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Análise das Estratégias de Redução de Risco de Crédito em Microfinanças

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Prévia do material em texto

David Salazar Lissane 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS ADOPTADAS PELAS INSTITUIÇÕES 
MICROFINANCEIRAS PARA A REDUÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO: CASO 
DO MICROCRÉDITO HLUVUKU NO DISTRITO DE MOAMBA 
(2016-2018) 
 
 
 
 
 
Licenciatura em Gestão de Empresas, habilitação em Gestão Financeira 
 
 
 
 
 
Universidade Pedagógica de Maputo 
2021 
 
 
 
David Salazar Lissane 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DAS ESTRATÉGIAS ADOPTADAS PELAS INSTITUIÇÕES 
MICROFINANCEIRAS PARA A REDUÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO: CASO 
DO MICROCRÉDITO HLUVUKU NO DISTRITO DE MOAMBA 
(2016-2018) 
 
 
 
Monografia Científica apresentada ao 
Departamento de Economia e Gestão, 
Escola Superior de Contabilidade e Gestão, 
para a Obtenção do Grau Académico de 
Licenciatura em Gestão de Empresas, 
habilitação em gestão financeira. 
 
 
 Supervisor: Dr. Silvino Uamba 
 
 
Universidade Pedagógica de Maputo 
2021 
 
 
ÍNDICE 
FOLHA DE ROSTO.........................................................................................................................i 
DECLARAÇÃO ........................................................................................................................ ii 
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... iii 
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................... iv 
EPIGRAFE ................................................................................................................................. v 
RESUMO .................................................................................................................................. vi 
ABSTRACT .............................................................................................................................vii 
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................ viii 
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... ix 
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................. x 
LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................................. xi 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 12 
1.1. Problemática ............................................................................................................... 14 
1.2. Justificativa ................................................................................................................. 14 
1.3. Objectivos................................................................................................................... 15 
1.3.1. Objectivo geral .................................................................................................... 15 
1.3.2. Objectivos específicos ......................................................................................... 15 
1.4. Hipóteses .................................................................................................................... 16 
1.4.1. Hipótese Afirmativa ............................................................................................. 16 
1.4.2. Hipótese Negativa ................................................................................................ 16 
1.5. Delimitação do tema ................................................................................................... 16 
1.6. Limitações do trabalho ................................................................................................ 16 
1.7. Estrutura do Trabalho ................................................................................................. 17 
2. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 18 
2.1. Estratégia .................................................................................................................... 18 
2.2. Crédito ........................................................................................................................ 18 
2.2.1. Importância do crédito ......................................................................................... 19 
2.3. Microfinanças ............................................................................................................. 19 
2.3.1. Definição de microfinanças .................................................................................. 20 
2.3.2. Os clientes das microfinanças .............................................................................. 21 
2.3.3. Juros cobrados em operações microfinanceiras .................................................... 21 
2.3.4. Riscos em operações de microfinanças................................................................. 22 
2.4. O microcrédito ............................................................................................................ 25 
2.4.1. O que é microcrédito? .......................................................................................... 25 
2.4.2. Origem dos fundos do microcrédito ..................................................................... 26 
2.4.3. Actividades das organizações do microcrédito ..................................................... 26 
2.4.4. Microcrédito em Moçambique ............................................................................. 27 
2.4.5. Papel do microcrédito .......................................................................................... 27 
3. METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................................ 29 
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ..................................................................... 33 
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................................ 45 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 47 
7. ANEXOS .............................................................................................................................. 56
ii 
 
DECLARAÇÃO 
 
Declaro que esta monografia é fruto da minha investigação pessoal, o seu conteúdo é original e 
todas fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e bibliografia final. 
Declaro também que o trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção 
do grau académico. 
Maputo, ___ de Fevereiro de 2021 
________________________________________ 
(David Salazar Lissane) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iii 
 
DEDICATÓRIA 
À minha mãe Maria Madalena António Muthombene pela boa educação e força que sempre tem 
me dado até atingir este nível. 
À minha esposa Raquelina Lissane por estar do meu lado me dando força para sempre continuar e 
não desistir. 
E por fim ao meu filho Miguel Lissane. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida bem como pela graça e misericórdia que sempre 
tem-me concedido na minha vida. 
Ao meu supervisor Dr. Silvino Uamba pela disponiblidade e consideração, foram aspectos cruciais 
para o sucesso do meu trabalho. 
A minha família em geral que contribuiu com todo esforço para a realização do presente trabalho 
bem como na minha vida académica. 
A igreja Evangélica Assembleia de Deus de Moçambique-Ramo Moamba em particular ao pastor 
Raimundo Tsucane pelas orações e apoio. 
A Eunice Chiongue pela influência e apoio para que eu pudesse me inscrever neste curso. 
O presente trabalho não seriauma realidade se o Microcrédito Hluvuku não tivesse disponibilizado 
as informações relevantes para o mesmo, sendo assim a minha maior consideração e apreço em 
particular ao senhor Ernesto Rungo gerente do microcrédito Hluvuku no distrito da Moamba e a 
senhora Dádiva Muteto oficial de crédito que tiveram a coragem de me fornecer informações para 
o trabalho mesmo sendo confidenciais. 
Aos meus colegas em particular a Tamara Nicolas pelo apoio e força para que eu não desistisse e 
que fosse adiante com os estudos, e docentes da Escola Superior de Contabilidade e Gestão, do 
curso de Gestão de Empresas pelo esforço na transmissão de conhecimentos científicos A todos 
que directamente e indirectamente apoiaram me, o meu e mais profundo agradecimento. 
KHANIMAMBO, NIBONGUILE, THANK YOU, OBRIGADO!!! 
 
 
 
v 
 
EPIGRAFE 
 
 
 
 
 
 
 
“O crédito na hora certa, em quantidade suficiente e a um preço acessível são instrumentos de 
promoção de actividades produtivas e de melhoria da qualidade de vida de populações carentes, 
especialmente do meio rural. ” 
Abramovay (2004) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vi 
 
RESUMO 
O presente trabalho tem por foco analisar as estratégias adoptadas pelas instituições 
microfinanceiras para a redução do risco de crédito. A metodologia usada neste trabalho foi 
bibliográfica, exploratória e um estudo de caso no Microcrédito Hluvuku no distrito de Moamba 
entre o período de 2016-2018, a obtenção de informações relevantes ao tema em estudo foi feita 
através de questionários e entrevistas de modo a perceber de uma forma profunda o risco de crédito. 
O risco de crédito na maioria das vezes resulta da assimetria de informação, onde as instituições 
microfinanceiras não possuem informações relacionadas com o tomador e isso implica na redução 
do consumo e o investimento por parte do tomador visto que nao será concedido o crédito e para 
as instituições microfinanceiras reduz o retorno esperado. Para a poder lidar com este dilema do 
risco de crédito o microcrédito Hluvuku aposta na Formação de seus colaboradores, Padronização 
dos créditos de acordo com o grupo alvo, Análise da apacidade de amortização, Análise dos 
pedidos de crédito e Acompanhamento/monitoramento ao tomador. Da análise feita às estratégias 
que o microcredito Hluvuku adopta concluiu-se que são eficazes na redução do risco de crédito 
onde validou-se a hipótese afirmativa que diz que as estratégias adoptadas pelo Microcrédito 
Hluvuku são eficazes para a redução o risco de crédito contribuindo desta forma para o 
desenvolvimento económico local através das informações colectadas que tornam os tomadores 
credíveis ou não no âmbito da concessão de crédito. 
Palavras-chave: Risco de crédito, Assimetria de informação e Microcrédito 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
ABSTRACT 
This paper focuses on analyzing the strategies adopted by microfinance institutions to reduce credit 
risk. The methodology used in this work was bibliographic, exploratory and a case study in 
Microcredit Hluvuku in the district of Moamba between the period 2016-2018, obtaining relevant 
information to the topic under study was done through questionnaires and interviews in order to 
understand credit risk is profound. The credit risk most often results from information asymmetry, 
where microfinance institutions do not have information related to the borrower and this implies a 
reduction in consumption and investment by the borrower since the credit will not be granted and 
for the institutions microfinance has reduced the expected return. In order to be able to deal with 
this credit risk dilemma, the Microcredit Hluvuku bets on the training of its employees, 
Standardization of credits according to the target group, Analysis of the amortization capacity, 
Analysis of credit requests and Follow-up / monitoring to the borrower. From the analysis made to 
the strategies adopted by the microcredit Hluvuku, it was concluded that they are effective in 
reducing credit risk, where the affirmative hypothesis that says that the strategies adopted by 
Microcredit Hluvuku are valid is effective for reducing credit risk, thus contributing for local 
economic development through the collected information that makes borrowers credible or not 
within the scope of credit granting. 
 
Keywords: Credit risk, Information asymmetry and Microcredit 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
viii 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
ONGs-Organizações não Governamentais 
IMF-Instituições Microfinanceiras 
INE-Instituto Nacional de Estatística 
EN2-Estrada Nacional nr 2 
ADSEMA- Associação de Desenvolvimento Sócio-Económio De Matutuine 
MH-Microcrédito Hluvuku 
LPF-Loan Perform 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.mftransparency.org/microfinance-pricing/mozambique/010-HluvukuADSEMA/
ix 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Localização geográfica-limites do distrito de Moamba..................................................33 
Tabela 2: Organização Administrativa Do Distrito Da Moamba…………………………………35 
Tabela 3: Valores do Microcrédito Hluvuku……..........................................................................37 
Tabela 4: Evolução dos empréstimos concedidos pelo Microcrédito Hluvuku de 2016-2018…....39 
Tabela 5: Evolução das inadimplências dos tomadores nos perídos de 2016-2018…....................40 
Tabela 6: As medidas adoptadas pelo Microcrédito Hluvuku para reduzir o risco de crédito são 
eficazes?..........................................................................................................................................43 
Tabela 7: Após a cedência do empréstimo, o Microcrédito tem feito o devido monitoramento aos 
seus clientes?...................................................................................................................................44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
x 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Vertentes da Indústria de Microfinanças.........................................................................20 
Figura 2: Localização geográfica do distrito de Moamba no Mapa…………………………........34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xi 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1: Fins pelos quais os clientes do Microcrédito têm destinado mais os seus empréstimos.42 
Gráfico 2: Área viável e rentável para o Microcrédito ceder o empréstimo………………………43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
 O presente trabalho de pesquisa visa analisar as estratégias adoptadas pelas microfinanças para 
a redução do risco de crédito onde se apresenta uma discussão sobre o impacto do risco de crédito 
no microcrédito, a descrição das estratégias adoptadas para a mitigação do risco de crédito. 
Para uma melhor compreensão sobre o tema em questão será feita uma breve abordagem sobre 
alguns conceitos relevantes neste âmbito. 
 
 O microcrédito que é uma versão das Microfinanças, surge como uma ferramenta de 
democratização do acesso ao crédito, pois sua metodologia consiste na concessão de empréstimos, 
contínuos e progressivos, de pequenos montantes à população de baixa renda, através de um 
processo simples e menos burocrático, geralmente pelo uso do aval solidário como forma de 
garantia acessível a essas pessoas. Segundo essa modalidade de crédito é compreendida como 
ferramenta de redução da pobreza, pois considera-se que ela possibilita aos tomadores (pessoas de 
“baixa renda”) realizar investimentos em seus pequenos negócios (em geral informais), trazendo-
lhes maiores rendimentos e, desse modo, sair da condição de pobreza. NERI (2008) 
 
 Ainda na mesma linha de análise, NERI (2008:29) declara que os microcréditos desempenham 
um papel fundamental na medida em que fornecem serviços financeiros a clientes que foram 
excluídos do sector bancário formal, buscando servir pessoas que as instituições bancarias 
tradicionais não consideram valer a pena atender e tendo como principaisclientes 
microempreendimentos (ou nanonegócios). 
 
 O crédito concedido pelos microcréditos é de extrema relevância pois serve para a criação de 
auto-empregos através de actividades geradoras de rendimentos, bem como para a habitação para 
os pobres. 
 
 Os credores sempre enfrentam dificuldades para analisar a real ou aproximada situação 
financeira de seus clientes. Isso porque parte dos clientes não fornecem todas informações sobre 
eles, nem existe um banco de dados no mercado que possibilite a obtenção delas. Assim as 
informações sobre a real situação financeira dos clientes encontra-se oculta, ou seja, enquanto os 
clientes possuem informações perfeitas sobre a qualidade de seus investimentos e financiamentos, 
13 
 
os credores assumem riscos de selecção adversa por não conhecerem a efectiva exposição de risco. 
É desta maneira que surge o termo risco de crédito para os microcréditos por haver incerteza da 
devolução do capital obtido por parte dos tomadores de crédito. (SANTOS 2015:213) 
 É por essa razão que os microcréditos devem desenvolver modelos e estratégias para lidar com 
este fenómeno de risco de crédito. Portanto nesta pesquisa do tema em questão, existe um elemento 
associado ao risco de crédito que será estudado: assimetria de informação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
1.1. Problemática 
 O risco de crédito é um dos maiores riscos implícitos nos empréstimos bancários e nas 
obrigações emitidas pelas empresas e pelos países. O risco de crédito tem por suporte a 
possibilidade de os devedores (mutuários de empréstimos) ou as contrapartes em transacções 
entrarem em situação de incumprimento. 
 O desafio do microcrédito não é apenas realizar operações com montantes reduzidos e conseguir 
chegar aos menos favorecidos, é efectuar esses empréstimos e conseguir o dinheiro de volta. 
 Mesmo com adopção dos melhores modelos de avaliação de crédito, só se conhece o resultado 
da operação no seu vencimento ou quando não se recebe o valor pactuado na concessão de crédito. 
Essa falta de certeza quanto ao resultado do processo é que cria a condição de risco na operação de 
crédito. O risco de crédito é a possibilidade da operação não se encerrar da forma esperada. 
É desta maneira que surge a seguinte questão: 
 Será que as estratégias adoptadas pelo microcrédito Hluvuku reduzem o risco de crédito 
no âmbito da concessão de crédito a população do distrito de Moamba? 
 
1.2. Justificativa 
 O presente trabalho de pesquisa será relevante para a sociedade, a comunidade académica, os 
microcréditos e para a economia. 
Para a Sociedade 
 Esta pesquisa é relevante para a sociedade uma vez que é a principal tomadora de crédito nos 
microcréditos na medida em que ela sensibiliza a mesma para fornecer dados credíveis referentes 
a sua posição financeira e a alocação dos recursos financeiros emprestados de modo a reduzir o 
risco de crédito. 
 
 
15 
 
Para a comunidade académica 
 O trabalho é relevante para a comunidade académica na medida em que servira de referência 
para a produção de outros trabalhos científicos relacionados com o tema em questão, criando 
condições para melhorar a pesquisa científica consequentemente o conhecimento. 
 
Para os microcréditos 
 Os microcréditos são a principal fonte de busca de recursos financeiros para toda população de 
baixa renda, desta forma através deste trabalho eles vão desenvolver modelos para que não haja 
incerteza da devolução do capital emprestado por parte da população para reduzir o risco de crédito 
para que haja retorno esperado. 
Para a economia 
 O presente trabalho é relevante para a economia na medida em que os microcréditos 
desenvolvem estratégias para estancar o risco de crédito assim permitindo com que haja concessão 
do credito aos tomadores, pois, o credito desempenha um papel muito importante na economia de 
um pais, proporcionando fundos para o funcionamento do comercio e actividades económicas de 
todos os géneros, para alem de financiar as necessidades pessoais de milhões de cidadãos. Através 
da concessão do crédito alarga-se a massa monetária em circulação no sistema económico. 
1.3. Objectivos 
1.3.1. Objectivo geral 
 Analisar a eficácia das estratégias adoptadas pelo microcrédito Hluvuku para a redução do risco 
de crédito no distrito de Moamba 2016-2018. 
1.3.2. Objectivos específicos 
 Descrever o impacto do risco de crédito nas instituições de Microfinanças; 
 Apontar os modelos adoptados pelo Microcrédito Hluvuku para a redução do risco de 
crédito; 
16 
 
 Descrever as estratégias adoptados pelo Microcrédito Hluvuku para a redução do risco de 
crédito; 
 Aferir até que ponto as estratégias adoptadas pelo Microcrédito Hluvuku são eficazes para 
reduzir o risco de crédito. 
 
1.4. Hipóteses 
 O presente trabalho de pesquisa apresenta as seguintes respostas possíveis para o problema em 
estudo: 
1.4.1. Hipótese Afirmativa 
 As estratégias adoptadas pelo Microcrédito Hluvuku são eficazes para a redução do risco de 
crédito através das informações colectadas que tornam os tomadores credíveis ou não no âmbito 
da concessão de crédito, contribuindo desta forma para o desenvolvimento económico local. 
1.4.2. Hipótese Negativa 
 As estratégias adoptadas pelo Microcrédito Hluvuku não são eficazes para a redução do risco 
de crédito através das informações colectadas que tornam os tomadores credíveis ou não no âmbito 
da concessão de crédito, não contribuindo desta forma para o desenvolvimento económico local. 
 
1.5. Delimitação do tema 
 O risco de crédito encontra-se presente em todas microfinanças como, micropoupanças, 
microsseguros, crédito imobiliário, mas o presente trabalho de pesquisa focalizar-se-á 
especificamente no microcrédito onde vai se analisar as estratégias adoptadas pelo microcrédito 
Hluvuku para a redução do risco de crédito, na província de Maputo, distrito de Moamba no período 
de 2016-2018. 
1.6. Limitações do trabalho 
 O presente trabalho de pesquisa foi elaborado num cenario de dificuldades bibliográficas 
visto que nas bibliotecas existem poucos livros que tratam do tema em questão; 
17 
 
 Indisponibilidade de informação e de dados por parte do microcrédito sob pretexto de sigilo 
profissional; 
 Fraca percepção do assunto em questão por parte da maioria dos colaboradores do 
microcrédito. 
1.7. Estrutura do Trabalho 
 Para alcançar os objectivos previamente estabelecidos, a presente pesquisa encontra-se 
extruturada em cinco partes a seguir: 
 Parte I – Introdução: é nesta parte onde faz-se breves comentários sobre risco de crédito e 
microcrédito, posteriormente encontramos a problemática, justificativa, objectivos, 
hipóteses, delimitação do tema e as limitações do trabalho. 
 
 Parte II – Revisão da Literatura: concepções básicas acerca de estratégia, crédito, o papel 
dos microcréditos, risco de crédito, o impacto do risco de crédito e assimetria de informação 
no microcrédito bem como acerca do Microcrédito em Moçambique. 
 
 Parte III - Metodologia: o método ou caminho usado para o desenvolvimento do trabalho, 
onde encontramos os tipos de pesquisa usados para o desenvolvimento do trabalho, 
seguidamente encontramos as técnicas de recolha de dados e bem como as limitações do 
trabalho e a amostragem. 
 
 Parte IV – Análise e Interpretação dos dados: Neste capítulo é feita uma análise das 
informações recolhidas no Microcrédito Hluvuku através de questionário e entrevista feita 
aos gestores da área de crédito, tendo posteriormente tabulado os dados e feita a sua 
respectiva interpretação de modo a perceber melhor se as estratégias adoptadas pelo 
Microcrédito reduzem o risco de crédito. 
 
 Parte V – Conclusões e Recomendações: Neste capítulo, encontramos a conclusão obtida 
durante a pesquisa de campo feita no Microcrédito Hluvuku, de modo, aperceber o real 
impacto do risco de credito no microcrédito e a validação da hipótese que melhor responde 
ao problema previamente descrito bem como as recomendações dadas pelo autor tendo em 
conta as constatações encontradas no trabalho. 
18 
 
2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA 
2.1. Estratégia 
 O sucesso de qualquer empresa é função da sua orientação estratégica. Etimologicamente, a 
palavra “estratégia” deriva da palavra grega (strategos) que significa o chefe ou líder do exército- 
o general. Estratégia são acções efectuadas ou planeadas em resposta ou antecipação ao ambiente 
externo. A estratégia permite às organizações definir e orientar o caminho a percorrer a longo prazo, 
apesar das contingências encontradas pelo caminho. Parte-se de um ponto em que a organização 
se encontra e, de acordo com as previsões, traça-se o caminho futuro, que será percorrido com 
avaliações, correções e controlos. 
 Na visão de (TEIXEIRA 2014, pág. 26), Estratégia é a direcção e campo de acção de uma 
organização no longo prazo que, idealmente, faz o ajustamento dos seus recursos com o ambiente 
em mudança, em particular os seus mercados e clientes, e, ordem a satisfazer as expectativas dos 
seus stakeholders. 
 Para CHANDLER apud GASPAR et al (2014), estratégia é a explicitação dos objectivos de 
longo prazo, dos cursos de acção e da afectação dos recursos necessários para os concretizar. 
 Ainda na análise do conceito de estratégia, na visão de MINTZBERG apud GASPAR (2014), a 
estratégia pode ser entendida como uma forca de mediação entre a empresa e a sua envolvente, 
cuja formulação requer uma interpretação da envolvente e uma linha de decisões organizacionais 
coerentes com essa interpretação. 
2.2. Crédito 
 Conceder crédito a uma pessoa é, em essência, acreditar nela. VENTURA (2000) 
 Segundo CABIDO (1999, pág. 14), o crédito é um contrato bilateral onde uma parte que 
empresta e outra que pede emprestado e promete pagar em certo tempo acordado. 
 Para SANTOS (2010), crédito é definido como modalidade de financiamento destinada a 
possibilitar a realização de transações comerciais entre empresas e seus clientes. O crédito inclui 
duas noções fundamentais: confiança-expressa na promessa de pagamento, e tempo- que se refere 
ao período fixado entre a aquisição e a liquidação da dívida. 
19 
 
 Ainda na mesma linha de análise SCHRICKEL (1994) acrescenta dizendo que crédito é todo 
acto de vontade ou disposição de alguém de destacar ou ceder, temporariamente, parte do seu 
património a um terceiro, com a expectativa de que esta parcela volte a sua posse integralmente, 
apos decorrido o tempo estipulado. 
2.2.1. Importância do crédito 
 O crédito é um dos principais mecanismos de intermediação financeira praticados pelas 
instituições financeiras. Através dele acorda-se entre as partes interessadas (credor e tomador), a 
utilização de um determinado montante de dinheiro durante um período de tempo. A remuneração 
a que o credor tem direito devido à concessão em forma de empréstimo do seu poder de compra 
presente é expressa pelas taxas de juros. (PSICO 2010) 
 Segundo Silva (2006), o crédito desempenha papel econômico e social, uma vez que: 
 Possibilita às empresas aumentarem seu nível de atividade; 
 Estimula o consumo influenciando na demanda; 
 Ajuda as pessoas a obterem a moradia, bens e até alimentos; 
 Facilita a execução de projetos para os quais as empresas não disponham de recursos 
próprios suficientes. 
2.3. Microfinanças 
2.3.1. Definição de microfinanças 
 Para (ARMENDÁRIZ), microfinanças é o conjunto de serviços financeiros que envolvem 
valores de pequena monta, oferecidos a indivíduos de baixa renda. 
 Segundo PSICO (2010, Pág. 15) quando fala-se do termo Microfinanacas refere-se á prestação 
por instituições financeiras rentáveis e sustentáveis1, de serviços financeiros, envolvendo 
montantes unitários reduzidos, ás pessoas e pequenas empresas, formais e informais, de baixo 
rendimento, que por essa razão estão excluídas ou têm dificuldade de acesso ao sistema financeiro 
tradicional. 
 
1 Uma sustentabilidade total ou auto-suficiência significa que os retornos cobrem todos os custos. 
20 
 
 Ainda sobre a definição de Microfinanças YUNUS apud PSICO (2010), diz que “as 
microfinanças são o adubo que permite alavancar as energias dos pobres.” 
 As microfinanças consistem, basicamente, em um segmento do sistema financeiro voltado para 
a prestação de serviços financeiros adequados e sustentáveis para a população de baixa renda, com 
um alvo de duplo caráter: a promoção do desenvolvimento do setor microempresarial, e o combate 
à pobreza. 
Figura 1: Vertentes da Indústria de Microfinanças 
 
 Fonte: YUNUS apud PSICO (2010) 
 Os serviços microfinanceiros desempenham papel fundamental no que diz respeito ao aumento 
do grau de formalização da economia; permanecer na economia informal é, para muitos 
microempresários, a única alternativa de manter seu negócio em funcionamento. Oportunidades de 
crédito e acesso a outros serviços financeiros são estimuladores eficientes para a migração destes 
empreendimentos para o lado formal da economia, aumentando a arrecadação de impostos, com 
todos os demais benefícios sociais que isto pode trazer. (GOLDMARK; NICHTER e FIORI, 2002). 
 
 Os responsáveis por tornar disponíveis as operações de microfinanças ao público são as 
Instituições Microfinanceiras. Em poucas palavras, uma instituição microfinanceira (IMF) é uma 
organização que oferece serviços financeiros a pessoas de baixa renda. Dentro da indústria de 
microfinanças, o termo instituição microfinanceira veio para identificar uma gama extensa de 
organizações dedicadas à provisão destes serviços (ONGs, uniões de crédito, cooperativas, bancos 
comerciais privados, instituições financeiras não-bancárias e bancos estatais, por exemplo). 
MICROFINANCAS
Produtos de 
Credito 
(Microcredito)
SEGUROS PRODUTOS DE 
POUPANCA
OUTROS
21 
 
2.3.2. Os clientes das microfinanças 
 Os maiores clientes das microfinanças são pessoas de baixa renda, sem acesso às instituições 
financeiras formais ou tradicionais. Em muitos casos, são autônomos, donos de pequenos negócios 
familiares. 
 
 Os tomadores de microcrédito são tipicamente trabalhadores por conta-própria, empreendedores 
de baixo rendimento tanto das áreas urbana ou rural. Exercem actividades económicas de 
comerciantes, vendedores de rua, pequenos agricultores, provedores de serviços (cabeleireiros, 
motoristas), artesãos e pequenos produtores. Usualmente as suas actividades propiciam-lhes uma 
instável fonte de rendimento (obtido, em muitos casos, com o acumular de turnos de trabalhos). 
Embora se trate de uma população pobre, não podem ser ainda considerados miseráveis. 
(LEDGERWOOD apud PSICO 2010) 
 O acesso às instituições financeiras convencionais diminui conforme a renda: quanto menor a 
renda, menores as possibilidades de acesso. Por outro lado, quanto menor a renda, mais caros e 
onerosos os acordos financeiros – muitas vezes informais – a que se tem acesso. Indivíduos neste 
segmento excluído e/ou sub-servido são, assim, os clientes primordiais das microfinanças. 
(BRUSKY e FORTUNA 2002) 
 
2.3.3. Juros cobrados em operações microfinanceiras 
 Segundo GITMAN (2010, pág. 247), juros refere-se a remuneração paga pelo tomador ao 
emprestador de fundos. Do ponto de vista do tomador, representa o custo de fundos captados. 
 E para MEGLIORIMI e VALLIM (2009, pág. 20), juros pode ser entendido simplesmente como 
a remuneração do capital. 
 A provisão de serviços financeiros para a população de baixa renda é algo caro, especialmente 
no que diz respeito ao tamanho das transações. Esta é uma das principais razões pelas quais alguns 
bancos não fazem empréstimosde montantes reduzidos. 
 Agentes de Crédito devem visitar as residências e locais de trabalho de seus clientes e avaliar a 
possibilidade da concessão de crédito baseado em entrevistas com o próprio cliente e sua família; 
22 
 
novas visitas devem então ser feitas, uma vez aprovado o crédito, para reforçar a cultura e a 
importância do pagamento em dia do empréstimo. 
 Muitas das actividades das pessoas de mais baixa renda possuem atividades de baixo retorno, 
sob o ponto de vista do trabalho e dos indicadores financeiros. Acesso a capital pode permitir aos 
pobres obterem maiores retornos em seus negócios – muito maiores, na maioria das vezes, do que 
as taxas de juros cobradas. (BETING, 2003) 
2.3.4. Riscos em operações de microfinanças 
 Risco é a probabilidade de perda financeira (GITMAN, 2010) 
 Segundo D’ONOFRIO (2002), as IMF, de modo geral, enfrentam quatro tipos de risco, que são 
apresentados a seguir: 
 
2.3.4.1. Risco de mercado 
 É o risco oriundo de fatores externos à instituição e sem vínculo direto com a relação entre a 
IMF e o cliente; pode ser entendido em termos de fatores macroeconômicos, e afeta não somente 
as próprias instituições de microcrédito, mas também os próprios clientes. Relaciona-se a eventos 
como inflação, flutuação excessiva nas taxas de câmbio ou nível de emprego. Para se proteger do 
risco de mercado, é necessário acompanhar as tendências macroeconômicas e buscar se antecipar 
a elas. O interessante, neste caso, é notar que o efeito primário dos eventos macroeconômicos sobre 
as IMFs ocorre de maneira indireta (transmitido pelos clientes – que, em períodos de turbulência, 
diminuem a demanda por crédito e trazem problemas de inadimplência à instituição). O resultado 
usualmente é a redução da oferta de crédito e o aumento das taxas de juros repassadas aos clientes. 
 
2.3.4.2. Risco Operacional 
 São os riscos de perda direta (exemplo: incapacidade de cobrar eficientemente um empréstimo 
em atraso) ou indireta (exemplo: atraso na cobrança de em pagamento, resultando em perda 
temporária de receita), resultantes de processos internos ineficientes, pessoas, sistemas ou eventos 
externos. Surgem de problemas no processamento das transações das instituições e na gestão dos 
ativos. Não podem ser diversificados, mas podem ser evitados. Relata-se que algumas das maiores 
perdas já registradas em instituições de microcrédito são oriundas de fraude e não do risco de 
23 
 
crédito – e a possibilidade de fraude é claramente um risco operacional, com origem em falhas 
eventuais dos sistemas internos de gestão. 
 
 As melhores maneiras de se evitarem os riscos operacionais são, no entanto, práticas bem 
estruturadas de gestão, com auditoria e monitoramento interno realizados periodicamente. 
 
2.3.4.3. Risco de liquidez 
 Risco da instituição não ser capaz de cumprir suas obrigações por falta de caixa. Depende 
basicamente do acesso da instituição a financiamentos, da qualidade da carteira e da gestão. 
Pode ser descrito como uma crise de provisão de fundos, relacionado a um evento externo (corte 
de fonte de financiamento, por exemplo), ao próprio risco de crédito (descumprimento de 
pagamento por parte de clientes) ou à falha na gestão do caixa, de modo que os recebimentos à 
vista não sejam suficientes para cobrir os pagamentos a vencer. Perceba-se que o risco de liquidez 
atinge também a capacidade da instituição em desembolsar os valores para os empréstimos 
aprovados, colocando ainda mais em perigo o futuro da instituição. A gestão do caixa e a 
manutenção de fontes alternativas de financiamento são as estratégias mais comuns e eficientes 
para redução dos riscos de liquidez. 
 
2.3.4.4. Risco de crédito 
 Para GASPAR et al (2014, pág. 190), risco de crédito é probabilidade de uma empresa ou Estado 
que emite instrumentos de divida não pagar juros devidos ou reembolsar o capital aplicado. 
 Trata-se do risco de que o cliente, por qualquer motivo, venha a não honrar suas obrigações 
(não pague o empréstimo); Estimar os riscos de crédito para clientes de IMFs é algo extremamente 
difícil; em primeiro lugar, pela não-existência de um histórico de crédito (algo que é, deve-se 
considerar, intrínseco ao público-alvo destas instituições) que permita avaliar a postura do 
candidato em relação aos empréstimos que eventualmente venha a tomar; além disso, porque este 
risco é diretamente relacionado à qualidade da equipe da instituição, e de sua capacidade em avaliar 
este risco. 
24 
 
 Os riscos de crédito são tratados de maneira agressiva nas instituições; o não pagamento de um 
empréstimo dispara ação rápida, para não gerar um efeito dominó entre os mutuários (muitos 
passam a não pagar quando o primeiro tomador não paga o empréstimo e a cobrança por parte da 
instituição não é feita de forma rápida). A reputação da instituição de cobrar rapidamente 
débitos em atraso é uma ferramenta importante no gerenciamento do risco de crédito. 
Existe um elemento que é inevitável estudar quando trata-se do risco de crédito: Assimetria de 
informação. 
 
2.3.4.4.1. Assimetria de informação nas IMF 
 
 Para SAMUELSON & NORDHAUS (2012, pág. 217), a informação assimétrica ocorre quando 
os compradores e os vendedores têm informação diferenciada sobre factos importantes, como o 
estado de saúde pessoal ou a qualidade do bem que esta a ser vendido. 
 O crédito particulariza-se como um serviço cuja contrapartida do mutuário só se efectivará em 
determinado momento futuro do tempo, sendo que o credor ao possui informação perfeita se a sua 
contraparte arcará com a sua responsabilidade. No mercado de crédito (particularmente nos 
microcréditos) subsistem informações assimétricas entre as partes envolvidas na transacção. O 
tomador do empréstimo possui melhore condições de avaliar o risco envolvido no projecto 
financiado, alem da sua disposição ∕ capacidade de pagamento, do que o credor. Na literatura 
económica, os problemas causados pela assimetria de informação contemplam aqueles decorrentes 
da seleção adversa e do risco moral. (PSICO 2010) 
 Segundo ABREU apud PSICO (2010), O problema da seleção adversa surge como 
consequência ao factor de que diferentes devedores possuem diferentes probabilidades de arcar 
com as suas dívidas. A seleção adversa ocorre quando a insuficiência de informação sobre os 
potenciais mutuários leva a uma má (adversa) seleção dos projectos relativamente aos quais o 
financiamento é solicitado. 
 Ainda na mesma linha de análise, (PSICO 2010) acrescenta dizendo que o problema de risco 
moral consiste na não observância de determinadas atitudes, por parte do devedor, que interferem 
na sua capacidade de honrar a divida contraída, pois, se o problema resultante da informação 
assimétrica ocorre depois da transação financeira temos um problema de risco moral. O risco moral 
consiste na possibilidade do agente que contrai um empréstimo alterar o destino dos fundos 
25 
 
(afectando-os a um fim diferente ou a uma actividade menos moral) depois do empréstimo ter sido 
concedido. O mutuário pode saber a priori o que pretende fazer, procurando tirar vantagem do 
facto de não partilhar toda informação com a instituição financeira. 
2.3.4.4.2. Importância da informação na redução do risco de crédito nas IMF 
 A informação prestada pela instituição de crédito na fase pré-contratual é fundamental para uma 
decisão correcta por parte do potencial mutuário. 
 Esta informação deve ser rigorosa e transparente e permitir a comparação com diferentes 
alternativas de crédito, procurando a adequação dos produtos de crédito ao perfil de risco do cliente. 
Estas preocupações decorrem da constatação de que uma rigorosa avaliação da capacidade 
financeira do cliente por parte das instituições de crédito, adequando os produtos às suas 
características, contribui para prevenir o endividamento e incumprimentodo crédito. No âmbito da 
concessão do crédito deve ser sempre assegurada uma informação completa e rigorosa das 
condições das operações a contratar, que permita uma tomada de decisão com base numa correcta 
avaliação das respectivas características e custos, qualquer que seja a forma como acedam ao 
crédito. 
 Avaliação por parte das instituições de crédito (em particular os microcréditos) das 
características dos potenciais clientes, da sua capacidade de endividamento e do seu perfil de 
devedor, no momento da solicitação de um novo crédito, é essencial para a concessão de crédito 
com responsabilidade. (RODRIGUES 2012). 
2.4. O microcrédito 
2.4.1. O que é microcrédito? 
 Microcrédito, segundo a definição utilizada pelo Governo Brasileiro em seus documentos, 
consiste na “concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos empreendedores informais e 
microempresas sem acesso ao sistema financeiro tradicional, principalmente por não terem como 
oferecer garantias reais; é um crédito destinado à produção (capital de giro e investimento) e é 
concedido com o uso de metodologia específica”. 
 
26 
 
 Para MARTINS et al (2002), o microcrédito pode ser definido como um empréstimo de pequeno 
valor, dado a empreendedores de baixa renda. É uma maneira de potencializar o desenvolvimento 
de pequenos negócios, através de crédito para indivíduos que, pelo baixo nível de formalização de 
seus negócios, ou pela inexistência de garantias, não conseguem acessar crédito junto às 
instituições tradicionais do sistema financeiro. 
 
2.4.2. Origem dos fundos do microcrédito 
 As organizações de microcrédito operam a partir da disponibilização de recursos reunidos num 
fundo financeiro destinado a empréstimos, a sua carteira de empréstimos. O fundo é originário de 
fontes de diversas, provenientes de órgãos de fomento internacionais, dos governos ou do próprio 
sistema financeiro. São montantes destinados ao fundo perdido, oriundos de doações, ou 
emprestados às organizações de microcrédito em condições contratuais especiais. No último caso, 
essas condições irão determinar, por sua vez, quais são as outras que a entidade poderá oferecer ao 
tomador final de crédito. Desta forma, as organizações de microcrédito apresentam-se como 
intermediárias financeiras entre credores de última instância (proprietários dos recursos 
disponibilizados no fundo) e os tomadores finais (a população excluída do sistema financeiro), 
assumindo as seguintes funções: reduzir os custos de transacção e colocar-se como avalista dos 
tomadores finais perante o proprietário dos fundos. 
(MEZERRA; REZENDE; LEDGERWOOD apud PSICO 2010) 
 
2.4.3. Actividades das organizações do microcrédito 
 Segundo LEDGERWOOD apud PSICO (2010), as actividades de uma organização de 
microcrédito normalmente envolvem: 
a) Concessão de pequenos empréstimos, principalmente para financiar capital de giro e 
pequenos investimentos em capital; 
b) Avaliações económicas informais para emprestadores e investidores; 
c) Fornecimento de garantias substitutas, como garantias de grupos de poupanças 
compulsórias; 
d) Disponibilização de empréstimos de maior vulto, baseados em performance da quitação das 
dívidas dos primeiros empréstimos tomados; 
27 
 
e) Produtos de seguros de poupança. 
 
2.4.4. Microcrédito em Moçambique 
 A história do microcrédito de forma mais institucionalizado em Moçambique é 
relativamente recente, mas sempre existiram formas menos institucionalizados que permitem 
que as pessoas tenham acesso ao dinheiro para poderem investir em pequenos negócios bem 
como suprir as suas necessidades imediatas. Segundo PSICO (2010) apresenta formas 
informais de financiamento nomeadamente: 
 
“Xitique” - é uma forma de poupança obrigatória dentro de um grupo, onde é predominante a 
pressão pelos membros para aumentar o autocontrolo dos gastos. Este grupo é constituído por 
4 a 10 pessoas, sendo amigos ou familiares; 
 
“Associações funerárias” – as associações funerárias funcionam em grupos de 20 a 30 
pessoas, frequentemente provenientes da mesma família. Cada um dos membros paga um valor 
mensal. Em caso de falecimento os membros do fundo e seus familiares directos-cônjuge, pais 
e filhos têm direito a um caixão. 
 
“Agiotas” - que concedem créditos individuais em valores. A garantia usada é a boa reputação 
do tomador, cheques pré-datados e haveres pessoais. São pagas altas taxas de juro, 
mensalmente. 
 
2.4.5. Papel do microcrédito 
 Experiências mostram que acções microfinanceiras podem ajudar a população mais pobre a 
elevar sua renda, construir negócios viáveis e reduzir sua vulnerabilidade a impactos externos da 
economia. Pode ser também um instrumento poderoso para fazer da população de baixa renda 
agentes efetivos de mudança em suas comunidades. 
 Para (CARNEIRO apud PSICO 2010), O sector económico informal contemplado pelos 
serviços de microcrédito, não obstante, provoca compreensão díspar. Este sector dispõe das 
seguintes características: 
28 
 
a) É composto por actividades que não oferecem barreiras à entrada. 
b) Utilização de recursos locais 
c) É marcado pela propriedade familiar das empresas 
d) Opera em pequena escala 
e) Vale-se de tecnologia adaptada e investida em trabalho 
f) Opera em mercados concorrenciais não regulados 
 O alívio a pobreza2 exige muitas ferramentas, incluindo alimento, abrigo, emprego, saúde e 
serviços de planeamento familiar, serviços financeiros, educação, infraestruturas, mercados e 
comunicação. 
 O crédito é uma ferramenta poderosa que é usada eficazmente quando for disponibilizada aos 
dignos de crédito entre os pobres economicamente activos que participam, pelo menos, numa 
economia parcial de dinheiro-pessoas com capacidade de usar empréstimos e boa vontade para 
pagá-los. Em suma os objectivos de um microcrédito são: melhorar o nível de vida dos pobres e 
clientes excluídos do sistema bancário formal e suas famílias, e ampliar o leque de oportunidades 
das comunidades (PSICO 2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 O desemprego e sub-desemprego são manifestações de pobreza. 
29 
 
3. METODOLOGIA DE PESQUISA 
 Segundo DE ANDRADE (2006, pág. 129), metodologia é o conjunto de métodos ou 
caminhos que são percorridos na busca de conhecimento. 
 O método científico é um procedimento necessário para se obter conhecimentos científicos, que 
sejam objectivos, sistemáticos, organizados e verificáveis. Conhecimentos reais, susceptíveis de 
verificação científica (LAKATOS & MARCONI 2011) 
3.1. Pesquisa 
 Segundo GIL (2016, pág. 1), pesquisa é o procedimento racional e sistemático que tem como 
objectivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando 
não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação 
disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao 
problema. 
 
3.1.1. Tipos de pesquisa 
 
Pesquisa Quantitativa e Qualitativa 
 Segundo LAKATOS & MARCONI (2002), Os dados devem ser, quanto possível, expressos 
com medidas numéricas. 
 
 Na visão de GIL (2008), a pesquisa quantitativa toma em consideração que tudo pode ser 
quantificável, demostrando em números as opiniões e informações para classificá-las e analisá-las 
usando recursos e técnicas estatísticas. Ainda na mesma linha de análise na pesquisa qualitativa as 
opiniões não são traduzidas em números, desta forma não requerendo o uso de métodos e técnicas 
estatísticas. 
 No presente trabalho foi feita uma pesquisa qualitativa, visto que a analise e interpretação 
de dados foi baseada na observação e na entrevista de modo a perceber profundamente o 
dilema do risco de crédito em instituições microfinanceiras. E a pesquisa quantitativa com 
base nos questionários, onde as informaçõescolectadas aos colaboradores foram 
30 
 
convertidas em números para poder perceber as estratégias adoptadas para poder reduzir o 
risco de crédito. 
 
Pesquisa Bibliográfica 
 Lakatos e Marconi (2003), afirmam que a pesquisa bibliográfica é o uso de documentos 
publicados que tem a ver com o tema em pesquisa, onde são selecionados em livros, jornais, 
revistas, teses com o intuito de directamente ligado com o assunto a ser pesquisado. 
 
 Neste trabalho foi feita uma pesquisa bibliográfica, através de livros, artigos, monografias, 
de modo a ter um entendimento profundo em relação ao tema em questão. 
 
Pesquisa Exploratória 
 Segundo Gil (2008), a pesquisa exploratória visa proporcionar maior familiaridade com o 
problema (explicitá-lo) e pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas 
experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e 
estudo de caso. 
 No presente trabalho de investigação foi feita uma pesquisa exploratória, baseando-se no 
conhecimento empírico ou seja recolha de informações com pessoas experientes que 
tenham um conhecimento do tema em questão, conhecimento prático, livros com vista a 
obter maior familiaridade com o problema, de modo a torna-lo explícito e poder fazer a 
construção das hipóteses do trabalho. 
 
Estudo de Caso 
 Estudo de caso é a actividade de colectar e analisar informações sobre um determinado 
indivíduo, família, grupo, comunidade ou instituição, a fim de estudar aspectos variados de seu dia 
a dia, de acordo com o assunto da pesquisa. (Lakatos e Marconi, 2003) 
 
 Para este trabalho no estudo de caso foi feita uma colecta e interpretação de informações 
no Microcredito Hluvuku no distrito de Moamba. 
 
 
31 
 
3.2.Técnicas ou Instrumentos de Recolha de dados 
 
3.2.1. Observação 
 Segundo LAKATOS & MARCONI (2003), A observação é uma técnica de colecta de dados 
para conseguir informações e não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos 
ou fenómenos que se desejam estudar. 
 
 Neste trabalho foi feita uma observação da realidade sobre as estratégias que o microcrédito 
Hluvuku adopta para poder reduzir o risco de crédito no distrito de Moamba. 
 
3.2.2. Entrevista 
 A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a 
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. (LAKATOS 
& MARCONI, 2003). 
 
 Neste trabalho, a entrevista será estruturada visto que foi elaborado um roteiro de perguntas 
previamente estabelecidos com o objectivo de obter informações e ajudar a responder o 
problema de pesquisa e bem como analisar as estratégias adoptadas para reduzir o risco de 
crédito. A entrevista foi feita no Microcrédito Hluvuku-distrito de Moamba ao gerente e 
oficial da área de gestão de risco de crédito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
3.2.3. Questionário 
 Para LAKATOS & MARCONI (2003), o Questionário é um instrumento de colecta de dados 
constituído por uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a 
presença do entrevistador. 
 
 Neste trabalho, o questionário foi feito com o objectivo de poder colectar informações 
relevantes para poder fazer uma análise da eficácia das estratégias adoptadas no 
Microcrédito Hluvuku no distrito de Moamba na redução do risco de crédito com o intuito 
de poder responder o problema de pesquisa e a testar as hipóteses estabelecidas. As 
perguntas do questionário foram fechadas e foram feitas aos colaboradores do Microcrédito 
Hluvuku-distrito de Moamba. 
 
3.3. População e Amostra 
 População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indivíduos que possuem as mesmas 
características definidas para um determinado estudo e amostra é parte da população ou do 
universo, seleccionada de acordo com uma regra (GIL,2008). 
 O Microcrédito Hluvuku-distrito de Moamba actualmente conta com 6 colaboradores que 
estão distribuídos da seguinte forma: gerência, sector Administrativo e Financeiro e oficiais 
de crédito. Dentro dos 6 colaboradores, 4 são homens e 2 mulheres, com idades que variam 
entre 30 a 45 anos ou mais. Todos os colaboradores do Microcrédito fazem parte da 
amostra, ou seja a entrevista bem como o questionário foram respondidos por todos 
colaboradores. 
 
 
 
 
 
33 
 
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS 
 ESTUDO DE CASO: MICROCRÉDITO HLUVUKU- DISTRITO DE 
MOAMBA (2016-2018) 
4.1. Perfil do distrito de Moamba 
Localização, Superfície e População 
 O Distrito da Moamba está situado na parte norte da província de Maputo, a 55 Km da capital 
do país, a que está ligado pela EN2/4, e está posicionado entre os paralelos 24° 27’e 25° 50’Sul e 
os meridianos 31° 59’e 32° 37’Este. 
 Tem como limites geográficos a Norte o Rio Massi tonto que o separa do distrito de Magude, a 
Sul os distritos de Boane e Namaacha, a Este os distritos da Manhiça e Marracuene e a Oeste uma 
linha de fronteira artificial com a província Sul-Africana do Transval. 
 O distrito apresenta uma configuração de triângulo com, no sentido Norte - Sul, uma extensão 
de 150Km compreendida entre Panjane junto ao rio Massintonto e a ribeira de Movene, e no sentido 
Leste – Oeste, uma extensão de 61 Km no paralelo de Sabié. 
 
Tabela 1: Localização geográfica-limites do distrito de Moamba 
DISTRITO DISTRITO DE MOAMBA 
 
 
LIMITES 
NORTE SUL ESTE OESTE 
 
 
Magude 
Boane, 
Namaacha e 
Cidade da 
Matola 
Magude, 
Manhiça e 
Marracuene 
República 
da África do 
Sul 
 Fonte: INE-2005 
 
 
 
 
34 
 
Figura 2: Localização geográfica do distrito de Moamba no Mapa 
 
 
 
 
 
 
 
 Namaacha 
 Boane 
Fonte: Ministério da Administração Estatal-2005 
 
 A superfície do distrito é de 4.628 km2 e a sua população está estimada em 89.932 habitantes, 
destes 46.911 são Mulheres, Segundo o Censo 2017 com uma densidade populacional de 16 
hab/km2. 
 A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:1, isto é, por 
cada 10 crianças ou anciões existem 10 pessoas em idade activa. Com uma população jovem (39%, 
abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 94% (por cada 100 pessoas do sexo 
feminino existem 94 do masculino) e uma taxa de urbanização de 36%, concentrada na Vila da 
Moamba e de Ressano Garcia e zonas periféricas de matriz semi-urbana. 
Organização Administrativa 
 O Distrito da Moamba, com sede na Vila de Moamba, é constituído por quatro postos 
administrativos: Moamba -Sede, Ressano Garcia, Sabié e Pessene, que estão subdivididos em 10 
localidades. 
Magude 
 Manhiça 
 
Marracuene 
 Matola 
Matutuíne 
35 
 
 Tabela 2: Organização Administrativa Do Distrito Da Moamba 
Fonte: Posto Administrativo da Moamba-Sede: 2017 
 
Sector agrícola 
 A maioria da população dedica-se à produção em sequeiro com baixa produtividade e alto risco, 
em explorações familiares de menos de 1 hectare e dependentes das condições de pluviosidade. 
Existem grandes extensões de antigas propriedades agrícolas abandonadas que outrora foram 
pertença de privados ou antigas machambas estatais. 
 
 As principais culturas são o milho, amendoim, feijão-nhemba, abóbora, cana sacarina, batata-
doce e mandioca, alimentando-se a população de cereais e tubérculos (milho, mandioca e arroz) 
acompanhados de verduras, feijões, amendoim, peixe e carne de caça. 
Para a obtenção de rendimentos monetários, este sector recorre à venda de hortícolas (tomate 
e cebola), cana sacarina com que fabricam bebidas alcoólicas e peixe da bacia de Corumana. 
As remessas de trabalhadores na África do Sul, a venda de carvão, lenha e carne decaça 
constituem, igualmente, importantes fontes de rendimento familiar. 
 
 
Posto 
Administrativo 
Localidade Aglomerados/povoados 
Moamba –Sede Moamba -Sede Vila da Moamba, Chimezane, Nhoquene, Josina Machel, 
Mahambacheco, Golomo e Goane I. 
Ressano Garcia Ressano Garcia 
Réngué 
Vila Sede, Chimparango, Incomáti, Chanculo, Movene, 
Mubobo,Réngué 
Pessene Pessene -Sede 
Mahulane 
Vundiça 
Sede, Mahoche, Maguaza, Chivonzuanine, Vachanine, Hilaguene, 
Waimbela, Tenga 
Sede, Chiboene, Mucapane, Matchumbutane, Muzele, Khokholo e 
Gohloza-Sede, Matchitchi, Marilane, Mbeve, Lango 
 
Sábie 
Sabié 
Rengué 
Macaene 
Malengane 
Matunganhane 
Vila, Corrumana, Chavane, Lingongolo, Incomanine, Mulombo I, 
Mulombo II, Mafufine, Valha, 
Chicuvati,Rengué,Mucacaze,Mucambo, Goane II, Colela, 
Bandoia, Nwamanhanga, Muburo, Chinhanguanine, Gueva, 
Malengane Estação,População dispersa. 
36 
 
4.2. Breve historial do Microcrédito Hluvuku 
 Um ano após o fim do conflito armado em Moçambique (1992), a OXFAM Intermon-uma ONG 
espanhola- implantou um projecto de emergência que visava recuperar as infra-estruturas 
destruídas durante o conflito no distrito de Matutuine3 e criar as condições mínimas necessárias 
para que as populações refugiadas, que regressavam à zona, reiniciassem as suas vidas. 
 
 O projecto de emergência consistia em financiar micro-empresas da região e pequenos 
empreendedores para a recuperação das suas actividades produtivas. Esse financiamento foi 
concedido, numa primeira fase, em regime de fundo perdido. 
Posteriormente, e porque a procura de ajuda financeira na região aumentou, o projecto passou a ter 
o retorno do dinheiro emprestado acrescido dos juros, os quais, serviam para cobrir os custos de 
gestão do fundo ou para sua ampliação. O projecto de emergência terminou em 2001 e neste ano, 
nasce a HLUVUKU4-ADSEMA, uma associação de âmbito distrital e pessoa colectiva sem fins 
lucrativos, voltada para o desenvolvimento socio-económico das comunidades onde se encontrava 
inserida nos distritos de Matutuíne e de Catembe-província e cidade de Maputo, e em 2014 
estendeu-se para o distrito de Moamba. 
 
4.2.1. Grupo-alvo 
 O Microcrédito Hluvuku concede crédito para as áreas de agro-pecuária, pesca, comércio e 
serviços, habitação e bens de consumo. 
São clientes elegíveis, os cidadãos que tenham a partir de 18 anos idade que queiram desenvolver 
actividades viáveis e/ou que já as desenvolvam e pretendam aumentar o seu capital circulante ou 
melhorar infra-estruturas, adquirir novos equipamentos ou mercadorias ou ainda melhorar as suas 
condições de habitação. 
 
 
 
 
 
3 Um dos distritos da província de Maputo. 
4 Significava desenvolvimento em “ronga”, uma das línguas nacionais, faladas na região sul de Moçambique. 
37 
 
4.2.2. Elementos estratégicos do Microcrédito Hluvuku 
 
Missão 
 Melhorar as condições socio-económicas da população da província de Maputo 
providenciando serviços financeiros sustentáveis de alta qualidade com zelo, competência 
e profissionalismo a pessoas de baixa renda com capacidade e actividades viáveis. 
 
Visão 
 Liderar a oferta de serviços financeiros sustentáveis às populações rurais na província de 
Maputo. 
 
Valores 
Tabela 3: Valores do Microcrédito Hluvuku 
Valores Descrição 
 Transparência e Honestidade Na prestação de contas pela utilização de 
serviços financeiros internos e externos da 
organização. 
 Competência e Profissionalismo Na prestação de serviços financeiros aos seus 
clientes e na implementação e monitoria das 
actividades definidas no seu plano estratégico 
e planos operacionais. 
 Flexibilidade e Disponibilidade Nas mais diversas realizações para às quais a 
Hluvuku é chamada a intervir nos mercados 
onde actua. 
 Espírito de equipa e Solidariedade Não só no que concerne às equipes de trabalho 
interno, mas também no seu contributo para a 
comunidade onde se insere. 
 Sigilo e Compromisso Em todos os actos relacionados directa ou 
indirectamente coma actividade da Hluvuku, 
particularmente na relação com seus clientes. 
38 
 
 Igualidade de Oportunidades Para todos os potenciais clientes internos ne 
externos da organização, priorizando as 
questões de gênero na sua actuação. 
 Dinamismo e Excelência Na prossecução da sua visão e missão, dos 
objectivos gerais e específicos e das 
actividades definidas para a organização. 
 Responsabilidade e Humildade Nas suas acções de carácter social 
salvaguardando sempre um bom 
relacionamento com a comunidade em que se 
encontra inserida. 
Fonte: Microcrédito Hluvuku 
 
Objectivo 
 Financiar para desenvolver a população com actividades economicamente activas. 
4.3. Microcrédito Hluvuku-Distrito de Moamba 
 O Microcrédito Hluvuku iniciou as suas actividades no distrito de Moamba em 2014, com o 
objectivo de promover o desenvolvimento socio-económico, providenciando serviços financeiros 
a pessoas economicamente activas. 
 
4.3.1. Gestão de risco de crédito no Microcrédito Hluvuku-distrito de Moamba 
 Segundo o ponto de vista do Microcrédito, risco de crédito é a possibilidade de ocorrência de 
perdas associadas ao não cumprimento pelo mutuário de suas respectivas obrigações financeiras 
nos termos acordados. 
Para o microcrédito o risco de crédito ou o não cumprimento dos compromissos por parte dos 
clientes resultam em perdas financeiras, pelo facto de ter-se concedido o crédito ao cliente mas por 
sua vez não há retorno porque simplesmente o cliente não fez o pagamento da dívida contraída. 
É por esta razão que os microcréditos devem ter capacidade para saber definir os critérios de 
selecção de indivíduos a financiar. Para o Microcrédito Hluvuku os critérios de legibilidade para 
um individuo ser concedido o crédito são: 
 
39 
 
 Idoneidade; 
 Ser residente no distrito a mais de 6 meses; 
 Ter uma fonte de renda segura; 
 Ter boa reputação na comunidade. 
Além disso, o Microcrédito distingue o bom tomador do mau tomador através do historial do 
crédito se for o caso do tomador subsequente e através de informações colhidas na comunidade 
como referido anteriormente, se for o caso de um tomador primário. 
 
 O tempo que o Microcrédito leva para aprovar o empréstimo a partir do momento da sua 
candidatura do tomador é de 10 dias uteis. 
Apos a cedência de credito ao tomador é necessário que se faca o devido monitoramento para 
garantir que o mesmo venha a cumprir com o seu compromisso. No Microcrédito Hluvuku o 
monitoramento é feito através da informação fornecida pelo Sistema de Gestão de Crédito e visitas 
rotineiras ao tomador que podem acontecer de 3 ou 7 dias apos a cedência do empréstimo. 
 No Microcrédito Hluvuku os clientes têm destinado mais os seus empréstimos na Agricultura, 
comercio, pecuária, bens de consumo, habitação e actividades sociais e a que tem mais 
inadimplência é a agricultura. 
 
Tabela 4: Evolução dos empréstimos concedidos pelo Microcrédito Hluvuku de 2016-2018 
Descrição Nº total de contratos Percentagem 
2016 533 33% 
2017 553 34% 
2018 549 33% 
TOTAL 1635 100% 
Fonte: Microcrédito Hluvuku 
 
 Os dados acima revelam a evolução dos empréstimos que o microcrédito Hluvuku no distrito 
de Moamba concedeu aos seus clientes a partir de 2016 a 2018. É possível notar que em 2016 
houve empréstimos com percentagem correspondente a 33% e por sua vez no ano de 2017 o 
40 
 
número de empréstimos aumentam a uma percentagem que corresponde a 34% mas no ano de 2018 
a um declínio do número de empréstimos para 34%. 
 
Tabela 5: Evolução das inadimplências dos tomadores nos períodos de 2016-2018 
Descrição Nº total de contratos Nº de contratos em incumprimento Percentagem 
2016 533 133 31% 
2017 553 133 31% 
2018 549 170 38% 
TOTAL 1635 436 100% 
Fonte: Microcrédito Hluvuku 
 
 Analisando a informaçãoacima supracitada pode-se entender que entraram em incumprimento 
133 clientes que corresponde a 31% em 2016, tendo mantido a mesma percentagem de contratos 
em incumprimento no ano de 2017 e por sua vez no ano de 2018 houve aumento de contratos em 
incumprimento para 170 que dispararam em 38%. 
 Segundo o Microcrédito Hluvuku no distrito de Moamba os clientes têm destinado os seus 
empréstimos na agricultura, comercio, pecuária, bens de consumo, habitação e actividades sociais, 
e dentre estas áreas a que tem mais inadimplências é a agricultura por ser uma área de incerteza e 
alto risco. 
 
4.3.2. Estratégias adoptadas pelo Microcrédito Hluvuku no distrito de Moamba para 
reduzir o risco de crédito 
 Segundo informações prestadas pelo Microcrédito, as estratégias usadas para reduzir o risco de 
crédito são: 
 
a) Formação de seus colaboradores 
 Pessoas formadas tem uma visão diferenciada de pessoas analfabéticas. E se formar com 
qualidade estas pessoas são capazes de perceber com facilidade os riscos inerentes a este 
financiamento. O microcrédito Hluvuku pauta na formação constante de seus colaboradores com 
vista a lidar com o dilema das inadimplências por parte dos tomadores de credito, pois um 
41 
 
colaborador sem conhecimento esta propenso a diversos erros no âmbito de cedência de 
empréstimos tal como dar credito a clientes que não deveriam ter. 
b) Padronização dos créditos de acordo com o grupo alvo 
 Padronização dos créditos refere-se aos limites estabelecidos pelo microcrédito no âmbito da 
cedência do empréstimo. O Microcrédito Hluvuku concede o crédito aos tomadores em 
conformidade com a zona onde se encontra inserido, nas condições e actividades que se praticam 
nessa mesma zona, pois evita conceder altos valores monetários a clientes que não vão conseguir 
honrar com o seu compromisso. 
 
c) Análise da capacidade de amortização 
 Capacidade de amortização é a disponibilidade financeira que o cliente tem de amortizar a 
dívida mensalmente, bem como o tempo a levar para fazer o pagamento da dívida contraída. No 
âmbito de cedência do empréstimo o cliente é questionado sobre a sua capacidade de amortização 
para poder se fazer o cálculo da taxa de juro a ser aplicada. 
 
d) Análise dos pedidos de crédito 
 De acordo com a capacidade de amortização do tomador o Microcrédito Hluvuku analisa até 
quanto de crédito deverá ceder tomando como base todas as rendas bem como os gastos/despesas 
incorridas pelo cliente mensalmente. Seria um grande risco se o Microcredito não fizesse o balanço 
da capacidade de amortização com o crédito pedido pelo tomador, pois podia fazer a cedência de 
altos valores monetários sendo que o tomador tem fraca capacidade para amortizar o mesmo. 
 
e) Acompanhamento/monitoramento ao tomador 
 Segundo o microcrédito Hluvuku, sistema é um conjunto de partes (recursos, pessoas, bens, 
software e hardware) envolvidas com finalidade de obter algo e comum. Para poder fazer o 
acompanhamento dos seus clientes o microcrédito Hluvuku dispõe do aplicativo LPF-Loan 
Perform como Sistema software, é uma base de dados de clientes que contém informações obtidas 
durante a composição do processo de crédito até o fim do pagamento da dívida. Então este Sistema 
de gestão de crédito funciona de modo a resumir a informação do dia de pedido de crédito, 
42 
 
montante, taxas, períodos, garantias, atrasos, até o fim do pagamento da dívida. Além disso o 
Microcrédito tem feito visitas de aplicação do montante pedido apos uma ou duas semanas da 
cedência do credito onde buscam averiguar se realmente o montante foi aplicado segundo o motivo 
que o levou o cliente a pedir o financiamento. 
 
 
4.4. Análise e Interpretação de resultados da pesquisa 
Gráfico 1: Fins pelos quais os clientes do Microcrédito têm destinado mais os seus 
empréstimos 
 
Fonte: Microcrédito Hluvuku 
 Os clientes do Microcrédito Hluvuku residentes no distrito de Moamba são geralmente pessoas 
de baixa renda e maior parte deles dedicam-se ao cultivo da terra (agricultura). Conforme a 
informação elucidada no gráfico acima, 83% dos colaboradores respondeu que os clientes destinam 
os seus empréstimos obtidos junto ao Microcrédito Hluvuku na agricultura e 17% no comércio. A 
agricultura é uma actividade de incertezas e de alto risco devido a vários factores que podem 
influenciar na colheita, sendo assim os clientes podem não ter o retorno esperado das suas 
actividades comprometendo desta maneira o pagamento da dívida contraída, é por esta razão que 
os Microcréditos devem adoptar estratégias com vista a lidar com situações desta natureza. 
 
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
4
4.5
5
Agricultura Comércio Consumo Habitação
83%
17%
0% 0%
43 
 
Gráfico 2: Área viável e rentável para o Microcrédito ceder o empréstimo 
 
Fonte: Microcrédito Hluvuku 
 O Microcrédito tem cedido mais o seu crédito para o sector de comércio por ser uma área que 
pode gerar altos lucros dependendo do tipo de negócio que o cliente apostar. É um risco muito 
grande quando as instituições microfinanceiras não buscam informações da aplicação do crédito 
no âmbito da cedência, pois a busca de informação desta natureza possibilita avaliar se haverá 
retorno do crédito concedido ou não. 
 
Tabela 6: As medidas adoptadas pelo Microcrédito Hluvuku para reduzir o risco de crédito 
são eficazes? 
 Colaboradores do Microcrédito Hluvuku-
Moamba 
Respostas Número Percentagem 
Sim 6 100% 
Não 0 0% 
Total 6 100% 
 Fonte: Microcrédito Hluvuku 
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Agricultura Comércio Consumo Habitação
44 
 
 Conforme as respostas acima evidenciadas, todos colaboradores do Microcrédito Hluvuku no 
distrito de Moamba acreditam que as medidas/estratégias adoptadas pelo Microcrédito são eficazes 
para reduzir o risco de crédito. Uma instituição microfinanceira que não dispõe de estratégias 
eficazes para reduzir o risco de crédito caminha a passos galopantes para decretar insolvência pois 
não saberá fazer a acepção dos bons tomadores dos maus e por sua vez não haverá retorno do 
crédito concedido. O Microcrédito Hluvuku no distrito de Moamba dispõe de estratégias que 
possibilitam a selecção dos bons tomadores do que dos maus bem como um sistema de controlo 
eficiente. 
 
Tabela 7: Após a cedência do empréstimo, o Microcrédito tem feito o devido 
monitoramento aos seus clientes? 
 Colaboradores do Microcrédito Hluvuku-
Moamba 
Respostas Número Percentagem 
Sim 6 100% 
Não 0 0% 
Total 6 100% 
 Fonte: Microcrédito Hluvuku 
 É muito importante que os Microcréditos façam o monitoramento/controlo dos clientes apos a 
cedência do empréstimo para poder acompanhar o processo de pagamento deles no que tange ao 
cumprimento de prazos e possivelmente detectar os que estão se tornando inadimplentes. Segundo 
os colaboradores do Microcrédito Hluvuku no distrito de Moamba tem sido feito o devido 
monitoramento dos clientes após a cedência do empréstimo oque faz com que haja a recuperação 
do credito concedido por parte do microcrédito usando o aplicativo LPF-Loan Perform como 
Sistema software, é uma base de dados de clientes que contém informações obtidas durante a 
composição do processo de crédito até o fim do pagamento da dívida, não só mas também através 
de visitas de aplicação do montante pedido após uma ou duas semanas da cedência do crédito onde 
buscam averiguar se realmente o montante foi aplicado segundo o motivo que o levou o cliente a 
pedir o financiamento. 
45 
 
5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 
5.1. Conclusão 
 O presente trabalho de pesquisa buscou analisar as estratégias adoptadas pelas instituições 
microfinanceiras para a redução do risco de crédito onde fez-se um estudo no Microcrédito 
Hluvuku que este encontra-se instalado no distrito de Moamba. Apos a fundamentação teórica bem 
como análise no campo de estudofoi possível constatar que as instituições microfinceiras precisam 
de adoptar estratégias eficazes para poder reduzir o risco de crédito visto que os tomadores de 
microcrédito são tipicamente trabalhadores por conta-própria, empreendedores de baixo 
rendimento tanto das áreas urbana ou rural. Exercem actividades económicas de comerciantes, 
vendedores de rua, pequenos agricultores, provedores de serviços (cabeleireiros, motoristas), 
artesãos e pequenos produtores. Usualmente as suas actividades propiciam-lhes uma instável fonte 
de rendimento (obtido, em muitos casos, com o acumular de turnos de trabalhos) (LEDGERWOOD 
apud PSICO 2010) 
 Para tal é necessário que os Microcréditos busquem de uma forma profunda informações que 
possam ajudar na avaliação da capacidade amortização do empréstimo por parte dos tomadores 
 Segundo RODRIGUES (2012), esta informação deve ser rigorosa e transparente e permitir a 
comparação com diferentes alternativas de crédito, procurando a adequação dos produtos de crédito 
ao perfil de risco do cliente. Estas preocupações decorrem da constatação de que uma rigorosa 
avaliação da capacidade financeira do cliente por parte das instituições de crédito, adequando os 
produtos às suas características, contribui para prevenir o endividamento e incumprimento do 
crédito. 
 Para responder a este dilema de risco de crédito o Microcrédito Hluvuku-distrito de Moamba 
busca aposta na Formação constante de seus colaboradores, padronização dos créditos de acordo 
com o grupo alvo, análise da capacidade de amortização, análise dos pedidos de crédito, bem como 
fazer o devido acompanhamento ou monitoramento ao tomador, oque pode se concluir que estas 
estratégias que o microcrédito adopta ajudam a reduzir o risco de crédito, desta forma valida-se a 
hipótese afirmativa que diz: As estratégias adoptadas pelo Microcrédito Hluvuku são eficazes para 
a redução do risco de crédito através das informações colectadas que tornam os tomadores credíveis 
46 
 
ou não no âmbito da concessão de crédito, contribuindo desta forma para o desenvolvimento 
económico local. 
5.2. Recomendações 
 Apesar das estratégias que o microcrédito Hluvuku-distrito de Moamba adopta serem eficazes 
na redução do risco de crédito, é necessário que se observe os pontos a seguir: 
 Algumas das análises sobre o risco de créditos no Microcrédito Hluvuku são feitas pelos 
gestores de clientes, considerando que estes estão em constante contacto com o cliente nas 
operações do dia-a-dia, melhor seria se todas as análises inerentes ao risco de crédito fossem 
desenvolvidas por alguém fora do alcance do cliente para garantir imparcialidade; 
 Criação de espaço para formação constante (mensalmente) de colaboradores sobre técnicas 
de gestão de risco de crédito, pois é muito importante que todos tenham conhecimento dos 
elementos que identificam um tomador não credível, sendo assim a decisão será mais 
acertada; 
 Incentivar as comunidades através de palestras na criação de “Grupos Solidários.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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PSICO, J. A. T. Microfinancas: Solução para o combate à pobreza?. Lisboa. Escolar Editora. 
2010; 
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TEIXEIRA, Sebastião. Gestão das Organizações. 3.ed. Lisboa. Escolar Editora. 2013; 
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VALGY, I. I. C. I. Microfinanças em Moçambique: Estudo do perfil do Utilizador na Cidade 
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VENTURA, Eloy Câmara. A evolução do crédito da Antiguidade aos dias atuais. Curitiba: 
Juruá, 2000. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
7. Anexos 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
 
 
51 
 
 Anexo 1: Modelo de Entrevista para os Gestores, Técnicos da área de crédito do M. H. 
 
MODELO DE ENTREVISTA PARA OS GESTORES, TÉCNICOS DA ÁREA DE 
GESTÃO DE CRÉDITO DO MICROCRÉDITO HLUVUKU 
 
A presente entrevista tem como objectivo colher informações relacionadas com as 
estratégias adoptadas pelo Microcrédito Hluvuku para reduzir o risco de crédito no 
distrito de Moamba. A entrevista insere-se no âmbito de uma pesquisa destinada à 
elaboração da monografia científica para a conclusão do Curso de Licenciatura em 
Gestão de Empresas com Habilitações em Gestão Financeira. 
As suas respostas serão tratadas e usadas somente para efeitos de pesquisa, garantindo o 
anonimato, o sigilo e a confidencialidade das informações prestadas. 
 
 
 
 
1. Quando iniciou a actividade do Microcredito e qual foi a razão da sua criação? 
2. Conceito de risco de crédito para o Microcrédito? 
3. Quais são os constrangimentos trazidos pelo risco de crédito no Microcrédito? 
4. Quais os critérios de

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