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e Imunização 1) Conhecer os tipos de aleitamento e benefícios do aleitamento exclusivo: O Ministério da Saúde adota as seguintes definições de AM que são preconizadas pela OMS: - AME/Aleitamento Materno Exclusivo: quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. - AM predominante: quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais. - AM: quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de outros alimentos. - AM complementado: quando a criança recebe, além do leite materno, alimentos complementares, que são alimentos sólidos ou semissólidos que complementam o leite materno. Nesta categoria a criança pode estar recebendo, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar. - AM misto ou parcial: quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO: OBJETIVOS: 1) Conhecer os tipos de aleitamento e benefícios do aleitamento exclusivo. 2) Compreender o calendário básico de vacinação (tipos, efeitos adversos...). 3) Identificar situações especiais de amamentação (contraindicações absolutas e relativas, e COVID). 4) Esclarecer orientações sobre técnicas de amamentação. 5) Descrever a dieta complementar após o sexto mês. 6) Relatar as consequências do uso precoce de leite de vaca. - A CRIANÇA alimentada exclusivamente com o leite materno fortalece o sistema imunológico, evitando as mortes infantis por infecção. Em razão disso, a amamentação previne: diarreia; infecções respiratórias; alergias; hipertensão, colesterol alto e diabetes (organiza, educa e estimula o seu metabolismo, evitando assim futuros excessos), em longo prazo; obesidade; desnutrição. Além disso, contribui para melhor desenvolvimento cognitivo e melhora o desenvolvimento bucal. - Para a MÃE, o aleitamento proporciona proteção contra o câncer de mama (-4,3% de chance a cada gestação), evita nova gravidez (98%, sob determinadas condições), melhora o vínculo afetivo entre a mãe e o bebê, favorece o retorno do útero ao seu tamanho normal, evita a hemorragia pós-parto. - Soma-se a todos esses benefícios, o fato de que a FAMÍLIA, em geral, tem menores custos financeiros porquanto não precisará comprar alimentos para o lactente por algum tempo e terá melhor qualidade de vida logo que a criança bem amamentada tem menor probabilidade de adoecer e de ser internada, além de mais harmonia no lar. OBS: Segundo estudo de avaliação de risco, no mundo (em especial países em desenvolvimento) poderiam ser salvas 1,47 milhões de vidas por ano se a recomendação de aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado por dois anos ou mais fosse cumprida (AME reduz +- 13% das mortes evitáveis em crianças menores de 5 anos). OBS: A remoção da amamentação nos primeiros meses de vida, associada à alimentação não saudável – ao invés de alimentos caseiros e regionais – tem favorecido para a formação de hábitos alimentares prejudiciais, além de contribuírem para o aparecimento de doenças, ainda na infância, como a obesidade, HAS e diabetes. OBS: Estudos defendem que o leite humano pode representar um diferencial no crescimento do perímetro cefálico, devido aos seus nutrientes, dentre os quais o ferro e os ácidos graxos poli- insaturados de cadeia longa concorrem para o desenvolvimento do cérebro. O crescimento do perímetro cefálico em crianças amamentadas por longo período pode estar associado a um melhor desenvolvimento psicomotor e mental. - A exclusividade do leite materno no primeiro semestre da vida do bebê se deve à sua característica de alimento integral. O leite materno humano, depois do 15º dia está maduro (completo) composto de proteína, carboidrato, lipídio, minerais e oligoelementos, vitaminas e imunoglobulinas. Nesse sentido, fica claro que o leite materno tem tudo o que o organismo do bebê precisa para crescer saudável. OBS: Em se falando em infecções que levam à morte de crianças, a diarreia consiste em resultados de perda de líquidos associadas a fezes moles ou líquidas, decorrentes de infecção causada por vírus ou bactérias, principalmente. O leite materno ministrado na proposta de alimentação exclusiva tem o poder de evitar a diarreia. – Fator bífido, que estimula a proliferação de Lactobacillus bifidum que são bactérias que acidificam as fezes – proliferação de bactérias que acidificam o meio entérico e reduz diarreias (importante causa de morte). OBS: Outra vantagem do leite materno como alimentação exclusiva é a prevenção de infecção respiratória. O leite humano tem ocitocina, um fator de crescimento que estimula a produção da imunoglobulina IgA. OBS: O aleitamento materno exclusivo previne otites, alergias ao leite de vaca, dermatite atópica e outros tipos. 2) Compreender o calendário básico de vacinação (tipos, efeitos adversos...): CRIANÇA - Para vacinar, basta levar a criança a um posto ou Unidade Básica de Saúde (UBS) com o cartão/caderneta da criança. O ideal é que cada dose seja administrada na idade recomendada. Entretanto, se perdeu o prazo para alguma dose é importante voltar à unidade de saúde para atualizar as vacinas. A maioria das vacinas disponíveis no Calendário Nacional de Vacinação é destinada a crianças. São 15 vacinas, aplicadas antes dos 10 anos de idade. AO NASCER: - BCG (Bacilo Calmette-Guérin): Previne as formas graves de tuberculose, principalmente miliar e meníngea - dose única (proteção cruzada contra hanseníase – não tão forte) - HEPATITE B: Previne a hepatite B - dose ao nascer AOS 2 MESES: - PENTA: Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B – 1ª dose - VACINA POLIOMIELITE 1, 2 E 3 (inativada) - (VIP): Previne a poliomielite – 1ª dose - PNEUMOCÓCICA 10 VALENTE (conjugada): Previne a pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo – 1ª dose - ROTAVÍRUS HUMANO: Previne diarreia por rotavírus – 1ª dose AOS 3 MESES: - MENINGOCÓCICA C (conjugada): Previne Doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C – 1ª dose AOS 4 MESES: - PENTA: Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B – 2ª dose - VACINA POLIOMIELITE 1, 2 e 3 (inativada) - (VIP): Previne a poliomielite – 2ª dose - PNEUMOCÓCICA 10 VALENTE (conjugada): Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo – 2ª dose - ROTAVÍRUS HUMANO: Previne diarreia por rotavírus – 2ª dose OBS: Haemophilus influenzae B protege contra MENINGITE. AOS 5 MESES: MENINGOCÓCICA C (conjugada): Previne doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C – 2ª dose OBS: 4 e 5 meses mesma repetem as vacinas dos 2 e 3 meses, respectivamente. OBS: A vacina do ROTA VÍRUS tem uma faixa estreita de administração. A primeira dose da vacina contra o rota vírus só pode ser feita entre 1 mês e 15 dias, até 3 meses e 15 dias de vida. Já a segunda dose, só pode ser feita entre 3 meses e 15 dias e 7 meses e 29 dias. Ressaltando ainda que a segunda dose só pode ser tomada se a primeira foi tomada antes. AOS 6 MESES: PENTA: Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pelo Haemophilus influenzae B – 3ª dose VACINA POLIOMIELITE 1, 2 E 3 (inativada) - (VIP): Previne poliomielite – 3ª dose AOS 9 MESES: FEBRE AMARELA: Previne a febre amarela – dose única OBS: Desde 2020, a vacina contra a febre amarela é obrigatória em TODO territórionacional. AOS 12 MESES: TRÍPLICE VIRAL: Previne sarampo, caxumba e rubéola – 1ª dose PNEUMOCÓCICA 10 VALENTE (conjugada): Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo – Reforço MENINGOCÓCICA C (conjugada): Previne doença invasiva causada pela Neisseria meningitidis do sorogrupo C – Reforço AOS 15 MESES: DTP: Previne a difteria, tétano e coqueluche – 1º reforço VACINA POLIOMIELITE 1 E 3 (atenuada) (VOP): Previne poliomielite – 1º reforço HEPATITE A – dose única (boa eficácia 95% a 99%) TETRA VIRAL: Previne sarampo, rubéola, caxumba e varicela/catapora - dose única AOS 4 ANOS: DTP: Previne a difteria, tétano e coqueluche – 2º reforço VACINA POLIOMIELITE 1 e 3 (atenuada) (VOP): Previne poliomielite - 2º reforço VARICELA ATENUADA (previne varicela/catapora) – dose única FEBRE AMARELA – reforço OBS: Toda criança que tomou a vacina contra febre amarela com idade inferior a 5 anos, tem que fazer 2 doses (uma dose e um reforço). O adulto que não foi vacinando nenhuma vez, a partir de 2020 é obrigado a se vacinar (vacina única, sem reforço). OBS: Crianças de 6 meses a 5 anos (5 anos 11 meses e 29 dias) de idade deverão tomar uma ou duas doses da vacina influenza durante a Campanha Anual de Vacinação da Gripe. ADOLESCENTE - A caderneta de vacinação deve ser frequentemente atualizada. Algumas vacinas só são administradas na adolescência. Outras precisam de reforço nessa faixa etária. Além disso, doses atrasadas também podem ser colocadas em dia. MENINAS DE 9 A 14 ANOS: HPV: Previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais - 2 doses (seis meses de intervalo entre as doses). MENINOS DE 11 A 14 ANOS: HPV: Previne o papiloma, vírus humano que causa cânceres e verrugas genitais - 2 doses (seis meses de intervalo entre as doses). 11 A 14 ANOS: MENINGOCÓCICA C (conjugada): Previne doença invasiva causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C – Dose única ou reforço (a depender da situação vacinal anterior) 10 A 19 ANOS: HEPATITE B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior) FEBRE AMARELA – 1 dose (a depender da situação vacinal anterior) DUPLA ADULTO (DT): Previne difteria e tétano – Reforço a cada 10 anos TRÍPLICE VIRAL: Previne sarampo, caxumba e rubéola - 2 doses (de acordo com a situação vacinal anterior) PNEUMOCÓCICA 23 VALENTE: Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo – 1 dose (a depender da situação vacinal anterior) - (está indicada para população indígena e grupos-alvo específicos) ADULTO: DE 20 A 59 ANOS HEPATITE B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior) FEBRE AMARELA – dose única (a depender da situação vacinal anterior) TRÍPLICE VIRAL: Previne sarampo, caxumba e rubéola – Verificar a situação vacinal anterior, se nunca vacinado: receber 2 doses (20 a 29 anos) e 1 dose (30 a 49 anos); DUPLA ADULTO (DT): Previne difteria e tétano – Reforço a cada 10 anos PNEUMOCÓCICA 23 VALENTE: Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo – 1 dose (Está indicada para população indígena e grupos-alvo específicos) IDOSO: 60 ANOS OU MAIS: HEPATITE B - 3 doses (verificar situação vacinal anterior) FEBRE AMARELA – dose única (verificar situação vacinal anterior) DUPLA ADULTO (DT): Previne difteria e tétano – Reforço a cada 10 anos PNEUMOCÓCICA 23 VALENTE: Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo – reforço (a depender da situação vacinal anterior) - A vacina está indicada para população indígena e grupos-alvo específicos, como pessoas com 60 anos e mais não vacinados que vivem acamados e/ou em instituições fechadas. GESTANTE: - A vacina para mulheres grávidas é essencial para prevenir doenças para si e para o bebê. HEPATITE B - 3 doses (a depender da situação vacinal anterior) DUPLA ADULTO (DT): Previne difteria e tétano – 3 doses (a depender da situação vacinal anterior) dTpa (Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto): Previne difteria, tétano e coqueluche – Uma dose a cada gestação a partir da 20ª semana de gestação ou no puerpério (até 45 dias após o parto). – A mãe vacinada passa, por via transplacentária, a IG para o feto. INFLUENZA – Uma dose (anual) EFEITOS ADVERSOS DA VACINAÇÃO: - Todo e qualquer sinal ou sintoma que a pessoa vacinada apresentar após a vacinação é um evento adverso pós-vacinação. - Embora seguras, nenhuma vacina está totalmente livre de provocar eventos adversos. Além disso, a grande frequência de quadros infecciosos e de natureza alérgica na população, bem como os quadros neurológicos que surgem inevitavelmente, com ou sem vacinação. Muitos desses motivos levaram o PNI a investir na implantação de um Sistema Nacional de Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação, em 1992, para viabilizar a realização da notificação, investigação, acompanhamento, assim como a adoção de condutas adequadas e padronizadas, frente às ocorrências. - Todo evento que surge após a vacinação é, inicialmente, a ela relacionado, o que se denomina associação temporal. Significa dizer que, até se confirmar a verdadeira causa, o sinal ou sintoma estará temporariamente associado à vacinação. OBS: Existem certos tipos de eventos adversos pós vacinação que devem ser notificados rapidamente, como por exemplo: Convulsões; Episódio Hipotônico Hiporresponsivo (EHH); encefalopatia; manifestações neurológicas; púrpura trombocitopênica; outras manifestações hematológicas; choque anafilático; lesões resultantes de disseminação da vacina BCG; poliomielite aguda associada à vacina. Hepatite b – Eritema, induração no local da injeção, febre, cefaleia, tontura, fadiga, desconforto gastrointestinal, mal-estar, astenia, mialgia e artralgia. Pode ocorrer também o abcesso quente (infecção secundária) e/ou frio (técnica incorreta). DTP-Hib – Febre, hiperemia, calor, endurecimento e edema, acompanhados ou não de dor, podem ocorrer, sendo pouco intensos e restritos ao local da aplicação. Estas manifestações podem comprometer por algum tempo a movimentação do membro e provocar dificuldade ao andar. Nódulo indolor no local da injeção. Sonolência: Pode manifestar-se, nas primeiras 24 horas após a aplicação da vacina, e persiste por até 3 dias. Anorexia (falta de vontade de comer), vômito e choro persistente. Poliomielite – O evento adverso que pode ocorrer após o uso da vacina Sabin (VOP), é a própria doença, a poliomielite. Diferente das demais vacinas, este evento pode acometer à criança vacinada, ou a seus comunicantes (pessoas que têm contato com o vacinado). Tríplice viral - Reações locais como dor, eritema (vermelhidão), ardência e/ou enduração no local da aplicação. Reações alérgicas como eritema com prurido (coceira) no local de aplicação, e exantema (manchas vermelhas por todo o corpo acompanhadas ou não de coceira). Febre de 39,50C ou mais. Mal-estar geral, coriza, tosse e cefaleia. BCG ID- Úlcera com diâmetro maior que 1 cm. Linfadenopatia regional não supurada (íngua). Linfadenopatia regional supurada. Abscesso subcutâneo frio (associado à técnica incorreta de aplicação). Abscesso subcutâneo quente (infecção secundária). Cicatriz queloide. OBS: Efeitos adversos mais comuns podem ser – dor no local, febre, quadro gripal, rubor, endurecimento, parestesia, paresia, prurido, entre outros. 3) Identificar situações especiais de amamentação (contraindicações absolutas e relativas, e COVID): - Em algumas situações especiais, pode haver indicação médica para substituição parcial ou total do leite materno. - O ALEITAMENTO MATERNO NÃO É RECOMENDADO PARA: - Mães infectadas pelo HIV - Mães infectadas pelo HTLV I e HTLV II; - Uso de medicamentos incompatíveis com a amamentação. Alguns fármacos são citados como contraindicaçõesabsolutas ou relativas ao aleitamento (existe uma tabela), como por exemplo, os antineoplásicos e radiofármacos. - Criança portadora de galactosemia, doença rara na qual a mesma não pode ingerir leite humano ou qualquer outro que contenha lactose. - Malformações orais, faríngeas, entre outras. - Câncer de mama. - O ALEITAMENTO MATERNO DEVE SER INTERROMPIDO TEMPORARIAMENTE POR: - Infecção herpética, quando há vesículas localizadas na pele da mama. A amamentação deve ser mantida na mama sadia; - Varicela: se a mãe apresentar vesículas na pele cinco dias antes do parto ou até dois dias após o parto, recomenda-se o isolamento da mãe até que as lesões adquiram a forma de crosta. O bebê deve receber Imunoglobulina Humana Antivaricela Zoster. Deve ser administrada em até 96 horas do nascimento, aplicada o mais precocemente possível; - Doença de Chagas: na fase aguda da doença ou quando houver sangramento mamilar evidente; - Abscesso mamário, até que o abscesso tenha sido drenado e a antibioticoterapia iniciada. A amamentação deve ser mantida na mama sadia. - RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS EM ALGUMAS DOENÇAS: - Nas seguintes condições maternas, o aleitamento materno não deve ser contraindicado: - Tuberculose: recomenda-se que as mães não tratadas ou ainda bacilíferas (duas primeiras semanas após início do tratamento) amamentem com o uso de máscaras e restrinjam o contato próximo com a criança por causa da transmissão potencial por meio das gotículas do trato respiratório. Nesse caso, o recém-nascido deve receber isoniazida na dose de 10mg/kg/dia por três meses. Após esse período deve-se fazer teste tuberculínico (PPD): se reator, a doença deve ser pesquisada, especialmente em relação ao acometimento pulmonar; se a criança tiver contraído a doença, a terapêutica deve ser reavaliada; em caso contrário, deve- se manter isoniazida por mais três meses; e, se o teste tuberculínico for não reator, pode-se suspender a medicação, e a criança deve receber a vacina BCG; - Hanseníase: por se tratar de doença cuja transmissão depende de contato prolongado da criança com a mãe sem tratamento, e considerando que a primeira dose de Rifampicina é suficiente para que a mãe não seja mais bacilífera, deve-se manter a amamentação e iniciar tratamento da mãe; - Hepatite B: a vacina e a administração de imunoglobulina específica (HBIG) após o nascimento, praticamente eliminam qualquer risco teórico de transmissão da doença via leite materno; - Hepatite C: a prevenção de fissuras mamilares em lactantes HCV positivas é importante, uma vez que não se sabe se o contato da criança com sangue materno favorece a transmissão da doença; - Dengue: não há contraindicação da amamentação em mães que contraem dengue, pois há no leite materno um fator antidengue que protege a criança; AMAMENTAÇÃO EM ÉPOCA DE COVID-19: (REFERENTE À 26 DE MAIO DE 2020) - De acordo com um único estudo publicado no Lancet, foi pesquisado em pacientes com pneumonia causada pelo COVID-19, a presença do vírus no líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, LEITE MATERNO e swab da orofaringe do recém-nascido. Nestas amostras os resultados foram NEGATIVOS. Portanto, até o momento não há documentação de transmissão vertical durante a gestação e nem no período neonatal, pela amamentação. - Por outro lado, o consenso chinês é contrário à evidência disponível, ao afirmar que existiria a possibilidade de transmissão vertical do COVID-19 e por isso, a amamentação deveria ser contraindicada, mesmo em casos apenas suspeitos, mas NÃO apontaram nenhum caso de transmissão vertical. - Outras duas revisões, uma do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) norte-americano e outra do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG), de Londres, concluíram que caso a mãe queira manter o Aleitamento Materno, a mesma deverá ser esclarecida e estar de acordo com as medidas preventivas necessárias: – Lavar as mãos antes de tocar no bebê na hora da mamada; – Usar máscara facial durante a amamentação. - No caso da mãe não se sentir à vontade para amamentar diretamente a criança, ela poderá extrair o seu leite manualmente ou usar bombas de extração láctea (com higiene adequada) e um cuidador saudável poderá oferecer o leite ao bebê por copinho, xícara ou colher (desde que esse cuidador conheça a técnica correta de uso desses utensílios). - Portanto, finalizamos dizendo que, em sintonia com o pronunciamento da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), o DCAM – SBP (Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP), até o momento, é favorável à manutenção da amamentação em mães portadoras do COVID-19 (se for o desejo das mesmas). - As principais publicações nesse tema, até então indicam que, como em várias outras viroses, os benefícios da amamentação superam os riscos de transmissão do COVID-19. OBS: Sabendo-se que a transmissão pode acontecer por gotículas respiratórias, para a proteção do RN podem ser consideradas algumas alternativas, como a utilização de incubadoras, ao invés de berços, ou o uso de barreiras físicas entre a mãe e o RN, como cortinas. - ALTA HOSPITALAR E ALEITAMENTO – Em relação à alta hospitalar, o documento ressalta a importância dos seguintes cuidados: - Lavar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos antes e depois de tocar o bebê; - Usar máscara facial de pano (cobrindo completamente nariz e boca) durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação; - A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada; - Evitar que o bebê toque o rosto da mãe, especialmente boca, nariz, olhos e cabelos; OBS: Após a mamada, em caso de mães suspeitas ou confirmadas de COVID-19, os cuidados com o bebê (banhos, sono) devem ser realizados por outra pessoa na casa que não tenha sintomas ou que não seja também confirmado de COVID-19. Em caso de troca de fraldas, é recomendado o uso de luvas cirúrgicas ou de procedimento descartáveis. OBS: Às mulheres que desejam doar o leite materno, a nota de alerta reforça que, conforme orientado, “é contraindicada a doação por mulheres com sintomas compatíveis com síndrome gripal, infecção respiratória ou confirmação de caso de SARS-CoV-2. A contraindicação é estendida a mulheres com contatos domiciliares de casos com síndrome gripal ou caso confirmado de SARS- CoV-2”. 4) Esclarecer orientações sobre técnicas de amamentação: Para certificar que a amamentação está acontecendo de maneira adequada, podemos avaliar em duas etapas: Boa posição e boa pega. - BOA POSIÇÃO: - Mãe confortavelmente posicionada, relaxada (o estresse aumenta o nível de cortisol e rebaixa a oxitocina, dificultando a saída do leite), bem apoiada, não curvada. O apoio dos pés acima do nível do chão é aconselhável (uma banqueta pode ser útil). - O corpo do bebê deve ficar bem próximo ao da mãe, “barriga com barriga”. - O corpo e a cabeça do bebê devem estar alinhados (pescoço não torcido). - O braço inferior do bebê deve estar posicionado de maneira que não fique entre o corpo do bebê e o corpo da mãe. - O corpo do bebê deve estar curvado sobre a mãe, com as nádegas firmemente apoiadas (todo o corpo do bebê deve estar apoiado). - O pescoço do bebê deve estar levemente estendido. OBS: Roupas da mãe e do bebê adequadas, sem restrição de movimentos. Recomenda-se que as mamas estejam completamente expostas, sempre que possível, e o bebê vestido de maneira que os braços fiquem livres. - BOA PEGA: - A mãe deve segurar a mama de maneira que a aréola fique livre (posição de “C”). A mãe deve ser orientada a não colocar os dedos em forma de tesoura, pois desta maneira pode-se criar um obstáculo entre a boca do bebê e a aréola. - A cabeça do bebê deve estar no mesmo nívelda mama, com a boca abaixo do nível do mamilo. - A mãe deve esperar o bebê abrir bem a boca e abaixar a língua antes de colocá-lo no peito. - O bebê deve abocanhar, além do mamilo, parte da aréola (aproximadamente 2cm além do mamilo). É importante lembrar que o bebê retira o leite comprimindo os seios lactíferos com as gengivas e a língua. - O queixo do bebê deve tocar a mama. - As narinas do bebê devem estar livres. - O bebê deve manter a boca bem aberta colada na mama, sem apertar os lábios. - Os lábios do bebê devem estar curvados para fora, formando um lacre. Para visualizar o lábio inferior do bebê muitas vezes é necessário pressionar a mama com as mãos. - A língua do bebê deve encontrar-se sobre a gengiva inferior. Algumas vezes a língua é visível; no entanto, na maioria das vezes, é necessário abaixar suavemente o lábio inferior para visualizar a língua. - A língua do bebê deve estar curvada para cima nas bordas laterais. - O bebê deve manter-se fixado à mama, sem escorregar ou largar o mamilo. - As mandíbulas do bebê devem estar se movimentando. - A deglutição deve ser visível e/ou audível. - OS SEGUINTES SINAIS SÃO INDICATIVOS DE TÉCNICA INADEQUADA DE AMAMENTAÇÃO: - Bochechas do bebê encovadas a cada sucção. - Ruídos da língua. - Mama aparentando estar esticada ou deformada durante a mamada. - Mamilos com estrias vermelhas ou áreas esbranquiçadas ou achatadas quando o bebê solta a mama (sinais de pressão). - Dor na amamentação. OBS: Quando a mama está muito cheia, a aréola pode estar tensa, endurecida, dificultando a pega. Nesse caso, recomenda-se, antes da mamada, retirar manualmente um pouco de leite da aréola ingurgitada 5) Descrever a dieta complementar após o sexto mês: - O 1º PASSO para a alimentação adequada do bebê consiste em AME até os 6 primeiros meses de vida. 2º PASSO: - A partir dos 6 meses, introduza de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais. - A introdução dos alimentos complementares deve ser lenta e gradual (aos poucos). - No início, a criança pode rejeitar as primeiras ofertas, porque tudo para ela é novidade (a colher, o sabor e a consistência do alimento). - Mesmo recebendo outros alimentos, a criança deve continuar a mamar no peito até os dois anos ou mais. O leite materno continua alimentando a criança e protegendo-a contra doenças. - Há crianças que se adaptam facilmente às novas etapas e aceitam muito bem os novos alimentos. Outras precisam de mais tempo, não precisando esse fato ser motivo de ansiedade e angústia para as mães. - Nesta fase, é necessário oferecer água tratada, filtrada e fervida, nos intervalos das refeições. 3º PASSO: - Após 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes ao dia, se a criança estiver em aleitamento materno. - Se a criança mama no peito, ao completar 6 meses ofereça: 2 papas de frutas e 1 papa salgada. - Ao completar 7 meses, ofereça: 2 papas de frutas e 2 papas salgadas. - Ao completar 8 meses, a criança já pode receber a alimentação básica da família desde que não sejam utilizados temperos industrializados, excesso de sal, pimenta, alimentos gordurosos como bacon, banha, linguiça, entre outros. - A papa salgada deve conter um alimento de cada grupo: legumes e/ou verduras, cereal ou tubérculo, feijões e carne ou vísceras ou ovo. 4° PASSO: - A alimentação complementar deve ser oferecida de acordo com os horários de refeição da família, em intervalos regulares e de forma a respeitar o apetite da criança. - É importante distinguir os sinais de fome de outras situações de desconforto da criança, como sede, sono, frio, calor ou fraldas sujas. - Não ofereça comida ou insista para a criança comer quando ela não está com fome. - Procure oferecer os alimentos de maneira regular, mas sem rigidez de horários e os intervalos entre as refeições devem ser fixos. - Nos primeiros dias de oferta de alimentos complementares a mãe pode amamentar, caso a criança demonstre que ainda está com fome. - Não castigue ou ofereça prêmios para a criança que não comeu a quantidade considerada necessária. 5º PASSO: - A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher. Começar com consistência pastosa e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família. - No início, os alimentos complementares devem ser especialmente preparados para a criança. - Os alimentos devem ser cozidos em água suficiente para ficarem macios, ou seja, deve sobrar pouca água na panela. - A consistência dos alimentos deve ser pastosa (papa ou purê), não há necessidade de passar na peneira. - Coloque os alimentos no prato e amasse com o garfo. - Não bata os alimentos no liquidificador, para que a criança possa experimentar novas consistências, sabores e cores e aprenda a mastigar. 6º PASSO: - Ofereça duas frutas diferentes por dia, selecionando as frutas da estação principalmente as ricas em vitamina A, como as amarelas ou alaranjadas e que sejam cultivadas localmente. - Para que o ferro presente nos vegetais folhosos e feijão seja melhor absorvido, eles devem ser consumidos com algum alimento rico em vitamina C (exemplo: limão, acerola, tomate, goiaba, laranja) e carnes. As carnes também aumentam a absorção do ferro dos outros alimentos. - Sempre que possível, ofereça carne nas refeições; e uma vez na semana ofereça vísceras ou miúdos que são boas fontes de ferro. 7º PASSO: - Se a criança recusar um alimento, ofereça novamente em outras refeições. (Para aceitar um novo alimento a criança precisa experimentá-lo, pelo menos de 8-10 vezes). - No primeiro ano, evite oferecer os alimentos misturados para que a criança tenha a oportunidade de conhecer os novos sabores e texturas (Separar frutas e legumes em porções distintas no prato, caso for dá-las de vez). - Quando a criança já se senta à mesa, o consumo desses alimentos pela família irá incentivá-la a experimentar 8º PASSO: - Prefira alimentos naturais, sem adição de açúcar e com uso moderado de sal. - Escolha frutas que não precisam ser adoçadas (Exemplo: laranja, caju, maçã, pera, mamão, banana, melancia, goiaba, manga). - Não deixe a criança pequena “experimentar” de tudo, como por exemplo, iogurtes industrializados, macarrão instantâneo, bebidas alcoólicas!!!, salgadinhos, refrigerantes, frituras, cafés, embutidos, enlatados, chás e doces. - Oriente os irmãos maiores para não oferecer doces, sorvetes e refrigerantes à criança pequena. - Leia o rótulo dos alimentos para evitar oferecer à criança aqueles que contém aditivos e conservantes artificiais. OBS: Proibido MEL (por conta do risco de botulismo) até UM ANO!!!! 6) Relatar as consequências do uso precoce de leite de vaca: - A introdução de outros alimentos à dieta do lactente é uma fase crítica pela alta susceptibilidade de levar a criança ao déficit nutricional e ao desenvolvimento de doenças infecciosas e ALERGIAS ALIMENTARES. - O primeiro e mais frequente alimento iniciado precocemente à dieta do bebê, são as preparações à base de leite de vaca, que trazem à tona o cenário das ALERGIAS ALIMENTARES, em especial, a alergia a proteína do leite de vaca (APLV). - A APLV é definida como sendo uma reação imunologicamente adversa aos antígenos presentes no leite de vaca, seus sinais e sintomas costumam se apresentar no primeiro ano de vida, após o desmame e/ou após a sua primeira exposição. - A taxa de prevalência da APLV dobrou no último século e teve um aumento de cerca de 20% na última década. Alguns estudos trazem uma prevalência de 2 a 5% entre os lactentes menores de 1 ano, porém as taxas de sub diagnóstico ainda são elevadas, chegando a 15%. OBS: O fator de proteçãocontra alergias é explicado pelo fato do leite materno ser rico em variados compostos como: fatores de imunidade humoral e moléculas biologicamente ativas, que auxiliam no DESENVOLVIMENTO, MATURIDADE e TOLERÂNCIA do sistema do bebê. - Outro achado do leite humano, no que cerne sua capacidade em fornecer fatores de ascensão orgânica, está na presença de células T reguladoras, envolvidas na manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal e citocinas/fatores do crescimento, que contribuem para promover a maturação da mucosa entérica, dificultando a penetração de agentes patológicos. - A introdução precoce de alimentos diferentes do leite humano, na alimentação do infante, antes da fase de maturação do organismo traz consequências danosas à sua saúde, em detrimento de uma menor ingestão de fatores de proteção existentes no leite humano. - Estas práticas alimentares errôneas provocam o aumento do risco para desenvolvimento de doenças agudas e crônicas tais como: as diarreias, alergias alimentares, com acometimento plural de sistemas e doenças metabólicas. - É notório que o leite humano fornece os nutrientes necessários ao desenvolvimento pleno do bebê, inclusive de sua tolerância oral, devido à presença de fatores imunomoduladores, refletindo sobre um importante efeito protetor contra alergias. Deste modo, manter a amamentação simultaneamente a introdução alimentar de sólidos e leite de vaca no momento oportuno, tem se confirmado como uma estratégia benéfica ao desenvolvimento.
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