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LIVRO ECLESIOLOGIA

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Eclesiologia 
Rev. Dr. Dione Braga
É permitida a reprodução de PORÇÕES desta obra, desde que citada a fonte autoral. É expressamente proibida a reprodução total por qualquer meio ou processo, inclusive quanto às características gráficas e/ou editoriais sem autorização. A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art. 184 e Parágrafos, e Lei nº 6.895, de 17/12/1980) sujeitando-se à busca e apreensão e indenizações diversas (Lei nº 9.610/98).
SUMÁRIO
______________________________________________________________________
APRESENTAÇÃO.......................................
LIÇÃO 1. 
O CONCEITO DE IGREJA, HISTÓRIA E IMPLICAÇÕES
Exercício de Revisão – Lição 1.......................
LIÇÃO 2. 
LIDERANÇA ECLESIÁSTICA E FORMAS DE GOVERNO 
Exercício de Revisão – Lição 2.......................
LIÇÃO 3. 
ORDENANÇAS E DOUTRINA DA IGREJA
Exercício de Revisão – Lição 3.........
LIÇÃO 4. 
A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL E ATIVIDADES DA IGREJA
Exercício de Revisão – Lição 4..........
LIÇÃO 5. 
CONVENÇÕES, ASSEMBLEIAS E REGRAS PARLAMENTARES
Exercício de Revisão – Lição 5..............
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................
______________________________________________________________________
 
Apresentação 
      	Quando John Wesley disse “Dêem-me cem homens que a nada mais temam senão o pecado e a nada mais desejem senão a Deus, e não importará se eles são clérigos ou leigos, garanto-lhe que sacudirão as portas do inferno e edificarão o Reino de Deus sobre a terra”, tinha em mente que o entrelaçamento de Igreja e crentes, promoveria uma visão única voltada para a grande missão proposta por Cristo. Mais ainda, Wesley conseguiu enxergar que os maiores desafios não estavam apenas na esfera espiritual como batalha, mas em nossa condução para com as “coisas” relacionadas ao Reino de Deus. Como bem afirmou o teólogo Alderi Souza de Matos que, ao se estudar a história do Cristianismo, é importante refletir em primeiro lugar sobre o que é a Igreja, qual o seu significado, sua natureza e seus limites. Visão essa de um conceito fiel para com nosso significado como Igreja e como Organismo.
A Eclesiologia. O Novo Testamento grego usa a palavra Ekklesía no singular e no plural, ou seja, tanto para referir-se a uma comunidade cristã específica – uma igreja local, quanto a um conjunto dessas comunidades, geralmente localizadas em uma determinada região. Mais intrigante, e certamente mais complexo, é o uso do termo no singular, porém com um significado coletivo, isto é, com referência a uma realidade mais ampla e mais profunda, como é o caso da passagem clássica de Mateus 16.18: “(...) sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. Esse estudo acerca da Doutrina da Igreja chamamos de “Eclesiologia”. Mas, o termo não está fixo unicamente a explicar o seu significado no sentido etimológico, e sim, uma exposição eclesiológica geral como por exemplo a abordagem dos temas “A Igreja e sua liderança”; “Ordenanças de Cristo, costumes e doutrina da Igreja”; “Sua estrutura organizacional”, etc. 
A Liderança Eclesiástica. Ainda na disciplina da Eclesiologia abordaremos a liderança cristã e seus principais desafios. A igreja evangélica brasileira tem se tornado um celeiro de líderes, porém, ainda sofremos com a falta de liderança de excelência, bem como a falta de obreiros eficazes na Obra de Deus, e isso tem causado grande deficiência nas atividades ministeriais, bem como no aperfeiçoamento de sua missão. Nossa proposta gira em torno das principais orientações para que tanto os líderes, como a igreja em geral, entendam o verdadeiro sentido de liderança cristã e eclesiástica.
	
Desejamos que cada aluno seja ricamente edificado com as orientações aqui apresentadas, pondo em prática os bons conselhos cujo resultado será a maturidade ministerial e a eficiência no serviço do Mestre. A jornada teológica prossegue, não desista!
Rev. Dr. Alex S. A. Belmonte
 
LIÇÃO 1
O CONCEITO DE IGREJA, HISTÓRIA E IMPLICAÇÕES
Existem muitos equívocos e confusões quanto a alguns termos na esfera cristã. Entre esses, a própria palavra “Igreja” sofreu duros golpes de definições mal concebidas, tirando inclusive o real sentido de sua existência. A compreensão correta desses termos se torna importante para uma fiel abordagem em tudo que cerca a Igreja de Cristo.
	1. Etimologia dos Principais Termos Religiosos
	Os termos mais conhecidos na esfera religiosa, dentro do âmbito cristão, são: Religião, Seita, Denominação e Igreja.
I. Religião: Segundo o Dicionário Aurélio o termo “Religião” é “[Do religine] Crença na existência de uma força ou forças sobrenaturais, consideradas como criadoras do Universo, e como tal devem ser adoradas e obedecidas. A manifestação de tal crença por meio de doutrina e ritual próprios, que envolvem, em geral, preceitos éticos” (2ª Edição – 1986). Já o Dicionário Michaelis diz: “Serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade qualquer. Crença ou doutrina religiosa. Veneração às coisas sagradas; crença, fé, piedade”. (2001, p. 1062). 
Para os crentes “fanáticos” que dizem não ter uma religião, fica claro que a religião dos evangélicos chama-se Cristianismo.
II. Seita: O termo se refere a uma organização religiosa fundada por alguma figura carismática central e com base em seus ensinos, cuja autoridade é vista como igual ou maior que as escrituras das principais religiões. Segundo a perspectiva cristã , os ensinos de uma seita opõem-se ou diferem da teologia bíblica histórica. Numa definição mais ampla George Mather e Larry Nichols trazem o seguinte:
Grupo religioso que se separa de uma religião estabelecida, devido ao carismatismo e pregação de um ex-líder local, que geralmente alega ter revelações advindas diretamente do céu. Os membros do grupo dissidente encaram a antiga religião como uma organização mundana, o que comprometeria suas crenças e práticas tradicionais. É comum as seitas restaurarem alguns dos rituais anteriores. (Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo. Editora Vida, 2ª impressão – 2000, p. 408).
Os termos “Seita e heresia”. Ambas derivam da palavra grega háiresis, que significa escolha, partido tomado, corrente de pensamento, divisão, escola etc. A palavra heresia é adaptação de háiresis. Quando passada para o latim, háiresis virou secta. Foi do latim que veio a palavra seita. Originalmente, a palavra não tinha sentido pejorativo. Quando o Cristianismo foi chamado de seita (At. 24.5), não foi em sentido depreciativo. Os líderes judaicos viam os cristãos como mais um grupo, uma facção dentro do Judaísmo. Com o tempo, háiresis também assumiu conotação negativa, como em 1ª Co. 11.19; Gl. 5.20; 2ª Pe. 2.1-2. Sendo assim conclui-se que uma religião não pode ser uma seita. As seitas que na verdade são ramificações das religiões, ou seja, no caso do Protestantismo as seitas serão aqueles grupos que fogem dos fundamentos doutrinários das raízes históricas.
No Judaísmo antigo as principais seitas da Religião judaica eram os Fariseus¹, Saduceus², Essênios³ e Zelotes4.
III. Denominação: No contexto religioso a denominação se refere ao nome do grupo, organização ou instituição dentro de determinada religião. Por exemplo: no caso do Cristianismo-protestante algumas de suas denominações são: Batista, Presbiteriana, Assembleia de Deus, Quadrangular, Luterana, etc. Uma denominação de fato faz referencia á uma identidade religiosa restrita que se identifica unicamente pela nomenclatura que apresenta. A Identidade denominacional. Alguns “cristãos” quando perguntados acerca de suas denominações insistem em responder: “Somos de Jesus!”. Esquecem que em meio a turbulência da confusão doutrinária em que estamos vivendo, a identidade denominacional identifica sua fé e segurança naquilo que acredita e expressa. Essa é a grande importância da identidade denominacional. Ela define e revela a crença, os princípios espirituais, os costumes e principalmente a história envoltado membro. Um crente sem uma identidade denominacional, querendo passar-se por um “espiritualista” nada mais é que alguém que não possui zelo para com sua comunhão cristã e sua “doutrina”. Era assim que o apóstolo Paulo se identificava, chegando a usar o termo “meu” evangelho.
	O educador cristão Carlos Siqueira disse:
O processo de identidade estabelece aquilo que somos com referência aquilo que não somos. A existência da identidade acontece pela negação do outro, onde aquilo que projetamos para nós, hora recebe influência, hora influencia. Sendo assim o relacionamento estabelece o termômetro que identificará como percebemos o meio em que estamos inseridos. Podemos parecer com o todo e em nossa individualidade possuirmos aspectos que são peculiares a grupos distintos, onde estaremos estabelecendo ligações favoráveis a ideologias percebidas da realidade comum. (SIQUEIRA, Carlos. Identidade Denominacional. Artigo livre).
IV. Igreja: O que é Igreja? O Novo Testamento parece dar uma dupla resposta a essa pergunta. Por um lado, ela é uma realidade espiritual e mística, o corpo de Cristo, e como tal é invisível aos olhos humanos. Trata-se do conjunto dos verdadeiros crentes, em tempo passado, presente e futuro, daqueles que pertencem a Cristo e o reconhecem explicitamente como Salvador e Senhor, onde quer que se encontrem (Ef. 1.23; 2.16; 4.4,12,16; Cl. 1.18,24; 2.17,19; 3.15). Por outro lado, em um sentido mais concreto e palpável, esse corpo é o conjunto visível daqueles que professam a fé cristã e se reúnem em comunidades (Rm. 12.4,5; 1 Co. 10.17; 12.12-27; Ef. 3.6; 5.30). Nesta segunda acepção, o Novo Testamento utiliza várias outras figuras para designar a igreja: povo de Deus, família, edifício, rebanho, lavoura de Deus, etc. Em nenhum desses dois aspectos neotestamentários o termo “igreja” se refere a uma estrutura, a uma organização, mas é sempre uma realidade invisível, o corpo místico, ou visível, o conjunto dos fiéis. 
2. O Termo “Ekklesia” para “Igreja”
A palavra “Ekklesia” vem do grego “ek” (“tirado, extraído” - para fora) e “klesia” (“chamado”). Etimologicamente, significaria “Assembleia de chamados para fora”. O termo era usado para descrever “um corpo de cidadãos, cidadãos corporal e fisicamente reunidos, reunidos com a finalidade de discutir os assuntos da sua cidade” (este é o sentido em At. 19.39, onde está traduzido por “assembleia”).
Barclay, explicando a influência da cultura grega no significado de ekklesia em seu uso no NT, diz:
Nos grandes dias clássicos em Atenas a ekklesia era a assembleia convocada do povo. Consistia em todos os cidadãos da cidade que não tinham perdido seus direitos civis [...] elegia e demitia magistrados e dirigia a política da cidade. Declarava guerra, fazia a paz, contratava tratados e planejava alianças [...] obtinha e designava verbas. Duas coisas são interessantes de se notar. Em primeiro lugar, todas as reuniões começavam com orações e sacrifícios. Em segundo lugar, era uma verdadeira democracia. Suas duas grandes senhas eram “igualdade” (isonomia) e “liberdade” (eleutheria). Era uma assembleia onde todos tinham o mesmo dever e o mesmo direito de participar. (BARCLAY, William. Palavras chaves do Novo Testamento. São Paulo, Vida Nova, 1988, p. 45).
Acerca da influência das tradições hebraicas no conceito de ekklesia, o mesmo Barclay comenta “[...] no sentido hebraico, que ekklesia significa o povo de Deus conclamado por Ele, a fim de escutar a Deus ou agir por Ele.”.
Glenn Barker diz que não se tem certeza das circunstâncias sob as quais ekklesia tornou-se a palavra aceita para as congregações cristãs, e considera: “A palavra aparece no Novo Testamento na declaração de Jesus registrada em Mateus 16.18 e 18.17. No entanto, a menos que Jesus tenha falado grego nessas duas ocasiões (uma possibilidade muito remota), é mais provável que ekklesia, nesse texto, reflita a terminologia de Mateus e da igreja primitiva”. (BARKER, Glenn W., Wycliffe, p. 950). 
2.1. Igreja no sentido “Local” e espiritual
Bem disse J. C. Ryle que, a verdadeira Igreja “é composta de todos os crentes em Jesus Cristo. É formada por todos os eleitos de Deus, por todos os homens e mulheres convertidos - por todos os verdadeiros cristãos nos quais podemos distinguir a eleição de Deus, o Pai, a purificação pelo sangue de Deus, o Filho, e a santificação de Deus, o Espírito. Em tais pessoas podemos ver os membros da verdadeira Igreja de Cristo”. Esse é o sentido real de Igreja, da Igreja de Cristo descrito em toda a Bíblia.
I. Pessoas, Corpo, Membro. Assim a definição bíblica do que é uma igreja, no Novo Testamento, onde cada e toda igreja (ekklesia) de crentes é:
a) Um grupo, um corpo, um organismo (diferente de organização).
b) Pessoas que já foram salvas do caminho do Inferno (isto é, o Espírito Santo já as "chamou para fora" do mundo e do pecado). 
c) Os membros de cada igreja se reúnem física e corporalmente,
uma ou mais vezes por semana, sob a liderança de um ancião-pastor, mestre, num local físico, para, todos eles (física e espiritualmente juntos), cultuarem ao Deus verdadeiro, o da Bíblia e tendo os objetivos de: proclamar e expandir o Evangelho de nosso Senhor e Salvador Jesus, o Cristo de Deus.
II. O Nascimento da Igreja. Muitos situam o nascimento da igreja no dia de pentecostes. Mas de um ponto de vista diferente dizemos que a igreja nasceu justamente durante o ministério de Cristo na terra. (e na eternidade, no coração de Deus). Os discípulos ainda faltavam receber a submersão do Espírito Santo, em Pentecostes. Mas tanto esta submersão como também a habitação pelo Espírito Santo, iniciada em João 20.1-22 "(...) E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo." nunca foram ditas ser pré-requisitos indispensáveis para que, mesmo durante os dias do Cristo sobre a terra, os salvos pudessem compor e ser uma igreja. Rm 8.9 e 1ª Co 12.13 estão noutro contexto, posterior à ressurreição do Cristo. A igreja foi explicitamente nomeada em Mt 18.17, com verbos no tempo presente. "E, se não as escutar, dize-o à Igreja e, se também não escutar a Igreja, considera-o como um gentio e publicano." Portanto, seguramente, a igreja local já existia durante os dias de Cristo.
3. O Conceito de “Igreja” nas Confissões Históricas
3.1. Na Confissão de Fé de Westminster (1643–46). Em seu Capítulo XXV: “I. A Igreja Católica ou Universal, que é invisível, consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça; ela é a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas. Ef. 1: 10, 22-23; Col. 1: 18. II. (...);
3.2. Na Confissão de Fé Batista de Londres (1689): “Capítulo 26 - A Igreja: 1. A Igreja universal (ou católica), que com respeito à obra interna do Espírito, e da verdade da graça, pode ser chamada invisível, consiste no número total dos eleitos que já foram, estão sendo, ou ainda serão chamados em Cristo, o Cabeça de todos. A Igreja é a esposa, o corpo e a plenitude daquele que é tudo em todos. (...). 2. Todas as pessoas ao redor do mundo, que professam fé no evangelho e obediência a Deus, mediante Cristo, de acordo com o evangelho, e que não destroem o seu testemunho com alguma doutrina fundamentalmente errada ou conversão profana: esses podem ser chamados de os santos, de que se compõe a igreja visível; e todas as congregações deviam ser constituídas de pessoas assim. (...)”;
3.3. Na Confissão de Fé de Augsburgo (Século XVI). “Artigo 7 - Da Igreja. Ensinam outrossim que sempre permanecerá uma santa igreja. E a igreja é a congregação dos santos na qual o evangelho é pregado de maneira pura e os sacramentos são administrados corretamente. E para a verdadeira unidade da igreja basta que haja acordo quanto à doutrina do evangelho e à administração dos sacramentos. Não é necessário que as tradições humanas ou os ritos e cerimônias instituídos pelos homens sejam semelhantes em toda a parte. Como diz Paulo: "Uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai detodos", etc. (Ef. 4,4s.). (...);
3.4. Na Segunda Confissão Helvética (1562-66): “Da Igreja de Deus, santa e católica, e do único Cabeça da Igreja. A Igreja sempre existiu e sempre existirá. Visto que Deus desde o princípio quis salvar os homens e trazê-los ao conhecimento da verdade (I Tm 2.4), é absolutamente necessário que a Igreja tenha existido no passado, exista agora e continue até o fim do mundo.  Que é a Igreja. A Igreja é a assembléia dos fiéis convocada ou reunida do mundo: é, direi, a comunhão de todos santos, isto é, dos que verdadeiramente conhecem, adoram corretamente e servem o verdadeiro Deus em Cristo, o Salvador, pela palavra e pelo Espírito Santo, e que, finalmente, participam, pela fé, de todos os benefícios gratuitamente oferecidos mediante Cristo. (...); 
3.5. Na Confissão de Fé Batista de New Hampshire (1833): “Capítulo XIII. De Uma Igreja do Evangelho. Cremos que uma igreja de Cristo visível é uma congregação de crentes batizados, associados por aliança na fé e na comunhão do evangelho; observando as ordenanças de Cristo; governado por suas leis, e exercendo os dons, direitos e privilégios neles investidos pela sua Palavra; que os seus únicos oficiais bíblicos sãos os bispos, pastores e diáconos, cujas qualificações, direitos e deveres estão definidos nas epístolas a Timóteo e a Tito”. 
3.6. Na Confissão de Fé Escocesa - (John Knox e Outros - 1560): “16º Capítulo. Da Igreja: Assim como cremos em um só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, assim também firmemente cremos que houve desde o princípio, há agora e haverá até o fim do mundo uma só Igreja, isto é, uma sociedade e multidão de homens escolhidos por Deus, que corretamente o adoram e aceitam, pela verdadeira fé em Jesus Cristo, o qual, só, é a Cabeça da Igreja, assim como é ela o corpo e a esposa de Jesus Cristo. Essa Igreja é católica, isto é, universal, porque compreende os escolhidos de todos os tempos, de todos os reinos, nações e línguas, ou dos judeus ou dos gentios, que tenham comunhão e associação com Deus o Pai, e com seu Filho, Jesus Cristo, pela santificação do Espírito Santo. Por isso ela é chamada comunhão, não dos profanos, mas dos santos, que, como cidadãos da Jerusalém celestial, gozam de benefícios inestimáveis: um só Deus, um só Senhor Jesus Cristo, uma só fé e um só batismo. Fora dessa Igreja não há nem vida nem felicidade eterna. (...);|
3.7. Na Confissão Belga (Por Guido Brès - 1561): “Artigo 27. A Igreja Católica Ou Universal: 1. Cremos e confessamos uma só igreja católica ou universal. 1. Ela é uma santa congregação e assembleia. 2. dos verdadeiros crentes em Cristo, que esperam toda a sua salvação de Jesus Cristo. 3, lavados pelo sangue dEle, santificados e selados pelo Espírito Santo. 4. Esta igreja existe desde o princípio do mundo e existirá até o fim. Pois, Cristo é um Rei eterno, que não pode estar sem súditos. 5. Esta santa igreja é mantida por Deus contra o furor do mundo inteiro. (...);
3.8. Na Confissão de Fé Menonita (A Confissão de Fé de Dordrecht, Adotada em 21 de abril de 1632, pela Conferência Menonita Holandesa reunida em Dordrecht, Holanda). “VIII. Da Igreja de Cristo: Cremos em, e confessamos, uma igreja de Deus visível, a saber, aqueles que, como foi dito antes, verdadeiramente se arrependem e crêem, e são corretamente batizados; aqueles que são um com Deus no céu, e [são] perfeitamente incorporados na comunhão dos santos aqui na terra. Esta nós confessamos ser a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, os que são declarados ser a noiva e a esposa de Cristo, sim, filhos e herdeiros da vida eterna, a tenda, o tabernáculo, e a habitação de Deus em Espírito; edificados sobre a fundação dos apóstolos e profetas, dos quais o próprio Jesus Cristo é declarado ser a pedra principal de esquina (sobre a qual a Sua igreja é construída). (...).
4. A Igreja institucional 
      	Doutor Alderi Souza de Matos diz que “em contraste com o período apostólico, no final do primeiro século e início do segundo começou a surgir a ideia de que a igreja é uma instituição e de que essa instituição consiste essencialmente no colegiado de seus líderes”. De fato, esse foi um período ao mesmo tempo fértil e conflitivo para o Cristianismo, uma época em que os cristãos precisaram definir com mais clareza a sua identidade diante de múltiplos desafios externos e internos com que se defrontavam. Alderi diz:
Entre os desafios externos, estavam as perseguições movidas pela sociedade e pelo estado romano, bem como as críticas simplistas ou sofisticadas feitas pelo mundo pagão. O principal desafio interno consistiu no surgimento de interpretações distintas e por vezes divergentes da fé cristã. Isso significa que o movimento cristão não era uniforme ou homogêneo, mas caracterizava-se por uma grande diversidade de convicções e práticas. (MATOS, Alderi Souza de,. “Vós Sois Corpo de Cristo: Reflexões Histórico-Teológicas Sobre a Igreja Cristã” – Site: Mackenzie).
4.1. Igrejas dissidentes. Alderi prossegue expondo a situação que surgiu no quarto século, no contexto da última grande perseguição movida contra os cristãos pelo Império Romano ocidental. A partir do ano 303, o imperador Diocleciano e depois dele o seu sucessor Galério tentaram eliminar o cristianismo. Uma das medidas adotadas para tal foi a destruição de cópias das Escrituras. Os ministros cristãos eram pressionados a entregar os manuscritos bíblicos, e aqueles que o fizeram ficaram conhecidos como “traditores” (literalmente “entregadores” e, por extensão, “traidores”). Acontece que, numa eleição episcopal realizada no norte da África, um dos bispos consagrantes do bispo eleito foi acusado de ser um “traditor”. “Isso deu início ao chamado cisma donatista (de Donato, um dos líderes do cisma), um movimento perfeccionista que resultou em uma Igreja separada da Igreja Católica, e paralela a esta”. (Alderi). Também na região da Numídia havia, nas mesmas cidades, igrejas católicas e donatistas lado a lado. Foi somente no início do quinto século que o cisma donatista foi eliminado mediante intervenção estatal, medida essa apoiada pelo grande bispo e teólogo Agostinho. Em suma, considerou-se que a Igreja Donatista não era uma Igreja verdadeira, não merecia o nome de Igreja. 
4.2. A Perseguição Católica aos Dissidentes. A partir de então, a Igreja Católica, agora poderosa e aliada do Estado, passou a combater sistematicamente qualquer dissidência religiosa. A Igreja tornou-se uma organização cada vez mais coesa, monolítica, centralizada no clero e especialmente na figura do bispo de Roma, elevado à condição de líder supremo, o papa. Surgiu gradativamente, ao longo da Idade Média, o conceito de cristandade, a visão de uma sociedade unificada tanto política quanto religiosamente, tendo no seu topo as figuras dos reis e dos bispos, do imperador e do papa. Aqueles que ousassem divergir eram duramente reprimidos, como aconteceu com os cátaros, uma seita sincrética do sul da França, que foi eliminada em grande parte através de uma série de cruzadas no início do século XIII. Foi nesse período que se formalizou a punição dos hereges com a criação da Inquisição papal ou Santo Ofício. 
4.3. O cisma católico do Oriente. O cisma católico se refere à separação entre as igrejas ocidental e oriental. O termo “cisma” vem do grego σχίσμα skhísma, e significa “separar”, “dividir”. E do latim, na esfera eclesiástica, schisma. Por derivação de sentido, a palavra pode se aplicada a qualquer desacordo ou dissidência. Sendo assim, um cisma é a separação de uma pessoa ou grupo de pessoas do seio de uma organização ou movimento, geralmente no campo religioso.
I. As raízes do Cisma. O cisma ocorreu no século 11 por causa de um conflito de interesses entre a Igreja Católica do Ocidente e a Igreja Católica do Oriente. O ocorrido estabeleceu o rompimento dessas igrejas. As duas passaram a defender suas próprias doutrinas, o que persiste até hoje. O cisma não aconteceu da noite para o dia, mas foi-se confirmando durante muitos anos, quando as igrejas de Roma e de Constantinoplageraram vários conflitos ideológicos, que se manifestavam no ambiente político, religioso e econômico. 
II. Divergências doutrinárias e ritualísticas. Jesse L. Hurlbut diz que doutrinariamente, a principal diferença das igrejas do Oriente e Ocidente consistia realmente na doutrina conhecida como "a procedência do Espírito Santo", mencionada acima, onde os latinos afirmavam que "o Espírito Santo procede do Pai e do Filho" — em latim "filioque". Os gregos, por sua vez, declaravam que procedia "do Pai", deixando fora a palavra "filioque". Acerca dessa palavra realizaram-se intermináveis debates, escreveram-se livros em abundância e até mesmo sangue foi derramado nessa amarga contenda. Nas cerimônias da igreja Oriental e da Ocidental os usos e costumes eram diferentes e alguns deles transformaram-se em lei. O casamento dos sacerdotes foi proibido na igreja Ocidental, enquanto na igreja Oriental foi sancionado. Atualmente, na igreja grega, qualquer sacerdote do povo (que tem o título de "papa", equivalente a "padre" entre os católicos-romanos) deve ser casado. 
III. O cisma concretizado. A ponta final para a definição do cisma oriental aconteceu quando Miguel Cerulário (1000-1059) se tornou patriarca de Constantinopla, em 1043. Por meio dele, as igrejas latinas passaram por vários constrangimentos e perseguições no campo teológico. Em uma das discussões acerca da pessoa do Espírito Santo, Roma enviou o cardeal Humberto de Silva Candida, ou de Moyenmoutier, a Constantinopla, em 1054, para tentar resolver o problema. O resultado foi a excomunhão do patriarca Miguel Celulário. A resposta de Constantinopla foi a excomunhão do papa Leão IX. Houve acusações graves entre as duas igrejas durante os anos posteriores ao ocorrido. Jesse Lyman diz:
(...) quando o Sacro Império Romano foi estabelecido por Carlos Magno, tomou o lugar do antigo Império, e era separado e independente dos imperadores de Constantinopla. Um Estado independente necessitava de uma igreja independente. Mas o fator decisivo e poderoso que levou à separação foram as contínuas reclamações de Roma, alegando ser a sua igreja dominante e insistindo em que o papa era "o bispo universal". Em Roma a igreja pouco a pouco dominava o Estado. Em Constantinopla a igreja continuava submissa ao Estado. Diante dessas circunstâncias era inevitável o rompimento entre as duas igrejas de conceitos opostos. A separação definitiva das duas grandes divisões da igreja, como já vimos, aconteceu no ano 1054. (HURLBUT, Jesse Lyman. História da Igreja Cristã - Editora Vida, São Paulo, SP - 14a impressão, 2002, p. 146-148).
IV. Tentativas de reunificação. Houve muitas tentativas de reunificação entre as igrejas. Os concílios eram grandes oportunidades para isso. E essas tentativas acabaram, efetivamente, com a queda de Constantinopla, que estava sob o somínio dos otomanos, em 1453. Mas algo surpreendente aconteceu no dia 7 de dezembro de 1965, quando o papa Paulo VI e o patriarca Atenágoras I retiraram as excomunhões. Isso foi oficializado no ano seguinte, mais precisamente em 1966. O diálogo entre as duas igrejas continuam até os dias atuais.
	4.4. A Igreja Protestante. O dia 31 de outubro de 1517 foi considerado o marco do protestantismo mundial. Nesse dia na Alemanha, o monge professor e doutor em Teologia Martinho Lutero, publicou as “95 Teses” condenando a condução do cristianismo Católico, como a venda de um lugar no paraíso (as indulgências). John Wyclif e Jan Huss que haviam anos antes denunciado as “heresias” católicas haviam sido mortos pela própria igreja, mas outra personalidade, João Calvino, também queria uma Igreja que retornasse ás Escrituras, e se tornou figura importantíssima no processo. 
I. Os Reformadores. A teologia protestante se propagou rapidamente, mesmo com a intervenção da Igreja. Lutero foi apoiado por parte da população e pela nobreza que, desejosa de conquistar novas terras sob domínio de Roma (na região da atual Alemanha), o protegeram da perseguição do papa, poupando-o da fogueira, mas não da excomunhão.  Os nomes mais lembrados no período da Reforma Protestantes são dos Reformadores Lutero, Calvino, John Knox, Farel e Úlrico Zwinglio. A Reforma foi a responsável pelo surgimento das primeiras denominações históricas como Presbiteriana, Luterana, Batista, Anglicana, Menonita e muitas outras.
	II. O Pentecostais e Neopentecostais. O movimento pentecostal surgiu nos Estados Unidos no início do século XX, em reação à “falta de fervor evangélico” entre os metodistas e igrejas históricas. Rapidamente propagou-se não só pelos Estados Unidos, mas nos países do terceiro mundo. Propagou-se as manifestações do Espírito Santo, como a capacidade de profetizar, de curar doentes, de fazer milagres e de falar línguas.  Os Neopentecostais surgiram na década de 70 do século XX de uma corrente religiosa que pregava expulsão de demônios, cura e prosperidade. Nessa prosperidade está a teologia que assegura a felicidade e o sucesso que devem ser encontrados na vida. 
	5. Posições e Ideias Erradas quanto a Igreja
	
	Os muitos pensamentos ligados à Igreja de modo geral chegam a causar grandes confusões e principalmente descrédito ao Evangelho. São pensamentos e posições contrárias as realidades envolventes a Igreja de Cristo e outras descrições a respeito. Dentre as muitas posições e ideias destacamos as seguintes:
I. Igreja com “poder” de excluir membros do Livro da Vida. Algumas mentes, pela falta de conhecimento exegético, chegam a pensar que se um membro é excluído da igreja, automaticamente é “riscado” do livro de Deus. Esse “analfabetismo teológico” se dá principalmente pela má interpretação de textos bíblicos que talvez pareçam expor tal questão. Quando um membro é excluído da “igreja”, ele na verdade está se desligando do rol da instituição religiosa cristã a que pertence. Ao procurar outra igreja para se filiar, será naturalmente aceito, é claro, nesse caso, implicando alguns princípios éticos de recebimento em consequência de sua exclusão da denominações anterior. A primeira ideia de exclusão do Reino de Deus foi abraçada pelo Catolicismo, quando começou a declarar não haver salvação fora da igreja Romana.
II. Falta de discernimento entre “Igreja” e “igreja”. Por muitas vezes a Igreja em sentido espiritual é confundida com a igreja, em sentido institucional. Principalmente em questão organizacional. A igreja institucional é falha e comete erros, pois se trata de um governo humano, de uma política eclesiástica. Por isso pastores podem errar, líderes podem falhar, crentes buscam exclusivismo. Porém, por trás dessa igreja falha encontramos uma Igreja superior, santa, pura, ungida e separada por Deus. Essa Igreja não se contamina, é a noiva de Cristo, é o patrimônio de Deus a Terra, é espiritual. Se colocarmos isso em mente e no coração podemos com certeza afirmar que os erros e as falhas da igreja institucional podem ser superados e vencidos com a Igreja espiritual de Cristo. E, como Igreja, nos consagramos todos os dias pela oração, Palavra, comunhão com Deus e com os santos. Isso nos faz vencer o pecado e as imperfeições que nos cercam. O grande problema é que muitos crentes (membros do Corpo) vivem num mundo único de uma igreja puramente terrena e humana, o que leva-os ao afastamento da verdadeira identidade de Igreja.
III. Igreja como instituição social e “anti-social”. Há ainda no seio da Igreja aqueles que a identificam unicamente com a missão de realizar obras sociais, enquanto outros ignoram essa responsabilidade. A falta desse equilíbrio acaba causando conclusões erradas quanto ao verdadeiro ministério da Igreja de Cristo. Como bem disse Dr. Alderi, “à luz do ensino bíblico, do exemplo de Cristo e das lições da história, os cristãos não podem ignorar o desafio social. Como a justiça social é uma das implicações do Evangelho, evitar essa área acarreta sérias dificuldades para a consciência cristã e para o testemunho cristão”. O cristão não pode se isentar da sua responsabilidade. Ao contrário, num mundo afligido por tantas situaçõesque atentam contra a vida, a dignidade e o bem-estar dos seres humanos, é mister que os cristãos redobrem os seus esforços no sentido de seguir os passos daquele que “andou pela terra fazendo o bem”. Porém, a Igreja jamais pode esquecer de sua maior missão: “Levar a salvação à toda a humanidade, por meio do Evangelho de Cristo”.
	IV. Regras humanas creditadas à Deus. Esse é um dos pensamentos mais errados que comprometem a Igreja de Cristo. Não haveria nenhum problema em uma denominação na criação de suas regras, se a mesma não creditasse tal regra à Deus ou a Igreja primitiva. Para isso, um bom entendimento dos conceitos de “costumes e doutrinas”, evitaria de fato tais equívocos. Há até mesmo aqueles que criam suas regras alegando uma “revelação” de Deus, ou seja, trata-se de um exclusivismo de Deus para com aquela denominação, visto que a regra não foi de forma universal, geral, a todos os cristãos, mas unicamente particular. Abordamos o tema “Doutrina, usos e costumes” no final do capítulo 3.
Notas: 
1. Os Fariseus. É possível que o nome seja derivado da expressão hebraica פרושים fariseu que significa “ser separado”, no caso, das práticas e conceitos pagãos. De fato, um fariseu era bem isolado nessas questões, demostrava sua aparente “santidade”, além de tentar expor uma superioridade sobre os demais grupos. Os fariseus surgiram durante o período do segundo Templo, provavelmente o partido adquiriu maior prestigio ou visibilidade após a rebelião dos Macabeus² (167-163 a.C.). Pelo relato bíblico era a maior seita e a de maior influência nos dias de Jesus e no período dos Atos dos Apóstolos. Mantinham um conflito permanente com os Sacerdotes, que, como mencionamos eram apoiados pelos Saduceus, e isso fez com que conseguissem tirar várias cerimônias do Templo e levá-las á realização nos lares. Como observadores extremos da Lei, aceitavam o cânon completo do Antigo Testamento e o interpretavam de forma alegórica; Davam muita importância à lei oral ou tradição que defendiam como sendo parte da revelação de Deus a Moisés. Os fariseus diferentes dos saduceus tinham uma teologia de correta interpretação quanto á pessoa de Deus, da vida e do ser humano. Ensinavam que Deus fez o ser humano com a tendência tanto para o bem como para o mal e ele deveria fazer sua própria escolha; mas Deus ajudava o povo a fazer o bem; Acreditavam em anjos e outros espíritos, na imortalidade da alma e na ressurreição. Eram devotos ao jejum e á aplicação da Lei a todo instante. Quando alguém feria a Lei isso para o Fariseu era pena de severo castigo e vexatória exposição em público. Apesar de duramente criticados por Jesus, por seus excessos e hipocrisia (Mt 23.5,23ss; Lc 18.1ss), o apóstolo Paulo defende sua herança como fariseu (At. 22) e há muitos pontos de convergência entre as convicções teológicas dos fariseus e as doutrinas da igreja primitiva, e também, os judeus ortodoxos, ainda preservam muito das ideias e doutrinas dos fariseus.
2. Os Saduceus. Os Saduceus eram menos numerosos que os fariseus, mas por serem intimamente ligados ao Templo e ao Sacerdote exerciam grande influência no meio judaico. Estudiosos associam os Saduceus com o Sumo Sacerdote “Zadoque” ainda nos dias de Davi (2º Sm 8.17; 15.24) e Salomão (1º Cr. 12.28). O povo via o grupo dessa forma, como o partido dos Sumos Sacerdotes e das famílias aristocráticas, mas é bom frisarmos que isso não é uma regra, ou seja, nem todos os sacerdotes eram saduceus, e isso fica claro nas Escrituras. Os Saduceus exerciam poder político amplo e expressivo, apoiavam os governantes hasmoneanos (Herodes) e centralizavam seu poder por meio do Sinédrio. Também se aproximavam da cultura helenista, razão essa que resultava na simpatia das autoridades romanas. É claro que com isso enfrentavam a oposição dos fariseus e zelotes. Eram mais conservadores e optavam por uma interpretação literal da Torah (Instrução de Moisés) e rejeitavam a lei oral ou tradição. Os Saduceus pregavam uma teologia conturbada e de interpretação flácida, pois negavam a existência de anjos, dos espíritos e a verdade acerca da ressurreição (At. 23.6-10), além de desconsiderarem a interferência de Deus nas atividades humanas, gerando assim um tipo de teologia deísta. Por fim, associaram aos fariseus e zelotes na dura oposição a Jesus e depois à Igreja, fato esse comprovado com o registro bíblico das ameaças de morte aos apóstolos e posteriormente o apedrejamento de Estevão por ordem do Sinédrio, cuja maioria era saduceus. Desapareceram do cenário após a destruição do Templo em 70 d.C.
3. Os Essênios. Mesmo não mencionados de forma direta na Bíblia, os Essênios tem suas origens ainda nos dias dos Macabeus, no período que chamamos de “interbíblico” ou “intertestamentário”. Era uma fraternidade ascética - semelhante ao monasticismo, tendo alguns vivido em Qumran, onde foram encontrados os Rolos do Mar Morto. Cerca de quatro mil deles estavam espalhados pelas regiões da Judéia. Os essênios eram mais radicais do que os fariseus na observância das leis e costumes. Como ascetas abstinham-se do casamento, observavam rigorosamente as leis sobre os banhos cerimôniais e orações diárias. Uma coisa curiosa em outro zelo e observância dos Essênios para com os cristãos primitivos era a defesa da propriedade em comum, isto é, repartiam uns com os outros o que tinham e pregavam isso claramente, como registrado em Atos 2.45 no trato aos cristãos. Os Essênios também cultivavam uma visão profundamente apocalíptica e se consideram os remanescentes da mensagem e promessas proféticas; opunham-se totalmente ao culto do Templo por entenderem que estava totalmente corrompido e afastado dos princípios e valres divinos. Nunca aceitaram a forma que foi contruído o Templo de sua época, pois para qualquer Essênio o que contaminava principalmente os judeus era sua influência política com o mundo e seus governantes. Alguns estudiosos desejam ligar João Batista a esse grupo, mas não encontramos indícios claros para isso. 
4. Os Zelotes. Alguns zelotes remotam sua origem aos macabeus, mas a maioria prefere uma data próxima do ano 37 a.C. e desapareceram por motivos obvios após a destruição do Templo em 70 d.C, assim como os saduceus. O Dr. Henry Halley afirma que “Zelote” pode ter sido uma alcunha baseada na sua personalidade, de modo semelhante ao nome de “filhos do trovão” que Jesus deu a João e Tiago (Mc. 3.17). Era um partido nacionalista que se opunha violentamente à ocupação romana. Receberam este nome por sua oposição sistemática a todo e qualquer vestígio do domínio romano na Palestina e, além disso, recusavam-se a pagar impostos - provavelmente os adversários de Jesus queriam ligá-lo aos zelotes quando o provocaram com a questão do tributo. Os Zelotes aterrorizavam os dominadores romanos. Insitavam a violência dessa forma e odiavam os saduceus. Eram fanáticos e levavam às últimas consequências suas concepções teológicas. Um dos doze chamados por Jesus, Simão, é associado a este grupo (Lc. 6,15; At. 1.13). 
EXERCÍCIO DE REVISÃO – LIÇÃO 1
1) No contexto religioso, qual o significado do termo “Denominação”? 
a. ( ) Grupo, organização ou instituição dentro de determinada religião
b. ( ) Seita que faz parte de uma religião
c. ( ) Grupo, organização ou instituição que praticou rebelião
d.( ) Seita voltada para o ecumenismo cristão
e. ( ) Grupo, organização ou instituição fora de determinada religião.
2) Qual o termo grego e o significado para a palavra “Igreja”?
a. ( ) “Ekklesia” - Assembleia de chamados para dentro
b. ( ) “Ekklesia” - Assembleia de chamados para a missão
c. ( ) “Ekklesia” - Chamados para propósitos divinos
d.( ) “Ekklesia” - Convocados para a fé
e. ( ) “Ekklesia” - Assembleia de chamados para fora.
3) Qual foi o termo grego usados nas Confissões para identificar a Igreja como Corpo de Cristo em todo o mundo?ais os Documentos que fazem parte da Tradiç
a. ( ) Protestante – Isto é “Em todo o Universo”
b. ( ) Cristão – “Cristianismo”
c. ( ) “Católica” – Isto é “Universal”d.( ) “Católica” – Igreja Regional
e. ( ) Nenhuma das opções.
4) Que imperadores tentaram destruir o Cristianismo a partir da destruição de cópias da Bíblia?
ais os Documentos que fazem parte da Tradiça. ( ) Domiciano e Nerva
b. ( ) Diocleciano e seu sucessor Galério 
c. ( ) Marco Aurélio e Constantino em 312
d.( ) Diocleciano e Domiciano
e. ( ) Marco Aurélio e Galério.
5) Das opções abaixo o que constitui um erro quanto a ideia de “Igreja”?
a. ( ) A igreja como Corpo de Cristo
b. ( ) A Igreja como comunhão com Deus
c. ( ) Assembleia de Santos
d.( ) Assembleia dos Chamados para fora
e.( ) Regras humanas creditadas a Deus
LIÇÃO 2
LIDERANÇA ECLESIÁSTICA E FORMAS DE GOVERNO
Sabemos que o líder é o condutor, o guia, aquele que comanda. Ser líder é ter uma visão global, uma relação entre o homem e o seu ambiente de trabalho. É saber ensinar e também aprender, sendo este último de vital importância, ou de maior importância. A principal atividade de um gestor ou líder é a de conduzir pessoas, como o próprio nome indica, sabendo para isso lidar com elas e conseguir os melhores resultados.
1. Conceitos de Líder e Liderança
I. A Grande Enciclopédia Delta Larousse definiu assim o líder: “Líder, em inglês leader, s.m e f. pessoa que chefia, que encabeça, que faz adeptos e seguidores em qualquer ação ou empreendimento. Pessoa que orienta, que dirige; guia (...)”. (LAROUSSE – Editora Delta S.A – RJ, p. 4009).
II. John Haggai vê liderança como: “A disciplina de deliberadamente exercer influência dentro de um grupo para levá-lo a alvos de benefício permanente, que satisfaz as necessidades do grupo”. (HAGGAI, John. Seja um líder de verdade. Editora Betânia, p. 4).
III. Russel P. Shedd em seu livro “O líder que Deus usa” diz: “Um líder convence outras pessoas a segui-lo porque tem respostas e soluções. Ele sabe o caminho a seguir ou, pelo menos, convence seus seguidores de que é competente”. Citando James J. Cribbin quando enfatizou traços da liderança de Moisés, Shedd descreve: “Desempenho atual: É a habilidade de desempenhar bem as funções na posição atual que uma pessoa se encontra (...). Iniciativa: É a habilidade de ser um ‘auto-iniciador’ (...). Aceitação: É a habilidade de ganhar respeito e vencer a confiança de outras pessoas (...). Comunicação: É a habilidade de articular claramente o propósito e os alvos do grupo (...). Realização: É a quantidade e qualidade de trabalho produzido através do uso efetivo do tempo. (...) Flexibilidade: É a habilidade de adaptar-se a mudanças e de ajustar-se ao inesperado. (...). (SHEDD, Russel P,. O líder que Deus usa. Editora Vida Nova, 2ª edição 2001, pp. 13 – 21).
IV. John Maxwell diz que há mais de cinquenta definições e descrições desse termo [liderança] em seus fichários. Porém, se tivesse que usar uma única definição, mesmo nas dezenas de livros escritos, com certeza diria que “liderança é influência”. Mas, um dos maiores especialistas em liderança da atualidade também expressou as seguintes posições: “Liderança é a disposição de assumir riscos”, “Liderança é o desejo apaixonado de fazer a diferença”, “Liderança é enxergar as possibilidades de uma situação enquanto outros só conseguem ver as dificuldades”. Também, “Liderança é inspirar outras pessoas com uma visão clara da contribuição que elas podem oferecer”.
V. Segundo Tannenbaum, Weschler e Massarik (1961): “Liderança é a influência interpessoal, exercida na situação e dirigida através do processo de comunicação humana, com vista à obtenção de um ou diversos objetivos específicos”. Liderança é “uma interação entre pessoas na qual uma apresenta informação de um tipo e de tal maneira que os outros se tornam convencidos de que seus resultados serão melhorados caso se comporte da maneira sugerida ou desejada” (Jacobs, 1970, p.232). Liderança é “o início e a manutenção da estrutura em termos de expectativa e interação” (Stogdill, 1974, p.411). Liderança é “o incremento da influência sobre e acima de uma submissão mecânica com as diretrizes rotineiras da organização” (Katz & Kahn, 1978, p. 528). Liderança é “o processo de influenciar as atividades de um grupo organizado na direção da realização de um objetivo” (Rouch & Behling, 1984 p.46).
VI. Outros comentários acerca da liderança nos dão as seguintes definições: De acordo com John Garner, liderança é o processo de persuasão, ou de exemplo, através do qual um indivíduo (ou equipes de liderança) induz um grupo a dedicar-se a objetivos defendidos pelo líder, ou partilhados pelo líder e seus seguidores. Já Chiavenatto, define liderança como a influência interpessoal exercida numa situação e dirigida através do processo da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objetivos específicos. De acordo com Hersey e Blanchard, estudiosos do assunto, liderança é o processo de exercer influência sobre um indivíduo ou um grupo de indivíduos nos esforços para a realização de um objetivo em uma determinada situação. Lembrando que, influência é uma força psicológica, cujo objetivo é modificar o comportamento de uma pessoa de modo intencional, define Chiavenatto.
2. As Implicações na Arte da Liderança
Liderar não é uma tarefa simples, pelo contrário, liderança exige paciência, disciplina, humildade, respeito e compromisso, pois a organização é um organismo vivo, dotado de colaboradores dos mais diferentes tipos. Dessa forma, pode-se definir liderança como o processo de dirigir e influenciar as atividades relacionadas às tarefas dos membros de um grupo. Porém, existem três implicações importantes nesta definição: 
1ª) A liderança envolve outras pessoas: Onde houver mais de uma pessoa, haverá a necessidade de um líder, o que contribuirá na organização de um trabalho, tarefa ou até mesmo no convívio familiar.
2ª) A liderança envolve uma distribuição desigual de poder entre os líderes e os demais membros do grupo: A distribuição de poder dentro de uma instituição é sem dúvidas sua ponte para crescimento.
3ª) A liderança é a capacidade de usar diferentes formas de poder para influenciar de vários modos seus seguidores: Pode até faltar os recursos, só não pode faltar a criatividade para criá-los. 
Embora existam muitos conceitos e definições, observamos que a liderança é basicamente: a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos. A liderança pode surgir de forma natural, quando uma pessoa se destaca no papel de líder, sem possuir forçosamente um cargo de liderança. É um tipo de liderança informal. Quando um líder é eleito por uma organização e passa a assumir um cargo de autoridade, exerce uma liderança formal.
Como um conceito geral e simplificado, podemos dizer que Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização.
3. Tipos de Líderes
A) Autoritário. Aquele que determina as ideias e o que será executado pelo grupo, e isso implica na obediência por parte dos demais. É extremamente dominador e pessoal nos elogios e nas criticas ao trabalho de cada membro do grupo. Conduta condenável, esta postura e não é válido este tipo de comportamento. É uma pessoa ditadora e soberana, o que comanda o grupo só pensando em si, não aceita as ideias de outro membro do grupo , é uma pessoa déspota também subestimando e diminui o grupo. Consequência: A reação do grupo de modo geral fica hostil e se distancia por medo. 
B) Indeciso. Não assume responsabilidade, não toma direção efetiva das coisas, vive no jargão “deixa como esta, para ver como é que fica”. 
Consequência: A reação do grupo é ficar desorganizado, gera insegurança e atritos, é como um barco sem leme, não sabe para onde vai. 
C) Democrático. É o líder do povo, pelo povo, e para com o povo, preocupa-se com participação do grupo, estimula e orienta, acata e ouve as opiniões do grupo,pondera antes de agir. Aquele que determina, junto com o grupo, as diretrizes, permitindo o grupo esboçar as técnicas para alcançar os objetivos desejados. É impessoal e objetivo em suas críticas e elogios. Para ele, o grupo é o centro das decisões. Acreditamos que a ação do líder democrático é de suma importância para o progresso e sucesso de uma organização.  Tal como um sacerdote, que posso dar o exemplo de Moisés do Egito, (quando estava com o povo defendia Deus, quando estava com Deus defendia o povo). 
Consequência: A reação do grupo é de interação, participação, colaboração e entusiasmo. 
D) Liberal. Aquele que participa o mínimo possível do processo administrativo. Dá total liberdade ao grupo para traçar diretrizes. Apresenta apenas alternativas ao grupo. Consequência: A reação do grupo geralmente é ficar perdido, não ficando coeso.
E) Situacional. É aquele que assume seu estilo de liderança dependendo mais da situação do que da personalidade. A postura deste líder brota ante as diferentes situações que ele detecta no dia-a-dia. Possui um estilo adequado para cada situação. Consequência: A reação do grupo é de segurança e motivação por certo tempo.
F) Emergente. Diz respeito aquele que surge e assume o comando por reunir mais qualidades e habilidades para conduzir o grupo aos objetivos diretamente relacionados a uma situação especifica. Por exemplo, num caso extraordinário, onde determinadas ações devem ser traçadas de imediato. 
Consequência: O grupo reage bem, participa, colabora, sabendo que se houver emergência, o líder saberá o que fazer. 
4. O líder e sua conduta
A conduta do líder deve ser única e definida, sem oscilações e posições contraditórias. Deve o líder portar-se de forma idêntica em todos os campos de atuação. Eis os requisitos para uma boa Liderança:
 
I) Não seja Pedantista: demonstração ostensiva de que sempre sabe mais que os outros. Isso causa mal estar entre os liderados e afastamento de alguns. O líder deve saber respeitar os limites nas questões do conhecimento.
II) Não seja Megalomaníaco: mania de grandeza. Muitos líderes acabam se troando antipáticos quanto a esse problema. A mania de grandeza muitas vezes se manifesta de uma forma onde os liderados interpretam como alguém que quer ser maior sem se preocupar com os outros.
III) Não seja Paroleiro: falar exageradamente. Isso é forma disfarçada de mentir. A linguagem do líder deve ser verdadeira e demonstrar segurança em suas palavras e argumentos.
IV) Não seja Reclamador: Nunca esta satisfeito. Nada satisfaz. Geralmente esse tipo de líder só enxerga defeitos e nunca qualidades. Suas queixas e exigências sempre estarão sem fundamento e sem propósitos.
V) Não seja Inconstante: mudando de atitude a toda hora. Isso transmite incerteza e insegurança nos liderados. O líder deve manter sua postura pois a mudança de atitude pode revelar alguém que não sabe o que quer nem para onde está indo.
 
VI) Não seja Egoísta: pensar somente em si , cuidar só de si. Esse egoísmo destruirá a liderança, pois nesse caso o líder mostrará uma preocupação voltada apenas para o seu querer e vontade.
VII) Não seja Precipitado: tomar atitudes imprudentemente. Um bom líder sabe analisar, questionar, extrair, trabalhar bem entes de tomar suas decisões. Comportamento precipitado sempre leva ao fracasso.
VIII) Não seja Antipático: personalidade indesejável. A antipatia é a maior inimiga de um líder. Ela afasta pessoas e destrói amizades. Um líder antipático terá menos amigos e poucos admiradores e auxiliares.
4.1. Erros que os Líderes devem Evitar
	Líderes devem evitar erros, pois isso pode enfraquecer sua liderança e ministério, principalmente erros que parecem “pequenos” ou “simples”, mas que revelam deficiência e fragilidade. Mas, ao mesmo tempo em que estivermos expondo os erros, mostraremos principalmente pontos de acertos da liderança e do líder, como os seguintes:
I. Seja sempre pontual. A pontualidade é uma das marcas dos grandes líderes. Um líder que não tem pontualidade em seus compromissos – reuniões, encontros, cultos, e programações em geral, facilmente será confrontado nesse problema. O líder deve lembrar que é o exemplo e modelo de conduta dos seus liderados;
II. Não seja desorganizado. Se existe um erro grave que o líder não deve cometer é concernente a organização de sua vida e ministério. Líderes desorganizados não são respeitados e nem reconhecidos. A desordem irrita as pessoas e produz desconfiança e insegurança em muitos dos projetos e atividades. Tenha em mãos sua agenda, organize suas atividades, faça planejamentos e tenha disciplina em tudo que irá realizar;
III. Tenha sempre atitude e iniciativa. O líder não pode ficar parado olhando o tempo passar, deve ter iniciativa e atitude para com as responsabilidades que foram postas em suas mãos. Não espere pelos outros, faça. John Maxwell, um dos maiores formadores de líderes do mundo disse: “(...) Atitude não é tudo, mas pode fazer uma grande diferença em sua vida. (...) Você precisa descobrir o que a atitude pode e o que ela não pode fazer por você, e como você pode fazer dela uma qualidade para melhor servir onde você foi chamado. A atitude é como um sentimento interior que se expressa pelo comportamento exterior. As pessoas sempre projetam no exterior o que sentem no interior. Algumas pessoas tentam encobrir sua atitude e podem enganar os outros por um bom tempo. Mas essa "capa" não dura muito tempo. A atitude sempre vem à tona. Por isso, não importa quão talentoso você seja, sua atitude sempre revelará se você realmente deseja aplicar seus talentos para servir à causa de Cristo”;
IV. Não chame a atenção de um liderado na presença dos outros. Isso se refere ás atitudes que possam causar constrangimentos e vergonha ao liderado. Chame sempre o liderado em particular ou em reuniões de grupos pequenos. Ouça-o, peça esclarecimentos e lhe dê orientações importantes para edificação, mudança e crescimento;
V. Elogie motivando. Muitos líderes não sabem elogiar os trabalhos dos liderados. Há aqueles que se esquecem do incentivo e ignoram a importância desse ponto, e, há outros que realizam uma “rasgação de seda” transformando o elogio em exaltação do ego. Faça de forma correta parabenizando os liderados pelo trabalho realizado ou pelo sucesso da programação, mostrando o quanto o trabalho de cada um foi importante e que podem ir muito mais longe pois possuem capacidade, conforme o preparo e desenvolvimento dos trabalhos;
VI. Não seja influenciado por falsas informações. O líder precisa ser inteligente e jamais cair em armadilhas na sua conduta com as pessoas. Uma dessas armadilhas são as falsas informações, as famosas “fofocas” e “picuinhas” e conversas equivocadas. Seja qual for o problema relacionado com informações diversas, deve o líder antes de tomar qualquer decisão proceder da seguinte forma: Analise e averigue as informações buscando “verdades”; Ouça as partes envolvidas; Compartilhe o problema com outros líderes confiáveis e peça conselhos e opiniões para soluções;
VII. Não rejeite a críticas. Sejam quais forem as críticas, faça delas uma oportunidade para você melhorar e crescer. Líder com as críticas de forma correta revela o nível de maturidade do líder. As mesmas pessoas que criticam devem de fato apresentar opiniões, colha delas o melhor e sejas cada vez melhor. Quanto ás críticas que são de fato desordenadas, chamadas por alguns de “destrutivas”, sempre possuem algo de “especial”. Encare elas com pensamentos de vitória, voltados para Deus;
VIII. Delegue autoridade. Não carregue tudo sozinho, você não irá suportar. Delegue autoridade, tenha ao seu lado pessoas confiáveis e capacitadas para te representar.
5. O Líder e a Inteligência emocional
Inteligência emocional é um conceito em Psicologia que descreve a capacidade de reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Goleman¹ definiu inteligência emocional como: “...capacidade de identificar os nossos próprios sentimentos e os dos outros, de nos motivarmose de gerir bem as emoções dentro de nós e nos nossos relacionamentos.” (Goleman, 1998).
Ainda para Goleman, a inteligência emocional é a maior responsável pelo sucesso ou insucesso dos indivíduos. Segundo ele, a inteligência emocional pode ser categorizada em cinco habilidades:
1. Auto-Conhecimento Emocional. Reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando ocorrem. Isso é muito importante principalmente na vida do líder;
2. Controle Emocional. Lidar com os próprios sentimentos, adequando-os a cada situação vivida. Todos os líderes devem cultivar essa habilidade, pois lidar com os próprios sentimentos trás também um autoconhecimento; 
3. AutoMotivação. Dirigir as emoções a serviço de um objetivo ou realização pessoal. Se o líder não for motivado certamente seus liderados não serão. Há um pensamento que diz: “Um exército de leões liderado por uma ovelha, facilmente será derrotado por um exército de ovelhas liderado por um leão”.;
4. Reconhecimento de emoções em outras pessoas. Reconhecer emoções no outro e empatia de sentimentos;
5. Habilidade em relacionamentos interpessoais. Interação com outros indivíduos utilizando competências sociais. Nossa liderança se torna também um reflexo dos nossos relacionamentos.
	O cuidado da saúde, tanto física como emocional são requisitos obrigatórios para todos que desejam sucesso no ministério da comunicação por meio da liderança ou pregação.
6. Jesus, o Modelo de Liderança 
 	Jesus foi e é o maior líder de todos os tempos. Nunca houve alguém com vocação tão suprema, ministério tão eficaz, liderança tão exemplar e legado mais duradouro. Como líder, ele tinha uma clara consciência de sua pessoa, da sua missão e do seu dever de formar discípulos que continuassem sua obra. Em seu estado de humilhação Jesus aprendeu a depender do Pai em tudo e todas as suas escolhas ministeriais, desde o chamado aos discípulos até seu triunfo na cruz, foram feitas em oração e submissão.
Em um estudo publicado originalmente pela Editora Cultura Cristã, na série Expressão, na revista Liderança Segundo o NT, as principais abordagens sobre o ministério de Jesus como o modelo supremo de liderança a ser imitado, analisou algumas características marcantes que devem ser seguidas por todo líder cristão, como sua consciência da missão, seu pastoreio sacrificial, seu amor abnegado e o seu exemplo humilde que moldou a vida e o caráter dos discípulos. Entre esses pontos destacamos:
 
6.1. Jesus, o Líder Singular. Jesus foi um líder completo, diferentemente de todos os outros líderes humanos. O caráter singular da sua pessoa como Deus e homem proporcionou uma perfeição a suas ações, palavras e escolhas que nunca poderão ser plenamente imitadas por nenhum homem ou líder. Ninguém pode perguntar aos demais como ele perguntou: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46). Jesus foi único porque sua pessoa é única. Ele é o verdadeiro Deus que se fez carne e veio ao mundo com o propósito de salvar pecadores (Jo 1.1-5,11-14). Ao mesmo tempo, é o servo de Deus que renunciou sua glória nascendo como perfeito homem para dessa forma identificar-se com seu povo e salvá-lo da condenação eterna (cf. Jo 15.13).
I.Consciência de si mesmo. A singularidade e perfeição da pessoa e obra de Cristo responde por sua perfeita consciência de si mesmo, de sua missão e das suas ovelhas, coisa que os demais líderes não possuem. Ainda assim, o fato de ele ter sido apontado por Deus como Supremo Pastor e exemplo indica a todo líder cristão que seu dever é seguir os passos do Mestre (1Pe 2.21-22). Jesus tinha uma perfeita consciência de quem era. Ele sabia que era perfeito Deus e perfeito homem. 
II. Compreensão de sua missão. Jesus sabia perfeitamente por que veio ao mundo. Ele fala de si mesmo como tendo “vindo” ou sido “enviado” por Deus (Mc 1.38; 10.45; Lc 12.49,51). Ele possuía um completo conhecimento de cada momento e estágio do seu ministério. Essa consciência se devia tanto ao relacionamento eterno com o Pai, quando recebeu sua missão como aos próprios textos proféticos que falavam em detalhes dessa missão. (Veja por exemplo: Jo 16.28; Lc 19.10; Jo 4.34; 10.11; Lc 9.22).
III. Conhecimento de suas ovelhas. A metáfora predileta de Jesus para retratar seu relacionamento com seu povo foi a ilustração do pastor e da ovelha. O Antigo Testamento estava repleto de alusões a Deus como o pastor de Israel (Is 40.10-11; Sl 23.1). Além disso, o conceito de pastorear tornou-se uma importante imagem explicativa usada para retratar a liderança espiritual em Israel. Assim, reis, profetas e sacerdotes eram chamados de pastores (Jr 23.1-4; Ez 34; Zc 11). Esse conhecimento perfeito do rebanho nenhum líder hoje tem, embora seja seu dever pastorear o rebanho conhecendo as ovelhas e cuidando de cada uma delas. Na igreja visível é possível apenas observar os frutos e as marcas da graça na vida de alguém e presumir que tal pessoa seja uma ovelha do Senhor. Contudo, enganos podem acontecer e muitos bodes podem estar no meio do rebanho ou mesmo da liderança. É tarefa dos líderes estar atentos para pastorear as ovelhas do Senhor e ter cuidado com os lobos vestidos de cordeiro.
 
6.2. Jesus, o Líder a ser Imitado. O ministério de Jesus consistia em pregar e ensinar as boas-novas do reino (Mt 4.23), instruindo aqueles que respondiam afirmativamente à sua proclamação a terem uma atitude de total submissão à sua própria pessoa e ensino, por ser ele o Messias, Rei e Salvador. A nova vida ideal dos crentes consistia em viver como cidadãos do reino, reconhecendo que o rei veio e que suas exigências eram graciosas e revestidas de autoridade, exigindo uma resposta de fé e um comprometimento absoluto. É possível resumir a prática ministerial de Jesus observando suas quatro principais ênfases, que eram: a) anunciar a verdade de Deus com autoridade aos ouvintes, mostrando que as profecias estavam sendo cumpridas nele e pregando as Escrituras pelo método de exposição, ilustração e aplicação com o objetivo de converter pecadores e edificar os discípulos; b) depender do Pai em tudo, vivendo em completa submissão e vida de oração; c) desenvolver um ministério de misericórdia paralelo ao da pregação, em que as curas e exorcismos tinham o propósito de mostrar a sua compaixão e a natureza singular de sua vida e obra (Mt 11.2-6; Is 35.5-6; 61.1); d) preparar discípulos para que fossem como ele mesmo e dentre eles selecionar um grupo para pastorear os demais (os 12 apóstolos).
 
6.3. Jesus, o Líder a ser Seguido. Outra característica fundamental no ministério de Jesus foi sua ênfase em formar discípulos e motivá-los a ser como ele. Cristo escolheu homens comuns e os treinou por um período de tempo ensinando-os a guardar a Palavra de Deus (Mt 28.20), corrigindo pela convivência e exemplificando modelos comportamentais a serem imitados (Jo 13.12-17,34-35). Ele os ensinou sobre teologia e como interpretar as Escrituras, sobre a história da salvação e seus eventos finais, bem como a viver em comunhão e de forma piedosa como homens de oração, dispostos a perdoar e servir aos outros com humildade. (Revista Liderança Segundo o NT. Série Expressão – Editora Cultura Cristã). 
7. Conceito de Liderança Cristã
Liderança cristã é a liderança estabelecida na Igreja de Cristo, para exercer o ministério segundo a Palavra de Deus. Foi Deus quem instituiu a liderança cristã. A Bíblia diz que Deus deu à Igreja apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres objetivando o “aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em caridade, cresçamos em tudo naquele que é cabeça, Cristo”(Ef.4.11-15).
Rev. Hernandes Dias Lopes diz: “É Deus quem escolhe, chama e capacita a liderança da sua igreja. É Deus quemdá pastores à sua igreja. É o Espírito Santo quem constitui presbíteros na igreja. A igreja expressa a vontade de Deus pelo voto, mas em última instância é o próprio Deus quem escolhe aqueles a quem ele mesmo quer para pastorear as suas ovelhas”. 
E o Dr. Russel Shedd declara:
Liderança cristã, mais do que outra qualquer, precisa escolher objetivos que são coerentes com a vontade e lei de Deus. A liderança positiva precisa ser exercida por um homem ou uma mulher que conheça a Deus e inclua os alvos dele. As prioridades do líder precisam ser prioridades bíblicas. Suas qualidades precisam ser aquelas que lhe dêem o nome de amigo de Deus (]o 15.15) e de cooperador com ele (lCo 3.9). Como Paulo, sua ambição única será agradar a Deus (2Co 5.9). O apóstolo sabia que tinha sido escolhido por Deus para liderar outros, mesmo antes de seu nascimento (Gl.1.15). Deus lhe deu a responsabilidade de influenciar permanentemente outras pessoas para a glória dele. (SHEDD, Russel P,. O líder que Deus usa. Editora Vida Nova, 2ª edição 2001, p. 11).
7.1. Aos Líderes que Pastoreiam
Rev. Hernandes expressado princípios da liderança cristã na vida de presbíteros e diáconos, bem como aos que estão pastoreando, apresenta-nos cinco pontos importantes que revelam a eficácia do líder cristão, como segue:
1. O líder precisa andar com Deus antes de fazer a obra de Deus. Quando Jesus chamou os apóstolos, designou-os para estarem com ele; só depois, os enviou a pregar. Vida com Deus precede trabalho para Deus. A vida do líder é a vida da sua liderança. Deus está mais interessado em quem o líder é do que naquilo que o líder faz. Primeiro o líder anda com Deus, depois ele trabalha para Deus.
2. O líder precisa ter consciência do seu chamado divino. Paulo diz para os presbíteros de Éfeso: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos para pastoreardes a igreja de Deus”. É o Espírito Santo quem constitui presbíteros na igreja. O presbiterato é uma obra e uma obra excelente. Ninguém deve buscar esse ministério a menos que tenha consciência de que o Espírito Santo o convoca para esse mister. O presbiterato não é um posto de privilégio, mas uma plataforma de serviço. De igual modo, o diácono deve ter consciência do seu chamado para servir. O diaconato é uma sacrossanta vocação, uma vez que o próprio Filho de Deus veio para servir e não para ser servido.
3. O líder precisa cuidar de si mesmo e do rebanho de Deus. Cuidar de si sem cuidar do rebanho é egoísmo; cuidar do rebanho sem cuidar de si é incoerente. O líder precisa ter vida consistente e ministério eficiente. (...). O líder precisa ser firme e também amável. O líder espiritual é aquele que cuida, ensina, protege e consola o povo de Deus.
4. O líder precisa proteger as ovelhas dos falsos ensinos. O apóstolo Paulo exortou os presbíteros de Éfeso a estarem atentos acerca dos lobos que estão do lado de fora querendo entrar no aprisco para destruir as ovelhas e dos lobos travestidos de ovelhas que estão dentro do aprisco buscando uma ocasião para se manifestarem e arrastarem após si as ovelhas. (...).
5. O líder precisa ter motivações corretas no pastoreio do rebanho de Deus. O líder espiritual deve fazer a coisa certa, cuidar do rebanho de Deus, com a motivação certa. (...). Ele deve ser amável com as ovelhas de Cristo, tratando-as com acendrado amor, servindo-lhes de exemplo, em vez de dominá-las com rigor. (...).
8. Formas de Governo e Oficiais da Igreja
Há três tipos de governo eclesiástico no mundo: Episcopal, Presbiteriano, e Congregacional. Mas, os tipos de governo eclesiástico que mais se identificam com os textos bíblicos, parecem ser o presbiteriano e o congregacional. Vamos examinar estes três tipos de governo na luz do Novo Testamento para que possamos entender melhor o que a Bíblia ensina. 
	8.1. Tipos de Governo Eclesiástico à Luz da Bíblia
I. O governo Episcopal. Esta forma de governo é uma hierarquia. Esta hierarquia de Papas, Cardeais, Arcebispos, e Bispos, governam a igreja toda. Estes oficiais são superiores aos padres e pastores das igrejas e só eles tem o poder (autoridade) e direito para consagrar e governar os padres e pastores e suas igrejas. Estes homens decidem tudo que acontece nas igrejas e elas tem nada haver com as decisões deles. Todas as igrejas e pastores são responsáveis aos oficiais superiores das igrejas. Jesus Cristo ensinou o contrário no Novo Testamento, (Lucas 9.46-48, Mateus 20.20-28). Protestantes episcopais:
a) Metodistas e Anglicanos. Com a Reforma Protestante, algumas igrejas que rejeitaram a supremacia romana mantiveram a premissa de que o governo das igrejas deva estar nas mãos de bispos. As igrejas Metodistas e Anglicanas são “episcopais” porque são governadas por bispos. Os bispos da Anglicana alegam que sua ordenação sucede dos apóstolos. 
b) Os artigos de fé da Igreja Anglicana são parte da doutrina oficial, mas não se exige que os clérigos e leigos os aceitem. Somente os bispos têm o direito de ordenar diáconos e presbíteros (sacerdotes) e de participar da ordenação de outros bispos. O pároco é um sacerdote, o líder espiritual da igreja local; as juntas eleitas pelas congregações resolvem os assuntos temporais. O clero e alguns leigos das congregações e missões formam a Diocese da sua área, chefiada pelo bispo. O Concílio Executivo administra a Convenção Geral.
II. O governo Presbiteriano. Esta forma de governo foi construída sobre o alicerce fundado por João Calvino no século XVI. Atualmente é usada com algumas modificações pelas Igrejas Reformadas e Presbiterianas em muitos países. Afirma que Cristo é a única Cabeça da Igreja, seu Corpo. Os membros elegem os oficiais como seus representantes para governar a igreja institucional. Em geral há quatro categorias de governo presbiteriano. As congregações são independentes e iguais entre si, mas aceitam a Confissão de Fé adotada pela denominação e praticam sua forma de governo eclesiástico. O “concílio”, eleito por cada congregação, cuida dos assuntos e negócios dela. É dirigida pelo pastor, o “presbítero docente”, e pelos “presbíteros regentes”. Outras características do govero presbiteriano:
a) O sínodo é composto dos pastores das congregações da igreja da região, com presbíteros regentes representando cada Igreja do Presbitério. Ele ordena pastores e tem alguma voz sobre a posse e eventual transferência deles pela congregação. 
b) A Assembleia Geral ou Supremo Concílio reúne representantes eleitos por todos os presbíteros. Tem autoridade geral em assuntos de fé, ordem, propriedade, missões, educação, etc. e é a última côrte de apelo em todos os casos apresentados pelos concílios das congregações, presbíteros e sínodos.
III. O governo Congregacional. Antes da Reforma Protestante existiram comunidades que tentaram seguir o modelo das igrejas primitivas nas suas vidas congregacionais. As Igrejas da Reforma Radical insistiram em retornar ao ensino e práticas das igrejas do Novo Testamento. Em consequência, congregações autônomas foram implantadas pelos Waldenses, Irmãos, Anabatistas e “Igrejas dos Crentes”. Características do governo congregacional:
a) As igrejas locais com governo congregacional são autônomas, determinando sua própria vida nas áreas de fé, ordem e administração eclesiástica. Os membros escolhem seus líderes e decidem questões de acordo com a vontade da maioria, na forma democrática. 
b) A igreja existe na congregação local, mas deve se associar com outras congregações da mesma fé e ordem, em organizações regionais, para comunhão e cooperação voluntária em missões de evangelização. Não estão, porém, ligadas organicamente e não são controladas pelas convenções regionais.
Atualmente o congregacionalismo continua em igrejas batistas, congregacionais e independentes. Algumas luteranas, e igrejas pentecostais têm alguns aspectos congregacionais. 
9. Os Ministros e Oficiais no Contexto Neotestamentário
Vivemos uma época de muitas nomenclaturas ministeriais no meio evangélico brasileiro. Alguns líderes de diferentesdenominações cristãs, mesmo atuando nas mesmas funções, usam termos e nomes diferentes como apóstolos, pastores, bispos, presbíteros e muitos outros. Infelizmente conseguimos identificar que alguns ministros usam algumas nomenclaturas bíblicas por uma busca de autoridade eclesiástica e um suposto poder espiritual, criando assim uma visível contradição quanto ao real significado do título e dos nomes na Bíblia.
O que pretendemos aqui é expor de forma clara a etimologia de cada título, bem como seu uso prático na Bíblia, interpretando conforme o contexto das Escrituras e comparando-os aos dias atuais. É bem certo que você se impressionará com alguns desses significados devido ao grande equívoco e falta de harmonia bíblica criada por nossos mestres-servos.
Estaremos abordando os significados dos seguintes termos: Bispo, Pastor e Presbítero e, finalizaremos expondo os termos para apóstolo, reverendo, missionário e cooperador. 
9.1. O Bispo. No contexto do Novo Testamento, os termos pastor, presbítero e bispo, incrivelmente descrevem os mesmos servos. Trata-se de líderes atuando em igrejas locais, cuidando do rebanho de Deus, a Igreja de Cristo (Atos 20.17,28; 1ª Pedro 5.1-3; Tito 1.5-7). As várias palavras, mesmo diferentes, identificam os mesmos homens, mas é importante entender que cada palavra tem seu próprio significado. Essas variações de sentido ajudam a mostrar aspectos diferentes do trabalho dos ministros que cuidavam de uma congregação. 
I. As Funções do Bispo. O termo vem do grego antigo επίσκοπος, (episkopos) “inspetor”, “superintendente”. Em 1ª Pedro 2.25, a referência ao Senhor indica uma função além do pastoreio, enquanto pastor. Várias outras passagens usam essa palavra para descrever uma responsabilidade maior do mesmo pastor que foi escolhido para guiar os discípulos de Cristo no seu trabalho na igreja (Filipenses 1.1; 1ª Timóteo 3.2; Tito 1.7). Mas o texto de Atos 20 e seus versículos é claríssimo na interligação das pessoas do pastor, presbítero e bispo. No verso 17 Paulo convoca os presbíteros para uma reunião, sendo que no verso 28 ele chama os presbíteros de bispos, encojando-os ao zelo no pastoreio – “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue”. 
II. Nomeação do Bispo no Novo Testamento. O termo grego “epískopos” (bispo) é usado cinco vezes no NT: Em Atos 20.28; Fl. 1.1; 1 Tm. 3.2; Tito 1.7; e 1 Pe. 2.25. Nas epístolas pastorais (1ª Timóteo, 2ª Timóteo, e Tito), encontramos o Apóstolo Paulo nomeando como Bispos das Igrejas Timóteo (1ª Tm. 1.3,18) e  Tito (Tt.1.4-5), para que estes por sua vez  possam nomear “Anciãos” (presbíteros), ministros ( pastores) ,  e diáconos para governar as igrejas. Portanto, tanto Timóteo como Tito, é investido de autoridade pelo Apóstolo Paulo como um “Bispo Consagrador”, o qual tinha autoridade sobre um território ou distrito, e não simplesmente sobre uma igreja local. 
III. As Qualificações do Bispo. O bispo e os demais líderes cristãos devem ser irrepreensíveis em suas qualidades morais. O bispo de ser “despenseiro” da casa de Deus. Em grego é “oikonomos” que significa “gerente”, “mordomo”, “administrador”. O bispo é gerente, mordomo e administrador da casa de Deus que é a  Igreja do Senhor Jesus Cristo. O “dono” da “casa” é Deus, o Senhor Jesus; e o “mordomo” ou “gerente”, é o “bispo”, e todos os demais servos da casa devem obedecer às suas ordens. Pois, o bispo por sua vez deve prestar conta ao seu Senhor de sua mordomia. O bispo não pode ser soberbo, mas humilde. Não pode ser iracundo, briguento. “Não dado ao vinho”, ele deve evitar bebidas alcoólicas. “Nem espancador”, o bispo não pode espancar as ovelhas e seus companheiros de ministério. 
9.2. O Pastor. As primeiras vezes que aparecem o termo pastor na Bíblia se referem a alguém cuidando de um rebanho (Gn. 13.7; Gn. 13.8; Êx. 2.17). Mas a partir do registro do 1º livro dos Reis 22.17 em diante, o nome é usado como forma figurativa para expressar situações referentes ao cuidado: “Então disse ele: Vi a todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: Estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa”. 
O salmista Davi, o mais expressivo pastor de ovelhas das Escrituras também fez uma belíssima comparação: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl. 23.1ss). Concluímos então que a figura do Pastor no Antigo Testamento não estava ligada à uma autoridade espiritual, visto que nessa esfera se destacavam sacerdotes, profetas e outros levantados pelo Senhor. O pastor de fato era alguém responsável para cuidar do rebanho, que a partir da Antiga Aliança, não eram pessoas e sim animais. Mas o termo figurativo ficou marcado, pois fora dito pelo Senhor até mesmo no Pentateuco (Nm. 27.17).
I. O Pastor no Novo Testamento. Quando chegamos ao cenário histórico do Novo Testamento vemos os líderes sendo chamados para “pastorear” o rebanho de Deus. E essa nomenclatura passou a ser usada justamente por causa das próprias palavras de Cristo, quando usando a figura de metáfora, disse de Si mesmo: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas. Mas o mercenário, e o que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa as ovelhas. Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido”. (Jo. 10.11-14). Jesus usou a comparação por que sabia muito bem acerca do cuidado do pastor com as ovelhas nos campos. Ser pastor a partir daquele momento, na visão bíblica e neotestamentária, significava cuidar de vidas da mesma forma que Cristo demonstrou no cuidado e ensino no seu ministério na terra. Ele consolou pessoas, guiou, orientou, pregou, cuidou da alma ferida e alimentou multidões. Foi humilde perdoando, lavando os pés dos discípulos para mostrar exemplo, protegendo e dando a sua vida. Essas são características não apenas dos pastores, mas de qualquer pessoa que tenha a responsabilidade de cuidar do rebanho do Senhor.
9.3. O Presbítero. O Temo grego πρεσβυτερος (presbyteros), “ancião” em algumas versões da Bíblia, descreve alguém de idade mais avançada, experiente. A palavra é usada no Novo Testamento para identificar alguns dos líderes entre os judeus. No livro de Atos e nas epístolas, os homens que pastoreavam e supervisionavam as igrejas locais foram frequentemente chamados de presbíteros (Atos 11.30; 14.23; 16.4; 20.17; 21.18; 1ª Timóteo 5.17,19; Tito 1.5; Tiago 5.14; 1ª Pedro 5.1; 2ª João 1; 3ª João 1). Necessariamente eram os cristãos mais maduros da congregação. Usavam seu conhecimento e experiência para servir como modelos e ensinar o povo de Deus.
I. Presbíteros que pastoreavam. Nas referencias que apresentamos, interligando as palavras pastor e presbíteros, temos as mesmas pessoas pelo seguinte fato: Os presbíteros foram chamados para pastorear o rebanho de Deus. Isto é, os pastores do Novo Testamento eram os mesmos líderes (presbíteros) que estavam à frente do cuidado da igreja. E mais, recebiam muito bem para isso conforme 1ª Timóteo 5.18 que diz: “Os presbíteros que administram bem a igreja são dignos de dobrados honorários, principalmente os que se dedicam ao ministério da pregação e do ensino”. (Versão King James). Observe que muitos presbíteros que eram de fato os pastores pregavam e ensinavam.
9.4. O Reverendo e o Apóstolo. O termo “reverendo” vem do latim reveréndus indicando alguém que deve ser reverenciado. É um tratamento dado as autoridades eclesiásticas de algumas igrejas cristãs históricas. Já houve muitos debates acerca desse título, pois alguns o consideram um termo equivalente à reverência dada à Deus, o que é puro engano, pois a real etimologia da palavra “reverência” em se tratando da raiz do “reverendo” é “respeito profundo”, “acatamento”, “consideração”.
I. A Grande Enciclopédia Delta Larousse, p. 5790 descreve: “Reverendo adj. Digno de ser reverenciado. Diz-se, como tratamento direto de cortesia, dos

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