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A árvore da evolução humana
0
1
M
ilh
õe
s 
de
 a
no
s 
at
rá
s
2
3
4
A. afarensis
A. africanus
A. anamensis
H. sapiens
H. neanderthalensis
H. heidelbergensis
H. ergaster
Espécies Homo
Espécies Australopithecus
Suposta relação entre as 
espécies de hominídeos
Relação dos principais 
grupos de hominídeos
H. erectus
H. habilis
28
Capítulo
Neste capítulo
1
Teorias sobre a �
origem dos seres 
humanos.
A expansão do �
Homo sapiens.
A primeira �
Revolução 
Agrícola.
O domínio �
dos metais.
A origem da humanidade
Ligando os pontos
A Terra tem aproximadamente 4,6 bi-
lhões de anos, e os primeiros seres vivos 
surgiram nas águas dos oceanos. A partir 
de mutações genéticas e de seleção natu-
ral, originaram-se os peixes, os anfíbios, 
os répteis, os insetos e os mamíferos. Es-
tes apareceram há cerca de 225 milhões 
de anos. Os grandes primatas, que são os 
gorilas, os chimpanzés, os orangotangos 
e os hominídeos, surgiram por volta de 
60 milhões de anos atrás.
A vida dos hominídeos é estudada por 
arqueólogos, paleoantropólogos, biólogos, 
geneticistas e outros especialistas. Eles 
pesquisam os vestígios deixados por esses 
grupos, como restos fósseis, instrumentos, 
armas, pinturas rupestres (em cavernas e 
grutas), esculturas e monumentos megalí-
ticos, feitos com pedras enormes.
Apesar de muito numerosos e profun-
dos, os estudos realizados até hoje não 
permitiram conhecer todos os passos do 
desenvolvimento das espécies do gênero 
Australopithecus e das do gênero Homo, 
como o Homo habilis, o Homo erectus e o 
homem moderno, o Homo sapiens — a úni-
ca espécie ainda existente dos hominídeos.
Nesses estudos, os cientistas analisam 
material genético, avaliam as caracterís-
ticas de ossos, comparam crânios, pes-
quisam a arte pré-histórica, procuram 
calcular a idade das amostras. Com base 
nessas pesquisas, criam hipóteses e ela-
boram teorias sobre a origem e o desen-
volvimento da espécie humana.
Neste capítulo, estudaremos algumas 
dessas teorias e vamos acompanhar o 
desenvolvimento cultural do homem pri-
mitivo. Ou seja, estudaremos como os 
primeiros homens e mulheres criaram ins-
trumentos, técnicas e modos de vida para 
enfrentar os desafios da sobrevivência.
Relacione a imagem acima com o texto e faça as atividades a seguir.
1. Aponte as diferenças mais evidentes entre os crânios apresentados. 
2. Que novas técnicas possibilitam aprimorar os conhecimentos sobre o 
desenvolvimento do ser humano?
Fonte dos dados: Zimmer, Carl. Smithsonian intimate guide to human origins. Washington: Smithsonian Books, 2007.
A evolução dos 
seres humanos foi 
estudada através 
da análise das 
diferenças entre 
os diversos fósseis 
encontrados.
> 
9P_EMH1_LA_U01_C01_026A039.indd 28 16.02.10 20:30:01
29
Os primeiros hominídeos viviam em re-
giões de florestas, na África. Durante o pe-
ríodo de glaciação da Terra, por volta de 
5 milhões de anos atrás, as temperaturas 
caíram, as florestas diminuíram e deram 
lugar às savanas. Também o número de 
árvores foi reduzido e as que restaram fica-
ram mais finas. Com isso, os ancestrais dos 
orangotangos, chimpanzés e outros prima-
tas, que se deslocavam pela copa das árvo-
res, encontraram dificuldades para passar 
de uma a outra. Já os hominídeos se adapta-
ram às savanas, pois conseguiam andar so-
bre os pés (bipedalismo) sem a necessidade 
do auxílio das mãos. Tudo indica que eles 
trocaram a copa das árvores pelo solo, em-
bora continuassem a se alimentar de frutos. 
Isso facilitou sua sobrevivência em ambien-
tes mais áridos.
O gênero   Australopithecus 
Os fósseis dos primeiros hominídeos 
foram encontrados na África, em países 
como os atuais Quênia, Etiópia e Chade. 
Os do gênero Australopithecus são compro-
vadamente os mais antigos já descober-
tos e têm idade aproximada de 4 milhões 
de anos.
 A origem dos seres humanos
Glossário
Glaciação: fenômeno 
climático associado 
à alteração do 
eixo terrestre e a 
outros fenômenos 
naturais que levam 
à diminuição da 
temperatura do 
planeta e provocam 
mudanças no relevo e 
no nível do mar.
Navegue
<http://www.assis.
unesp.br/egalhard/
humanev2a.htm>
Site com lista de 
hominídeos e suas 
características 
principais. 
Conheça melhor
Há cerca de 3,6 milhões de anos, um vul-
cão na atual região da Tanzânia entrou em 
erupção e cobriu a área com cinza vulcânica. 
Logo depois choveu e a mistura da cinza com 
a água virou uma espécie de gesso que fixou 
as pegadas de vários animais. Dois pares de 
pegadas paralelas provam que o Australopi-
thecus afarensis andava sobre os pés (bipe-
dalismo) e tinha os dedos alinhados como 
os do homem moderno (diferentemente dos 
chimpanzés ou dos gorilas, que possuem o 
polegar do pé separado dos outros dedos). 
Essa descoberta da equipe da antropó-
loga e arqueóloga Mary Leakey, no sítio ar-
queológico de Laetoli, na Tanzânia, em 1978, 
foi um marco nas pesquisas sobre os ances-
trais dos seres humanos. Quatro anos an-
tes, haviam sido encontrados na Etiópia os 
restos fósseis de um Australopithecus afa-
rensis do sexo feminino. O exame dos ossos 
do fóssil, que ficou mundialmente conheci-
do pelo apelido de “Lucy”, já apontava para 
a hipótese de bipedalismo.
O bipedalismo do Australopithecus afarensis
As escavações revelaram fósseis de várias 
espécies de Australopithecus, como o Austra-
lopithecus afarensis e o Australopithecus africa-
nus. Eles eram bípedes, viviam em socieda-
de e talvez usassem elementos do ambiente 
(pedras, galhos) como instrumentos.
O gênero   Homo 
O modo como surgiu o gênero Homo 
ainda é incerto, mas sabe-se que seu 
sucesso está relacionado à sua capacida-
de de adaptação às mais diversas condi-
ções naturais e à sua habilidade em fazer 
instrumentos.
Os mais antigos fósseis pertencem à es-
pécie Homo habilis e têm cerca de 2 milhões 
de anos. Eles sabiam fazer instrumentos de 
pedra e viviam em sociedade.
Seu sucessor, o Homo erectus, além de sa-
ber fazer armas de pedra eficazes, vivia em 
comunidades onde havia divisão de tra-
balho (cada indivíduo era responsável por 
uma atividade). 
O Homo erectus descobriu como fazer o 
fogo, técnica que o auxiliou a povoar outros 
continentes, adaptando-se a novos ambien-
tes. Seus fósseis foram encontrados na Áfri-
ca, na Europa e na Ásia.
Paleoantropóloga examina pegadas do 
Australopithecus afarensis em Laetoli, na Tanzânia. 
Fotografia de 1995.
9P_EMH1_LA_U01_C01_026A039.indd 29 16.02.10 20:30:02
30
A origem da humanidade1
as mesmas regiões. Até pouco tempo atrás, 
muitos estudiosos acreditavam na ocorrên-
cia de cruzamentos entre indivíduos das 
duas espécies. Atualmente, porém, por cau-
sa principalmente das pesquisas genéticas, 
a maioria dos pesquisadores considera que 
não houve contato sexual entre H. sapiens e 
H. neanderthalensis. O homem de Neandertal 
não é ancestral dos seres humanos atuais. 
É uma linhagem que se extinguiu.
O desaparecimento do homem de Nean-
dertal ocorreu há cerca de 30 mil anos e 
provavelmente se deveu à competição com 
o Homo sapiens. Ambas as espécies compe-
tiam por território e recursos naturais. O 
Homo sapiens saiu vencedor. 
O homem de Neandertal  
Há cerca de 200 mil anos, o Homo nean-
derthalensis, o homem de Neandertal, ocu-
pou a Europa, a Ásia central e o nordeste da 
África. Trata-se do hominídeo mais estuda-
do. Os arqueólogos já encontraram cente-
nas de esqueletos de neandertalenses. 
A análise desses vestígios mostra que eles 
possuíam uma grande caixa craniana, maior 
que a do Homo sapiens, além de músculos for-
tes e resistentes. Eram caçadores, fabricavam 
instrumentos de pedra e foram os primeiros 
hominídeos a enterrar os seus mortos. 
O Homo sapiens, o homem moderno, foi 
contemporâneo dos homens de Neandertal. 
Os dois grupos ocuparam, em alguns casos, 
Conheça melhor
Várias são as hipóteses acerca do desapare-
cimento dos neandertalenses. Eles ocuparam a 
Europa e o Oriente Médio durante 120 000 anos 
e resistiram a grandes períodos de frio inten-
so, as glaciações.No entanto, entre 35 000 e 
25 000 anos atrás, o homem de Neandertal foi 
rareando até extinguir-se. 
O que há de novo nesse período, além da es-
tabilidade climática, é o aparecimento do Homo 
sapiens. Por muitos anos, acreditou-se que os 
neandertalenses eram muito inferiores inte-
lectual e culturalmente ao H. sapiens, de modo 
que simplesmente não teriam sobrevivido à 
presença desses. 
Contra essa visão, pesquisas recentes reve-
lam que eles não eram tão grosseiros, pois fa-
bricavam utensílios e ferramentas, e enterravam 
seus mortos com rituais de origem mágica ou re-
ligiosa. Então, como e por que desapareceram? 
Várias hipóteses, que passaram pelo geno-
cídio, por epidemias e até pela fusão entre as 
espécies, foram derrubadas uma a uma por téc-
nicas avançadas de pesquisa. 
Atualmente, os cientistas concordam que não 
há uma causa única para a extinção dos nean-
dertalenses, mas sim uma conjunção de fatores. 
Um desses fatores seria a concorrência com 
os H. sapiens por recursos naturais limitados: 
caça, sementes e frutos, que nem sempre per-
mitiam o sustento de muitos grupos humanos. 
Outra possibilidade é a questão demográfica 
— os neandertalenses apresentavam baixos ín-
dices de natalidade e alta mortalidade, sobretu-
do por se arriscarem em caçadas a animais de 
grande porte, como os mamutes. No entanto, a 
resposta continua sendo buscada até hoje.
O desaparecimento do 
homem de Neandertal
Assista
A guerra do fogo. 
Direção de Jean- 
-Jacques Annaud, 
Canadá/França, 1981.
O filme focaliza o 
domínio e o uso do 
fogo e a evolução da 
linguagem entre os 
hominídeos. Os sons 
foram planejados 
pelo estudioso de 
fonética e escritor 
Anthony Burgess, 
que também assinou 
o roteiro.
Você viu
Os primeiros �
hominídeos: 
gênero 
Australopithecus 
e gênero Homo: 
H. habilis, 
H. erectus e H. 
neanderthalensis.
0° 10°L 20°L 30°L 40°L
50°N
40°N
20°O 10°O
01_c_0216_EMH1_028_LA
40 mil anos atrás
km
0 745
Homo nearderthalensis Homo sapiens
0° 10°L 20°L 30°L 40°L
50°N
40°N
20°O 10°O
01_c_0217_EMH1_028_LA
35 mil anos atrás
km
0 745
0° 10°L 20°L 30°L 40°L
50°N
40°N
20°O 10°O
01_c_0218_EMH1_028_LA
30 mil anos atrás
km
0 745
Fonte de pesquisa: Hominidés. 
Disponível em: <http://www.hominides.com/html/
dossiers/disparition _neanderthal.html>. Acesso em: 
5 maio 2009. 
DistribuiçãO GeOGráfiCA 
De Homo neAndertHAlensis 
e Homo sApiens NA eurOpA
9P_EMH1_LA_U01_C01_026A039.indd 30 16.02.10 20:30:05
Equador
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Ártico
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
EUROPA
ÁSIA
ÁFRICA
AUSTRÁLIA
OCEANO
ÍNDICO
Australopithecus
Homo habilis
Homo erectus e
Homo ergaster
Homo heidelbergensis
Homo neanderthalensis
Homo sapiens
01_c_0187_EMH1_029_LA
km
0 2920
LOCAis em que fOrAm eNCONtrADOs 
VestíGiOs De hOmiNíDeOs
31
 O Homo sapiens 
O Homo sapiens moderno surgiu na África há cerca de 120 mil anos. 
Da África, o Homo sapiens migrou para o Oriente Médio e para a Ásia, 
sempre em busca de animais para caçar e frutos para coletar. Após apren-
derem a navegar, nossos antepassados chegaram à Oceania, às ilhas do 
Pacífico e, navegando ou caminhando, ocuparam toda a América. 
Caçadores e coletores   
Quando os antepassados do homem mo-
derno ainda não caçavam, fazia parte de seus 
hábitos alimentares comer os restos de carne 
de animais abatidos por outros predadores. 
Com o tempo, aprenderam a pescar e a ca-
çar, atividades que exigiam o trabalho coor-
denado do grupo. 
Durante o Paleolítico, os grupos humanos 
eram nômades. Quando o inverno chega-
va ou os animais e plantas escasseavam, ho-
mens e mulheres migravam em busca de cli-
mas mais amenos e de maior possibilidade 
de caça e coleta. 
Para obter alimento, desenvolveram ins-
trumentos de pedra. Batendo determinados 
tipos de pedra no solo ou umas contra as outras, conseguiram lâminas 
afiadas com as quais partiam sementes e cortavam frutos silvestres e raí-
zes. Amarradas a cabos de madeira, essas pedras trabalhadas deram ori-
gem aos machados, às lanças e às flechas. 
O aperfeiçoamento das técnicas de fabricar instrumentos fez os ho-
minídeos desenvolverem lâminas cada vez mais finas, que possibilita-
ram a confecção de pontas de flechas e lanças. Estas atingiam a caça a 
distâncias maiores, e o caçador não arriscava tanto a sua vida. 
Além da carne, os caçadores aproveitavam as peles dos animais abati-
dos para fazer roupas. Os utensílios de pedra também eram usados para 
a feitura das vestimentas. 
A megafauna   
Há cerca de 30 mil anos, os grandes animais da Austrália desapare-
ceram. Cangurus gigantes, répteis e imensas aves – animais que pesam 
acima de 40 kg – foram extintos. Esse fenômeno se repetiu entre 15 e 
10 mil anos atrás na Europa, na Ásia e na América. 
As espécies mais conhecidas da 
megafauna no hemisfério norte são 
os mamutes, os tigres-dentes-de-sa-
bre e os alces gigantes. Na América 
do Sul, foram encontrados fósseis 
de preguiças-gigantes, de gliptodon-
tes (tatus enormes) e de mastodontes 
(os antepassados dos elefantes).
A hipótese que explica o fim da 
megafauna associa um novo período 
de glaciação da Terra e a consequen-
te diminuição das florestas com o au-
mento da eficiência dos hominídeos 
modernos na caça. Dessa maneira, 
os grandes animais desapareceram, 
mas seus fósseis são encontrados no 
mundo inteiro, inclusive no Brasil.
Fonte de pesquisa: Black, Jeremy (Ed.). Atlas da 
História do mundo. Londres: Dorling Kindersley, 2005.
Você viu
O � Homo sapiens moderno. 
A megafauna. �
> Comparação entre o tamanho da preguiça- 
-gigante, espécie da megafauna da América, 
e o do homem atual. 
Fósseis da 
megafauna 
sul-americana, 
como a preguiça-
-gigante, são 
encontrados em 
vários estados do 
Brasil. Réplica de 
preguiça-gigante 
do Museu de 
Ciências Naturais 
da PUC-MG.
> 
Comparação entre o tamanho da preguiça- 
4,0 m
1,8 m
9P_EMH1_LA_U01_C01_026A039.indd 31 16.02.10 20:30:09
32
A origem da humanidade1
 A Revolução Agrícola 
O aumento da temperatura da Terra no fim da última glaciação, há 
cerca de 10 mil anos, originou uma profunda transformação na vida dos 
caçadores e coletores pré-históricos. 
Do Paleolítico ao Neolítico  
Graças à elevação da temperatura, houve o 
aumento das espécies vegetais. Havia mais fru-
tas e sementes para coletar. Enquanto os homens 
caçavam, as mulheres perceberam que nasciam 
plantas nos locais em que deixavam cair semen-
tes. Daí surgiu, há quase 10 mil anos, uma ati-
vidade que revolucionou a vida humana: a agri-
cultura.
Animais começaram a invadir os campos 
cultivados em busca de alimento. As pessoas 
eram obrigadas a vigiar os campos e, ao mes-
mo tempo, começaram a domesticar os ani-
mais mais dóceis. 
Cavalos, carneiros, cabras, bois, porcos, patos, gansos, galinhas, ga-
los e cachorros foram domesticados. Os animais eram muito úteis, pois 
forneciam carne, leite, lã, ovos, esterco e auxiliavam no transporte. Os 
cães ajudavam a evitar que os herbívoros comessem as plantações.
Para estocar os grãos e armazenar água, foram criados recipientes 
de cerâmica, feitos do barro fresco das margens dos rios. Os recipien-
tes secavam ao sol e depois eram submetidos a altas temperaturas. A 
queima era necessária para tornar potes e tigelas mais resistentes e 
impermeáveis.
Em função desses acontecimentos, a vida do ser humano havia- 
-se transformado. Em vez de praticar a caça e a coleta, ele passou a 
cultivar a terra e a pastorear.
Plantar era uma atividade trabalhosa. Era necessário revolver a 
terra para semear, irrigar, proteger a plantação dos ataques de aves 
e animais, colher e construir silos – depósitos secos e seguros para 
armazenar a colheita, principalmente os grãos, como trigo, cevada e 
aveia, até a próxima safra.
O processo de domesticação de vegetais e animais originou espé-
cies mais adaptadas e produtivas. Através da seleção de sementes e de 
cruzamentos surgiram grãos, tubérculos e gramíneas mais suculentos, 
nutritivos e aogosto dos seres humanos. 
Como era?
As armas de pedra
Machados de mão e lâminas 
com dois gumes eram elabora-
dos com lascas de pedra por gru-
pos de Homo erectus e homens 
de Neandertal. Tanto os macha-
dos quanto as lâminas eram ma-
nipulados sem cabo. As pontas 
de lanças e flechas eram amar-
radas em cabos de madeira.
Conheça melhor
Atualmente, o conceito de “Pré- 
-História” é considerado incorreto, 
como vimos anteriormente. A maioria 
dos historiadores defende que a ação 
dos seres humanos é sempre históri-
ca, seja qual for o tipo de sociedade 
em que viveram — nômade ou seden-
tária, organizada em comunidades ou 
estados, dotada ou não de escrita.
Porém, o termo “Pré-História” — 
de fácil entendimento — continua 
sendo usado em livros didáticos para 
designar os primeiros milênios da 
História humana. 
Esse extenso período foi dividido 
em três fases.
Paleolítico 
Teve início com o surgimento dos 
hominídeos e durou até cerca de 
8000 a.C. Nessa fase, os seres huma-
nos eram caçadores e coletores nôma-
des. Fabricavam artefatos de pedra.
Neolítico
Teve início aproximadamente em 
8000 a.C. e durou até cerca de 5000 
a.C. Alguns grupos humanos apren-
deram a cultivar várias espécies de 
plantas e a criar animais, tornando-se 
sedentários.
Idade dos Metais
Período entre c. 6000 a.C. e c. 
1200 a.C., aproximadamente, quando 
alguns grupos humanos aprenderam 
a utilizar metais como cobre, ouro, 
prata, estanho e ferro.
Os períodos da pré-história
 Ferramentas de pedra feitas pelo Homo 
erectus, coletadas no norte da África.
 Pintura rupestre do sítio arqueológico de Tassili 
n’Ajjer, Argélia, mostrando os vaqueiros e seu gado, 
c. 1000 a.C.>
9P_EMH1_LA_U01_C01_026A039.indd 32 16.02.10 20:30:11
33
As primeiras aldeias  
neolíticas
O desenvolvimento da agricultura resul-
tou no aproveitamento mais intensivo dos 
recursos naturais. Havia mais comida, fibras 
vegetais e animais, plantas medicinais, ani-
mais para alimentação, tração e produção 
de leite e laticínios.
A população aumentou por causa da 
maior oferta de alimentos. Por volta de 
6000 a.C., as aldeias agrícolas neolíticas fi-
caram maiores e mais populosas.
As casas tornaram-se mais duráveis e 
eram feitas de argila socada, madeira, tijolos 
e até mesmo de pedra, dependendo da ma-
téria-prima disponível em cada região.
Novos instrumentos, como pilões, almo-
farizes e moinhos, surgiram para amassar os 
grãos e transformá-los em farinha.
Os homens e as mulheres do Neolítico 
também começaram a desenvolver a tece-
lagem. As peles usadas nas roupas foram 
substituídas por fibras animais – a lã de ove-
lhas e cabras – ou vegetais – como o linho 
e o algodão. Os fios eram entrelaçados for-
mando o tecido, mais flexível e confortável 
que o couro utilizado nas vestimentas antes 
do desenvolvimento dessa técnica.
As cidades  
As primeiras cidades concentravam ca-
sas cujos habitantes faziam cerâmica, te-
cidos, armas, ferramentas e vários artigos 
que eles trocavam entre si ou por produtos 
agrícolas dos camponeses. 
Não se sabe ao certo como as aldeias agrí-
colas passaram a repartir o espaço com as 
cidades. Provavelmente, um grupo organi-
zava em qual época semear, colher e estocar 
grãos. Esse mesmo grupo se apropriou das 
áreas agrícolas e começou a cobrar impostos 
em forma de produtos para permitir que os 
camponeses cultivassem a terra, cuja posse 
até então era coletiva. Talvez pessoas respei-
tadas pela sua capacidade de liderar tenham 
começado a dirigir as demais e formado as 
camadas privilegiadas das cidades. 
A estruturação das cidades teve como 
desdobramento a formação do Estado. 
Cada núcleo urbano passou a controlar a 
produção dos campos das aldeias próxi-
mas. Desse modo, surgiram pequenas uni-
dades territoriais compostas de cidades e 
numerosas aldeias agrícolas submetidas à 
mesma autoridade política.
> As pesquisas 
arqueológicas 
revelaram os restos 
de vila do período 
Neolítico em Mainland, 
ilhas Orkney, Escócia. 
Fotografia de 2007.
Você viu
A Revolução �
Agrícola.
As primeiras �
aldeias neolíticas.
As cidades. �
A escrita. �
pONtO De VistA
surgimento da escrita
Da tecnologia alcançada, a fiação e a 
tecelagem, a cerâmica, as olarias, os na-
vios, os veículos com rodas, os calendá-
rios, os sistemas de pesos e medidas e 
os primórdios da matemática são apenas 
alguns exemplos. Surgiu a escrita, mar-
cando para muitos historiadores a pas-
sagem da Pré-História para a História. 
Ao meu ver, no entanto, ela foi apenas 
uma entre tantas outras transformações 
que ocorreram em curtíssimo espaço de 
tempo, permitindo o registro de eventos 
sociais e características culturais desses 
povos para as gerações futuras.
GuGlielmo, Antonio Roberto. A Pré-História, uma 
abordagem ecológica. São Paulo: Brasiliense, 1999. p. 43
A escrita  
A prática da agricultura e da criação de 
animais trouxe a necessidade de obter ma-
neiras de registrar e contar os animais e ve-
getais pertencentes a uma comunidade. 
Uma das formas encontradas foi a escrita. 
A adoção da escrita, além de proporcionar 
um eficiente modo de registrar os estoques de 
alimentos, permitiu o aparecimento da litera-
tura, isto é, do registro de ideias, lendas, etc. 
Os estudiosos do século XIX considera-
ram a invenção da escrita um acontecimen-
to fundamental, a ponto de determinar a di-
visão do passado humano em Pré-História, 
período anterior ao desenvolvimento da es-
crita e História, que inicia a partir da utili-
zação da escrita.
Dessa maneira, a escrita apenas registra 
ideias e pensamentos que os seres humanos 
produzem e que podem ser transmitidos e 
registrados por outros meios, seja em de-
senhos nas paredes das cavernas, seja pela 
oralidade.
9P_EMH1_LA_U01_C01_026A039.indd 33 16.02.10 20:30:14
34
A origem da humanidade1
 A Idade dos Metais 
Existem duas hipóteses a respeito do início do uso dos metais. Há 
cerca de 10 mil anos, quando artesãos de lâminas e outros instrumentos 
de pedra manipularam um pedaço de rocha que continha um minério 
como o cobre, perceberam que esta não lascava como as outras, pois ela 
possuía certa flexibilidade e podia ser moldada com marteladas. Depois 
passaram a aquecer o cobre e a moldá-lo em diversas formas.
Outra hipótese é que os homens verificaram que algumas pedras usa-
das para circundar fogueiras e evitar que o fogo se espalhasse derretiam 
com o calor. Eles passaram a derreter essas pedras que continham me-
tais e a fabricar armas e outros objetos.
Idade do Bronze  
Os primeiros metais utilizados foram o cobre, o ouro, a prata e o 
estanho. Aquecidos, derretiam até ficar no estado líquido e podiam 
ser misturados, resultando em ligas metálicas mais resistentes que o 
mineral isolado. 
Alguns dos mais antigos objetos de cobre foram encontrados em tú-
mulos do Antigo Egito, colocados ali para uso dos mortos na outra vida. 
Foram confeccionados há cerca de 6 500 anos.
Misturando cobre e estanho, obteve-se o bronze, liga metálica utiliza-
da em armas durante séculos. O mais antigo objeto de bronze, encon-
trado numa pirâmide do Egito, tem idade estimada em 5 700 anos.
Nem todos os objetos de metal eram destinados à guerra. Os joalheiros 
e ourives elaboraram belos e sofisticados ornamentos. E foram produzidos 
também instrumentos destinados à agricultura e algumas ferramentas.
Idade do Ferro   
Os primeiros instrumentos de ferro surgiram por volta de 1500 
a.C. Foram posteriores aos elaborados com os demais metais, princi-
palmente por causa da dificuldade em trabalhar o tipo de mineral de 
onde era extraído. 
O ferro é um metal que derrete somente a temperaturas superiores 
a 1 500 °C. Em função disso, os instrumentos eram confeccionados 
aquecendo-se o minério até amolecer e depois martelando-o para ob-
ter as formas desejadas.
Armas de ferro eram muito mais resistentes que as de bronze; aos 
poucos, conforme o acesso à matéria-prima e o domínio da tecnologia 
se difundiam, o bronze foi deixando de ser usado e deu lugar ao ferro. 
Povos comoos hicsos invadiram e dominaram por algum tempo o Egi-
to graças às suas armas de ferro, muito mais resistentes. 
Os olmecas
Por volta de 1500 a.C., quando se 
difundiam na Ásia e no Egito os ins-
trumentos de ferro, no atual México 
formavam-se aldeias agrícolas dedica-
das ao cultivo de milho, pimentas, etc. 
Três séculos depois, esses produtos 
possibilitaram o florescimento da cul-
tura olmeca. Considerada a mais anti-
ga das civilizações pré-colombianas, a 
civilização olmeca decaiu por volta de 
400 a.C., mas influenciou povos como 
os toltecas, os maias e os astecas.
Outras histórias
> Grandes torçais de Ipswich e de Snettisham, século I a.C., encontrados na Inglaterra. 
Destinados a ser usados como colar, foram feitos, por ourives celtas, de uma liga de quase 
1 quilo de ouro e um pouco de prata. Os celtas ocuparam quase toda a Europa no final da 
Idade do Bronze e destacaram-se pela qualidade de suas armas e joias.
Conheça melhor
A sequência do desenvolvimento 
metalúrgico terá início com o cobre, 
extraído da malaquita em maior es-
cala, na região que hoje correspon-
de ao Irã, por volta de 4200 a.C. A 
partir daí, teremos um longo desen-
volvimento na obtenção de metais e 
ligas metálicas, como foi o caso do 
bronze, que fez a glória dos exércitos 
egípcios. [...] Por fim, chegaremos ao 
ferro, cujas condições de fundição a 
altíssima temperatura, e necessidade 
de um complicado processo de trata-
mento posterior, só serão totalmen-
te dominadas por volta de 1400 a.C., 
pelos hititas; uma vez dominada a 
técnica, porém, este metal torna-se 
largamente difundido. A facilidade 
em se encontrar a hematita, minério 
do qual o ferro é extraído, torna-o 
um substituto superior, em resistên-
cia e quantidade, ao bronze.
GoldfarB, Ana Maria. Da Alquimia à Química. 
São Paulo: Nova Stella, 1987. p. 47.
O desenvolvimento da metalurgia
Glossário
Hicsos: povo asiático que dominou o egípcio 
entre 1630 a.C. e 1520 a.C. Eles introduziram 
cavalos e carros de guerra no Egito, além de 
armas aperfeiçoadas.
Foices de bronze, c. 1200-1100 a.C., 
coletadas no sítio arqueológico de 
Champrosay, França.
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35
Os monumentos  
megalíticos
Entre 5000 e 3000 a.C., os povos neolíti-
cos da Europa Ocidental, do litoral do mar 
Mediterrâneo e do norte da África ergueram 
monumentos megalíticos. Eram constituí-
dos de imensos blocos únicos de pedra, os 
menires, ou de dois ou mais blocos encima-
dos por um terceiro bloco, os dolmens. 
Menires e dolmens foram encontrados 
em diversas posições: alinhados como os de 
Carnac, na França, com seus 2 935 meni-
res, ou dispostos em círculo, como o famoso 
monumento de Stonehenge, na Inglaterra. 
No local em que foram assentados os mo-
numentos megalíticos encontraram-se cor-
pos das pessoas que viveram nas comuni-
dades agricultoras e pastoris locais. Tais 
construções funcionavam, portanto, como 
uma espécie de cemitério. Segundo alguns 
arqueólogos e historiadores, esses locais 
eram considerados sagrados, pois eram o 
ponto de encontro entre vivos e mortos, es-
paço do sobrenatural. 
Além disso, alguns monumentos me-
galíticos, como o de Stonehenge, tam-
bém eram verdadeiros calendários de pe-
dra. Os círculos de pedra indicam eventos 
astronômicos importantes, como as fases 
da Lua e os solstícios de verão e inver-
no. Provavelmente, Stonehenge era utili-
zado como um local de rituais religiosos 
pelos povos agricultores da região. E não 
está descartada a hipótese de ter sido ain-
da um centro de curas. 
A diversificação das  
profissões
O desenvolvimento da agricultura e da 
pecuária levou o ser humano ao sedenta-
rismo. Não era mais necessário migrar em 
busca de alimento, já que ele estava dispo-
nível em forma de campos cultivados e ani-
mais domesticados. 
Além disso, com a crescente produção 
de excedentes de alimentos, nem todos 
precisavam se dedicar à agricultura e ao 
pastoreio. Nas aldeias, surgiram profissio-
nais especializados em fabricar instrumen-
tos, tecer fibras, moldar tijolos e vasilha-
mes de cerâmica. 
Dessa maneira, aos poucos, os grupos 
sociais começaram a se diferenciar. A pos-
se da terra deixou de ser coletiva e algu-
mas famílias se apropriaram dos lotes mais 
produtivos. O processo se intensificou 
com a formação das cidades. Os campo-
neses passaram a pagar tributos aos gover-
nantes. Surgiram personagens tipicamente 
urbanas: reis, sacerdotes que controlavam 
as práticas religiosas, funcionários, solda-
dos que garantiam a cobrança dos impos-
tos, mercadores que intermediavam a tro-
ca dos excedentes rurais pelos artigos do 
artesanato, etc. 
 O resultado foi que a maior parte da po-
pulação dos campos perdeu a posse das ter-
ras cultivadas. Também ficou distante do 
poder político, centralizado na cidade e 
exercido pelo rei, com o apoio de funcioná-
rios civis e militares.
história e física
Arqueólogos dataram em torno de 2300 a.C. a constru-
ção de Stonehenge, o grande conjunto de círculos de pe-
dras erguido na planície de Salisbury, no sul da Inglaterra. 
O cálculo baseou-se nos teores de radiocarbono existentes 
em amostras obtidas no local. 
O método de datação conhecido como radiocarbono 
ou carbono 14 foi desenvolvido na década de 1940. Ele 
forneceu aos historiadores um “relógio” para calcular a 
idade de restos fósseis, ossos e outros documentos ar-
queológicos de até 60 mil anos. 
O processo baseia-se na constatação de que a relação 
entre o carbono 12 e o carbono 14 (radioativo) é constante 
nos seres vivos, mas após a morte o carbono 14 existente 
no organismo não é mais reposto. Os físicos e químicos 
verificaram que esse isótopo radioativo tem meia-vida 
de aproximadamente 5 700 anos, ou seja, decorrido esse 
prazo a massa de carbono 14 cai para a metade.
Ao medir a relação entre carbono 12 e carbono 14 na 
amostra e compará-la com a existente em um ser vivo, é 
possível calcular a idade da amostra. Por exemplo, se esta 
contiver metade do carbono 14 encontrado em tecidos vi-
vos, o ser que forneceu a amostra estava vivo há cerca 
de 5 700 anos.
Você viu
A Idade dos �
Metais.
A diversificação �
das profissões.
Os monumentos �
megalíticos. 
Ruínas de 
Stonehenge, 
na Inglaterra. 
Supõe-se que 
era um centro 
de rituais e 
também de 
observação 
astronômica.
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Ontem e hoje
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um dia vamos virar pinguins
Na próxima vez que você tiver vontade de reclamar 
do frio, pare para pensar na sua sorte. Temperaturas 
médias amenas como as dos últimos 10 mil anos, com 
direito a banho de sol na praia e até a um mergulho no 
mar morninho de vez em quando, foram raríssimas na 
história do planeta. Os dados disponíveis, abrangendo 
os últimos 5 milhões de anos, mostram que, durante 
90% do tempo, a Terra esteve sob uma frigidez mortal – 
assolada pelas glaciações. 
Glaciações produzem mudanças drásticas no clima. 
Elas vêm e vão em grandes ciclos, duram 100 mil anos e 
transformam o planeta num freezer. Nesse período, um 
quarto do hemisfério norte fica sob uma capa de gelo de 
milhares de metros de espessura. Boa parte dos oceanos 
vira um vasto rinque de patinação. Segue-se um curto 
instante de alívio, de alguns milhares de anos de calor, 
chamado período interglacial, e depois o longo inverno 
retorna. É dose para pinguim.
Até este ano [1999], era consenso que estaríamos en-
trando na etapa final de um desses breves intervalos en-
solarados. Os cientistas sustentavam a afirmação pelo 
fato de que a Terra gira meio tombada no espaço [...]. 
Entenda o raciocínio: a inclinação faz com que os polos 
fiquem voltados para o Sol, durante o verão, e percam 
a neve que cai no inverno. Só que a inclinação da Ter-
ra varia com o tempo: há dez milênios, ela era maior do 
que hoje e os verões, mais fortes. Foi isso que fez o frio 
recuar, naquela época, imaginavam os cientistas. Então, 
como agora a inclinação está menor, eles deduziram que 
o gelo deveria estar de volta. [...]
mais inclinação,menos gelo
Na inclinação máxima da Terra, de 24,5 graus, chega 
mais luz ao polo e o gelo não se amontoa. Hoje, o ângu-
lo é de 23,5 graus e está diminuindo. [...]
De pé, risco de glaciação
Alguns cientistas acham que a glaciação não virá tão 
cedo. Eles alegam que só haveria risco imediato se a in-
clinação estivesse no seu valor mínimo, de 22,5 graus. 
Nessa posição, o polo recebe pouca energia e a tendên-
cia a armazenar neve é grande. [...]
[...] Para o climatologista James Kasting, da Univer-
sidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, o homem 
também está interferindo nas glaciações. Ele se refere ao 
aquecimento da atmosfera causado pelo gás carbônico 
que sai dos carros, das fábricas e da queima das flores-
tas. O gás armazena a energia solar e faz o termômetro 
subir. É mais um motivo para adiar o congelamento por 
um bom tempo. Talvez até para sempre. [...]
[...] O estudo da glaciação mais recente, que só ter-
minou 10 mil anos atrás, mostra que a temperatura 
média da Terra ficou uns 9 pontos abaixo dos 15 °C 
atuais. O efeito foi a formação de um iceberg mons-
truoso, com 4 quilômetros de espessura, que ocupou, 
primeiro, todo o Oceano Ártico. Depois avançou sobre 
terra firme, engolindo metade da Europa e da América 
do Norte e um décimo da Ásia. Plantas e bichos, entre 
eles o Homo sapiens, fugiram para regiões mais ao sul, 
para o que sobrou de cada continente.
O resto do mundo não congelou, mas sofreu com 
a estiagem. Com o frio, até o vapor do ar condensou 
e virou neve. [...]
[...] Mesmo assim, não há por que se queixar dos ci-
clos congelantes. Considere que eles alteram o ambiente 
e obrigam as espécies a evoluir. Nossos ancestrais maca-
coides podem ter sido obrigados a descer dos galhos de-
pois que uma glaciação, há 4 milhões de anos, dizimou 
as matas que habitavam. Com isso, aprenderam a andar 
com duas pernas no chão. Para nós, que descendemos 
desses bípedes, foi como tirar a sorte grande.
BurGierman, Denis R. Um dia vamos virar pinguins. In: Superinteressante. 
São Paulo: Abril, n. 141, jun. 1999.
reflita
1. Interprete a opinião do autor do texto quando considera que nós temos muita sorte em viver no atual 
período da História da Terra.
2. Deduza como o homem está conseguindo interferir nas glaciações.
Vista do glaciar Sjogren, na península Antártica, que apresenta 
grande perda de gelo. Devido ao aquecimento global, a velocidade de 
deslocamento das geleiras antárticas aumentou 12% entre 1993 e 
2003. Outras estão derretendo. Com isso, mais gelo é lançado no mar. 
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Dossiê
Os meios de comunicação de massa costumam 
apontar o efeito estufa como o vilão do aquecimen-
to global. No entanto, sem ele a Terra seria 34 °C mais 
fria do que é hoje e viveríamos em temperaturas muito 
abaixo de zero.
Durante o dia, a radiação do Sol atravessa a atmosfe-
ra. Parte da energia da radiação é absorvida pela Terra e 
a aquece, outra parte é refletida e volta ao espaço. Uma 
terceira parcela da radiação refletida permanece na at-
mosfera, aquecendo a superfície do planeta e a camada 
de ar. É isso que dá origem ao efeito estufa, como você 
pode observar no boxe abaixo.
Os gases que ajudam a atmosfera a reter a radiação 
solar sempre estiveram presentes. Todavia, desde o iní-
cio da Revolução Industrial, por volta de 1750, a quan-
tidade deles está aumentando, por causa da ação do 
homem. Além disso, surgiram novos gases que intensi-
ficam o aquecimento.
Os principais gases responsáveis pelo efeito estufa 
são os relacionados a seguir.
CO
2
 – Dióxido de carbono, também conhecido como 
gás carbônico, resultado da queima de combustíveis fós-
seis como petróleo, carvão e florestas. É o principal res-
ponsável pelo efeito estufa.
CH
4
 – Metano, produzido por plantações de arroz, di-
gestão de herbívoros, emanações de vulcões e pântanos.
HNO
3 
– Ácido nítrico, resultado da queima de ma-
deira.
CFC – Clorofluorcarbono, muito usado em sprays e 
isolantes de equipamentos de refrigeração. É o respon-
sável pela destruição da camada de ozônio, que protege 
os seres vivos dos perigosos raios ultravioleta do Sol.
O resultado final do efeito estufa e de outros pro-
cessos resultantes da ação humana é o aquecimento 
global. As calotas polares e as neves das montanhas 
estão derretendo e contribuindo para elevar o nível 
do mar. Populações inteiras que vivem nos litorais 
estão ameaçadas com inundações. Além disso, ocor-
rem outros males: desmatamento, desaparecimen-
to de espécies, secas violentas, erosão, aumento de 
doenças como a dengue e a malária e de doenças res-
piratórias causadas pela poluição atmosférica. Essas 
graves consequências já estão acontecendo e vão pio-
rar se governos e cidadãos não agirem rapidamente. 
Efeito estufa e aquecimento global
Discussão sobre o texto
1. Descreva os efeitos benéficos do efeito estufa natural e indique as causas que levaram ao descontrole desse 
fenômeno.
2. Você conhece alguma iniciativa para acabar com o efeito estufa e o aquecimento global? Descreva-a.
3. É possível conscientizar sua família, seus amigos e vizinhos a respeito do aquecimento global. Tome essa 
iniciativa e explique os efeitos do aquecimento global para todos.
O efeito estufa
A
B
C
A. Os raios do Sol atravessam a 
atmosfera; parte da energia dos raios 
é absorvida pela Terra e a aquece.
B. Parte dos raios solares é refletida 
pela Terra e volta ao espaço.
C. Parte dos raios refletidos pela Terra 
permanece na atmosfera e aquece a 
superfície do planeta e a atmosfera: 
é o efeito estufa.
Fonte dos dados: <http://www.rudzerhost.com/ambiente/estufa.htm>. Acesso em: 14 nov. 2008.
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38
Atividades
A origem da humanidade1 AteNçãO: não escreva no livro. 
Responda a todas as questões 
em seu caderno.
retratam rituais e festas, constituindo uma fonte de 
informação inigualável.
funari, Pedro P.; noelli, Francisco S. Pré-História do Brasil. São 
Paulo: Contexto, 2005. p. 15-19.
a) Como podemos conhecer a vida dos grupos hu-
manos pré-históricos?
b) O que os ossos de nossos antepassados podem 
informar?
c) Que informações podemos obter da cerâmica 
dos homens pré-históricos?
d) O que revelam as pinturas rupestres?
Observe as pinturas encontradas no sítio arqueoló-12. 
gico de Tassili n’Ajjer, na Argélia. Com base no que 
você estudou, que informações podem ser deduzi-
das a respeito de cada uma? 
Verifique o que aprendeu
Identifique como é possível saber a história de nos-1. 
sos antepassados mesmo sem registros escritos. 
Relacione as causas do sucesso do gênero 2. Homo 
até hoje. 
Descreva alguns dos vários níveis de relaciona-3. 
mento entre o Homo neanderthalensis e o Homo 
sapiens.
Descreva as hipóteses que explicam o desapareci-4. 
mento da megafauna. 
Diferencie o principal aspecto do Paleolítico em re-5. 
lação ao Neolítico. 
Apresente uma das hipóteses a respeito da desco-6. 
berta dos metais. 
Construa uma linha do tempo referente ao uso dos 7. 
metais na Pré-História e no início dos tempos his-
tóricos.
Caracterize o surgimento das primeiras aldeias 8. 
neolíticas e das profissões. 
Explique o surgimento dos primeiros Estados e em 9. 
que período histórico isso ocorreu.
Deduza a função dos monumentos megalíticos que 10. 
surgiram em várias áreas da Europa e no norte da 
África no final da Pré-História.
Leia e interprete
Com base no que você estudou até aqui e na leitura 11. 
do texto abaixo, responda às questões propostas.
Como se pode conhecer a Pré-História?
Podemos saber como viviam e o que pensavam 
os homens que existiram há milhares de anos? Se-
ria possível determinar como se aconchegavam, 
como plantavam ou caçavam ou em que acredita-
vam? A resposta não é tão simples. Vamos, então, 
por partes.
[...] A principal maneira de ter acesso ao passado 
pré-histórico é o estudo dos vestígios materiais que 
chegaram até nós. [...]
 [...] A cerâmica pode nos informar sobre como as 
pessoas armazenavamprodutos ou como comiam, 
mas, em alguns casos, a forma e a decoração tam-
bém podem nos dar indicações a respeito da simbo-
logia e dos valores sociais adotados.
As pinturas e gravuras, feitas nas paredes de ca-
vernas ou em outras pedras, conhecidas como ru-
pestres, são também evidências materiais que muito 
podem nos dizer sobre o passado pré-histórico. Al-
gumas delas [...] representam humanos e animais e 
nos mostram como se pescava e caçava, assim como 
a) O que representa a primeira figura?
b) O que representa a segunda figura? 
c) Se as duas imagens representarem caçadores, 
descreva o possível modo de vida desse grupo.
d) Se a segunda imagem representar pastores, ex-
plicite as diferenças desse grupo em relação ao 
da primeira imagem.
Pinturas localizadas no sítio arqueológico de Tassili n’Ajjer, 
Argélia. Somente nesse sítio já foram descobertas cerca de 
15 mil pinturas em pedra. Esses desenhos foram produzidos 
de 7 mil a 3 mil anos atrás.
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39
a) Por que o nível de vida dos kung pode servir 
de parâmetro para o dos grupos humanos pré-
-históricos?
b) Segundo o texto, o padrão de vida — oferta de 
alimentos, condições físicas e longevidade — 
dos grupos humanos do Paleolítico era inferior 
ao atual padrão dos trabalhadores assalariados 
de países não desenvolvidos como o Brasil? 
c) Justifique a afirmação do autor do texto: “A ima-
gem de caçadores pré-históricos subnutridos, lu-
tando contra as intempéries e doenças, não tem 
base real de sustentação”. 
O texto a seguir discute o grave problema da obesi-15. 
dade que acomete a população dos Estados Unidos 
atualmente.
A fartura do país: os EUA enfrentam o problema 
de obesidade 
[...] Os norte-americanos desfrutam de uma 
fartura e de uma variedade de alimentos sem prece-
dentes. Cercados por comidas apetitosas, práticas e 
acessíveis, em geral ricas em calorias, muitos acabam 
se excedendo. Um estilo de vida no qual se come 
muito e se pratica pouco exercício tem levado a um 
aumento acentuado da obesidade. As consequências 
à saúde são graves e o ônus social significativo. Um 
número crescente de pessoas reconhece que a abun-
dância de alimentos exige escolhas inteligentes.
Durante a maioria dos seus seis milhões de 
anos os seres humanos foram caçadores-coletores 
que caçavam, pescavam e colhiam frutos e vegetais 
para se alimentar. Como a fonte da próxima refeição 
era incerta, o Homo sapiens evoluiu para conseguir 
sobreviver com escassez de alimentos. Nosso orga-
nismo armazena as calorias excedentes em forma 
de gordura e, assim, quando há falta de alimento, 
transforma essa gordura em energia. Esse sistema 
metabólico extremamente ajustado atende bem às 
nossas necessidades, mas não foi desenvolvido para 
processar excessos contínuos de alimentos. Em re-
sumo, o organismo continuará armazenando o exce-
dente de energia em forma de gordura, ainda que o 
excesso de peso resulte em prejuízos à saúde. [...] 
friedman, Michael J. Revista eletrônica do Departamento de Estado 
dos EUA, jul. 2004. 
Disponível em: <http://usinfo.state.gov/journals/itsv/0704/ijsp/
friedman.htm>. Acesso em: 13 out. 2008.
a) Justifique como o nosso organismo acumula ca-
lorias excedentes sob a forma de gordura. 
b) Identifique o problema atual que transformou 
esse recurso de sobrevivência em uma epidemia 
de obesidade. 
c) Sugira meios para enfrentar o problema con-
temporâneo da obesidade.
d) A obesidade é um problema exclusivo dos Es-
tados Unidos?
A partir do conteúdo aprendido no capítulo e da 13. 
imagem a seguir, responda às questões.
a) Descreva de forma clara e detalhada os obje-
tos reproduzidos.
b) Quais são os possíveis usos dessas peças?
c) O que pode indica a decoração das peças?
Leia o texto do historiador Antonio Roberto Gu-14. 
glielmo e responda às questões propostas.
Numa população moderna de caçadores-co-
letores – os kung san do deserto do Kalahari, na 
Namíbia – foram identificados grupos nômades, 
construtores de acampamentos temporários, com 
31 indivíduos em média (vinte adultos e onze 
crianças). Não carregavam muitos pertences; no 
entanto, a população era saudável, com expectativa 
de vida longa (mais de 10% tinha mais de 60 anos, 
enquanto no Brasil este índice não chegava a 5% 
até bem recentemente), embora explorassem uma 
região semidesértica, com reduzida variedade de 
espécies animais e vegetais. Cerca de 70% das ca-
lorias consumidas provinham da atividade coletora 
feminina, enquanto a caça supria o restante. Jul-
gando-se pela quantidade de alimento disponível, 
suas condições físicas e seu tempo de lazer elevado, 
os kung apresentavam um alto padrão de vida. [...]
[...] A que conclusões levam esses fatos? Pri-
meiro: não se pode dizer que a melhoria da efici-
ência energética nos sistemas de produção de ali-
mentos tenha revertido em geral em grande mu-
dança nos padrões de bem-estar das populações. A 
imagem de caçadores pré-históricos subnutridos, 
lutando contra as intempéries e doenças, não tem 
base real de sustentação, uma vez que esse mo-
delo ainda sobrevive e nada indica que um kung 
da Namíbia seja mais infeliz que um metalúrgico 
desempregado do ABC.
GuGlielmo, Antonio R. A Pré-História, uma abordagem ecológica. São 
Paulo: Brasiliense, 1999. p. 60-62.
Peças de cerâmica pintada encontradas em Hacilar, Turquia, 
datadas de c. 5 000 a.C.
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