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CIRURGIA DO BAÇO

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Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -1 
 
01.10.21 
ANATOMIA 
• Hipocôndrio esquerdo e relativamente protegido pelo 
arcabouço costal esquerdo 
• Tamanho: 12x7x3 cm (punho) 
• Peso: 80-300g 
• Relações anatômicas: cólon esquerdo (flexura do cólon ou 
ângulo esplênico), grande curvatura gástrica (vasos 
gástricos curtos), cauda do pâncreas (artéria esplênica), 
rim e suprarrenal esquerda. 
• Vascularização: artéria esplênica, veia esplênica 
• Baços acessórios: hilo, omento maior e ligamentos de 
fixação do baço 
Pode ser causa de recidiva de sintomas 
 
Qualquer lesão toraco-abdominal a esquerda pode ter lesão de baço 
e hemitorax esquerdo concomitante. 
Tem o tamanho de mais ou menos um punho fechado. 
 
Quanto a vascularização, ele é um órgão muito vascularizado, tem 
sua irrigação dada por um ramo direto do tronco, que é a artéria 
esplênica (passa superiormente ao baço) e ramo do estômago, que 
é a gástricas cólicas esquerda. 
Veia esplênica passa posteriormente ao baço, e ao pâncreas, se 
juntando a mesentérica superior no colo do pâncreas, gerando a 
veia porta. 
 
Tem fixações com: 
→ estômago: ligamento gastro-esplênico: passam os vasos 
gástricos curtos. 
→ Diafragma: 
→ Ângulo esplênico do colo: ligamento colo esplênico. Em 
cirurgias colo-retais se faz uma colectomia esquerda, tem 
que mobilizar o ângulo esplênico com muito cuidado, 
para não lesar o colo inferior do baço. Não é tão raro 
acontecer incidentes. 
 
Uma das complicações da esplenectomia é a pancreatite pós-
traumática ou pseudocisto tardio. 
 
Baços acessórios: muito comum ver em cirurgias, são pequenas 
bolinhas de baço, localizadas ou no hilo esplênico, ou omento 
maior, menor e ou nos ligamentos de fixação. A importância disso 
é que o paciente pode ter uma falência de tratamento clínico pós 
esplenectomia por conta da presença de baços acessórios. Lembrar 
disso nas cirurgias de cunho hematológico. 
 
FISIOLOGIA 
• Função hematopoiética – vida embrionária 
• Maturação e remodelamento de hemácias 
• “Filtração” → hemácias envelhecidas (ciclo de 120 dias) 
• Função imunológica → bactérias (encapsuladas), marcar 
antígenos, produção de IgM, produção de opsoninas 
(properdina e tuftsina) 
• Armazenamento de plaquetas 
 
Qualquer hemácia que não tenha o formato da “bala Soft” , o baço 
destrói. A nossa medula óssea não fabrica 100% de hemácias 
perfeitas, e as hemácias não perfeitas não tem um carreamento de 
oxigênio adequado, sendo então destruídas no baço. 
Se tem uma doença genética, ou adquirida de etiologia autoimune, 
que começa a ter hemácias diferentes, o baço vai começar a destruir 
= anemia hemolítica. Qualquer doença que o baço começar a 
destruir hemácias, vai cursar com anemia hemolítica. 
O baço não destrói antígenos, ele os marca para serem destruídos 
pelo sistema complemento. 
Quando tem um sangramento importante o baço “contrai” joga 
mais plaquetas na corrente sanguínea. Não é a toa que em cirurgias 
eletivas, geralmente quando o paciente cursa com plaquetopenia, a 
primeira coisa que se faz é ligar a artéria esplênica, para parar de 
ser destruída as plaquetas no baço e ele devolver plaquetas para a 
corrente sanguínea. 
 
ESPLENECTOMIA 
Indicação cada vez mais restrita 
• Importante função imunológica 
• Avanço de drogas para controle de patologias 
hematológicas 
• Avanço no tratamento conservador do trauma esplênico 
→ US e TC de alta resolução, novas técnicas 
hemostáticas, melhoria na terapia de suporte 
hemodinâmico 
Antigamente (40/50 anos atrás), qualquer ameaça de esbarrar no 
baço era realizado uma esplenectomia. Hoje não se faz mais 
esplenectomia por qualquer pequeno trauma no baço, pois sabe-se 
da sua função na imunidade. 
Há 50 anos atrás só tinha corticoide praticamente, e várias doenças 
hematológicas eram tratadas dessa forma. Hoje se tem 
imunobiológicos e outros tipos de imunossupressores que 
conseguem controlar essas doenças hematológicas. 
Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -2 
 
E o mais importante, avanço no tratamento conservador do trauma 
esplênico. E ainda hoje, a esplenectomia por trauma ainda é a maior 
indicação. 
 
COMO PODE FAZER O TRATAMENTO CONSERVADOR DO 
TRAUMA ESPLÊNICO: 
• Todo pct com suspeita de trauma abdominal, estável, é 
submetido a um método de imagem na sala de trauma, o 
ultrassom- FAST e a TC com contraste venoso. Então da 
para observar se tem lesão esplênica e qual o grau dela. 
• Novas técnicas hemostáticas: hoje em dia existem um 
monte de substâncias hemostáticas (ex. bisturis elétricos, 
de amonio) 
• Melhoria no suporte hemodinâmico: antigamente não se 
tinha um controle muito bem estabelecido do paciente 
com instabilidade hemodinamiga. não tinha aminas 
vasoativas de qualidade, só se fazia adrenalina (paciente 
ficava taquicardico, muitos efeitos colaterais). Hoje em 
dia tem vários vasodepressores, NA, que consegue deixar 
o paciente bem/estável hemodinamicamente, evitando o 
choque, e pode então segurar a esplenectomia e o paciente 
acaba estabilizando, e vai compensando, coagulando e o 
paciente não precisa ir a cirurgia. O corpo/baço vai 
respondendo. 
 
TRAUMA 
Trauma fechado → principal causa 
Estadiamento da lesão esplênica → TC abdome COM 
CONTRASTE (ver sangue com coagulado e sangramento ativo) → 
tratamento conservador 
• Se paciente instável não fazer tomografia, TC apenas para 
não urgência 
• Tratamento conservador: estabilidade hemodinâmica, 
imagem prévia e sem lesão de órgão-alvo. 
 
Cirurgia 
• Instabilidade hemodinâmica → PA < 90mmHg, FC > 
120bpm → após 2000ml de cristalóides 
• Hemostasia 
• Sutura 
• Esplenectomia parcial e total 
 
COMO INDICAR UMA CIRURGIA DE URGÊNCIA NO 
TRAUMA ESPLÊNICO? 
No geral a literatura juntando todas as informações nos diz que, 
paciente com trauma abdominal fechado, com instabilidade 
hemodinâmica OU está estável e instabiliza, indicação de cirurgia. 
Instabilidade hemodinâmica = cirurgia. 
 
Caso Clínico: 
Paciente vítima de trauma abdominal fechado, com dor discreta a 
moderada, pulso cheio, FC 94bpm, PA 120x80. Pouca dor 
abdominal. 
• Feita a TC: apresenta uma lâmina de líquido/sangue. 
• Paciente está estável. 
• Não sei qual é o órgão alvo da lesão. 
Conduta do paciente = laparotomia. 
 
 
Condição para tratamento conservador: estabilidade 
hemodinâmica + saber o órgão alvo da lesão + exame de imagem 
prévio. Condição sine qua non. 
 
Hemoperitônio em paciente, independente da dor, estado clínico, 
sem lesão de víscera maciça (baço, fígado, pâncreas e rim) = 
laparotomia. 
Mais comum e mais temeroso = lesão de mesos (neles tem os vasos 
sanguíneos que irrigam os intestinos). Se não opera o paciente = 
isquemia, necrose, sepse (24h/48h). 
Sangue na cavidade sem lesão de órgão alvo, víscera maciça = não 
fazer tratamento conservado. 
Se o radiologista não coloca lesão de órgãos maciços, levar para a 
cirurgia. Se chega lá e a lesão foi na pontinha do baço, não tem 
problema, pois tinha indicação de cirurgia. 
 
Caso Clínico: 
Paciente vítima de lesão de arma de fogo no HE. Lesão penetrante. 
• Indicação de operar. 
• Entrou e tinha uma lesão transfixante no baço. T 
• ira ele? Não necessariamente, vai olhar o baço, se está 
sangrando pouca coisa, pode coagular com o bisturi 
elétrico. 
• A 1ª coisa a se fazer em sangramento é a hemostasia por 
compressão. Parou de sangrar: pode suturar. 
 
 
Principal tipo de cirurgia: esplenectomia total. 
Parcial: é realizada em uma lesão de baço que o próprio trauma já 
fez para você uma esplenectomia parcial, ele destruiu em dois, polo 
inferior e superior. Você então olha, debrida o tecido, se não tiver 
mais sangrando não precisa retirar o restante do baço. Mas fazer 
uma parcial regrada no trauma com o pct sangrando não é 
indicado. 
 
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS BENIGNAS 
PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPÁTICA 
(PTI) 
Alguma coisaque a gente não sabe que causa plaquetopenia que 
se manifesta com púrpuras. 
• Plaquetopenia – destruição aumentada (SER – sistema 
endotelial reticulado → da a louca no baço e começa a 
destruir plaquetas) 
Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -3 
 
• Medula óssea normal (TEM QUE SER NORMAL PARA 
TER PTI) 
• Mulheres jovens < 40 anos (70%) 
É a mais comum que chega para o cirurgião. 
Purpura é um sinal de exame físico. Não desaparece a digito 
pressão. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
• Púrpura → petéquias, equimoses, víbices (sangramento 
microvascular) 
• Epistaxe 
• Gengivorragia 
Paciente mais jovens → menometrorragia 
 
DIAGNÓSTICO 
• Trombocitopenias sem outras causas 
Diagnostico de exclusão: Trombocitopenia com medula ósseo 
normal sem outras causas. 
Fazer o histórico de uso de medicações e uma biopsia de medula 
óssea. Se a biopsia tiver normal, significa que a plaquetopenia não 
é por dificuldade ou diminuição da produção de plaquetas. Sobra 
só uma destruição aumentada. 
O paciente então se manifesta com purpuras, epistaxe, 
gengivorragia, menometrorragia e raramente, com um acidente 
vascular encefálico hemorrágico. 
 
TRATAMENTO 
• Plaquetas > 50.000/mm3 assintomáticos → 
acompanhamento clínico. Raramente tem complicações 
hemorrágicas. 
• Plaquetas > 50.000/mm3 sintomáticos → podem ter 
acompanhamento clínico. Nada muito importante. 
• Plaquetas 30.000-50.000/mm3 assintomáticos → podem 
ter acompanhamento clínico (risco maior de sangramento) 
• Evitar injeções intramusculares 
• Evitar esportes físicos de contato 
A preocupação é os pacientes com plaquetas abaixo de 50mil. Os 
assintomáticos podem até ter o acompanhamento clínico, mas 
geralmente já começa o tratamento medicamentoso. 
 
Tratamento farmacológico: 
• Plaquetas < 30.000mm3 medula óssea normal → 
Prednisona – 1mg/kg; 
• Imunoglobulina IV (dá uma bombada nas plaquetas, é 
rápido) – importante no manejo quando há sangramento 
ativo ou para preparo pré-operatório quando plaquetas < 
20.000mm3 
Risco de plaquetopenia grave → AVC hemorrágico 
Em algumas situações faz a Imunoglobulina IV: faz uma explosão 
de plaquetas no organismo, mas não dura muito tempo o baço já 
destrói as plaquetas. É utiliza com plaquecitopenia muito 
importante, abaixo de 20mil, pois tem chance de sangramento 
importante e está sempre com medo de AVE hemorrágico. 
 
Na prática: 
Não adianta transfundir plaquetas no pct em pré-op.: pois vai 
destruir muito e logo. Então se pede uma reserve de plaquetas no 
peri-operatório, para que se tiver um acidente cirúrgico, você 
infundir ela até resolver o sangramento. Para ter uma hemostasia 
mais ativa do paciente. 
 
Hospitalização – plaquetas < 20.000mm3 
 
Tratamento cirúrgico – indicações 
• Plaquetopenia refratária a tratamento cirúrgico (fez 
corticoide e não responde) 
• Doses tóxicas de esteroides (HAS e diabetes com difícil 
controle) – mesmo nos pacientes com remissão clínica 
• Plaquetas < 10.000/mm3 por 6 semanas de tratamento 
• Plaquetas < 30.000/mm3 por 3 meses sem tratamento 
• Sucesso do tratamento cirúrgico → 65% 
• Preferencialmente por via laparoscópica 
Tirar baços acessórios por causa da falha terapêutica 
Paciente chega com uma plaquetopenia refraria, se o pct fez 6 
semanas de tratamento com plaquetas menores de 10 mil, não 
espera 6 meses, opera. 
Doses toxicas de esteroides, é hiperglicemiante, o paciente pode 
desenvolver uma diabetes e secundaria e HAS de difícil controle. 
Idiossincrase – independente de dose e da dose acumulativa, 
paciente tem psicose por glicocorticoides. 
Como é uma doença que não se sabe a causa, por algum motivo, 
também desconhecido, o sucesso da cirurgia é de 2/3 dos casos. 
O acesso para esse tipo de cirurgia normalmente por 
videolaparoscopia. Caso específico, pois ele não tem coagulopatia, 
tem uma diminuição quantitativa de plaquetas. 
 
ESFEROCITOSE HEREDITÁRIA 
Uma doença que produz hemácias erradas (mas que funcionam) e o 
baço entende como um erro de produção e destrói todas as hemácias. 
Gera uma anemia hemolítica. 
• Doença autossômica dominante 
• Deficiência de espectrina – defeito na membrana das 
hemácias 
• Hemácias pequenas, esféricas e rígidas 
• Maior fragilidade osmótica 
• Maior chance de destruição esplênica 
 
Tratamento → Esplenectomia → ÚNICA DOENÇA QUE O 
TRATAMENTO É OBRIGATÓRIO ESPLENECTOMIA. 
INDICAÇÃO ABSOLUTA. 
• Diminui a taxa de hemólise 
• Resolução da anemia 
Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -4 
 
• Realizada na infância – logo após o diagnóstico 
 
Maior risco de litíase biliar – colecistectomia no mesmo ato 
cirúrgico. 
O paciente nasce com uma hemácia esférica, que é pequena e frágil, 
ou seja, quando chega no baço, ele entende como hemácia 
estragada e destrói. – Anemia hemolítica importante! 
A esplenectomia não cura as hemácias dele, apenas diminui a taxa 
de hemólise. Então todo paciente com anemia hemolítica, pode ser 
um candidato a esplenectomia. 
A esferocitose hereditária gera uma anemia hemolítica, que é uma 
anemia por hemólise – destruição de hemácias. 
QUALQUER DOENÇA HEMATOLÓGICA QUE CURSE COM 
ANEMIA HEMOLÍTICA SEVERA PODE ESTAR INDICADO A 
ESPLENCTOMIA. TRATAMENTO DAS CONSEQUÊNCIAS 
 
 
Outras anemias com alterações estruturais das hemácias: 
• Eliptocitose hereditária 
• Piropoiquilocitose hereditária 
• Xerocitose hereditária 
• Hidrocitose hereditária 
 
A indicação nesse caso específico é do hematologista. Tem 
indicação de cirurgia quando cursa quando anemia hemolítica 
severa. 
 
Outras anemias hemolíticas secundárias a deficiência 
enzimática: 
• Glicose-6-fosfato desidrogenase → raramente necessitam 
de esplenectomia 
• Piruvato-quinase → esplenomegalia importante: 
esplenectomia 
• Essas duas enzimas são testadas no teste do pezinho 
Sem ser por alterações de hemácias. Essas condições são 
diagnosticadas através do teste do pezinho. 
 
HEMOGLOBINOPATIAS 
Anemia falciforme 
• Esplenomegalia até primeira década de vida 
• Atrofia esplênica na vida adulta – infartos esplênicos 
(ataques vaso-oclusivos, pequenos trombos) 
• Esplenectomia indicada em situações específicas 
o Crise de sequestro esplênico agudo – 
esplenomegalia “gigante” 
o Hiperesplenismo – anemia importante, 
leucopenia, plaquetopenia (baço destrói tudo → 
pancitopenia) 
o Abscesso esplênico – dor abdominal, febre, 
leucocitose, massa palpável 
 
ANEMIA HEMOLÍTICA SEVERA, HIPERESPLENISMO E 
ESPLENOMEGALIA VOLUMOSA/GIGANTE → INDICAÇÃO 
DE ESPLENECTOMIA. 
 
Durante a infância tem fenômenos vasoclusivos no baço, vai 
gerando infartos de repetição. Na vida adulta quando vai percutir e 
fazer o exame de imagem, tem uma substituição da luz esplênica por 
fibrose. 
Em algumas situações especificas, principalmente na infância, pode 
estar indicada a esplenectomia. 
Crise de sequesto esplênico – paciente faz uma esplenomegalia 
gigante. 
Outra situação que não é específica da anemia falciforme é o 
hiperesplenismo. O baço fica completamente surtado, além de 
destruir hemácia, destruí plaquetas e leucócitos. 
 
Resumo Maria Júlia XLI: 
Hiperesplenismo: aumento do volume, assim sua capacidade de 
reter e armazenar células sanguíneas aumenta, levando a redução 
no número de eritrócitos, de leucócitos e de plaquetas circulantes 
levando a anemia, leucopenia e trombocitopenia). 
 
Nesses casos, pode em algum momento, por falta de controle 
adequado ou uma descompensação clínica, necessitar de 
esplenectomia. Não para tratar a doença de base, e sim a 
complicação secundaria a ela. 
 
Talassemias 
Esplenectomia indicada quando (tentar retardar a hemólise): 
• Hemotransfusão > 200ml/kg/ano 
• Necessidade de transfusão > 50% em um ano 
 
Quando aumenta a transfusão em 50% no ano ou requer mais que 
200ml/kg ano, para manter estável a relação de hemoglobina, é 
indicado esplenectomia, para tentar diminuira hemólise. 
 
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS MALIGNAS 
LINFOMA DE HODGKIN 
• Adultos jovens → 20 a 30 anos 
• Linfadenopatia assintomática (A) → cervical 
• Sintomas constitucionais: suor noturno, emagrecimento, 
prurido e febre (Pel Ebstein) 
• Hoje em dia não se usa mais esplenectomia para 
estadiamento de linfoma de Hodgkin 
• Estadiamento (sítios de acometimento do linfoma) 
 
Classificação de Ann Arbor 
I → acomete apenas uma região ganglionar 
II → duas ou mais regiões limitadas ao mesmo lado do diafragma 
III → acomete regiões ganglionares de ambos os lados do diafragma 
Indicação de 
esplenectomia – 
anemia hemolítica 
severa 
Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -5 
 
IV → acometimento difuso de um ou mais órgãos extra ganglionares 
Antigamente, quando não tinha exames de imagens adequados, 
fazíamos um estadiamento cirúrgico para os pacientes com linfoma 
de Hodgkin, podendo ser cervical, intestinal ou multimodal 
(acomete vários locais, entre tórax, abdômen e região cervical) 
quando temos acometimento abdominal este paciente acaba tendo 
um estadiamento muito pior. Então antigamente fazíamos um 
estadimento cirúrgico onde retirávamos o baço e víamos o 
comprometimento dele. Importância? Dado histórico. Não se faz 
mais. 
 
LINFOMA NÃO-HODGKIN 
• Esplenomegalia e hiperesplenismo – comum 
• Esplenectomia: esplenomegalia volumosa, 
hiperesplenismo, acometimento esplênico isolado 
Você indica a esplenectomia para o paciente em decorrência da 
esplenomegalia volumosa e hiperesplenismo. 
Caso infrequente: linfoma não-hodgkin primário isolado de baço – 
então, acometimento isolado de baço pode indicar esplenectomia. 
 
LEUCEMIA DE CÉLULAS PILOSAS 
• Rara – 2% das leucemias 
• Esplenomegalia e pancitopenia 
• Homens idosos 
• Hiperesplenismo e esplenomegalia → indicação de 
cirurgia 
Tratamento quimioterápico 
 
LEUCEMIA LINFOIDE CRÔNICA 
• Homens > 50 anos 
• Anemia 
• Linfadenomegalias 
• Linfocitose 
• Plaquetopenia 
• Esplenomegalia 
• Tratamento: QT – Clorambucil e Esplenectomia – 
Esplenomegalia e hiperesplenismo 
As doenças hematológicas malignas são as que cursam geralmente 
com baços gigantes. 
Normalmente as benignas não cursam com baço gigante, por isso 
pode-se fazer cirurgia por vídeo. 
 
TUMORES NÃO-HEMATOLÓGICOS 
• Metástases esplênicas – 7% 
• Sítios primários: mama, pulmão e melanoma 
• Geralmente assintomático: esplenomegalia, ruptura 
espontânea 
• Esplenectomia → somente em casos selecionados (toda a 
metástase esplênica é uma doença fora de controle 
cirúrgico – é sistêmica) 
O principal tipo de câncer encontrado no baço = metástase. Sítios 
primários – mamas, melanoma e pulmão. Quando eu tiver uma 
metástase, que aparece no baço, devo investigar o sítio primário. 
Metástase esplênica = metástase a distância = tratamento fora de 
controle cirúrgico 
 
TUMORES PRIMÁRIOS 
• Origem vascular 
• Hemangioma → achado incidental em métodos de 
imagem (não rompe e não vira câncer, é tranquilo) 
• Hemangiossarcoma → prognóstico ruim 
o Esplenomegalia 
o Anemia hemolítica 
o Ascite 
o Derrame pleural 
o Ruptura espontânea 
 
Hemangioma no baço, acho incidental em métodos de imagem. 
Livrar o cara de servir o exército. 
Hemangiosarcoma – tumor maligno mais comum. Todo tumor 
maligno tem um processo de crescimento acelerado, 
neovascularização, pode ter um fenômeno de ruptura ou necrose 
tecidual 
 
ESPLENECTOMIA POR OUTRAS CAUSAS 
CISTOS ESPLÊNICOS 
Cistos não-parasitários → achados incidentais 
• Acompanhamento clínico 
• Esplenectomia parcial ou total – pacientes muito 
sintomáticos (infrequente) 
Indicação cirúrgica só em casos muito selecionados. 
Cistos parasitários 
• Cistos hidáticos (Echinococcus sp) 
• Hospedeiro acidental 
• Geralmente acomete o fígado 
• Tratamento cirúrgico → esterilização do cisto – solução 
hipertônica de NaCl e álcool absoluto ou ressecção 
• Risco de choque anafilático – ruptura intra-peritoneal 
Tem predileção em acometer o fígado, mas em algumas situações 
pode aparecer no baço. 
Enucleação do cisto – sangramento importante. E a eliminação de 
IgE pode causar anafilaxia. 
Não é muito comum. 
 
ESPLENECTOMIA E CUIDADOS PRÉ E PÓS-
OPERATÓRIOS 
Risco de sepse por germes encapsulados 
• Principalmente em crianças > 6 anos 
• Grave 
Bruna Altvater Saturnino XLII – 2021.2 -6 
 
• Vacinar antes da cirurgia → S. pneumoniae 
(Pneumococo), H. influenzae (Haemophilus), N. 
meningitidis (Meningococo. NÃO É O SP! ELE JÁ 
COBROU EM PROVA!) 
Pós-operatório antibioticoprofilaxia – penicilina por 2 a 3 anos 
pós-esplenectomia. 
 
O Baço ajuda a proteger contra vírus encapsulados: haemophilus, 
pneumococo e meningococo. 
• Cirurgia eletiva: pede para o paciente se vacina um mês 
antes da cirurgia contra esses vírus, para evitar a sepse. 
• No trauma: antibiótico profilaxia VO e manda se vacinar. 
Depois de 1 mês pode parar a penicilina. 
 
ESPLENECTOMIA COMPLICAÇÕES 
Atelectasia: é causa de TEP, temos atelectasias em cirurgias em 
andar superior de abdome, devido a diminuição da complacência 
pulmonar (capacidade de expiração e expiração) gerando uma 
hipoventilação nas bases pulmonares, gerando acúmulo de secreção 
e então uma atelectasia. A PRINCIPAL COMPLICAÇÃO. 
Pancreatite: É uma das causas relativamente comum em pós-
operatório de esplenectomia principalmente em cirurgias de 
urgência. Pode gerar um abscesso subfrênico. 
Abcesso subfrênico: todo o órgão que ocupa um espaço, quando 
retirado o organismo então produz um líquido para ficar ali neste 
espaço agora vazio, este liquido normalmente é absorvido se não for 
temos a formação de um seroma, gerando então um abcesso. O 
paciente durante pós-operatório apresenta dor em hipocôndrio 
esquerdo, taquicardia e febre vespertina sendo sinal de bacteremia, 
este abcesso deve ser drenado, quando pequeno podemos tratar com 
antibióticos. 
Lesões de vísceras ocas; 
Baços acessórios, são uma complicação de recidiva dos sintomas 
hematológicos 
 
Principal complicação em cirurgia aberta: atelectasia. Da 
atelectasia por falta de mobilidade, obliteração dos bronquíolos 
terminais e alvéolos. Durante a cirurgia o paciente não respira 
adequadamente devido ao afastamento dos arcos costais. 
Atelectasia de base pulmonar e no PO o paciente vai ter o fenômeno 
de ... 
Fenômeno: febre, dispneia raramente. 
Abcesso: não é tão comum, mais comum em esplenectomia de 
urgência, devido a lesão da cauda do pâncreas – pancreatite aguda 
traumática, faz uma coleção peri-pancreatica e aquilo pode 
abcedar. E em baços muito grande: espaço vazio quando retira– 
tende a acumular líquido. Então pode fazer um seroma, transudato 
e pode fazer uma coleção, normalmente após a 2º semana (7 ao 14º 
dia), pct vai apresentar um desconforto no HE, febre vespertina, 
taquicardia. Tratamento é a drenagem percutânea guiada por USG 
e TC. Se não tiver o método,, opera o paciente e drena a coleção. 
Não é recomendado drenar por rotina, pois pode aumentar a chance 
de abcesso subfrênico. 
Mas deve-se deixar o dreno em situações de urgência, lesão no 
pâncreas, paciente obeso – pois torna-se duvidoso quanto a 
qualidade de hemostasia. 
 
ESPLENECTOMIA TÉCNICA OPERATÓRIA 
Cirurgia convencional aberta, indicada em: 
• Baços gigantes 
• Distúrbios de coagulação grave 
Baços gigantes: acessa a bolsa omental (retrocavidade) -> faz 
acesso posterior ao estômago -> vai na borda superior do pâncreas 
-> disseca a artéria esplênica e faz sua ligadura antes de mexer no 
baço (sangramento menos volumoso, menos plaquetas destruídas no 
baço e elas voltem para a corrente sanguínea. 
 
 
Laparoscopia

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