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COLÉGIO TABLEAU JAQUELINE RODRIGUES, LÍVIA COPPI, MARIA JÚLIA CUNHA E THAÍS SANTANA FIV E FELV EM FELINOS DOMÉSTICOS POSSÍVEIS CASOS EM FELINOS SELVAGENS GUARATINGUETÁ - SP 2021 1 JAQUELINE RODRIGUES, LÍVIA COPPI, MARIA JÚLIA CUNHA E THAÍS SANTANA FIV E FELV EM FELINOS DOMÉSTICOS POSSÍVEIS CASOS EM FELINOS SELVAGENS Projeto de pesquisa apresentado ao Curso Técnico de Veterinária, do Colégio Tableau, sob a orientação da professora Ana Cláudia Aparecida. GUARATINGUETÁ - SP 2021 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 FIV: VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA 4 CONTÁGIO E TRANSMISSÃO 6 SINAIS CLÍNICOS 7 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 9 PROFILAXIA 10 FELV: VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA 12 CONTÁGIO E TRANSMISSÃO 14 SINAIS CLÍNICOS 15 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 16 PROFILAXIA 20 FIV E FELV EM FELINOS SELVAGENS 21 TRANSMISSÃO DE FIV E FELV EM FELINOS SELVAGENS 22 CASOS COMPROVADOS DE FIV E FELV EM FELINOS SELVAGENS 22 CONCLUSÃO 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25 3 INTRODUÇÃO Conhecidas como Imunodeficiência Felina (FIV) e Leucemia Viral Felina (FeLV), costumam disseminar-se facilmente entre os gatos selvagens e os com acesso à rua. Ambas as afecções são causadas por um vírus da família Retroviridae, retrovírus exógenos que transmitem horizontalmente entre a espécie e, uma vez infectado, a doença permanece e deve ser tratada durante toda a vida do animal. A presente pesquisa possui o intuito de esclarecer como essas enfermidades agem no organismo animal, sua gravidade e tratamento para que possam ser evitadas com o protocolo correto e com a adoção de medidas profiláticas, como controle populacional dos felinos, diminuição do acesso à rua e vacinas disponíveis. 4 Fonte: Rede Formar FIV: VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA A FIV felina é um dos diagnósticos mais temidos pelos tutores ao levar o pet no veterinário. Conhecida como Imunodeficiência Viral Felina ou AIDS Felina, é uma doença infecciosa causada por um retrovírus do gênero Lentivirus e pode ser classificado em cinco subtipos filogeneticamente distintos: A, B, C, D e E. Os subtipos A, B e C são mundialmente distribuídos, com o subtipo D encontrado no Japão e Vietnã, e o subtipo E que, até hoje, foi identificado somente na Argentina. No Brasil pouco se conhece sobre a diversidade genética do FIV e, até então, apenas o subtipo B foi isolado. Fonte: SciELO Brasil 5 Durante seus estágios clínicos, surgem sintomas semelhantes ao da imunodeficiência em humanos (HIV), embora não seja transmitida para nós. Em relação ao estado de saúde, a taxa de infecção é cerca de duas vezes maior entre os gatos doentes, comparada com a dos felinos assintomáticos. Tanto a FIV, quanto o HIV possuem uma enzima chamada "transcriptase reversa", é a enzima responsável por integrar o dna do vírus ao dna do seu hospedeiro, o que dificulta muito o tratamento pois seja o que for utilizada para atacar o vírus infelizmente irá atacar diretamente o hospedeiro, podendo provocar a morte de ambos. Por atacar o sistema imunológico, a AIDS Felina pode ser fatal principalmente por conta de suas complicações, mas caso seja diagnosticada cedo, pode ser controlada, garantindo maior longevidade e qualidade de vida ao animal. Por isso mesmo, é muito importante conhecer como é transmitida e quais são os primeiros sintomas da doença. CONTÁGIO E TRANSMISSÃO Fonte: wikiHow Na transmissão da AIDS entre humanos lembramos principalmente das relações sexuais, no entanto, isso não é válido para a transmissão do vírus entre os felinos. A disseminação do vírus da imunodeficiência felina é mundial, sendo a incidência e prevalência maiores nas áreas com maior índice de felinos errantes, visto que, 6 geralmente, esses animais apresentam comportamentos agressivo, tornando a possibilidade de transmissão da infecção muito maior do que em locais onde os felinos não possuem contato com felinos errantes. Uma das principais formas de contágio é por meio do contato da saliva de um gato infectado com o sangue de um gato saudável, com isso se torna mais prevalente em machos e de vida livre, por conta de seu comportamento territorialista que pode levar a brigas e mordeduras, o que indica a transmissão eficiente por ferimentos causados por mordidas, lambidas e arranhões. Além disso o vírus da imunodeficiência felina também pode ser transmitido via transplacentária que ocorre quando a mãe possui FIV e fica prenha, os filhotes podem nascer com a patologia. Também pela lactação (amamentação), decorrente de transfusões sanguíneas e, pelo sêmen de machos soropositivos ou por contaminação cruzada através de materiais cirúrgicos e objetos contaminados apesar de mais raras, também pode ocorrer. SINAIS CLÍNICOS Fonte: wikiHow A principal característica da infecção pelo FIV é o gradual declínio do número de linfocitos T periféricos CD4 + ativados (células T helper), responsáveis pela resposta imunológica humoral, produção de anticorpos e resposta celular. O sistema imune 7 do animal contaminado será um sistema imune muito debilitado, sendo mais suscetível a doenças oportunistas, como o vírus que provoca gripes, conjuntivites, diarréia e gastrite infecciosas, que ficam mais difíceis de serem combatidas. A doença pode ser assintomática no início, mas vale ficar atento a sinais como febre, aumento dos gânglios, dificuldade respiratória, anemia, problemas estomacais e nas gengivas, queda de pêlo, perda de peso, diarreia, vômitos, conjuntivites, problemas nasais, estomatite, otite entre outros. Para ter o diagnóstico de ambas as doenças, é preciso fazer exames de sangue específicos solicitados por um médico veterinário. Assim como ocorre no contágio do HIV, a FIV afeta os gatos de maneiras diferentes. Enquanto alguns pets apresentam mais rapidamente os sintomas após a infecção, outros podem passar anos assintomáticos. Alguns gatos podem desenvolver uma boa resposta imune para o vírus, diminuindo sua replicação e carga viral, no entanto não elimina a infecção. Da mesma forma que ocorre com os humanos, os sintomas da AIDS felina podem ser diferentes, assim como os estágios da doença. A infecção pode ser subdividida em três fases, sendo elas: fase aguda, fase assintomática e fase crônica. Cada uma delas possui sua particularidade, sendo assim, cada paciente deve ser avaliado individualmente e tratado de acordo com suas necessidades no presente momento. Fase aguda: Acontece aproximadamente um mês após a contaminação e é raramente identificada pelo tutor, entretanto, observa-se uma síndrome similar à do HIV, apresentando pirexia e linfoadenopatia generalizada. Nela, também é comum os gatos apresentarem febre e leucopenia (falta de glóbulos brancos no sangue). Diarreia, anorexia e depressão também podem surgir nesta fase e deixar sequelas. Fase assintomática: Também chamado de período de latência, este pode permanecer por anos, visto que, alguns felinos não apresentam manifestações clínicas durante toda a vida, sendo a média de 6 anos para a maioria dos gatos infectados. Fase crônica: É o grau mais avançado da doença. Nela, diversos problemas de saúde simultâneos afetam o gato devido à baixa imunidade. É comum o animal 8 manifestar diarreia, febre, otite, problemas dermatológicos e respiratórios, todos de uma vez. No período terminal, pode-se observar problemas renais e linfomas. Anormalidades neurológicas são observadas raramente em casos de infecção por FIV. Os sinais observados são anormalidades psicomotoras, agressão, anisocoria e convulsão. A função comportamental e cognitiva fica quase sempre comprometida em gatos infectados por esse vírus. O pico de carga viral ocorre entre oito a doze semanas após o início da infecção. Apesar da rápida resposta imune dos hospedeiros infectados, não há, na maioria das vezes, a depuração da infecção, resultando na persistência viral. Os anticorpos contra o FIV são encontrados no plasma em presença de altas taxas de carga viral no sangue periférico, podendo ser reconhecidos de duas a quatrosemanas após o início da infecção. Como alerta adicional, não deixe de investigar, caso o bichano fique doente com frequência, pois isso pode significar uma baixa nos leucócitos. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Fonte: santainesvet.com.br O diagnóstico da infecção por FIV é baseado na associação de uma boa análise de histórico clínico, anamnese, exame físico geral e exames laboratoriais complementares, visto que, sem eles, o diagnóstico é geralmente inconclusivo. 9 Os testes sorológicos mais utilizados no auxílio do diagnóstico são os testes para detecção de anticorpos específicos ou antígenos virais, como por exemplo o Ensaio de Imunoadsorção Enzimática (ELISA), que se baseia na reação antígeno-anticorpo desencadeada por enzimas, sendo realizado através da coleta de sangue periférico, mas assim como na identificação do HIV, esse teste também pode dar falso negativo em animais no início da infecção ou no estágio terminal da doença, quando os níveis de anticorpos circulantes são baixos, já resultados falsos positivos podem ocorrer devido a infecções cruzadas com outras retroviroses. Por isso, o ideal é combiná-lo a outros exames e realizá-lo mais de uma vez em caso de suspeita. Além disso, temos os testes moleculares, como a Reação em Cadeia de Polimerase (PCR), que é realizado através da coleta de líquido raquidiano ou sangue periférico, sendo eficiente na detecção do DNA pró-viral em animais que apresentam o vírus latente. Os felinos “FIV-Positivos” não deverão ser eutanasiados, visto que podem ter uma expectativa de vida tão longa quanto a dos gatos que não foram acometidos. Os infectados devem ser submetidos a consultas semestrais com um profissional médico veterinário, incluindo exame físico completo com monitoração de peso e exames complementares bioquímicos e hematológicos. O tratamento em si é conduzido através das manifestações clínicas consequentes das infecções oportunistas, geralmente os felinos afetados recebem fluído, terapias, antimicrobianos de amplo espectro, transfusões sanguíneas, dietas de elevada densidade calórica e esteróides anabólicos em casos de perda de peso, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida desses animais. A imunodeficiência felina não é uma doença que cause morte súbita, sendo assim, a sobrevivência de animais que testam positivo depende da influência do meio ambiente e rapidez no diagnóstico. É uma doença que ainda não tem cura e por isso o suporte é a realização do tratamento, o qual possui a função mais importante que é manter o gato o mais saudável possível, oferecendo ração de qualidade, cuidados higiênicos, vermifugação e acompanhamento veterinário. 10 É importante lembrar que quanto antes a doença for diagnosticada e maiores forem os cuidados, mais chances o animal terá de responder bem ao tratamento, ainda que isso não elimine a infecção. PROFILAXIA Fonte: Focinho e Cia Desde os anos 90 – alguns anos depois da descoberta do vírus, têm sido feitos vários estudos na tentativa de produzir uma vacina eficaz contra o FIV. Sendo assim, em 2002, foi licenciada a primeira vacina comercial (inativada), com eficácia estimada de 82% (PERROTTI, 2009). O FIV é um retrovírus, sendo assim, possui uma capacidade recombinante, produzindo novas variantes virais, por esse motivo há certa dificuldade para desenvolver uma vacina, tendo em conta a grande diversidade genética do Lentivírus e sua capacidade de sofrer mutações no hospedeiro. O conhecimento da variabilidade genética do FIV é fundamental no desenvolvimento de vacinas que induzem imunidade protetora a subtipos específicos de uma determinada área, além de possibilitar a associação de subtipos do FIV com determinados padrões clínicos específicos. Para a prevenção é recomendado manter os felinos domésticos fora do acesso à rua quando possível. Uma das melhores formas de prevenir a doença é a castração, que além de reduzir a quantidade de animais errantes, inibe tanto o comportamento 11 agressivo, quanto a tendência dos gatos de escaparem para a rua onde podem se envolver em brigas com animais contaminados, colaborando também para a redução de estresse relacionado ao estro da fêmea e possível transmissão para suas crias. Gatos com FIV podem conviver com outros gatos, desde que não briguem entre si, por isso, é fundamental fazer o teste em todos os felinos da casa com regularidade a fim de detectar e controlar a doença. Vários gatos portadores de FIV conseguem viver bem durante muitos anos tomando-se os cuidados necessários, alguns sequer necessitam de medicação. A Aids Felina não tem cura nem tratamentos muito específicos, então reforçar a imunidade do gatinho é a melhor forma de impedir o desenvolvimento da doença. Fonte: Bloggoapp.pet FELV: VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA A FELV é uma sigla para a Leucemia Viral Felina, doença infecciosa causada por um retrovírus envelopado que pertence ao gênero Gammaretrovirus. Sendo a doença infecciosa que mais mata gatos no Brasil, é considerada gravíssima, pois o vírus causador, possui habilidade de provocar imunodeficiência, distúrbios de medula óssea e neoplasias, assim, diminuindo a expectativa e qualidade de vida do bichano. 12 O vírus da Leucemia Felina faz parte da subfamília do vírus HIV dos seres humanos e, também, da FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina). É uma doença complexa, mas, felizmente, não é zoonótica! Fonte: Wikipédia É uma viremia extremamente abrasiva, prejudicando diretamente o sistema imunológico dos gatos, podendo causar anemia, linfomas, baixa de plaquetas e células de defesa. Assim, doenças simples que poderiam ser tratadas em poucos dias, se tornam graves. Existem quatro subtipos deste vírus: FeLV-A e suas mutações: FeLV-B, FeLV-C e FeLV-T. Cada um desses subtipos usa um receptor diferente para entrar na célula. Subtipo FeLV-A: Todos os felinos contaminados com a FeLV irão apresentar o subtipo A, este é responsável por levar o seu animal a ter leucemia e linfomas. E é o único que é transmitido entre os animais. Subtipo FeLV-B: Este não consegue se manifestar sozinho. O animal irá possuir o vírus, poderá transmitir, porém será assintomático. Ele só causará doenças se estiver junto com o subtipo A. Subtipo FeLV-C: Raro. Causador do pior prognóstico: Anemia aplásica. Esta afeta a formação e o desenvolvimento de células no sangue. O corpo não produzirá glóbulos vermelhos e brancos e plaquetas suficientes, tudo ao mesmo tempo. O animal pode vir a óbito rapidamente. 13 Subtipo FeLV-T: Irá infectar os linfócitos T do animal, levando o sistema imunológico à uma imunodepressão, que deixará o animal exposto a outros tipos de doenças. Assim, o sistema imunológico irá determinar como o vírus irá se comportar no corpo do bichano, além do tipo de cepa que irá determinar a agressividade da viremia. A infecção pode ser separada em três fases: Abortiva: O animal tem contato com o vírus, mas o sistema imunológico não permite a replicação, o abortando. Este gato pode ser imune ou não à FeLV, mas ainda é preciso prevenir e vacinar o animal. Regressiva: O vírus consegue entrar na corrente linfática e fazer a impregnação no DNA do gato, mas o sistema imunológico não permite a evolução a partir deste feito, tornando o animal assintomático. Este animal irá dar negativo no exame de teste rápido e positivo no PCR. Esta fase dependerá do sistema imunológico do animal, ele poderá se livrar do vírus ou não. Progressiva: O gato tem contato com o vírus, é feita a infecção primária e irá impregnar o DNA do felino se multiplicando. O sistema imunológico já não consegue barrar o vírus, levando o animal a dar positivo em todos os testes e apresentar sinais clínicos e infecções secundárias pelo fato do sistema imunológico ter sido comprometido. Este animal não terá mais chances de cura e já poderá transmitir para outros gatos. Fonte: DocPlayer 14 CONTÁGIO E TRANSMISSÃO As formas de contágio deste vírus se dão por vias nasal e oral, a transmissão pode ocorrer quando secreçõesde um gato positivo entram em contato direto ou indireto com um gato saudável. Na forma direta, ocorre por lambeduras, mordeduras e compartilhamento de potinhos de alimentos, água e de caixinhas de areia. Na forma indireta, pode ocorrer por transfusões de sangue, via transplacentária e no momento da amamentação, por isso, deve-se tomar cuidado com “mãezinhas de leite”, por serem muitas vezes não vacinadas e testadas, podem passar o vírus para o recém nascido saudável, o que pode ser fatal para o filhote. Felizmente, o vírus da FeLV não consegue sobreviver muito tempo fora do organismo do felino, fazendo com que uma limpeza com cloro e água sanitária seja o suficiente para desativar o vírus no ambiente. Fonte: Petlove; PeritoAnimal; Petz; OsGatos 15 SINAIS CLÍNICOS Fonte: Blog Cobasi Não há sinais clínicos específicos para a FeLV, podendo variar dependendo da fase e cepa em que o vírus se encontra no organismo do animal, mas assim que notar o seu gato indiferente ou notar que ele vem ficando doente com mais frequência, corra para o veterinário para testar o seu bichinho. Alguns sinais que podem indicar a presença do vírus são: perda de peso, dermatite, anemia, apatia, problemas respiratórios, estomatites, febre, anorexia, tumores, uveíte. Em casos mais graves, costumam apresentar distúrbios hematológicos, linfoma, problemas neurológicos e paralisia. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Além dos exames físicos e anamnese, existem testes próprios para a identificação desse vírus no organismo dos felinos. ELISA (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay) ou Ensaio de Imunoabsorção Enzimática, é um teste imunoenzimático que irá detectar anticorpos específicos, se baseando em reações antígeno-anticorpo detectáveis através de reações enzimáticas. 16 O teste irá identificar uma proteína do vírus circulante no sangue do animal. É realizado em laboratório, tendo o resultado em 2-3 dias, porém possui riscos de falso negativo. Fonte: Ibapcursos.com Teste Rápido/SNAP: Detecta antígenos p27 do vírus da FeLV e detecta anticorpos específicos para FIV. Pode ser realizado em clínica veterinária, possui resultado imediato (10 minutos) e valor mais acessível, porém, também há riscos de falso negativo. Fonte: adoteumronrom; Idexx 17 Além disso, temos o PCR (Polymerase Chain Reaction) ou Reação em Cadeia da Polimerase, um teste feito em laboratório que procura o vírus no RNA e DNA do gato, tendo resultado em 3 dias. Possui o valor mais alto que outros, porém, as chances de erros são menores. Fonte: MyTxai Nenhum teste é 100% confiável, mas são extremamente precisos. Para uma maior certeza, indica-se que repita os testes 40-60 dias depois de se realizar o primeiro, pois se o animal teve contato com o vírus em menos de 4 semanas, o teste poderá dar negativo. Vale ressaltar, que mesmo testando somente a mãe, não é certo dar o mesmo diagnóstico aos filhotes, levando em conta que a mãe pode ser positiva e os filhotes não ou vice e versa. A Leucemia Viral Felina, assim como a FIV, não tem cura, e o tratamento para esta doença é suporte, ou seja, iremos tratar os sintomas enquanto eles aparecem. Apesar de não haver a cura, podemos praticar uma série de coisas para prolongar a vida do animal, já que, um felino positivo precisa de cuidados extras do tutor. Além de tratarmos dos problemas secundários que a FeLV traz, iremos cuidar do animal em um todo. 18 Proporcionar uma ração super premium de qualidade, além de patês e papinhas nutritivas com alto teor de vitaminas e proteínas, ajudam o felino a ter bons níveis nutricionais e estar forte o suficiente para combater infecções secundárias. Fonte: Petlove; Royal Canin Existem nos mercados suplementos vitamínicos para ajudar o animal que apresenta deficiência de algum componente. Esta suplementação será indicada e receitada apenas por um médico veterinário com base nos exames feitos. Fonte: Buono Os gatos são animais ativos que precisam descarregar toda a energia que contém. Brincadeiras também é uma forma de contribuir para saúde do bichano, investir em enriquecimento ambiental é uma boa dica para manter o felino entretido. 19 Mas, assim como as atividades, também precisam de um tempo para descanso e de tranquilidade. Respeite a vontade do seu gato, dando espaço e oferecendo-o um ambiente quieto e calmo, evitando o estresse do animal (que não irá fazer bem para a sua saúde). Fonte: Zoowish Por conta do organismo estar bastante fragilizado com o vírus, doenças que eram para serem simples podem ficar mais complicadas, agravando ainda mais a saúde desse felino, por isso, é de suma importância levar o seu gatinho regularmente ao veterinário para realizar todos os exames necessários para garantir que o seu pet esteja bem. Gatos positivos podem ter uma vida “normal” e viver por muito tempo, basta ter os cuidados essenciais e muito amor. Fonte: Patas da casa 20 PROFILAXIA Já dito que é uma doença altamente perigosa, a forma mais simples dos gatinhos não se contaminarem, é se prevenir. ● Instalar redes de proteção: Animal seguro, é animal dentro de casa. Além de não haver riscos de contrair a FeLV e FIV, não serão expostos a outros tipos de doenças e maldade humana; ● Castração: Além dos inúmeros benefícios, ajudará a deixar o gatinho mais tranquilo, diminuindo a probabilidade de fugas e brigas; ● Realizar os testes: Testar os felinos recém adquiridos, sejam adotados, resgatados ou comprados, é de extrema importância, lembrando de repetir os testes para maior segurança; ● Vacinação: Existem vacinas para FeLV, a quíntupla (F5), onde o Brasil não fabrica mas exporta, porém, apenas gatos que não possuem a Leucemia Viral Felina podem ser vacinados. Então, assim que testados negativos para FeLV, podem iniciar com o protocolo de vacinação; ● Aglomeração: Evitar aglomerações de gatos em casa, principalmente quando não estão testados e vacinados. Uma outra dica, que infelizmente não depende somente de nós, é controlar o número de animais em situação de rua. Fonte: CachorroGato 21 FIV E FELV EM FELINOS SELVAGENS Há uma escassez de informações a respeito sobre o vírus da imunodeficiência felina (FIV) e o vírus da leucemia felina (FeLV) em felinos selvagens, porém isso não significa que não há casos estudados e registrados. O estudo do papel das doenças ajuda a construir um eixo muito importante para as estratégias de conservação de animais selvagens livres ou de cativeiro, que são acometidos por doenças que a causa não é sempre objetiva o que requer diagnóstico etiológico (através de algum tipo de exame) para que medidas terapêuticas e profiláticas sejam tomadas. Os animais selvagens também são acometidos por agentes zoonóticos e devem ser identificados e assim as medidas preventivas poderão ser tomadas. Sabe-se que os felinos selvagens ocupam o topo da cadeia alimentar, e o fato deles percorrerem um longo caminho em busca de abrigo e alimento faz com que eles fiquem expostos a uma grande quantidade de patógenos presentes no ambiente ou então transmitidos por outros animais. TRANSMISSÃO DE FIV E FELV EM FELINOS SELVAGENS A transmissão de FIV e FeLV nos felinos selvagens acontece da mesma forma que a transmissão dos vírus entre felinos domésticos, por contato. Como estão exercendo em primeira mão a seleção natural, eles podem ter contato com suas presas, rivais e animais da mesma espécie que podem estar infectados. Fonte:Pinterest CASOS COMPROVADOS DE FIV E FELV EM FELINOS SELVAGENS Segundo citações presentes na tese de Claudia Filoni, Diretora Técnica Científica da Labfauna Diagnóstico Veterinário Laboratorial-São Paulo 2006 sobre ‘’ Exposição 22 de felídeos selvagens a agentes infecciosos selecionados’’, há uma alta prevalência de infecções por FeLV em gatos-selvagens-europeus e há uma hipótese de que o vírus seja mantido nessas populações. Fonte: elements.envato.com Dando continuidade na tese de Claudia Filoni, dentro do estudo “Exposição de felídeos selvagens a agentesinfecciosos selecionados’’, na coleta de dados apenas uma suçuarana testou positivo para Fiv, sendo esta de vida livre. Suçuarana, onça parda ou puma é um mamífero carnívoro, estudos indicam que esta espécie evoluiu em uma linhagem mais próxima à chita. Fonte: zoo.df.gov.br Já em animais selvagens de cativeiro, segundo estudos em um grupo de 23 jaguarundis mantidos pela FPZSP (zoológico de São Paulo) , foram detectadas nas amostras de sangue de apenas dois deles o vírus da FeLV em soro e também em saliva, foi a primeira descrição da doença na espécie e os animais morreram após a realização do teste. 23 Fonte: procarnivoros.org.b Há casos de animais sendo sacrificados devido a esses vírus, então por esse e mais outros motivos importantes deve-se haver estudos e monitoramentos para que os profissionais saibam como tratar e como monitorar os animais. De acordo com o site O Globo Rio, o leão Yuri transferido pelo IBAMA do zoológico de Niterói para o zoológico de Brasília no dia 15 de Fevereiro de 2011 foi sacrificado pelos veterinários da instituição, e segundo a diretora da Fundação Zoonit, Giselda Candiotto a justificativa para a sacrificação foi o fato do animal estar com leucemia, porém e um segundo depoimento um veterinário informou que o leão foi morto por ter testado positivo para FIV. O veterinário do Zoonit, Marco Janackovic de Oliveira afirmou que Yuri poderia ter convivido com FIV por muitos anos sem ser sacrificado. Fonte: informativoniteroi.blogspot.com FIV e FeLV tem sido relatada em outros felinos selvagens e a ocorrência da enfermidade e a exposição de tais espécies a essas infecções sugere que seja iniciado um monitoramento dos animais e um estudo desenvolvendo uma vacina específica para que as espécies não se tornem reféns de FIV e FeLV, fazendo com que sejam ameaçadas. 24 CONCLUSÃO Com os números de morte em felinos causados por estas doenças crescendo assustadoramente a cada dia, entendemos a gravidade dessas viremias, além da importância da prevenção. Sendo enfermidades consideradas agressivas, onde atingem todo o sistema imunológico deixando o animal exposto a qualquer tipo de infecção, todo cuidado é necessário para se evitar o contágio. Além do mais, ambas viremias não possuem uma cura, assim como outras doenças causadas por retrovírus, o que dificulta ainda mais o tratamento que, neste momento, é apenas suporte. Portanto, é essencial que se dedique na prevenção dessas enfermidades e, quando já infectado, há necessidade de um diagnóstico rápido e eficiente para que exista um prognóstico relativamente bom e longa expectativa de vida. Apesar de não ter cura, não é recomendada a eutanásia em felinos positivos que sejam saudáveis e com boa qualidade de vida. Aliás, com suspeita dessas doenças ou não, nunca deixe de levá-los para um check-up completo pelo menos uma vez por ano com veterinários de confiança, pois só assim para garantir que qualquer alteração no organismo do pet seja identificada logo em seu estágio inicial. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Blog PETZ; “FIV felina: o que você precisa saber sobre a aids em gatos”. Disponível em: <https://www.petz.com.br/blog/saude-e-cuidados/fiv-felina-o-que-voce-precisa-saber -sobre-a-aids-em-gatos/>. Acesso em 20 de setembro de 2021. HENRIQUES, Karina; canal Auxiliar Veterinário | Rede Formar; “FIV, Aids Felina”; Youtube, 05/07/19. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=obfqeok0kxw>. Acesso em 20 de setembro de 2021. RIBEIRO, Rosangela; “FIV e FELV: entenda essas duas doenças felinas”; blog Animais em Comunidades. Disponível em: <https://www.worldanimalprotection.org.br/blogs/entenda-o-que-e-a-fiv-e-felv>. Acesso em 20 de setembro de 2021. ZANUTTO, Marcelo; FROES, Tilde; TEIXEIRA, Adriana; HAGIWARA, Mitika; “Características clínicas da fase aguda da infecção experimental de felinos pelo vírus da imunodeficiência felina”; SciELO Brasil. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/pvb/a/PTNjcGPnj8PrJnRkNXgb4Rf/?lang=pt>. Acesso em 20 de setembro de 2021. Revista Encontro; “Saiba quais são as vacinas que protegem os gatos”. Disponível em: <https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2017/11/saiba-quais-sao-as-v acinas-que-protegem-os-gatos.html>. Acesso em 20 de setembro de 2021. Petlove; “Tudo sobre: Infecção pelo vírus da imunodeficiência felina”. Disponível em: <https://www.petlove.com.br/conteudo/saude/doencas/infeccao-pelo-virus-da-imuno deficiencia-felina-fiv>. Acesso em 21 de setembro de 2021. Santa Inês Hospital Veterinário; “Imunodeficiência Viral Felina (FIV) ou AIDS Felina - o que é e qual o tratamento”. Disponível em: <https://santainesvet.com.br/imunodeficiencia-viral-felina-fiv-ou-aids-felina-o-que-e-e -qual-o-tratamento/>. Acesso em 21 de setembro de 2021. https://www.petz.com.br/blog/saude-e-cuidados/fiv-felina-o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-aids-em-gatos/ https://www.petz.com.br/blog/saude-e-cuidados/fiv-felina-o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-aids-em-gatos/ https://www.youtube.com/watch?v=obfqeok0kxw https://www.worldanimalprotection.org.br/blogs/entenda-o-que-e-a-fiv-e-felv https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2017/11/saiba-quais-sao-as-vacinas-que-protegem-os-gatos.html https://www.revistaencontro.com.br/canal/atualidades/2017/11/saiba-quais-sao-as-vacinas-que-protegem-os-gatos.html 26 CHUECCO, Fátima; “Tratamento Integrativo proporciona qualidade de vida a gatos com FIV e FeLV”; Integrativa Pet. Disponível em: <https://www.integrativapet.com.br/tratamento-integrativo-proporciona-qualidade-de- vida-a-gatos-com-fiv-e-felv/>. Acesso em 21 de setembro de 2021. Hospital Veterinário de Santa Marinha; “FIV - Vírus da Imunodeficiência Felina”. 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