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Bruna França Beta-lactâmicos MA: inibem o crescimento das bactérias ao interferir na reação de transpeptidação da síntese da parede celular bacteriana, considerando que a parede celular é constituída de um polímero complexo de polissacarídeos. Apresenta aminoaçúcares alternados, N-acetilglicosamina e ácido N-acetilmurâmico.. Existe um peptídeo de 5 aminoácidos ligado ao açúcar do ácido N-acetilmurâmico que termina em d-alanil-d-alanina. A proteína de ligação da penicilina (PBP, uma enzima) remove a alanina terminal no processode formação de uma ligação cruzada com um peptídeo adjacente. As ligações cruzadas conferem à parede celular a sua rigidez estrutural. Os antibióticos b-lactâmicos ligam-se de modo covalente ao local das PBP, o que inibe a reação de transpeptidação e interrompe a síntese de peptidoglicano, levando à morte da célula. Representantes Química e EAs Classificação Farmacocinética e Farmacodinâmica Uso clínico Penicilinas Um anel tiazolidínico (A) está fixado a um anel β-lactâmico (B), que transporta um grupo amino secundário (RNH–). Substituintes (R) podem ser fixados ao grupo amino. A integridade estrutural do núcleo do ácido 6-aminopenicilânico garante a propriedade. As reações alérgicas consistem em choque anafilático; reações do tipo doença do soro (atualmente raras, como urticária, febre, edema articular, edema angioneurótico, prurido intenso e comprometimento respiratório que ocorrem dentro de Os substituintes do ácido 6-aminopenicilânico determinam as propriedades farmacológicas e antibacterianas essenciais das moléculas resultantes. As penicilinas podem ser divididas em três grupos: 1. Penicilinas (p. ex., penicilina G) – Exibem maior atividade contra microrganismos Gram-positivos, cocos Gram-negativos e anaeróbios não produtores de b-lactamase. Apresentam pouca atividade contra bastonetes Gram-negativos e são sensíveis à hidrólise pelas b-lactamases. A absorção da maioria das penicilinas por via oral (à exceção da amoxicilina) é afetada pelos alimentos, de modo que esses fármacos devem ser administrados pelo menos 1 a 2 horas antes ou depois das refeições. A administração intravenosa de penicilina G é preferida à via intramuscular Distribuem-se nos líquidos corporais e tecidos, com poucas exceções. Tratam-se de moléculas polares, de modo que as concentrações intracelulares estão bem abaixo daquelas encontradas nos líquidos extracelulares. As penicilinas benzatina e procaína são formuladas para retardar a absorção, Penicilina G: infecções causadas por estreptococos, meningococos, alguns enterococos, pneumococos sensíveis à penicilina, estafilococos não produtores de b-lactamase, Treponema pallidium e algumas outras espiroquetas, espécies de Clostridium, Actinomyces e outros bastonetes Gram-positivos e microrganismos Gram-negativos anaeróbios não produtores de b-lactamase. Penicilina V: a forma oral de penicilina, só está indicada para infecções menores, em virtude de sua biodisponibilidade relativamente baixa, Bruna França 7 a 12 dias após a exposição); e uma variedade de exantemas cutâneos. Além disso, podem ocorrer lesões orais, febre, nefrite intersticial (reação autoimune a um complexo de penicilina-proteína), eosinofilia, anemia hemolítica, outrosdistúrbios hematológicos e vasculite. 2. Penicilinas antiestafilocócicas (p. ex., nafcilina): Resistentes às b-lactamases estafilocócicas. Exibem atividade contra estafilococos e estreptococos, porém são inativas contra enterococos, bactérias anaeróbias e cocos e bastonetes Gram-negativos. 3. Penicilinas de espectro ampliado (aminopenicilinas e penicilinas antipseudomonas): Conservam o espectro antibacteriano da penicilina e apresentam maior atividade contra microrganismos Gram-negativos. São sensíveis à hidrólise pelas b-lactamases. resultando em concentrações prolongadas no sangue e nos tecidos. É excretada pelos rins com rapidez, ao mesmo tempo em que pequenas quantidades são excretadas por outras vias. A penicilina G benzatina (sifilis) e a penicilina G procaína (pneumonia pneumocócica e gonorreia) para injeção intramuscular produzem níveis baixos, porém prolongados do fármaco. As penicilinas resistentes à β-lactamase estafilocócica (meticilina, nafcilina e isoxazolil-penicilinas) são indicadas para infecções por estafilococos produtores de b-lactamase, embora as cepas de estreptococos e pneumococos sensíveis à penicilina também sejam sensíveis a esses fármacos. Listeria monocytogenes, enterococos e cepas de estafilococos resistentes à meticilina são resistentes. As aminopenicilinas, a ampicilina e a amoxicilina: amoxicilina é administrada por via oral no tratamento das infecções do trato urinário, sinusite, otite e IVAS e IVIS. A ampicilina e a amoxicilina são as mais ativas entre os antibióticos b-lactâmicos orais contra pneumococos com CIM elevadas para a penicilina e constituem os antibióticos b-lactâmicos preferidos para o tratamento de infecções supostamente causadas por essas cepas. A ampicilina (mas não a amoxicilina) mostra-se efetiva na shigelose. A ampicilina, a amoxicilina, a ticarcilina e a piperacilina também estão disponíveis em associação com um dos vários Bruna França inibidores da b-lactamase: ácido clavulânico, sulbactam ou tazobactam. Em geral, as penicilinas são bem toleradas, o que incentiva, infelizmente, o seu uso inapropriado. A adição de um inibidor da b-lactamase amplia a atividade dessas penicilinas, incluindo cepas de S. aureus produtoras de b-lactamase, bem como algumas bactérias Gram-negativas produtoras de b-lactamase Bruna França Cefalosporinas e Cefamicinas Há o núcleo das cefalosporinas, o ácido 7-aminocefalosporânico. São mais estáveis em relação a muitas b-lactamases bacterianas e, portanto, exibem um espectro de atividade mais amplo. 1° Geração (cefazolina, cefadroxila, cefalexina, cefalotina, cefapirina e cefradina): são muito ativos contra cocos Gram-positivos, como estreptococos e estafilococos. As cefalosporinas tradicionais não são ativas contra as cepas de estafilococos resistentes à meticilina. São ingeridas por VO, com exceção da cefazolina que é via parenteral ou intramuscular e apresentam excreção renal. 2° Geração (cefaclor, cefamandol, cefonicida, cefuroxima, cefprozila, loracarbefe, ceforamida, bem como as cefamicinas estruturalmente relacionadas, cefoxitina, cefmetazol e cefotetana com atividade contra aneróbios): ativos contra microrganismos inibidos por fármacos de primeira geração e, proporcionam uma cobertura ampliada contra microrganismos Gram-negativos. Klebsiella sp. O cefamandol, a cefuroxima, a cefonicida, a ceforanida e o cefaclor são ativos contra o H. influenzae, mas não contra Serratia ou B. fragilis. E a cefoxitina, o cefmetazol e a cefotetana possuem atividade contra B. fragilis e contra algumas cepas de Serratia, porém são menos ativos contra o H. influenzae. À semelhança dos agentes de primeira geração, nenhum membro desse grupo exibe atividade contra enterococos ou P. aeruginosa. Podem ser administrados por VO ou VP, tendo excreção renal. Na clínica: ativas contra H. influenzae ou Moraxella catarrhalis produtores de b-lactamase e têm sido utilizadas sobretudo no tratamento de sinusite, otite e infecções das vias respiratórias inferiores. A cefoxitina, a cefotetana ou o cefmetazol podem ser usados no tratamento de infecções anaeróbias mistas, como peritonite, diverticulite e doença inflamatória pélvica. A cefuroxima é usada no tratamento da pneumonia adquirida na comunidade, em virtude de sua atividade contra H. influenzae e H. pneumoniae produtores de b-lactamase e também contra a maioria dos pneumococos. 3° Geração (cefoperazona, cefotaxima, ceftazidima, ceftizoxima, ceftriaxona, cefixima, cefpodoxima proxetila, cefdinir, cefditoreno pivoxila, ceftibuteno e moxalactam): proporcionam uma cobertura ampliada contra microrganismos Gram-negativos, e alguns deles têm a capacidade de atravessar a barreira hematencefálica. São ativos contra Citrobacter, S. marcescens e Providencia. Essas cefalosporinas também são efetivascontracepas de Haemophilus e Neisseria produtoras de b-lactamase. À semelhança dos fármacos de segunda geração, as cefalosporinas de terceira geração são hidrolisadas pela b-lactamase AmpC constitutivamente produzida e não apresentam atividade confiável contra espécies de Enterobacter. A administração é por VP e a excreção pode ser tanto por via biliar quanto renal. No uso clínico, são usadas no tratamento de uma ampla variedade de infecções graves causadas por microrganismos resistentes à maioria dos outros fármacos. Entretanto, as cepas que expressam b-lactamases de espectro ampliado não são sensíveis. A ceftriaxona e a cefotaxima foram aprovadas para o tratamento da meningite, inclusive da meningite causada por pneumococos, meningococos, H. influenzae e bastonetes Gram-negativos entéricos sensíveis, mas não por L. monocytogenes. 4° Geração (cefepima): mais resistente à hidrólise por b-lactamases. Apresenta boa atividade contra P. aeruginosa, Enterobacteriaceae, S. aureus e S. pneumoniae. Mostra-se altamente ativa contra Haemophilus sp. e Neisseria sp. Penetra bem no líquido cerebrospinal, é depurada pelos rins e apresenta meia-vida de 2 horas; suas propriedades farmacocinéticas assemelham-se bastante às da ceftazidima. Bruna França Cefalosporinas ativas contra estafilococos resistentes à meticilina: Estão sendo desenvolvidos antibióticos b-lactâmicos com atividade contra estafilococos resistentes à meticilina. A ceftarolina fosamila, o profármaco do metabólito ativo ceftarolina. EAs: Alergia (anafilaxia, febre, exantemas cutâneos, nefrite, granulocitopenia e anemia hemolítica) e Toxicidade (irritação local pode produzir dor após injeção intramuscular e tromboflebite após injeção intravenosa, ocorrência de toxicidade renal, inclusive nefrite intersticial e necrose tubular). Monobactâmicos Aztreonam: São fármacos com um anel b-lactâmico monocíclico. Seu espectro de atividade limita-se a bastonetes Gram-negativos aeróbios (inclusive P. aeruginosa). O fármaco tem boa penetração no líquido cerebrospinal e é excretado por via renal. Em certas ocasiões, ocorrem exantemas cutâneos e elevações dos níveis séricos das aminotransferases Carbapenêmicos Doripeném, ertapeném, imipeném e meropeném. Imipeném exibe amplo espectro, com boa atividade contra numerosos bastonetes Gram-negativos, inclusive P. aeruginosa, microrganismos Gram-positivos e anaeróbios. O doripeném e o meropeném exibem atividade um pouco maior contra aeróbios Gram-negativos e um pouco menor contra microrganismos Gram-positivos. Penetram adequadamente nos tecidos e líquidos corporais, inclusive no líquido cerebrospinal. Eles sofrem depuração renal. Indica-se o uso de um carbapenêmico para o tratamento de infecções causadas por microrganismos sensíveis que são resistentes a outros fármacos disponíveis, como P. aeruginosa, e de infecções aeróbias e anaeróbias mistas.São ativos contra numerosas cepas de pneumococos não sensíveis à penicilina. São altamente ativos no tratamento de infecções por Enterobacter, visto que resistem à destruição pela b-lactamase produzida por esses microrganismos. Os efeitos adversos mais comuns dos carbapenêmicos – que tendem a ser mais frequentes com o imipeném – consistem em náuseas, vômitos, diarreia, exantemas cutâneos e reações no local de infusão. Inibidores de beta-lactamase MA: inibe nas espécies Gram-negativas, devido à membrana externa impermeável - ausência do canal ou infrarregulação) e (4) efluxo do antibiótico (microorganismos gram negativos). Bruna França Representantes MA EAs Farmacocinética e Farmacodinâmica Uso clínico Ácido clavulânico Sulbactam Tazobactam São moléculas semelhantes aos -lactâmicos e que se ligam às beta-lactamases, impedindo-as, portanto, de destruir os antibióticos -lactâmicos com os quais são co-administrados os inibidores da lactamase Tratam-se de potentes inibidores de muitas b-lactamases bacterianas, mas não de todas, podendo proteger as penicilinas hidrolisáveis contra a inativação por essas enzimas. São mais ativos contra as da classe A de Ambler como aquelas produzidas por estafilococos, H. influenzae, N. gonorrhoeae, Salmonella, Shigella, E. coli e K. pneumoniae. Não são inibidores adequados das b-lactamases da classe C, que geralmente são codificadas e induzíveis por cromossomos, produzidas por espécies de Enterobacter, Citrobacter, S. marcescens e P. aeruginosa; Inibem as b-lactamases cromossômicas de B. fragilis e M. catarrhalis. Estão apenas disponíveis em combinações fixas com penicilinas específicas. O espectro bacteriano da associação é determinado pela penicilina, e não pelo inibidor da b-lactamase. As indicações para as associações de penicilina-inibidor da b-lactamase consistem em terapia empírica para as infecçõescausadas por uma ampla variedade de patógenos potenciais em pacientes tanto imunocompetentes como imunocomprometidos, bem como no tratamento de infecções aeróbias e anaeróbias mistas, como as infecções intra-abdominais. O ácido clavulânico é um inibidor da beta-lactamase, uma enzima utilizada por muitas bactérias Gram-positivas e Gram-negativas resistentes a beta-lactâmicos para inativar as penicilinas. Ao impedir a hidrólise e a inativação das penicilinas, o ácido clavulânico (e outros inibidores) aumenta acentuadamente a potência das penicilinas (e de outros -lactâmicos) contra bactérias que expressam a beta-lactamase. Essa combinação tem sido efetiva no tratamento de infecções causadas por Streptococcus pneumoniae resistente à penicilina, que constitui uma causa comum de otite média em lactentes. Tipicamente, esses microrganismos adquiriram resistência às penicilinas através de uma -lactamase codificada por Bruna França plasmídios.
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