Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Ginástica Localizada 2 Autor (a): Ana Paula Gastão. 1ª Edição – 2011 Ginástica Localizada Todos os direitos desta edição são reservados a Cresça Brasil Editora S/A. É proibida a reprodução total ou parcial por quaisquer meios, sem autorização escrita da Editora. ISBN: 978-85-8153-074-1 _______________________________________________________________________________________________ Cresça Brasil Editora S/A Rua Jaime Santos, 530 – Jardim Aeroporto - Alfenas/MG – CEP 37130.000 Atendimento: 0800 722 0226 www.crescabrasil.com.br sac@crescabrasil.com.br http://www.crescabrasil.com.br/ mailto:sac@crescabrasil.com.br 3 Sumário Capítulo 1 - Conceitos Gerais de Ginástica Localizada 1.1 Conceitos Científicos sobre atividade localizada............................6 Capítulo 2 - Princípios Científicos do Treinamento Desportivo 2.1 Princípio da Individualidade Biológica (diferenças individuais)......8 2.2 Principio da adaptação...................................................................9 2.3 Princípio da Sobrecarga...............................................................11 2.4 Princípio da Interdependência – Volume x Intensidade...............13 2.5 Princípio da Continuidade.............................................................14 2.6 Princípio da Especificidade...........................................................16 Capítulo 3 - Contração Muscular 3.1 Contração Isométrica ou Estática.................................................19 3.2 Contração Isotônica ou Dinâmica................................................19 3.3 Contração Autotônica...................................................................20 Capítulo 4 - Periodização do Treinamento 4.1 Periodização.................................................................................21 4.2 Microciclo.....................................................................................22 4.3 Mesociclo......................................................................................22 Capítulo 5 - Procedimentos essenciais para o treinamento 5.2 Índice de relação cintura/quadril (IRCQ)......................................31 5.3 Frequência Cardíaca (FC)............................................................32 5.4 Repetição Máxima........................................................................32 5.5 Frequência Cardíaca Máxima......................................................33 5.6 Força e Resistência......................................................................34 4 Capítulo 6 - Treinamento Abdominal 6.1 Abdominal Supraumbilical............................................................37 6.2 Abdominal supraumbilical com rotação........................................37 6.3 Abdominal supraumbilical lateral...................................................37 6.4 Abdominal infraumbilical...............................................................38 Capítulo 7 - Práticas e Exercícios 7.1 Tríceps..........................................................................................39 7.2 Bíceps..........................................................................................40 7.3 Costas...........................................................................................40 7.4 Peitoral.........................................................................................41 7.5 Ombro (deltoide)...........................................................................42 7.6 Coxa (Quadríceps).......................................................................43 7.7 Glúteo...........................................................................................44 7.8 Panturrilha....................................................................................44 7.9 Adutores.......................................................................................44 Capítulo 8 – Treinamento 8.1 Treinamento de Resistência Muscular Localizada, para ser realizado 3 dias por semana....................................................................46 8.2 Treinamento de Resistência Muscular Localizada, para ser realizado 5 dias por semana...................................................................60 5 Apresentação Este conteúdo foi feito para você que pretende praticar uma atividade física, de forma a trabalhar o tônus muscular e ao mesmo tempo intensificar o gasto calórico. A ginástica localizada apresenta um perfil de treino indicado para resistência muscular localizada onde o número de repetições é intensificado, enquanto o trabalho com cargas maiores é diminuído onde se evita um maior desgaste articular. O conteúdo desenvolvido traz em seu contexto algumas formas de treinamento prescrito e uma maior elucidação com relação aos princípios que norteiam o treinamento físico. Uma frase muito dita aos dedicados ao bom treinamento e que serve de estímulo para um bom desempenho, que seria “No pain, No gain”, sem dor, sem ganho. 6 Capítulo 1 Conceitos Gerais de Ginástica Localizada Neste capítulo você conhecerá as definições e os conceitos da ginástica localizada, e também, os termos básicos aplicados durante as atividades. 1.1 Conceitos Científicos sobre atividade localizada Para Dantas (2003, p. 138), o percentual de gordura e o peso total são reduzidos por um programa de exercícios aeróbicos acompanhados de controle alimentar. Ao mesmo tempo observa-se um aumento da massa corporal magra. A visão de Dantas que é o primeiro credenciado em Educação Física pelo Estado do Rio de Janeiro, Doutor em Fisiologia do Exercício, demonstra a importância do treino aeróbio, que dentro do contexto soma-se ao treinamento localizado complementando-o. 7 A maioria dos praticantes de ginástica local melhora seu tônus muscular, gastam calorias e adquirem uma melhor potência muscular no que diz respeito a repetir determinados movimentos proporcionados pelo músculo estimulado. Resistência Muscular Localizada é a qualidade física que um músculo possui, dotando-o de capacidade de realizar um grande número de contrações musculares sem diminuir a amplitude ou dinâmica do movimento, a frequência, a velocidade e a força de execução, perdurando a realização de movimentos nesta característica por no máximo 3 minutos. É importante informar que a Resistência Muscular local não tem influência sobre a capacidade da performance de resistência, por exemplo, hipertrofia do coração (aumento da musculatura do coração). Implica em uma participação inferior a um sétimo da massa muscular total; é determinada pela resistência geral como também pela força especial, capacidade anaeróbia, resistências de velocidade, de força de explosão e, do mesmo modo, pelo tipo de coordenação neuromuscular ou motora específica da modalidade prática. Cabe também ao aluno conhecer a definição de Resistência que interage diretamente com a ginástica localizada, que nada mais é que estimular a resistência muscular localizada, ou seja, resistência é a capacidade física e psíquica de suportar um cansaço frente a esforços relativamente longos e/ou a capacidade de recuperação rápida depois dos esforços. Para complementar as definições e conceitos de vários formatos de treino, tendo como referência o metabolismo atuante, e para que você possa diferenciar a ginástica localizada de outros treinos, citamos a seguir as seguintes definições: - Resistência Aeróbia: o oxigênio disponível é suficientepara a combustão oxidativa dos suportes energéticos, ou seja, treino que se utiliza o oxigênio na produção de energia. - Resistência anaeróbia: devido à grande intensidade da carga (seja em termos de alta frequência motora ou número de repetições, seja de maior requisição de força), o suprimento de oxigênio já é insuficiente para a combustão oxidativa ou produção de energia, então, a energia é mobilizada por via anaeróbia ou sem a presença de oxigênio. - Resistência Muscular Geral: é caracterizada pela maior capacidade do sistema cardiovascular envolvendo com ênfase o coração e vascularização do corpo, abrange mais de um sétimo da musculatura esquelética; é delimitada 8 principalmente pela absorção máxima do oxigênio e pela utilização periférica do oxigênio. É observável que, de uma forma geral, a ginástica localizada abrange vários conceitos de características metabólicas desenvolvidas durante o treinamento. A planilha a seguir vem elucidar que o período de execução de treinos pode interferir diretamente no objetivo que você deseja alcançar, pois, se busca uma resistência localizada deve empenhar numa zona de média e longa duração da fase anaeróbia, sendo assim, o aluno disponibiliza deste quadro abaixo para se orientar quanto ao tempo de realização de seus exercícios. Resistência dinâmica geral (GROSSER, 1985, p. 121) ANAERÓBIA AERÓBIA Curta Duração Média Duração Longa Duração Curta Duração Média Duração Longa Duração 10’’ 20’’ 1’ 3’ 10’ 30’ 120’ Neste capítulo foram explicados vários conceitos que elucidam de forma técnica o metabolismo predominante para vários formatos de atividade física. Capítulo 2 Princípios Científicos do Treinamento Desportivo 9 Complementando a teoria da conceituação geral sobre exercício localizado, tem-se a necessidade de citar os princípios que regem o treinamento, apesar de tornar um pouco mais complexo; ressaltando que a consciência de tais princípios é de suma importância na compreensão do treino empenhado. Portanto, neste capítulo, você conhecerá os princípios que norteiam a atividade física, assim como a ginástica localizada, e ainda os termos básicos aplicados durante as atividades. 2.1 Princípio da Individualidade Biológica (diferenças individuais) Primeiramente, segundo Dantas (2003, p.47), a compreensão de genótipo nada mais é que a carga genética transmitida à pessoa e que determinará preponderantemente diversos fatores: -Composição corporal -Biotipo -Altura máxima esperada -Força máxima possível -Aptidões físicas e intelectuais (potencialidades) como maior VO2 (possível percentual de tipos de fibras musculares, etc.) Em segundo, o fenótipo, enfeixando Juntar, reunir tudo o que é acrescido ou somado ao indivíduo a partir do nascimento, será responsável por outras características: -Habilidades desportivas. -Consumo máximo de oxigênio que um indivíduo apresenta (VO2 máx.). -Percentual observável real dos tipos de fibras musculares. -Potencialidades expressas (altura do indivíduo, sua força máxima, etc.). Diante do conhecimento de genótipo e fenótipo, que são fatores formadores do indivíduo, portanto, na organização e realização de treinos 10 deve-se sempre respeitar a individualidade biológica de cada um representada pela seguinte fórmula: + = 2.2 Princípio da Adaptação O indivíduo sob a visão orgânica e metabólica sempre busca um equilíbrio para suas funções (homeostase), contudo, o corpo está sempre sujeito a desequilíbrios, tanto aqueles provocados por fatores externos, como do meio ambiente, quanto por fatores internos que geralmente são provocados pelo córtex cerebral. Veja que o esquema abaixo mostra que o estímulo aplicado ao indivíduo promove uma resposta, que seria a adaptação do organismo à prática de atividade física. O treino é considerado um estímulo externo para o indivíduo, o que provocará adaptações como a melhora do sistema circulatório, uma maior força de resistência muscular e consequentemente uma reestruturação do corpo. Hussay (1956 apud DANTAS, 2003), citando Caldas e Rocha (1978), relata que todos os estímulos externos produzirão efeitos no organismo e estabelece uma diferenciação entre a intensidade desses estímulos. Observe o quadro a seguir: GENÓTIPO FENÓTIPO INDIVÍDUO 11 Intensidade do estímulo Respostas Débil Não acarretam consequências. Média Apenas excitam. Forte Provocam adaptações. Muito Forte Provocam danos. Hans Seyle (1956 apud DANTAS, 2003) concentra seus estudos nos estímulos fortes e muito fortes, denominando-os estresses, que seriam os estímulos capazes de provocar adaptações ou danos no organismo desencadeando uma síndrome de adaptação geral (SAG). O treinamento desportivo é a ciência de provocar adaptação no organismo de uma pessoa para torná-la mais apta a realizar uma determinada performance. Assim, terá seu campo de atuação restrito à segunda fase da SAG. Síndrome da adaptação geral Na figura a seguir é feita uma correlação entre a intensidade dos estímulos e a ação estressante. 2.3 Princípio da Sobrecarga Imediatamente após a aplicação de uma carga de trabalho há uma recuperação do organismo, visando restabelecer a homeostase. Um treinamento de alta intensidade provocará, normalmente, a depleção das reservas energéticas orgânicas e acúmulo de lactato e outros exsudatos como CO2, H2O e H+. 12 A reposição destas reservas se faz em nível muscular, quase que integralmente durante os primeiros três ou cinco minutos de recuperação (MATHEWS; FOX, 1983). No entanto, em nível orgânico, somente o repouso prolongado e a alimentação suficiente possibilitarão a reposição total. O tempo necessário para a recuperação é proporcional à intensidade do trabalho realizado. Se a carga não foi demasiadamente forte, o organismo será capaz de compensá-la quase totalmente com quatro horas de repouso, quando já se prepara para sofrer um novo desgaste, mais forte que o anterior. Hegedus (1969) chamou a esse fenômeno de assimilação compensatória, que seria composta de um período de recuperação, no qual seriam repostas as energias perdidas e de um período de restauração ampliada, no qual seria assimilada uma overdose energética (supercompensação). A periodização está baseada no princípio de supercompensação: quando o corpo recebe uma sobrecarga (estímulo maior que sua capacidade naquele momento) vai consumir energia, mas a reposição das reservas energéticas é feita acima da condição anterior. Ou seja, o organismo além de restaurar a mesma capacidade que tinha de fazer um exercício, além de fazer ainda um estoque maior de energia em preparação para um esforço mais intenso (*Figura). Assim, na sessão seguinte de treino, o indivíduo partirá de um estado de condicionamento melhor e o cansaço deve demorar mais para chegar. A aplicação do princípio da sobrecarga deve ser realizada em todos os componentes do treinamento e não apenas na preparação física. Assim, como no exemplo, ter-se-ia: Preparação técnico-tática Sobrecarga no volume: - Aumento do número de repetições do movimento (gesto desportivo). 13 - Aumento da duração do treinamento (número de horas). - Aumento da carga horária semanal do treino, etc. Sobrecarga na intensidade: - Crescente dificuldade dos movimentos realizados. - Aumento da velocidade de execução. - Diminuição do tempo de repouso, etc. Preparação psicológica Sobrecarga no volume: - Aumento no tempo dedicado ao treinamento mental. - Aumento do tempo dedicado ao relaxamento, etc. Sobrecarga de intensidade: -Treinamento sob condições estressantes (ruído da plateia, aplausos, etc.).-Utilização de técnicas de ativação e motivação. 2.4 Princípio da Interdependência – Volume x Intensidade Como já vimos, o aumento das cargas de trabalho é uma imposição para se obter uma melhora do desempenho. Será estudado agora quando esse aumento se fará por conta do volume e quando será devido à intensidade. É bom lembrar que um organismo submetido a trabalho muito intenso só poderá executá-lo por curto espaço de tempo. Por outro lado, se há necessidade de realizar um esforço de longa duração a carga será, necessariamente, moderada. A escolha da incidência de sobrecarga na intensidade ou no volume respeitará dois critérios: a qualidade física visada e o período de treinamento. Qualidades físicas de utilização por curto espaço de tempo requerem, durante 14 o treinamento, uma grande ênfase sobre a intensidade do mesmo em detrimento da quantidade. O fenômeno inverso ocorre com as qualidades físicas de emprego prolongado. A figura a seguir dá uma noção desse conceito comparando as qualidades físicas treináveis pelo emprego da sobrecarga. Observe: FIGURA : Qualidades físicas treináveis pelo emprego da sobrecarga. Agora você verá um gráfico que retrata de forma determinante que o praticante de ginástica localizada deve buscar a ênfase em número de repetições ou na continuidade de determinado exercício. Durante a fase básica do período preparatório, a curva do volume de treinamento tem uma grande preponderância sobre a intensidade. Ao se iniciar o período específico, a intensidade adquire preponderância sobre o volume. Esta preponderância se acentua durante o período de competição e se inverte no período de transição. A figura a seguir está exemplificando o balanceamento entre o volume e a intensidade do trabalho de um treinamento para ginastas femininas, na faixa de doze a treze anos, realizado em 1981. FIGURA 2: Balanceamento entre o volume e a intensidade do trabalho de um treinamento para ginastas femininas. 15 2.5 Princípio da Continuidade Foi visto anteriormente que o treinamento desportivo baseia-se na aplicação de cargas crescentes que vão sendo progressivamente assimiladas pelo organismo, graças ao princípio da adaptação. Pode-se esquematizar esta alternância entre estresse crescente e proporcional recuperação, na figura a seguir. Da observação da figura pode-se compreender porque é importante ter uma continuidade de trabalho ao longo do tempo, ou seja, entender o princípio da continuidade. FIGURA: Alternância entre Estresse crescente e proporcional recuperação Dois aspectos ressaltam imediatamente desse princípio: A interrupção do treinamento e a duração do período de treinamento. A interrupção controlada do treinamento, para fins de recuperação, é benéfica e imprescindível para o sucesso do programa. Ela pode variar de poucos minutos até 48 horas, após as quais já haverá uma diminuta perda no estado físico, caso deixe de acontecer um novo estímulo. Num treinamento de alto nível, isto pode comprometer seriamente o sucesso. Cabe aqui explicar porque as 48 horas são consideradas como limite máximo de repouso. Matveev (1981) ensina que “a progressão pedagógica do treinamento tem como regra geral começar o treino seguinte durante um estado de recuperação da sessão anterior”. Buscando qual é esse tempo médio de recuperação, verifica-se que o repouso, o sono e o metabolismo da nutrição fazem a restauração das reservas 16 energéticas do organismo em sua quase totalidade em 48 horas, embora haja um fator exponencial da recuperação que irá se prolongar por até 12 dias. O grande segredo do princípio da continuidade é a aplicação de nova carga de trabalho durante o período de recuperação ampliada (supercompensação), ou seja, antes que o organismo recupere-se totalmente e retorne ao nível de homeostase inicial. Veja abaixo um gráfico que mostra os picos de cargas em três fases, sendo que a carga inicial e sempre maior a cada fase conferida pela divisão dos pontilhados. FIGURA: A supercompensação atuando de forma expandida após dois ou três de estímulos sucessivos. 2.6 Princípio da Especificidade A partir do surgimento do conceito de treinamento total, quando todo o trabalho de preparação passou a ser feito de forma sistêmica, integrada e voltada para objetivos claramente enunciados, a orientação do treinamento por meio dos métodos de trabalho veio, paulatinamente, perdendo a razão de ser. Atualmente, nos grandes centros desportivos, esta forma de orientação do treinamento foi totalmente abandonada em proveito da designação da forma de trabalho pela qualidade física que se deseja atingir. Associando-se este conceito à preocupação em adequar o treinamento do segmento corporal ao do sistema energético e ao do gesto desportivo, utilizados na performance, ter-se-á o surgimento de um sexto princípio científico do treinamento desportivo: o princípio da especificidade, que vem se somar aos já existentes. 17 O princípio da especificidade é aquele que impõe, como ponto essencial, que o treinamento deve ser montado sobre os requisitos específicos da performance desportiva em termos de qualidade física interveniente, sistema energético preponderante, segmento corporal e coordenações psicomotoras utilizados. Apesar de se saber que nas competições o organismo é capaz de suportar as sobrecargas que lhe foram especificamente impostas durante o treinamento, era desconhecido que a margem de transferência adaptativa fosse tão restrita como se apresenta na realidade. Ao se estudar o princípio da especificidade, de imediato avulta um fator determinante que é o princípio da individualidade biológica, estabelecendo limites individuais a esta capacidade de transferência. Este princípio refletir-se-á em duas amplas categorias de fundamentos fisiológicos: os aspectos metabólicos e os aspectos neuromusculares. Iniciar-se-á pelo estudo dos aspectos metabólicos que também compreenderão dois componentes que são os sistemas energéticos e o sistema cardiorrespiratório. Sobre o assunto Mathews e Fox (1983) detectaram o seguinte: Os sistemas energéticos, como já foi enfatizado repetidamente, possuem capacidades e potências diferentes. Devido a essas diferenças, a intensidade e a duração do exercício determinam o sistema energético predominante solicitado (estressado) durante qualquer exercício determinado. Os exercícios de baixa intensidade e longa duração dependem maciçamente do sistema aeróbio e os exercícios de alta intensidade e curta duração, dos sistemas anaeróbios. Quanto mais solicitado for determinado sistema energético, maior será o potencial de aprimoramento na execução de atividades que dependem desse sistema. Assim sendo, com os programas de treinamento, é essencial utilizar o tipo de exercício que solicita o sistema ou os sistemas energéticos primários, utilizados durante a realização da atividade para qual o atleta está treinado. Dessa forma, o princípio da especificidade irá impor que o treinador, ciente do tempo de duração do desempenho e de sua intensidade, determine com precisão a via energética preponderante. Conforme a via utilizada, o treinamento visará uma ou outra qualidade física, como é mostrado a seguir no quadro. 18 QUADRO : Correlação entre as qualidades físicas e as vias energéticas QUALIDADE FÍSICA CARACTERÍSTICA SISTEMA DE TRANSFERÊNCIA ENERGÉTICA VIA ENERGÉTICA Velocidade Altíssima intensidade Curtíssima duração Anaeróbio alático 1- Trifosfato de adenosina (ATP) 2 - fosforocreatina (CP) Resistência anaeróbia Alta intensidade Curta duração Anaeróbio lático Glicolítica (Lactato) Resistência aeróbia Baixa intensidade Longa duração Aeróbio Oxidativa O sistema cardiorrespiratório que se integrará principalmente ao sistema aeróbico, atuará sobre a base bioquímica da bioenergética. Obviamente, num programa de treinamento da resistênciaaeróbica, os efeitos desejáveis sobre o sistema cardiorrespiratório serão aqueles que otimizam sua função transportadora de oxigênio. O princípio da especificidade preconiza, no entanto, que se deve além de treinar o sistema musculoesquelético e o cardiorrespiratório dentro dos parâmetros da prova que se irá realizar, fazê-los com o mesmo tipo de atividade de performance. Astrand (1984) mostra que os testes de resistência aeróbia realizados, quer na bicicleta ergométrica, quer na esteira rolante, não são indicadores estritos da performance a ser realizada, embora todos dependam dos mesmos mecanismos biológicos e do mesmo sistema energético. 19 É hora de recapitular! Neste capítulo foram explicados todos os princípios que regem a atividade física, pois a falta de entendimento e aplicação destes pode colocar em risco tanto o treino quanto a saúde do praticante. Capítulo 3 Contração Muscular O treinamento de musculação ou trabalho localizado utilizando pesos ou qualquer que seja o método ou sistema utilizado estará requisitando contração muscular, que basicamente se divide em 2 tipos: contração isométrica ou estática e contração isotônica ou dinâmica. Portanto, neste capítulo, você conhecerá os tipos de contração muscular que são empenhadas no treinamento. 3.1 Contração Isométrica ou Estática Este tipo de contração é caracterizada pela não alteração do comprimento muscular durante sua realização, o que explica o exercício com parada no ponto máximo de aplicação de força. Por exemplo, quando flexiona o braço na rosca bíceps e mantém o mesmo parado no ponto máximo de força. 3.2 Contração Isotônica ou Dinâmica É caracterizada pela alteração de comprimento do músculo durante sua realização e pela não alteração da tensão máxima do músculo. Esta contração é dividida em subtipos: 20 a) Contração Isotônica Positiva ou Concêntrica – quando se observa o encurtamento da musculatura ativada. b) Contração Isotônica Negativa ou Excêntrica – quando se observa o alongamento da musculatura ativada. 3.3 Contração Autotônica A Contração Autotônica, segundo Vianna (2009), é a combinação das solicitações isométricas com a isotônica. É importante observar que em uma contração concêntrica há um encurtamento muscular da região de trabalho, enquanto que na fase excêntrica ocorre um alongamento. Notório também não confundir a fase passiva de uma contração concêntrica com a contração excêntrica. No primeiro caso ocorre um alongamento da musculatura, mas como consequência do relaxamento da mesma. 21 No segundo caso, o alongamento observado é consequência de uma reação ativa da musculatura a uma resistência maior que a força muscular desenvolvida no momento. É hora de recapitular! Neste capítulo trabalhamos o conhecimento sobre os movimentos aplicados no treinamento, dando conhecimento sobre tipos de movimentos e como fazer. Capítulo 4 Periodização do Treinamento Neste capítulo você entenderá que a terminologia empregada para semana relaciona-se com microciclo, a terminologia empregada para trimestre relaciona-se com mesociclo e, por fim, a terminologia empregada para ano relaciona-se com macrociclo. 4.1 Periodização A Periodização está relacionada aos planos, ou seja, os objetivos de seu treinamento localizado, que você terá que percorrer durante o tempo determinado para concretização do treinamento, o que normalmente é planejado de forma anual. Para Dantas (2003), periodização é o planejamento geral e detalhado do tempo disponível para o treinamento, de acordo com os objetivos intermediários, perfeitamente estabelecidos, respeitando-se os princípios científicos do exercício desportivo. O que denota também da periodização é sua divisão nos seguintes termos: Microciclo – Que é a somatória das sessões de treinamento em um período normalmente utilizado de uma semana. Mesociclo – Que é o período do treinamento que engloba uma sequência ordenada de microciclos, caracterizando determinada estrutura 22 organizacional dentro de uma periodização. Segundo Viana apud Dantas (2003). Normalmente os mesociclos são trimestrais. Macrociclo – É o planejamento realizado para um tempo pré- estabelecido, sendo que dentro deste período que normalmente seria de 4 mesociclos de 3 meses totalizando 1 ano de treinamento, possa propiciar uma resposta fisiológica e morfológica dentro de uma meta pretendida. 4.2 Microciclo Normalmente os microciclos são divididos da seguinte forma: a) Microciclo de adaptação: Caracteriza-se diante da ginástica localizada no início do programa de condicionamento físico e serve como preparação do aparelho cardiovascular e neuromotor às cargas de intensidade superiores. b) Microciclo de desenvolvimento (evolução): Relacionado a provocar reações orgânicas desejáveis, capazes de aumentar o nível de condicionamento geral do aluno. c) Microciclo de controle e avaliação: tem como objetivo verificar o nível de condicionamento do aluno. Usado normalmente no início e no final de cada macrociclo. d) Microciclo recuperativo: Caracteriza-se por apresentar estímulos reduzidos, possibilitando uma recuperação ativa do aluno sem parada de treinamento. e) Microciclo estabilizador: Período em que se busca estabilizar o organismo do aluno. Importante conscientizar o aluno de localizada que ainda existe o micro de choque, que visa desestabilizar o organismo do indivíduo, geralmente aumentando a intensidade, micro utilizado mais com indivíduos que buscam hipertrofia (aumento da massa muscular) especificamente e têm uma boa aptidão física e estrutura musculoesquelética. 4.3 Mesociclo 23 Para Vianna Apud Dantas (2003), é um período ou fase de treinamento que engloba uma sequência ordenada de microciclos, caracterizando determinada estrutura organizacional dentro de uma periodização. a) Mesociclo básico: Empregado no começo do programa de treino, buscando desenvolver as capacidades globais do cliente, aumentando o volume de trabalho, enfatizando a resistência geral, a força de resistência, a coordenação e a flexibilidade. A seguir, acompanhe exemplos de microciclos: Microciclo I de Adaptação (Exemplo) Estrutura segunda- feira terça- feira quarta- feira quinta- feira sexta- feira Volume 30’ 30’ 30’ Intensidade da % da FC de reserva 120 bpm 42% 120 bpm 42% 120 bpm 42% Intensidade (caminhada na esteira) 6 Km/h 6 Km/h 6 Km/h (Aluno com 30 anos, FC repouso de 70 bpm) Microciclo II de Adaptação (Exemplo) Estrutura segunda- feira terça- feira quarta- feira quinta- feira sexta- feira Volume 30’ 35’ 35’ Intensidade da % da FC 120 bpm 42% 120 bpm 42% 120 bpm 42% 24 de reserva Intensidade (caminhada na esteira) 6 Km/h 6 Km/h 6 Km/h Microciclo III de Desenvolvimento (Exemplo) Estrutura segunda- feira terça- feira quarta- feira quinta- feira sexta- feira Volume 35’ 35’ 35’ Intensidade da % da FC de reserva 130 bpm 50% 130 bpm 50% 130 bpm 50% Intensidade (caminhada na esteira) 6,3 Km/h 6,3 Km/h 6,3 Km/h Microciclo IV de Estabilização (Exemplo) Estrutura segunda- feira terça- feira quarta- feira quinta- feira sexta- feira Volume 35’ 35’ 35’ Intensidade da % da FC de reserva 130 bpm 50% 130 bpm 50% 130 bpm 50% Intensidade (caminhada na esteira) 6,3 Km/h 6,3 Km/h 6,3 Km/h 25 Observação: Frequência Cardíaca Máxima (FCM) = 220 - idade da pessoa (Karvonen e col., 1957) - margem de abrangência (desvio padrão)+ ou - 10 até 25 anos e a partir de 25 permite-se uma abrangência maior de + ou - 12. Exemplo: FCM =200, abrangência de 210 limite superior e 190 limite inferior. *Conclusão= FCM pode oscilar de 190 a 210. Frequência Cardíaca de Reserva = FCM - FC RepousoTabela comparativa entre FC (Frequência Cardíaca) e FC reserva (Frequência Cardíaca de reserva) FC Fcreserva 100 100% 90 83% 80 70% 70 56% 60 42% 50 28% b) Mesociclo intensificador: Aplicado após o mesociclo básico, proporcionando desenvolvimento das capacidades físicas, tornando possível uma mudança nas aptidões físicas do indivíduo. Nesta fase, o trabalho dá ênfase à força, velocidade e resistência mista (aeróbia e anaeróbia). Microciclo I de Adaptação Exemplo: Seg./Quar./Sex. = musculação + aeróbio no ciclo ergômetro 26 Ter./Quin.= aeróbio (esteira) Estrutura segunda terça quarta quinta sexta Musculação Volume/Intensidade 45’ 60-65% 1- RM 45’ 60-65% 1- RM 45’ 60-65% 1- RM Cicloergômetro Volume/Intensidade 30’ 120-130 bpm 30’ 120-130 bpm 30’ 120-130 bpm Esteira Volume/Intensidade 45’ 6 Km/h 45’ 6 Km/h Observação segundo Vianna (2009): 1RM consiste na quantidade máxima de peso levantado em um esforço simples máximo, no qual o aluno completa todo o movimento, que não poderá ser repetido. Você verá como calcular o teste de 1- RM por predição no tópico 5.5 do capítulo 5. Microciclo II de Desenvolvimento (Exemplo) Estrutura segunda terça quarta quinta sexta Musculação Volume/Intensidade 45’ 60-65% 1- RM 45’ 60-65% 1- RM 45’ 60-65% 1- RM Cicloergômetro 30’ 120-130 30’ 120-130 30’ 120-130 27 Volume/Intensidade bpm bpm bpm Esteira Volume/Intensidade 50’ 6 Km/h 50’ 6 Km/h Observação segundo Vianna (2009): ocorreu aumento no volume de treino na esteira e na intensidade do treino de força na sexta-feira. Microciclo III de Desenvolvimento (Exemplo) Estrutura segunda terça quarta quinta sexta Musculação Volume/Intensidade 50’ 65-70% 1- RM 50’ 65-70% 1- RM 50’ 65-70% 1- RM Cicloergômetro Volume/Intensidade 30’ 120-130 bpm 30’ 120-130 bpm 30’ 120-130 bpm Esteira Volume/Intensidade 50’ 6,3 Km/h 50’ 6,3 Km/h Observação segundo Vianna (2009): ocorreu aumento no volume de treino de força e na intensidade do treino na esteira. 28 Microciclo IV de Estabilização (Exemplo) Estrutura segunda terça quarta quinta sexta Musculação Volume/Intensidade 50’ 65-70% 1- RM 50’ 65-70% 1- RM 50’ 65-70% 1- RM Cicloergômetro Volume/Intensidade 30’ 120-130 bpm 30’ 120-130 bpm 30’ 120-130 bpm Esteira Volume/Intensidade 50’ 6,3 Km/h 50’ 6,3 Km/h Observação segundo Vianna (2009): manutenção do volume e intensidade do treino para garantir melhor adaptação. c) Mesociclo de transição ou estabilizador: Utilizado para recuperar, analisar os treinos realizados, caracterizando diminuição de intensidade e volume. 4.4 Macrociclo Significa o planejamento do treinamento das atividades por um período pré-estabelecido, propiciando mudanças de natureza fisiológica e morfológica às metas propostas, constituído por mesociclos, podendo ter durações variadas. 29 Para Vianna apud Jonath (1972), apresenta um modelo de macrociclo em que o trabalho é progressivo e contínuo durante três semanas, observando-se uma queda relativa na quarta semana, quando a carga é diminuída (3:1). Na maioria dos planejamentos de Macrociclo, o período refere-se a um ano de treinamento. É hora de recapitular! Neste capítulo vimos como planejar seu treino, além de ter contato com alguns exemplos de treinamentos. 30 Capítulo 5 Procedimentos Essenciais para o treinamento Neste capítulo você conhecerá uma sequência de procedimentos a serem seguidos, para que possa ter um bom desenvolvimento dos trabalhos. 5.1 Índice de Massa Corporal (IDM) Coletar algumas medidas essenciais como peso, estatura e se autoavaliar conforme o índice de IMC (índice de massa corporal), que é calculado pela seguinte fórmula: IMC= peso/ estatura x estatura. Índice de Massa Corporal risco de co-morbidade (OMS, 1998): CLASSIFICAÇÃO IMC RISCO DE CO- MORBIDADES Baixo peso <18,5 Baixo Normal 18,5 – 24,9 Ausente Sobrepeso 25,0 – 29,9 Aumentado Obesidade classe I 30,0 – 34,9 Moderado Obesidade classe II 35,0 – 39,0 Severo 31 Obesidade classe III ≥ 40,0 Muito severo 5.2 Índice de relação cintura/quadril (IRCQ) É importante ter o conhecimento de seu IRCQ (índice de relação cintura/quadril), sendo que tal resultado desta divisão tem relação com a coleta da circunferência da cintura e quadril em centímetros, dividindo assim a primeira pela segunda; o resultado deve ser analisado conforme tabela de RCQ (Heyward e Stolarczyk, 2000), que demonstra o risco de morbidades por doenças crônicodegenerativas HOMENS (RISCO) IDADE BAIXO MODERADO ALTO MUITO ALTO 20-29 <0,83 0,83-0,88 0,89-0,94 >0,94- 30-39 <0,84 0,84-0,91 0,92-0,96 >0,96- 40-49 <O,88 0,88-0,95 0,95-1,00 >1,00- 50-59 <0,90 0,90-0,96 0,97-1,02 >1,02- 60-69 <0,91 0,91-0,98 0,99-1,03 >1,03- MULHERES (RISCO) IDADE BAIXO MODERADO ALTO MUITO ALTO 20-29 <0,71 0,71-0,77 0,78-0,82 >0,82 30-39 <0,72 0,72-0,78 0,79-0,84 >0,84 32 5.3 Frequência Cardíaca (FC) Neste passo iremos aprender a coleta da frequência cardíaca pelo período de 1 minuto, ou seja, quantos pulsos foram contados durante o referido período. • Verifica-se preferencialmente no pulso radial, com o dedo indicador e médio por 1 minuto; • Valores da FC em adultos: normal = 60 -100 bpm, taquicardia = maior que 100 bpm, bradicardia = menor que 60 bpm. Outro meio de se coletar a frequência cardíaca seria pela utilização de frequencímetros, aparelhos que monitoram o batimento cardíaco com mais precisão. Observação: Após o monitoramento destas averiguações relacionadas e os valores obtidos estiverem fora da normalidade, o aluno deve procurar sempre a orientação de seu médico e um profissional de Educação Física. 5.4 Repetição Máxima Relaciona-se na predição de 1-RM, pois o aluno deve descobrir sua carga máxima para a execução de 1(um) movimento completo de determinado exercício para que possa descobrir com quais cargas trabalhar, geralmente na ginástica localizada o aluno disponibiliza de poucas cargas, mas mesmo assim, é possível descobrir seu 1-RM através do número máximo de movimentos realizados de determinado exercício. Conforme tabela de predição de 1-RM de Baechle e Groves (1992). 40-49 <O,73 0,73-0,79 0,80-0,87 >0,87 50-59 <0,74 0,74-0,81 0,82-0,88 >0,88 60-69 <0,76 0,76-0,83 0,84-0,90 >0,0 33 Veja: Repetições completadas Fator de Repetição 1 1.00 2 1.07 3 1.10 4 1.13 5 1.16 6 1.20 7 1.23 8 1.27 9 1.32 10 1.36 Exemplo: Peso escolhido para adução de pernas com tornozeleiras = 15 Kgs Números de repetições máximas = 8 Fator de repetição = 1.27 Portanto, 15 X 1.27 = 19.05 Kgs, ou seja, esta é a carga máxima que será utilizada para os cálculos do treinamento. 5.5 Frequência Cardíaca Máxima 34 Trata-se da percepção subjetiva de esforço conforme a escala de Borg e Noble (1974), utilizada normalmente nas atividades aeróbias, tornando uma opção prática na observação da intensidade do esforço. Os números de 6-20 são baseados na Frequência Cardíaca de 60-200 bpms por minuto, sendo que o número 12 corresponde aproximadamente 55% e o 16 a 85% da Frequência Cardíaca Máxima. 6 - 7 muito fácil 8 - 9 fácil 10 - 11 relativamente fácil 12 - 13 ligeiramente cansativo 14 - 15 cansativo 16 - 17 muito cansativo 18 - 19 exaustivo 20 - 5.6 Força e Resistência Ter conhecimento da relação de algumas qualidades físicas e as faixas percentuais em relação à carga máxima que devem ser treinadas: OBJETIVOS DO TREINAMENTO% DA CARGA MÁXIMA http://www.cdof.com.br/fisio1.htm#2 35 Força Pura 90 a 100% Força Dinâmica 70 a 85% Força Explosiva 60 a 70% Resistência Muscular Localizada 40 a 50% Correlação entre força e resistência, tempo de recuperação, % de carga máxima e as zonas de repetições, segundo Cossenza e Carnaval (1985): QUALIDADE FÍSICA Número de Repetições % de Carga Máxima Tempo de Recuperação Entre Séries Força Pura 1 – 4 90 – 100% 2’ a 5’ Dinâmica 5 – 15 70 – 85% 30’’ a 1’ Potência 6 – 15 60 – 70% 2’ a 5’ Resistência Muscular Localizada 15 em diante 40 – 50% 1’ a 2’ 5.7 Aquecimento Articular Para ter conhecimento para a prática e realização da ginástica localizada deve haver o aquecimento articular, realizando movimentações de característica leve nas regiões que serão treinadas, seguido de um conjunto completo de alongamento. 36 O flexionamento que seria a prática de estimular as amplitudes musculares poderá ser realizado pós-treino; para o aquecimento pode ser utilizado caminhada ou bicicleta, sugerindo um período de 10 minutos. No que tange à velocidade de execução dos movimentos, a sugestão é que o aluno realize esses exercícios de forma gradativa e contínua, sem impor muita velocidade e nem muita lentidão, explorando quase toda amplitude muscular. É hora de recapitular! Neste capítulo conhecemos de uma forma sequencial como adotar procedimentos de autoavaliação e monitorar os benefícios do treinamento. Capítulo 6 Treinamento Abdominal Os exercícios abdominais são movimentos que proporcionam a aproximação do gradil costal à crista ilíaca, caracterizando uma flexão do tronco em direção às coxas, contra a ação de uma resistência (força gravitacional), e são predominantemente, realizados em decúbito dorsal ou lateral. Didaticamente, os exercícios abdominais são divididos em quatro tipos distintos: o abdominal supraumbilical, o abdominal supraumbilical com rotação, o abdominal supraumbilical lateral e o abdominal infraumbilical ou flexão inversa do tronco. Portanto, neste capítulo, você conhecerá as formas de exercícios abdominais. 37 6.1 Abdominal Supraumbilical Forma de execução: deita-se em decúbito dorsal com a barriga voltada para cima e a região lombar da coluna toda apoiada no chão e os membros inferiores flexionados, após isso deve flexionar o tronco, a partir do pescoço até o ponto em que as escápulas deixam de ter contato com o solo, sem mover os membros inferiores e sem tirar os pés do chão. São exercícios abdominais que promovem a aproximação do apêndice xifoide cartilagem que forma a extremidade inferior do esterno, centro do tórax, onde se tem inserção de alguns músculos abdominais em direção ao quadril (tronco sobre quadril ou flexão de tronco), com os membros inferiores fixos. Contudo, há que se fazer uma ressalva: esse apoio dos pés deve ser voluntário, sem qualquer ajuda externa para fixá-los ao solo, como forma de estímulo ao equilíbrio e coordenação motora. 6.2 Abdominal supraumbilical com rotação Forma de execução: Deita-se em decúbito dorsal e barriga voltada para cima e o movimento consiste em conduzir o tronco em direção a um dos membros inferiores (tronco em direção à coxa), como se estivesse indo tocar com um dos cotovelos no joelho do lado oposto, caracterizando um movimento cruzado ou em direção diagonal. O abdominal supraumbilical com rotação consiste no movimento de elevar o tronco obliquamente pra frente, combinando o movimento de flexão com o de rotação do tronco, estimulando o músculo abdominal oblíquo interno e externo. 6.3 Abdominal supraumbilical lateral Forma de execução: Eleva-se lateralmente o tronco em direção à coxa (face anterior), aproximando o gradil costal e a crista ilíaca lateralmente, que caracteriza aproximação lateral do tronco em direção ao quadril. Se nesta elevação lateral o tronco tende a girar para frente, denota uma tração mais forte exercida pelo oblíquo externo, enquanto que uma torção pra trás significa uma tração mais forte, proporcionada pelo oblíquo interno. Os músculos que atuam no exercício abdominal supraumbilical lateral são os músculos laterais do tronco que entram em ação no movimento, que são as 38 fibras laterais dos oblíquos externo e interno, o quadrado lombar, o grande dorsal e o reto do abdômen no lado que está sendo trabalhado. 6.4 Abdominal infraumbilical Forma de execução: Deita-se em decúbito dorsal, sem apoiar o cóccix no chão, os braços poderão estar estendidos ao longo do tronco, apoiando-se no chão ou segurando em um apoio atrás da cabeça; o joelho poderá estar flexionado ou estendido e o movimento de contrair o abdômen, projetando o púbis em direção ao tórax e para cima, a perna quando flexionada deverá ser projetada em direção à cabeça e quando estendida, ser projetada para cima. Segundo Costa (1998), são os exercícios que, ao contrário dos abdominais tradicionais, levam os membros inferiores em direção ao tronco, podendo também ser considerados como flexão da coxa sobre o tronco. Para Geraldes (1993), é muito importante observar a realização de movimentos associando a rotação da pelve; “isto deve ser executado com extremo cuidado, pois a própria posição torna a coluna vulnerável a acidentes articulares, discais e ligamentares na área lombar”. É hora de recapitular! Neste capítulo vimos às várias formas de trabalho abdominal e musculatura utilizada, enfatizando também as formas de realização dos exercícios. 39 Capítulo 7 Práticas e Exercícios Neste capítulo você conhecerá sobre todas as formas de realização de exercícios mais utilizados na ginástica localizada, além de identificar o movimento que deve ser aplicado. 7.1 Tríceps 7.1.1 Tríceps francês Forma de execução: Primeira fase (negativa): realizar a flexão dos cotovelos, levando a barra na altura da nuca, inspirando. Segunda fase (positiva): voltar à posição inicial, expirando. 7.1.2 Tríceps banco ou variável da paralela Forma de execução: Primeira fase (negativa): mergulhar entre as paralelas (ou junto ao banco), projetando os cotovelos para trás, mantendo-os junto ao tronco, até o limite do movimento, inspirando. Segunda fase (positiva): voltar à posição inicial, expirando. 7.1.3 - Tríceps testa Forma de execução: Primeira fase (negativa): mantendo os cotovelos à mesma distância, realizar a flexão dos mesmos trazendo a barra na altura da testa, inspirando. Segunda fase (positiva): voltar à posição inicial expirando. 40 7.2 Bíceps 7.2.1 Rosca direta na barra Forma de execução: Primeira fase (positiva): mantendo os cotovelos fixos ao tronco, elevar a barra até a altura do esterno, expirando. Segundo fase (negativa): voltar à posição inicial inspirando. 7.2.2 Rosca alternada com halteres Forma de execução: Coincide com o procedimento da rosca direta para cada membro ao executar o exercício. 7.3 Costas 7.3.1 Remada curvada Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): elevar a barra até a altura do peito, movimentando os cotovelos em uma trajetória afastada do tronco, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, expirando. 7.3.2 Remada curvada unilateral Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): elevar o halter até o ombro, mantendo o cotovelo próximo ao tronco, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, expirando. 41 7.3.3 Remada em pé com pegada fechada Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): elevar a barra até a altura do queixo mantendo a trajetória da barra rente ao corpo e os cotovelos acima da linha das mãos, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial,expirando. 7.3.4 Crucifixo invertido Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): elevar lateralmente os braços, até os halteres atingirem o nível dos ombros, podendo fletir Dobrar; fazer flexão. levemente os cotovelos, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, expirando. 7.4 Peitoral 7.4.1 Crucifixo com halteres Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): afastar os halteres lateralmente, inspirando até que estes atinjam o nível do banco, flexionando levemente os cotovelos, com o objetivo de diminuir o torque na articulação da glenoumeral e a pressão do olecrâneo dentro da fossa olecraneana, diminuindo assim o risco de lesão nas mesmas. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, expirando. 7.4.2 Supino com halteres Formas de execução: Primeira fase do movimento (positiva): descer os halteres até o nível do peito, inspirando e pronando os antebraços, posicionando-os numa pegada inversa. 42 Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, desenvolvendo e expirando. 7.4.3 Pull-over Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): lançar a barra por cima da cabeça, mantendo-a durante a sua trajetória rente ao tronco e à cabeça, sem afastar os cotovelos nem estendê-los, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): voltar à posição inicial expirando, mantendo a barra rente ao corpo. 7.5 Ombro (deltoide) 7.5.1 Elevação lateral Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): elevar lateralmente os membros superiores, mantendo os cotovelos estendidos até os halteres atingirem o nível dos ombros, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, expirando. 7.5.2 Elevação Frontal Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): mantendo os cotovelos estendidos, elevar os halteres à frente do corpo, até eles atingirem o nível dos ombros, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, expirando. 43 7.6 Coxa (quadríceps) 7.6.1 Agachamento livre, podendo ser: Forma de execução: Com as pernas afastadas, em pé, com os pés afastados além da linha dos ombros, com as pontas dos pés voltadas para fora. Com as pernas juntas, em pé, com os pés pouco afastados, na linha do quadril, as pontas dos pés ligeiramente voltadas para fora. Primeira fase do movimento (positiva): agachar o máximo que puder, mantendo tronco o mais reto possível, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, expirando. 7.6.2 Flexão de joelhos (bíceps femoral) Forma de execução: Com caneleira, em pé, tronco apoiado, um dos pés no chão, sustentando o peso do corpo, o outro com a tornozeleira colocada na altura do tendão de Aquiles. Primeira fase do movimento (positiva): realizar a flexão total do joelho expirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, inspirando. 7.6.3 Agachamento a fundo para frente Forma de execução: Em pé, pés levemente afastados, a barra apoiada na nuca, como no exercício agachamento. Primeira fase do movimento (positiva): dar um passo à frente, mantendo o tronco reto, posicionando a coxa que se movimenta paralela ao solo, inspirando. Segunda fase do movimento (negativa): voltar à posição inicial, expirando. 44 7.7 Glúteo 7.7.1 Extensão de quadril com tornozeleira Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): lançar a perna para trás e para cima, fazendo a extensão da coxofemural e do joelho, expirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, inspirando. 7.7.2 Extensão de quadril polia baixa Comparado ao movimento anterior, no entanto, a perna é lançada para trás. 7.8 Panturrilha Podendo também ser realizado de forma livre ou com uso de halteres, consiste em: Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): partindo da flexão dos tornozelos, elevar o corpo na ponta dos pés. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, inspirando. 7.9 Adutores Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): elevar a perna do chão, com a amplitude máxima do movimento, sem girar o quadril, expirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, inspirando. 45 Comparado ao movimento que se faz com a polia baixa, pois você estará deitado em decúbito lateral, o membro inferior que será trabalhado estará por baixo, com a tornozeleira fixa no tornozelo, o outro membro inferior estará levemente flexionado, apoiado no solo, à frente do corpo. 7.10 Abdutores Forma de execução: Primeira fase do movimento (positiva): elevar o membro inferior o máximo que puder, sem girar o quadril, expirando. Segunda fase do movimento (negativa): volta à posição inicial, inspirando. É hora de recapitular! Neste capítulo conhecemos os exercícios mais utilizados e como devem ser realizados os movimentos atendendo o aspecto biomecânico e cinesiológico. 46 Capítulo 8 Treinamento No Método Alternado por segmentos, os exercícios são distribuídos de forma que quando um grupamento muscular acabar de ser exercitado, por exemplo: bíceps, o próximo exercício seja endereçado pra uma região corporal diferente (quadríceps). Desta forma, permitiremos que na série global, o aluno se recupere após cada execução, evitando o cansaço precoce, segundo Geraldes (1993). O Método Agonista/Antagonista tem como característica a formação de grupos de no máximo dois exercícios em que a execução de um movimento para um determinado músculo ou grupamento muscular é seguido imediatamente por outro, dirigido para o músculo antagonista. É indicado como o tipo de rotina ideal para se manter o equilíbrio músculoarticular, para Geraldes (1993). Portanto, neste capítulo você conhecerá algumas formas de treinamento, ou seja, os princípios e a dinâmica de montagem dos microciclos e mesociclos, e que o treinamento disposto, subentende-se que o praticante adulto está em perfeita condição física conforme orientação de seu médico, sem qualquer patologia. A metodologia utilizada nestas prescrições é a de divisão por segmento corporal e treinamento Agonista/Antagonista. 8.1 Treinamento de Resistência Muscular Localizada, para ser realizado 3 dias por semana 8.1.1 Treino alternado por segmento corporal para 3 dias por semana e público feminino. Microciclo I de adaptação: Treinamento de 45 minutos em média, microciclo 1 (adaptação), semana 1, intervalo entre repetições de 45’’(quarenta e cinco segundos) e descanso entre exercícios de 1’(um minuto). (público alvo feminino). 47 Semana 1: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 40% Crucifixo com halteres 3 séries de 15 repetições 40% Adutor com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 40% Remada unilateral 3 séries de 15 repetições 40% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 15 repetições 40% Tríceps francês 3 séries de 15 repetições 40% Agachamento livre 3 séries de 15 repetições 40% Rosca direta 3 séries de 15 repetições 40% Abdominal supraumbilical 3 séries de 15 repetições 40% Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 15 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 15 repetições 50% Glúteo com tornozeleira 3 séries de 15 50% 48 repetições Crucifixo inverso 3 séries de 15 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Adução com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Tríceps banco 3 séries de 15 repetições50% Rosca direta 3 séries de 15 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 15 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 15 repetições 50% Sexta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento a fundo à frente 3 séries de 15 repetições 50% Crucifixo inclinado 3 séries de 15 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 15 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 15 repetições 50% Abdução com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Adução com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% 49 Tríceps francês 3 séries de 15 repetições 50% Rosca alternada 3 séries de 15 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 15 repetições 50% Microciclo II (adaptação e desenvolvimento) Treinamento de 45 minutos em média, microciclo 1 (adaptação), semana 1, intervalo entre repetições de 45’’(quarenta e cinco segundos) e descanso entre exercícios de 1’(um minuto). (público alvo: feminino) Semana 2: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Crucifixo com halteres 3 séries de 20 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 20 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 20 repetições 50% Agachamento livre 3 séries de 20 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 20 repetições 50% 50 Abdominal supraumbilical 3 séries de 20 repetições 50% Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 25 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 25 repetições 50% Glúteo com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Crucifixo inverso 3 séries de 25 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Adução com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Tríceps banco 3 séries de 25 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 25 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 25 repetições 50% Sexta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) 51 Agachamento a fundo à frente 3 séries de 30 repetições 50% Crucifixo inclinado 3 séries de 30 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 30 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 30 repetições 50% Abdução com tornozeleira 3 séries de 30 repetições 50% Adução com tornozeleira 3 séries de 30 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 30 repetições 50% Rosca alternada 3 séries de 30 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 30 repetições 50% Microciclo III (estabilizador) Treinamento de 45 minutos em média, microciclo 1 (adaptação), semana 1, intervalo entre repetições de 45’’(quarenta e cinco segundos) e descanso entre exercícios de 1’(um minuto). (público alvo: feminino) Semana 3: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Crucifixo com halteres 3 séries de 25 repetições 50% 52 Adutor com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 25 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 25 repetições 50% Agachamento livre 3 séries de 25 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 25 repetições 50% Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 30 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 30 repetições 50% Glúteo com tornozeleira 3 séries de 30 repetições 50% Crucifixo inverso 3 séries de 30 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 30 repetições 50% Adução com tornozeleira 3 séries de 30 repetições 50% Tríceps banco 3 séries de 30 repetições 50% 53 Rosca direta 3 séries de 30 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 30 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 30 repetições 50% Sexta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento a fundo à frente 3 séries de 15 repetições 50% Crucifixo inclinado 3 séries de 15 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 15 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 15 repetições 50% Abdução com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Adução com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 15 repetições 50% Rosca alternada 3 séries de 15 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 15 repetições 50% Após a finalização do 3° microciclo, o aluno recomeça dando um incremento no percentual de carga, mais nunca acima de 60% da carga máxima de 1 – RM, para evitar fugir ao objetivo de treino de resistência muscular localizada. 54 Podendo também com o decorrer dos mesociclos aplicar um incremento de treino como: diminuir a velocidade (intensidade), diminuir o descanso entre séries e ou repetições (intensidade), aumentar de forma geral o número e séries a ser realizadas (volume), trocar alguns exercícios por outros direcionados ao mesmo músculo ou até mesmo trocar o método, como acontece mais adiante. Sempre respeitando os princípios e objetivos do treinamento. Concluindo o treinamento de ginástica localizada para 03 (três) dias na semana. 8.1.2 - Variável com método Agonista/Antagonista para 3 dias por semana e público feminino. Microciclo I de adaptação Treinamento de 45 minutos em média, microciclo 1 (adaptação), semana 1, intervalo entre repetições de 45’’(quarenta e cinco segundos) e descanso entre exercícios de 1’(um minuto). (público alvo feminino) Semana 4: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 20 repetições 50% Remada unilateral Crucifixo 3 séries de 20 repetições 50% Adutor Abdutor 3 séries de 20 repetições 50% Tríceps francês Rosca direta 3 séries de 20 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 20 repetições 50% 55 Obs. Será realizada uma sessão de 20 repetições para cada músculo identificado na célula seguidamente. Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Elevação lateral Elevação frontal 3 séries de 20 repetições 50% Agachamento livre Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 20 repetições 50% Supino com halteres Remada curvada 3 séries de 20 repetições 50% Adutor Abdutor 3 séries de 20 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 20 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 20 repetições 50% Sexta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento a fundo Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 20 repetições 50% Tríceps banco Rosca direta 3 séries de 20 repetições 50% Adutor Abdutor 3 séries de 20 repetições 50% 56 Remada curvada Pull-over 3 séries de 20 repetições 50% Elevação lateral Elevação frontal 3 séries de 20 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 20 repetições 50% Microciclo II de desenvolvimento Semana 5: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 25 repetições0% Remada unilateral Crucifixo 3 séries de 25 repetições 50% Adutor Abdutor 3 séries de 25 repetições 50% Tríceps francês Rosca direta 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 25 repetições 50% 57 Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Elevação lateral Elevação frontal 3 séries de 30 repetições 50% Agachamento livre Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 30 repetições 50% Supino com halteres Remada curvada 3 séries de 30 repetições 50% Adutor Abdutor 3 séries de 30 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 30 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 30 repetições 50% Sexta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento a fundo Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 30 repetições 60% Tríceps banco Rosca direta 3 séries de 30 repetições 60% Adutor Abdutor 3 séries de 30 repetições 60% Remada curvada 3 séries de 30 repetições 60% 58 Pull-over Elevação lateral Elevação frontal 3 séries de 30 repetições 60% Abdominal supraumbilical 3 séries de 20 repetições 60% Microciclo III de estabilização Semana 6: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 25 repetições 50% Remada unilateral Crucifixo 3 séries de 25 repetições 50% Adutor Abdutor 3 séries de 25 repetições 50% Tríceps francês Rosca direta 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 25 repetições 50% 59 Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Elevação lateral Elevação frontal 3 séries de 30 repetições 60% Agachamento livre Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 30 repetições 60% Supino com halteres Remada curvada 3 séries de 30 repetições 60% Adutor Abdutor 3 séries de 30 repetições 60% Panturrilha 3 séries de 30 repetições 60% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 30 repetições 60% Sexta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento a fundo Flexão (posterior de coxa) 3 séries de 20 repetições 60% Tríceps banco Rosca direta 3 séries de 20 repetições 60% Adutor Abdutor 3 séries de 20 repetições 60% Remada curvada Pull-over 3 séries de 20 repetições 60% 60 Elevação lateral Elevação frontal 3 séries de 20 repetições 60% Abdominal supraumbilical 3 séries de 20 repetições 60% Dentro do raciocínio do incremento Ato de crescer, de aumentar; desenvolvimento. Deve-se dar continuidade ao treino sempre na busca das variáveis respeitando os princípios mostrados neste aprendizado. 8.2 Treinamento de Resistência Muscular Localizada, para ser realizado 5 dias por semana Microciclo I de adaptação Semana 1: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 15 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 15 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 15 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 15 repetições 50% 61 Terça-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 15 repetições 50% Crucifixo com halteres 3 séries de 15 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 15 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 15 repetições 50% Elevação lateral 3 séries de 15 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 15 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 15 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 15 repetições 50% Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 15 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% 62 Remada curvada 3 séries de 15 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 15 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 15 repetições 50% Quinta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 15 repetições 50% Crucifixo com halteres 3 séries de 15 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 15 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 15 repetições 50% Elevação lateral 3 séries de 15 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 15 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 15 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 15 repetições 50% 63 Sexta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 15 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 15 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 15 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 15 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 15 repetições 50% Microciclo II de desenvolvimento Semana 2: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 20 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 20 repetições 50% 64 Abdutor na tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 20 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 20 repetições 50% Terça-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 20 repetições 50% Elevação lateral 3 séries de 20 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 20 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 20 repetições 50% Crucifixo com halteres 3 séries de 20 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 20 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 20 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 20 repetições 50% 65 Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 20 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 20 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 20 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 20 repetições 50% Quinta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 25 repetições 50% Elevação lateral 3 séries de 25 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 25 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 25 repetições 50% Crucifixo com halteres 3 séries de 25 repetições 50% 66 Panturrilha 3 séries de 25 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 25 repetições 50% Sexta-feira Séries e Repetições % decarga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 25 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 25 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 25 repetições 50% 67 Microciclo III de estabilização Semana 3: Segunda-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 20 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 20 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 20 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 20 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 20 repetições 50% Terça-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 20 repetições 50% Elevação lateral 3 séries de 20 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 20 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 20 repetições 50% 68 Crucifixo com halteres 3 séries de 20 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 20 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 20 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 20 repetições 50% Quarta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 25 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 25 repetições 50% Abdutor na tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 25 repetições 50% 69 Quinta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Agachamento livre 3 séries de 25 repetições 50% Elevação lateral 3 séries de 25 repetições 50% Flexão com tornozeleira (posterior de coxa) 3 séries de 25 repetições 50% Supino com halter 3 séries de 25 repetições 50% Crucifixo com halteres 3 séries de 25 repetições 50% Panturrilha 3 séries de 25 repetições 50% Rosca direta 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical com rotação 3 séries de 25 repetições 50% Sexta-feira Séries e Repetições % de carga relacionado ao 1-RM (carga máxima) Extensão de quadril com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Adutor com tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Remada unilateral 3 séries de 25 repetições 50% Remada curvada 3 séries de 25 repetições 50% 70 Abdutor na tornozeleira 3 séries de 25 repetições 50% Tríceps francês 3 séries de 25 repetições 50% Abdominal supraumbilical 3 séries de 25 repetições 50% A continuação do modelo de treino que acabamos de conhecer acompanha o raciocínio do treinamento anterior de 3 dias por semana, portanto, atendendo aos princípios fundamentais para treinar. Importante também que o praticante desenvolva suas capacidades aeróbias, podendo utilizar da estratégia utilizada no tópico 4.2. É hora de recapitular! Neste capítulo conhecemos dois métodos de treinamento que podem ser utilizados, estando prescrito toda a sequência de exercícios da semana, além das repetições a serem executadas e a carga para ser aplicada. Chegamos ao final do nosso estudo sobre Ginástica Localizada. Espero que você tenha adquirido muito conhecimento e possa, a partir de agora, colocá-los em prática. Boa sorte e Sucesso!
Compartilhar