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@FOCOUFPR Olá, gente, tudo bem? Aqui é a Mylena do @focoufpr ♥ • Reuni algumas questões baseadas nas referências bibliográficas da disciplina de Filosofia (1ª fase). As referências foram publicadas no Programa de Prova do Processo Seletivo 2020/2021 da Universidade Federal do Paraná: 1. ARENDT, Hannah, A Condição Humana, capítulo 2 [4, 5 e 6]. Trad. Celso Lafer, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997, pp. 31-58. 2. HERÁCLITO DE ÉFESO (A - Doxografia; B - Fragmentos; C - Crítica Moderna: 1. Georg W. F. Hegel e 2. Friedrich Nietzsche). Trad. de Wilson Regis, José Cavalcanti de Souza, Ernildo Stein e Rubens R. Torres Filho. Coleção Os Pensadores. Vol. I. São Paulo: Victor Civita, 1973, pp. 81-116. 3. LOCKE. Ensaio acerca do entendimento humano - Introdução, Livro I [cap. 1, 2 e 3]; Livro 2 [cap. 1, 2, 12 e 23]. Trad. Anoar Aiex. Coleção Os Pensadores, vol. XVIII. São Paulo: Victor Civita, 1973, pp. 145-171, pp.189-191, pp. 212-214. 4. MAQUIAVEL. Discursos sobre a Primeira década de Tito Livio. Seleção de textos, tradução e notas Carlo Gabriel Kzsam Pancera. In: MARÇAL, J. (org.) Antologia de textos filosóficos, SEED, 2009, pp. 426-450. 5. PLATÃO. Excerto do Diálogo Hípias Maior e excerto de A República (livro X). Seleção de textos e notas Roberto Figurelli. Tradução Carlos Alberto Nunes. In: MARÇAL, J. (org.) Antologia de textos filosóficos, SEED, 2009, pp. 548- 563. • Vale salientar que eu fiz a busca pelas questões utilizando o nome das obras como palavra-chave. A quantidade de questões disponíveis é pequena, essencialmente quando se trata das páginas e capítulos determinados pela UFPR. Mas, de qualquer modo, acredito que esse material será útil e poderá contribuir com os seus estudos. • Se houver alguma discrepância de gabarito, peço que, por favor, envie um e-mail para focoufpr@gmail.com No mais, bons estudos! @focoufpr mailto:focoufpr@gmail.com Priscilla Glinski Priscilla Glinski @FOCOUFPR Filosofia UFPR 1 - (UFPA) A pólis diferenciava-se do lar pelo fato de somente conhecer “iguais”, ao passo que a família era o centro da mais severa desigualdade. Ser livre significava ao mesmo tempo não estar sujeito às necessidades da vida nem ao comando de outro e também não comandar. Não significava domínio, como também não significava submissão. Assim, dentro da esfera da família, a liberdade não existia, pois o chefe da família, seu dominante só era considerado livre na medida em que tinha o poder de deixar o lar e ingressar na esfera política, onde todos eram iguais. É verdade que essa igualdade na esfera política tem muito pouco em comum com o nosso conceito de igualdade; significava viver entre pares e lidar somente com eles (...). (Hannah Arendt, A Condição Humana, 11. ed. p. 38-39, Rio de Janeiro: Forense Universitária: 2010). Para Hanna Arendt, o antigo pensamento político baseava-se em uma distinção entre a esfera da pólis, em que o indivíduo exercita sua cidadania e a esfera da família. Tal distinção se sustenta na ideia de que a) a liberdade situa-se exclusivamente na esfera política, e as necessidades da vida cotidiana são um fenômeno pré-político, característico da organização do lar privado. b) a política era privilégio dos homens não- casados que não se preocupavam com os assuntos referentes a administração do lar. c) o homem, na esfera da família, desempenha o papel de comandar e na esfera da pólis, o de obedecer. d) na esfera da família, o homem vive no estado de natureza e, na esfera da polis, sob a égide de um pacto social. e) somente no âmbito da pólis o homem pode demonstrar que é bom cidadão ao exercitar os papéis de comandar e obedecer. 2 - (UEG) As histórias, resultado da ação e do discurso, revelam um agente, mas este agente não é autor nem produtor. Alguém a iniciou e dela é o sujeito, na dupla acepção da palavra, mas ninguém é seu autor. ARENDT, Hannah. A condição humana. Apud SÁTIRO, A.; WUENSCH, A. M. Pensando melhor – iniciação ao filosofar. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 24. A filósofa alemã Hannah Arendt foi uma das mais refinadas pensadoras contemporâneas, refletindo sobre eventos como a ascensão do nazismo, o Holocausto, o papel histórico das massas etc. No trecho citado, ela reflete sobre a importância da ação e do discurso como fomentadores do que chama de “negócios humanos”. Nesse sentido, Arendt defende o seguinte ponto de vista: a) a condição humana atual não está condicionada por ações anteriores, já que cada um é autor de sua existência. b) a necessidade do ser humano de ser autor e produtor de ações históricas lhe tira a responsabilidade sobre elas. c) o agente de uma nova ação sempre age sob a influência de teias preexistentes de ações anteriores. d) o produtor de novos discursos sempre precisa levar em conta discursos anteriores para criar o seu. 3 - Hanna Arendt abre A condição humana com a seguinte declaração: Em 1957, um objeto terrestre, feito pela mão do homem, foi lançado ao universo, onde durante algumas semanas girou em torno da Terra segundo as mesmas leis de gravitação que governam o movimento dos corpos celestes - o Sol, a Lua e as estrelas. É verdade que o satélite artificial não era nem lua nem estrela; não era um corpo celeste que pudesse prosseguir em sua órbita circular por um período de tempo que para nós, mortais limitados ao tempo da Terra, durasse uma eternidade. Ainda assim, pôde permanecer nos céus durante algum tempo; e lá ficou, movendo- se no convívio dos astros como se estes o houvessem provisoriamente admitido em sua sublime companhia. @FOCOUFPR (ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 9) Assinale a alternativa abaixo que NÃO fornece uma explicação desse fato, de acordo com as ideias da autora: a) Segundo Hanna Arendt, o homem, por meio de uma de suas condições mais essenciais, o trabalho, seria capaz de rivalizar artificialmente com as leis eternas da natureza. b) O objeto lançado ao espaço pela primeira vez demonstra não apenas a capacidade do homem de rivalizar com as leis da natureza, mas também a de separar-se de sua condição natural. c) A autora se utiliza do fato em questão para refletir, no livro citado, sobre as ações humanas no mundo. d) O fato relatado aponta para a produção do homem futuro, motivado por uma rebelião contra a existência humana tal como nos foi dada. e) O fato em questão, segundo a autora, aponta para a única saída possível para o homem depois da destruição da Terra, a saber, a possibilidade de encontrar um novo planeta para morar. 4 - Segundo o livro A condição humana, de Hanna Arendt, as três atividades humanas fundamentais são a) a fabricação, o trabalho e a ação e são designadas pela expressão homo faber. b) o labor, o trabalho e a ação e são designadas pela expressão vita activa. c) o jogo, o labor e o trabalho e são designadas pela expressão homo ludens. d) a linguagem, o labor e o trabalho e são designadas pela expressão homo laborans. e) a política, a linguagem e o trabalho e são designadas pela expressão zoon politikon. 5 - Segundo Hanna Arendt, "a condição humana não é o mesmo que a natureza humana". (A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2001, p. 17) Segundo a autora, o que se poderia deduzir dessa distinção essencial? Assinale a alternativa INCORRETA: a) A própria soma das capacidades humanas que correspondem à condição humana não constitui algo que se assemelhe à natureza humana. b) As condições da existência humana jamais podem explicar o que somos pela simples razão de que jamais nos condicionam de modo absoluto. c) As tentativas de definir a natureza humana levam sempre à construção de alguma deidade, a uma ideia platônica da humanidade. d) Hoje podemosquase dizer que, embora vivamos agora sob condições terrenas, não somos criaturas terrenas. e) Tudo aquilo com o qual os homens entram em contato torna-se imediatamente parte da natureza humana. 6 – (CEPERJ) Entre os primeiros pensadores da filosofia, foi recorrente a referência a elementos naturais como a água, o fogo, a terra e o ar para a explicação da realidade. Um desses casos é encontrado na seguinte sentença. “Este mundo, o mesmo de todos os (seres), nenhum deus, nenhum homem o fez, mas era, é e será um fogo sempre vivo, acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas". Essa frase, como consta no volume dedicado aos pré-socráticos da coleção Os pensadores, é atribuída a: a) Tales de Mileto b) Heráclito de Éfeso c) Parmênides de Eleia d) Pitágoras de Samos e) Demócrito de Abdera 7 – (UFU) “Do arco o nome é vida e a obra é morte”. @FOCOUFPR HERÁCLITO. Sobre a natureza. Trad. de José Cavalcante de Souza. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 56. Coleção “Os Pensadores”. Este fragmento ilustra bem o pensamento de Heráclito, que acreditou ser o mundo o eterno fluir, comparado a um rio no qual “entramos e não entramos”. Assinale a alternativa que explica o fragmento mencionado acima. a) Todas as coisas estão em oposição umas com as outras, o que explica o caráter mutável da realidade. A unidade do mundo, sua razão universal resulta da tensão entre as coisas, daí o emprego frequente, por parte de Heráclito, da palavra guerra para indicar o conflito como fundamento do eterno fluxo. b) A harmonia que anima o mundo é aberta aos sentidos, sendo possível ser conhecida na multiplicidade daquilo que é manifesto, uma vez que a realidade nada mais é que o eterno fluxo da multiplicidade do Logos heraclitídeo. c) A unidade dos contrários, a vida e a morte, é imóvel, podendo ser melhor representada para o entendimento humano por intermédio da imagem do fogo, que permanece sempre o mesmo, imutável e continuamente inerte, e não se oculta aos olhos humanos. d) O arco, instrumento de guerra, indica que a ideia de eterno fluxo, das transformações que compõem o fluxo universal, é o fundamento da teoria do caos, pois o fogo se expande sem medida, tornado a realidade sem nenhuma harmonia ou ordem. 8 – (UNICAMP) A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato. (John Locke, Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p.13.) O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte, a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência. b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos. c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas. d) defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento. 9 - (UNIS) Em sua obra Ensaio acerca do entendimento humano o filósofo inglês John Locke escreveu: Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento. Empregada tanto nos objetos sensíveis externos como nas operações internas de nossas mentes, que são por nós mesmos percebidas e refletidas, nossa observação supre nossos entendimentos com todos os materiais do pensamento. Considere as seguintes afirmativas sobre esse texto. I – O texto expressa a posição do empirismo filosófico em relação ao problema do conhecimento. II – O texto expressa a posição do racionalismo cartesiano. III – O texto é uma defesa do ceticismo filosófico. IV – A expressão “operações internas de nossas mentes” significa as ações que realiza nossa mente, tais como imaginar, pensar, lembrar, sentir. V – A expressão “objetos sensíveis” é usada no texto para se referir a valores, tais como a Justiça, a Liberdade e o Bem. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas II e III estão corretas. b) Somente as afirmativas I e IV estão corretas. @FOCOUFPR c) Somente a afirmativa I está correta. d) Somente as afirmativas IV e V estão corretas. e) Somente a afirmativa V está correta. 10 - (UNESP) Posto que as qualidades que impressionam nossos sentidos estão nas próprias coisas, é claro que as ideias produzidas na mente entram pelos sentidos. O entendimento não tem o poder de inventar ou formar uma única ideia simples na mente que não tenha sido recebida pelos sentidos. Gostaria que alguém tentasse imaginar um gosto que jamais impressionou seu paladar, ou tentasse formar a ideia de um aroma que nunca cheirou. Quando puder fazer isso, concluirei também que um cego tem ideias das cores, e um surdo, noções reais dos diversos sons. (John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano, 1991. Adaptado.) De acordo com o filósofo, todo conhecimento origina-se a) da reminiscência de ideias originalmente transcendentes. b) da combinação de ideias metafísicas e empíricas. c) de categorias a priori existentes na mente humana d) da experiência com os objetos reais e empíricos. e) de uma relação dialética do espírito humano com o mundo. 11 - (MACKENZIE) Quando se percorre a história das repúblicas, vê-se que todas elas foram ingratas com seus concidadãos: mas há menos exemplos disto em Roma do que em Atenas, ou em qualquer outra cidade de governo popular. Se se quiser conhecer a razão, creio que ela está em que os romanos tinham menos motivos do que os atenienses para temer a ambição dos concidadãos. Nicolau Maquiavel, Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio Podemos considerar as conclusões de Maquiavel verdadeiras se levarmos em conta que, a) em Roma, passou-se por um grande período de estabilidade, sem lutas pelo poder entre os cidadãos, que foi do fim da Monarquia à ascensão de Mário e Sila, na República; já em Atenas, a desconfiança em relação aos cidadãos remontava à época da tirania, e, ao eliminarem-na, os atenienses criaram a instituição do ostracismo, para punir os cidadãos que ameaçassem a nascente democracia. b) em Roma, o período de instabilidade remontava à época da Monarquia, quando os reis usurparam as liberdades individuais em prol da coletividade, em uma clara divisão entre patrícios e plebeus; já em Atenas, a luta pelo poder entre cidadãos remontava à época da República, uma vez que os tiranos exerciam o poder em nome dos aristocratas, mas atraíam o apoio das massas com medidas populares. c) em Roma, não houve disputas pelo poder, uma vez que a República permitia livre acesso à política, por meio das magistraturas e das Assembleias, permitindo a participação política no conjunto da sociedade; já em Atenas, a democracia era restrita a quem fosse considerado cidadão e, por isso, gerava constantes conflitos entre a ampla camada de não-cidadãos e a elite aristocrática. d) em Roma, apesar de ampliar a prática da cidadania, esta era controlada pela elite patrícia e alijava do poder a camada de plebeus, a maioria na cidade; já em Atenas, apesar de excluir mulheres, crianças, escravos e estrangeiros, a democracia era exercida por todos aqueles considerados cidadãos, sem distinção censitária e com amplos poderes de decisão perante as instituições políticas da cidade. e) em Roma, não havia motivo algum para temer as lutas pelo poder, pois as instituições republicanas só foram consolidadas no final da República, época em que a cidade já erainvadida pelos povos denominados bárbaros; em Atenas, as lutas entre os cidadãos remontavam à época da tirania, exercida por Clístenes que, ao cercear as liberdades @FOCOUFPR individuais, sofreu forte oposição dos eupátridas. 12 - (UFPR) “Mas não é uma conduta extraordinária, e por assim dizer selvagem, o correr todo o povo a acusar o Senado em altos brados, e o Senado o povo, precipitando-se os cidadãos pelas ruas, fechando as lojas e abandonando a cidade? A descrição apavora. Responderei, contudo, que cada Estado deve ter costumes próprios, por meio dos quais os populares possam satisfazer sua ambição [...]. O desejo que sentem os povos de ser livres raramente prejudica a liberdade porque nasce da opressão ou do temor de ser oprimido. [...] Sejamos, portanto, avaros de críticas ao governo romano: atentemos para o fato de que tudo o que de melhor produziu esta república provém de uma boa causa. Se os tribunos devem sua origem à desordem, esta desordem merece encômios, pois o povo, desta forma, assegurou participação no governo. E os tribunos foram os guardiões das liberdades romanas.” (MAQUIAVEL, Nicolau. Comentários sobre a Primeira Década de Tito Lívio. 3 ed., Brasília: Editora da UNB, 1994, p. 31–32.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a sociedade renascentista, é correto afirmar que o pensamento de Maquiavel: a) restabeleceu no Mundo Moderno as formas clássicas do pensamento político, especialmente as da República romana, que garantiram os mecanismos de representação popular nas novas Repúblicas em formação na Itália e no norte da Europa. b) introduziu o conceito de desordem no pensamento renascentista para explicar os processos evolutivos dos Estados e das formas de governos possíveis, baseando-se na proposição do modelo republicano romano como ideal para os Estados modernos. c) recuperou os princípios romanos e, afirmando que os fins justificam os meios, forneceu para os movimentos sociais da Era Moderna uma justificativa para se rebelarem contra a tirania e a opressão, em nome de uma boa causa que legitimaria um governo autoritário de caráter popular. d) inspirou-se nas formas clássicas, especialmente romanas, idealizando-as para afirmar que os conflitos entre os poderosos e o povo contribuem para a ampliação das liberdades republicanas e que os modos desses conflitos dependem dos costumes políticos dos povos. e) pretendeu estabelecer o princípio republicano democrático romano como conceito básico da política moderna, afirmando que, para satisfazer suas aspirações, é legitimo que o povo se rebele e promova desordens com a finalidade de mudar o regime político e a organização da produção econômica. 13 - (UNISC) No Livro X da República, Platão defende a tese de que os poetas não têm lugar no estado ideal por ele proposto. Essa recusa em aceitar os poetas se deve a) ao fato de as criações artísticas dos poetas não terem cunho filosófico. b) ao fato de a arte ser uma imitação da aparência, uma cópia da cópia da realidade. c) ao fato de os poetas quererem tirar proveito pecuniário com sua arte. d) ao fato de as criações dos poetas não serem compreendidas pela maioria dos cidadãos. e) ao fato de a arte representar a realidade dos cidadãos, o que causaria problemas para o governo do estado. 14 - A arte de imitar está muito afastada da verdade, sendo que por isso mesmo dá a impressão de poder fazer tudo, por só atingir parte mínima de cada coisa, simples simulacro. O pintor, digamos, é capaz de pintar um sapateiro, um carpinteiro ou qualquer outro artesão, sem conhecer absolutamente nada das respectivas profissões. No entanto, se for bom pintor, com o retrato de um carpinteiro, mostrado de longe, conseguirá enganar pelo menos crianças ou pessoas simples e levá-las a imaginar que se trata de um carpinteiro de verdade. @FOCOUFPR (PLATÃO. A República (Livro X). In: MARÇAL, Jairo (org.). Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009. p. 558.) Sobre a relação entre arte e verdade, assinale a alternativa correta, segundo o pensamento platônico. a) As obras de arte estão distanciadas três graus da realidade, e, por isso, estão muito distantes da representação da verdade. b) Não poderíamos nos aproximar da verdade por meio das obras de arte, uma vez que elas apresentam somente uma representação das ideias. c) Existe um valor positivo da arte imitativa, mas no âmbito da cidade ela era corrosiva, pois, em relação à verdade, desloca a atenção que a política necessitava. d) As obras de arte são necessárias para uma aproximação da verdade, mas apenas no âmbito privado, negando dessa forma, sua função na cidade e, portanto, deveriam ser excluídas. 15 – – Então, tomemos dessas pluralidades a que quiseres; a seguinte, por exemplo, se estiveres de acordo: leitos há muitos, e também mesas. – Como não? – Porém para todos esses móveis só há duas ideias: a ideia do leito e a ideia da mesa. – Certo. – Costumamos, também, dizer que os obreiros desses móveis têm em mira a ideia segundo a qual um deles apronta leitos e outros as mesas de que nos servimos, e assim para tudo o mais. Porém a ideia em si mesma, o obreiro não fabrica. Como o poderia? (PLATÃO. A República – livro X. In: MARÇAL, Jairo (org.). Antologia de textos filosóficos. Curitiba: SEED, 2009. p. 553) O trecho citado, retirado do Livro X da República de Platão, expressa a) a crítica à imitação como afastamento da verdade em três graus. b) um caso tipificado de contemplação das formas pela experiência. c) o reconhecimento da forma de leito e de cadeira por reminiscência. d) uma explicação do uno e do múltiplo pressupondo a teoria das ideias. 16 - (UEL) Leia o texto a seguir. Para esclarecer o que seja a imitação, na relação entre poesia e o Ser, no Livro X de A República, Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam a unidade na pluralidade, operada pelo pensamento. Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte, cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa, como modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e não a sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um mundo de mera aparência. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria das ideias de Platão, é correto afirmar: a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, enquanto co-participante da criação divina, alcança a verdadeira causa das coisas a partir do reflexo da ideia ou do simulacro que produz. b) A participação das coisas às ideias permite admitir as realidades sensíveis como as causas verdadeiras acessíveis à razão. c) Os poetas são imitadores de simulacros e por intermédio da imitação não alcançam o conhecimento das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas. d) As coisas belas se explicam por seus elementos físicos, como a cor e a figura, e na materialidade deles encontram sua verdade: a beleza em si e por si. e) A alma humana possui a mesma natureza das coisas sensíveis, razão pela qual se torna capaz de conhecê-las como tais na percepção de sua aparência. @FOCOUFPR GABARITO 1 – a 2 – c 3 – e 4 – b 5 - e 6 – b 7 – a 8 – a 9 – b 10 – d 11 – a 12 – d 13 – b 14 – a 15 – d 16 – c ANOTAÇÕES _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________
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