – MAS, para o Estado é muito melhor uma concessão patrocinada, porque embora ele não tenha toda a remuneração paga pelos futuros DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 35 usuários, mas ele não vai desembolsar a totalidade que teria que desembolsar para realizar a obra, além de não ter que administrar essa obra. . Na concessão comum a tarifa ficaria muito alta. . Analisar se o serviço é autofinanciável = planejamento de prospecção no futuro = média de usuários, se é uma zona de expansão etc. . A maioria das vezes usamos as PPP’S para obras de complexidade, valor alto, técnica complexa etc. 2) Concessão administrativa: 3) Diferença entre concessão administrativa e concessão patrocinada: 4) Prazos das PPP: 5) Inovação quanto à remuneração nas PPP: 6) Exemplos de PPP no Estado da Bahia: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 37 7) Da consulta pública: 8) A questão da responsabilidade fiscal: 9) Divisão objetiva dos riscos: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 39 . O concessionário analisa os riscos que pode sofrer quando pactua o contrato = ele precifica o risco = cobra previamente o risco que assume sofrer no futuro. 10) Dispute Board e os Contratos de Concessão: . Comitê Interno de Resolução de Conflitos. PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 1) Introdução: . Cada vez é menos comum, pois é um instituto menos complexo. E como toda prestação de serviço tem ficado cada vez mais complexa, estas tem sido feitas por meio das concessões (comuns, patrocinadas, administrativas). . Dupla acepção: permissão de serviço público e permissão de uso de bem público. – COISAS COMPLETAMENTE DIFERENTES. . Permissão de uso de bem público: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta a utilização de bem público a terceiros. . Bem público, em regra, é de uso comum. – Temos 3 tipos de bens públicos: (i) de uso comum, que todo mundo pode usar, como ruas, praças, parques públicos etc. – aqui não se exige requisito para o uso; (ii) uso especial, afetados à um uso específico, como o prédio do hospital ou escola pública, podendo se exigir requisitos para o uso desses bens, como por exemplo regras de vestimenta, horário de funcionamento etc.; (iii) bens dominicais, estão no patrimônio da Administração Pública que estão sem uso, como o dinheiro que a Adm. Pública tem, o terreno que está sem utilização etc. . Permissão de uso de bem público = está se falando do bem de uso comum, que por uma razão de interesse público, a Adm. Pública resolve atribuir o seu uso à algumas pessoas específicas com exclusividade. - NÃO ESTÁ SE FALANDO AQUI DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, MAS SIM DO “USO” EM SI. – Exemplo: banca de jornal/banca de coco/isopor de cerveja no carnaval, todo são tipicamente exemplos disso = calçada é bem de uso comum do povo, mas o dono da barraca tem a permissão de uso para instalar a banca e fechar. . Discricionário porque ninguém tem direito a, por exemplo, colocar a banca de jornal na calçada. Isso é feito devido a uma permissão da Administração Pública. – E é uma permissão precária porque a Administração Pública pode retirar a qualquer momento. . Na maioria das vezes é uma permissão onerosa, que volta para a Administração Pública em forma de impostos. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 41 . Permissão de serviço público: ato administrativo unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a execução de serviço público. – CONCEITO DOUTRINÁRIO. . Permissão de serviço = um fazer da administração. . Permissão sempre foi vista como ato discricionário e precário, seja de uso de bem público ou serviço. . OBS: precariedade é uma palavra de múltiplos sentidos que pode significar instabilidade, transitoriedade, revogabilidade, inexistência de prazo. Assim, a permissão é revogável a qualquer tempo sem direito a indenização ao permissionário. . Seria uma execução de serviço público que poderia ser revogada a qualquer tempo. – Se eu não tenho prazo determinado para cumprir, em caso de revogação, esse particular que estava prestando o serviço teria direito a indenização? Já estava combinado que não haveria (“combinado não sai caro”), uma vez que poderia ser revogado a qualquer tempo. . Permissão sempre foi tratado como ato discricionário. – Vem o art. 175 da CF e também não dar nenhuma pinta que seria diferente. . Licitação = procedimento prévio a realização de um contrato. . Esse artigo então já começa a trazer uma confusão, mas surge então a ideia de um processo seletivo para guiar a escolha, o que não significaria a firmação de contrato (porque é premissão). – SEGUINDO A DOUTRINA TRADICIONAL DE ANOS. . Art. 40° da Lei 8.987/95: . Como é possível ter um contrato precário que posso revogar a qualquer tempo? Então qual seria a necessidade de ter contrato com prazo certo? – Ficou uma coisa super confusa. . Art. 2° da Lei 8.987/95: . Afirmou mais uma vez que se trata de precariedade. . Uma parte da doutrina em relação a permissão, acredita que é um contrato em sua modalidade PRECÁRIA. . Se a permissão for firmada através de um contrato = tem direito a indenização. . Outra parte da doutrina (grande marioria) acredita que permissão só é permissão se for precária. . Na realidade, se eu tiver um prazo fixado e este for descumprido, o concessionário terá direito a indenização, porque ele tinha expectativa disso. . A IDEIA DE DISCUSSÃO DE SER OU NÃO PRECÁRIA = NECESSÁRIA PARA AVERIGUAR A EXISTÊNCIA OU NÃO DE INDENIZAÇÃO/ O FRUSTAR OU NÃO DA EXPECTATIVA. . Uso a permissão toda vez que a prestação de serviço não tem a necessidade de muitos investimentos. – Se eu tiver muito investimento, preciso de tempo para que este seja ressarcido pela cobrançade tarifa. – Serviço com pouco investimento, uma vez ele sendo interrompido antes do prazo, tenho pouco a indenizar. 2) Autorização de serviço público: . No direito brasileiro a autorização administrativa tem várias acepções. . Num primeiro sentido, designa ato unilateral e discricionário pelo qual a Administração Pública faculta ao particular o desempenho da atividade material ou a prática de ato que, sem esse consentimento, seriam legalmente proibidos. Trata-se autorização como ato praticado no exercício de poder de polícia. . Exemplo: art. 21, inciso VI da CF/88 que atribui a União competência para autorizar a fiscalizar a produção e material bélico. . Exemplo: autorização para porte de arma. . Num segundo sentido autorização é ato administrativo unilateral e discricionário pelo qual o Poder Público delega ao particular o “uso” de bem público a título precário. Trata- se de autorização de uso de bem público. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 43 . Na prática administrativa, a autorização é ainda mais precária quando a temporiedade é menor ainda, como no caso de autorização para um comício político etc. – Já a permissão é para utilização em situações com maior lapso temporal, como a banca de jornal etc. . Num terceiro sentido (que aqui nos interessa), a autorização é ato administrativo unilateral discricionário, pelo qual o Poder Público delega ao particular a exploração de serviço público a título precário. Trata-se de autorização de serviço público. . A autorização de serviço público é dada no interesse exclusivo do particular que a obtém. Ele não exerce uma atividade que vá ser usufruída por terceiros, mas apenas por ele mesmo. – Exemplo: Shopping da Bahia tem uma geração de energia para consumo próprio de água através de potencial hidráulico = potencial energético é uma delegação exclusiva do serviço público, logo exige essa autorização da Adm. Púbica por se tratar de destinação para uso próprio do shopping. . Autorização é semelhante a permissão no sentido de ser a título precário e discricionário. Mas, são diferentes porque a permissão é um serviço prestado para terceiros, ao passo que a autorização é para uso próprio (inclusive, se existir excedente NÃO é possível comercializar). . OBS: quando a gente aluga gerador para festas não é obrigatória a autorização porque não se ultrapassa (em regra) o limite de KWh. PROCEDIMENTO DE MANIFESTAÇÃO DE INTERESSE – PMI 1) Introdução: . O PMI tem lugar na fase preparatória da licitação. . Antes de se fazer um contrato de concessão, seja comum/patrocidada/administrativa, antes do edital, é possível fazer o PMI. . Eu preciso saber quais são os contornos do meu contrato – qual objeto, de que forma será prestado etc. – Preciso de estudos preliminares para traçar os contornos do contrato. . Agora entra para qualquer tipo de licitação. . Estudos para MODELAGEM contratual. – Não tenho edital de licitação etc. 2) Alternativas para o estudo prévio: . Fazer o trabalho internamente, essencialmente por agentes públicos, sem apoio externo. . OBS: nem sempre se terá um corpo técnico dentro da própria Administração Pública para realizar esse estudo. . Obter ajuda externa para apoiar os agentes públicos por meio de contrato de prestação de serviços para este fim ou via convênio, previsto na Lei de licitações. . Posso fazer uma licitação para contratação de alguém/empresa que irá realizar esse estudo prévio. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 45 . É muito comum a União fazer convênio com órgãos da administração indireta, como quando faz com o BNDES. . Obter ajuda externa por meio da PMI. . Não é obrigatória, é uma opção. 3) Como fazer um PMI? . OBS: muitas vezes o corpo da Adm. não tem expertise para fazer essa modelagem contratual; fazer licitação para contratação de empresa/pessoa para fazer esse estudo também traz gastos para a Adm. pública (desembolso de recurso próprio). – ENTÃO DIANTE DISSO SURGE O INTERESSE DE FAZER UMA PMI. . Quando o poder público lança mão desta opção ele faz um chamamento público indicando diretrizes, premissas do projeto, critérios de seleção e qual a contraprestação admitida e convoca interessados em colaborar. . Faz um edital: quem é que quer participar (pricípio da isonomia pública)? Diz quanto será pago, o que a PMI deve estudar etc. – Diante desses critérios faz uma seleção. . Se o material produzido for efetivamente usado na elaboração do edital do certame licitatório, o particular que fez os estudos (o selecionado do PMI) será reembolsado pelos serviços de consultoria prestados, pelo licitante vencedor. . A vantagem é que o poder público não irá desembolsar nada para desenvolver esses estudos, pois quem desembolsa é o futuro ganhador da licitação. . O Decreto pode autorizar que só uma empresa/pessoa faça o estudo, ou mais de uma. – CONCORREM POR SUA CONTA EM RISCO, haja vista que só será remunerado aquele que de fato desenvolva estudo que seja utilizado na licitação. 4) Vantagens e desvantagens do PMI: . Ausência de custo financeiro para a Administração Pública. . A Administraçã Pública escuta as demandas do mercado desenvolvendo projetos que abarquem os interesses dos particulares, o que é fundamental para manter o equilíbrio entre atender o interesse público e manter condições contratuais que confiram atratividade para a iniciativa privada. . Essas vantagens foram determinantes para que houvesse m incremento de autorizações de PMI na última década, para os mais diversos tipos de concessões de serviços: de esgotamento sanitário, transportes, concessões aeroportuárias, tratamrnto de resíduos sólidos, serviços hospitalares, até mesmo a gestão de cemitérios. . Em que pese as vantagens na utilização do instituto, algumas disfunções têm sido observadas: . Alto índice de mortalidade das PMI’s (estudos no âmbito federal e no âmbito dos estados apontam um índice de 20% a 25% dos PMI’s autorizados resultaram efetivamente em assinatura do contrato). . OBS: não há obrigatoriedade da Adm. Pública de realizar a licitação e tampouco de usar o estudo desenvolvida pela PMI na licitação. . Se não houver assinatura do contrato não há pagamento pelos estudos e contribuição da modelagem contratual. Isto porque, quem faz os estudos preliminares é remunerado pelo licitante vencedor. Isto gera desestímulo para novas colaborações dos agentes privados. . Possivelmente outra causa da elevada taxa de mortalidade dos PMI’s é que quando a Administração Pública adota o formato tradicional do PMI, autorizando a participação de muitos agentes privados (autorizados), que concorrem entre si na preparação destes estudos. Ao final do procedimento, o poder público pode receber vários estudos e propostas de modelagens contratual que individualmente não estão aptos a inaugurarem o processo licitatório, mas, eventualmente, combinados entre si, se transformam em opção para o poder público. . Um outro problema a ser considerado é relativo a uma possível posição privilegiada de quem participa da fase do PMI na futura licitação. . Há sempre uma chance de que, ao participar do PMI, a empresa consiga influenciar a estruturação do projeto de uma forma que lhe favoreça na licitação e/ou na operação do projeto. Obviamente, seu objetivo maior é ganhar a concessão. . Em síntese, quando a empresa tem mais informações que o governo sobre o projeto, ela é capaz de obter rendas informacionais, definidas como lucros expedientes ao que faria se essa assimetria não existisse. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 47 AGENTE PÚBLICO – SERVIDOR PÚBLICO 1) Agentes estatais: . São agentes estatais:. Agentes políticos: os representantes do povo por meio de mandatos eletivos. São aqueles que exercem uma função política, estando submetidos ao regime jurídico constitucional. – Exemplo: deputados, vereadores, presidente, governadores, senadores etc. . Servidores públicos. . Particulares em colaboração com a Administração. . Servidor público lato sensu - envolve as 3 categorias abaixo: . Servidor público em sentido estrito: agente que se relaciona ao Estado por vínculo profissional de caráter permanente e sob subordinação hierárquica, com remuneração proveniente dos cofres públicos, sujeito a regime jurídico estatutário. – EXEMPLO DA PRÓPRIA PROFESSORA, QUE É ANALISTA JUDICIAL E PARA ESSE CONCURSO PRECISOU SEGUIR REQUISITOS COMO SER FORMADA EM DIREITO. . Regime jurídico estatutário = regime disciplinado por uma lei específica que ficou conhecida como o Estatuto do Servidor Público = não se submete a CLT. . Empregado público: agente estatal não subordinado ao regime estatutário, mas regido pela legislação trabalhista. O regime jurídico é contratual. . É aquele que trabalha nas sociedades de economia mista, entes da administração indireta. – Exemplo: PETROBRAS, Banco do Brasil etc. . Pessoal contratado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público: art. 37, inciso IX, da CF/88. . A CF muito sabiamente previu a necessidade de flexibilizar um pouco o quadro de pessoal. – Entendeu pela experiência que em alguns casos existe a necessidade de serviços temporários, o que não ensejaria a realização de concurso público. . PROBLEMA DE REDA NO ESTADO DA BAHIA: claramente para fins eleitoreiros - o que significava que o serviço não era temporário, mas ainda assim insistia-se nestes concurso temporários. . Particulares em colaboração com a ADM PÚBLICA: são particulares que atuam como órgãos estatais, mas sem vínculo de subordinação (ainda que sujeitos à fiscalização estatal). Estes atuam como agentes estatais sempre que sua conduta for imputada ao Estado. – Exemplo: concessionários e permissionários de serviços públicos, peritos (engenheiros, médicos etc.), jurados, mesários etc. 2) Regime jurídico dos servidores públicos stricto sensu: . Acessibilidade a cargos, empregos e funções: . Não temos leis que disciplinem acesso do servidor público estrangeiro ao cargo público. . Art. 37 da CF - Norma constitucional de eficácia limitada com relação aos estrangeiros. – Isso é um grande problema, uma vez que deveria existir uma lei que contasse com requisitos para permitir esse acesso dos estrangeiros ao serviço público (exemplo: tempo mínimo de residência no país, domínio da língua portuguesa etc.). . Art. 207 da CF: . Já nesse art. 207 da CF tem-se o acesso facultativo dos estrangeiros. 3) Formas de ingresso no cargo público: . São duas as formas que permitem o ingresso no cargo público: . O concurso público: é o procedimento posto à disposição da Adm. direta e a indireta de qualquer nível de governo para seleção do futuro melhor servidor (processo competitivo = tenho interesse naquele que melhor tem a qualificaçao). . A livre nomeação. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 49 . Não obstante a regra seja a admissão mediante concurso público, a CF em algumas hipóteses permite o ingresso de servidores sem esse prévio procedimento de seleção. . Provimento de cargos em comissão. . Contratação de agentes temporários (Art. 37, inciso IX, Lei 8745). . OBS: nada impede que seja feito processo seletivo de contratação de agentes temporários (não é obrigatório, mas é possível). . A lei que cria o cargo diz se a forma de ingresso é livre provimento ou concurso público. . Cargo cria remuneração = despesa = orçamento público = crivo do legislativo = lei que irá reger. 4) Acumulação de cargos públicos: . Quando eu não permito acumulação = mais pessoas trabalhando + a pessoa se dedicando mais a função. . Conhecimento técnico ou científico = nível superior. . OBS: caso do PAD de Antas contra os servidores que estavam acumulando cargo de servidor público + aposentadoria. – É ILEGAL, e o máximo que os servidores podem conseguir é pleitear a não restituição dos valores recebidos até aquele momento, sob pena de enriquecimento ilícito do Estado, já que essas pessoas de fato trabalharam para o município no cargo público. 5) Retribuição: . Vencimento: salário-base. . Vencimentos ou remuneração: salário-base + vantagens do cargo ou pessoais. . Remuneração ligada às incorporações salariais atreladas à função não incorporam a aposentadoria no âmbito federal, apenas no âmbito estadual. . Limite máximo de remuneração: 6) Revisão geral anual: 7) Irredutibilidade: 8) Estabilidade: . A Lei Complementar de análise de desempenho NUNCA existiu. Logo, não é possível a despedida de funcionário que não tem bom desempenho. 9) Das vantagens: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 51 . Essa indenizações são pagamentos eventuais, por necessidades temporárias. – Não se incorporam ao provento (remuneraçao da aposentadoria) e nem ao vencimento. . Exemplo: servidor removido de ofício. – Policial transferido de ofício da fronteira do Paraguai para Santa Catarina. Ele terá direito a uma ajuda de custo para essa mudança. 10) Associação Sindical: . Ninguém pode impedir que um servidor público se filie à um sindicato. . Sindicato faz representar os servidores na suas demandas. . Um trabalhador comum que vai discutir sua forma de trabalho, remunueração etc. é discutível entre sindicato patronal e sinditaco dos empregados, porque as partes podem dispor sobre suas obrigações, obviamente se atentando ao mínimo dos direitos e valores. – Já no serviço público deve se odebeder o princípio da legalidade em tudo = margem de negociação é muito pequena. . Então para os servidores públicos, o sindicato serve muito mais para fiscalizar o cumprimento da lei, do que para a ampliação de direitos propriamente ditos. 11) Direito de greve: . É uma grande discussão até hoje se essa norma é de eficácia contível (vale plenamente desde a sua edição, mas pode ser limitada por uma lei posterior) ou limitada ( aplicabilidade é mediata, indireta e reduzida. Dependem da emissão de uma normatividade futura, em que o legislador, integrando-lhes a eficácia mediante lei, dê- lhes capacidade de execução dos interesses visados). . A maioria da doutrina entendeu que ela é uma norma de eficácia contível – Quando foi promulgada teria aplicabilidade imediata. Porém, o STF entendeu que é norma de eficácia limitada. . NA PRÁTICA HOJE: se resolve caso a caso = toda greve é um problema (é uma situação de FATO, isto é, existe. . Poderia ser considerado como um abandono = falta injustificada. – Hoje os servidores vão ao local de trabalho, muitas vezes assinam o ponto, mas sem exercer sua atividade. . Essas questões foram parando no Judiciário, e alguns juízes entederam que deveria se manter pelo menos 30% da atividade sendo exercida (princípio da continuidade do serviço público). – Já que não existe norma, e não tem interesse em criar tal lei, se usa o regime CLT como base. . GREVE É UM LEGÍTIMO DIREITO DE PREJUDICAR. – Se a greve não for em prejuízo, a greve é inócua. . HOJE NA PRÁTICA: Se a greve for considerada legal = mantem-se a remuneração. – Se a greve não for regulamentada, devem as horas serem depois compensadas, para que não haja suspensão desses vencimentos com enriquecimento sem causa. 12) Requisitos básicos para a investidura: . Precisa da nacionalidade brasileira, nato ou naturalizado, estrangeiro só para as universidades (pois, para servidor comum ainda não tem regulamentação). . Quem perde os direitos políticos por algummotivo OU aquele que ainda não possui título de eleitor = não estão no gozo de direitos políticos. . Deve ter votado na eleição anterior, pago a multa ou justificado. . Nível de escolaridade = a lei que cria o cargo pode exigir um nível x. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 53 . Aptidão mental e física = exigido um atestado médico, mas alguns concursos também podem criam uma comissão para averiguar isso. . A depender do cargo, essa aptidão física pode ser específica. – Exemplo: polícias. . Nomeação é originária = quando sou nomeado, eu não tinha nenhuma relação anterior. . Nomeação sem posse = ato pode caducar. . Em função da natureza do cargo a ser provido, a nomeação será feita: . Em caráter efetivo, condicionada à aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos. . Em caráter temporário, quando se tratar de cargo ou função de direção, chefia, assistência e assessoramento superior e intermediário, que constem formalmente da estrutura de cargos em comissão ou de funções comissionadas ou de confiança do órgão ou entidade. Nesses casos, a nomeação independe de aprovação em concurso público, se tais cargos forem considerados de livre nomeação e exoneração. Conquanto declarados de provimento livre, pode a lei ou regulamento estabelecer requisitos que devem ser preenchidos por eventuais ocupantes. . Em caráter vitalício, que expressa natureza de provimento constitucionalmente estabelecido para certos cargos, como reforço de garantia da permanência do ocupante, que somente poderá ser desligado mediante processo judicial. São vitalícios; os magistrados, investidos através concurso e após dois anos de exercício; os membros do Ministério Público, que também são nomeados através de concurso e os Conselheiros dos Tribunais de Contas, em seguida à posse por nomeação direta. . Nas nomeações antecedidas de concurso público, o edital de abertura das inscrições além de estabelecer o prazo de validade deste, as condições de sua realização, os critérios de classificação e convocação, entre os outros, definirá, também, os requisitos especiais previstos em lei ou regulamento para provimento do cargo. Normalmente, os requisitos básicos para ingresso são verificados pelo órgão encarregado da realização do concurso, à exceção da comprovação de sanidade física e mental, que poderá ser produzida tanto antes, como depois da nomeação. A publicação é formalidade essencial à validade do ato de nomeação e, a partir dela é que são contados os prazos para realização dos atos complementares de investidura. . Posse: . Publicado em Diário Oficial o ato de nomeação, o nomeado tem o prazo de 30 (trinta) dias, contados dessa publicação, para tomar posse; esse prazo poderá ser prorrogado por mais 30 (trinta) dias, se o nomeado requerer essa prorrogação, antes de vencido o prazo inicial. . Quando o nomeado já detiver a condição de servidor, isto é, já ocupar outro cargo público, e dele estiver afastado legalmente ou em gozo de licença, o prazo para posse será contado a partir do término do impedimento. . A posse pode ser dada pessoalmente ao nomeado ou à representante deste; nesse último caso, deverá o credenciamento do representante ser feito por procuração específica, com indicação expressa do objeto do mandato. . Para ser empossado no cargo, o nomeado deverá apresentar declaração dos bens e valores que constituem o seu patrimônio e declaração sobre exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. Caso o nomeado não possua bens ou valores, ainda assim deverá apresentar declaração negativa formal. . Não poderá ser empossado o nomeado que for julgado inapto, física e/ou mentalmente, para o exercício do cargo. . Vale dizer, se o laudo de inspeção médica oficial concluir que o nomeado é inapto para o cargo, a posse não se verificará, cabendo o desfazimento do ato de nomeação. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 55 . Finalmente, se a posse não se realizar, no prazo inicial de 30 (trinta) dias, se não houver prorrogação, ou, havendo prorrogação, ao término desta, o ato de nomeação deverá ser declarado sem efeito. . Exercício: . Efetivo desempenho das atribuições do cargo. Com a posse, o servidor passa a desempenhar legalmente as suas funções, adquirindo direito às vantagens do cargo e à contraprestação pecuniária devida pelo Poder Público. . O prazo para o servidor entrar em exercício é de 30 (trinta) dias; nos casos de provimento originário (nomeação), este prazo é contado da data da posse; estando o servidor legalmente afastado, o prazo será contado a partir do término do afastamento. . Há formas de provimento em que a posse não é exigida, a exemplo da promoção de cargo; nessas hipóteses, o prazo de 30 (trinta) dias para entrada do servidor em exercício é contado a partir da data da publicação oficial do ato respectivo. . Todo exercício funcional deverá ser registrado pela unidade de recursos humanos do órgão ou entidade a cujo quadro o servidor pertença, constituindo o assentamento individual no qual constará informação documental (prontuário) ou anotação (sistema de fichas) das ocorrências de início, suspensão, interrupção e reinicio do exercício. . O registro computadorizado de dados funcionais, tornou obsoleta a utilização do método de fichas individuais, mas, não descarta a abertura e manutenção de prontuários ou dossiês individuais, organizados por pastas, onde deverão ser arquivados todos os atos relacionados com exercício do servidor, incluindo os relativos a reconhecimento de direitos, concessão e cancelamento de vantagens, aplicação de penalidades, em resumo, todos os atos que repercutam na vida funcional. . Caso o servidor não entre em exercício funcional no prazo legalmente assinalado, caberá a sua exoneração de ofício. . É competente para dar exercício o diretor, coordenador ou chefe da unidade ou subunidade onde o servidor deverá desempenhar as suas funções. . Nas nomeações para cargo efetivo o dirigente superior do órgão ou entidade deverá expedir uma portaria designando a unidade administrativa onde o servidor terá exercício; expedida a portaria, o servidor comparecerá a unidade de recursos humanos, que lhe entregará um ofício de apresentação ao dirigente da unidade, juntando a esse expediente cópia da portaria de designação. É nesse momento que o servidor deverá ser orientado sobre o sistema de registro e controle de frequência, sendo-lhe, também, entregue todo material de uso individual adotado pela repartição, como, cartão de registro de frequência, crachá de identificação funcional, entre outros. . Apresentando-se o servidor na unidade de sua lotação, o dirigente indicará o setor onde o mesmo deverá desempenhar as suas funções; à chefia deste compete a distribuição das tarefas, observando na seleção destas, as atribuições inerentes ao cargo para qual foi o servidor nomeado. . Nas nomeações para cargos em comissão não cabe a expedição de ato de designação, uma vez que esses cargos são alocados por unidade estrutural; ressalvado, apenas, esse aspecto, o procedimento para início do exercício nesses cargos é o mesmo descrito para ocupantes de cargos de provimento efetivo. . Se, decorrido o prazo estabelecido, o servidor não comparecer para iniciar o exercício ou se encaminhado ao seu setor de trabalho, o servidor não assumir o exercício, deverá a ocorrência ser oficialmente comunicada ao dirigente superior do órgão ou entidade, para as providências necessárias à exoneração de ofício. 13) Dos provimentos derivados: . PROMOÇÃO - Os requisitos para desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, devem ser estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do cargo na Administração Pública. Além disso, com a promoçãonão há interrupção do tempo de serviço do servidor. . READPTAÇÃO - Imagine que o motorista de uma prefeitura se acidenta em serviço. Ele pode ser readaptado para funções de auxiliar de oficina, caso haja compatibilidade. - O reenquadramento do servidor readaptando será realizado em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 57 vencimentos. Caso não haja cargo vago para ele, o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até que surja uma vaga. - No entanto, se a limitação sofrida for muito grave, de modo que o servidor seja julgado incapaz para o serviço público, ele será aposentado. . Ficar em disponibilidade = aguardando que o poder público nomeie em caso de não existir cargo vago, recebendo proventos proporcionais ao cargo (e não de forma integral). . REVERSÃO - Trata-se de espécie de provimento derivado que decorre do retorno à atividade de servidor aposentado, devendo acontecer no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação. . REINTEGRAÇÃO - É espécie de provimento derivado em razão da reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou no resultante de sua transformação quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial. - Caso o cargo tenha sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, podendo haver seu aproveitamento em outro cargo. No entanto, se provido o cargo, seu ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade. . APROVEITAMENTO - O aproveitamento é espécie de provimento derivado que consiste no retorno às atividades do servidor que se encontra em disponibilidade. O regresso deve ocorrer obrigatoriamente em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com os do anteriormente ocupado. - Importante ressaltar que será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial. . RECONDUÇÃO - A recondução é forma de provimento derivado que consiste no retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Ela decorre de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante. - Na hipótese de o cargo de origem estar provido, o servidor será aproveitado em outro. Se o cargo tiver sido extinto durante o estágio probatório do servidor, contudo, inexiste direito à recondução, nos termos da Súmula 22 do Supremo Tribunal Federal, sendo o caso hipótese de exoneração, conforme o §3° do artigo 41 da Constituição Federal, pois ainda não há estabilidade. 14) Remoção: . De ofício – TEM QUE SER MOTIVADA, SOB PENA DE ISSO SER CONSIDERADO DESVIO DE PODER. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 59 . A PEDIDO – objeto de um edital, para ser garantido princípio da isonomia. – Faço um chamado para ver quem quer seja removido para outra localidade. 15) Redistribuição: 16) Férias: 17) Das licenças: . LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA NA FAMÍLIA - Exemplo: filho de Renata teve meningite aos 10 meses de idade, precisou ser internado (requer acompanhante). – Embora a criança tivesse o pai para acompanhar, a administração entendeu que era necessário a mãe estar presente, pela idade da criança etc. . Licença pode ser dada com 30 dias com remuneração + prorrogada com remuneração até 30 dias. – De 60 a 90 dias = sem remuneração. – Depois de 90 dias não há justificativa = tem que voltar ao trabalho (se ela não voltar a trabalhar, o abandono de cargo se concretiza com 30 dias consecutivos de falta injustificável ou 60 dias intercalados). 18) Dos afastamentos: . Do afastamento para servir a outro órgão - o servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão para exercício de cargo em comissão ou função de confiança ou em casos previstos em lei específica. . Do afastamento para exercício de mandato eletivo . Do afastamento para estudo ou missão no exterior - o servidor não poderá ausentar- se do País para estudo ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário. A ausência não excederá o prazo de quatro anos. É com ônus ou com ônus limitado( só com o vencimento). Regulamentado pelo Decreto nº 1387/95. 19) Formas de vacância de cargo público: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 61 . Promoção . Readaptação . Falecimento . Aposentadoria GOVERNANÇA PÚBLICA 1) Introdução: . A origem da governança é a coorporativa (da iniciativa privada). . Antigamente as empresas de porte menor eram geridas por seus próprios donos. A partir do momento que essas empresas passaram a crescer, abrindo seu capital para novos proprietários, a administração sai das mãos de seus donos, e vão ser administradas por executivos. . Esse gestor pode querer ter um lucro extraordinário naquele momento que ele está gerindo ao tomar uma atitude extraordinária naquele momento, o que acarretará pontos positivos para ele em face dos seus “patrões”. Mas, será que isso é bom a longo prazo? Essa atitude a longo prazo era a mais correta e prudente para a empresa? – Conflito entre quem gere e quem é proprietário (conflito de agentes). . Isso também pode acontecer no Poder Público, fazendo um paralelo entre: proprietários (população geral) e executivos (agentes públicos, que não agem em nome próprio, nos representam). DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 63 2) Histórico da política de governança: . Essa questão da confiança é extremamente importante, pois sua ausência gera problemas na gestão da administração. . Exemplo: pessoa que contrata um despachante para resolver algo administrativamente pra ele = não confia na administração estatal, e sabe que indo presencialmente iria perder muito mais tempo. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 65 3) Princípios da governança: A) TRANSPARÊNCIA: DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 67 DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 69 DIREITO DE ACESSO À INFORMAÇÃO PÚBLICA 1) Introdução: . Já em 1946 a liberdade de informação foi reconhecida como direito humano fundamental, influenciando em todas as demais liberdades = SUPERDIREITO. . A censura era muito grande na ditadura, então o enfoque principal foi com base nisso. DIREITO ADMINISTRATIVO II – PROF.ª RENATA PEIXOTO PINHEIRO NATALIA OLIVEIRA RODRIGUES 71 2) Direito de acesso à informação na CF/88: . A CF de 1988 foi a primeira a positivar expressamente o direito de acesso à informação. . Lei de acesso à informação traz uma observação de uma gestão dessa informação. – A atividade estatal foi acostumada até mesmo a armazenar informações (registro cadastral de servidor, catalogação de arquivos etc.). Porém, não havia uma cultura de organizar essa informação para que esta fosse fornecida. – O governo ainda não está preparado de forma completa para 3) Direito de acesso à informação no âmbito infraconstitucional: 4) Direito de acesso à informação pública e democracia participativa: DIREITO ADMINISTRATIVO
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