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Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 1 Sistem� Motor Somátic� (locomotor) Função do Músculo Estriado Esquelético - gerar o movimento, sustentar a carga por si, contração isométrica (gerar tensão sem alterar o comprimento muscular, sustentar carga), geração de calor (tremor muscular involuntário). Funcionam para manter a postura, estabilizar as articulações e produzir calor para a manutenção da temperatura corporal interna. Quando o bíceps braquial contrai e encurta 1 cm, a mão se move 5 cm para cima. O tecido muscular têm a capacidade de contrair -> encurtar o seu tamanho, o que leva à aproximação dos ossos. Um músculo estriado esquelético representado por fibras ligados ao neurônio -> neurônio somático (motoneurônio inferior) que está localizado no SNC (na medula espinal no corno ventral ou anterior). Unidade motora é o conjunto de fibras, células musculares esqueléticas inervadas por um único neurônio. Ou seja, aí na imagem há 3 unidades motora. Quanto menor a unidade motora, mais fino o controle do movimento naquele músculo. Os componentes da unidade motora não estão em contato físico direto. O neurônio e as fibras musculares são separados por um espaço chamado de junção neuromuscular (JNM). Cada fibra muscular individual é inervada por um ramo de um axônio motor. Em circunstâncias normais, um potencial de ação neuronal em uma única unidade motora ativa todas as fibras musculares inervadas por esse neurônio motor e seus ramos axonais. As vísceras são controladas pelas vias autonomias em conjunto com às vias endócrinas (músculo liso e cardíaco - autônomo). Primeiro há um neurônio pré ganglionar e o posteriormente o pós ganglionar. Vários neurotransmissores. Simpático (noradrenalina), Parassimpáticos (acetilcolina) -> metabotrópicos, ou seja, associados à proteína G -> vários efeitos a depender do receptor. No somático, envolve apenas um motoneurônio que vai diretamente para a via muscular esquelética. Não há nem pré nem pós. Só há um neurotransmissor -> acetilcolina. O receptor é inotrópico e só possui o efeito de contração muscular. * Receptor colinérgico nicotínico é do somático, e colinérgico muscarínico parassimpático A musculatura esquelética às vezes é chamada de “musculatura voluntária”, porque é o único tipo de músculo sob controle consciente. No músculo há fascículos formado por unidades de células musculares (fibras musculares) onde remove o sarcolema e se observa miofibrilas (estruturas que preenchem o citosol dá célula muscular). Na miofibrila encontra unidades de sarcômeros (unidade funcional do músculo com a função de gerar contração). Proteína disposta perpendicularmente (disco Z com filamentos finos de actina e entre a actina, se encontra filamentos grossos de miosina). Miosina é uma estrutura filamentosa, cadeia grosa de processos laterais que são chamados de cabeça da miosina que têm Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 2 grande afinidade junto à actina. A interação entre a cabeça da miosina e a actina -> ponte cruzada. No estado relaxado não existe ponte cruzada pois o processo de troponina e tropomiosina impede. Túbulos T ou túbulos transversos. No sarcolema há uma estrutura azulada que é o retículo sarcoplasmático onde fica armazenada o cálcio em forma de íons. O retículo sarcoplasmático se sobrepõe às miofibrilas e sarcômero, e lateralmente há os túbulos T. Tríade - cisterna, túbulo t e retículo sarcoplasmático. Parte menos escura chamada de banda H - miosina e a parte mais escura ainda A (actina e miosina). Na banda clara I (disco Z e actina). Músculo liso não é organizado em sarcômeros. Íon para a deslizacao das pontes cruzadas é o íon cálcio. Ou seja, para a ligação da cabeça de miosina com a actina é importante há presença do cálcio. Mas para que o deslizamento se efetue -> necessita de ATP que se ligará à cabeça da miosina. Precisa da divisão do SN somático que inerva a musculatura no corno ventral da medula no SNC. Há uma junção neuromuscular JNM para receber a terminação nervosa do motor neurônio inferior -> essa região é a placa motora. O neurotransmissor é somente um que é a ACH. Receptor nicotínico, colinérgico. O Na entrando é maior do que a de potássio saindo -> ionotrópico. Uma única resposta que é a contração. Ach têm 3 destinos: uma parte se difunde fora da fenda sináptica, outra se liga ao receptor e a outra degrada a ação do neurotransmissor (ach) por uma enzima na membrana pós sináptica (acetilcolinesterase). Pot de ação, abre canais de cálcio, entra cálcio, vesículas libera ach, eles se ligam nos receptores e abrem canais de cálcio com resultante de íons sódio para dentro da célula, pot graduado que ocorre curtas distâncias, canais de sódio voltagem dependente e pot de ação. O que for degradado, forma acetato que vai para corrente sanguínea e a colina é devolvida para o terminal neuronal. Inibe a mov de vesículas para a exocitose - não haveria contração -> relaxamento (botox). Contração muscular prolongada, potencializando. A inibição intencional da ach pode causa paralisia - paralisia flacida. Musculatura lisa -> curare (colinérgico do tipo nicotínico). Se colocar ach após o curare, ela não terá efeito, pois o receptor do intestino é muscarínico -> receptores diferentes Buscopan é antagonista dos receptores muscarínicos -> efeitos na musculatura lisa. Usado para cólica. Pot de ação corre pelo túbulo t, canal de cálcio se abre (esse canal é ligado a outro canal de cálcio por proteína filamentosa), pot de ação corre e abre o canal -> abre receptor ronandina. O pot de ação na fibra muscular têm o papel de gerar influxo de cálcio no citosol. O papel do cálcio no processo contrátil permite a ligação da actina à miosina -> ponte de cruzada. Além do cálcio, precisa de atp (deslizamento) para efetuar a contração. Íon cálcio liberado se liga na troponina. ATP - miosina com actina quebra atp em adp, mas mantém os produtos da quebra -> cabeça da miosina engatilhada. Ao formar a ponte cruzada, há uma liberação do fosfato inorgânico - alteração conformacional, que sai da posição reta e volta para a curvação. Depois libera o adp entrando no estado de rigor -> a ligação de miosina para com a actina se torna ainda mais forte. Para desfazer da ponte cruzada, é preciso de atp para relaxar. Quando indivíduo morre, ele entra em estado de rigor, pois ele não tem como desfazer as pontes cruzadas. Efeito catraca - quebra do atp. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 3 Célula muscular se organiza tendo um pouco de atp para que ele seja suficiente para que você faça a sua contração muscular de necessidade imediata. Novos atp são repostos por perspectiva anaeróbia, glicolítica ou contração rápida, tipo II (rápido, produz ácido lático - acidose e fadiga que é a impossibilidade de você continuar o exercício, não permite a produção de muito atp -> pouco atp, atividade de necessidade de grande esforço, mas de pouco tempo. Velocidade e ação, não exercício de resistência, exercício de força, pouco vascularizada, é branca, é espessa, gera intensidade e velocidade na resposta, treino de força, maratonistas) e aeróbica ou contração lenta, vermelha ou tipo I (forma que não consegue produzir atp de forma imediata, leva tempo, têm resistência, não gera resíduo, grande atp, grande movimentação por grandes distâncias, de maneira intensa, mov moderados porém contínuos, exercícios de resistência, metabolismo aeróbico, altamente vascularizada, são menores -> relação entre a área da célula e os vasos é bem grande, muita mioglobina e hemoglobina). O número de mitocôndrias não influenciam na duração de contração das fibras de contração rápida (branca). Tensão muscular depende: Disponibilidade do ATP, somação temporal, tipos de fibras mochila - contração isométrica, sustentar, fica contraindo sem relaxar -> mantém os níveis de cálcio dentro do citosol na célula muscular. Pot de ação em vermelho, necessita de um menor tempo, mais rápido (ex: 10ms) aumentar a frequência de disparo, a velocidade -> manter os níveis de cálcios elevados e o processode contração sem o relaxamento, contração sustentada. Essa atividade recebe o nome de Somação Temporal Abalo muscular em azul - ciclo contração e relaxamento muscular, precisa de um tempo maior (ex: 100ms) liberação do cálcio, formação da ponte cruzada, atp, quebra, devolução do cálcio para o retículo sarcoplasmático. * sistema gerar mais pot de ação -> mais relacionado com a força do que com a quantidade de fibras. Somação Espacial - agregar mais força, precisa de uma unidade motora contrair fibras musculares. Peso maior, contínua usando a mesma unidade motora anterior e recrutar outras unidades -> soma unidades. Quanto mais carga é adicionada, mais unidades motoras são recrutadas para agregar mais fibras musculares -> maior tensão -> maior frequência de disparo para que se sustente. O gasto de energia depende do tempo -> depender da resistência, aeróbico. Fadiga - anaeróbico unidade motora 1, 2 e 3 - a primeira está relacionada com fibras aeróbias, resistência (cargas leves, não fadigam, mantém-se no tempo). A unidade motora adicional para responder a intensidade é por fibras anaeróbicas. Nesse momento há tanto somação temporal como espacial Sustentação de carga e movimentos - sistema motor somático: mov reflexo (movimento padronizado, estereotipado, previsível, só precisa de estímulo para desencadear o estímulo, precisa de um circuito - estímulo que para detectar é o receptor do neurônio sensitivo primário aferente. Ele se encontra fora, na periferia, nos gânglios (gânglio da raiz dorsal) entra no SN pelo corno dorsal e em seguida, neurônio eferente somático inferior (motoneurônio) leva a informação para o músculo, libera acetilcolina, nicotínico que é inotrópico com uma única resposta é a contração. O fuso muscular é o receptor. Reflexo rítmico e automáticos (precisa de um comando voluntário, é organizado de forma automática, locomoção - medula espinal, meu córtex gera um comando para a Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 4 medula que têm uma circuitaria neural para fazer a locomoção, a mastigação é outra exemplo - processo de abertura bucal, organizado no tronco encefálico, organizados pelos pares cranianos que levam a informação para o encéfalo: nervo trigêmeo V). Mov voluntários, não padronizados nem estereotipados, não dependem de um estímulo para iniciar, podem ser aprendidos e que melhoram com o treinamento, se inicia no encéfalo na área do córtex motor no giro pré-central no lobo frontal. No córtex cerebral se organizam os corpos celulares (subst cinza) que partem os axônios indo para a medula espinal. Sistema descendente = sistema motor, via corticoespinhal. Sistema ascendente = sensitivo (espinotalâmica: dor, temp, nociceptivo e coluna dorsal-lemnisco medial: tato, vibração, proprioceptivo). Córtex inerva o músculo estriado esquelético de forma indireta por meio de estruturas do motoneurônio inferior que vai pros músculos, controla por meio de sinapses junto com o motoneurônio inferior. O lado direito do córtex motor controla o lado esquerdo do corpo. Se tiver corte dá via corticoespinhal com o motoneurônio superior: reflexos exacerbados, mantém o reflexo, mas não mov voluntário nem como o inferior -> não mov voluntário, nem resposta reflexa. Paralisia flácida. Córtex motor - organização somatotópica, não controla os músculos diretamente, ele controla via motoneurônio inferior. Lesionar o corno ventral afeta o mov voluntário gerando paralisia flácida (perde a inervação do músculo), não afeta nem percepção de dor nem de tato (espinotalâmica sobre contralateralmente anterolateral, na coluna dorsal-lemnisco lateral é ipsilateralmente). Lesionar o corpo posterior, dorsal vai ter problemas na resposta reflexa, não dor nem tato, mas vai poder realizar mov voluntários apesar deles estarem afetados. * Mímica facial, expressão facial - nervo facial VII LT - função do músculo esquelético Os músculos esqueléticos são essenciais para o movimento. Eles também funcionam para manter a postura, estabilizar as articulações e produzir calor para a manutenção da temperatura corporal interna. Portanto, condições que afetam o sistema muscular afetam muitos aspectos do nosso funcionamento diário. A contração muscular é controlada pelo aporte neuronal. A combinação de um neurônio e as células musculares que ele inerva é chamada uma unidade motora. Os músculos são excitados por um potencial de ação e respondem contraindo. Neurônios transportam sinais elétricos que inervam os músculos. Isso desencadeia a liberação de um neurotransmissor, que resulta na despolarização do músculo, que leva à contração. O neurônio motor (juntamente com as fibras musculares que ele inerva) constitui uma unidade motora. Unidades motoras Cada fibra muscular individual é inervada por um ramo de um axônio motor. Em circunstâncias normais, um potencial de ação neuronal em uma única unidade motora ativa todas as fibras musculares inervadas por esse neurônio motor e seus ramos axonais. Tamanho Unidades motoras variam muito em tamanho, de apenas algumas fibras musculares inervadas por um único neurônio (unidade motora pequena) até milhares de fibras musculares (unidade motora grande). Quanto menor a unidade motora, mais fino o controle do movimento naquele músculo. Os músculos que controlam os movimentos dos dedos e olhos têm unidades motoras pequenas sob controle motor fino. Em comparação, aqueles que controlam os grandes músculos dos membros podem ter unidades motoras muito grandes. A maioria dos músculos consistem em diversos tamanhos de unidade de motora. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 5 Enviando um sinal para fibras musculares Os componentes da unidade motora não estão em contato físico direto. O neurônio e as fibras musculares são separados por um espaço chamado de junção neuromuscular (JNM). Para que a unidade motora conclua seu trabalho, os sinais provenientes do neurônio devem ser transferidos através da JNM para as fibras musculares. Isso é feito pela liberação de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. A musculatura esquelética às vezes é chamada de “musculatura voluntária”, porque é o único tipo de músculo sob controle consciente. Junção neuromuscular Uma sequência altamente orquestrada de eventos na junção neuromuscular transmite o impulso elétrico de um neurônio motor para o músculo esquelético com o neurotransmissor acetilcolina (ACh) desencadeando a contração. Transmissão neuromuscular na musculatura esquelética - Sinal do neurônio: Um potencial de ação chega no terminal nervoso. - Entrada de cálcio no terminal nervoso A chegada do potencial de ação abre canais sensíveis à voltagem na placa motora terminal, o que permite que íons Ca2+ entrem. - ACh é liberada JNM, liga receptores O influxo de Ca2+ desencadeia o deslocamento de vesículas contendo ACh para a membrana e a exocitose (liberação) de ACh na fenda sináptica. A ACh difunde-se pela fenda juncional e liga-se aos receptores nicotínicos na membrana da célula muscular. - Potencial de ação gerado no músculo ACh liga-se a receptores nicotínicos de ACh na membrana muscular, abrindo os receptores intrínsecos de canais catiônicos seletivos através do qual os íons Na+ entram na fibra muscular. Este influxo resulta em Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 6 despolarização local da membrana e início dos potenciais de ação que são conduzidos pela superfície do músculo. Esta despolarização desencadeia liberação local de Ca2+ do retículo sarcoplasmático [+]. - Contração A liberação de Ca2+ do retículo sarcoplasmático aumenta o Ca2+ celular ionizado. Isso inicia os eventos bioquímicos que fundamentam a contração, a interação de proteínas musculares (actina e miosina), que requer trifosfato de adenosina (ATP) como fonte de energia. Estrutura do músculo esquelético A despolarização da membrana da fibra muscular inicia os eventos bioquímicos que provocam a contração. Actina e miosina (proteínas nas fibras musculares esqueléticas) interagem com ATP para provocar a contração dos sarcômeros. Fibras musculares esqueléticasOs músculos esqueléticos fazem a maioria do trabalho de locomoção e sustentação do esqueleto animal. As fibras musculares esqueléticas são estriadas, muito longas (até 30 cm) e contém múltiplos núcleos por célula. As fibras musculares individuais são agrupadas em fascículos. Cada célula é contrátil, elástica, excitável e extensível. Todas estas características permitem o movimento. Cada músculo é consiste em fibras musculares individuais organizadas em fascículos. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 7 Sarcômeros As unidades funcionais de células musculares esqueléticas são chamadas sarcômeros e são encontradas em miofibrilas. Quando um músculo se contrai, as sarcômeros encurtam à medida que as moléculas de actina e miosina deslizam umas sobre as outras. Esta é a teoria dos filamentos deslizantes da contração. As unidades funcionais de células musculares são chamadas sarcômeros. Teoria dos filamentos deslizantes da contração A miosina se combina com a actina para formar um complexo chamado actomiosina. Fisiologicamente, quando actina e miosina interagem, o músculo produz força. No estado relaxado, actina e miosina são impedidas de interagir pela presença de tropomiosina, que fica entre os filamentos de actina. A despolarização muscular resulta na liberação de Ca2+ ionizado do retículo sarcoplasmático, onde é armazenado. Parte deste Ca2+ se liga à troponina, uma proteína associada com a tropomiosina. A alteração de forma resultante na troponina, e a consequente mudança da tropomiosina expõe sítios de ligação para a miosina nos filamentos de actina. Isso permite a formação de pontes cruzadas entre miosina e actina. O efeito catraca da formação e quebra destas pontes cruzadas sequencialmente permite que os filamentos de actina e miosina deslizem uns através dos outros. Isso resulta no encurtamento do músculo, conhecido como uma contração em “espasmo”. Quando o Ca2+ é removido por captação para o retículo sarcoplasmático, a tropomiosina evita novamente esta interação e o músculo relaxa. Como o efeito catraca funciona Espasmo muscular O recrutamento de unidades motoras resulta em uma resposta de espasmo. Isso envolve um ciclo completo de contração e relaxamento. O espasmo máximo ocorre após o recrutamento de todas as unidades motoras disponíveis. Com baixas correntes estimulantes, nenhum nervo motor é despolarizado e não se observa contração. À medida que a força de estímulo é aumentada, alguns neurônios motores são levados acima de seu limiar do potencial, e um potencial de ação é acionado. Isso resulta na contração de todas as fibras musculares daquela unidade motora, o que causa um espasmo. A força do espasmo aumenta progressivamente à medida que as fibras nervosas motoras são excitadas. Este processo de ativar progressivamente as unidades motoras é chamado de “recrutamento”. A contração de um músculo inteiro pode envolver o disparo de centenas de axônios motores. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 8 Os componentes de uma unidade motora. Com o aumento progressivo da estimulação, as unidades motoras são recrutadas com base no tamanho. Ou seja, unidades motoras menores são recrutadas primeiro. Isso foi descrito pela primeira vez por Elwood Henneman após seus estudos em gatos. Somação e tétano A força do espasmo pode ser aumentada aumentando-se o número de unidades motoras disparando simultaneamente. Este efeito aditivo da estimulação muscular é chamado somação. Tétano é um estado de contração muscular máxima sustentada. Potencial de ação e consequente contração O potencial de ação muscular dura apenas alguns milissegundos (ms) e essencialmente termina antes do músculo começar a contrair. Em contraste, uma contração muscular dura cerca de 100 ms. Portanto, é possível gerar muitos potenciais de ação enquanto um músculo ainda está contraindo. Somação A força do espasmo pode ser aumentada aumentando-se o número de unidades motoras disparando simultaneamente (recrutamento). O sistema nervoso também pode controlar uma contração muscular variando a frequência dos potenciais de ação nos axônios motores. As figuras a seguir mostram como a força de contração aumenta (somação) conforme o intervalo entre estímulos nervosos diminui. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 9 Tétano Em frequências de estimulação ainda mais altas, o músculo não tem tempo de relaxar entre estímulos sucessivos. O resultado é uma contração suave, muitas vezes mais forte do que um espasmo único: uma contração tetânica. Diz-se que o músculo está agora em um estado de “tétano”. A figura mostra a progressão, a partir de um único espasmo (vermelho), através de somação até o tétano conforme a frequência de estímulo é aumentada de um único estímulo de 20/s, 40/s e, em seguida, 80/s (verde). Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 10 Tipos de fibras de contração Fibras musculares esqueléticas podem ser categorizadas em fibras de contração rápida, intermediária e lenta. Músculos de contração rápida fadigam mais rapidamente. Músculos de contração lenta fadigam mais lentamente. Fibras de contração lenta São mais resistentes à fadiga: - Mais mitocôndrias para a produção de ATP. - Abastecimento de sangue abundante para fornecimento de oxigênio. - Triatletas são atletas de resistência com uma elevada proporção de fibras musculares de contração lenta. Fibras de contração rápida São capazes de contrair com maior velocidade (com uma duração reduzida): - Utilização mais rápida de ATP. - Liberação mais rápida de Ca2+ do retículo sarcoplasmático. - Recaptação mais rápida de Ca2+ para o retículo sarcoplasmático. - Velocidade de condução mais rápida de potenciais de ação. - Levantadores de peso requerem fibras musculares de contração rápida para suas contrações musculares explosivas. Resistência da fibra à fadiga ao longo do tempo A força tetânica máxima (medida em percentagem) foi medida, durante uma corrida, no músculo extensor longo dos dedos (ELD), de contração rápida, e no músculo sóleo, de contração lenta. O músculo sóleo, de contração lenta, é muito mais resistente à fadiga ao longo do tempo em comparação com o ELD, de contração rápida, que fadiga rapidamente. Fibras em um único músculo Um único músculo pode conter uma combinação dos três tipos de fibra muscular, e o treinamento pode alterar a proporção dos tipos de fibras rápidas, intermediárias e lentas expressas. A mioglobina é uma proteína de ligação de oxigênio em tecidos musculares, que tem cor vermelha; é isso que dá ao músculo sua cor vermelha característica. Fibras de contração lenta têm cor mais escura devido à presença de mais mioglobina (fibras de contração lenta são mais dependentes de oxigênio). Tipos de contrações Contrações da musculatura esquelética geralmente são descritas como sendo isotônicas ou isométricas. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 11 Contrações da musculatura esquelética Contração refere-se à geração de tensão no interior das fibras musculares resultante da excitação dos neurônios motores. As fibras musculares são capazes de alongar, encurtar, ou continuar com o mesmo comprimento enquanto geram tensão durante uma contração. Contrações da musculatura esquelética geralmente são descritas como sendo isotônicas ou isométricas. Isotônica: do grego isos “igual” + tonos “tônus” Concêntrica: do latim con- “junto” + centrum “centro” Excêntrica: do grego ek “fora de” + kentron “centro” Isométrica: do grego isos “igual” + metria “medida” Contração isotônica A contração resulta em movimento nas articulações que o músculo afeta. Contração muscular e encurtamento de fibras musculares. Experimente: Segure um livro pesado em sua mão com o braço esticado para fora em linha reta. Agora, traga o bíceps em direção ao seu ombro. Nesta situação, o músculo bíceps braquial contrai concentricamente para levantar o peso. Ao mesmo tempo, o tríceps braquial contrai excentricamente para ajudar a controlar o movimento de elevação. Outro exemplo de uma contração isotônica é chutar uma bola. Contração isométrica Ocomprimento do músculo permanece inalterado durante a contração. Uma posição fixa, sem movimento articular. Contração muscular sem alteração no comprimento do músculo. Experimente: Segure algo pesado em suas mãos (como um livro ou um laptop). Estenda os braços esticados à sua frente e mantenha essa posição. Para vencer a gravidade, os músculos têm que contrair para manter essa posição, mas o comprimento do músculo não se altera. Exercícios nos quais poses são sustentadas por um período de tempo (como yoga e algumas artes marciais) são exemplos de exercícios isométricos. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 12 Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 13 Função do músculo esquelético Os músculos esqueléticos fazem a maior parte do trabalho na locomoção e sustentação do esqueleto animal. Cada músculo é composto de fibras musculares individuais inervadas por um ramo de um axônio motor. Em circunstâncias normais, um potencial de ação neuronal ativa todas as fibras musculares inervadas pelo neurônio motor e seus ramos axonais. O neurônio motor (juntamente com todas as fibras musculares individuais que inerva) é chamado de unidade motora. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 14 Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 15 LT - Músculos e EMG Os músculos esqueléticos são essenciais para a locomoção e apoio do esqueleto animal. Cada músculo é composto de fibras musculares individuais organizadas em fascículos e inervado por um ramo de um axônio motor. Um potencial de ação neuronal conduzido ao longo da fibra nervosa causa a liberação de neurotransmissor na junção neuromuscular, despolarização da membrana muscular e a contração das fibras musculares resultante. Esta atividade elétrica pode ser registrada por eletromiografia (EMG). O dinamômetro de mão e o PowerLab usados para medir o declínio da força máxima durante uma contração sustentada. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 16 EMG e condições musculares Podemos avaliar a saúde dos músculos usando eletromiografia (EMG). A força e o padrão dos registros de EMG podem ser utilizados para diagnosticar uma variedade de condições musculares. A atividade da EMG aumenta de amplitude durante a contração muscular em comparação com o relaxamento. Eletromiografia Eletromiografia (EMG) é uma técnica que mede a atividade elétrica dos músculos esqueléticos em repouso e durante a contração. O aparelho utilizado é um eletromiógrafo e os dados registrados constituem uma eletromiografia. Registrando uma EMG Uma EMG detecta a atividade elétrica gerada por células musculares esqueléticas. Existem dois métodos de registro: EMG intramuscular - Eletrodos de agulha são inseridos no músculo através da pele. EMG de superfície - Os eletrodos são colocados na superfície da pele. O que uma EMG registra? Uma EMG retrata o tempo e o padrão da atividade muscular durante movimentos complexos. A EMG intramuscular registra potenciais de ação musculares individuais medidos usando um eletrodo de agulha extracelular. Em um ambiente clínico, EMGs intramusculares fornecem mais informações de diagnóstico. O sinal bruto da EMG de superfície reflete a atividade elétrica das fibras musculares ativas no momento. É a técnica mais fácil de executar e a mais rotineira em laboratórios de ensino. A qualquer momento, um sinal de EMG de superfície talvez possa representar a atividade elétrica de milhares de fibras individuais. À medida em que a frequência dos potenciais de ação musculares aumenta, a força de contração muscular resultante também aumenta. Unidades motoras disparam de forma assíncrona. Em contrações musculares extremamente fracas, pode haver momentos em que apenas uma única unidade motora está disparando. Assim, é possível que a atividade de uma única unidade motora possa ser vista em uma EMG. Coativação muscular Coativação é um fenômeno no qual a contração de um músculo agonista causa uma ligeira atividade no músculo antagonista. A coordenação entre os músculos agonista e antagonista é essencial para uma amplitude de movimento. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 17 Músculos agonistas e antagonistas Músculos agonistas às vezes são chamados “movedores primários”, pois são os principais músculos responsáveis pela geração de movimento através de sua contração. Músculos antagonistas controlam (ou se opõem a) movimentos específicos, e retornam o músculo à sua posição inicial. Dependendo do movimento, os músculos agonistas e antagonistas pode trocar de funções. Juntos os músculos agonistas e antagonistas são conhecidos como um par antagônico. Coativação Coativação é um fenômeno no qual a contração de um músculo agonista causa uma ligeira atividade no músculo antagonista. O significado fisiológico disso não está totalmente claro, mas foi sugerido que ajudaria a estabilizar a articulação durante contrações isotônicas. EMG evocada Sinais de EMG evocada são produzidos pela estimulação elétrica do nervo motor que inerva o músculo. Contrações musculares são iniciadas por um potencial de ação nas fibras nervosas motoras que inervam o músculo. Tal potencial de ação pode surgir naturalmente do cérebro ou da medula espinhal, ou pode resultar da estimulação elétrica do nervo motor. A estimulação externa com registro muscular é chamada de EMG evocada. Por exemplo, a estimulação elétrica do nervo mediano do punho resulta em contração do músculo abdutor curto do polegar na superfície palmar da mão. Fadiga muscular A fadiga muscular é um estado de incapacidade fisiológica de contrair de forma eficaz. Ela está associada a uma variedade de fatores psicológicos e fisiológicos. Causas psicológicas da fadiga A fadiga não é bem entendida. No entanto, em animais e humanos, um fator importante na fadiga é a redução do impulso motor do cérebro. O papel do “impulso central” na atividade muscular explica porque algumas pessoas podem apresentar breves períodos de força “sobre-humana” quando em situações extremas. Causas fisiológicas da fadiga O músculo esquelético precisa de um fornecimento constante de ATP para contrair. Quando a produção de ATP não consegue acompanhar o uso de ATP, os músculos contraem de maneira cada vez menos eficaz. Por fim, ocorre fadiga muscular e a atividade muscular cessa, mesmo que o músculo ainda esteja recebendo estímulos. O Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 18 acúmulo excessivo de lactato e H+ associados, juntamente com desequilíbrios iônicos também contribuem para a fadiga muscular. A redução do pH associada com a produção de lactato causa fadiga extrema e limita a utilidade do mecanismo anaeróbico para a produção de ATP. Fatores Os fatores a seguir foram propostos para explicar a fadiga muscular: - Mudanças na “percepção do esforço”. - Perda do “impulso central”. - Falha de propagação neuromuscular. - Redução da liberação de Ca2+ no acoplamento excitação-contração. - Alterações metabólicas na célula muscular (como acúmulo de ácido lático que pode acidificar o músculo esquelético inibindo qualquer outra glicólise anaeróbica). - Redução no fluxo de sangue do músculo devido à compressão dos vasos sanguíneos. Distúrbios que prejudicam a função muscular Os músculos são controlados pelos nervos, portanto, distúrbios neurológicos (nervos) prejudicam a função muscular. Dois tipos são neuropatia periférica e doença dos neurônios motores. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 19 Condições da placa motora terminal As doenças da junção neuromuscular (JNM; conhecidas como doenças da placa motora terminal) são raras. Elas afetam a contração muscular, pois a sinalização entre o nervo e o músculo é alterada. Miastenia gravis (MG) Um exemplo de doença da placa motora terminal é a miastenia gravis, uma doença autoimune causada, na maioria dos casos, por anticorpos contra os receptores de acetilcolina (ACh). Sintomas da miastenia gravis: Pacientes com miastenia gravis ficam fadigados rapidamente durante a atividade, com melhorias após períodos de descanso. A doença geralmente afeta primeiro osmúsculos dos olhos, face e pescoço. Outros sintomas: Os músculos que controlam o movimento dos olhos e das pálpebras, a expressão facial, a mastigação, a fala e a deglutição são especialmente suscetíveis. A maioria dos pacientes também apresentam alterações no timo. Síndrome miastênica de Lambert-Eaton A síndrome miastênica de Lambert-Eaton (LEMS) é uma doença autoimune que causa fraqueza muscular. Ela resulta de anticorpos que afetam os canais de cálcio sensíveis à voltagem de placas motoras terminais, inibindo a libertação de acetilcolina. Embora a LEMS possa ser encontrada como uma doença isolada, 50% dos casos estão associados ao câncer. Em contraste com miastenia gravis, os sintomas de LEMS tendem a ser piores pela manhã e melhorar com o exercício e estimulação do nervo. Botulismo O botulismo é uma doença paralisante causada pela toxina botulínica, uma proteína neurotóxica produzida pelo Clostridium botulinum. A toxina atua diretamente sobre a JNM para inibir a liberação da acetilcolina, resultando em paralisia muscular. O botulismo é uma paralisia “descendente”, de modo que os primeiros músculos a serem afetados são aqueles que controlam o movimento dos olhos e pálpebras, a expressão facial, a mastigação, a fala e a deglutição. Isso é seguido por músculos do tronco (incluindo os pulmões), braços e, finalmente, pernas. A toxina botulínica é a mais tóxica proteína conhecida (LD50 de 0,005-0,05 µg/kg). Em doses diminutas, ela é usada para tratar espasmos musculares. Na indústria cosmética, Botox® é usado para reduzir a aparência de rugas e manter os usuários jovens e atraentes por mais tempo! Miopatias Doenças que afetam o músculo em si são chamadas de miopatias. Entre elas, estão distrofias musculares, que são caracterizadas por uma fraqueza muscular progressiva como resultado da morte de células musculares. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 20 Distrofia muscular A mais conhecida destas condições é a distrofia muscular de Duchenne, uma condição recessiva ligada ao cromossomo X, que geralmente se desenvolve em meninos antes dos 5 anos de idade. Além dos efeitos sobre o músculo esquelético, o músculo cardíaco também pode ser afetado. A doença é causada por uma mutação no gene da distrofina localizado no cromossomo X. Este é o maior gene no genoma humano, com 2,6 milhões de pares de bases de DNA. A proteína distrofina conecta o citoesqueleto da célula com a matriz extracelular. Defeitos na distrofina resultam em um excesso de íons Ca2+ entrando nas células musculares, o que causa danos à mitocôndria e eventual morte celular. Conforme as células morrem, há uma fraqueza muscular crescente e o paciente se torna dependente de cadeira de rodas desde bastante jovem. Eventualmente, os músculos respiratórios também são afetados, o que leva à morte. Distrofia muscular de Becker é uma versão mais leve da doença. Ela tem originem em deleções no gene da distrofina que permitem a síntese de uma proteína mais curta, mas semi-funcional. Carolina Pithon Rocha | Medicina | 3o semestre 21
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