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1 ANÁLISE LABORATORIAL – EXAME DE URINA | Anna Clara Faria Duarte COLETA IDEAL: primeira urina da manhã = preserva a noite toda e colher ao acordar (após higienização da genitália) > a amostra vai conter todas as informações e passar uma realidade mais verdadeira. COMODIDADE: coleta aleatória = pessoas que possuem incontinência urinaria, idosos, gestantes, é solicitado que o paciente fique o mais tempo possível com a urina retida e que isso seja mostrado no laudo. TIPOS 1º jato: uretrites, RN e idosos 2º jato: indicada Catéteres/suprapúbica: invasiva Prova de valentine: prostatite PARÂMETROS DO EAS COR DA URINA IDEAL: amarelo claro – escuro VERMELHA: hematúria macroscópica > pielonefrite PRETA: colúria, aumento de bilirrubinas diretas > lesão hepática/ pós hepática VERDE e LARANJA: associada a uso de medicamentos como antibióticos TURVAÇÃO Indicativo de proteinúria e processo inflamatório (maioria dos casos) DENSIDADE Indica a concentração das substâncias sólidas diluídas na urina (maioria = sais minerais). Menos água = maior densidade PH A urina é naturalmente ácida: pH entre 5,5 e 7,0. O pH de forma isolada não é um parâmetro muito importante, pois sendo um produto de excreção, tudo o que acontece no organismo pode alterar o pH urinário (medicamentos, acidose ou alcalose, infecção bacteriana). PROTEÍNA A maioria das proteínas que circula no sangue é grande demais para ser filtrada pelos rins, por isso, em situações normais, não se identifica proteínas na urina. Se houver proteínas: indicativo de lesão renal, pielonefrite e síndrome nefrótica. O exame da urina de 24 horas é normalmente feito para se quantificar com exatidão a quantidade de proteínas que se está perdendo na urina. Nefrite – quantidade menor que 3g/24h de proteína Nefrose – quantidade acima de 3,5g/24h de proteína PROTEINÚRIA: prognostico, já sabe que o paciente tem lesão renal. MICROALBUMINÚRIA : diagnóstico precoce, paciente ainda não tem lesão renal, você que monitorar para saber quando vai ocorrer. GLICOSE Toda a glicose que é filtrada nos rins é reabsorvida de volta para o sangue pelos túbulos renais. Deste modo, o normal é não apresentar evidências de glicose na urina. Se houver glicose (glicosúria): diabetes descompensados ou princípio de insuficiência renal. NITRITO A urina é rica em nitratos. Bactérias na urina: transforma nitratos em nitritos. Nitrito positivo: sinal indireto da presença de bactérias gram negativas que causam ITUS. 2 ANÁLISE LABORATORIAL – EXAME DE URINA | Anna Clara Faria Duarte *Nem todas as bactérias têm a capacidade de metabolizar o nitrato, por isso, exame de urina com nitrito negativo não descarta infecção urinária. HEMÁCIAS Pode ocorrer hematúria microscópica ou macroscópica. Geralmente: ITU’s = micro e glomerulonefrite = macroscópica. LEUCÓCITOS Presença de leucócitos = pus na urina. Em geral, sugere infecção urinária, mas pode estar presente em várias outras situações, como traumas, uso de substâncias irritantes ou qualquer outra inflamação não causada por um agente infeccioso CILINDROS URINÁRIOS O túbulo contorcido distal e o ducto coletor são formados de células renais que produzem uma proteína (tamm-horsfall) que possui a função de englobar partículas estranhas. Essas proteínas ao englobar essas partículas estranhas vão ser liberadas na forma de cilindros (formato do túbulo) na urina. Cilindros só aparecem em alterações renais! TIPOS • Cilindros hemáticos (sangue): Indicam glomerulonefrite. • Cilindros leucocitários: Indicam inflamação dos rins. • Cilindros epiteliais: indicam lesão dos túbulos. • Cilindros gordurosos: indicam proteinúria. CRISTAIS Cristalúria = eliminação excessiva de cristais na urina > propensão a desenvolver cálculos renais. Oxalato de cálcio e ácido úrico são os mais comuns indicativos de formação de cálculos renais. URINA DE 24 HORAS Avaliação mais acurada do grau de proteinúria. Outras substâncias, como sódio, potássio, cálcio, fósforo, amônia, ureia, ácido úrico, magnésio e fosfato, também podem ser indicados. Análise detalhada do funcionamento dos rins > taxa de filtração glomerular. Auxilia a identificar problemas, como insuficiência renal, e apontar as causas dos cálculos renais. Durante a gravidez, o teste aponta o diagnóstico de pré- eclâmpsia, quando confirmada a presença de proteínas na urina. UREIA SÉRICA Metabolização de amônia a nível hepático > liberação de ureia (60% é excretada e 40% reabsorvida). Acúmulo no sangue = azotemia > alteração do equilíbrio ácido básico. O ideal é sempre analisar ureia e creatinina juntos. Aumento de ureia séria indica lesão renal. CREATININA SÉRICA Creatina fosfato: “combustível” que gera esta energia para que os músculos exerçam suas funções. É sintetizada a partir das proteínas da alimentação. Produzida no fígado e posteriormente armazenada nos músculos. Creatinina: ‘’lixo’’ metabólico resultante do consumo constante de creatina fosfato. É lançada na corrente sanguínea e eliminada na urina. (99% é excretada e 1% é reabsorvida). Se os rins não estão conseguem eliminar a creatinina produzida diariamente pelos músculos, eles provavelmente também estão tendo problemas para eliminar diversas outras substâncias. 3 ANÁLISE LABORATORIAL – EXAME DE URINA | Anna Clara Faria Duarte Aumento da concentração de creatinina no sangue = sinal de insuficiência renal. HIPERCREATINEMIA Pré-renal: doenças e lesões musculares, acidose diabética (proteólise) e uso excessivo de diuréticos (desidratação). Renal: doenças renais (lesões glomerulares e tubulares). *Pequeno aumento de creatinina após transplante renal pode indicar rejeição ao órgão. INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO CISTITE Infecção de trato baixo afetando bexiga, em grandes partes dos casos ocorrem manifestação de sintomas como disúria e polaciúria. Causada principalmente por bactérias gram negativas. EAS: • Proteinúria ausente ou (<150mg/24horas) • Hemoglobina + ou ++ • Nitrito positivo (quando urina foi represada) • Leucocitúria leve a moderada • Hematúria leve + • Cristais e cilindros ausentes • Urina com coloração amarelada e aspecto turvo. Pode haver hematúria microscópica discreta. PIELONEFRITE Infecção de trato alto, afetando os rins. O paciente terá mal-estar geral, podendo ter febre, dor em região lombar e sinal de Giordano positivo. Causada principalmente por bactérias gram negativas. EAS: • Proteinúria moderada (1g/24horas) • Hemoglobina ++ • Nitrito pode ser positivo (quando urina foi represada) • Piúria maciça (leucocitúria) • Hematúria leve a moderada. • Cilindros leucocitários granulosos e bacterianos GLOMERULONEFRITE Deposição de imunocomplexos a nível glomerular. Pode acontecer após o desenvolvimento de lúpus eritematoso sistêmico, sífilis secundária e várias doenças inflamatórias que levam à formação de imunocomplexos. Imunocomplexos: proteínas antigênicas ligadas à auto anticorpos que não são filtradas pelos rins e se depositam a nível celular, estimulando mecanismos inflamatórios e ativando o sistema complemento. Sistema complemento muito estimulado = diminuição de proteínas no sangue. O paciente apresenta oligúria, edema ao redor dos olhos, aumento da PA e hematúria. É uma doença reversível. EAS: • Urina vermelha com aspecto hemorrágico • Proteinúria intensa (1,5g a 3,0g/24horas) • Hemoglobina ++++ • Nitrito sempre negativo • Leucocitúria leve • Hematúria maciça • Cilindros hemáticos granulosos e hialinos SÍNDROME NEFRÓTICA Dano irreversível, pacientes evoluem para síndrome nefrótica devido a outras causas. É um distúrbio dos glomérulos (aglomerados de vasos sanguíneos microscópicos nos rins que têm pequenos poros atravésdos quais o sangue é filtrado) em que quantidades excessivas de proteína são excretadas na urina. A excreção de proteína excessiva leva a edema, níveis baixos de albumina de proteína e altos níveis de gorduras no sangue. EAS: • Proteinúria maciça (3,5g/24horas) • Hemoglobina +++ • Nitrito sempre negativo • Leucocitúria leve • Hematúria moderada a maciça • Cilindros adiposos ou gordurosos, hialinos, granulosos e céreos.
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