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Alterações Benignas do Ânus

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Clínica Cirúrgica I 
Alterações Benignas do Ânus 
❖ O canal anal possui como limite inferior os esfíncteres anais externo e interno, 
apresenta também o músculo bulboretal (auxilia no mecanismo esfincteriano), as 
colunas anais, criptas anais (pode gerar acúmulo de fezes e causar infecções) e 
glândulas anais (secreção lubrificante). É irrigado pela artéria retal superior, média e 
inferior (as veias apresentam a mesma nomenclatura). Os esfíncteres são controlados 
pelo nervo anal inferior e plexo pélvico. 
FISSURAS 
❖ A ocorrência de uma fissura gera dor na tentativa de evacuar, induzindo a um quadro 
de constipação e, se houver rompimento tecidual, sangramento concomitante. 
❖ Consiste em uma ulceração no anoderma distal, acometendo desde a borda anal 
até a linha pectínea (geralmente na região posterior). Cursa com uma dor aguda e 
intensa ao defecar e, após a defecação, tem-se uma ardência de caráter agudo ou 
crônico. 
FISIOPATOLOGIA 
❖ A redução da produção de óxido nítrico local induz ao aumento da pressão do 
esfíncter anal interno e consequente redução do fluxo sanguíneo. Com isso, ocorre 
uma hipertonia do esfíncter (gera um trauma local por isquemia e dificuldade de 
cicatrização – forma a fissura). 
❖ Pode estará associada a DII´s, traumas locais, HIV, sífilis e TB. Clinicamente, a presença 
de plicoma sentinela pode indicar a existência de uma fissura interna. 
TRATAMENTO 
❖ Pode ser feito clinicamente (nas formas agudas), com cremes tópicos (dinitrato de 
isossorbida com glicerina, nifedipina, toxina botulínica – induzem o relaxamento 
muscular e dilatação anal). 
❖ Nas fissuras crônicas ou não respondentes ao tratamento clínico, opta-se pelo 
tratamento cirúrgico com esfincterectomia lateral interna. 
ABCESSOS E FÍSTULAS ANAIS 
❖ Consistem em manifestações (agudas ou crônicas) de infecções que acometem 
glândulas anais. Os abcessos podem ser pelvirretal, perianal, interesfincteriano ou 
isquiorretal. 
❖ Clinicamente, observa-se uma área edemaciada, dilatada e hiperemiada na borda 
anal (pode estar interno e não ser observável pelo exame físico – necessita de 
colonoscopia ou TC). 
❖ É causada por infecções, corpo estranho, traumas, neoplasias, excesso de radiação 
e dermatites infecciosas. 
DIAGNÓSTICO 
❖ É feito de forma clínica com a correção entre exame físico (se possível) e o quadro 
clinico (dor anal aguda, eritema localizado, edema e flutuação). Deve-se considerar 
a realização de toque retal ou anuscopia (pois causará muita dor no paciente). 
TRATAMENTO 
❖ Para formas mais leves, pode-se fazer a drenagem clínica, enquanto as formas mais 
graves necessitam de abordagem cirúrgica. O uso de ATB de amplo espectro deve ser 
indicado para pacientes de alto risco (imunossuprimidos, diabéticos, celulite extensa 
ou com próteses). 
❖ 50% dos abcessos drenados complicam com fístulas locais, devido a persistência do 
epitélio da glândula anal em parte do trajeto fistuloso. Cursa com dor, edema e 
drenagem, havendo intermitência de sintomas (melhora e piora, ciclicamente). Se a 
fístula acometer mais de 30% do esfíncter externo, nomeia-se como fístula anal 
complexa (além se houver orifícios múltiplos, incontinência fecal prévia, diarreia 
crônica e DII), pois pode evoluir com incontinência fecal grave. 
❖ O tratamento cirúrgico das fístulas é feito com fistulectomia (não pode seccionar 
grande parte do EAI), identificando o trajeto completo da fístula (para inserção do 
estilete), palpação da fístula (identificando se é posterior ou anterior – curvas e retas, 
respectivamente – lei de Goodsall) e anuscopia concomitante. 
HEMORROIDAS 
❖ Consistem em dilatações dos coxins vasculares localizados na submucosa do canal 
anal. Ocorre uma dilatação do plexo hemorroidário interno e das anastomoses 
arteriovenosas, com consequente deslocamento inferior dos coxins vasculares e 
destruição do tecido conjuntivo local. 
❖ Podem ser internas, externas ou mistas. 
CLASSIFICAÇÃO 
✓ Grau 1: necessita de anuscopia pois a dilatação é mínima e interna. 
✓ Grau 2: pode ser visível externamente, mas retorna espontaneamente para o interior. 
✓ Grau 3: há exteriorização mas, com auxílio manual, é possível internalizá-la. 
✓ Grau 4: a hemorroida é inteiramente exteriorizada. 
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO 
❖ Cursa com sangramento anal, prolapso de mucosa, prurido, dor (se externa), 
enquanto seu diagnóstico é feito com anuscopia ou retossigmoidectomia. 
TRATAMENTO 
❖ O tratamento cirúrgico (hemorroidectomia pela técnica de Milligan Morgan – feita 
pelo tracionamento da base hemorroidária e dissecção subsequente do mamilo 
hemorroidário) é indicado para casos mais graves, com sangramento, prolapso 
exuberante, dor intensa (pois há trombose, ulceração ou necrose associada a fissura). 
Ainda pode ser feito, para hemorroidas internas, ligadura elástica das hemorroidas.

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