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Campos de aplicação da psicologia forense AUTORA - Eliane Dalla Coletta AV2 Atuação dos psicólogos na área criminal Sua tarefa é realizar a avaliação psicológica para diagnosticar insanidade mental ou dependência toxicológica. A partir da Lei de Execução Penal, de 1984, que estabelece a necessidade de haver um psicólogo na Comissão Técnica de Classificação, os psicólogos passaram a atuar oficialmente na esfera prisional. Com a revisão de 2003, por meio da Lei nº 10.792 (BRASIL, 2003), a avaliação técnica passou a ser exigida na concessão de benefício legal, porém o psicólogo já atua nessa área há mais de 40 anos. A atuação nos sistemas carcerários, com avaliações e tratamentos, é mais rara em função da superlotação dos presídios brasileiros. Porém, junto aos institutos psiquiátricos forenses, os psicólogos trabalham no tratamento psiquiátrico e nas avaliações psicológicas, tendo em vista que os presos cometeram crime por transtornos de personalidade. PSICOLOGIA CRIMINAL Estuda a personalidade e os transtornos que levam a uma perturbação grave no comportamento. Os transtornos que evidenciam uma ausência de controle emocional com falta de sensibilidade para o sofrimento alheio e/ou falta extrema de remorso ou culpa podem levar a um comportamento delituoso. O diagnóstico é de psicopatia (transtorno de personalidade, transtorno antissocial, transtorno sociopático ou dissocial). Porém, há também as patologias da personalidade que são as oligofrenias (deficiência mental, insuficiências congênitas caracterizadas pelo não desenvolvimento da inteligência), psicoses (alienação, prejuízo do sensopercepção e do juízo crítico, atuação forte do inconsciente), demências (deterioração mental) e neuroses (falta de harmonia intrapsíquica gerando grande sofrimento a nível consciente). No direito penal, os oligofrênicos são caracterizados como inimputáveis, são as pessoas especiais. PSICOPATAS Os criminosos em série geralmente são psicopatas que apresentam ausência de sentimentos, culpa, tendência à impulsividade, agressividade, falta de motivação e intolerância à frustração. Essas pessoas têm como característica a necessidade de demonstrar poder (narcisistas, onipotentes e dominadores) e são sempre reincidentes, sádicas (sentem prazer em assistir o sofrimento alheio). Além disso, não confessam o crime e se o fazem é pelo prazer de reviver o momento do delito, por isso sempre voltam ao local em que o cometeram. Além disso, são muito inteligentes e envolventes. Também são capazes de descobrir o “desejo das pessoas” para então as manipular. E, ao contrário do que você pode pensar, não são tipos raros. Pesquisas indicam que 40% da população é formada por psicopatas. Geralmente eles atacam em lugar público, à noite ou durante finais de semana, escolhem vítimas que estejam sozinhas, abordando-as para pedir alguma informação ou oferecendo algo como atrativo (HUSS, 2010). CRIMINOLOGIA É uma ciência empírica (baseada em observação e experiência) que analisa o crime e o comportamento do autor do delito e da vítima e que busca o controle das condutas criminosas (BERTOLDI et al., 2014, documento on-line). Para estudar condutas criminosas, se faz necessário o estudo da vida psíquica, procurando entender o motivo que levou a pessoa a praticar os delitos. Nesse sentido, não se pode desconsiderar que o homem sofre influência do meio social a que pertence e dos elementos socioeconômicos, bem como passa por discriminações, situações de abandono e uma gama de outros traumas, frustrações e distúrbios. Na época do positivismo, o criminoso era analisado sob o prisma da biologia, que via a tendência ao crime como uma anomalia, uma doença que o indivíduo já possuía ao nascer. Portanto, ele nascia criminoso. No desenrolar da história da criminologia científica, surge a psicologia, que passou a analisar a personalidade e a sua estrutura de funcionamento para diagnosticar um transtorno ou patologia. O delito é praticado porque o indivíduo é incapaz de controlar suas pulsões, ou devido à sua incapacidade de adotar os padrões de comportamento socialmente aceitáveis. ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO Na realização das avaliações psicológicas, o psicólogo confecciona laudos, pareceres e perícias conforme determinado no art. 6º da Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Principal instrumento de investigação, há a entrevista psicológica. Os testes psicológicos são uma fonte de informação que deve ser confrontada com a análise da entrevista, corroborando ou não hipóteses sobre algum conteúdo psicológico. Com todas as suas estratégias, métodos e técnicas, o psicólogo é capaz de elaborar ou dar um parecer sobre o diagnóstico da conduta do infrator ou criminoso. PSICOLOGIA FORENSE E PSICOLOGIA CRIMINALÍSTICA A psicologia forense é aquela que estuda o comportamento para responder a qualquer dúvida procedente de juízes, desembargadores e promotores e para subsidiar decisões tomadas em situações de tribunais a fim de que elas sejam menos injustas. Nesse sentido, o psicólogo atua mais como perito. A psicologia criminalística responde a dúvidas sobre como e por que ocorrem determinados atos criminosos graves. Porém, ela não é focada somente no crime; o seu campo se alonga no estudo das variáveis preditivas ATENÇÃO! O Conselho Federal de Psicologia (CFP) somente reconheceu uma psicologia, a psicologia jurídica. Esta abrange os diversos âmbitos judiciais e legais e, portanto, é um vasto campo de atuação. LIVRO PÁG . 29
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