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Doenças exantemáticas 1 Doenças exantemáticas 1. Definir o que são doenças exantemáticas Doenças infecciosas cujo exantema (erupção cutânea) é essencial para o diagnóstico são mais associadas a vírus Principais: sarampo, rubéola, varicela, eritema infeccioso, exantema súbito, escarlatina, enteroviroses (coxsackie A e B, echovírus e enterovírus), mononucleose infecciosa, dengue, doença de lyme, doença de kawasaki mecanismos: invasão e multiplicação direta na pele, ação de toxinas, dano vascular (obstrução e necrose), reação imunoalégica 2. Compreender a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia e quadro clínico das doenças do caso Eritema infeccioso Epidemiologia: 70% em crianças entre 5 e 15 anos mais comum no fim do inverno e primavera incubação: 4-14 dias transmitido por gotículas nasfaríngeas, sangue e hemoderivados não precisa fazer isolamento fase do exantema nao transmite mais Etiologia: parvovírus humano B19 Fisiopatologia: alvo primário: célula de linhagem eritroide: eritroides proximos ao estagio de pró- normoblasto lise das celulas: depleção progressiva e parada transitoria da eritropoiese numero de reticulócitos aumentado doença bifásica: 7-11 dias: viremia e eliminação do virus na nasofaringe, febre, mal-estar, rinorreia Doenças exantemáticas 2 queda leve da hemoglobina serica sintomas desparecem: hemoglobina volta ao normal, anticorpos especificos 17-18 dias: erupção cutanea associada a artralgia. fenomenos pós-infecciosos crise aplásica transitória: resultado direto da infecção viral Quadro clínico: Pródromo: febre baixa, cefaleia, sintomas de uma IVAS leve Exantema: inicia na face como maculopápulas que confluem e se tornam uma placa vermelho-rubra na região das bochecas → "asa de borboleta, face esbofeteada" evolui em 1-4 dias para membros superiores e inferiores → face extensora e depois flexora pode persistir por até 10 dias pode haver artragias e artrites fase 1: 3 dias após sintomas, róseo em região malar fase 2: após 2 dias, disseminação pelo tronco, aspecto rendilhado fase 3: recorrência à exposição ao sol, exercícios ou estresse no acomete muito palmas das mãos e pés e tronco sinal de filatov: palidez perioral mais grave em mulheres graves risco de aborto e outras doenças Exantema Súbito (roséola infantil) Epidemiologia: 40% em crianças até 12 meses, 80% crianças até 2 anos pico de aquisição: entre 6-15 meses, lactentes Etiologia: Herpes-vírus humano 6 e 7 Fisiopatologia: infecção primária: viremia → éelulas mononucleares ou multinucleadas refrativas com inclusões intranucleares, intracitoplasmáticas Doenças exantemáticas 3 celulas infectadas: ciclo de vida mais longo, infecção litica citólise viral: exantema liberação de fatores de necrose apoptose das células T, afetam monócitos, NK, dendríticas e astrócitos, células B infecção primária acompanhada de latência do vírus pode ser persistente nas glândulas salivares pode ser detectado no liquor e afetar o SN Quadro clínico: Pródromo: febre alta e continua, início súbito → convulsão febril mais associado a velocidade 3-4 dias sem toxemia depois de 3-4 dias: febre cessa bruscamente → aparecimento súbito do exantema exantema: lesões maculopapulares rosadas início no tronco, face, cabeça e extremidades duração de algumas horas a 2-3 dias Rubéola Epidemiologia: crianças e adultos jovens incubação: 14-21 dias contágio: 5-7 dias depois da erupção Etiologia: togavírus Fisiopatologia: mecanismos para lesão e morte celular não são bem compreendidos após infecção: vírus replica no epitelio respiratório e dissemina para linfonodos regionais viremia mais intensa do 10º ao 17º dia Doenças exantemáticas 4 derramamento viral a partir da nasofaringe: 10 dias após infecção → surgimento do exantema fator de risco para defeitos congênitos graves depende do estágio da gestação: mais graves nas primeiras 8 semanas → cronicidade, sequelas necrose tecidual decorrente de insuficiência vascular, tempo de multiplicação celular reduzido, quebras cromossômicas, produção de um inibidor de proteinas mais grave durante a gestação: rubéola congenita Quadro clínico: pródromo: sintomas brandos 1-2 dias antes do exantema → febre baixa, mal estar, astralgia, mialgia, linfadenopatia retroauricular e cervical, suboccipital exantema: maculopapular, puntiforme róseo de curta duração. De acordo com a distribuição cefalocaudal (face, couro cabeludo, pescoço, tronco,...) contgio até o desaparecimento do exantema sinal de Forschemeir: petéquias em palato mole esplenomegalia discreta em metade dos casos, icterícia no feto tambem síndrome da rubéola congênita: catarata, surdez e cardiopatia congênita Varicela Epidemiologia: escolares transmissão: 65-85% contagiosa 24-48h antes da erupção cutânea, até 3-7 dias depois, quando se tornam crostas Etiologia: varicela-zóster Fisiopatologia: transmitido nas secreções orofaríngeas e pelo liquor das lesões cutâneas: disseminação no ar e contato direto Doenças exantemáticas 5 infecção primária: inoculação do vírus na mucosa da via aerea superior e do tecido linfoide tonsilar incubação 10-21 dias: vírus se replica no tecido linfoide → viremia subclínica e disseminação do virus para o sistema reticuloendotelial viremia pode ser detectada 5 dias antes do rash e 4 dias após linfócitos T: 10 dias antes do rash e 7 depoi segunda fase virêmica: 3-7 dias, lesões cutaneas disseminadas células mononucleadas do sangue periferico transporam o vírus, produzindo novas vesículas transportado de volta aos sitios da mucosa: disseminação virus transportado de maneira retrógrada através de axônios sensoriais para os gânglios da raiz dorsal através da medula: infecção latente nos neurônios reativação subsequente: herpes-zoster, distribuição por dermátomos, alterações necróticas nos gnglios satélite → vacina em idosos lesões idênticas Quadro clínico: pródromo: febre baixa/moderada, cefaleia, mialgia, mal-estar, sintomas inespecíficos duração de 1-2 dias, curtro na maioria das crianças não ocorre pródromo e a febre é concomitante ao exantema exantema: início na face couro cabeludo, axilas, cavidade oral → tronco pleomorfismo regional: presença de lesões em todos os estágios máculas eritematosas → pápulas → vesículas → pústulas → crostas. podem envolver a orofaringe e genitais, mucosas Doenças exantemáticas 6 distribuição central e centrípeta → inicio em face e couro cabeludo. Dissemina para o tronco, menor acometimento das extremidades casos habituais: 3-5 surtos de lesões por dia intervalo de 5-20 dias: crostas desprendem-se e caem → cicatriz superifical febre proporcional a intensidade do exantema. Presente enquanto surgirem novas lesões Sarampo Epidemiologia: mais comum em lactentes atualmente: 1/1 milhão queda da imunidade, vacinas não são 100% eficazes Etiologia: paramixovírus Fisiopatologia Necrose do epitélio do trato respiratório e infltrado linfocítico produz vasculite de pequenos vasos na pele e nas membranas mucosas orais edema intracelular e disceractose, formação de celulas gigantes sinciciais epidérmicas fusão das células infectadas: células gigantes de warthin Finkeldey → patognomônico 4 fases: incubação, doença prodrômica, exantema e recuperação incubação: virus migra para linfonodos regionais viremia primária: virus para o sistema reticuloendotelial secundária: dissemina o virus para as superfícies do corpo Doença prodrômica: após a viremia secundária, associada a necrose epitelial e formação de celulas gigantes células mortas pela fusão da membrana plasmática associada a replicação viral inicia a disseminação do virus exantema: produção de anticorpos Doenças exantemáticas 7 replicação viral e sintomas começam a desaparecer afeta células TCD4: supressão da resposta Th1 Quadro clínico: pródromo: duração de 3-4 dias, 3 dias antes do exantema, sintomas de IVAS febre alta, tosse intensa (produtiva?), cefaleia, mal- estar, prostração intensa, coriza (iníciohialina, depois purulenta) hiperemia conjutival, com lacrimejamento e fotofobia → edema bipalpebral hiperemia de orofaringe acentua com o exantema fáceis sarampenta, compromete bastante o estado geral manchas de koplik: branco azuladas, 1-2 dias antes do exantema e desaparecem 2-3 dias depois. Patognmônico Exantema: início atrás do pavilhao auricular e se dissemina para pescoço, face e tronco. Atinge a extremidade dos membros por volta do 3º dia desaparece na mesma sequência, descanação furfurácia enantema: primeira manifestação mucocutânea maculopapular eritematoso, morbiliforme, centrífugo, cefalocauldal auge da doença: toxêmico, febril, olhos hiperemiados, rinorreia e tosse 3. Entender as formas de prevenção, tratamento e diagnóstico das doenças exantemáticas Eritema infeccioso: Doenças exantemáticas 8 Prevenção: não há vacina, sem necessidade de isolamento após aparecimento do exantema Tratamento imunocomprometidos: imunoglobulina intravenosa fetos infectados: transfusões intra-uterinas Diagnóstico Clínica, sorologia para parvovírus humano B19 diagnóstico diferencial: rubéola, sarampo, infecções enterovirais e farmacodermias artrite reumatoide juvenil, lupus, disturbios do tec conjuntivo Exantema súbito Prevenção: não há vacina Tratamento: recomendado apenas para imunocomprometidos com associação HVH6 e HVH7 ganciclovir e cidovir Diagnóstico Clínico: 2 estágios: pré erupção (febre) e após presença do herpes-vírus humano 6 ou 7 no sangue periférico testes para detecção de anticorpos: infecções crônicas com reativações diferencial: rubéola, sarampo, escarlatina hipersensibilidade medicamentosa Rubéola Prevenção vacina de vírus vivo e atenuado, aos 12 meses: tetraviral (não existe no SUS) tríplice (12 meses) 2 dose a partir dos 15 meses + varicela (2ª dose 4 anos) Doenças exantemáticas 9 pode ter campanhas de idades específicas mulheres em idade fértil: cerca de 3 meses antes de engravidar gestantes: profilaxia pós-exposição (imunoglobulina) vacina de vírus atenuado: não pode vacinação de bloqueio: 6 meses-39 anos Tratamento Suporte analgésicos e antitérmicos casos graves → antivirais ganciclovir trombocitopenia grave: imunoglobulina e corticoesteroides SRC: avaliação pediátrica, cardíaca, audiológica e neurológica Diagnóstico Clínico isolamento do vírus do material de nasofaringe ou urina pesquisa de IgM e IgG detecção do antigeno viral detecção do DNA viral por PCR diferencial: sarampo, infecções por adenovírus, eritema infeccioso, vírus epstein-barr, enterovírus, mycoplasma pneumoniae Varicela Prevenção imunização passiva: pessoa exposta suscetível a varicela, possibilidade de resultar em infecção, desenvolver complicações imunização ativa: toda pessoa suscetível com mais de 12 meses e que nao apresente contraindicações formulação isolada ou tetra viral (sarampo, caxumba e rubeola) → não tem no SUS triplice viral (15 meses e 4 anos) Doenças exantemáticas 10 isolamento de contato e aéreo, por no mínimo 5 dias após o inicio do exantema, até que todas lesões tenham formado crostas Tratamento sintomático, evitar AAS evitar infecções secundárias, alívio dos sintomas higiene local e agentes antipruriginosos: loção de calamina e anti-histaminicos em crianças: aparar unhas para reduzir lesões alivio de febre e sintomas gerais: dipirona e ibuprofeno aciclvir oral (20mg/kg/dose, 4 vezes ao dia, por 5 dias, nas primeiras 24h)e endovenoso: pacientes imunossuprimidos e com risco de doença grave com acometimento visceral não utilizado em crianças imunocomprometidas: baixa disponiblidade categoria B na gestação não usa muito vacina pós-exposição Diagnóstico Clinico: lesões tipicas vesiculares agrupadas em cachos com o halo/base eritematoso mucosas: lesões ulceradas ou aftas laboratorial: culturas de tecido do liquido vesicular coletado nos primeiros 3 dias do exantema pouco sensivel detecção de antigenos virais: raspado da base de vesiculas integras imunofluorescencia direta diferenciar o VVZ do herpes simples não faz muito PCR: presenca do virus em liquido vesicular, secreções respiratórias, esfregaço de orofaringe e LCR anticorpos séricos: 2-3 semanas formas que envolvem o SN: exames complementares Doenças exantemáticas 11 diferencial: erupções vesiculares por outros agentes (herpes simples, enterovirus, variola, reações medicamentosas, dermatite de contato, picada de insetos Sarampo Prevenção tríplice viral / tetra vírus vivo e atenuado até 49 anos no 12º mês de vida reforço: 4-5 anos, 12 anos evitar contato: 7º dia até 4-6 dias do inicio da erupção isolamento até 4 dias após o inicio do exantema (uso de mascara) Tratamento Suporte terapia antiviral nao eficaz vacina contra o sarampo até 72h após contagio até 6 dias: imunoblogulina humana hidratação, oxigenação, conforto, antipiréticos terapia antimicrobiana para evitar infecções nao é indicada vitamina A Diagnóstico clínico dosagem de anticorpos pela inibição da hemaglutinação, neutralização ficação de complemento: fase inicial e 2-3 semanas após pesquisa de IgM: a partie do 6 dia do exantema diferencial: rubeola, exatamente subito, eritema infeccioso sindrome de kawasaki 4. Investigar as complicações relacionadas às doenças exantemáticas Doenças exantemáticas 12 Eritema infeccioso morte fetal altragias e artrite púrpura trombocitopênica, meningite asséptica, síndrome hemofagocítica Exantema súbito Infecções do sistema nervoso central HVH6 e 7: neurotrópicos Encefalite e meningoencefalite: imunocomprometidos infecções em imunossuprimidos hepatite, outras doenças associadas Rubéola trombocitopenia, artrite, encefalite, panencefalite progressiva por rubéola, dano fetal bem raro problemas neurológicos sindrome da rubéolo congenita Varicela infecções bacterianas secundárias às lesões cutaneas, pneumonia, pneumolite intersticial, manifestações hemorrágicas SNC: meningite asseptica, enfecalite, mielite transversa, sindrome de Guillain-Barré, sindrome de Reye, neuropatia periférica encefealite cerebelar e cerebral difusa virus pode invadir o SNC no momento da viremia primaria, secundária e periodo final da doença cutanea deposito de imunocomplexos na regiao cerebelar podem aparecer precocemente até 10-12 dias após o inicio do exantema gravidez: focomelia, meningoencefalite, lesões cicatriciais, morte fetal sindrome de reye: degeneração aguda do figado, encefalopatia hipertensiva grave, hepatomegalia, niveis eleavos de amonia Doenças exantemáticas 13 AAS Sarampo laringite, traqueobronquite, pneumonite intersticial, ceratoconjutivite, miocardite, adenite mesentérica, diarreia, penencefalite esclerosante subagua virus pode ficar latente no sistema nervoso central pode acarretar em perda de visão otite media, sinusite, pneumonia bacteriana, encefalomielite sarampo modificado, atipico e hemorrágico crianças vacinadas com virua morto/mal conservada hemorragico/negro: lesões com sangramento mais característico, bem raro modificado: mais comum em neonatos, imunidade relativa: maior tempo de incubaçõ, exantema mais leve
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