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O IMPACTO DO MICRO CRÉDITO NA REDUÇÃO DA POBREZA NAS POPULAÇÕES 
DE BAIXA RENDA. ESTUDO DE CASO: BANCO LETSHEGO NO DISTRITO DE 
MOCUBA (2016-2020). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOSSENE JOÃO CHICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOCUBA, 2021 
 
 
 
UNIVERSIDADE ZAMBEZE FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E 
FLORESTAL 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÁRIA E DESENVOLVIMENTO RURAL 
 
 
CURSO DE LICENCIATURA EM ECONOMIA AGRÁRIA 
 
 
 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO 
 
 
 
O IMPACTO DO MICRO CRÉDITO NA REDUÇÃO DA POBREZA NAS POPULAÇÕES 
DE BAIXA RENDA. 
ESTUDO DE CASO: BANCO LETSHEGO NO DISTRITO DE MOCUBA (2016-2020). 
 
 
 
 
JOSSENE JOÃO CHICO 
 
 
 
 
 
MOCUBA, 2021 
 
 
UNIVERSIDADE ZAMBEZE FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E 
FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ECONOMIA AGRÁRIA E DESENVOLVIMENTO 
RURAL 
CURSO DE LICENCIATURA EM ECONOMIA AGRÁRIA 
 
 
O IMPACTO DO MICRO CRÉDITO NA REDUÇÃO DA POBREZA NAS POPULAÇÕES 
DE BAIXA RENDA. 
ESTUDO DE CASO: BANCO LETSHEGO NO DISTRITO DE MOCUBA (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
Supervisor: dr. Héldio Armando 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOCUBA, 2021 
 
Monografia submetida à Faculdade de Engenharia 
Agronómica e Florestal da Universidade Zambézia 
em Mocuba, como requisito parcial à obtenção do 
título de Licenciatura em Economia Agrária. 
DECLARAÇÃO DO AUTOR 
Eu, JOSSENE JOÃO CHICO, declaro por minha honra, que está monografia é o resultado do 
meu próprio trabalho e está a ser submetida para a obtenção do nível de Licenciatura em 
Economia Agrária na Universidade Zambeze. Ela não foi submetida antes para obtenção de 
nenhum nível ou para avaliação em nenhuma outra Universidade. 
 
 
 
 
 
_______________________________________ 
( Jossene João Chico ) 
 
 
 
 
 
 
 
Mocuba, ____ de __________________ de 2021 
 
DEDICATÓRIA 
Aos meus pais João Chico Bonde e Ana António Jonasse por terem me trazido ao mundo com 
muito amor e ternura, que deus os tenha eternamente; 
Aos meus irmãos Vasco, Chica, António, Rosa, Marta, Marcos e Caetano pela simpatia e 
amabilidade que tem por mim; 
Ao meu tio Carlitos António Jonasse, a sua esposa Rebeca Dimas e a minha cunhada Luísa 
Zacarias de Farão pelo apoio material, moral e pela sua disponibilidade financeira em tempos 
críticos durante o curso. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente agradeço à Deus, pela vida, amor, proteção, e privilégio do estudo; 
À meu supervisor dr. Heldio Armando que esteve a par na correcção e orientação efectiva desta 
Monografia; 
À minha família pela presença e pronta intervenção nos meus estudos ao longo do curso; 
Extensivamente, agradeço a todos os docentes do curso de Economia Agrária; 
A todos os meus colegas de turma que me apoiaram em todos os trabalhos e a todos que directa 
e indirectamente, contribuíram para a realização desta Monografia; 
Agradeço. 
EPIGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você não pode fazer nada sobre o passado, a porta 
para o passado foi fechada e a chave jogada fora. Você 
não pode fazer nada sobre o futuro, ela ainda não chegou, 
pós o amanhã em grande parte é determinado por aquilo 
que você faz hoje. Por isso faça o dia de hoje uma obra-
prima-amanhã. (Benjamin Franklin) 
 
 
 
 
 
i 
 
RESUMO 
O presente trabalho subordinado ao tema o Impacto de micro crédito na redução da pobreza 
nas populações de baixa renda, tem como objetivo avaliar o contributo do Banco letshego na 
melhoria de qualidade de vida das populações de baixa renda no distrito de Mocuba, 
especificamente, o trabalho caracteriza o perfil dos clientes do banco, analisa as políticas de 
crédito do banco letshego e por fim mede o contributo do banco na melhoria das condições de 
vida dos mutuários financiados. A seleção de amostra e a recolha de dados foram lançados, 
organizados e tabulados na planilha de Microsoft Excel 2013, analise estatística foi com 
recurso ao pacote IBM SPSS versão 21.0. Quanto a abordagem metodológica, trata se de 
pesquisa qualitativa e quantitativa, para uma amostra de (88 respondentes) e entrevista dirigida 
ao gerente do banco. Dados sobre o perfil dos clientes apontaram que 96,6% dos inqueridos 
são solteiros e 3,4% são casados, o rendimento médio dos clientes é 2 835,22 Mt, do total de 
respondentes, 73,9% desempenha a atividade de comércio e serviços (pequenos negócios). O 
estudo concluiu que o microcrédito tem um impacto positivo na redução de pobreza às 
populações de baixa renda através de provisão de crédito a este grupo de clientes, conclui-se 
ainda que as garantias assumem um papel fundamental na alocação do crédito, na sua maioria 
dos beneficiários são pobres e não tem acesso devido a falta de garantias ajustadas com as 
políticas de crédito do banco Letshego. 
Palavras-Chave: Microcrédito, Pobreza; Baixa renda; Politicas de crédito; Microfinanças. 
 
 
 
ii 
 
ABSTRACT 
The present work on the topic of the Impact of Micro Credit on Poverty Reduction in Low-
Income Populations, aims to assess the contribution of the letshego Bank in improving the 
quality of life of low-income populations in the district of Mocuba, specifically, the work 
characterizes the profile of the Letshego bank's customers, analyzes the credit policies of the 
letshego bank and finally measures the contribution of the letshego bank in improving the 
living conditions of the financed customers. As for the methodological approach, it is a 
qualitative and quantitative research, for the collection of data, surveys (88 respondents) and 
interview guide (for the bank manager) were used with content diversified according to the 
type of intervener. Data on the profile of the clients showed that 96.6% of the respondents are 
single and 3.4% are married, 95.5% acquire the loan through a guarantee of assets and 4.5% 
by salary and the average income of the clients is 2 835.22 Mt. The study concluded that 
microcredit has a visible impact on poverty reduction for low-income populations through the 
provision of credit to this group of customers at low rates, it is also concluded that guarantees 
assume a role in the allocation of credit and part of potential beneficiaries do not have access 
due to the lack of guarantees adjusted with the credit policies of Letshego bank. 
Key words: Microcredit, Poverty; Low income; Credit policies; Microfinance. 
 
 
 
 
iii 
 
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS 
Tabela 3.1. Variáveis em estudo ............................................................................................. 24 
Tabela 4.1. Perfil dos clientes do banco Letshego .................................................................. 25 
Tabela 4.2. Resumo estatístico do perfil dos clientes, variáveis quantitativas ....................... 25 
Tabela 4.3. As actividades econômicas desenvolvidas pelos beneficiários ............................ 27 
Tabela: 4.4. Sustentabilidade do empreendimento ................................................................. 28 
Tabela: 4.5. Ganhos dos clientes após financiamento Banco Letshego ................................. 29 
 
LISTA DE TABELA 
Gráfico 5.1: Benefícios sociais dos clientes financiados pelo Banco Letshego ..................... 30 
 
 
 
 
iv 
 
LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS 
FEAF Faculdade de engenharia agronómica e florestal 
DEADR Departamento de economia agraria e desenvolvimento rural 
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento e Organização das Nações 
ONU Organizações das nações unidas 
BM Banco mundial 
BM Banco de moçambique 
IMFs Instituições microfinanceiras 
FDC Fundo de Desenvolvimento Comunitário 
SCI Secretária da Cooperação Internacional 
INE Instituto nacional de estatística 
FAO Food and Agriculture Organization 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
GLOSSÁRIO 
Microfinanças – são instituições financeirasque prestam serviços e produtos a pessoas de baixa 
renda. 
Microcrédito – é o pequeno valor concedido pelas instituições financeiras. 
Renda – remuneração dos factores de produção: salários (remuneração do factor trabalho), 
alugueis (remuneração do factor terra) juros e lucro (remuneração do factor capital). 
Serviços – denominação dada a conjunto de actividades que se desenvolvem no sector 
financeiro da Letshego prestados aos seus clientes; 
Produto – trata-se de pequenos valores monetários que são fornecidos aos mutuários pela 
microfinança Letshego em forma de cheque, cartão de crédito entre outros. 
 
 
Índice 
RESUMO .................................................................................................................................... i 
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS ..................................................................................... iii 
LISTA DE SIGLAS E ACRÓNIMOS ..................................................................................... iv 
GLOSSÁRIO ............................................................................................................................. v 
I.INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1 
1.1. Contextualização ............................................................................................................. 1 
1.2. Problema e Justificativa .................................................................................................. 2 
1.4. Hipóteses do Estudo ........................................................................................................ 2 
1.5.Objectivos ........................................................................................................................ 4 
1.5.1. Geral ......................................................................................................................... 4 
1.5.2. Específicos ............................................................................................................... 4 
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 5 
2.1. Base teórica ..................................................................................................................... 5 
2.1.2 Microfinanças ........................................................................................................... 5 
2.1.3. Microcrédito ............................................................................................................. 5 
2.2. Diferentes conceitos de pobreza e qualidade de vida ..................................................... 8 
2.3. Micro crédito em Moçambique ....................................................................................... 9 
2.4. Micro crédito e Pobreza .................................................................................................. 9 
2.5. Impacto do microcrédito nas economias....................................................................... 13 
2.6. Evolução das Micro finanças em Moçambique ............................................................ 14 
2.7. Enquadramento legal das Micro finanças em Moçambique ......................................... 16 
2.8. Desempenho social das Microfinanças em Moçambique ............................................. 17 
2.9. Acesso ao mercado financeiro ...................................................................................... 18 
2.10. Principais actividades das Microfinanças ................................................................... 19 
2.11. Literatura focalizada ................................................................................................... 20 
2.11.1 Origem e funcionamento do Banco Letshego ....................................................... 20 
2.11.2. Produtos e Serviços .............................................................................................. 21 
2.11.3 Políticas de crédito ................................................................................................ 21 
2.11.4. Análise e concessão do crédito ............................................................................ 22 
III. METODOLOGIA .............................................................................................................. 23 
3.1. Tipo de pesquisa ........................................................................................................... 23 
3.1.2 Técnicas de colecta de dados .................................................................................. 23 
3.4. Delimitação da Amostra ............................................................................................... 23 
 
 
3.4.1 Universo .................................................................................................................. 23 
3.4.2. Amostragem ........................................................................................................... 23 
IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 25 
4.1. Perfil dos clientes .......................................................................................................... 25 
4.2. Políticas de credito do Banco Letshego para o seguimento de baixa renda ................. 26 
5.1. Conclusões ........................................................................................................................ 31 
5.2. Recomendações................................................................................................................. 31 
VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 33 
APÊNDICES............................................................................................................................ 37 
Apêndice 01. Guião de Questionário dirigido aos mutuários .................................................. 37 
 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
1 
 
 
I.INTRODUÇÃO 
1.1. Contextualização 
O microcrédito teve uma maior visibilidade mundial a partir da década de 70, quando em 
Bangladesh o professor Mohamed Yunnus começou a desenvolver esse tipo de crédito para a 
população e fundou o banco Grameen. Em Moçambique essa modalidade de crédito ganhou 
força nos anos 1992-1995 e se formalizou como uma política pública de redução da pobreza 
(NERI, 2008). 
O microcrédito surge como uma ferramenta de democratização do acesso ao crédito, pois 
sua metodologia consiste na concessão de empréstimos, contínuos e progressivos, de pequenos 
montantes à população de baixa renda, através de um processo simples e menos burocrático, 
geralmente pelo uso do aval solidário como forma de garantia acessível a essas pessoas. 
Segundo NERI (2008), essa modalidade de crédito é compreendida como ferramenta de 
redução da pobreza, pois considera-se que ela possibilita aos tomadores (pessoas de “baixa 
renda”) realizar investimentos em seus pequenos negócios (em geral informais), trazendo-lhes 
maiores rendimentos e, desse modo, sair da condição de pobreza. 
As micro finanças concretizam uma possibilidade de criação de riqueza, e mais-valias na 
economia nacional, na produtividade e no emprego. A criação de um projecto de Micro crédito 
dá resposta a uma dificuldade estrutural de natureza social, política, cultural e a aversão ao 
risco. Infelizmente, ainda existe em Moçambique, uma noção de que as pessoas que começam 
pequenos negócios não são merecedoras de tanta admiração como as que seguem carreiras 
continuadas, no sectorpúblico ou no sector privado. Este preconceito só se conseguirá 
ultrapassar com um acentuado esforço de educação e continuidade ao longo das gerações. 
(NERI; MEDRADO, 2010). 
Neste caso, o sucesso de micro finanças está intimamente ligada a uma política de gestão 
adequada, que começa com a elaboração de estratégias, e análise entre oportunidade e desafios, 
para poder atingir os objectivos traçados. Hoje mais do que nunca os serviços micro financeiros 
devem ter uma gestão de excelência, para poderem acompanhar e integrar na economia 
moderna no mundo globalizado (NERI; MEDRADO, 2010). 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
2 
 
 
1.2. Problema e Justificativa 
O impacto do micro crédito tem sido o centro de debate nos espaços económicos, pois o 
desenvolvimento das zonas rurais necessita de serviços financeiros de crédito que sejam 
convenientes, flexíveis e acessíveis, promovendo acesso as populações de baixa renda. 
(ALVES, P., 2008). 
Constatou-se que, nos últimos anos o surgimento das instituições micro financeiras têm sido 
uma medida de grande importância para reduzir a pobreza que assola todo País como o distrito 
de Mocuba, com enfoque a população de baixa renda. No entanto, mesmo apesar de um 
aumento global de IMFs, ainda são visíveis lacunas ao financiamento de população de baixa 
renda, bem como são ainda questionáveis as transformações na qualidade de vida dos 
mutuários resultantes do financiamento das IMFs. (CASTEL-BRANCO, 2014). Assim, 
coloca-se a seguinte questão: De que forma a oferta de crédito do banco letshego contribui 
para a melhoria de qualidade de vida da população de baixa renda no Distrito de Mocuba? 
A importância da pesquisa reside no facto de efectuar um levantamento das falhas e 
contributos na oferta de serviços microfinanceiros para a população de baixa renda que é o seu 
foco da atuação. O número de IMFs em Moçambique está em crescimento, mas ainda preocupa 
a sociedade, uma vez que a maioria deles está centrada nas principais cidades, dificultando o 
acesso a crédito à população que habita nas zonas rurais, onde constitui o principal polo de 
desenvolvimento. Um dos desafios das instituições micro financeiras na concessão de crédito 
prende-se ao seu papel e a forma como promovem os serviços financeiros, daí que abordagens 
fiáveis, flexíveis, acessíveis e adequadas às iniciativas locais, a partir de reforços de sistemas 
financeiros, seus bens e serviços em cobertura rural de modo a facilitar o acesso de crédito a 
população de baixa renda apresentam melhores respostas aos clientes. 
O presente trabalho irá enriquecer o debate académico, auxiliar os formuladores de políticas 
das instituições financeiras, associações e cooperativas, na percepção do problema, a 
impulsionar o crescimento e desenvolvimento económico no país e em particular no distrito. 
1.4. Hipóteses do Estudo 
H0: O impacto do micro crédito do banco letshego, contribui positivamente no combate a 
redução de pobreza para o melhoramento de qualidade de vida da população de baixa renda. 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
3 
 
 
H1: O impacto do micro crédito do banco letshego, contribui negativamente no combate a 
redução de pobreza para o melhoramento de qualidade de vida da população de baixa renda, 
excluída nas bancas tradicionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
4 
 
 
1.5.Objectivos 
1.5.1. Geral 
 Avaliar o contributo do banco letshego na melhoria de qualidade de vida das populações 
de baixa renda financiados em 2016. 
1.5.2. Específicos 
 Descrever o perfil dos clientes financiados pelo banco letshego em Mocuba 2016; 
 Analisar as políticas de crédito do banco letshego para o seguimento de baixa renda; 
 Medir o contributo do banco letshego na melhoria das condições de vida dos clientes 
financiados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
5 
 
 
II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1. Base teórica 
2.1.2 Microfinanças 
Segundo LEDGERWOD (1999), microfinanças é uma abordagem de desenvolvimento 
económico projectada para beneficiar pessoas de baixa renda e recorre à provisão de serviços 
financeiros que podem incluir crédito, poupanças, seguro e serviços de pagamento. As 
microfinanças referem-se às facilidades de empréstimos e poupanças que instituições como 
bancos rurais, cooperativas de crédito e ONGʾs concedem créditos para negócios de pequena 
escala (CAVALCANTI 1998, apud, Colodeti, 2011). 
O mesmo autor realça que, as microfinanças são especializadas no fornecimento de serviços 
financeiros àqueles que não têm acesso a serviços oferecidos pelos bancos comerciais, servindo 
assim como um meio para o empoderamento do pobre e por conseguinte permitir a ocorrência 
do desenvolvimento. São consideradas famílias ou população de baixa renda aquelas que 
possuem renda mensal por pessoa (renda percapita ) de até meio salário mínimo ou renda 
familiar de até três salários mínimos. 
2.1.3. Microcrédito 
Existe uma série de actividades com uma lógica de funcionamento semelhante ao micro 
crédito, embora tenham a ver com outro tipo de serviços financeiros, pertencendo, assim, à 
esfera micro finança, tal como o micro crédito. Interessa, assim, esclarecer os conceitos de 
micro crédito e de micro finança, de modo a evitar a confusão entre os conceitos. (MARTINS 
et al. 2002, p. 61). 
Não existe consenso absoluto na literatura que trata do tema, sobre os conceitos de micro 
finanças e micro crédito. Muitas vezes, eles são tratados como sinónimos, cabendo a alguns 
autores e entidades fazerem uma ou outra distinção (BARONE; SADER, 2008). 
De acordo com SILVA (2002), micro finanças refere-se ao fornecimento aos mais pobres, 
de serviços financeiros variados que, adequadas as suas próprias necessidades, objectivam, 
também, uma alternativa de combate à pobreza. Entre esses serviços estão os micro 
empréstimos, os micros seguros, as micro poupanças, etc. 
De acordo com CAVALCANTI (2003), Micro finanças é a concessão de um conjunto de 
serviços financeiros de pequena escala a famílias pobres que podem assumir a forma de 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
6 
 
 
pequenas poupanças, créditos, seguros, transferências e de capital de risco. O micro finança, 
num sentido lato, pressupõe a atribuição de serviços como: 
A concessão de micro crédito ou de pequenos empréstimos (podendo ser mesmo de taxa zero 
ou com baixas taxas de juro); 
 A constituição das relações informais entre credores e investidores; 
 A concessão de garantias (de grupo ou de poupança obrigatória); 
 Apromoção de pequenas poupanças com taxas de juro atractivas; 
 A constituição de micro seguro, como mecanismo de salvaguarda para as famílias mais 
pobres; 
 A concessão de financiamentos de força de trabalho ou em géneros a iniciativas 
produtivas; entre e outras. 
Micro crédito entende-se exclusivamente a concessão de empréstimos, de pequeno 
montante, que se destinam a promoção do aumento de rendimentos, à criação de emprego e ao 
alívio da pobreza dos seus beneficiários, bem como o financiamento do arranque ou da 
expansão de microempresas ou simplesmente de pequenas actividades de geradoras de 
rendimento (BARONE; SADER, 2008). 
Apesar de micro crédito não criar imediatamente um potencial económico, este é um meio 
para atingir, pois os serviços de crédito proporcionam-lhes a utilização de capital antecipado 
para o consumo ou para investimento em actividades produtivas, impelindo os beneficiários a 
utilizar o seu potencial humano em actividades mais lucrativas, que promovem geração de 
rendimentos (CASTEL-BRANCO, 1996). 
O conceito de Micro crédito nasceu no Bangladesh, nos finais dos anos 70, com o Professor 
de Economia Rural, Muhammad Yunus e o Grameen Bank (Índia), “O Banco das ideias” que 
tinha como premissa básica, a criação de um sistema bancário baseado no mutualismo, na 
confiança, participação e criatividade, concedendo empréstimos de baixo valor a pequenos 
empreendedores informais e microempresas sem acesso ao sistema de crédito tradicional, 
principalmente, por não oferecerem garantias reais (NERI; MEDRADO, 2010). 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
7 
 
 
O Micro crédito, muitas vezes é utilizado para designar instrumentos diversos como o 
crédito agrícola ou rural, o crédito cooperativo, o crédito ao consumo, crédito e empréstimos 
associativos ou mutualistas (CASTEL-BRANCO, 1996). 
Segundo Muhammad Yunus e o GrameenBank, existem várias classificações e categorias 
de Micro Crédito, cujas características são: 
 Promover o crédito como um direito do Homem; 
 Conceder crédito dirigido aos pobres, especialmente mulheres, tendo por missão ajudar 
as famílias pobres a ultrapassar o limiar da pobreza; 
 Basear-se na confiança e não em garantias reais ou contratos judicialmente acionáveis; 
 Créditos concedidos para a criação de auto emprego através de actividades geradoras 
de rendimentos, bem como à habitação para os pobres, por oposição ao crédito ao 
consumo; 
 Desafiar os bancos convencionais que rejeitam os pobres por não os considerar dignos 
de um crédito, o Grameen rejeita a sua metodologia e criou a sua própria metodologia; 
 Providenciar serviços ao domicílio baseado no princípio de que o banco deve ir ao 
encontro dos indivíduos; 
 Os bancos hoje em dia, já começam a admitir que o micro crédito é viável, desde que 
as capacidades da pessoa em causa sejam acima da média, tenha um excelente projecto 
de negócio e um eficaz acompanhamento durante os primeiros períodos do negócio, 
podendo a curto prazo ter sucesso e gerar rendimentos que permitam pagar os 
empréstimos contraídos. 
 O Micro crédito deve ser encarado como instrumento e ferramenta do combate à exclusão 
social e como factor impulsionador de desenvolvimento (NERI, 2008). 
O Micro crédito é particularmente destinado a quem não possui garantias que possam servir 
de colateral ao empréstimo envolvido. Cabe à Sociedade civil, Bancos, Governos e 
Organizações não-governamentais mentalizarem-se de que um projecto de Micro crédito não 
é uma iniciativa de solidariedade, mas sim um projecto que aposta no espírito empreendedor e 
de inovação das pessoas economicamente excluídas no âmbito de uma estratégia de 
responsabilidade social (NERI, 2008). 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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2.2. Diferentes conceitos de pobreza e qualidade de vida 
O conceito de pobreza é complexo de se definir. A pobreza pode ser definida de acordo com 
um vasto conjunto de indicadores e factores que originam vários conceitos e várias formas de 
analisar o problema (WHITE, KILLICK e KAYIZZI-MUGERWA, 2001), embora com uma 
característica comum: a pobreza engloba uma preocupação com, os recursos materiais de uma 
pessoa, em especial o seu rendimento, por um lado e, por outro lado, com os reais resultados 
em termos de padrões de vida e actividades (NOLAN e WHELAN, 1996). 
A pobreza pode definir-se com base em 2 conceitos: insuficiência material e insuficiência 
não-material. Por insuficiência material compreende-se os baixos rendimentos e 
consequentemente, o baixo consumo. A insuficiência não-material engloba a falta de acesso à 
saúde e ao ensino, a falta de oportunidades económicas, exclusão social e vulnerabilidade e 
insegurança (ABBOTT, 2007). 
De acordo com BARROS, HENRIQUE e MENDONÇA (2000, P. 124), Para se analisar a 
pobreza em determinada região ou País podemos usar determinados indicadores, como por 
exemplo, o rendimento e o consumo. Mas com essa análise não podemos afirmar com certeza 
se é pobre ou não, apenas podemos afirmar que tem rendimentos inferiores à média. Uma 
família com rendimentos superiores à média, pode ser pobre, basta que não tenha capacidade 
para gerir esses rendimentos. 
De acordo com o autor acima citado, qualidade de vida é o método utilizado para medir as 
condições de vida de um ser humano ou é um conjunto de condições que contribuem para o 
bem físico e espiritual dos indivíduos em sociedade, além de relacionamentos sociais; saúde, 
educação, poder de compra, habitação, saneamento básico e outas circunstâncias da vida. 
De acordo com GALBRAITH, (2018), as metas político-económicas e sociais não deveriam 
ser perspetivadas tanto em termos de crescimento econômico quantitativo e de crescimento 
material do nível de vida das populações de baixa renda, mas sim de melhoria em termos 
qualitativos das condições de vida dos mesmos. Porém, qualidade de vida é diferente de padrão 
de vida, e muitas pessoas confundem os termos. Padrão de vida é uma medida que quantifica 
a qualidade e quantidade de bens e serviços que determinada pessoa ou grupo pode ter acesso. 
 
 
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O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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Qualidade de vida foi um conceito criado pelo economista J.K. Galbraith, em 2018, que 
veicula uma visão diferente das prioridades e efeitos dos objetivos econômicos de tipo 
quantitativo. 
2.3. Micro crédito em Moçambique 
O Micro crédito tem desempenhado um papel activo no combate a redução do índice de 
incidência da pobreza, neste momento o impacto é mais notório nas zonas rurais, onde a taxa 
passou de 70,5%, para 54,6%10, esta redução reflecte-se no melhoramento das condições de 
vida da população, sobretudo na provisão dos serviços sociais básicos. Actualmente, 70,5% 
dos agregados familiares tem um mercado ao alcance em menos de uma hora de caminhada. 
Em Moçambique observa-se o crescimento do movimento de cidadãos das zonas rurais para 
cidade, e o aumento dos níveis de desemprego e pobreza (COUTINHO, 2007). 
2.4. Micro crédito e Pobreza 
O reconhecimento da relevância do micro crédito para a redução da pobreza e desigualdade 
socioeconômica motivou instituições internacionais de grandeimportância, como Banco 
Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Organização das Nações Unidas 
(ONU) a se mobilizarem no sentido de apoiar financeiramente e operacionalmente este sector 
macrofinanceiro. Em 2005 a ONU decretou o ano do microcrédito e promoveu a Primeira 
Conferencia de Microcrédito, evento de abrangência mundial com a intenção de atingir em 
nove anos 100 milhões de famílias dentre as mais pobres do mundo (GIL et al, 2008). 
Segundo Barone et al (2002), o microcrédito representa um elemento imprescindível ao 
desenvolvimento econômico local. A prática desta modalidade de crédito nas regiões carentes 
de maneira sustentada e continuada é essencial a redução da pobreza. Isto porque negócios, 
que não tinham acesso a crédito ou pagavam altas taxas a agiotas, passam a poder contar com 
este importante instrumento para o seu progresso. 
Possibilita, ainda, a elevação da renda, e por consequência, o consumo (principalmente das 
famílias de renda mais baixa) e incrementa os níveis de ativos e práticas gerenciais dos mico 
empreendimento. Pode-se acrescentar que o fato de conceder o microcrédito em regiões menos 
desenvolvidas contribui para a redução das desigualdades socioeconômicas (BARONE et al, 
2002, P. 22). 
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O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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Para Constanzi (2002) esta modalidade de crédito permite a redução da pobreza e inserção 
social porque amplia a disponibilidade de ativos produtivos em poder dos pobres e excluídos 
sociais. O autor compara a relevância do acesso ao crédito com a importância do capital 
humano e educação como ativos produtivos para a redução da pobreza. 
Uma parte da renda disponível de um agente econômico é poupada e outra é utilizada para 
o consumo de bens e serviços. Nas camadas mais baixas da pirâmide social e empresarial, onde 
as atividades produtivas são de subsistência na maioria dos casos, geralmente a renda 
disponível é utilizada em sua totalidade no consumo. A ampliação dos rendimentos advinda do 
microcrédito aumenta a renda disponível e é utilizada em sua maioria no consumo. Neste caso, 
gera um efeito multiplicador de renda, que quando ocorre em cada local ou região e se estende 
por todo o país, impacta a renda nacional. O crescimento da demanda pode induzir o aumento 
da oferta e ampliar empregos e riqueza em geral (BARONE; ZOUAIN, 2004). 
Conceição (2005, p 49) por sua vez, defende que os resultados positivos advindos da 
concessão do microcrédito transcendem o indivíduo e sua família, estendendo-se ao bairro, à 
localidade e se transforma em um elemento importante à economia Moçambicana. Ele ainda 
defende que esta modalidade de empréstimo é parte integrante das estratégias de 
desenvolvimento local, na forma de alternativa viável para a reconstituição de vínculos 
produtivos entre agentes econômicos, comunidades e instituições governamentais. 
No entanto apesar de tantos benefícios que esse tipo de instituição pode trazer à sociedade, 
seu potencial ainda está sendo subutilizado em Moçambique, principalmente em comparação 
à outros países (Y representa a renda disponível; C representa o consumo e P representa a 
poupança). (MONZONI, 2006). 
Segundo Monzoni (apud Banco Mundial 2004, p. 53), Moçambique, dentre os países da 
Região, é o que apresenta a menor penetração do microcrédito, com apenas 2% dos clientes 
em potenciais atendidos. Enquanto no Botswana atende-se 27% e em África do Sul chega a 
69% do público-alvo deste tipo crédito. Além disto, de acordo com (PARENTE 2002, P. 31), 
95% dos mico empreendedores Moçambicanos não tem acesso ao crédito. 
O microcrédito ainda não conseguiu atingir de forma significativa os níveis mais baixos da 
pirâmide social, não aproveitando assim o seu potencial de combater a pobreza de forma 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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eficiente (BARONE et al, 2002, p. 27). Nas palavras deste autor, as instituições enfrentam 
problemas estruturais conforme: As organizações microfinanceiras Moçambicana enfrentam 
deficiências de gestão, envolvendo desde a falta de visão de futuro, pouco conhecimento de 
estratégias de mercado e de sistemas de informação contábil, operacional e gerencial, e 
formação insuficiente de recursos humanos. A produtividade dos agentes de crédito ainda é 
muito baixa na maioria dessas entidades, o que significa que as tecnologias microfinanceiras 
ainda não estão consolidadas e disseminadas (BARONE et al, 2002, p. 8). 
Para chegar a resultados desejáveis, é necessário o domínio e difusão de tecnologia 
microfinanceira, melhorias no que diz respeito à capacitação dos recursos humanos, 
instrumentos de gestão e sistemas de informação, melhorias no marco regulatório para 
propiciar o crescimento da oferta e pensar em modelos apropriados para pequenos municípios. 
O Estado deve dar suporte a outros agentes sejam da sociedade civil ou entidades privadas que 
se dispõem a contribuir para o atendimento de algumas dessas necessidades do sector de 
microcrédito (BARONE et al, 2002, P.8). 
Ainda sobre esta questão, Barone et al (2002, p. 9) defende a importância da intervenção do 
Estado na estrutura do sistema financeiro, na sua capacidade de atender aos mais pobres e na 
alocação de parte de suas poupanças, através de bancos públicos, em microcrédito. 
Desta forma fica evidente o papel do microcrédito na contribuição para a redução da 
pobreza, no entanto, este não pode ser considerado a panaceia na resolução deste problema tão 
complexo. A disponibilização de recursos financeiros, mesmo que orientado, é apenas um dos 
elementos de combate à pobreza, que ocorre através do fortalecimento dos mico 
empreendimento. Além da carência de crédito existem outras dificuldades enfrentadas pelos 
microempresários, como a dificuldade de acesso aos mercados, dificuldade de acesso às 
tecnologias e a dificuldade de acesso ao conhecimento e à informação em geral 
(PARENTE,2002, P. 129). 
a) Conceito e características do microcrédito 
Os empréstimos tradicionais têm pouca acessibilidade para os mais necessitados e o seu 
retorno apresenta taxas reduzidas. As razões para os retornos destes empréstimos nem sempre 
se verificarem estão relacionadas com características inadequadas do projecto, bem como a 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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falta de incentivo e politização, que fez com que os beneficiários do crédito vejam como 
políticas de generosidade (LIPTON et al, 1997). 
Segundo YUNUS, o microcrédito consiste na concessão de empréstimos de pequenos 
montantes aos mais pobres, sem exigência de garantias reais. Na sua forma mais comum, este 
empréstimo é concedido para financiar uma actividade produtiva do beneficiário do 
empréstimo, com o objectivo de gerar ou aumentar o seu rendimento (YUNUS, 2008; 
BARONE e al, 2002). 
O microcrédito pode ser caracterizado com base em três grandes dimensões (MATOS, et al, 
2010): 
a) Inclusão Activa: Permite que os intervenientes do projecto auxiliem no reforço da coesão 
social das comunidades e em paralelo reforçam a capacitação dos homens e mulheres dessas 
comunidades; 
b) Promoção de desenvolvimento: é um instrumento de desenvolvimento,através da criação 
de emprego e da iniciativa empreendedora de pequena dimensão; 
c) Animação das economias local: como se adapta às realidades territoriais de uma forma 
mais eficaz do que outras medidas de política social, é um instrumento essencial no incremento 
das economias locais. 
De acordo com as suas dimensões, o microcrédito é visto como uma forte política de 
combate à pobreza e à exclusão social. Yunus (2008), defende a ideia que o microcrédito é um 
programa de mudança social, proporcionando aos mais pobres instrumentos para que exerçam 
a sua capacidade de produzir. 
 
b) Tipos de microcréditos de acordo a sua tipificação 
Existem hoje várias espécies de microcrédito, que se divide basicamente em dois tipos 
principais: o tipo original, tal como concebido por Muhammad Yunus, que se destina a reduzir 
a pobreza, e o tipo comercial, que é o modelo adotado pelo mundo inteiro. Este último é um 
instrumento de financiamento para microempresas e empresários informais (CASTEL-
BRANCO, 2014). 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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2.5. Impacto do microcrédito nas economias 
Ao longo dos anos vários estudos foram realizados com o objectivo de responder à questão 
“será que o microcrédito ajuda realmente no combate à pobreza?” Os diferentes estudos 
chegam a diferentes conclusões, criando correntes que defendem que o microcrédito tem 
impactos positivos no combate à pobreza, e correntes contraditórias, embora os diferentes 
estudos apresentem as suas limitações, não podendo portanto afirmar-se que exista um estudo 
conclusivo que indique uma certeza standard. No entanto, se a proposição for somente 
aumentar o rendimento dos pobres e o consumo, então podemos afirmar que o microcrédito e 
as microfinanças, na realidade, funcionam. Sejam os serviços financeiros ou não uma 
ferramenta para tirar as pessoas da pobreza, são ferramentas essenciais para ajudar estes a lidar 
com a pobreza. Eles usam os empréstimos e as poupanças para emergências ao nível da saúde, 
para apostar na educação e para investir em oportunidades que surjam (ROSENBERG, 2010). 
Como já se referiu, foi o microcrédito que proporcionou a estas pessoas o empréstimo 
necessário para poderem investir no seu desenvolvimento económico e social, pois em 
situações normais estas pessoas não conseguiriam recorrer ao crédito tradicional, por falta de 
garantias. Com base no estudo realizado por Abhijat Banerjee e Esther Duflo, economistas do 
MIT, chega-se à conclusão que aqueles que já tinham um pequeno negócio aumentaram o seu 
lucro, no entanto não havia nenhum impacto positivo na saúde, educação e no aumento do 
poder de decisão da mulher. Também se verificou que muitos dos empréstimos não eram 
aplicados para criar um negócio, mas eram investidos no consumo ou para pagar outros 
empréstimos que tinham a decorrer. Nesta situação, os empréstimos não tiram os seus 
beneficiários da pobreza. Assim, as famílias pobres simplesmente se tornam mais pobres pela 
sobrecarga da dívida (HULME e MOSLEY, 1996). 
Outras teorias defendem que a maioria dos clientes do microcrédito aposta em actividades 
de negócios. O auto-empregado muitas vezes não tem capacidade e ocupa várias operações em 
baixa escala (BANERJEE e DUFLON, 2006). Com estas características as suas actividades 
pertencem a mercados com baixas barreiras de entrada e muita competitividade, como é o caso 
de em Moçambique as mulheres apostarem na venda de produtos de mercearia e vestuário, e 
têm baixas produtividades, o que não geram cashflows suficientes para saírem da pobreza. Para 
estas teorias, era preferível que, em vez de se emprestar para actividades pequenas, se 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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financiassem actividades que gerassem emprego a várias pessoas. Assim, para estes, a criação 
de emprego é a solução (ROSENBERG, 2010). 
2.6. Evolução das Micro finanças em Moçambique 
Em Moçambique as micro finanças surgem quando particularmente após os acordos de paz 
em 1992. Apesar do sucesso das experiências do GrammenBank (Bangladesh), Banco Sol 
(Bolívia) e Rakiat na Indonésia, os empreendedores em Moçambique pouco acreditavam no 
desenvolvimento desta actividade no país. Consequentemente, quando a WorldRelief anunciou 
em 1993 que iria começar uma operação de pequenos bancos nas vilas com intenção de atingir 
o mais pobre dos pobres, os investidores encararam a ideia com muito cepticismo (DE 
VLETTER,1999:2). 
Segundo o mesmo autor, nesta fase, as micro finanças eram uma variável pouco valorizada 
associada à transição das organizações não-governamentais dos programas de emergência para 
programas de desenvolvimento que tipicamente abrangiam um número integrado de 
componentes, tais como treinamento para negócios, crédito (habitualmente subsidiado), 
treinamento de habilidades e extensão agrícola. 
O conceito de Micro finança se fortalecesse em 1995, tendo como intervenientes principais 
a AJM actualmente Secretaria da Cooperação Internacional (SCI) e a Cooperação Suíça para 
pesquisadas formas tradicionais de crédito e de poupança em Moçambique, tendo como missão 
primária, o apoio ao lançamento de um projecto-piloto de Micro crédito para futuros micro 
empresário, tendo como sector alvo a Educação e Saúde, consoante os resultados e eficácia das 
actividades realizadas, passar-se-ia para uma Instituição vocacionada ao sector da Micro 
Finanças (MIGUEL, 2014). 
O Decreto do Conselho de Ministro nº 53/98, autoriza a abertura da primeira Instituição de 
Micro Finanças em Moçambique (Tchuma), tendo como capital social 70.000.000,00mt 
(Setenta Milhões de Meticais) e como accionistas institucionais o Fundo de Desenvolvimento 
Comunitário (FDC) e a SCI (Banking Sector Survey in Mozambique, KPMG, 2003). 
Actualmente, o Novo Banco é a maior Instituição de Micro finanças a operar em 
Moçambique, mais especificamente na área do Micro crédito. O Novo Banco detém cerca de 
19% do total dos clientes das Micro Finanças e 46% do total da respectiva carteira de crédito. 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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Seguem-se o SOCREMO e TCHUMA que completam a lista das instituições de Micro finanças 
operando numa base comercial (DE VLETTER, F., 2006). 
Em Moçambique, o sector de Micro finanças é ainda muito deficitário, em 2008 apenas 
contava com 55000 clientes e uma carteira de 15,4 milhões de USD. Moçambique é um país 
em fraco desenvolvimento; isto deve-se ao facto de Moçambique possuir um sistema financeiro 
pouco desenvolvido, um défice de crescimento e graves disparidades sectoriais e espaciais 
entre Maputo e o resto do país. A conjuntura financeira está marcada por uma redução da 
desvalorização do metical e por uma progressiva verticalização da economia (DE 
VLETTER,1999:2). 
No que diz respeito a créditos bancários, as taxas de juros praticadas pelos bancos são 
bastantes elevadas e situam-se na ordem dos 31%, criando na maior parte das vezes o 
sentimento de exclusão social por parte das famílias e pessoas que não possuíam garantias 
financeiras e patrimoniais para recorrerem o crédito tradicional (MIGUEL, 2014). 
O sector bancário formal caracteriza-se por uma forteconcentração de quatro bancos 
(BIM,Banco Austral, BCI, Standard Bank) que concentram 93% do activo. No sector informal 
as famílias tem optado pela prática do (xitique), em detrimento do depósitos nos Bancos 
(MIGUEL, 2014). 
Em Moçambique, como em qualquer outro país em vias de desenvolvimento, as mulheres 
são alvos fáceis da exclusão social, uma vez que ainda existem alguns preconceitos no seio das 
sociedades africanas. Mas em Moçambique, cabe ao sector da Micro finanças ajudar a 
contornar a situação. A elevada taxa de mulheres, pode ser um indicativo que as Instituições 
de Micro finanças estão abranger as camadas mais pobres e desfavorecidas de Moçambique, 
ao mesmo tempo que está ater um impacto na melhoria das condições de vida dos agregados 
familiares, em particular dos agregados chefiados por mulheres (ZELLER e MEYER, 2002). 
São motivos para esta maior canalização de micro crédito para as pessoas de sexo feminino, 
os seguintes: 
 Por razões genéticas e sociais, as mulheres têm menos oportunidades de emprego no 
sector formal e em face disso, elas dedicam-se, para além, de actividade domésticas a 
outras de rendimento mas de pequena escala (autoemprego); 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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 A maior parte delas desenvolvem as suas actividades dentro do sector informal, e 
sobretudo, a actividade comercial, que por sinal é a que apresenta as maiores taxas de 
giro do capital; 
 As mulheres apresentam uma menor taxa de delinquência, comparativamente aos 
homens, cujas taxas de reembolsos são muito baixas. 
As mulheres a quem está a ser atribuída a igualdade de acesso ao sistema de financiamento do 
Micro crédito, não só têm provado que são pessoas idóneas e cumpridoras nos reembolsos, 
como excelente micro empresárias. Em consequência, elevaram o seu estatuto, diminuíram a 
dependência em relação aos seus maridos, investiram nas suas casas e reforçaram a nutrição 
dos seus filhos. A maior parte destas mulheres são comerciantes informais, pequeno micro 
empresárias do sector industrial e de algumas organizações ligadas ao sector de prestação de 
serviços (DE VLETTER,1999:2). 
2.7. Enquadramento legal das Micro finanças em Moçambique 
O enquadramento legal das Micro Finanças em Moçambique pode ser caracterizado de duas 
maneiras distintas: Micro Finanças autorizadas a captar depósitos e Micro Finanças autorizado 
apenas a conceder crédito (DE VLETTER,1999:2). 
Quanto às Micro Finanças autorizadas a captar depósitos, ou seja a realização de operações 
bancárias restritas, nos termos definidos pela lei 9/2004 (lei das Instituições de Crédito e 
Sociedades Financeiras) de momento ainda não carece de uma legislação específica (em 
preparação). Em relação às Micro finanças autorizado apenas a conceder crédito hoje estão 
regulamentadas pelo Decreto nº47/98 de 22 de Setembro e pelo aviso 1/GGBM/99, que fixa 
fundos mínimos a afectar no exercício das Micro finanças. Foi estabelecido no Decreto nº 47/98 
um montante de 50 Milhões para Entidades autorizadas a desenvolver actividade de Micro 
Finanças, o montante dos créditos não pode exceder ao valor declarado ao BM, alocado à sua 
actividade, devendo aplicar taxas de juros livres. Micro Finanças em Moçambique é 
caracterizado como actividade que consiste na prestação de serviços financeiros 
essencialmente em operações de reduzida e média dimensão (DE VLETTER,1999:2). 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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2.8. Desempenho social das Microfinanças em Moçambique 
As microfinanças são um instrumento de superação das restrições financeiras e correlativas 
dos pobres, para que as suas capacidades se possam desenvolver. Esta actividade de inclusão 
financeira deve ser sustentável e pode ser rentável (MIGUEL, 2014). 
O conceito de Microfinanças refere-se à prestação de serviços financeiros (créditos de tipo 
diverso, depósitos, alicações de poupanças, seguros, etc.) envolvendo montantes unitários 
reduzidos, às entidades, individuais ou colectivas, formais e informais, de baixo rendimento, 
que por essa razão estão (ou estavam) excluídas do sistema bancário tradicional 
(LEDGERWOOD, 1999). 
Na sua génese as IMFs são um instrumento institucional de redução e eliminação da 
pobreza, qualquer que seja a abrangência das insuficiências consideradas (necessidades 
fisiológicas básicas para a sobrevivência; ou estas mais o acesso a serviços sociais básicos de 
saúde, educação, etc.; ou estas mais o acesso aos direitos jurídicos, informacionais, etc., que 
são paradigmáticos dum estádio civilizacional) (SHARMA e all, 2003). 
Para Yunus (2000), citado por Prado (2002), a quem se deve o relançamento e a 
popularização do microcrédito, desde as experiências iniciadas em 1976, no Bangladesh e que 
resultaram na criação em 1978 do Grameen Bank, a premissa base é a seguinte: não é a carência 
de valores e capacidades que torna os pobres pobres, mas sim o facto de essas capacidades 
permanecerem inutilizadas ou subutilizadas. 
O modelo Grameen assenta nos mesmos princípios que as Associações do Pão, criadas por 
Raiffeisen em 1846, ou as Caisses Populaires, criadas por Desjardins em 1900, ou os Fundos 
de Ajuda, criados por Walter Krump em 1953: empréstimos e poupança por pequenos grupos 
de pessoas, que se conhecem, se apoiam e aceitam a caução mutualista para cobrir o risco de 
uma delas não reembolsar o seu empréstimo (YUNUS, 2000 apud PRADO, 2002). 
Para Yunus(2000), as IMFs operam a partir da disponibilização de recursos financeiros 
reunidos num fundo destinado a empréstimos. O fundo pode provir de fontes diversas, desde 
doações a fundo perdido a investimentos financeiros. O leque de produtos oferecidos pelas 
IMFs é variável, mas de comum todas anunciam ter como mercado-alvo a população pobre e 
não servida pelo sistema financeiro clássico. Em termos estritamente financeiros, a IMF exerce 
uma função de intermediação entre os financiadores e os clientes, para o que procuram reduzir 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
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os custos da transacção e avalizar, em última instância e da melhor forma possível, os 
beneficiários dos empréstimos (LEDGERWOOD, J. 1999). 
Dadas as características da população alvo, as IMFs actuam, em regra, com grande 
proximidade geográfica, através de agências locais ou de “banqueiros ambulantes” (Servet, 
1996), e adequação ao contexto cultural e religioso. Enquanto instrumentos de inclusão 
financeira, os serviços das IMFs devem ser adaptados às necessidades de uma população 
económica e/ou socialmente marginalizada – empréstimos reduzidos, reembolsos irregulares e 
frequentes, necessidade de formação e capacitação social dos beneficiários, etc. 
(LEDGERWOOD, J. 1999). 
Por não poderem oferecer garantias materiais nem o penhor de rendimentos futuros, os 
instrumentos usuais de avaliação e cobertura do risco não funcionam. A idoneidade creditícia 
assenta no juízo de confiança do potencial cliente. A probabilidade de sucesso do investimento 
projectado aumenta com o desenvolvimento do capital humano e do capital social, através do 
desenvolvimento de competências profissionais, de liderança e relacionais. Por isso as IMFs 
são tambémagentes de desenvolvimento social (LEDGERWOOD, J. 1999). 
Segundo a FAO (2002), quando não são subsidiadas, as taxas de juros das IMFs são em 
geral altas, mas muito inferiores às praticadas pelos agiotas. As razões têm a ver com os custos 
de transação decorrentes de empréstimos reduzidos e em grande número, necessidade de 
proximidade local, apoio em acções de capacitação, etc. O crédito mal parado é em geral muito 
baixo, sendo comuns taxas de reembolso superiores a 95%. 
2.9. Acesso ao mercado financeiro 
O pouco acesso dos mais pobres a sistemas de financiamento, na maioria das vezes, está 
ligado a problemas de assimetria de informação entre financiadores e seus clientes. Muitas 
vezes, não existem informações suficientes, ou mesmo precisas, sobre os agentes a serem 
beneficiados, criando uma situação de riscos nos investimentos. Uma forma alternativa a esse 
tipo de risco concentra-se na exigência de colaterais (como bens físicos) por parte do 
financiador. Entretanto, a maioria das pessoas que se encontram mergulhadas na pobreza é, 
frequentemente, excluída dos mercados financeiros tradicionais, por não possuir tais garantias 
(COSTA apud BM, 2001). 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
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Os factores que dificultam o acesso dos pobres ao financiamento são os custos de transação 
para pequenos empréstimos (relativamente altos). Além disso, em áreas de baixa densidade 
populacional, o acesso físico a serviços bancários pode ser muito difícil. Tudo isso leva os 
bancos convencionais a considerarem que a prestação de serviços aos pobres, com o uso de 
práticas tradicionais de financiamento, não é lucrativa (COSTA apud BM, 2001). 
Para colmatar esta deficiência, os pobres recorrem as alternativas informais tais como 
empréstimos familiares, clubes de poupanças ou outros tipos de empréstimos, pese embora em 
limitadas quantidades ou mesmo disponibilizados a taxas de juros exorbitantes. Assim, o 
desafio é assegurar o acesso à maioria dos pobres aos serviços financeiros, e como opção 
surgem os SMF’s. Pois, os pobres usam os serviços financeiros não só para investimento nas 
actividades microempreendedores mas também, investem na saúde e educação, na gestão das 
emergências familiares, e para resolver muitas outras necessidades que possa ter 
(LITTLEFIELD, 2003). 
2.10. Principais actividades das Microfinanças 
Segundo LEDGERWOOD (1999), as actividades de micro finanças normalmente 
envolvem: 
 Empréstimos pequenos, tipicamente para o capital de trabalho (fundo de maneio); 
 Empréstimos pequenos, para ampliação de negócios; 
 Avaliação informal dos mutuários e de investimentos; 
 Substituição de garantias de crédito tais como grupos solidários ou poupanças 
obrigatórias; 
 Permite a repetição e aumento de empréstimos, baseado na performance dos 
reembolsos; 
 Facilidade de crédito e monitoramento; 
 Produtos de poupanças assegurados. 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
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2.11. Literatura focalizada 
2.11.1 Origem e funcionamento do Banco Letshego 
Letshego é um termo em Setswana, que significa apoio; instrumento tradicional (tripé), 
usado para apoiar panelas quando se cozinha ou aquece água em cima do lume. Do mesmo 
modo, o Banco Letshego dá apoio a clientes para vários objectivos. Pessoas de pouca renda, 
pobres, consumo geral, educação, reabilitação de casas, artigos domésticos etc, melhorando 
assim o padrão de vida dos seus clientes (MARCONI, 2007:86). 
Letshego identificou um nicho no mercado, onde, os Bancos Comerciais não estavam a dar 
solução ideal. Implantou-se como Instituição de micro financeira com enfoque especial para 
todos os agentes e funcionários públicos, que são os seus clientes alvos. (Vincent, 2002). 
O Grupo Letshego nasceu em Botswana em 1998 como a primeira instituição formal de 
micro finanças e, está sedeado actualmente em Botswana. Dada a inovação dos produtos e 
competência na prestação de serviços aos seus clientes, o Grupo Letshego expandiu os seus 
negócios para outros países da região, tendo nos últimos anos se integrado nos mercados 
financeiros da Tanzânia, Maputo, Swazilândia, Uganda, Zâmbia e Namíbia e Nampula. 
(VINCENT, 2002). 
Os capitais do Grupo Letshego estão listados na Bolsa de Valores do Botswana como uma 
das empresas de referência, sendo considerada a principal empresa de crédito ao consumo. O 
Grupo Letshego tem actualmente mais de 2.300 acionistas. Entre os acionistas de referência 
incluem-se organizações internacionais, como a IFC (membro do Grupo Banco Mundial) e a 
FMO. (LEDGERWOOD, 2008). 
Segundo Ledgerwood (2008), até ao final de Dezembro de 2010, o Grupo Letshego registou 
uma capitalização de mercado demais de 515 milhões de Dólares Americanos. O Grupo 
Letshego tem conseguido manter o seu recorde na gestão da dívida de forma impressionante, 
contendo as suas insuficiências em níveis abaixo de 2%. A estabilidade política e as boas 
perspectivas macroeconómicas do país, bem como as reformas estruturais em curso, 
apresentam-se como atrativos para o investimento privado no sector financeiro em 
Moçambique. O Banco Letshego em Moçambique foi inaugurado em 11 de Fevereiro de 2011 
e abriu as suas portas no dia 14 de Fevereiro de 2011. (VINCENT, 2002). 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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2.11.2. Produtos e Serviços 
 Crédimola; 
 Sonhe com a certeza de realizar; 
 Com o Crédimola você tem um empréstimo fácil e seguro com valores flexíveis, sem 
precisar de abrir uma nova conta bancária, fazer depósitos ou dar bens de garantia. 
2.11.3 Políticas de crédito 
A política de crédito é caracterizada pelos métodos adotados pela empresa para concessão 
de crédito a seus clientes, com objetivo de orientar na tomada de decisões pelo analista 
financeiro. Para SANTOS (2000, p. 40) “uma política de crédito contém características 
mercadológicas e financeiras que têm efeito direto na organização”. Alguns parâmetros que 
podem ser afetados pela política de crédito, são: volume de vendas, a necessidade dos gestores 
quanto ao capital de giro e disponibilidade de caixa para gerar lucro. O administrador decide 
quais elementos devem conter na política de crédito, a fim de os mesmos não afetarem de modo 
negativo na empresa (SANTOS, 2000). 
Para ASSAF NETO (2002), o estabelecimento de uma política geral de crédito envolve o 
estudo de quatro elementos principais: 
Padrões de Crédito: representam as condições mínimas para que seja concedido o crédito. 
Geralmente, é feito por meio do agrupamento dos clientes conforme o grau de risco oferecido 
e é calculado um custo de perda relacionado a cada categoria de cliente; 
Prazo de Crédito: é o período em que a empresa financiará seu cliente. Normalmente, é 
expresso em número de dias e varia conforme a política adotada pela concorrência, os riscos 
do mercado consumidor, a natureza do produto, a política interna da empresa, entre outros; 
Concessão de Desconto: refere-se à redução no preço de venda no momento de sua 
realização à vista ou a prazos bem curtos. O desconto também é considerado um instrumento 
de política de crédito, pois influencia as vendas, os investimentos e as despesas geraisde 
crédito; 
Política de Cobrança: abrange os métodos utilizados pela empresa para receber o crédito, na 
data do vencimento, variando conforme as necessidades de cada empresa. 
Ainda para SANTOS (2000), os principais elementos de uma política de crédito são os 
prazos de recebimento, concessão de crédito a um novo cliente, limite de crédito máximo de 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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vendas para cada cliente, avaliação de descontos por pagamentos antecipados e juro por atrasos 
e analise dos clientes inadimplentes. 
2.11.4. Análise e concessão do crédito 
A concessão de crédito tornou-se uma ferramenta de forte auxilio na área empresarial. Para 
ASSAF NETO e SILVA (2002, p.119), “a concessão de crédito é uma resposta individual da 
empresa a cada cliente. Se o cliente satisfazer as condições mínimas preestabelecidas pela 
empresa, poderá existir financiamento por parte da empresa”. Para SANTOS (2000) o crédito 
é definido como uma modalidade de financiamento destinada a possibilitar a realização de 
transações comerciais entre empresas e clientes. A concessão de crédito acontece, a partir que 
a organização sente-se segura em liberar o crédito, com o intuito de aumentar suas vendas com 
lucratividade. O processo de análise e concessão de crédito recorre ao uso de duas técnicas: a 
técnica subjetiva e a técnica objetiva ou estatística. A primeira diz respeito à técnica baseada 
no julgamento humano e a segunda é baseada em processos estatísticos, dos quais segundo os 
métodos “credit scoring” e o “rating” acabam se destacando (SANTOS, 2000). 
Cinco C’s do Crédito Ainda com relação a análise e concessão de crédito, outra técnica se 
destaca por fornecer uma estrutura para a análise aprofundada de crédito, de modo que cabe ao 
analista a decisão de conceder ou não o crédito. Essa técnica ficou conhecida como os cinco 
C’s segundo GITMAN (2010): 
a) Caráter: o histórico de cumprimento de obrigações pelo solicitante (mutuário); 
b) Capacidade: a capacidade do solicitante de honrar o crédito pedido, analisando as 
demonstrações financeiras disponibilizadas; 
c) Capital: a relação entre a dívida e o patrimônio líquido do solicitante; 
d) Colateral: o valor dos ativos que o solicitante dispõe para dar garantia de crédito; 
e) Condições: as condições econômicas gerais e setoriais vinculadas. 
 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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III. METODOLOGIA 
3.1. Tipo de pesquisa 
Na presente pesquisa, a metodologia baseia-se numa abordagem qualitativa e quantitativa, 
tem como técnica de colecta e registos de dados, pesquisa documental, entrevista e 
questionário. Essas técnicas são adequadas para o estudo, visto que poderão garantir maior 
viabilidade na colecta de dados. 
3.1.2 Técnicas de colecta de dados 
De acordo com o tipo de pesquisa e dos objectivos traçados, o trabalho compreende 
seguintes técnicas de colecta de dados: 
Dados primários 
Questionário: De acordo com o tipo de pesquisa e dada a sua importância pela facilidade 
com que se interroga um elevado número de pessoas, num espaço de tempo relativamente 
curto, o questionário abrangem 88 beneficiários, com objectivo de avaliar os impactos gerado 
na concessão de crédito. O questionário foi constituído por perguntas fechadas elaboradas com 
base na Clareza, Coerência, representatividade e neutralidade. 
Entrevista: Foi com recurso a entrevista semi- estruturada com base no roteiro previamente 
estabelecido de acordo com as necessidades do estudo direcionada ao gerente do banco com 
objetivo de obter informações sobre as políticas de credito. 
Dados secundários 
Pesquisa bibliográfica: foram utilizadas fontes de informação já elaboradas, nomeadamente: 
Literatura relacionada, artigos científicos, revistas, informação de sites eletrônicos. 
3.4. Delimitação da Amostra 
3.4.1 Universo 
O universo de pesquisa foi constituído por 720 indivíduos. Os 720 indivíduos referidos é 
um número fornecido pelo banco, referente ao ano de 2016. 
3.4.2. Amostragem 
De acordo com a natureza do trabalho, objectivos e formas de abordagem trata-se de amostra 
por conveniência baseado na amostragem não probabilística sob o conhecimento intencional 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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da população e o propósito do estudo. Constitui o menos rigoroso de todos os tipos de 
amostragem. Por isso mesmo é destituída de qualquer rigor estatístico. O pesquisador seleciona 
os elementos a que tem acesso, admitindo que estes possam, de alguma forma, representar o 
universo. Aplica-se este tipo de amostragem em estudos exploratórios ou qualitativos, onde 
não é requerido elevado nível de precisão ( GIL, 2000). Constitui amostra, 88 indivíduos 
determinados pela fórmula abaixo a partir de um universo de 720 clientes, o erro assumido é 
de 10% (Yamane, 1967). Formula: 
 
𝒏 =
𝑵
𝟏 + 𝑵(𝜺)𝟐
↔ 𝒏 =
𝟕𝟐𝟎
𝟏 + 𝟕𝟐𝟎(𝟏𝟎)𝟐
↔ 𝒏 =
𝟕𝟐𝟎
𝟏 + 𝟕𝟐𝟎(𝟎, 𝟏)𝟐
↔ 𝒏 =
𝟕𝟐𝟎
𝟏 + 𝟕𝟐𝟎 × 𝟎, 𝟎𝟏
↔ 𝒏 = 𝟖𝟕, 𝟖 ≈ 𝟖𝟖 
Onde: n = Tamanho da amostra; N= População e ε = Maximo erro aceitável 
3.5. Variáveis em estudo 
Tabela 3.1. Variáveis em estudo 
Variáveis Indicadores de análise 
Variável dependente: Pobreza Nível de escolaridade 
Disponibilidade de Transporte 
Tipo de Habitação 
Renda media 
Poupança media 
 
 
Variável independente: Acesso ao credito 
Peso das mulheres nos empréstimos 
concedidos 
Número de clientes 
Valor médio do deposito por cliente 
Valor médio do empréstimo por cliente 
Taxas de juros 
Período de reembolso 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
3.6. Análise e processamentos de dadosApós a selecção de amostra e a recolha de dados, 
os mesmos foram lançados, organizados e tabulados na planilha de Microsoft Excel 2010, a 
análise estatística foi com recurso ao pacote IBM SPSS versão 21.0. 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
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IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1. Perfil dos clientes 
Tabela 4.1. Perfil dos clientes do banco Letshego 
 Frequência relativa Frequência absoluta 
Gênero 88 100 
Feminino 27 30,7 
Masculino 61 69,3 
Estado civil 88 100 
Solteiros 
Casados 
85 
3 
96,6 
3,4 
Nível de escolaridade 
Ensino primário 
Ensino secundário 
Ensino técnico profissional 
Ensino superior 
88 
20 
47 
14 
7 
100 
22,5 
53,9 
15,7 
7,9 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
 
Tabela 4.2. Resumo estatístico do perfil dos clientes, variáveis quantitativas 
Obs Média Desvio padrão Mínimo Máximo 
Idade 32 3 25 39 
Número de AF 2 1 1 5 
Fonte: Elaborado pelo autor (2020). 
Segundo ilustra a tabela 4.1, do total de respondentes 69,3% são Masculino 30,7% feminino, 
96,6% dos 88 inqueridos são solteiros e 3,4% são casados. A presença dos solteiros (as) como 
beneficiários do microcrédito, mostra que elas são as mais necessitadas, porque têm uma 
grande dificuldade em ter um emprego, têm pouco apoio do companheiro, por isso, recorremao microcrédito como um meio de sobrevivência. Este grupo é composto maioritariamente por 
solteiros. 
Este facto entra em discordância com o modelo que, segundo Yunus, (2002) as mulheres 
têm maior preocupação com as suas obrigações de empréstimos para com a instituição, o que 
implica numa alta taxa de influência em relação ao homem, preocupa com o bem estar da sua 
família, privilegiando assistência à saúde e educação para os filhos. 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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Por outro lado a mesma tabela mostra-nos a distribuição do grau de escolaridade dos 
inquiridos, ficou claro que a participação dos inquiridos no ensino secundário foi elevado com 
uma percentagem de 53,9%, ou seja, os inquiridos na sua maioria não frequentaram o ensino 
técnico profissional ou superior. Portanto dos inquiridos, 22,5% frequentaram o ensino 
primário, 15,7% ensino técnico profissional e 7,9% frequentaram ensino superior. Isto mostra 
que o programa está concentrando o seu campo de actuação na direcção do público-alvo com 
um nível académico considerado baixo. 
De acordo com Silva (2002), micro finanças refere-se ao fornecimento aos mais pobres, de 
serviços financeiros variados que, adequadas as suas próprias necessidades, objectivam uma 
alternativa de combate à pobreza. 
Segundo mostra a tabela 4.2 a idade média é de 32 mínima e 39 idade máxima com um 
rendimento médio de 2835,227mt e mínima avaliada em 1900mt e máxima de 3000mt. 
No entanto dos beneficiários que responderam que o montante não foi suficiente, 
justificaram que o valor financiado foi abaixo do pretendido, o que de certa forma pode se notar 
que não estiveram ao alcance em função de garantias que ditam o valor a ser financiado. O que 
pode contrariar a observação de Cacciamali (2008), que aponta a necessidade de definir valores 
ou percentagens aceitáveis, considerou que programas de microcrédito atingem e tem impacto 
positivo sobre a vida material dos mais pobres, permitindo-lhes enfrentar melhor os riscos, tirar 
vantagem de suas oportunidades de emprego e renda, reduzindo-lhes a sua vulnerabilidade 
diante das incertezas promovidas pelo mercado. 
4.2. Políticas de credito do Banco Letshego para o seguimento de baixa renda 
Para o banco Letshego, a maior dificuldade dos clientes para o acesso ao financiamento é 
falta de garantias, os planos de negócios para o grupo de baixa renda tem sido inviável e nota-
se uma assimetria de informação sobre a disponibilidade de serviços financeiros. Como regra 
geral, o crédito é destinado a investimento em pequenas atividades de compra de mercadorias 
para a revenda, (financiamento médio em torno de 19 000,00 Mt), por outro lado o número das 
mulheres que adere aos serviços é muito inferior relativamente aos dos homens com um peso 
de 30.7%. 
No que diz respeito a créditos bancários, as taxas de juros praticados pelos bancos são 
bastantes elevadas e situam-se na ordem dos 31%, criando na maior parte das vezes o 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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sentimento de exclusão social por parte das famílias e pessoas que não possuem garantias 
financeiras e patrimoniais para recorrerem ao crédito tradicional (MIGUEL, 2014). 
A Letshego tem concedido empréstimos em função das garantias do proponente, e que pode 
ser o período de 1 ano, que por sua vês trata-se de crédito para capital circulante, que é o 
pequeno valor e curto prazo destinado a investimento de compra de mercadorias para a revenda 
(micro comerciantes) mediante o pagamento de 4.5% do valor emprestado. 
As garantias são definidas de livre convenção entre o financiado e o financiador, que devem 
ajusta-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito, sobre a vinculação de bens tangíveis 
do cliente, como: Bens moveis, imóveis e mercadorias. 
 De acordo com Santos (2003), as garantias tem o objectivo de evitar que factores 
imprevisíveis não permitam a liquidação da dívida, definidas sobre da vinculação de um bem 
ou de uma responsabilidade conversível em numerário. 
A assistência é feita em virtude de um acompanhamento ao utente da instituição sobretudo 
aos clientes pré-estabelecidos no mercado para que possam prosseguir com o seu negócio sem 
sobressaltos. Os serviços e produtos financeiros prestados pela Letshego em Mocuba, entram 
em concordância com o citado pelo autor NICHTER (2002), ao afirmar que o microcrédito 
pode assumir diversas formas, de acordo com a finalidade para a qual é empregado, onde os 
empréstimos dos clientes encaixam-se no Crédito para capital circulante, que segundo este 
autor trata-se de um empréstimo de pequeno valor e curto prazo, destinado a compra de 
mercadorias para a revenda (no caso de micro comerciantes) e de matéria-prima e insumos, no 
caso de outros sectores. 
Tabela 4.3. As actividades econômicas desenvolvidas pelos beneficiários 
 Frequência relativa frequência absoluta 
Atividades desenvolvidas 88 100 
Comércio e serviços (pequenos negócios) 65 73,9 
Compra de bens e consumo 3 3,4 
Construção ou reabilitação de imóvel 20 22,7 
Fonte: Elaborado pelo autor (2021) 
 
 
O impacto do micro crédito na redução da pobreza nas populações de baixa renda. Estudo de 
caso: banco letshego no distrito de mocuba (2016-2020). 
 
 
 
Autor: Jossene João Chico 
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Observando os dados da tabela 4.3. Pode se constatar que em relação ao ramo de atividade, 
a criação de pequenos negócios foi a área mais solicitada com 73,9% dos beneficiários, na 
segundo posição os inquiridos solicitaram os valores para a construção ou reabilitação dos seus 
imóveis com uma percentagem de 22,7%, o restante 3,4% em que são menos vulnerável na 
prespectiva dos inquiridos para a compra de bens e consumo. A escolha da área do pequeno 
Negócio deve-se ao facto desta área ser mais ampla, oferecendo assim mais oportunidades de 
negócio, como por exemplo lojas de roupa, calçados, bares entre tantas outras opções. 
Tabela: 4.4. Sustentabilidade do empreendimento 
Empreendimento é sustentável Frequência relativa Frequência absoluta 
Sim 68 73,9 
Não 20 22,7 
Total 88 100 
Fonte: elaborado pelo autor (2021). 
A tabela 4.4 refere a sustentabilidade dos empreendimentos criados pelos beneficiados, onde 
75,9% responderam que sim e 24,1% disseram que não. De acordo com este resultado pode 
constatar que no ponto de visto dos inquiridos a sustentabilidade é um factor importante para 
o desenvolvimento socioeconômico dos beneficiários, no sucesso do negócio. No entanto, os 
beneficiários justificaram que esse sector, ajuda no rendimento da família, facilita na criação 
de auto emprego. 
De acordo com Constanzi

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