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Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -1 01.10.21 ANATOMIA • Hipocôndrio esquerdo e relativamente protegido pelo arcabouço costal esquerdo • Tamanho: 12x7x3 cm (punho) • Peso: 80-300g • Relações anatômicas: cólon esquerdo (flexura do cólon ou ângulo esplênico), grande curvatura gástrica (vasos gástricos curtos), cauda do pâncreas (artéria esplênica), rim e suprarrenal esquerda. • Vascularização: artéria esplênica, veia esplênica • Baços acessórios: hilo, omento maior e ligamentos de fixação do baço Pode ser causa de recidiva de sintomas Qualquer lesão toraco-abdominal a esquerda pode ter lesão de baço e hemitorax esquerdo concomitante. Tem o tamanho de mais ou menos um punho fechado. Quanto a vascularização, ele é um órgão muito vascularizado, tem sua irrigação dada por um ramo direto do tronco, que é a artéria esplênica (passa superiormente ao baço) e ramo do estômago, que é a gástricas cólicas esquerda. Veia esplênica passa posteriormente ao baço, e ao pâncreas, se juntando a mesentérica superior no colo do pâncreas, gerando a veia porta. Tem fixações com: → estômago: ligamento gastro-esplênico: passam os vasos gástricos curtos. → Diafragma: → Ângulo esplênico do colo: ligamento colo esplênico. Em cirurgias colo-retais se faz uma colectomia esquerda, tem que mobilizar o ângulo esplênico com muito cuidado, para não lesar o colo inferior do baço. Não é tão raro acontecer incidentes. Uma das complicações da esplenectomia é a pancreatite pós- traumática ou pseudocisto tardio. Baços acessórios: muito comum ver em cirurgias, são pequenas bolinhas de baço, localizadas ou no hilo esplênico, ou omento maior, menor e ou nos ligamentos de fixação. A importância disso é que o paciente pode ter uma falência de tratamento clínico pós esplenectomia por conta da presença de baços acessórios. Lembrar disso nas cirurgias de cunho hematológico. FISIOLOGIA • Função hematopoiética – vida embrionária • Maturação e remodelamento de hemácias • “Filtração” → hemácias envelhecidas (ciclo de 120 dias) • Função imunológica → bactérias (encapsuladas), marcar antígenos, produção de IgM, produção de opsoninas (properdina e tuftsina) • Armazenamento de plaquetas Qualquer hemácia que não tenha o formato da “bala Soft” , o baço destrói. A nossa medula óssea não fabrica 100% de hemácias perfeitas, e as hemácias não perfeitas não tem um carreamento de oxigênio adequado, sendo então destruídas no baço. Se tem uma doença genética, ou adquirida de etiologia autoimune, que começa a ter hemácias diferentes, o baço vai começar a destruir = anemia hemolítica. Qualquer doença que o baço começar a destruir hemácias, vai cursar com anemia hemolítica. O baço não destrói antígenos, ele os marca para serem destruídos pelo sistema complemento. Quando tem um sangramento importante o baço “contrai” joga mais plaquetas na corrente sanguínea. Não é a toa que em cirurgias eletivas, geralmente quando o paciente cursa com plaquetopenia, a primeira coisa que se faz é ligar a artéria esplênica, para parar de ser destruída as plaquetas no baço e ele devolver plaquetas para a corrente sanguínea. ESPLENECTOMIA Indicação cada vez mais restrita • Importante função imunológica • Avanço de drogas para controle de patologias hematológicas • Avanço no tratamento conservador do trauma esplênico → US e TC de alta resolução, novas técnicas hemostáticas, melhoria na terapia de suporte hemodinâmico Antigamente (40/50 anos atrás), qualquer ameaça de esbarrar no baço era realizado uma esplenectomia. Hoje não se faz mais esplenectomia por qualquer pequeno trauma no baço, pois sabe-se da sua função na imunidade. Há 50 anos atrás só tinha corticoide praticamente, e várias doenças hematológicas eram tratadas dessa forma. Hoje se tem imunobiológicos e outros tipos de imunossupressores que conseguem controlar essas doenças hematológicas. Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -2 E o mais importante, avanço no tratamento conservador do trauma esplênico. E ainda hoje, a esplenectomia por trauma ainda é a maior indicação. COMO PODE FAZER O TRATAMENTO CONSERVADOR DO TRAUMA ESPLÊNICO: • Todo pct com suspeita de trauma abdominal, estável, é submetido a um método de imagem na sala de trauma, o ultrassom- FAST e a TC com contraste venoso. Então da para observar se tem lesão esplênica e qual o grau dela. • Novas técnicas hemostáticas: hoje em dia existem um monte de substâncias hemostáticas (ex. bisturis elétricos, de amonio) • Melhoria no suporte hemodinâmico: antigamente não se tinha um controle muito bem estabelecido do paciente com instabilidade hemodinamiga. não tinha aminas vasoativas de qualidade, só se fazia adrenalina (paciente ficava taquicardico, muitos efeitos colaterais). Hoje em dia tem vários vasodepressores, NA, que consegue deixar o paciente bem/estável hemodinamicamente, evitando o choque, e pode então segurar a esplenectomia e o paciente acaba estabilizando, e vai compensando, coagulando e o paciente não precisa ir a cirurgia. O corpo/baço vai respondendo. TRAUMA Trauma fechado → principal causa Estadiamento da lesão esplênica → TC abdome COM CONTRASTE (ver sangue com coagulado e sangramento ativo) → tratamento conservador • Se paciente instável não fazer tomografia, TC apenas para não urgência • Tratamento conservador: estabilidade hemodinâmica, imagem prévia e sem lesão de órgão-alvo. Cirurgia • Instabilidade hemodinâmica → PA < 90mmHg, FC > 120bpm → após 2000ml de cristalóides • Hemostasia • Sutura • Esplenectomia parcial e total COMO INDICAR UMA CIRURGIA DE URGÊNCIA NO TRAUMA ESPLÊNICO? No geral a literatura juntando todas as informações nos diz que, paciente com trauma abdominal fechado, com instabilidade hemodinâmica OU está estável e instabiliza, indicação de cirurgia. Instabilidade hemodinâmica = cirurgia. Caso Clínico: Paciente vítima de trauma abdominal fechado, com dor discreta a moderada, pulso cheio, FC 94bpm, PA 120x80. Pouca dor abdominal. • Feita a TC: apresenta uma lâmina de líquido/sangue. • Paciente está estável. • Não sei qual é o órgão alvo da lesão. Conduta do paciente = laparotomia. Condição para tratamento conservador: estabilidade hemodinâmica + saber o órgão alvo da lesão + exame de imagem prévio. Condição sine qua non. Hemoperitônio em paciente, independente da dor, estado clínico, sem lesão de víscera maciça (baço, fígado, pâncreas e rim) = laparotomia. Mais comum e mais temeroso = lesão de mesos (neles tem os vasos sanguíneos que irrigam os intestinos). Se não opera o paciente = isquemia, necrose, sepse (24h/48h). Sangue na cavidade sem lesão de órgão alvo, víscera maciça = não fazer tratamento conservado. Se o radiologista não coloca lesão de órgãos maciços, levar para a cirurgia. Se chega lá e a lesão foi na pontinha do baço, não tem problema, pois tinha indicação de cirurgia. Caso Clínico: Paciente vítima de lesão de arma de fogo no HE. Lesão penetrante. • Indicação de operar. • Entrou e tinha uma lesão transfixante no baço. T • ira ele? Não necessariamente, vai olhar o baço, se está sangrando pouca coisa, pode coagular com o bisturi elétrico. • A 1ª coisa a se fazer em sangramento é a hemostasia por compressão. Parou de sangrar: pode suturar. Principal tipo de cirurgia: esplenectomia total. Parcial: é realizada em uma lesão de baço que o próprio trauma já fez para você uma esplenectomia parcial, ele destruiu em dois, polo inferior e superior. Você então olha, debrida o tecido, se não tiver mais sangrando não precisa retirar o restante do baço. Mas fazer uma parcial regrada no trauma com o pct sangrando não é indicado. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS BENIGNAS PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA (PTI) Alguma coisaque a gente não sabe que causa plaquetopenia que se manifesta com púrpuras. • Plaquetopenia – destruição aumentada (SER – sistema endotelial reticulado → da a louca no baço e começa a destruir plaquetas) Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -3 • Medula óssea normal (TEM QUE SER NORMAL PARA TER PTI) • Mulheres jovens < 40 anos (70%) É a mais comum que chega para o cirurgião. Purpura é um sinal de exame físico. Não desaparece a digito pressão. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Púrpura → petéquias, equimoses, víbices (sangramento microvascular) • Epistaxe • Gengivorragia Paciente mais jovens → menometrorragia DIAGNÓSTICO • Trombocitopenias sem outras causas Diagnostico de exclusão: Trombocitopenia com medula ósseo normal sem outras causas. Fazer o histórico de uso de medicações e uma biopsia de medula óssea. Se a biopsia tiver normal, significa que a plaquetopenia não é por dificuldade ou diminuição da produção de plaquetas. Sobra só uma destruição aumentada. O paciente então se manifesta com purpuras, epistaxe, gengivorragia, menometrorragia e raramente, com um acidente vascular encefálico hemorrágico. TRATAMENTO • Plaquetas > 50.000/mm3 assintomáticos → acompanhamento clínico. Raramente tem complicações hemorrágicas. • Plaquetas > 50.000/mm3 sintomáticos → podem ter acompanhamento clínico. Nada muito importante. • Plaquetas 30.000-50.000/mm3 assintomáticos → podem ter acompanhamento clínico (risco maior de sangramento) • Evitar injeções intramusculares • Evitar esportes físicos de contato A preocupação é os pacientes com plaquetas abaixo de 50mil. Os assintomáticos podem até ter o acompanhamento clínico, mas geralmente já começa o tratamento medicamentoso. Tratamento farmacológico: • Plaquetas < 30.000mm3 medula óssea normal → Prednisona – 1mg/kg; • Imunoglobulina IV (dá uma bombada nas plaquetas, é rápido) – importante no manejo quando há sangramento ativo ou para preparo pré-operatório quando plaquetas < 20.000mm3 Risco de plaquetopenia grave → AVC hemorrágico Em algumas situações faz a Imunoglobulina IV: faz uma explosão de plaquetas no organismo, mas não dura muito tempo o baço já destrói as plaquetas. É utiliza com plaquecitopenia muito importante, abaixo de 20mil, pois tem chance de sangramento importante e está sempre com medo de AVE hemorrágico. Na prática: Não adianta transfundir plaquetas no pct em pré-op.: pois vai destruir muito e logo. Então se pede uma reserve de plaquetas no peri-operatório, para que se tiver um acidente cirúrgico, você infundir ela até resolver o sangramento. Para ter uma hemostasia mais ativa do paciente. Hospitalização – plaquetas < 20.000mm3 Tratamento cirúrgico – indicações • Plaquetopenia refratária a tratamento cirúrgico (fez corticoide e não responde) • Doses tóxicas de esteroides (HAS e diabetes com difícil controle) – mesmo nos pacientes com remissão clínica • Plaquetas < 10.000/mm3 por 6 semanas de tratamento • Plaquetas < 30.000/mm3 por 3 meses sem tratamento • Sucesso do tratamento cirúrgico → 65% • Preferencialmente por via laparoscópica Tirar baços acessórios por causa da falha terapêutica Paciente chega com uma plaquetopenia refraria, se o pct fez 6 semanas de tratamento com plaquetas menores de 10 mil, não espera 6 meses, opera. Doses toxicas de esteroides, é hiperglicemiante, o paciente pode desenvolver uma diabetes e secundaria e HAS de difícil controle. Idiossincrase – independente de dose e da dose acumulativa, paciente tem psicose por glicocorticoides. Como é uma doença que não se sabe a causa, por algum motivo, também desconhecido, o sucesso da cirurgia é de 2/3 dos casos. O acesso para esse tipo de cirurgia normalmente por videolaparoscopia. Caso específico, pois ele não tem coagulopatia, tem uma diminuição quantitativa de plaquetas. ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA Uma doença que produz hemácias erradas (mas que funcionam) e o baço entende como um erro de produção e destrói todas as hemácias. Gera uma anemia hemolítica. • Doença autossômica dominante • Deficiência de espectrina – defeito na membrana das hemácias • Hemácias pequenas, esféricas e rígidas • Maior fragilidade osmótica • Maior chance de destruição esplênica Tratamento → Esplenectomia → ÚNICA DOENÇA QUE O TRATAMENTO É OBRIGATÓRIO ESPLENECTOMIA. INDICAÇÃO ABSOLUTA. • Diminui a taxa de hemólise • Resolução da anemia Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -4 • Realizada na infância – logo após o diagnóstico Maior risco de litíase biliar – colecistectomia no mesmo ato cirúrgico. O paciente nasce com uma hemácia esférica, que é pequena e frágil, ou seja, quando chega no baço, ele entende como hemácia estragada e destrói. – Anemia hemolítica importante! A esplenectomia não cura as hemácias dele, apenas diminui a taxa de hemólise. Então todo paciente com anemia hemolítica, pode ser um candidato a esplenectomia. A esferocitose hereditária gera uma anemia hemolítica, que é uma anemia por hemólise – destruição de hemácias. QUALQUER DOENÇA HEMATOLÓGICA QUE CURSE COM ANEMIA HEMOLÍTICA SEVERA PODE ESTAR INDICADO A ESPLENCTOMIA. TRATAMENTO DAS CONSEQUÊNCIAS Outras anemias com alterações estruturais das hemácias: • Eliptocitose hereditária • Piropoiquilocitose hereditária • Xerocitose hereditária • Hidrocitose hereditária A indicação nesse caso específico é do hematologista. Tem indicação de cirurgia quando cursa quando anemia hemolítica severa. Outras anemias hemolíticas secundárias a deficiência enzimática: • Glicose-6-fosfato desidrogenase → raramente necessitam de esplenectomia • Piruvato-quinase → esplenomegalia importante: esplenectomia • Essas duas enzimas são testadas no teste do pezinho Sem ser por alterações de hemácias. Essas condições são diagnosticadas através do teste do pezinho. HEMOGLOBINOPATIAS Anemia falciforme • Esplenomegalia até primeira década de vida • Atrofia esplênica na vida adulta – infartos esplênicos (ataques vaso-oclusivos, pequenos trombos) • Esplenectomia indicada em situações específicas o Crise de sequestro esplênico agudo – esplenomegalia “gigante” o Hiperesplenismo – anemia importante, leucopenia, plaquetopenia (baço destrói tudo → pancitopenia) o Abscesso esplênico – dor abdominal, febre, leucocitose, massa palpável ANEMIA HEMOLÍTICA SEVERA, HIPERESPLENISMO E ESPLENOMEGALIA VOLUMOSA/GIGANTE → INDICAÇÃO DE ESPLENECTOMIA. Durante a infância tem fenômenos vasoclusivos no baço, vai gerando infartos de repetição. Na vida adulta quando vai percutir e fazer o exame de imagem, tem uma substituição da luz esplênica por fibrose. Em algumas situações especificas, principalmente na infância, pode estar indicada a esplenectomia. Crise de sequesto esplênico – paciente faz uma esplenomegalia gigante. Outra situação que não é específica da anemia falciforme é o hiperesplenismo. O baço fica completamente surtado, além de destruir hemácia, destruí plaquetas e leucócitos. Resumo Maria Júlia XLI: Hiperesplenismo: aumento do volume, assim sua capacidade de reter e armazenar células sanguíneas aumenta, levando a redução no número de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas circulantes levando a anemia, leucopenia e trombocitopenia). Nesses casos, pode em algum momento, por falta de controle adequado ou uma descompensação clínica, necessitar de esplenectomia. Não para tratar a doença de base, e sim a complicação secundaria a ela. Talassemias Esplenectomia indicada quando (tentar retardar a hemólise): • Hemotransfusão > 200ml/kg/ano • Necessidade de transfusão > 50% em um ano Quando aumenta a transfusão em 50% no ano ou requer mais que 200ml/kg ano, para manter estável a relação de hemoglobina, é indicado esplenectomia, para tentar diminuira hemólise. DOENÇAS HEMATOLÓGICAS MALIGNAS LINFOMA DE HODGKIN • Adultos jovens → 20 a 30 anos • Linfadenopatia assintomática (A) → cervical • Sintomas constitucionais: suor noturno, emagrecimento, prurido e febre (Pel Ebstein) • Hoje em dia não se usa mais esplenectomia para estadiamento de linfoma de Hodgkin • Estadiamento (sítios de acometimento do linfoma) Classificação de Ann Arbor I → acomete apenas uma região ganglionar II → duas ou mais regiões limitadas ao mesmo lado do diafragma III → acomete regiões ganglionares de ambos os lados do diafragma Indicação de esplenectomia – anemia hemolítica severa Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -5 IV → acometimento difuso de um ou mais órgãos extra ganglionares Antigamente, quando não tinha exames de imagens adequados, fazíamos um estadiamento cirúrgico para os pacientes com linfoma de Hodgkin, podendo ser cervical, intestinal ou multimodal (acomete vários locais, entre tórax, abdômen e região cervical) quando temos acometimento abdominal este paciente acaba tendo um estadiamento muito pior. Então antigamente fazíamos um estadimento cirúrgico onde retirávamos o baço e víamos o comprometimento dele. Importância? Dado histórico. Não se faz mais. LINFOMA NÃO-HODGKIN • Esplenomegalia e hiperesplenismo – comum • Esplenectomia: esplenomegalia volumosa, hiperesplenismo, acometimento esplênico isolado Você indica a esplenectomia para o paciente em decorrência da esplenomegalia volumosa e hiperesplenismo. Caso infrequente: linfoma não-hodgkin primário isolado de baço – então, acometimento isolado de baço pode indicar esplenectomia. LEUCEMIA DE CÉLULAS PILOSAS • Rara – 2% das leucemias • Esplenomegalia e pancitopenia • Homens idosos • Hiperesplenismo e esplenomegalia → indicação de cirurgia Tratamento quimioterápico LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA • Homens > 50 anos • Anemia • Linfadenomegalias • Linfocitose • Plaquetopenia • Esplenomegalia • Tratamento: QT – Clorambucil e Esplenectomia – Esplenomegalia e hiperesplenismo As doenças hematológicas malignas são as que cursam geralmente com baços gigantes. Normalmente as benignas não cursam com baço gigante, por isso pode-se fazer cirurgia por vídeo. TUMORES NÃO-HEMATOLÓGICOS • Metástases esplênicas – 7% • Sítios primários: mama, pulmão e melanoma • Geralmente assintomático: esplenomegalia, ruptura espontânea • Esplenectomia → somente em casos selecionados (toda a metástase esplênica é uma doença fora de controle cirúrgico – é sistêmica) O principal tipo de câncer encontrado no baço = metástase. Sítios primários – mamas, melanoma e pulmão. Quando eu tiver uma metástase, que aparece no baço, devo investigar o sítio primário. Metástase esplênica = metástase a distância = tratamento fora de controle cirúrgico TUMORES PRIMÁRIOS • Origem vascular • Hemangioma → achado incidental em métodos de imagem (não rompe e não vira câncer, é tranquilo) • Hemangiossarcoma → prognóstico ruim o Esplenomegalia o Anemia hemolítica o Ascite o Derrame pleural o Ruptura espontânea Hemangioma no baço, acho incidental em métodos de imagem. Livrar o cara de servir o exército. Hemangiosarcoma – tumor maligno mais comum. Todo tumor maligno tem um processo de crescimento acelerado, neovascularização, pode ter um fenômeno de ruptura ou necrose tecidual ESPLENECTOMIA POR OUTRAS CAUSAS CISTOS ESPLÊNICOS Cistos não-parasitários → achados incidentais • Acompanhamento clínico • Esplenectomia parcial ou total – pacientes muito sintomáticos (infrequente) Indicação cirúrgica só em casos muito selecionados. Cistos parasitários • Cistos hidáticos (Echinococcus sp) • Hospedeiro acidental • Geralmente acomete o fígado • Tratamento cirúrgico → esterilização do cisto – solução hipertônica de NaCl e álcool absoluto ou ressecção • Risco de choque anafilático – ruptura intra-peritoneal Tem predileção em acometer o fígado, mas em algumas situações pode aparecer no baço. Enucleação do cisto – sangramento importante. E a eliminação de IgE pode causar anafilaxia. Não é muito comum. ESPLENECTOMIA E CUIDADOS PRÉ E PÓS- OPERATÓRIOS Risco de sepse por germes encapsulados • Principalmente em crianças > 6 anos • Grave Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -6 • Vacinar antes da cirurgia → S. pneumoniae (Pneumococo), H. influenzae (Haemophilus), N. meningitidis (Meningococo. NÃO É O SP! ELE JÁ COBROU EM PROVA!) Pós-operatório antibioticoprofilaxia – penicilina por 2 a 3 anos pós-esplenectomia. O Baço ajuda a proteger contra vírus encapsulados: haemophilus, pneumococo e meningococo. • Cirurgia eletiva: pede para o paciente se vacina um mês antes da cirurgia contra esses vírus, para evitar a sepse. • No trauma: antibiótico profilaxia VO e manda se vacinar. Depois de 1 mês pode parar a penicilina. ESPLENECTOMIA COMPLICAÇÕES Atelectasia: é causa de TEP, temos atelectasias em cirurgias em andar superior de abdome, devido a diminuição da complacência pulmonar (capacidade de expiração e expiração) gerando uma hipoventilação nas bases pulmonares, gerando acúmulo de secreção e então uma atelectasia. A PRINCIPAL COMPLICAÇÃO. Pancreatite: É uma das causas relativamente comum em pós- operatório de esplenectomia principalmente em cirurgias de urgência. Pode gerar um abscesso subfrênico. Abcesso subfrênico: todo o órgão que ocupa um espaço, quando retirado o organismo então produz um líquido para ficar ali neste espaço agora vazio, este liquido normalmente é absorvido se não for temos a formação de um seroma, gerando então um abcesso. O paciente durante pós-operatório apresenta dor em hipocôndrio esquerdo, taquicardia e febre vespertina sendo sinal de bacteremia, este abcesso deve ser drenado, quando pequeno podemos tratar com antibióticos. Lesões de vísceras ocas; Baços acessórios, são uma complicação de recidiva dos sintomas hematológicos Principal complicação em cirurgia aberta: atelectasia. Da atelectasia por falta de mobilidade, obliteração dos bronquíolos terminais e alvéolos. Durante a cirurgia o paciente não respira adequadamente devido ao afastamento dos arcos costais. Atelectasia de base pulmonar e no PO o paciente vai ter o fenômeno de ... Fenômeno: febre, dispneia raramente. Abcesso: não é tão comum, mais comum em esplenectomia de urgência, devido a lesão da cauda do pâncreas – pancreatite aguda traumática, faz uma coleção peri-pancreatica e aquilo pode abcedar. E em baços muito grande: espaço vazio quando retira– tende a acumular líquido. Então pode fazer um seroma, transudato e pode fazer uma coleção, normalmente após a 2º semana (7 ao 14º dia), pct vai apresentar um desconforto no HE, febre vespertina, taquicardia. Tratamento é a drenagem percutânea guiada por USG e TC. Se não tiver o método,, opera o paciente e drena a coleção. Não é recomendado drenar por rotina, pois pode aumentar a chance de abcesso subfrênico. Mas deve-se deixar o dreno em situações de urgência, lesão no pâncreas, paciente obeso – pois torna-se duvidoso quanto a qualidade de hemostasia. ESPLENECTOMIA TÉCNICA OPERATÓRIA Cirurgia convencional aberta, indicada em: • Baços gigantes • Distúrbios de coagulação grave Baços gigantes: acessa a bolsa omental (retrocavidade) -> faz acesso posterior ao estômago -> vai na borda superior do pâncreas -> disseca a artéria esplênica e faz sua ligadura antes de mexer no baço (sangramento menos volumoso, menos plaquetas destruídas no baço e elas voltem para a corrente sanguínea. Laparoscopia
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